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Isabela Castilho - T6 RESUMO FAB - UC 17 DEPRESSÃO Um episódio depressivo maior é um período que dura pelo menos duas semanas, com cinco ou mais dos seguintes sintomas: humor deprimido, anedonia, insônia ou hipersonia, alteração no apetite ou no peso, retardo psicomotor ou agitação, baixa energia, baixa concentração, pensamentos de inutilidade ou culpa e pensamentos recorrentes sobre morte ou suicídio; pelo menos um dos sintomas deve ser humor deprimido ou anedonia. Os critérios de diagnóstico da depressão são de no mínimo 5 dos acima, por pelo menos 5 dias na semana, durante 2 semanas. Há hipótese de que o paciente esteja com deficiência de 5HT e uprregulation (aumento de receptores de 5HT = aumenta a degradação de 5HT). AÇÃO ANTIDEPRESSIVA A ação clássica dos antidepressivos consiste em bloquear um ou mais dos transportadores de serotonina, noradrenalina e/ou dopamina. Essa ação farmacológica é totalmente consistente com a hipótese monoaminérgica da depressão, segundo a qual as monoaminas estão de algum modo deficientes, ocorrendo alívio da depressão quando estimuladas com antidepressivos efetivos. CRITÉRIOS PARA ESCOLHA DO ANTIDEPRESSIVO - Levar em conta os sintomas específicos, custo, idade do paciente, gravidez, efeitos adversos, efetividade, segurança, contraindicações, comorbidades, medicamentos - Aumento do afeto negativo: serotonina e noradrenalina (5-HT = sintomas ansiosos, disferidos ou melancólicos) - Humor deprimido - Culpa - Aversão - Medo/ ansiedade - Solidão - Irritabilidade - Diminuição do afeto positivo: noradrenalina e dopamina (sintomas apato-anérgicos) - Perda da felicidade - Diminuição de autoconfiança - Perda de interesse/ prazer METAS PARA TRATAMENTO DE DEPRESSÃO - Aumento da qualidade de vida - Restauração do funcionamento inicial - Remissão dos sintomas + recuperação TRATAMENTO DA DEPRESSÃO Para o tratamento inicial da depressão maior unipolar, sugere-se a combinação de farmacoterapia e psicoterapia (tratamento combinado é mais eficaz do que qualquer um desses tratamentos isoladamente). Iniciar antidepressivos em doses menores, a fim de diminuir os efeitos colaterais e melhorar a adesão. O tratamento consiste em fases: aguda (6-12 semanas de tratamento), de continuação (4-9 meses de tratamento) e de manutenção (1 ano ou mais de tratamento). O mínimo de tempo de tratamento é de 6 mexesse o tempo médio de início dos efeitos é de 4 semanas. Isabela Castilho - T6 - Remissão: remoção de quase todos os sintomas nos primeiros meses, seguida de manutenção por 6 meses. Há melhora do quadro, porém os pacientes não estão curados, pois pode haver recorrência. A remissão é um dos objetivos do tratamento - Recidiva/ recaída: quando a depressão retorna antes de ocorrer remissão completa dos sintomas ou dentro dos primeiros meses após a remissão dos sintomas. A taxa de recidiva nos pacientes com depressão é menor em pacientes que alcançam a remissão - Recorrência: quando a depressão retorna país o paciente ter se recuperado EFEITOS ANTIDEPRESSIVOS Há diferentes intervalos de tempo para o aparecimento dos 3 efeitos antidepressivos: alterações clínicas, neurotransmissores e sensibilidade dos receptores. A quantidade de neurotransmissores se modifica mais rápido após a introdução do antidepressivo, e os efeitos clínicos são retardados, assim como a dessensibilização ou infrarregulação dos receptores de neurotransmissores. Os antidepressivos bloqueiam a bomba de recaptaçao, levando a maiores quantidades de neurotransmissores nas sinapses, e o aumento dos neurotransmissores causa infrarregulação dos receptores. Embora provoquem elevação imediata das monoaminas, os antidepressivos não exercem efeitos terapêuticos imediatos. Isso pode ser explicado pela hipótese dos receptores de monoaminas para a depressão, segundo a qual a doença é causada pela suprarregulação (uprregulation) desses receptores. Quando um antidepressivo bloqueia a bomba de recaptação de monoaminas, isso leva ao acúmulo de maiores quantidades de neurotransmissor (NT) na sinapse. A maior disponibilidade de NT acaba levando à infrarregulação (downrregulation) dos receptores. O intervalo de tempo necessário para a adaptação dos receptores é consistente com os efeitos clínicos tardios dos antidepressivos e também com o desenvolvimento de tolerância aos efeitos colaterais dos antidepressivos. USO TERAPÊUTICO DE ANTIDEPRESSIVOS - Ansiedade/ pânico - TOC - Dor crônica - Fobias - Fobia social - Transtorno disfórico pré-menstrual - Narcolepsia - Abandono de tabagismo - Enurese - Bulimia ADESÃO AOS ANTIDEPRESSIVOS A eficiência dos antidepressivos é diminuída em consequência da falta de persistência do tratamento em um período longo o suficiente para dar ao fármaco a chance de atuar. Não chega a ser um fator limitante na maioria das condições crônicas, mas em pacientes com condições psiquiátricas pode ter danos graves ao paciente e ao sistema de saúde. Podem causar aumento de peso a longo prazo. PRESCRIÇÃO DE ANTIDEPRESSIVOS Na seleção de antidepressivos, levar em conta sintomas depressivos específicos, relação efetividade-segurança, comorbidades, medicamentos concomitantes, facilidade de uso, resposta do paciente em episódios anteriores, idade, gestação, histórico familiar e custo. Isabela Castilho - T6 MUDANÇA DE UM AGENTE SEROTONINÉRGICO PARA IMAO - Pelo risco de toxicidade da serotonina é necessário eliminar (fazer washout) completamente o agente serotoninérgico antes de administrar IMAO - Aguardar 5 meias-vidas (geralmente 5-7 dias) após suspender o agente serotoninérgico para iniciar IMAO - Com a Fluoxetina, aguardar 5 semanas (possui 1/2 vida muito longa) MUDANÇA DE UM IMAO PARA AGENTE SEROTONINÉRGICO - Aguardar pelo menos 14 dias após interrupção do uso de IMAO para iniciar administração de um agente serotoninérgico 1˚ GERAÇÃO ADT IMAO EXEMPLOS Imipramina, Clomipramina, Amitriptilina Fenelzina, Tranilcipromina, Moclobemida MECANISMO Inibem a recaptação de 5-HT e NE na fenda sináptica através do bloqueio dos transportadores da recaptação de 5-HT e NE. Potencializam a transmissão realizada pela 5-HT e NE Inibem a enzima monoamino oxidase (MAO), reversíveis ou irreversíveis das enzimas MAO-A e MAO-B, que metaboliza os neurotransmissores. Os inibidores se ligam à MAO e a inibem, impedindo a degradação das monoaminas (impede degradação de 5HT) MAO-A: metaboliza serotonina, noradrenalina, dopamina e tiramina. Efeitos depressivos e efeitos colaterais são mais relacionados à inibição da MAO-A. Estratégia antidepressiva eficaz MAO-B: metaboliza feniletilamina, dopamina e tiramina. Inibidores da MAO-B são utilizados na doença de Parkinson junto com Levodopa. Sem eficácia antidepressiva MAO-A e MAO-B combinadas: pode ter ação antidepressiva consistente, pelo aumento de 5HT, NA e DA. Mais eficaz USOS/ INDICAÇÕES Depressões graves e resistentes, agentes de 2˚ linha na depressão, ataques de pânico, transtorno de ansiedade, TEPT, bulimia nervosa, dor crônica *Não são ideias pelos efeitos colaterais indesejados Depressão resistente ao tratamento *Pouco utilizados na prática (disponibilidade de outras opções) EFEITOS COLATERAIS Bloqueio de receptor H1: sedação/ sonolência Bloqueio de receptor alfa-2: hipotensão postural Bloqueio de receptor muscarínico e acetilcolina: efeitos anticolinérgicos —> boca seca, constipação, visão embaçada, tontura, ganho de peso *Possuem muito efeitos colaterais *Amitriptilina é a mais segura *Superdosagem pode ser letal Excitação, crise hipertensiva (paciente em uso de MAO que come alimento com tiramina pode ter aumento súbito de pressão), tremores, insônia, hiperidrose, agitação, comportamento hipomaníaco, alucinações, ganho de peso, tontura, fraqueza, boca seca Interações medicamentosas: maioria causa aumento da pressão arterial por ação simpatmimética (descongestionantes nasais, triptanos, anestésicos com vasoconstritores)e síndrome serotoninérgica pela inibição da recaptação de serotonina (analgésicos opióides, triptanos) —> rigidez muscular, hipertermina, colapso cardiovascular Isabela Castilho - T6 2˚ GERAÇÃO EXEMPLOS MECANISMO USO/ INDICAÇÕES EFEITOS COLATERAIS ISRS Fluxetina, Fluvoxamina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram, Sertralina Inibição seletiva e potente da recaptação de serotonina. Inibição do transportador de serotonina (SERT). Eles restauram os níveis de 5-HT por se ligar ao receptor e inibir a recaptação e sequente degradação do 5-HT. De início há elevação inicial de 5HT apenas na área somatodendrítica (pré-sináptica), depois há dessensibilização/infrarregulação dos receptores de 5HT, aumentando a liberação de 5HT no terminal axônico (pós-sináptico), e finalmente dessensibiliza os receptores pós- sinápticos. Esse processo demora = por isso os efeitos não são imediatos Paroxetina: também estimula liberação de noradrenalina e tem ação anticolinérgica, tem efeito nas disfunções sexuais (ejaculação precoce) e causa sedação, efeitos anticolinérgicos. Não pode ser usada por grávidas ou junto com Tamoxifeno Fluxetina: também estimula liberação de noradrenalina. Pode ser usada em grávidas, pouco indicado em pacientes agitados, com insônia e ansiedade. Tem a meia vida mais longa (2 semanas = poucas reações de retirada súbita, mas muito tempo para depuração do fármaco). Cuidado com triptanos e opióides Sertralina: também aumenta a dopamina (diminui sua recaptação), aumenta energia, motivação e concentração. Pode ser usada na depressão psicótica e como ansiolítico Depressão, transtorno- obsessivo-compulsivo (TOC), ansiedade, distúrbios alimentares, fobia social, síndrome do pânico, ejaculação precoce (relacionada com serotonina) *Classe de medicamentos mais prescrita. 1˚ opção *Devem ser usados pela manhã (causa menos sonolência que os ADT) Aumento da ansiedade, despertar noturno e sonolência diurna, agitação e ação motora, disfunção sexual, diminuição de libido, perda de apetite, N/V, ganho de peso Apresentam dose tóxica maior (são mais seguros quanto à superdosagem), possuem menos efeitos colaterais e maior seletividade. Os efeitos só começam a ser relevantes na 2˚-4˚ semana (quando começam a alterar a sensibilidade e número dos receptores) ISRSN/ DUAL Venlafaxina, Duloxetina, Desvenlafaxina Restauram os níveis de 5-HT e noradrenalina na fenda sináptica, se ligando aos seus transportadores de recaptação, evitando a recaptação e a degradação de 5-HT e noradrenalina. O bloqueio da recaptação leva ao aumento das monoaminas na fenda e sua concentração retorna para a faixa normal. São considerados agentes de dupla ação. Pouca afinidade pelos receptor H1, muscarínicos e alfa-adrenérgicos. Possuem eficácia bem definida e estabelecida para tratamento de síndromes dolorosas Duloxetina: inibição mais potente do SERT do que do NAT Desvenlafaxina: exerce inibição da recaptação de noradrenalina e serotonina, mais na noradrenalina. Maior inibição da recaptação de noradrenalina que a Venlafaxina. Não tem metabolização hepática Venlafaxina: inibe recaptação de serotonina e noradrenalina. Ação serotoninérgica em baixas doses e neroadrenérgica em altas doses. Tem metabolização hepática Transtornos depressivos, distimia, TAG, transtorno de pânico, ansiedade social, dor crônica (neuropatia periférica, fibromialgia), TOC, estresso pós- traumático, ondas de calor na menopausa. Pacientes que não respondem ao ISRS *Eficácia e tolerabilidade melhor que os ISRS Ativação motora e tremor, agitação, alteração da PA, alteração da FC, boca seca, constipação, retenção urinária 2˚ GERAÇÃO Isabela Castilho - T6 DEPRESSÃO EM IDOSOS - Preferir monoterapia (minimiza efeitos colaterais dos medicamentos e interações) - Dose inicial deve ser ajustada inicialmente - ADT são altamente colinérgicos, sedativos e causam hipotensão ortostática —> contra-indicados (Critérios de Beers) - Para depressão, usar ISRS, ISRSN, Bupropriona - Não usar Paroxetina e Fluoxetina (podem produzir ataxia, síncope, quedas) MODULADOR DE SEROTONINA Vortioxetina, Trazodona e Nefazona Vortioxetina: atua como antagonista e agonista nos receptores de serotonina pós sinápticos, e inibem a recaptação da serotonina pós- sináptica.Antagonista potente dos receptores 5- HT3, antagonista total nos receptores 5-HT1A Trazodona: atua nos receptores pós-sinápticos de serotonina 5-HT2A e 5-HT2C e inibe fracamente a recaptação de serotonina pré- sináptica. Bloqueia receptores H1 de histamina (sedação) Nefazodona: inibe recaptaçao neuronal de serotonina e norepinefrina (principalmente). Também inibe receptores 5-HT2 e alfa-1 Trazodona: insônia Vortioxetina: náusea (principal), pode causar vômito e constipação Trazodona: efeito sedativo (H1 histamina), boca seca, tontura, visão turva, constipação, dor de cabeça, disfunção sexual, hipotensão Nefazodona: náusea, sonolência, boca seca, tontura, visão turva INIBIDOR DE RECAPTAÇÃO DE NORADRENALINA E DOPAMINA Bupropiona Inibe a recaptação pré- sináptica de dopamina e norepinefrina (com um efeito maior sobre a dopamina) Pacientes que não conseguem tolerar os efeitos serotoninérgicos dos ISRS ou que a depressão não responde aos ISRS, evitar disfunção sexual, redução de afeto positivo, cessação de tabagismo *Contraindicado para pacientes com histórico de convulsões *Uso Off-label: TDAH, ansiedade, obesidade *Bupi + ISRS/ ISRSN: usado para cobrir todo o espectro de sintomas (positivo e negativo) Perda de peso, xerostomia, efeitos no TGI, insônia, não diminui a libido, convulsões, psicose, sensação de perseguição. Quase não causa sedação ATÍPICOS Mirtrazapina, Mianserina Antidepressivo noradrenérgico e serotoninérgico específico. Antagoniza os receptores alfa-2 adrenérgicos pré-sinápticos e os receptores 5-HT2 e serotoninérgicos 5-HT3 pós-sinápticos. Há aumento de liberação de noradrenalina e serotonina. Mirtrazepina: tem baixa afinidade pelos receptores colinérgicos, alfa-1 adrenérgicos e dopaminérgivos. Alta afinidade pelos receptores H1 de histamina (sedação) Mianserina: bloqueia também os receptores alfa-1 Ansiedade, agitação, distúrbios do sono, disfunção sexual Ganho de peso, sonolência, poucos distúrbios TGI e náuseas EXEMPLOS MECANISMO USO/ INDICAÇÕES EFEITOS COLATERAIS 2˚ GERAÇÃO Isabela Castilho - T6 - Se o medicamento for indispensável, inserir o medicamento na menor dose terapêutica, com ajuste de acordo com função renal e hepática do idoso - Retirar o medicamento da farmacoterapia geriátrica assim que possível quando as situações agudas estiverem controladas DEPRESSÃO EM GESTANTES - Utilizar ISRS (Sertralina, Fluoxetina, Escitalopram) - Se uma mulher ficar grávida durante o uso de paroxetina e for estável, sugere-se que ela continue a medicação, especialmente se a resposta à paroxetina tiver ocorrido após vários outros testes antidepressivos fracassados. - Pacientes com depressão grave que não respondem ao ISRS devem mudar para ISRSN (Venlafaxina) - Não utilizar Paroxetina - Fluoxetina não é escolha de primeira linha DEPRESSÃO EM CRIANÇAS - Combinar farmacoterapia e psicoterapia - Utilizar ISRS (Fluoxetina) RETIRADA DE UM ANTIDEPRESSIVO Deve ser baixada a dose gradualmente durante pelo menos 4 semanas (Fluoxetina tem 1/2 vida mais longa, pode ser suspensa mais rapidamente). O paciente pode apresentar síndrome de abstinência quando for feita retirada abrupta, com sintomas iniciando entre 24-72h depois da interrupção: ansiedade, insônia, irritabilidade, explosões de choro, distúrbios de humor, tonturas, vertigens, cefaleia, tremores, vômitos, calafrios, fadiga, dores musculares. MEDICAMENTOS QUE PODEM CAUSAR DEPRESSÃO - Alfa-metildopa - Cimetidina - Glicocorticoides - Contraceptivos - Propanolol - Ranitidina - Sulfonamidas - BenzodiazepínicosFAIXA ETÁRIA IDOSO GESTANTE CRIANÇA MEDICAMENTO Bupropiona, ISRS (Sertralina, Citalopram), ISRSN (Duloxetina, Venlafaxina) *Preferir sonoterapia ISRS (Sertralina, Fluoxetina, Escitalopram) ISRS (Fluoxetina) *Farmacoterpia + psicoterpia CONTRAINDICADOS ADT, Paroxetina, Fluoxetina Paroxetina - BENZODIAZEPÍNICOS AÇÃO CURTA AÇÃO INTERMEDIÁRIA AÇÃO LONGA MEDICAMENTOS Triazolam, Zolpidem, Midazolam Estazolam, Alprazolam, Lorazepam, Temazepam Diazepam, Clonazepam, Flurazepam MECANISMO Aumentam a frequência de abertura dos canais de cloreto, levando à hiperpolarização celular, dificultando a sua despolarização, o que reduz a excitabilidade neuronal. A ligação do GABA é potencializada pelo BZD, resultando em maior entrada de íons cloreto MEIA-VIDA 2 - 6h 6 - 24h > 24h USO GERAL Efeito ansiolítico, anticonvulsivante, sedativo e relaxante muscular. Podem ser utilizados para tratar insônia, convulsões, síndrome de abstinência, distúrbios do sono REM, TAG grave, anestesia pré-operatória *Não é indicado para uso prolongado (> 4 semanas) USO ESPECÍFICO Pré-operatório Insônia Ansiedade EFEITOS ADVERSOS Cansaço, sonolência, torpor, sedação, ganho de peso, tolerância e dependência, quedas, déficit cognitivo, sintomas de retirada abrupta (confusão mental, visão borrada, diarreia, ansiedade, insônia) Idosos: aumenta o risco de comprometimento cognitivo, delirium, quedas, fraturas. Possuem sensibilidade aumentada para benzodiazepínicos e redução no seu metabolismo *Antídoto = Flumazenil Isabela Castilho - T6 USO DE BENZODIAZEPÍNICOS - Principalmente nas primeiras semanas de tratamento da depressão, junto com o antidepressivo serotoninérgico (até que os sintomas sejam controlados) ou em situações de emergência (escape de sintomas ansiosos) - Distúrbios do sono - Relaxamento muscular - Efeito anticonvulsivante - Procedimentos (ex.: endoscopia) - Pré-medicação antes de cirurgias - Ansiolíticos —> anticonvulsivante —> hipnótico —> relaxante muscular —> perda de consciência = essa sequência de uso muda conforme a dose do medicamento é elevada MELATONINA É um agonista hormonal que diminui o tempo que o paciente leva para dormir (latência do sono) por 5-9 minutos, para que pacientes com síndrome da fase tardia do sono possam adormecer mais rapidamente. Foi liberada pela ANVISA. TRATAMENTOS FITOTERÁPICOS PARA DEPRESSÃO - Erva de São João/ Hipérico: tratamento de estados depressivos leves/ moderados. Tem interação com Varfarina, ACO, diminui efeitos de indução metabólica via CP450 - Kava-kava: tratamento sintomático de estágios leves/ moderados de ansiedade e insônia. Causa toxicidade hepática _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 1 Silvia, 37 anos está utilizando Amitriptilina para depressão. Está utilizando o medicamento há 10 dias e liga para você dizendo: ‘Dr. (a) estou tomando este medicamento há 10 dias e não estou melhorando. Parece que estou até pior com tantos efeitos colaterais, o que eu faço?’ 1. Qual o mecanismo de ação/classe deste medicamento? Quais são os efeitos colaterais que Silvia pode esperar? ADT. Bloqueio da recaptação de monoaminas (norepinefrina e serotonina), bloqueia receptores adrenérgicos (alfa-1), de histamina (H1) e muscarínico (relações com os principais efeitos colaterais) - Receptor Alfa-1: hipotensão - Receptor M1: boca seca, contipação - Receptor H1: sedação e ganho de peso (usar o medicamento de noite) 2. Quais as principais contraindicações da utilização desta classe de antidepressivos? Problemas cardíacos, pacientes > 50 anos, glaucoma de ângulo fechado, Critérios de Beers (contraindicado para idosos - causa sedação, quedas) 3. Quais os outros representantes desta classe de antidepressivos? Existem diferença entre eles, o que precisa saber em relação a estas diferenças para a correta conduta clínica? - Imipramina: poucas ações psicóticas, atua mais na depressão - Amoxapina: antagonista da dopamina - Clomipramina 4. Se Silvia tivesse 70 anos poderia utilizar amitriptilina? Justifique. Não, pois esse medicamento é contra-indicado para idosos pelo Critérios de Beers 5. Como você orientaria Silvia em relação a pergunta que ela fez? Orientar a paciente que ela precisa de uma média de 4 semanas para que o medicamento comece a ter os efeitos clínicos desejados de melhora após o início do tratamento. Isso ocorre pois é necessário infrarregular os receptores, já que a doença é causada por uma suprarregulação de receptores. Após o tratamento, rapidamente a quantidade de NT aumenta, mas é necessário infrarregular os receptores para diminuir a recaptação do NT, e essa infrarregulação demora em média 4 semanas _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 2 Lara, 27 anos desenvolveu depressão após a morte de sua mãe. Foi prescrito Paroxetina. 1. Qual o mecanismo de ação/classe da paroxetina? Qual a diferença entre a paroxetina, a amitriptilina e a venlafaxina em relação a mecanismo de ação/efeitos colaterais? - Paroxetina: ISRS (inibe recaptação de 5-HT). Causa sedação, diminuição de libido, não pode ser usado em grávidas - Amitriptilina: ADT (inibe recaptação de 5-HT e NE). Causa sedação, boca seca, constipação (receptores A1, H1 e M1) - Venlafaxina: ISRSN (inibe recaptação de 5-HT e NE). Causa agitação, aumento de PA, aumento de FC (medicamento dual, atua fracamente em H1, A1 e M1 — > menos efeitos colaterais). São mais seguros que a amitriptilina 2. Qual a diferença entre a venlafaxina e a desvenlafaxina? - Venlafaxina: atua inibindo recaptação de serotonina e noradrenalina (2 mecanismos). Em doses baixas, atua mais na serotonina, e a ação na noradrenalina é mais relacionada com aumento de doses. Metabolizada pelo CYP 2D6 (metabolização hepática). Contraindicado em pacientes hipertensos - Desvenlafaxina: inibe recaptação de serotonina e noradrenalina, mas atua mais na noradrenalina. É o metabólito ativo (não precisa de metabolização hepática) Isabela Castilho - T6 3. Quais os outros representantes da classe da Paroxetina? Fluoxetina, Fluvoxamina, Paroxetina, Citalopram, Escitalopram, Sertralina 4. Quais os outros usos clínicos dos antidepressivos, além do tratamento da depressão? Ansiedade, TOC, dor crônica (principalmente dual e tricíclico), fibromialgia, fobias, disfunções sexuais (ISRS), narcolepsia, fobia social, bulimia, abandono de tabagismo, TPM (ISRS), enxaqueca (Amitriptilina), ejaculação precoce 5. Lara após 3 meses do início com o antidepressivo foi diagnosticada com CA mama hormônio positivo. Médico oncologista fez a prescrição de Tamoxifeno. Pode continuar utilizando paroxetina? Justifique. Qual a conduta? Paroxetina não pode continuar a ser usada. O Tamoxifeno é um modulador seletivo de receptor de estrógeno, antagonista na mama e agonista no osso e útero, ele uma pró-droga, então precisa ser metabolizado no fígado (CYP 2D6 - também metaboliza Paroxetina = diminui o efeito da metabolizaçao hepática). Pode ser trocado por um ISRSN (Sertralina, Escitalopram) _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 3 Sr. Agostinho, 50 anos com depressão foi tratado com um inibidor da monoamina oxidase. Seu médico agora está alterando sua terapia antidepressiva para Fluoxetina. 1. Quais os principais representantes dos inibidores da monoamino oxidase? Qual o mecanismo de ação? Fenelzina, Tranilcipromina, Moclobemida. Ao inibir a MAO (metaboliza serotonina, noradrenalina, dopamina e tiramina), os níveis de serotonina, noradrenalina e dopamina aumentam. Os principais efeitos são relacionados à interação de alimentos com tiramina (vinhos, queijos envelhecidos, carnes secas, molho shoyu), causando crises hipertensivas 2. Quais orientaçõesdevem ser passadas aos pacientes em relação ao uso de inibidores da monoamino oxidase Orientar quanto à interação de alimentos com tiamina (queijos envelhecidos principalmente) 3. Ele já estava tomando Moclobemida, um inibidor de MAO. Alguma orientação para mudar a medicação para a Fluoxetina? Justifique. Aguardar pelo menos 14 dias após interrupção do uso de IMAO para iniciar administração de um agente serotoninérgico. Isso é feito para evitar síndrome serotoninérgica (pois ambos os medicamentos aumentam as quantidades de serotonina) 4. Em que interações medicamentosas ele deve ser advertido durante a tomada da Fluoxetina? Medicamentos que aumentam a serotonina na fenda: Triptanos, opióides 5. Algumas classes de medicamentos podem levar a depressão. Quais são estas classes? Betabloqueador, anfetamina, álcool, cocaína _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 4 Nicolas, 40 anos apresenta ao seu consultório reclamando de letargia. Ele tem se sentido cada vez mais cansado nos últimos meses e também relata dificuldade de concentração no trabalho. Ele descreve seu humor como triste quase todos os dias nos últimos 3 meses. Relata que não está encontrando prazer nos hobbies de jogar tênis e ir à praia como antes. Ele perdeu 8kg nos últimos 2 meses, tem pouco apetite. Você suspeita que o paciente está sofrendo de depressão. Você adverte Nicolas que pode ter a função sexual diminuída como um efeito colateral desta nova medicamentação. 1. Qual a classe desta nova medicação? ISRS (Faz redução de afeto negativo) 2. Qual outra opção farmacoterapêutica poderia ser utilizada sem prejudicar a função sexual? Qual o medicamento de ação deste medicamento? Bupipropiona (avaliar a sintomatologia do paciente - causa diminuição de afeto positivo). Inibe captação de noraadrenalina e Dopamina 3. Além do efeito antidepressivo, quais outros usos clínicos para esta outra opção farmacoterapêutica? Evita disfunções sexuais, ajuda a cessar o tabagismo 4. Quais as orientações a serem passadas ao paciente quando da retirada de um antidepressivo ao final do tratamento? Quanto ao desmame do medicamento. É necessário diminuir as doses gradualmente de acordo com a medicação, intercalar os dias de tomada do medicamento. Se não realizar o desmame, pode ocorrer síndrome de abstinência (ansiedade, tremores) 5. Nicolas poderia utilizar algum medicamento fitoterápico para a depressão. Se sim, qual? Alguma orientação em relação a isso? Sim. Erva de São-João pode ser utilizada (tem efetividade comparada a tricíclicos e ISRS) para depressões leves. O problema é que causa muitas interações: Warfarina, ACO, anti-hipertensivos Isabela Castilho - T6 _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 5 Brenda, 30 anos, gestante. Chega ao seu consultório e após anamnese você a diagnostica com depressão. 1. Qual a sua conduta com Brenda? Primeiro deve tentar o tratamento não farmacológico, depois o medicamentoso. Avaliar a história pregressa do paciente, se já usou algum medicamento e teve resposta positiva. Setralina, Citalopram, Fluxetina podem ser utilizadas 2. Quais os medicamentos antidepressivos estão inseridos na Rename 2018? Clomipramina, Amitriptilina, Nortriptilina, Fluoxetina, Bupropiona _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 6 Irineu, 35 anos, apresenta quadro de ansiedade e insônia, relata ao médico na anamnese ser etilista crônico. 1. Comente por quê o uso de benzodiazepínicos (BZD) seria arriscado para Irineu. Quais as principais contraindicações dos BZD com base nos seus efeitos colaterais. Qual outra opção farmacoterapêutica poderia ser prescrita a ele? O benzodiazepínico não é considerado primeira escolha para ansiedade (causa sedação, dependência, tolerância). Os demais antidepressivos não causam tolerância e dependência. Os BZD podem ser utilizados para ansiedade, mas não são a melhor escolha, devido aos efeitos colaterais: sedação, sonolência, amnésia, perda de coordenação motora, diminuição de cognição. Essa classe de medicamento pode ser usado como hipnótico, anticonvulsivante 2. Qual a finalidade do medicamento Flumazenil junto aos BZDs? Serve como Antídoto 3. Qual o mecanismo de ação dos BZDs? Além do tratamento da ansiedade e insônia, quais os principais usos clínicos dos BZD? Atua no GABA. Aumenta a freqüência da abertura dos canais de cloreto, passando mais cloreto = hiperpolariza a célula e causa os efeitos 4. O que é a síndrome da abstinência dos BZD? Síndrome de abstinência é causada pela retirada abrupta dos medicamentos que causam dependência, inclusive os BZD, levando a quadros de ansiedade, vômitos, náuseas, diarreia, sudorese 5. BZD são primeira escolha para o tratamento da ansiedade? Justifique. Não 6. Quais os critérios diferenciam o uso de BZD para condições clínicas diferentes: ansiedade, insônia e pré- operatórios? - Ansiedade: longo (Diazepam) - Insônia: intermediário (Alprazolam, Lorazepam) - Pré-peratório: Midazolam 7. Quais os medicamentos BZD estão inseridos na Rename 2018? Diazepam, Clonazepam, Midazolam, Clobazam _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 7 Sarah, 29 anos tem dificuldade para dormir. O médico faz prescrição de Melatonina. 1. O que você sabe sobre este medicamento? É um agonista de hormônio (mimetiza a ação hormonal), é produzido pelo corpo, principalmente no escuro 2. Qual a diferença entre a Melatonina e o Zolpidem? A melatonina é um hormônio e o Zolpidem é um medicamento não benzodiazepínico, que atua especificamente no receptor GABA-A, causa mais indução do sono do que os demais efeitos 3. Sarah poderia utilizar algum medicamento fitoterápico para a insônia. Se sim, qual? Alguma orientação em relação a isso? Cava-cava, valerianA _________________________________________________________________________________________________________________ OBJETIVOS DE TRATAMENTO TAB - Restaurar o equilíbrio psíquico - Interromper a depressão ou mania, promovendo segurança, conforto e socialização do paciente - Evite recorrência de novas crises depressivas ou maníacas, ou suicídio FASES DO TRANSTORNO BIPOLAR - Bipolar I: ocorrência de episódios maníacos com ou sem um episódio depressivo maior - Bipolar II: pelo menos um episódio depressivo com pelo menos um episódio hipomaníaco MEDICAMENTOS USADOS NO TRATAMENTO TAB - Lítio - Valproato - Lamotrigina - Carbamazepina Isabela Castilho - T6 - Antipsicóticos atípicos (Olanzapina, Risperidona, Ziprasidona, Quetiapina, Aripiprazol) - Benzodiazepínicos CARACTERÍSTICAS DE UM ESTABILIZADOR IDEAL - Tolerabilidade - Eficácia na mania e depressão e manutenção - Rápido início de ação - Baixo custo - Farmacocinética favorável - Promover neuroproteção (neurogênese) MANEJO DO TRANSTORNO BIPOLAR - Mania aguda: lítio, valproato, carbamazepina - Benzodiazepínicos (Lorazepam, Clonazepam) são usados como tratamentos adjuvantes para insônia, agitação ou ansiedade - Adesão: é problemática pois os pacientes com mania não têm um entendimento de sua doença e se recusam a tomar os medicamentos - Episódios maníacos graves: lítio ou valproato associado a um antipsicótico (ao invés de monoterapia) - Resistentes ao tratamento: lítio é trocado pelo valproato ou vice-versa,e antipsicótico é trocado por outro antipsicótico - Depressão bipolar: queitapina, lítio, lamotrigina, valproato. Pode ser feita ECT - Manutenção: - Pacientes que respondem à farmacoterapia aguda: tratamento de manutenção com o mesmo esquema, ao invés de trocar os medicamentos - Pacientes que não toleraram a farmacoterapia inicial enão foram tratados com lítio: monoterapia com lítio - Pacientes que não respondem/ não toleram lítio: valproato, quetiapina ou lamotrigina TAB MANIA AGUDA DEPRESSÃO BIPOLAR MANUTENÇÃO MEDICAMENTO Lítio, Valproato, Carbamazepina Quetiapina, Lítio, Lamotrigina, Valproato Mesmo esquema, se não tolera = fazer monoterapia com lítio, se não responde ao lítio = fazer Valproato, Quetiapina ou Lamotrigina ESTABILIZADORES DO HUMOR LÍTIO ÍON VALPROATO CARBAMAZEPINA LAMOTRIGINA MECANISMO Inibe a enzima inositol monofosfatase, diminuindo as reservas de inositol dos neurônios e inibindo na formação de fosfatidilinositol (2˚ mensageiro que está desregulado em pacientes com TAB). Diminui atividade das proteínas e altera o transporte de sódio. Pode ter efeitos neuroprotetores e aumentar a depuração de glutamato Aumenta a disponibilidade de GABA, aumenta ação do GABA, aumenta ação nos receptores pós-sinápticos (ação em canais de Na+). Pode inibir excitação neuronal Estabiliza a membrana do nervo hiperexcitado, inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Previne estímulos repetitivos de potencial de ação bloqueando os canais de sódio Inibe a liberação de glutamato (é um AA exitatório) e inibe os canais de sódio sensíveis à tensão, que estabilizam as membranas neuronais. Tem fraco efeito inibitório no receptor 5-HT3. Inibe diidrofolato-redutase (= diminui as concentrações de folato) ESTABILIZADORES DO HUMOR Isabela Castilho - T6 DEPAKOTE X DEPAKENE Uso de divalproato de sódio (Depakote) em formulações de liberação retardada diminui os efeitos sobre o trato gastrointestinal, em alguns pacientes, mas o risco não é de todo eliminado. Esses efeitos podem ser minimizados com a administração do valproato de sódio junto às refeições ou por meio do início da terapia com a menor dose possível, aumentando-a gradativamente. O Depakene é o acido valpróico ou valproato de sódio. USO 1˚ linha no tratamento e profilaxia do TAB, diminui o risco de suicídio, tratamento de depressão do TAB *Padrão ouro para TAB tipo I *Pode ser usado na depressão e na mania Promove efeitos antimaníacos mais rápido que o lítio, com benefício terapêutico observado em 3 - dias Mania, distúrbios de humor bipolar, depressão, Neuralgia do trigêmeo Tratamento porfilático para depressão bipolar (tratamento de manutenção) EFEITOS ADVERSOS Ondas T anormais, bradicardia, arritmias, edema, extremidades frias, síncope, ataxia, confusão, tontura, sonolência, reação extrapiramidal, inquietação, retardo, acne, alopécia, pigmentação da pele azul-acinzentada, convulsão, estupor, prurido, erupção cutânea, hipotireoidismo, desidratação, glicosúria, dor abdominal, N/V, aumento de sede, ganho/ perda de peso, impotência, incontinência, angioedema, poliartralgia, visão turva, poliúria, teratogenicidade *Administrar após as refeições para diminuir desconforto gástrico Sedação, cefaleia, aumento de transaminases, tremores, alopecia, trombocitopenia, desconforto GI. Risco de AVC hemorrágico *Tomar com alimentos ou lentamente para diminui desconforto GI Tontura, sonolência, ataxia, N/V, agranulocitose, anemia aplástica, pancreatite, neocrólise periférica tóxica, hiponatremia. Risco de AVC isquêmico Náuseas, agressividade, insônia, cefaleia, ataxia, perda de peso, necrose epidérmica tóxica, Síndrome de Stevens- Johnson *Titular a dose = diminui os efeitos colaterais CONTRAINDICAÇÕES Doença renal grave, doença cardíaca grave, desidratação grave, alergia a lítio Gravidez Gravidez, idosos (Critérios de Beers) — INTERAÇÕES Aumentam a concentração de lítio: mais perigosos —> AINE, iECA, Valproato, Metildopa, BCC, Topiramato Diminuem a concentração de lítio: Teofilina, diuréticos É um medicamento inibidor do metabolismo = aumenta os níveis sérios de outros medicamentos É um medicamento indutor do metabolismo = diminui o nível sérico de outras drogas Aumentam a concentração de Lamotrigina: Valproato (causa mais erupção cutânea) Diminuem a concentração de Lamotrigina: Fenitoína, Carbamazepina, Fenobarbital, ACO GESTAÇÃO Contraindicado. Pode causar malformações cardíacas (anomalia de Ebstein) principalmente no 1˚ trimestre. Se necessário, manter na menor dose durante a gravidez, retirar 24h - 48h antes do parto Classificação X. Contraindicado por causar defeitos no tubo neural Classificação D. Seu uso durante o 1˚ trimestre pode aumentar os defeitos no tubo neural, podendo causar espinha bífida e outras anomalias congênitas Classificação C. Mais seguro *Melhor que lítio, Carbamazepina e Valproato LÍTIO ÍON VALPROATO CARBAMAZEPINA LAMOTRIGINAESTABILIZADORES DO HUMOR Isabela Castilho - T6 MONITORAMENTO DE PACIENTES COM TAB O Life Chart Method pode ajudar os pacientes a se tornarem mais envolvidos no tratamento, com papel afetivo, relacionado comportamentos específicos com alterações sintomáticas. Os possíveis benefícios incluem a identificação de não respondedores, a detecção de sintomas residuais ou prodrômicos e a ajuda ao reconhecimento da melhora. CASO CLÍNICO 1 Marcela, 30 anos está sendo tratada com lítio para transtorno bipolar. 1. Quais são as opções de tratamento para a fase depressiva e a fase maníaca? Como escolher a farmacoterapia ideal neste contexto? - Fase depressiva: Lítio, Quetiapina, Lamotrigina, Valproato, ECT. Não usar monoterapia com antidepressivos (associar com estabilizador de humor para evitar virada maníaca) - Fase maníaca: Lítio, Valproato, Carbamazepina, Benzodiazepínicos. Na mania grave = - Mania grave: Lítio ou Valproato + antipsicótico - Fase de manutenção/ prevenção: lítio *Olanzapina + fluoxetina = bons resultados na bipolaridade *Lítio pode ser usado na fase depressiva e na mania Os critérios de escolha desses medicamentos são custo, tolerabilidade, efeitos colaterais, comorbidades associadas. Se o paciente for resistente ao tratamento, trocar os medicamentos (antipsicótico por outro antipsicótico). Durante a mania, o paciente geralmente não consegue se tratar (baixa adesão nessa fase). 2. Qual o mecanismo de ação do Lítio? Qual a fase da doença ele é utilizado? Possui vários mecanismos de ação. Na bipolaridade, há um aumento de neurotransmissores excitatórios e diminuição dos neurotransmissores inibitórios. - Inibe a ativação dos NT excitatórios (dopamina e glutamato) e estimula os NT inibitórios (GABA) - Atua em 2˚ mensageiro (inibindo-o = altera transmissão muscarínica e adrenérgica), BDFL e proteínas. - Inibe a enzima inositol monofosfatase, diminuindo as reservas de inositol nos neurônios, interferindo na formação de fosfatidilinositol - Altera o transporte do sódio nas células nervosas e musculares provocando uma alteração no metabolismo intraneural das catecolaminas TRATAMENTO DE TDAH METILFENIDATO LISDEXANFETAMINA (VENVANSE) MECANISMO Estimula o SNC, bloqueia recaptação de norepinefrina e dopamina dos neurônios pré-sinápticos. Estimula o córtex cerebral e estruturas subcorticais semelhantes às anfetaminas *Só funciona no período em que é administrado (se não tomar = sintomas voltam) É uma amina simpaticomimhtica que promove liberação de dopamina e norepinefrina dos seus locais de armazenamento nos terminais nervosos pré-sinápticos. Tem ação em 60 minutos e dura até 10h USO Tratamento de TDAH (não diminui hiperatividade, apenas aumenta a atenção). Mais indicado para crianças *Off - label: depressão (cuidados paliativos), fadiga relacionada ao câncer *Ingerir 30 - 45 min antes das refeições (alimentos aumentam absorção do medicamento) TDAH, transtornos de compulsão alimentar. Mais indicado para adultos *Tomar pela manhã (se não pode causar insônia) CONTRAINDICAÇÕES < 6 anos, junto com IMAO, hipertensão grave, insuficiência cardíaca, arritmia, hipertireoidismo, álcool, gestantes (risco C) __ EFEITOSCOLATERAIS Cefaleia, insônia, irritabilidade, diminuição de apetite, xerostomia, N/V, tremores, coma, convulsões, taquicardia, alucinações, arritmia *Alto potencial de abuso e dependência Insônia, xerostomia, dor abdominal superior Medicamentos inibidores do metabolismo = aumentam níveis séricos de outras drogas. Ex.: íon Valproato Medicamentos indutores do metabolismo = diminuem níveis séricos de outras drogas. Ex.: Carbamazepina GESTANTES 1˚ escolha = Lamotrigina Se não responder bem a esse medicamento = Quetiapina. Se não responder a nenhum dos dois = Fluoxetina + Olanzapina ou Lamotrigina + Lítio Valproato > Carbamazepina > Lítio > Lamotrigina > Antipsicóticos > Antidepressivos Isabela Castilho - T6 3. Como o lítio deve ser administrado? Com ou sem alimentos? Deve ser administrado com alimentos. 4. Quais as principais reações adversas/interações medicamentosas mais importantes na utilização do Lítio? Tremor involuntário, polidipsia, hipotireoidismo, bócio, incontinência urinária, poliúria, diarreia, náuseas, ganho de peso, sonolência 5. O que você sabe sobre a toxicidade do Lítio? Quais as contraindicações para a utilização do Lítio? - Hipersensibilidade - Gravidez e período de aleitamento; - Pacientes portadores de doenças renais e cardiovasculares, em indivíduos debilitados ou desidratados, em quadros de depleção de sódio, ou em indivíduos com uso de diuréticos, pois o risco de intoxicação se eleva nestes pacientes. Se necessário, o carbonato de lítio deve ser administrado com muita precaução, incluindo dosagens séricas frequentes e ajuste de doses abaixo das habituais. Em alguns casos indica-se a hospitalização do paciente. A avaliação da função renal é essencial porque o lítio é eliminado pela urina e adicionalmente pode provocar alterações na função renal. Quadros de intoxicação leve ocorrem na faixa de 1,5 a 2,5mEq/L com sinais de náuseas, tremores finos e diarreia. Intoxicação de leve a moderada ocorre na faixa de 2,5 a 3,5mEq/L, com anorexia, vômito, diarreia, reação distônica, sedação excessiva, ataxia, polidipsia e poliúria. Intoxicação severa a moderada ocorre na faixa de 3 a 4 mEq/L e pode levar a coma e morte. *Começa com 200-300 mg, 2-3x/ dia *Única dose que reduz índice de suicídio 6. Se Marcela engravidar poderá continuar com o uso do Lítio? Justifique. Não (categoria D). O lítio pode causar má formação fetal quando administrado a mulheres grávidas. Dados sugerem um aumento no número de anomalias cardíacas, entre outras, ao nascimento, causadas pelo lítio, especialmente a anomalia de Ebstein (malformação da valva tricúspide). Se a mulher engravidar durante o tratamento com o lítio, ela deve estar ciente dos potenciais riscos para o feto. A litioterapia deve ser retirada durante o primeiro trimestre de gravidez, se possível (ex.: gravidez planejada), a menos que isso determine um sério dano para a mulher. Se necessário durante a gravidez, o lítio deve ser usado na menor concentração para manter estabilização da paciente 7. Qual o papel dos antipsicóticos e dos BZD no tratamento do TAB? São usados como tratamentos adjuvantes para insônia, agitação ou ansiedade, especialmente nos casos de emergência (pois o lítio demora para começar a agir = 5-7 dias). Antipsicóticos são um dos pilares para o tratamento _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 2 Francisca, 30 anos está sendo tratada com Lamotrigina para o transtorno bipolar. 1. Qual o mecanismo de ação? Inibe a liberação de glutamato (é um NT excitatório) e inibe os canais de sódio sensíveis à tensão, que estabilizam as membranas neuronais. Tem fraco efeito inibitório no receptor 5-HT3. - Mais utilizado na fase depressiva 2. Além da necrólise epidérmica, quais outras reações adversas podem acontecer? Náuseas, vômitos, insônia, tremores, ataxia, sonolência, cefaleia, perda de peso, agressividade - Tem menos efeitos colaterais - Síndrome de Steven-Johnsons (necrólise epidérmica) é mais rara, mas pode ser fatal - Fazer titulação do medicamento (ir aumentando as doses gradativamente) para diminuir os efeitos colaterais da droga 3. Quais as interações medicamentosas mais importantes? Fenitoína (diminui as concentrações de Lamotrigina, Fenbarbital, Risperidona, Valproato, Carbamazepina (diminui as concentrações de Lamotrigina), Rifampicina, medicamentos para tratar HIV, ACO combinados (pílula, adesivo, anel, injetável mensal) 4. Francisca está utilizando contraceptivos, alguma orientação? E se ela quiser engravidar? Deve retirar os contraceptivos, pois eles podem diminuir a concentração de Lamotrigina, sendo necessário realizar ajuste de dose 5. Qual a duração do tratamento para TAB? Tratamento vitalício _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 3 Catarina, 25 anos apresenta diagnóstico de TAB. Prescrição: Depakote®. 1. Qual a diferença entre Depakote® e Depakene®? Qual o mecanismo de ação/ principais contraindicações/interações medicamentosas? Possuem a mesma ação, mas são liberados em locais diferentes. Não há diferença de eficácia clínica, ambos atuam aumentando a disponibilidade do GABA. Valproato aumenta a concentração sérica de outras drogas (= tem muitas interações). Depakote: divalproato de sódio - Mecanismo: ele é dissociado em íon valproato no TGI. Foi sugerido que sua atividade na epilepsia está relacionada ao aumento das concentrações cerebrais de Isabela Castilho - T6 ácido gama-aminobutírico (GABA). É um pró-fármaco, possui menos efeitos colaterais - Contra-indicações: gestantes (avaliar risco x benefício), doenças no fígado (hepatotoxicidade), deve ser tomado com cautela por pessoas que já tiveram alguma doença no fígado. Não deve ser usado em pessoas com alergia ao divalproato de sódio - Interações medicamentosas: AAS, Felbamato, Meropeném, Rifampicina, Amitriptilina, Carbamazepina, Clonazepam, Diazepam, Lamotrigina, Fenobarbital, Varfarina - Efeitos colaterais: aumento de transaminases, sedação Depakene: ácido valpróico/ valproato de sódio - Mecanismo: sua atividade parece estar relacionada com o aumento dos níveis do ácido gama-aminobutírico (GABA) no cérebro. É o fármaco em si, precisa sofrer o metabolismo e possui mais efeitos colaterais - Contra-indicações: alergia ao ácido valproico, pacientes com doença no fígado, pacientes com distúrbios no ciclo da uréia (UCD), gestantes (avaliar risco x benefício) - Interações medicamentosas: Ácido acetilsalicílico, Felbamato, Meropenem, Rifampicina, Amitriptilina/ nortriptilina, Carbamazepina, Clonazepam, Diazepam, Etossuximida, Lamotrigina, Fenobarbital, Primidona, Fenitoína, Varfarina, Zidovudina, Tolbutamida, Topiramato *Contraindicado na gestação (altamente teratogênico) 2. Catarina quer engravidar, o médico pode substituir por Carbamazepina? Qual o mecanismo de ação da Carbamazepina, principais contraindicações/interações medicamentosas? Não, pois a Carbamazepina é classificada como risco D na gestação. Ela estabiliza a membrana do nervo hiperexcitado, inibe a descarga neuronal repetitiva e reduz a propagação sináptica dos impulsos excitatórios. Considera-se que a prevenção de estímulos repetitivos dos potenciais de ação sódio- dependentes na despolarização dos neurônios via bloqueio do canal de sódio voltagem- dependente pode ser o principal mecanismo de ação (bloqueia canais de sódio), antagoniza GABA - Contraindicações: gravidez, idosos, hipersensibilidade, pacientes com bloqueio átrio-ventricular, depressão de medula óssea, profirais hepáticas - Interações medicamentosas: IMAO - Droga indutora do metabolismo = diminui o nível sérico das outras drogas *Neuralgia do trigêmio, anticonvulsivante, TAB *Indução enzimática = diminui a concentração sérica dos outrosfármacos *Proibido na gestante 3. Qual o papel dos antidepressivos no tratamento do TAB? Pode utilizar ou não? Responda baseando-se na medicina em evidências. Podem causar virada maníaca (ciclagem rápida). Tomar cuidado com a prescrição de antidepressivos em monoterapia para evitar a virada. Olanzapina + Fluoxetina podem ser usados para evitar a virada maníaca. 4. Quais os medicamentos para TAB estão na Rename 2018? Carbamazepina, Carbonato de Lítio, Lamotrigina, Ácido Valpróico _________________________________________________________________________________________________________________ CASO CLÍNICO 4 Tiago, 8 anos foi encaminhado a um psiquiatra pela professora por apresentar desatenção e má concentração, bem como porque seu mau desempenho acadêmico resultou na piora das notas. Os pais descrevem dificuldade em seguir instruções, desorganização e esquecimento. Ele não tem sintomas de depressão, psicose nem de problemas de desenvolvimento. Diagnóstico: TDAH. Foi prescrito Ritalina 5mg 2x/dia (antes do café da manhã e antes do almoço). 1. Qual o princípio ativo, categoria farmacológica e mecanismo de ação deste medicamento? Metilfenidato. É um medicamento que estimula o SNC e bloqueia a recaptação de norepinefrina e dopamina nos neurônios pré-sinápticos. Estimula o córtex cerebral, estruturas corticais, melhorando a concentração, desempenho, aprendizado, memória, atenção 2. Qual a diferença entre a Ritalina®, Ritalina LA® e Concerta®? Ritalina: cloridrato de metilfenidato - comprimido de 10mg Ritalina LA: cloridrato de metilfenidato - cápsulas de liberação modificada de 10, 20, 30 ou 40mg Concerta: cloridrato de metilfenidato - comprimidos revestidos de liberação prolongada de 18, 36 ou 54mg *Só muda farmacocinética do fármaco, o desfecho clínico é o mesmo 3. Para que serve o Venvanse®? Qual a diferença entre ele e os medicamentos acima? É um medicamento utilizado no tratamento do TDAH e transtorno de compulsão alimentar, mais usado em adultos (metilfenidato é mais usado em crianças). A diferença é que ao invés de bloquear a recaptação de norepinefrina e dopamina, ele promove a sua liberação 4. Quais as reações adversas mais comuns / contraindicações para este medicamento? Cefaleia, insônia, irritabilidade, diminuição de apetite, xerostomia, náuseas, tremores, vômitos, convulsões, taquicardia, alucinações, arritmias, hipertensão 5. Qual o melhor horário de se utilizar estes medicamentos? Justifique. O horário em que o paciente precisa se concentrar, pois o medicamento só funciona durante o período administrado 6. Estes medicamentos podem desenvolver tolerância? O abuso crônico de Ritalina® pode conduzir à tolerância acentuada e dependência psicológica em graus variados de comportamentos anormais 7. Quais os medicamentos para TDAH estão na Rename 2018? Metilfenidato Isabela Castilho - T6 ESQUIZOFRENIA É um transtorno psicótico caracterizado por perda do contato com a realidade, deterioração do nível de funcionamento da vida diária, desintegração (transtorno de sentimentos, pensamentos e condutas). A teoria dopaminérgica é a mais aceita, tendo o receptor D2 o papel central: o aumento da atividade dopaminérgica agrava a esquizofrenia, e os medicamentos antipsicóticos bloqueiam os receptores D2. - Sintomas positivos: alucinações auditivas, transtornos do pensamento, delírios - Sintomas negativos: desmotivação, autonegligência, emoções reduzidas VIAS DOPAMINÉRGICAS - Via mesolímbica: na esquizofrenia não tratada essa via está hiperativa = excesso de dopamina na fenda = sintomas positivos. Esses medicamentos bloqueiam a ligação de dopamina ao receptor D2 (antagonista D2), reduzindo hiperatividade e sintomas positivos. Via responsável por prazer, euforia, delírio e alucinação - Via nigroestriatal: essa via não é afetada na esquizofrenia não tratada, mas o antagonismo dos receptores D2 impedem a ligação da dopamina e podem causar efeitos colaterais motores (extrapiramidais) pela suprarregulação, como a discinesia tardia (condição motora hipercinética - movimentos faciais, da língua, espasmos rápidos dos membros) - Via tuberoinfundibular: essa via está “normal" na esquizofrenia não tratada, os antagonistas D2 reduzem a atividade dessa via quando impedem a ligação da dopamina nos receptores D2, causando aumento dos níveis de prolactina (= efeitos colaterais de galactorréia e amenorreia). Responsável por funções autonômicas, sede, fome, apetite e sobrevivência - Via mesocortical: responsável pela função cognitiva do córtex pré-frontal, está relacionado com aspectos de motivação e resposta emocional, linguagem. Essa via está relacionada com a esquizofrenia pela diminuição da dopamina causando sintomas negativos SINTOMAS EXTRAPIRAMIDIAS São sintomas causados pelos medicamentos antipsicóticos, principalmente os de 1˚ geração/ típicos, que são antagonistas dos receptores D2 na via nigroestriatal. Seu tratamento pode ser feito com agonistas dopaminérgicos e com relaxantes musculares (ex.: Dantrolene), e os sintomas desparecem quando a medicação é suspendida - Distonia aguda: espasmo muscular breve ou sustentado, com contrações musculares - Acatisia: condição psicomotora na qual o paciente tem grande dificuldade em permanecer parado, sentado ou imóvel - Síndrome parkinsoniana: tremor, hipocinesia, rigidez e instabilidade postural - Discinesia tardia: movimentos repetitivos involuntários - Síndrome neuroléptica maligna: reação mais grave/ letal, é uma síndrome de deficiência aguda de dopamina. Há hipertonia muscular generalizada, hiperreflexia generalizada, alteração do nível de consciência, hipertonia, disfunção autonômica, insuficiência respiratória, rabdomiólise INDICAÇÕES DE ANTIPSICÓTICOS - Esquizofrenia - Transtorno bipolar - Depressão - Síndrome de Tourette - Doença de Huntington - Transtorno obsessivo compulsivo - Os antipsicóticos de segunda geração são preferidos, mas cada perfil de paciente deve ser avaliado para indicar a melhor opção: - Intensidade e apresentação dos sintomas - Perfil de eficácia e efeitos adversos da droga - Comorbidades do paciente - Efeitos secundários benéficos associados à droga - Poder de acesso aos medicamentos (custo) Via mesolímbica: hiperativa na esquizofrenia (aumenta dopamina), causa sintomas positivos. Sofre ação de D2 Via nigroestriatal: não afetada na esquizofrenia, causa sintas extrapiramidais. Sofre ação de D2 e 5HT2A VIa tuberoinfundibular: normal na esquizofrenia, causa galactorreia, amenorreia e síndrome neuroléptica maligna. Sofre ação de D2 Via mesocortical: alterada na esquizofrenia (diminuição de dopamina), causa sintomas negativos. Medicamentos antipsicóticos não funcionam nessa via Isabela Castilho - T6 ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS (1˚ GERAÇÃO) ATÍPICOS (2˚ GERAÇÃO) EXEMPLOS Clorpromazina, Levomepromazina, Haloperidol, Tioridazina, Trifluoperazina, Perfenazina, Flufenazina, Tiotixeno *Haloperidol possui maior potência (maior afinidade D2) = mais EEP e menos outros efeitos *Clorpromazina possui menor potência (menor afinidade D2) = menos EEP e mais outros efeitos Clozapina, Asenapina, Olanzapina, Quetiapina, Paliperidona, Risperidona, Sertindol, Ziprasidona, Zotepina Quetiapina: possui propriedades variadas conforme a dose administrada (antipsicóticas - 800mg/dia, antidepressicas - 300mg/dia e hipnóticas/ sedativas - 50mg/dia). A dose antipsicóticos atua nos receptores serotoninérgicos, dopaminérgicos e muscarínicos; a dose antidepressiva atua mais na dopaminérgica e serotoninérgica, e a dose hipnótica nos histaminérgicos Aripiprazol: agonista parcial D2 + bloqueio 5HT2 em alta afinidade + agonista parcial 5HT1 (aumenta dopamina) MECANISMO São antagonistas de D2 (bloqueiam D2 em alta afinidade) e atuam nas vias mesolímbica, nigroestriatal e tuberoinfundibular. Também atuam como anticolinérgicos/ muscarínicos, e bloqueiam receptores alfa-1 adrenérgicos e H1 histaminérgicos (causamos efeitos colaterais) Antagonista D2 na via Mesolímbica Antagonista D2 na via Nigroestriatal Antagonista D2 na via Tuberoinfundibular Antagonistas D2 (em baixa afinidade) e antagonistas 5-HT2A (em alta afinidade = aumentam a dopamina fronto-cortical, melhorando os sintomas negativos). São mais eficazes no alívio de sintomas negativos, mas também melhoram os positivos. Por bloquearem D2 em baixa afinidade, têm menos chances de desenvolver EEP (desinibição = bloqueio 5HT2A reverte o bloqueio D2 =). Eficazes em pacientes resistentes aos antipsicóticos típicos *Ações antdepressivas, antimaníacas, cardiometabólicas e ansiolíticas/ sedativo-hipnóticas Antagonista serotonina 2A na via Nigroestriatal EFEITOS COLATERAIS Anticolinérgicos/ muscarínicos: perda de acomodação visual, boca seca, constipação, dificuldade em urinar Bloqueio alfa-1 adrenérgico: hipotensão ortostática, disfunção erétil, retardo na ejaculação Bloqueio H1 histaminérgico: sedação, ganho de peso Ganho de peso, DM, hipercolesterolemia, menor elevação de prolactina, sedação, menos efeitos anticolinérgicos (boca seca, constipação), hipotensão ortostática (Risperidona, Clozapina), prolongamento da onda QT (Ziprasidona), passagem placentária (72% - Olanzapina), síndrome metabólica *Baixa adesão (pacientes não têm compressão de sua doença) *Paciente com insônia = usar antipsicótico sedativo *Paciente com HAS = usar antipsicótico com efeito hipotensão *Paciente com DM, obesidade, Sd. Metabólica = usar antipsicótico que diminui Sd. Metabólica Isabela Castilho - T6 CASO CLÍNICO 1 Fábio, 16 anos, estudante do ensino médio é encaminhado a uma clínica psiquiátrica para avaliação de suspeita de esquizofrenia. Após o estabelecimento do diagnóstico, Haloperidol é prescrito em uma dose gradualmente crescente, de modo ambulatorial. O fármaco causa efeitos colaterais intoleráveis. Apesar de seu custo mais elevado, a Risperidona é então prescrita; no decorrer de várias semanas de tratamento, a Risperidona atenua os sintomas e é tolerada pelo paciente. 1. Quais são as vias dopaminérgicas e suas relações com sintomas e o uso de antipsicóticos? Como estão classificados os medicamentos antipsicóticos? Qual o mecanismo de ação destes fármacos? As vias dopaminérgicas são: - Via mesolímbica: está hiperativa na esquizofrenia sem tratamento, com excesso de dopamina na sinapse. Essa via é responsável pelos sintomas positivos - Via nigroestriatal: essa via teoricamente não é afetada na esquizofrenia sem tratamento. Ela é responsável por causar efeitos colaterais motores (suprarregulação dos receptores —> aparecimento de condição motora hipercinético —> discinesia tardia —> movimentos faciais e de língua, espasmos de membros) - Via tuberoinfundibular: se projeta do hipotálamo para hipófise, está teoricamente “normal" na esquizofrenia não tratada. Os antagonistas D2 reduzem a atividade nessa via ao impedir a ligação de dopamina aos receptores D2, causando aumento dos níveis de prolactina, estando associado a efeitos colaterais (hiperprolactinemia causa galactorreia e amenorreia) Os antipsicóticos típicos: Atuam antagonizando receptores D2 de dopamina, com capacidade de bloquear os receptores colinérgicos muscarínicos, receptores de histamina H1 e/ou os receptores alfa-1 adrenérgico - Anticolinérgico/ muscarínico: causa perda de acomodação visual, boca seca, constipação, dificuldade de urinar - Alfa-1 adrenérgico: causa hipotensão ortostática, disfunção erétil, retardo na ejaculação - H1 histaminérgico: sedação, ganho de peso Classificação dos antipsicóticos: - Antipsicóticos típicos/ 1˚ geração: bloqueiam receptores D2 com alta afinidade. Essa afinidade é responsável por sua eficácia antiísicótica e pelos vários efeitos colaterais - Clorpromazina, Levomepromazina, Haloperidol - Antipsicóticos atípicos/ 2˚ geração: bloqueiam os receptores D2 com baixa afinidade e bloqueiam os receptores 5HT2 com alta afinidade, causando aumento da dopamina frontocortical. Causa melhora dos sintomas negativos, e apresenta menos efeitos colaterais - Clozapina, Olanzapina, Quetiapina, Risperidona 2. Como é a farmacocinética dos fármacos antipsicóticos? - São lipossolúveis; - Rapidamente absorvidos pelo TGI; - Metabolizados pelo citocromo P450; - Via de administração: Oral e IM* - Demoram de 3-8 semanas para fazer efeito, nesse meio tempo pode fazer uso de BZP 3. Além da esquizofrenia, quais outros usos terapêuticos para os antipsicóticos? - TAB (fase maníaca e manutenção) —> 2ª geração - Antiemético - Prurido - Coreia de Huntington - Doença de Alzheimer e Parkinson - Depressão maior - Depressão psicótica (2ª geração) - Comportamento Antissocial - Tiques Motores - Delírium - Demência - Autismo (risperidona) 4. Os antipsicóticos podem ser utilizados na gravidez/lactação? E para os idosos? Quais as principais interações? Gravidez: - Olanzapina: não tem teratogenicidade - Não são seguros para gravidez - Os mais utilizados são Haloperidol (risco C) e Risperidona (dentre os de 2ª geração é o que mais traz efeito extrapiramidal), aripiprazol, quetiapina. - Para grávidas, melhor utilizar os típicos, por conta do risco de diabetes gestaacional (os atípicos têm mais chance de síndrome metabólica). - Não utilizar na lactação. Idosos: - Aripiprazol: menos efeitos colaterais. - Todos os antipsicóticos estão nos critérios de Beers. - Preferência por atípicos (menos efeitos colaterais extrapiramidais). 5. Paciente idoso, diagnóstico de Parkinson que começou a evoluir com sintomas psicóticos. Qual a classe de antipsicótico melhor para este paciente? Justifique. Os antipsicóticos típicos são contraindicados aos pacientes portadores de Doença de Parkinson (DP), pois eles podem agravar os distúrbios motores, através do bloqueio da via nigroestriatal D2 (reduz dopa). Os antipsicóticos atípicos (aripiprazol) têm um perfil farmacodinâmico melhor, com menos sintomas extrapiramidais, sendo assim a classe de escolha para esses pacientes, pois agem em receptores dopaminérgicos Isabela Castilho - T6 límbicos (D3 e D4), sem o bloqueio dos receptores estriados D2, resultando em menos sintomas motores na DP. QUESTÕES DE REVISÃO 1) Redução do afeto positivo: A) Dopamina B) Serotonina C) Nora e Serotonina D) Nora e Dopamina **** 2) Qual o fármaco menos indicado para idosos na depressão? A) Venlafaxina B) Amitriptilina **** C) Bupropiona D) Fluoxetina 3) BZD com ação intermediaria que pode ser utilizado para a insônia: A) Midazolam B) Diazepam C) Alprazolam **** D) Clonazepam 4) Aumento do afeto negativo: A) Nora e dopa B) Dopamina C) Nora e serotonina **** D) Serotonina 5) Intervalo para a mudança de um serotoninérgico para um IMAO são 7 dias: A) Verdadeiro **** B) Falso 6) Hipnótico não benzodiazepínico: A) Zolpidem B) Midazolam C) Alprazolam D) Diazepam 7) Quais são as contraindicações dos antidepressivos tricíclicos? A) Neuralgia, dor neuropatica B) Ansiedade e transtorno do pânico C) Glucoma, bloqueio de ramo, bloqueio AV total, IAM D) Enxaqueca, ulcera peptica 8) Intervalo para a mudança de um IMAO para um serotoninérgico são 14 dias: A) Verdadeiro *** B) Falso 9) Qual alternativa representa a terapêutica de primeira escolha na TAG? PRINCÍPIO ATIVO CLASSIFICAÇÃO EFEITOS COLATERAIS RENAME CLORPROMAZINA 1˚ geração Ganho de peso, EEP, hipotensão, discinesias tardias, aumento de prolactina (ginecomastia), hipotermia, efeitos anticolinérgicos, icterícia obstrutiva SIm LEVOMEPROMAZINA 1˚ geração Efeitos anticolinérgicos (boca seca, constipação), hipotensão, sedação, sonolência, EEP Não HALOPERIDOL 1˚ geração EEP, hipercinesia, ginecomastia, hipotermia *Muito utilizado Sim TIORIDAZINA 1˚ geração Sedação e sonolência Não ARIPIPRAZOL 2˚ geração Hipotensão ortostática, leucopenia, neutropenia, agranulocitose *Poucos efeitos colateraisNão CLOZAPINA 2˚ geração Agranulocitose, crises convulsivas, salivação, efeitos anticlinérgicos, ganho de peso *Acompanhar com hemograma (agranulocitose) Sim OLANZAPINA 2˚ geração Ganho de peso, hipotensão ortostática, sonolência, hiperprolactinemia, hipercolesterolemia *Mais alterações na Síndrome Metabólica *Controlar com hemograma (agranulocitose) Sim QUETIAPINA 2˚ geração Tontura, boca seca, sonolência, elevação do colesterol total, ganho de peso, taquicardia, agitação, constipação Sim RISPERIDONA 2˚ geração Nasofaringite, IVAS, anemia, hipersensibilidade, insônia, ansiedade, ganho de peso, hipotensão Sim ZIPRASIDONA 2˚ geração Insônia, cefaleia, cansaço, náusea Sim SULPIRIDA 2˚ geração Crises hipertensivas, hiperprolactinemia, insônia, EEP *Utilizada para aumentar a produção de leite na amamentação (aumento da prolactina) —> não é mais seguro (toxicidade) Não Isabela Castilho - T6 A) ISRS*** B) IMAO C) ADT D) Bloqueadores da recaptação de nora e dopa 10) Qual medicamento não usar em gestantes com diagnóstico de depressão? A) Paroxetina *** B) Fluoxetina C) Buspirona D) Citalopram 11) Qual a melhor opção para se usar em pacientes depressivos com disfunção sexual? A) Amitriptilina B) Fluoxetina C) Paroxetina D) Buspirona*** 12) Não constitui uma contraindicação para uso de lítio: A) Pacientes hipertensos em uso de IECA + DIU (HCTZ) B) Gestantes C) Pacientes com risco de suicídio**** D) Pacientes com DRC 13) São drogas de escolha para a manutenção do TAB,exceto: A) Acido Valproico B) Lítio C) Olanzapina D) Sertralina*** 14) Sobre a primeira linha de tratamento da ansiedade: A) ISRS e ISRSN. Pode-se adicionar BZD nas primeiras semanas **** B) B-bloqueadores são agentes de escolha C) Tricíclicos são considerados de escolhas D) BZD são agentes de escolha 15) A carbamazepina é um indutor do metabolismo, assim aumenta a ação de outras drogas: A) Verdadeiro B) Falso *** 16) Qual a melhor opção para uma paciente gestante com TAB? A) Carbamazepina B) Lítio C) Acido Valpróico D) Quitiapna *** 17) O valproato é um inibidor enzimático, ou seja, diminui a concentração e toxicidade de outras drogas: A) Verdadeiro B) Falso **** 18) Com quais destes medicamentos é necessário cuidado devido ao índice terapêutico baixo? A) Bupropiona B) Fluoxetina C) Carbamazepina D) Lítio **** 19) Haloperidol, Risperidona e Aripiprazol são antipsicóticos que podem ser utilizados na gestação: A) Verdadeiro *** B) Falso 20) Alternativa de antipsicótico para pacientes com Parkinson por relacionar-se menos a SEP: A) Amitriptilina B) Haloperidol C) Lorazepam D) Quetiapina**** 21) Em relação a medicamentos na gravidez, é incorreto afirmar: A) Sertralina é segura ao contrário da Paroxetina B) Lamotrigina é um estabilizador de humor seguro na gestação C) Nortriptilina é relativamente seguro D) Olanzapina esta associado ao aumento de teratogenicidade**** 22)Atípico potente relacionado à agranulocitose, usado em casos refratários e pacientes suicidas: A) Aripiprazol B) Risperidona C) Cloazapina *** D) Haloperidol 23) Sistemas de neurotransmissor envolvidos no tratamento com antipsicóticos de segunda geração: A) Colinérgico e Serotoninérgico B) Dopaminérgico e Serotoninérgico***** C) Serotoninérgico e gabaergico D) Colinérgico e Noradrenergico 24) Dentre os antipsicóticos, qual induz mais síndrome metabólica: A) Aripiprazol B) Risperidona C) Olanzapina**** D) Quietiapina 25) Via dos sintomas "positivos" na esquizofrenia: A) Tuberoinfundibular B) Mesolímbica**** C) Mesocortical D) Nigroestriatal 26) Atipsicóticos atípicos causam menos efeitos extrapiramidas. Exemplo A) Clozapina e Haloperidol B) Clorpromazina e Olamzapina C) Olanzapina e Quetiapina***** D) Risperidona e Sulpirida 27) Os antipsicóticos típicos (primeira geração) agem em todos esses receptores, exceto: A) Anticolinérgico B) H1 histaminérgico C) Alfa 1 adrenérgico D) Nicotínicos**** 28) Em uso de IMAO deve-se tomar cuidado com o uso de triptanos e analgésicos opiodes A) Verdadeiro *** B) Falso 29) A carbamazepina pode também ser usada para o tratamento na neuralgia do trigêmeo A) Verdadeiro*** B) Falso
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