Buscar

Trabalho Comitês de Bacias Hidrográficas e Cobrança do Uso da Água


Continue navegando


Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DE ARARAQUARA UNIARA 
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO E TECNOLOGIA 
 
 
 
ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
ALDO DONIZETTI SANTAROSA JUNIOR 
ALESSANDRO CORREA 
ANDRÉ LUIZ FISNACK 
CEZAR FELIPE PIASSALONGA 
DANIEL FERNANDO GUILMO MANTECA 
GUILHERME HENRIQUE SASSO BRIZOLARI 
JOÃO VICTOR FIGUEIREDO ANDRADE 
LETÍCIA PEREIRA DA CONCEIÇÃO 
LUCAS GOMES DE MORAES 
OLAVO GARCIA SCOMPARIM 
THAISA GABRIELE ROMANINI 
 
 
 
 
COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS 
E 
COBRANÇA DO USO DA ÁGUA 
A IMPORTÂNCIA DO RECURSO E A PRESERVAÇÃO DO MESMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARAQUARA – SP 
2017 
1 
 
 
ALDO DONIZETTI SANTAROSA JUNIOR 
ALESSANDRO CORREA 
ANDRÉ LUIZ FISNACK 
CEZAR FELIPE PIASSALONGA 
DANIEL FERNANDO GUILMO MANTECA 
GUILHERME HENRIQUE SASSO BRIZOLARI 
JOÃO VICTOR FIGUEIREDO ANDRADE 
LETÍCIA PEREIRA DA CONCEIÇÃO 
LUCAS GOMES DE MORAES 
OLAVO GARCIA SCOMPARIM 
THAISA GABRIELE ROMANINI 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS 
E 
COBRANÇA DO USO DA ÁGUA 
A IMPORTÂNCIA DO RECURSO E A PRESERVAÇÃO DO MESMO 
 
 
 
 
 
 
 
O seguinte trabalho tem como objetivo 
demonstrar a importância dos comitês de 
bacias hidrográficas e explicar a cobrança 
proveniente do uso desse recurso natural 
mais utilizado por todos os seres humanos 
nos dias atuais. 
 
Universidade de Araraquara – UNIARA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARARAQUARA – SP 
2017 
2 
 
 
RESUMO 
 
 
. 
 
Palavras-Chave: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
ABSTRACT 
 
 
 
Keywords:. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................... 5 
2. DESENVOLVIMENTO .......................................................................... 6 
2.1. REVISÃO DE CONCEITOS ................................................................... 6 
2.2. LEI DAS ÁGUAS .................................................................................... 7 
2.3. UNID. DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS – UGRHs . 8 
2.4. UNID. DE GER. DOS RECURSOS HÍDRICOS 13 – TIETÊ JACARÉ ... 9 
2.5. COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS .......................................... 10 
2.6. COMITÊ DE BACIA TIETÊ-JACARÉ ................................................... 12 
2.7. SITUAÇÃO DAS DEMAIS BACIAS / UGRH / COMITÊS ..................... 14 
2.8. COBRANÇA DA ÁGUA ........................................................................ 15 
3. CONCLUSÃO ..................................................................................... 18 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Todos os seres humanos fazem utilização da água doce afim de abastecer suas 
necessidades como por exemplo a produção de energia, transporte de itens ou 
pessoas, plantio, indústrias, pesca e saneamento básico, cada um porém tem 
objetivos e interesses diferentes na utlização desse recurso. O uso incorreto do 
mesmo pode trazer consequencias graves e até mesmo irreversíveis, afetando 
portanto as próximas gerações que farão a utilização do ciclo. 
A extração desse recurso é realizada de bacias hidrográficas, que, portanto são 
mais que um sistema “gigantesco” natural de águas, já que apresentam poder em um 
sistema social, econõmico e ambiental. 
Afim de encontrar soluções para um melhor aproveitamento e preservação 
desse grande bem comum, além de concentrar os dados que por muita vez faltavam 
sugiram as UGRHs e também os comitês de bacias hidrográficas, são locais de 
discussão e decisão que reunem representantes da sociedade civil, usuários da água 
e do poder político. 
Os comitês são responsáveis por discutir e organizar com transparência os 
diferentes interesses dos usuários do recurso em uma bacia e o maior meio para isso 
é realizado através da elaboração do plano de recursos hídricos.O poder de decisão 
dos comitês é real e deve buscar através da conversa um ponto em comum afim de 
agradar a todos que dependem do recurso, pensando no futuro. 
A cobrança do uso da água tem papel primordial na demonstração de 
importância do recurso, além de gerar conscientização para os usuários já que afeta 
financeiramente o mesmo, reverte os fundos para o tratamento e preservação do 
recurso e também para fundos de financiamento como o Fundo Estadual de Recursos 
Hídricos - FEHIDRO, incentivando e investindo em novas ideias, planos e ações que 
estão na área de recursos hídricos, além de aprimorar os cuidados em relação a água. 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
2.1. REVISÃO DE CONCEITOS 
 
Afim de compreender de uma melhor maneira qual a verdadeira importância 
dos comitês de bacia hidrográficas, faz-se necessário conhecer o funcionamento de 
uma bacia e alguns conceitos que a envolvem. 
Bacia hidrográfica é uma região definida pelo homem, geralmente fazendo-se 
uso das curvas de nível, que contém um conjunto de rios, cada qual com sua classe 
e obrigatoriamente eles encontram um rio principal, desaguando em uma única foz. 
A qualidade da água dos rios depende principalmente da utilização da mesma 
para suprir as necessidades dos seres humanos, essas que são diversas. 
O mau uso do recurso consiste muitas vezes em utilizá-lo e despejá-lo 
novamente aos corpos d’água sem análise ou tratamento, assim, prejudicando ainda 
o restante de água já nos rios. Sendo assim, é preciso apresentar cautela quando o 
assunto é preservação e pensando sempre nas próximas gerações. 
A autodepuração de um rio consiste em uma capacidade do mesmo se 
recuperar após o mau uso citado no parágrafo acima, porém esse processo requer 
um certo tempo e graças ao aumento da população e consequentemente o aumento 
na utilização da água, os rios não conseguem mais realizar o processo de forma 
satisfatória e muito menos completa, surgindo então a necessidade de estações de 
tratamento de água e esgoto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
2.2. LEI DAS ÁGUAS 
 
 Até o ano de 1997, o Brasil possuía apenas um código de águas, formulado 
em 1934 e certamente não atingia todos os objetivos por ser considerado 
ultrapassado. Assim, em 1997 após inúmeros debates e estudos, a nova lei foi 
aprovada e fundamentada. 
Com uns aspecto condizente com a realidade, a lei das águas infelizmente não 
foi totalmente abraçada pela população, segundo Aroldo Cedraz é uma lei que se 
propõe a envolver a sociedade, já que todos que nela habitam fazem uso do recurso. 
A lei deu mais força e viabilizou a criação de mecanismos para a manutenção 
do recurso hídrico brasileiro, como exemplo podemos citar a criação da Agência 
Nacional de Águas – ANA, orgão extremamente importante na conscientização da 
população quanto a importância do recurso e da lei. 
 É possível consultar a lei através de uma simples pesquisa, ou diretamente no 
site do planalto, encontram-se abaixo o capítulo 1 da mesma, que contém os 
fundamentos utilizados como base para a criação dos artigos seguintes. 
 
I - a água é um bem de domínio público; 
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico; 
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o 
consumo humano e a dessedentação de animais; 
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo 
das águas; 
V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para implementação da Política 
Nacional de Recursos Hídricos e atuaçãodo Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos; 
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a 
participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades. 
 
 Para uma consulta completa da lei, o endereço é o seguinte: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9433.htm 
 
8 
 
 
2.3. UNIDADES DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS – UGRHs 
 
O tratamento de dados estatísticos e controle dos recursos hídricos no estado 
de São Paulo é realizado por meio de Unidades de Gerenciamento de Recursos 
Hídricos – UGRHs, afim de apresentar uma política descentralizada e mais cautelosa 
quanto aos cuidados do recurso. 
Existem atualmente distribuídas no estado, 22 bacias hidrográficas, cada qual 
com sua UGRHI e para facilitar o controle de dados, é possível também dividir essas 
unidades por região (retratadas no mapa abaixo com cores distintas). 
Para a elaboração de novas ideias e planos, as UGRHs fazem uso dos comitês 
de bacias hidrográficas, que serão explicados no item 2.5. 
 
 
 
Figura 1 - Mapa das Bacias/Regiões Hidrográficas do Estado de São Paulo 
9 
 
 
2.4. UNIDADE DE GERENCIAMENTO DOS RECURSOS HÍDRICOS 13 – 
TIETÊ JACARÉ 
 
O município de Araraquara pertece a UGRH 13, que é composta por 34 
cidades, além de Araraquara, encontramos as cidades de: 
 Agudos, Arealva, Areiópolis, Bariri, Barra Bonita, Bauru, Boa Esperança do 
Sul, Bocaina, Boracéia, Borebi, Brotas, Dois Córregos, Dourado, Gavião Peixoto, 
Iacanga, Ibaté, Ibitinga, Igaraçu do Tietê, Itaju, Itapuí, Itirapina, Jaú, Leiçóis Paulista, 
Macatuba, Mineiros do Tietê, Nova Europa, Pederneiras, Ribeirão Bonito, São Carlos, 
São Manuel, Tabatinga, Torrinha e Trabijú. 
No mapa a seguir podemos ver a distribuição territorial da UGRH 13 e os 
municípios que a pertence: 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2 - Mapa da UGRH 13 
10 
 
 
2.5. COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS 
 
Com o intuito de estabelecer ordem, analisar estatísticas, buscar o melhor 
aproveitamento do recurso, reforçar a importância do mesmo e propor um 
planejamento futuro sempre de olho nas próximas gerações, foram criados os comitês 
de bacias hidrográficas. 
 Comitês de Bacias Hidrográficas são locais / reuniões onde existem discussões 
e tomadas de decisões que dão voz aos usuários da água, da sociedade civil 
organizada (associações profissionais, cooperativas, corporações, grupos por gênero, 
culturais ou religiosos, orgãos de defesa do consumidor) e também do poder político. 
 Através de conversa pacífica, busca-se encontrar um ponto em que todos os 
usuários da água estejam satisfeitos, de modo que todos tenham o recurso para 
abastecer as necessidades. Sabe-se que é impossível agradar totalmente a todos, 
porém com os comitês de bacias hidrográficas é possível chegar a níveis satisfatórios 
de convergência e portanto uma melhora na situação. 
Uma das principais atribuições dos comitês é a montagem, execução e vistoria 
do Plano de Recursos Hídricos da Bacia, também conhecido simplesmente por Plano 
da Bacia. O Plano de Bacia é composto por itens que auxiliam na elaboração do 
mesmo, para a execução deve se primeiro de tudo montar um diagnóstico da situação 
atual, em seguida o prognóstico, após esses dois itens dá-se início do plano de ação 
para a gestão dos recursos pela UGRH, onde se define as metas e ações, realiza a 
montagem do programa de investimentos, o balanço entre as prioridades de gestão 
do município e o UGRH, o arranjo institucional para a introdução do plano e, por fim o 
acompanhamento e monitoramento do plano de bacia. 
 Os comitês apresentam atribuições importantes quanto a política, essas que 
foram atribuídas através da Política Nacional de Recursos Hídricos e as principais são 
de natureza deliberativa (decisão) onde podem arbitrar em primeira instância 
administrativa os conflitos ocorridos pelo uso da água, de natureza propositiva em que 
podem acompanhar a execução do plano de recursos hídricos da bacia e sugerir 
providências para o cumprimento de suas metas. Quanto a natureza consultiva, 
podem promover debate das questões relacionadas aos recursos hídricos e articular 
a atuação de entidades intervenientes. 
 
11 
 
 
Em entrevista, Anivaldo Miranda – Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica 
do Rio São Francisco, comentou sobre a gestão democrática que os comitês de bacia 
proporcionam e diz que os comitês que estão em início são o exemplo mais ricos do 
que é democracia participativa, fazendo uma gestão pública eficiente. 
Segundo Anivaldo Miranda, um comitê de bacia hidrográfica não é um orgão 
público, uma ONG e nem mesmo uma empresa privada, mas ao mesmo tempo tem a 
capacidade de ser todas essas entidades ao simultaneamente, já que todos que estão 
presentes devem se sentir em casa, explicando as divergências e através da conversa 
elas devem ser diminuídas, encontrando um ponto em comum que seja capaz de 
satisfazer a todos. 
A cidade de Bertioga vem fazendo um bonito papel quando o assunto é cuidar 
dos bens naturais, com cerca de 400km² o município apresenta cerca de 90% do seu 
terriótio sobre área de preservação permanente e busca alinhar progresso e 
preservação. A bacia hidrográfica de Bertioga é uma das maiores do estado e em uma 
parceria da prefeitura com o Fundo Estadual de Recursos Hídricos – FEHIDRO, foi 
adquirido uma chalana que recebe o nome de Arca do Saber, proporcionando aos 
alunos de rede pública e particular de ensino uma aula diferente, embarcando e 
conferindo de perto a natureza, aumentando a conscientização da preservação da 
água e suas inúmeras utilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
2.6. COMITÊ DE BACIA TIETÊ-JACARÉ 
 
Conhecendo melhor as definições de uma unidade de gerenciamento de 
recursos hídricos e de comitês de bacias hidrográficas é possível aprofundar nos 
dados do comitê responsável por nossa região. 
O comitê recebe o nome de Comitê de Bacia Tietê-Jacaré devido ao nome dos 
principais rios que fazem parte da bacia e foi fundado após uma série de reuniões 
marcadas pela dificuldade de introduzir um modelo de gestão de recursos hídricos por 
bacias hidrográficas, verificou-se então que pouca coisa havia sido realizada e então 
a escolha de fundar um comitê teria papel fundamental na gestão do recurso. 
No período de fundação, praticamente nenhum município tinha uma agenda 
que se preocupasse com o meio ambiente, ficou definido então que o foco principal 
do comitê seria o tratamento de esgoto sanitário. 
Na tabela a seguir, alguns dados de maior importância do comitê: 
Comitê de Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré 
Dados Gerais 
Área 11.749 km² 
População 1.479.207 hab 
Grau de Urbanização 96% 
N° de Municípios 34 
Principais Municípios Bauru, São Carlos, Araraquara e Jaú 
Atividades Esconômicas Principais 
Agrícola - Sucro-alcooleira e Cítricos 
Industrial - Diversificada 
Disponibilidade Hídrica 
Disp. Superficial per capita 2.068 m³/hab/ano 
Principais cursos d'água Rio Tietê, Rio Jacaré-Pepira e Rio Jacaré-Guaçu 
Principais Aquíferos Guaraní, Bauru e Serra Geral 
Colegiado 
Data de Fundação 10 de Novembro de 1995 
Sede da Secretaria Executiva Araraquara 
N° de membros plenária 36 Titulares - 36 Suplentes 
5 Câmaras Técnicas 
Planejamento e Gestão, Recursos Naturais, Saneamento 
Água Subterrânea e Educação Ambiental 
Tabela 1 – Dados do Comitê de Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré 
 
Os dados da tabela acima são do final de 2011, nesse mesmo ano o comitê 
tinha como perspectivas futuras a implantação da cobrança pelo uso da água, feito 
que foi realizado há pouco tempo nomunicípio de Araraquara. 
 
13 
 
 
O comitê também tem como objetivo elaborar o plano de bacia seguinte, 
aumentar ainda mais a divulgação do comitê e suas atividades, aumentar a 
participação da sociedade nas tomadas de decisão e criar mecanismos que otimizem 
a aplicação dos recursos provenientes da FEHIDRO e da cobrança de água. 
Os avanços mais notáveis com a criação do comitê até o ano de 2014 estão 
disponíveis na tabela a seguir: 
 
Item Antes Depois (2014) 
População 1,23 Milhões (1996) 1,53 Milhões 
Urbanização 92% (1996) 96% 
Abastecimento -- 96% 
Coleta de Esgoto 96,7% (1998) 96,20% 
Tratamento de 
Esgoto 
5,6% (1994) 65,80% 
Resíduos Sólidos 20% adequada(1997) 74,9% adequada 
 Tabela 2 – Evolução dos dados relativos ao comitê de bacia Tietê-Jacaré 
Atualmente a mesa do comitê é composto com os seguintes membros: 
Tabela 3 – Composição da Mesa Diretora – Bacia Hidrográfica Tietê-Jacaré 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Composição da Mesa Diretora Bacia Hidrográfica do Tietê-Jacaré 
Função Nome Representação 
Presidente Marcelo Fortes Barbieri Prefeitura - Araraquara 
Vice Presidente Jozrael Henriqués Rezende FATEC - Jaú 
Secretátia Executiva Érica Tognetti DAEE - Araraquara 
Secretário Executivo Adjunto Jorge Luis Carizia CETESB - SP 
14 
 
 
2.7. SITUAÇÃO DAS DEMAIS BACIAS / UGRH / COMITÊS 
 
Desde o ano de 2007, os comitês de bacias elaboram anualmente relatórios de 
situação referentes a qualidade e o balanço dos recursos hídricos no setor que eles 
se responsabilizam (UGRH). Esse relatório é utilizado para uma análise da situação 
atual e também afim obter orientações para a gestão da bacia. 
Os relatórios levam em consideração vários itens, como por exemplo a 
disponibilidade dos recursos, a demanda e o saneamento básico, os principais são 
elencados a seguir: 
Demanda de Recursos Hídricos, Disponibilidade Per Capita e Demanda em 
Relação a Vazões de Referência, Esgoto Sanitário, manejo de Resíduos Sólidos, 
Abastecimento de Água e também Qualidade das Águas no Estado de São Paulo 
Os relatórios montados pelas UGRHs são enviados para a Secretaria Estadual 
de Saneamento e Recursos Hídricos, onde são estudados e posteriormente 
publicados no anual. 
Através do relatório é possível fazer uma melhor análise da situação como um 
todo, realizar obras maiores que podem gerar melhorias para duas ou mais UGRHs. 
No ano atual, 2017, foi emitido o relatório com as análises do ano de 2015 
contendo 368 páginas e uma visão bastante ampla da situação do estado como um 
todo, incluindo o índice de perdas da região. A consulta desse ou dos relatórios 
anteriores pode ser realizada no site do Sistema Integrado de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos do Estado de São Paulo – SIGRH. 
Analisando o relatório, é possível notar que com a criação das UGRHs e dos 
comitês de bacia facilitou-se realizar o gerenciamento dos recursos hídricos. 
Já quanto á disponibilidade hídrica per capita foram apresentados dados 
críticos para a região da UGRHs 5. Isso deve-se ao fato da grande concentração de 
pessoas que habitam nessa região, atualmente essa disponibilidade gira em torno de 
130 m³ por ano, porém é mais do que conhecido que a distribuição é muito desigual, 
já que empresas consomem facilmente muito mais que o valor, deixando usuários 
sem água. O sistema da cantareira está coletando água das UGRHs vizinhas afim de 
solucionar esse problema 
 
 
15 
 
 
2.8. COBRANÇA DA ÁGUA 
 
Acreditamos que quando chega a conta de água em nossas residências, 
estamos pagando exclusivamente pela água que utilizamos, mas na realidade o valor 
que reembolsamos é apenas a prestação de serviço das empresas que fazem o 
abastecimento da nossa residência. Em algumas cidades, até o ano de 2005 
pagávamos apenas o valor para que a água chegasse a nossas casas, ou seja, o 
custo da companhia de realizar a extração, tratamento e nos enviar, mas após a 
aprovação da Lei de Cobrança pelo Uso da Água (Lei nº 12.183 de 29/12/2005) a 
situação mudou, os municípios podem ou não repassar essa cobrança ao consumidor. 
Com essa Lei foi estipulado um valor para a água em si, independentemente de quem 
faz a captação, se é uma concessão ou público. 
A cobrança pela utilização dos recursos hídricos não é um imposto, e sim uma 
remuneração pelo uso de tais recursos públicos, cujo preço é estabelecido com a 
participação dos usuários da água, dos civis e do poder publico nos comitês de bacia 
hidrográfica (CBHs). Essa cobrança tem como objetivo dar ao usuário uma indicação 
real do valor da água que com o crescimento e desenvolvimento da população deixou 
de ser um bem infinito como se pensava, incentivar o seu uso racional e obter recursos 
financeiros para a recuperação e manutenção das bacias hidrográficas. 
Todo dinheiro arrecadado em bacias estaduais é revertido para o FEHIDRO, 
ficando a disposição da UGRH da região em que ele foi repassado. 
A cobrança total será calculada através da soma do volume total de água 
captado, do volume de água não devolvido e do tipo de poluente lançado nas águas. 
Apenas os usuários diretos da água pagarão a conta tais como empresas de 
abastecimento público, indústrias ou usuários urbanos privados, porém como já dito 
no primeiro parágrafo, cabe a resalva de que as empresas de abastecimento poderão 
repassar esse valor cobrado para os consumidores, com exceção à aqueles que 
comprovarem baixa renda. 
Sabemos que a maior fonte de energia de nosso país vem dos recursos 
hídricos, nossos rios, que por vem se situam em bacias hidrográficas. Portanto, no 
ano de 2001, o setor elétrico passou a ser cobrado pela utilização de tais recursos 
hídricos. 
16 
 
 
Essa remuneração se iniciou no estado de São Paulo no ano de 2007, porém 
a cobrança já é realizada no estado do Ceará desde o ano de 1996, assim como se 
iniciou no estado do Rio de Janeiro em 2004. 
Na região de Araraquara surgiu recentemente, primeiramente começou em 
Piracicaba e há pouco tempo foi instituída em Araraquara após uma grande luta vinda 
dos comitês de bacia, já que é preciso seguir certos passos para a liberação política 
e assim começar a cobrança. 
Existem bacias estaduais e interestaduais em nosso país, e temos aquelas 
em que a cobrança já é realizada, as que estão em estado de aprovação e as que 
ainda não se tem o projeto para o mesmo. 
Na tabela abaixo, encontram-se os valores que foram definidos para a 
cobrança das bacias que utilizam água exclusivamente do estado de São Paulo: 
COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS DE DOMÍNIO DO ESTADO DE SÃO 
PAULO 
(COBRANÇA ESTADUAL PAULISTA) 
Tipo Uso Unidade 
Valores dos Preços Unitários Básicos (PUBs) 
2015 
 (até 16/08) 
2015 
(a partir de 17/08) 
2016 
Captação, Extração e Derivação R$/m3 0,01 0,0118 0,0127 
Consumo de água bruta R$/m3 0,02 0,0235 0,0255 
Lançamento de carga orgânica 
(DBO5,20) 
R$/Kg 0,1 0,1175 0,1274 
Tabela 4 – Sistema de Cobrança dos recursos hídricos no estado de São Paulo 
Como podemos ver, o custo é considerável pequeno perto do valor da conta 
que chega até nós, muitas vezes o valor da água vem diluído na fatura e não explícito 
pela companhia. Apesar de pequeno, com a junção de todos os usuários, só nas 
bacias de CBH – Piracicaba, Capivari, Jundiaí e CBH – Paraíba do Sul, de 2007 a 
2009 foram arrecadados cerca de 44 milhões de reais pela cobrança estadual. 
Em rios de domínio da União (aqueles que cortam mais de uma unidade da 
Federação) a cobrança já está ocorrendo na bacia do rio Paraíba do Sul (MG, RJ e 
SP) desde 2003 e na dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (MG e SP) desde 2006 e 
em ambas, já foram arrecadados100 milhões de reais até o final de 2009. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
De 2007 a 2009 foram aplicados pelos Comitês PCJ e PS, 30 milhões de 
reais, oriundos da cobrança em rios de domínio estadual, em empreendimentos para 
a melhoria da qualidade ambiental nessas regiões.
 
Figura 3 - Linha do tempo relativa instituição da cobrança dos recursos hídricos 
Figura 4 - Situação da cobrança em bacias estaduais 
18 
 
 
3. CONCLUSÃO 
 
Com a modernização do homem e o passar do tempo, evidentemente se faz 
necessário utilizar água em maior quantidade, afim de evitar que a situação se torne 
cada vez mais crítica ocorrendo uma queda na qualidade e quantidade de água que 
temos disponível, foram criados unidades capazes de controlar dados (UGRHs), os 
financiamentos a obras de caráter hidrológico (FEHIDRO) e principalmente a parte 
racional e democrática do cuidado com a água, os comitês de bacia. 
É mais do que notável as melhorias que os comitês de bacias proporcionam, 
sem contar a oportunidade democrática de participação de todos, desde aqueles que 
usam o fluido apenas para uso residencial até aqueles que usam industrialmente. 
Através dos planos de bacia, é possível controlar toda situação e propor ideias que 
trarão um desenvolvimento para os membros do comitê. 
Que a ideia do comitê seja ainda mais divulgada, que toda a população conheça 
a oportunidade de viver a plena democracia através dos comitês e que as cidades 
sigam o caminho de Bertioga, executando um progresso sem deixar de lado a 
natureza, afinal de conta para onde olharmos encontraremos recursos extraído dela. 
A cobrança da água não deve ser confundida com imposto de companhia de 
águas ou taxa para algum orgão público, seu valor arrecadado é revertido para 
melhorias no progresso dos municípios e se fez mais do que necessário, ajudando 
cada vez mais a conscientização da população da importância desse recurso finito. 
O valor arrecadado é revertido totalmente para a UGRHs, ficando no controle 
do FEHIDRO e utilizado para obras de melhoria, manutenção e construção de novas 
estruturas nas bacias hidrográficas, esse assunto também é discutido nos comitês de 
bacias e anexado ao plano de bacias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
REFERÊNCIAL BIBLIOGRÁFICO 
 
As UGRHIs no contexto das Regiões/Bacias Hidrográficas do Estado de 
São Paulo. Site Daee SP. Disponível em: 
<http://www.daee.sp.gov.br/acervoepesquisa/perh2204_2207/perh08.pdf>. Acesso 
em: 8 de Setembro de 2017. 
 
Cobrança Pelo Uso D'Água. Site Agência PCJ - UGRH 5. Disponível em: 
<http://www.agenciapcj.org.br/novo/instrumentos-de-gestao/cobranca-pelo-uso-da-
agua>. Acesso em: 8 de Setembro de 2017. 
 
 Cobrança Pelo Uso de Recursos Hídricos. Site Agência Nacional de 
Águas - ANA. Atualizada em Junho de 2017. Disponível em: 
<http://www2.ana.gov.br/Paginas/servicos/cobrancaearrecadacao/cobrancaearrecad
acao.aspx>. Acesso em: 8 de Setembro de 2017. 
 
HENRIQUE, Fernando; KRAUSE, Gustavo. Lei n° 9.433. Site do Planalto.gov. 
8 de Janeiro de 1997. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9433.htm>. Acesso em: 8 de Setembro de 
2017. 
 
Lei das Águas. Site Agência Nacional de Águas - ANA. Disponível em: 
<http://www2.ana.gov.br/Paginas/institucional/SobreaAna/legislacao.aspx>. Acesso 
em: 8 de Setembro de 2017. 
 
MACHADO, Flávia; ARAUJO, Eliane. Os Comitês de Bacias e sua 
importância na gestão das águas. Site Mobilizadores. 2012. Disponível em: 
<http://www.mobilizadores.org.br/entrevistas/os-comites-de-bacias-e-sua-
importancia-na-gestao-das-aguas/>. Acesso em: 8 de Setembro de 2017. 
 
Perguntas Frequentes - Cobrança da Água. Site SIGRH - Secretaria de 
Saneamento e Recursos Hídricos. Disponível em: 
<http://143.107.108.83/sigrh/cobranca/perguntas.html#01>. Acesso em: 8 de 
Setembro de 2017. 
 
Qual é o consumo ideal de água para uma pessoa por dia ?. Site AgSolve 
- Dados SABESP. Disponível em: <https://www.agsolve.com.br/noticias/qual-e-o-
consumo-ideal-de-agua-para-uma-pessoa-por-dia>. Acesso em: 8 de Setembro de 
2017. 
 
Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de 
São Paulo. Site SIGRH. Disponível em: <http://www.sigrh.sp.gov.br/main>. Acesso 
em: 8 de Setembro de 2017. 
 
Situação dos Recursos Hídricos no Estado de São Paulo. Site SIGRH. 2017 
- Relativo ao ano de 2016. Disponível em: 
<http://www.sigrh.sp.gov.br/public/uploads/ckfinder/files/RSE_2016_Final_Recursos_
Hidricos.pdf>. Acesso em: 8 de Setembro de 2017.