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FARMACOLOGIA II ANTIMICROBIANOS Considerações Gerais o Os Antimicrobianos, de forma geral, estão incluídos dentro da classe dos Quimioterápicos, da qual também fazem parte os Antineoplásicos o Os Antimicrobianos compreendem um grande conjunto de grupos farmacológicos, nos quais estão incluídos os Antibacterianos, Antiprotozoários, Anti-helmínticos, Antifúngicos e Antivirais o Ainda, dentro do grupo dos Antimicrobianos eles podem ser divididos naqueles que apresentam ação específica e ação inespecífica Específicos: Antibióticos e Quimioterápicos Inespecíficos: Antissépticos e Desinfetantes o Com relação a sua constituição, os Antimicrobianos podem ser divididos em biossintéticos, semissintéticos e sintéticos Biossintéticos: são aqueles derivados de substâncias produzidas por outros organismos vivos, em geral fungos Exemplo: Penicilina Semissintéticos: são aqueles que além de utilizarem uma substância produzida por outro organismo vivo, ainda contém uma molécula sintética (produzida em laboratório) para melhorar a fórmula do fármaco (geralmente aumentando o espectro de ação do fármaco ou diminuindo sua toxicidade) Exemplo: Ampicilina Sintéticos: são aqueles nos quais todos os seus componentes são sintetizados em laboratório o Utilização de Antibióticos em Medicina Veterinária Uso terapêutico: para o tratamento de doenças Uso profilático: para a prevenção de doenças, sendo utilizado em animais hígidos para evitar que uma determinada doença se instale no animal (ex: antes de cirurgias para tratamento de tártaro, tratamentos de pele...) Uso metafilático: administração de um fármaco para um grupo de animais, no qual um dos indivíduos que faz parte desse grupo manifestou uma doença, prevenindo assim que outros também adoeçam (ao mesmo tempo em que o animal doente receberá tratamento terapêutico) Uso como aditivo zootécnico (controverso): prevenção de doenças para melhor desenvolvimento dos animais Problema: resíduo de fármacos na carne ou produtos derivados de origem animal (leite, ovos, queijo...), assim como no ambiente Surgimento de bactérias resistentes (humanos) o Para que ocorra uma prescrição racional dos Antimicrobianos é preciso se ter conhecimento de inúmeros fatores, tais como: Identidade do microrganismo e sua suscetibilidade com relação às diversas classes de Antimicrobianos Sítio de infecção Características e segurança (toxicidade) do fármaco Condições fisiopatológicas do animal (cuidando com a administração de fármacos que são metabolizados pelo fígado ou eliminados pelos rins em hepatopatas e nefropatas, respectivamente) Custo da terapia (sempre oferecendo mais de uma opção de terapia ao tutor do animal e alertando-o da eficácia e riscos de cada uma) o Um Antimicrobiano ideal seria aquele que: Possui atividade na presença de fluidos orgânicos Distribui-se por todos os tecidos e líquidos orgânicos em concentrações adequadas Pode ser administrado por diferentes vias, tais como oral, parenteral direta ou indireta (tópica) o Cuidados a serem tomados na utilização dos Antimicrobianos Presença de pus: contém fagócitos, restos de fibrina e proteína, os quais ligam-se aos Aminoglicosídeos reduzindo atividade antimicrobiana Hematomas infectados: consiste em um acúmulo de hemoglobina, podendo haver ligação com as Penicilinas e Tetraciclinas, reduzindo a eficácia desses fármacos Abcessos: apresentam pH baixo, meio no qual os Antimicrobianos são inativados Primeiro tratar o abcesso e local da lesão, depois iniciar a terapia com os Antimicrobianos * Antimicrobianos são ácidos ou bases fracas, logo são inativados em pH baixo o Seleção dos agentes Antimicrobianos Terapia específica: a escolha do antimicrobiano se orienta por testes de eficácia microbiológica sobre os micro- organismos isolados do paciente, utilizando-se assim um fármaco que certamente tem efeito sobre o microrganismo causador da doença Em casos em que o agente é conhecido Terapia empírica: é feita uma administração do antimicrobiano antes do isolamento dos micro-organismos e da descrição de sua sensibilidade, assim, de forma geral, utilizam-se sempre fármaco(s) de amplo espectro de ação, os quais atuam tanto em Gram (+) quanto Gram (-) Em casos em que não se sabe qual o agente causador da doença * antes de se iniciar o tratamento deve-se coletar fluidos ou secreções para orientar mudança de conduta caso seja necessária Uma vez que pode ser que o tratamento seja eficaz no combate de um determinado agente, mas outro comece a se desenvolver (podendo ocorrer de que a terapia antes utilizada, que acabou com o primeiro microrganismo, não seja eficaz contra esse novo agente) o Características do Antimicrobiano ideal Espectro-específico contra micro- organismos patogênicos, evitando assim que o fármaco destrua também os microrganismos naturais dos pacientes Alto índice terapêutico (eficácia x toxicidade) * índice terapêutico (IT) = eficácia/toxicidade quanto menor esse valor mais perigoso o fármaco, uma vez que sua dose terapêutica é muito próxima da sua dose tóxica (maior probabilidade de provocar efeitos adversos) Não provocar reações de sensibilização Não interferir na imunidade (síntese de anticorpos, migração celular) Não favorecer a indução de resistência Preferir bactericidas ou fungicidas ao invés de bacteriostáticos ou fungistáticos Bactericidas: matam os microrganismos Exemplos: Aminoglicosídeos, Beta-lactâmicos, Vancomicina, Quinolonas, Rimpamicina, Metronidazol Bacteriostáticos: impedem a reprodução dos microrganismos (seu número não aumenta, mas também não diminui) Para que ocorra a eliminação dos microrganismos ali presentes o sistema imune do paciente deve entrar em ação, logo esses fármacos só devem ser utilizados em pacientes imunocompetentes Exemplos: Cloranfenicol, Eritromicina, Clindamicina, Sulfonamidas, Trimetoprim, Tetraciclinas * em geral a diferença entre ambas as classes é a quantidade de princípio ativo administrado que chega até os tecidos onde se encontram os microrganismos (caso se aumente a dose de um fármaco bacteriostático, ele poderá vir a apresentar ação bactericida) o Parâmetros farmacocinéticos Para que a administração de cada Antimicrobiano surta uma eficácia microbiológica, ou seja, atue de forma eficaz na destruição dos microrganismos causadores da doença, é necessário que se atinjam concentrações plasmáticas mínimas do fármaco na corrente sanguínea do paciente, podendo esta ser avaliada em mg/L, μg/ml ou UI/ml Concentração inibitória mínima (CIM): é a menor concentração capaz de inibir a multiplicação de bactérias (efeito bacteriostático) Concentração bactericida mínima (CBM): é aquela capaz de inibir/matar as culturas já existentes o Avaliação da eficácia microbiológica Teste de diluição em ágar: placas com concentrações diferentes e conhecidas de antimicrobianos nas quais se semeia vários isolados clínicos Ao se semear uma amostra contendo microrganismo em um meio de cultivo puro (sem Antimicrobiano) o esperado é que haja crescimento/multiplicação do mesmo, aumentando a sua concentração na placa Um efeito bactericida pode ser observado quando após um tempo nenhum microrganismo passa a ser identificado na placa contendo o Antimicrobiano após a semeadura Um efeito bacteriostático pode ser observado quando a mesma quantidade de microrganismos semeados é observada após um período emuma placa contendo Antimicrobiano O efeito de resistência pode ser observado quando mesmo após a semeadura do microrganismo em uma placa contendo Antimicrobiano, pode ser observado um crescimento/multiplicação normal desse agente, aumentando a sua concentração na placa mesmo na presença do fármaco E cepas insensíveis podem ser identificadas quando, frente a uma semeadura de diversos microrganismos em uma placa contendo Antimicrobiano, ocorre o crescimento/multiplicação de uma única cepa ao mesmo tempo em que as demais morrem Antibiograma ou Teste de difusão em Agar (Kirby-Bauer): testa a capacidade do microrganismo de se multiplicar em presença de concentrações presumíveis de diferentes Antimicrobianos De acordo com o diâmetro do alo formado é possível “quantificar” a sensibilidade do agente frente àquele fármaco Quando maior o diâmetro do alo, mais sensível o microrganismo (sempre escolher o fármaco que apresentar o maior diâmetro) Porém o antibiograma só da a CIM, não fornecendo a CBM * método de avaliação da CIM e da CBM de Staphylococcus frente à Penicilina Todos os tubus contém 1 ml de RPMI (meio de cultura) + 1 ml de substância do tubo anterior (diluições seriadas de Penicilina) Aquele tubo com menor concentração de Penicilina que demonstrar primeiramente a ausência de crescimento bacteriano indica a CIM Já para se identificar a CBM deve-se semear todos os tubos que não apresentaram crescimento em outra placa, agora sem Antimicrobiano As placas nas quais não houver nenhum crescimento indicam o efeito bactericida do fármaco, já naquelas que houver crescimento indicam o efeito bacteriostático do fármaco (logo, a placa proveniente do tudo com menor concentração do Antimicrobiano na qual não houve crescimento algum indica a CBM) o Parâmetros farmacológicos Espectro de ação dos Antimicrobianos Curto: atuam em um tipo ou um grupo limitado de microrganismos Exemplo: Isoniazida (ativa somente contra micobactérias) Estendido: são eficazes contra bactérias Gram (+) e contra um significativo número de Gram (-) Exemplo: Ampicilina (age contra Gram (+) e alguns Gram (-) ) Amplo espectro: afetam uma ampla variedade de espécies microbianas, patogênicos e não patogênicos Problema: podem alterar a microbiota bacteriana normal e causar superinfecção por outro microrganismo oportunista Em mulheres é comum favorecer o crescimento de Candida albicans Área sobre a curva: corresponde à concentração do fármaco no soro do paciente A CIM define qual a menor concentração do fármaco deve estar presente no sangue para que ele tenha a ação esperada frente aos microrganismos patogênicos, logo concentrações plasmáticas inferiores promovem ineficácia no tratamento (dose insuficiente ou administrada em intervalos muito longos) o Parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos Fármacos concentração-dependentes ou dose-dependentes: quanto mais alta a concentração plasmática (mais elevado o pico da curva), melhor o efeito do fármaco ASM/CIM ou Cmax/CIM indicam a eficácia do fármaco (concentração do fármaco acima da curva/concentração inibitória mínima) O intervalo entre as administrações não é tão importante, uma vez que esses fármacos apresentam efeito remanescente Efeito pós-antibiótico: antibióticos com alta relação Cmax/CIM inibem a multiplicação bacteriana mesmo após a concentração plasmática cair abaixo da CIM (Aminoglicosídeos e Fluoroquinolonas) Não parece haver prejuízo no maior espaçamento entre as doses de antibióticos com efeito pós- antibiótico Exemplos: Aminoglicosídeos, Flouroquinilonas, Polimixinas Fármacos tempo-dependentes: quanto maior o tempo de ação do fármaco, ou seja, quanto maior a duração da concentração plasmática acima da CIM, melhor o efeito do fármaco (mesmo que o pico de contração plasmática não seja tão elevado) T > CIM Nesse caso deve-se tomar muito cuidado com o intervalo entre doses, pois uma vez que esses fármacos não apresentam efeito remanescente, não se deve deixar que a concentração plasmática torne-se inferior à CIM Perda do efeito farmacológico Antibióticos tempo-dependentes (como os Betalactâmicos) são desprovidos de efeito pós- antibiótico Exemplos: Beta-lactâmicos, Macrolídeos, Tetraciclinas * com relação ao uso dos Beta-lactâmicos, quando utilizado para combater bactérias Gram (+) o tempo que a concentração plasmática deve ficar acima da CIM deve ser de no mínimo 40%, já para o combate de bactérias Gram (-) esse tempo deve ser de no mínimo 80% * com relação aos Glicopeptídeos (Vancomicina), eles são considerados tanto dose-dependentes como tempo-dependentes o Efeito do sítio da infecção sobre a terapia Barreira hematoencefálica: o tratamento de meningites depende da capacidade do fármaco alcançar o líquido cefalorraquidiano Presença de inflamação: facilita a penetração dos fármacos, uma vez que os poros dos vasos encontram- se mais dilatados, possibilitando assim que antibióticos alcancem níveis no LCR * a maioria dos Antimicrobianos não atinge o LCR por não serem capazes de atravessar a barreira hematoencefálica Em casos de fármacos que não atinjam o LCR, mesmo na presença de inflamação, administrá- los diretamente no líquor Próstata: em casos de prostatite bacteriana existe uma dificuldade do antibiótico de atravessar o epitélio prostático; ainda, uma vez que o pH prostático é relativamente ácido, há uma dificuldade de ação de fármacos básicos (como a Trimetoprima) o Causas de insucesso na terapia antimicrobiana Tratamento de infecções não sensíveis (como viroses) Tratamento de febres de origem desconhecida (não infecciosa) Erro na escolha ou posologia (dose, intervalo, duração) PRINCIPAL Presença de pus, necrose, corpos estranhos, cálculos renais Atraso no início do tratamento Persistência (tratamento realizado em fases do ciclo do microrganismo que este não é mais sensível) Infecções em tecidos não atingidos pelo antimicrobiano Resistência bacteriana, natural ou adquirida Resistência natural: utilização de fármacos que atuem sobre a parede celular para o tratamento de doenças causadas por bactérias que não tem parede celular Resistência adquirida: surgimento de cepas resistentes por meio de mutações bacterianas (causas cromossômicas) ou aquisição de componentes genéticos que conferiram resistência (causas extracromossômicas), decorrentes da exposição continuada aos Antimicrobianos por cepas que antes eram sensíveis aos fármacos utilizados MAIS COMUM Causas extracromossômicas: -- Transformação: incorpora genes do meio -- Transdução: o gene é transferido por bacteriófago -- Conjugação: a transferência é feita através de uma ponte (“reprodução sexuada”) -- Transposição: transferência por meio de transpósons, segmentos de DNA * mecanismos bioquímicos de resistência bacteriana Redução da permeabilidade (fármaco não é mais capaz de penetrar na bactéria): Enterobacter e Klebsiella Resistência ao Imipeném) Bomba de efluxo (o fármaco que penetra na bactéria é jogado novamente para o meio externo, não sendo capaz de permanecer dentro da bactéria: Escherichia coli Resistência às Tetraciclina e Cloranfenicol Staphylococcus Resistência aos Macrolídeos Inativação do Antimicrobiano (pré/pós): Enterobacteriaceae Resistentes ao Cloranfenicol e aos β-lactâmicos Gram (+) e (-) Resistentes aos Aminoglicosídeos Modificaçãodo alvo: Staphylococcus Resistentes à Oxacilina e Meticilina Mycobacterium Resistentes à Estreptomicina Bactérias Gram (-) Resistentes ao Trimetoprim Bactérias Gram (+) Resistentes às Tetraciclinas o Medicamentos comumente utilizados em pequenos animais o Associação de Antimicrobianos Vantagens Diminuição de doses/toxicidade Mais eficaz contra infecções mistas Evita resistência (mecanismos de ação diferentes) ⇧ efeito terapêutico: Exemplo: Gentamicina + Carbenicilina Eficaz contra Pseudomonas Mais eficaz em infecções graves de etiologia desconhecida Indicada para pacientes imunocomprometidos Obtenção de sinergismo Interações sinérgicas conhecidas: Desvantagens: interações antagônicas o Período de carência dos Antimicrobianos Fatores que contribuem para determinar o período de carência Constituintes da fórmula farmacêutica Dose administrada Via de administração Espécie animal o Medicamentos proibidos para animais de produção Adamantane e inibidores da neuraminidase Galinhas, perus e patos Glicopeptídeos (Vancomicina) Clembuterol Cloranfenicol Dietilestilbestrol Dimetridazol Fenilbutazona Vacas leiteiras < 20 meses Fluoroquinolonas Uso extrabula Furazolidona Ipronidazol (e outros nitroimidazóis) Nitrofurazona (e outros nitrofuranos) Algumas sulfonamidas Vacas leiteiras em produção ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE DA PAREDE CELULAR β-lactâmicos (principal classe) o Em geral, as bactérias são constituídas por seu material genético (DNA), ribossomos, plasmídeos, citoplasma, membrana plasmática e parede celular A parede celular é o componente mais externo das bactérias, sendo responsável pela proteção, sustentação e manutenção daquilo que entra e sai, assim como do tamanho e formato da bactéria (sem a presença da parede celular as bactérias poderia “explodir” pelo aumento excessivo da pressão interna) Contudo, existem dois diferentes tipos de parede celular, dividindo as bactérias em Gram (+) e Gram (-), de acordo com a constituição de sua parede Bactérias Gram (+): sua parede celular contém apenas uma camada, sendo ela constituída por 90% de peptídeoglicanos e por fosfolipídios Quando presentes, as betalactamases se encontram na porção mais externa dessa parede Quando submetidas a corantes especiais, esses penetram na parede, conferindo uma coloração roxa a essas bactérias Bactérias Gram (-): sua parede celular contem duas camadas, uma delas sendo composta por 10% de peptideoglicando e por fosfolipídios, e a outra por uma espessa camada de lipopolissacarídeos e lipoproteínas (camada mais externa) Quando em contato com corantes especiais, esses são incapazes de transpassar a camada lipídica presente na porção externa dessas bactérias, logo elas apresentam uma coloração vermelha/rosa Uma vez que a presença de uma camada lipídica externa impede a entrada de substâncias hidrossolúveis, essas bactérias apresentam porinas ou aquaporinas em sua parede, permitindo assim a passagem de substâncias hidrossolúveis de pequeno diâmetro Quando presentes, as betalactamases se encontram entre a parede mais interna (composta pelos peptideoglicanos) e a mais externa (camada lipídica) o Síntese da parede celular Os fármacos Beta-lactâmicos atuam interferindo na síntese da parede celular, assim cada grupo de fármacos dentro dessa classe atua em cada uma das diferentes fases de síntese dessa parede Todos acabam impedindo a formação da parede celular, resultando na morte dessas bactérias pelo aumento da pressão interna (BACTERICIDAS) Devido à ausência da camada lipídica externa, esses fármacos apresentam maior efeito sobre bactérias Gram (+) * contudo esses fármacos só tem ação em bactérias que estão formando sua parede, não sobre aquelas que já tem sua parede formada Devem agir no período de replicação das bactérias Fases da síntese da parede celular Formação dos precursores dos peptideoglicanos: Uridina difosfato do Ácido N-acetilmurâmico e da N- acetilglicosamina, ocorrendo a adição de D-alanil-D-alanina Fosfomicina: atua interferindo nessa fase por inibir a enolpiruvato transferase Precursores são transferidos por um transportador de dentro para fora da bactéria, o Undecaprenol- fosfato Desfosforilação dos dissacarídeos que estão unidos ao transportador, liberando os peptideoglicanos formados para fora da bactéria Bacitracina: atua interferindo nessa fase por inibir a desfosforilação do undecaprenol-fosfato Clivagem da D-alanina terminal pela transpeptidase, formando uma ligação cruzada com o peptídeo adjacente para que ocorra a ligação dos peptideoglicanos e a formação da parede Glicopeptídeos (vancomicina): atuam nessa fase ligando-se à D-alanil-D- alamina, inibindo a ligação cruzada e formação das cadeias de peptideoglicanos Β-lactâmicos: atuam na última fase de formação da parede celular, inibindo as transpeptidases e assim a formação da parede pela ligação das cadeias de peptideoglicanos formadas o Contudo, esses fármacos só tem ação sobre bactérias que apresentem parede celular, assim diz-se que aquelas bactérias que não tem parede celular, tais como Mycoplasma e Rickettsia, apresentam uma resistência intrínseca, uma vez que esses fármacos não tem ação sobre elas o Antibióticos Beta-lactâmicos Trata-se de um grupo de fármacos no qual todos os componentes apresentam em sua estrutura química central um anel beta-lactâmico, sendo que é essa a estrutura que tem efeito sobre as bactérias As estruturas diretamente ligadas ao núcleo comum podem variar Fazem parte desse grupo de fármacos: Penicilinas Cefalosporinas Carbapenêmicos Monobactâmicos o PENICILINAS São derivadas de uma substância produzida pelo fungo Penicillium Trata-se de um Antibiótico Beta-lactâmico que apesar de considerado tempo- dependente, apresenta efeito pós-antibiótico ou residual em bactérias Gram (+), ou seja, ainda tem efeito após as concentrações plasmáticas tornarem-se inferiores à CIM em Gram (+) Isso não corre para Gram (-) Apresenta melhor ação sobre bactérias Gram (+), assim sua CIM para Gram (+) é menor que sua CIM para Gram (-) Para ter ação sobre Gram (-), além de atingir a bactéria o fármaco precisa atravessar a barreira lipídica que essas bactérias apresentam, logo as concentrações plasmáticas necessárias para que haja efeito sobre o agente são maiores Para que haja efeito bactericida é necessário que as concentrações plasmáticas fiquem 40% acima da CIM para Gram (+) e 80% acima da CIM para Gram (-) Ideal: utilizar concentrações que mantenham as concentrações plasmáticas sempre 50% acima da CIM No caso do Imipeném e do Meropeném, por apresentarem efeito mais bactericida, podem ser utilizadas concentrações plasmáticas de até 30% acima da CIM Mecanismos de resistência contra as Penicilinas Produção de betalactamases, promovendo a inativação do efeito dos fármacos por quebrarem o anel beta- lactâmico PRINCIPAL Dentre as betalactamases, as bactérias podem ser capazes de produzir penicilinases, cefalosporinases ou ambas Existem 190 tipos de betalactamases, sendo que a capacidade de produzi-las pode ser transferida de uma bactéria para outra por meio de plasmídeos ou transposons, ou a bactéria pode vir a sofrer mutações em seus cromossomos,adquirindo assim essa capacidade No caso de bactérias Gram (+) essas betalactamases encontram-se na camada mais externa da bactéria, sendo essas incapazes de inativar as Cefalosporinas Essas betalactamases podem ser inativadas pelo Ácido Clavulânico Já no caso das bactérias Gram (-) essas betalactamases encontram-se entre as duas camadas que compõe sua parede, sendo elas capazes de inativas tanto Penicilinas quanto Cefalosporinas por hidrólise (dependendo do tipo de betalactamase produzida) Essas betalactamases podem ser inativadas pelo Ácido Clavulânico * o ácido clorídrico presente no estômago também é capaz de destruir o anel beta-lactâmico, logo não se deve administrar Penicilina por via oral (ocorrendo a inativação do fármaco antes mesmo de ele ser absorvido) Redução da penetração do fármaco dentro da célula Dificuldade em atingir o sítio de ligação necessário para que o fármaco surte efeito Penicilinas Naturais Penicilina G ou Benzilpenicilina Sua concentração é medida em Unidade Internacionais (UI) 1 UI = 0,6 µg Sua administração deve ser feita por via parenteral (é inativada pelo ácido clorídrico presente no estômago) Em humanos a mais conhecida é o Benzetacil, o qual é aplicado via IM nas nádegas (muito doloroso) * a Procaína e a Benzatina são muito insolúveis, logo apresentam maior período de ação Em geral são utilizadas mais de uma forma em uma mesma administração, para que assim a ação do fármaco inicie rápido, mas ao mesmo tempo continue agindo por muito tempo Somente 15% do fármaco é absorvido por via oral Não atravessa barreira hematoencefálica 60% liga-se às proteínas plasmáticas Não é biotransformada Sofre eliminação renal -- 90% sofre secreção tubular (inibida pela Probenecida impede a eliminação da Penicilina, aumentando sua concentração plasmática e período de ação no paciente) -- 10% sofre filtração glomerular Distribuição da Penicilina G pelo organismo * as Penicilinas não tem ação contra microrganismos intracelulares Formulações farmacêuticas * é possível combater-se a Dermatofitose com uma única dose de 50.000 UI de Agrovet Plus e utilizá-lo também no tratamento de Actinomicose nas fases iniciais da doença Penicilina V ou Fenoximetilpenicilina Consiste na Penicilina G com a adição de Ácido Fenoxiacético Diferentemente da Penicilina G, pode ser administrada por via oral VANTAGEM Sua eliminação completa do organismo ocorre 6 horas após sua administração Forma farmacêutica: Pen-Ve- Oral: tem rápida absorção e eliminação por ser utilizada na forma cristalina potássica Penicilinas resistentes às penicilinases * só devem ser utilizadas quando os patógenos alvos produzirem de fato betalactamases (sempre como segunda opção) Evitar o desenvolvimento de resistência pelo uso exacerbado Antiestafilocócicas (semissintéticas) Deu origem aos demais tipos de Penicilinas resistentes às penicilinases Apresenta espectro de ação superior É utilizada para o tratamento de mastite estafilocócica bovina Oxacilina Pode ser administrada por via oral É parcialmente biotransformada Sofre eliminação renal Níveis plasmáticos são observados por 4 a 6 horas Meticilina É ácido sensível 20% sofre biotransformação Tem eliminação renal Há relatos de Staphylococcus aureus resistente (cães e cavalos) Nafcilina Somente 10 a 20% sofre absorção oral 60% é biotransformado 10% sofre eliminação pela bile e 30% pelo rim Penicilinas de largo espectro de ação Aminopenicilinas Ampicilina Tem ação tanto sobre bactérias Gram (+) como Gram (-) Apresenta boa absorção oral Sofre eliminação pela bile e pelo rim Amoxicilina É semelhante à Ampicilina Sofre mais de 90% de absorção por via oral Forma farmacêutica: Agemoxi L.A. Esse maior espectro de ação se deve ao fato de que esta classe de penicilinas é capaz de penetrar sobre as porinas/aquaporinas presentes nas bactérias Gram (-), porém esta classe também é inativada pelas betalactamases Penicilinas antipseudomonas Carboxipenicilinas Carbenicilina Deve ser administrada por via parenteral 95% sofre eliminação renal Ticarcilina Deve ser administrada por via parenteral É indicada em casos de infecções graves por bactérias Gram (-) Porém esta classe também é sensível à ação das betalactamases Não são capazes de utilizar os canais de porina para penetrar nas células Toxicidade e efeitos adversos promovidos pelas Penicilinas Em geral as Penicilinas são pouco tóxicos pelo fato de atuarem sobre a parede celular das bactérias, assim, como as células animais não apresentam parede celular, estes fármacos não tem ação sobre as células do organismo Podem causar reações alérgicas Desde reações cutâneas até choque anafilático Formação do radical peniciloil (em casos de 2ª exposição) Podem causar anemia hemolítica e trombocitopenia o CEFALOSPORINAS São derivadas de uma substância produzida pelo fungo Cephalosporium acremonium Seu mecanismo de ação é muito semelhante ao das Penicilinas, uma vez que apresentam anel beta-lactâmico em sua composição e atuam inibindo a síntese da parede celular das bactérias São fármacos tempo-dependentes (cuidar com o intervalo entre doses) Existem 4 gerações desse fármaco, sendo que a cada geração aumenta-se seu espectro de ação Primeira geração Fazem parte desse grupo: -- Cefaloridina, Cefalotina, Cefapirina Administração deve ser feita por via parenteral -- Cefalexina, cefadrina, cefadroxila Administração por via oral Staphylococcus são considerados resistentes e o Enterobacter é considerado mais ou menor resistente, principalmente devido à produção das betalactamases Atuam principalmente sobre bactérias Gram (+) Segunda geração Fazem parte desse grupo a Cefoxitina e o Cefaclor Administração pode ser feita tanto por via oral como parenteral São β-lactamases resistentes Apresentam espectro de ação mais amplo Terceira geração Fazem parte desse grupo: -- Ceftriaxona e Ceftiofur, os quais devem ser administrados por via parenteral e são considerados β-lactamases resistentes -- Cefixima e Cefetamet, os quais podem ser administrados por via oral e são considerados β- lactamases resistentes -- Cefoperazona e Ceftazidima, os quais devem ser administrados por via parenteral e são considerados β-lactamases resistentes, além de apresentarem atividade contra Pseudomonas aeruginosa Tem ação tanto contra bactérias Gram (+) como Gram (-) Quarta geração Fazem parte desse grupo a Cefepima e Cefpiroma Devem ser administrados por via parenteral São considerados β-lactamases resistentes com relação à Staphylococcus, Enterobactérias e Pseudomonas aeruginosa Distribuição das Cefalosporinas pelo organismo * assim como as Penicilinas, as Cefalosporinas não têm ação sobre microrganismos intracelulares Principais indicações para o uso das Cefalosporinas Profilaxia cirúrgica, principalmente no caso de tratamentos dentários Rilexine 300 Doenças de pele Em geral, em lesões com presença de pus é comum a presença de Staphylococcus Cefa-Cure 200 mg Infecções cutâneas e pulmonares Tratamentos de casco Efeitos adversos provocados pelo uso das Cefalosporinas: reações de hipersensibilidadeo Outros antibióticos β-lactâmicos Inibidores de betalactamases Sempre utiliza-los em associação com algum Antibióticos (Penicilinas e Cefalosporinas), pois sozinhos não tem ação contra as bactérias, atuando só de forma a inativas as betalactamases (apenas inibe seu mecanismo de resistência sobre fármacos Beta- lactâmicos) Sulbactam Tazobactam Ácido Clavulânico Proveniente de uma substância produzida pelo fungo Streptomyces clavuligerus Apresenta boa absorção oral Tem farmacocinética semelhante à da Amoxicilina Apresenta boa associação com Ampicilina, Amoxicilina, Ticarcilina e Cefpiroma Uso terapêutico -- Ácido Clavulânico + Amoxicilina na proporção de 1:2 ou 4:1 14 mg/kg a cada 12 horas (BID), por via oral para cães, gatos e bezerros -- Ácido Clavulânico + Ticarcilina na proporção de 1:15 14 mg/kg a cada 12 horas (BID), por via oral para cães, gatos e bezerros Tem ação bactericida Carbapenemas Além de atuarem contra as betalactamases, também apresentam atividade contra bactérias Gram (+) e Gram (-) Imipeném Recomendado apenas em casos de infecções graves ou contra bactérias resistentes aos demais fármacos (sempre deve ser utilizado como 2ª opção) Forma um metabólito tóxico após biotransformado Uso terapêutico: Imipeném + Cilastatina na proporção de 1:1 Evita a biotransformação renal Meropeném Ertapeném Monobactâmicos Aztreonam Apresenta espectro de ação parecido com os das Cefalosporinas de 3ª geração Atuam somente contra bactérias Gram (-) Deve ser administrado por via IV ou IM É usado em substituição aos Aminoglicosídeos, pois também atuam sobre bactérias Gram (-), porém não são nefrotóxicos nem ototóxicos * sempre utilizar os antibióticos menos comuns e mais potentes em último caso, como 2ª opção, a fim de não se aumentar a taxa de resistência bacteriana frente a esses (considerados como última opção de tratamento) Bacitracina o Trata-se de uma substância produzida pelo fungo Bacillus licheniformis É capaz de sentir a presença da amônia no ambiente onde se encontra o Tem melhor ação sobre bactérias Gram (+) o Atua inibindo a síntese da parede celular das bactérias por meio da inibição da desfosforilação do carreador que transporta os peptideoglicanos produzidos dentro das bactérias, impedindo assim que os componentes da parede celular sejam transportados para fora da célula Tem ação bactericida o É raro a ocorrência de resistência bacteriana frente a esse grupo de fármacos, pois é muito tóxica para ser utilizada de forma sistêmica Não há grande exposição das bactérias a esse fármaco Quando administrada de forma parenteral pode causar: albuminúria, cilindrúria, azotemia Nefrotóxica Não é mais comercializada para uso sistêmico o Em geral, a fim de se ampliar seu espectro de ação é utilizada em associação a fármacos que tem ação sobre bactérias Gram (-) Bacitracina + Polimixina B Bacitracina + Neomicina o Trata-se de um fármaco que não tem absorção oral, logo sua utilização por essa via ocorre para que ela atue sobre a microbiota presente na mucosa do lúmen do TGI, sem ser absorvida (não tem disseminação sistêmica) Formas apresentadas: Metileno-dissalicilato de Bacitracina Bacitracina de zinco Em geral é utilizado para prevenção e tratamento de Clostridium perfringens em animais de produção, sendo misturada na ração Posologia Frangos de corte: 5 a 50 ppm Poedeiras: 10 a 25 ppm Perus: 4 a 50 ppm Suínos: 10 a 40 ppm Bovinos: 30 a 70 ppm * ppm: partes por milhão = g/ton ou ng/kg o Uso terapêutico É muito utilizado de forma tópica para o tratamento de mastite e para auxiliar na cicatrização de feridas Glicopeptídeos o Atuam inibindo a ligação dos peptideoglicanos entre si (atua inibindo a ligação da D-alanina), impedindo assim a formação das cadeias que dariam origem à parede celular da bactéria Como atuam impedindo a formação da parede celular, têm efeito bactericida o Dentro desse grupo estão incluídos os fámacos: Vancomicina Desenvolvidaa em 1956, mas sendo pouco utilizada anos 60 e 70 Teicoplanina Avoparcina Desenvolvida desde 1970 Há relatos do aparecimento de cepas de bactérias resistentes Não é mais comercializada o VANCOMICINA É produzida a partir de uma substância produzida pelo fungo Streptomyces orientalis Tem melhor ação contra bactérias Gram (+) Tem sido principalmente utilizada contra cocos resistentes aos Beta- lactâmicos (Penicilina, Cefalexina, Amoxicilina) ou em pacientes alérgicos às Penicilinas Apresenta efeito bactericida contra Staphylococcus e Streptococcus Apresenta efeito bacteriostático contra Enterococcus Trata-se de um fármaco tempo-dependente (logo deve-se cuidar muito o intervalo entre doses), porém nesse caso também importa a altura do pico (área sobre a curva) da concentração plasmática atingida Quanto maior a concentração de fármaco administrada, melhor o efeito O fármaco não apresenta absorção oral, sendo somente utilizado por essa via para combater microrganismos presentes na mucosa do lúmen do TGI (não há distribuição sistêmica quando utilizado por essa via) Não é indicado seu uso por via IM por causar irritação tecidual Administrá-lo preferencialmente por via IV, sempre diluído em soro fisiológico Apresenta boa distribuição Tem meia-vida de 6 a 8 horas em humanos, 2 horas em cães e 3 horas equinos Sofre excreção renal Já existem microrganismos que apresentam resistência frente a esse fármaco, tais como Enterococcus faecium, VRE (Enterococcus resistentes à Vancomicina) e vem aumentando o número de cepas resistentes de MRSA (mas em alguns casos a Vancomicina ainda pode funcionar) * a Meticilina era um fármaco utilizado contra bactérias resistentes às Penicilinas, contudo hoje já exitem cepas que já vem se mostrando resistentes a esse fármaco também, tais como Staphyloccocus aureus MRSA, os quais também vem se mostrando resistentes às Tetraciclinas, Aminoglicosídeos, Eritromicina... Para se evitar a ocorrência de maior resistência bacteriana frente a esse fármaco é importante utilizá-lo sempre como 2ª opção, quando os mais comuns já foram utilizados e não funcionaram Esse aumento da resistência frente ao uso da Vancomicina de deve principalmente à utilização errada do fármaco (doses, intervalo entre doses, tempo de tratamentos...errados), aumento do seu uso (principalmente devido ao aumento do número de cepas resistentes às Penicilinas) e por vir sendo utilizado desde a década de 90 como aditivo na ração animal Atualmente seu uso para animais de produção ficou proibido Porém, apesar de haver esse problema com relação à resistência, sempre utilizá-lo para tratamento de pacientes infectados por Staphylococcus ou Enterococcus resistentes ou como primeira opção quando o paciente estiver correndo risco de vida (não há tempo para ficar avaliando a suscetibilidade das cepas) Principalmente para o tratamento de pneumonias, endocardite e osteomielite * contudo, apesar da utilização de Antibióticos como aditivos da ração animal ter diminuído (utilização profilática), houve um aumento na sua utilização na forma terapêutica, uma vez que houve um aumento no número de animais doentes Não havendo assim diferença com relação ao desenvolvimento de resistência pelos microrganismos Posologia Cão: 15 mg/kg a cada 6 a 8 horas Gato: 12-15mg/kg a cada8 horas Equino: 4,3-7,5mg/kg a cada 8 horas Pode ser utilizada também para a realização de bloqueios regionais nessa espécie Maior a concentração do fármaco no local e menor a toxicidade sistêmica Efeitos adversos da utilização da Vancomicina Ototoxicidade e nefrotoxicidade Esse efeito se torna exacerbado quando associamos Vancomicina + Aminoglicosídeos Associações com efeito sinérgico (uma vez que as Vancomicinas atuam principalmente sobre bactérias Gram (+)) que podem ser utilizadas para aumentar o espectro de ação do tratamento (atingindo também bactérias Gram (-)): Vancomicina + Aminoglicosídeos (cuidar com a exacerbação dos efeitos adversos) Vancomicina + Rifampicina o TEICOPLANINA Apresenta excelente atividade frente à: Staphylococcus aureus Streptococcus Listeria Clostridium difficile e Clostridium perfringens Enterococcus fecalis (efeito bacteriostático) Não apresenta absorção por via oral Tem ampla distribuição pelo organismo É considerada superior à vancomicina pelo fato de: Poder ser administrada por via IM Apresentar meia-vida muito longa, de 45 a 70 horas (humanos) Ser menos tóxica Porém não é muito utilizada por ser muito cara Fosfomicina o Substância produzida por um fungo denominado Streptomyces fradiae o Atua inibindo a formação dos peptideoglicanos precursores da parede no interior das bactérias, inibindo assim a síntese da parede celular Tem ação bactericida o Tem ação intermediária sobre bactérias Gram (+) e sobre bactérias Gram (-) Tem sido muito utilizadas no combate de infecções por Enterobacteriaceae, como Escherichia coli o Pode ser administrada tanto por via oral quanto parenteral, sendo pouco tóxica e fácil de ser administrada Utilizar 3 g de pó do Antibiótico (1 sachê) diluídos em 30 ml de solução, dividindo em 3 doses Administração por via oral para cães * Fosfomicina é o antibiótico que apresenta mais eficácia no combate à cistite, utilizando-se uma única dose contendo 3 g do fármaco (96% cura), ou contra outras infecções do trato urinário Impede a ligação de bactérias à mucosa da bexiga o É incomum o aparecimento de cepas resistentes, pelo fato de que a concentração plasmática utilizada é muito superior à CIM do fármaco (≈ 350 vezes maior), mas quando ocorrem é por meio de mutações cromossômicas ou aquisição por plasmídeos Exceção: Pseudomonas aeruginosa o Trata-se de um fármaco não muito utilizado, sendo mais indicado contra Staphylococcus e contra bacilos Gram (-) o Pode ser utilizado em associação a outros fármacos a fim de se aumentar seu espectro de ação pelo sinergismo entre ambos Fosfomicina + β-lactâmicos Fosfomicina + Aminoglicosídeos Aminoglocosídeos: têm ação sobre os ribossomos, impedindo a síntese proteica o Vem sendo muito utilizadas para frangos de corte, matrizes de frangos de corte e poedeiras comerciais Tratamento de curta duração Profilaxia de infecções agudas 40 mg/kg (misturados na ração ou água de bebida) Período de carência Carne: 24 horas Ovos: 10 dias ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA PERMEABILIDADE DA MEMBRANA CELULAR Polimixinas o Substância produzida por um fungo chamado Bacillus polymyxa o Existem vários subtipos dessa substância, mas os que melhor funcionam são a Polimixina B e a Polimixina E (ou Colistina) o Sua concentração é medida em UI (assim como as Penicilinas) Polimixina B: 10 UI = 1 µg Polimixina E: 10 UI = 0,5 µg o Essas substâncias atuam alterando a permeabilidade da membrana plasmática das bactérias, promovendo um desequilíbrio osmótico Bactéria “explode” (efeito bactericida) o Apresentam melhor ação sobre bactérias Gram (-), uma vez que apresentam caráter lipofílico Problema: tem grande facilidade de atravessar as barreiras orgânicas Neurotóxicas (neurônios contém grande quantidade de lipídios) Não devem ser utilizadas de forma sistêmica o São fármacos concentração-dependente, logo a concentração plasmática a ser administrada é muito importante (quanto maior a concentração, ou seja, maior o pico sobre a CIM, melhor a ação do fármaco) Apresentam efeito pós-antibiótico o Não têm absorção por via oral, porém podem ser administradas por essa via para combater bactérias presentes no lúmen da mucosa do TGI, sem que haja distribuição sistêmica do fármaco (não promovendo efeitos tóxicos) Vias mais comuns de administração: IV e IM o Apresentam moderada taxa de ligação às proteínas plasmáticas o Sofrem eliminação renal de forma ativa Por meio de filtração glomerular o Toxicidade e efeitos adversos A Colistina (Polimixina E) é a forma menos tóxica (sempre optar por essa quando for realizada administração parenteral) Nefrotoxicidade Acometem as células epiteliais dos túbulos Neurotoxicidade Acometem ou neurônios, promovendo letargia, apatia, ataxia transitória... o São muito utilizadas no combate de bactérias Gram (-), principalmente contra Pseudomonas aeruginosa, Salmonella e Escherichia coli (as quais acometem muito o TGI dos animais Diarreia) o Tem capacidade de neutralizar endotoxinas (lipopolissacarídeos liberados pela parede celular de bactérias Gram (-) quando elas morrem) o As quais se diferem de exotoxinas, que são toxinas liberadas pelas bactérias ainda vivas o Posologia das Polimixinas o Em geral as polimixinas são utilizadas associadas a outros fármacos a fim de se aumentar seu espectro de ação Atuando contra bactérias Gram (+), Gram (-) e ainda associadas a um anti-inflamatório não esteroidal (em geral em formulações de uso tópico) o Ainda, as Polimixinas podem ser utilizadas como aditivos na ração de animais de produção ANTIBIÓTICOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE DOS ÁCIDOS NUCLEICOS * Rifamicina e Novobiocina (antibióticos) X Actinomicinas e Griseofulvina (antifúngicos) Antifúngicos são antibióticos que só tem ação contra fungos Rifamicina o Substância produzida por um fungo denominado Streptomyces mediterranei o Existem diversos subtipos: A, B, C, D, E... O subtipo mais utilizado é o B (substância produzida naturalmente pelo fungo) A partir dessa foram criadas em laboratório formas semi-sintéticas: Rifamicina SV, Rifamida (Rifamicina M) e Rifampina (Rifampicina) o A Rifamicina SV e a Rifamida (Rifamicina M) têm ação contra bactérias Gram (+), tais como Staphylococcus, Streptococcus e Listeria, e contra Mycibacterium o A Rifampina (Rifampicina), por sua vez, além de ter ação contra bactérias Gram (+) e Mycobacterium tuberculosis, também atua contra bactérias Gram (-), tais como Escherichia coli, Neisserla, Haemophilus e Klebsiella Sua administração se da por via oral É utilizada para o tratamento de tuberculose em humanos o As Rifamicinas atuam inibindo a formação de RNAm, RNAr e RNAt a partir das cadeias de DNA por meio da inibição da atividade da RNA-polimerase- DNA-dependente, promovendo assim a inibição da síntese proteica Fármaco se liga de forma irreversível a essa enzima Assim a bactéria deixa de produzir também nucleotídeos, tornando-se incapaz de produzir mais DNA e de se reproduzir/multiplicar Apesar do efeito parecer bacteriostático, esses fármacos tem ação bactericida o Com relação ao seu espectro de ação, as Rifamicinas atuam tanto sobre bactérias intracelulares (presentes no interior de macrófagos) como bactérias extracelulares Contudo apresentam ação intracelular inferior à da Vancomicina,Gentamicina e Enrofloxacina São muito utilizadas para o combate de Brucella, Mycobacterium e Rhodococcus Têm melhor ação contra bactérias Gram (+), uma vez que a quantidade de fármaco capaz de atravessar a parede células desse grupo é maior quando comparada às Gram (-) Assim, a dose do fármaco a ser administrada para o combate de Gram (-) deve ser maior, uma vez que a CIM do fármaco contra Gram (-) é superior Uma maior concentração de fármaco deve estar presente no plasma para que este seja capaz de atravessar a parede de bactérias Gram (-) e atingir seu sítio de ação no núcleo das células o A Rifamicina SV pode atuar tanto sobre bactérias Gram (+) como Gram (-) quando administrada em altas concentrações, porém é mais utilizada no combate de Staphylococcus e Streptococcus o Já a Rifamicina M (Rifamida) tem ação contra Gram (+), Gram (-) e Mycobacterium, porém é mais utilizada no combate contra Escherichia coli o E, por fim, a Rifampina (Rifampicina) é a melhor e mais utilizada em medicina veterinária, tendo ação contra bactérias Gram (+) e Gram (-), mas sendo mais utilizada contra Corynebacterium pseudotuberculosis, Rhodococcus equi, Staphylococcus e Streptococcus em equinos o Com relação à resistência contra as Rifamicinas, ela pode ser adquirida por mutação bacteriana (alterações cromossômicas), sendo ela adquirida com relativa faciludade (15% das cepas do Streptococcus equi já são resistentes), por meio da codificação de uma enzima RNA-polimerase refratária à ação desse grupo de fármacos ou por meio de resistência cruzada frente à utilização de outros Antibióticos que atuem sobre o mesmo sítio de ação (o desenvolvimento de resistência por alteração do sítio de ação inviabiliza a ação de todos os tipos de Rifamicinas e qualquer outro Antibiótico que tenha o mesmo mecanismo de ação) Quanto maior o número de Antibióticos diferentes utilizados juntos, menor a dose necessária de cada fármaco, mais ampla a ação do tratamento e menor a chance de formação de resistência contra qualquer um dos fármacos utilizados Sempre utilizar Rifamicina em associação a outros fármacos Exemplo: Rifampicina + Eritromicina Tratamento de Garrotilho (Streptococcus equi): Penicilina + Estreptomicina (Agrovet Plus) ou Sulfa + Trimetoprim Não utilizar Rifamicinas, uma vez que 15% das cepas já são resistentes o A via de administração varia de acordo com o tipo da Rifamicina, sendo a Rifamicina SV e M (Rifamida) de uso parenteral, e a Rifampicina de uso oral (mais fácil de administrar) Uma característica de todas as Rifamicinas é que todas tem caráter muito lipossolúvel, logo atravessam facilmente as barreiras celulares, sendo altamente distribuídas pelos tecidos Pulmões, fígado, bile, urina, leite, ossos, abscessos, SNC e células fagocitárias Podem apresentar ação teratogênica em roedores o Com relação à farmacocinética desse grupo de fármacos, a Rifampicinas é metabolizada pelo fígado, onde é transformada em 25-desacetil- rifampicina, a qual é excretada pela bile Além da bile, os metabólitos formados também podem ser eliminados pelo suor ou pela urina, conferindo assim uma coloração vermelho alaranjada para urina e para pele do paciente Informação que quem toma a medicação deve saber Contudo, devido ao ciclo enterro-hepático, esse fármaco pode permanecer no organismo por mais tempo, aumentando assim seu tempo de ação Toda porção que não é biotransformada no fígado volta pelo sistema porta, sendo então novamente redistribuído pelo organismo Ainda, a Rifampicina é capaz de fazer indução hepática, aumentando assim o metabolismo/biotransformação do fármaco Diminui o efeito dos fármacos no organismo (por meio da diminuição da intensidade e tempo de duração da resposta do organismo frente à sua administração), assim deve-se aumentar a dose do mesmo para que o efeito seja mantido Ainda, esse indução hepática pode influenciar na metabolização de outros fármacos que utilizem a mesma via de biotransformaçãos, no caso das Rifamicinas: Barbitúricos, Corticoides, Ciprofloxacino, Trimetoprima, Itraconazol, Cetoconazol e Teofilina Pode ocorrer que esse aumento do metabolismo hepático favoreça a formação de metabólitos tóxicos, tais como no caso do Paracetamol os NAPQs, aumentando assim a toxicidade dos fármacos (QUESTÃO DE PROVA!!!!!!) o Com relação à meia-vida desses fármacos, ela varia de acordo com a espécie e faixa etária dos animais Equinos: 6 a 8 horas quando administrados por via IV e 12 horas quando administrados por via oral Potros: 17 horas Imaturidade hepática Cães: 8 horas * no caso de animais jovens, idoses ou hepatopatas a dose do fármaco administrada deve ser sempre menor o Em geral a toxicidade e aparecimento de efeitos adversos são raros para esse grupo de fármacos, mas sempre deve-se tomar cuidado com pacientes hepatopatas, porém, quando aparecem, esses envolvem anemia hemolítica, anorexia, vômitos e diarreia o Posologia das Rifamicinas * Rifocina: Rifamicina de uso tópico a qual não apresenta ação sistêmica Novobiocina o É uma substância produzida por duas espécies de fungos: Streptomyces spheroides e Streptomyces niveus o O grupo dos Staphylococcus coagulase negativa são resistentes a esse fármaco o Seus mecanismos de ação ainda não estão muito bem definidos, mas acredita-se que promove: Inativação da DNA girasse, inibição assim a ação da ATPase, a qual é responsável pelo super enovelamento do DNA Inibição da síntese parede pela inibição da disposição dos aminoaçúcares dos peptidoglicanos Inibição do Ácido Teicóico da parede de bactérias Gram (+) Inibição síntese DNA e RNA, síntese proteica, respiração e fosforilação oxidativa o Tem ação bacteriostática o Com relação ao seu espectro de ação, pode atuar contra bactérias Gram (+) e Gram (-), mas tem melhor ação sobre as Gram (+) É muito utilizada, em altas concentração, para o combate de Staphylococcus, principalmente para o tratamento de lesões de pele e dermatites É utilizada também contra bactérias resistentes às penicilinas, tais como Neisseria, Haemophilus, Brucella, Proteus Tem ação intermediária no combate contra Micoplasma o Com relação à resistência bacteriana frente a este fármaco, Staphyloccocus aereus são muito resistentes, logo é muito importante a sua administração junto a outros fármacos Novobiocina + Tetraciclina Em bovinos, para o tratamento de Staphyloccocus aureus e Streptococcus tem se utilizado Novobiocina + Penicilina G Muito utilizado para tratamentos tópicos de mastite (contra Streptococcus agalactiae) o Apresenta boa absorção oral, com pico de concentração plasmática atingido em 1 a 4 horas, as quando administrado por via IM pode causar irritação o Apresenta distribuição pobre pelo organismo, atingindo baixas concentrações no líquido sinovial, pleural e ascético, além de não atravessar a barreira hematoencefálica, mesmo em casos de inflamação Contudo, apresenta alta dosagens no leite o Sua eliminação se dá majoritariamente pelas fezes, porém 3% é eliminado pela urina o Em geral apresenta baixa toxicidade e efeitos adversos para animais o Quanto a sua posologia: Cão: 10 mg/kg a cada 8 horas por via oral Bovinos: administração intramamária Período de carência: 72 horas ANTIBIÓTICOS BACTERICIDAS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE PROTEICA Aminoglicosídeos o São substâncias compostas por uma hexose dotada de um grupamento amido (aminoaçucares substâncias glicosídicas) produzidas por diversos fungos: Streptomyces griseus, Streptomyceskanamyceticus, Streptomyces fradiae, Micromonospora purpurea, Micromonospora inyoensis o São fármacos bactericidas o Fazem parte desse grupo de fármacos: Estreptomicina, Neomicina, Amicacina, Paramomicina, Canamicina, Espectinomicina, Gentamicina, Tobramicina, Sisomicina, Ribostamicina e Netilmicina Nem todos os Antibióticos terminados em “micina” são Aminoglicosídeos o Grupamentos aminos (NH2) são tóxicos, logo quanto mais grupamentos aminos a substância apresentar, mais tóxico será esse fármaco Contudo, quanto mais grupamentos aminos, maior o espectro de ação do fármaco o São fármacos pouco lipossolúveis e muito hidrossolúveis, logo apresentam melhor ação sobre bactérias Gram (-), uma vez que atingem o interior das células atravessando os canais de aquaporinas/porinas Sua capacidade de atravessar a membrana plasmática se deve ao fato de apresentarem caráter (+), enquanto o interior da membrana apresenta caráter (-), entrando assim de “carona” com moléculas de oxigênio o Esse grupo de fármacos atua se ligando às porções 30S do ribossomo responsável pela síntese da fita RNAm, impedindo assim que ocorra a síntese proteica, não havendo a síntese de RNAm de forma adequada, podendo haver bloqueio total da síntese ou apenas induz à formação de fitas defeituosas, as quais poderão dar origem a proteínas defeituosas Assim a membrana plasmática acaba ficando mal formada, perdendo sua capacidade de seletividade Há perda de Na+, K+ e AA para o meio externo (QUESTÃO DE PROVA!!!!!!!) Esses fármacos não tem ação sobre bactérias anaeróbias ou sobre bactérias em estado de anaerobiose (no caso de bactérias anaeróbicas facultativas ou aeróbicas em condições de anaerobiose), nem ação sobre as células humanas ou de quaisquer mamíferos, pois seus ribossomos são compostos pelas formas 40S e 60S, diferentemente das bactérias (as quais apresentam ribossomos nas formas 30S e 50S) o Com relação ao seu espectro de ação, tem melhor ação sobre bactérias Gram (-), sendo muito utilizadas no combate do Treponema pallidum, mas também são utilizadas em tratamentos contra Staphylococcus Amicacina e Tobramicina: tem excelente atividade contra Pseudomonas Estreptomicina e Di-Hidroestreptomicina são mais utilizadas no combate de Espiroquetas, Micobacterium e Mycoplasma Estreptomicina + Penicilina são utilizadas em associação para o tratamento de Leptospirose, assim como para o tratamento de mastite Não tem ação contra bactérias intracelular presentes no interior de macrófagos por não serem lipossolúveis, não sendo eficazes no combate contra Salmonella e Brucella A fim de se aumentar seu espectro de ação, em geral são administradas em associação aos Beta-lactâmicos * em geral, em rebanhos leiteiros os fármacos mais utilizados são os Antibióticos, sendo os principais aqueles pertencentes ao grupo das Penicilinas e dos Aminoglicosídeos Quanto mais ácido o meio, ou seja, quanto menor o pH, menor é o espectro de ação dos Aminoglicosídeos, logo esse grupo apresentam uma baixa eficácia quando administrados em locais onde há presença de pús Pode haver resistência cruzada entre os diferentes componentes desse grupo, assim, caso aqueles de mais amplo espectro não surtam efeito, provavelmente aqueles com menor espectro de ação também não funcionem Ordem crescente com relação ao espectro de ação dos Aminoglicosídeos: Estreptomicina, Neomicina/Canamicina, Gentamicina, Tobramicina e Amicacina Sempre começar utilizando aqueles de menor espectro de ação a fim de se evitar o desenvolvimento de resistência e inviabilização dos demais fármacos que fazem parte desse grupo Enterococcus são resistentes a esse grupo de fármacos, devido à sua capacidade de fosforilação, acetilação... o Não apresentam absorção oral, mas podem ser administrados por essa via para atuarem nas bactérias presentes na mucosa do lúmen do TGI, sem exercerem ação sistêmica Em casos de enterites que transcorram com necrose da mucosa pode ser que haja algum grau de absorção do fármaco por essa via Toxicidade Melhores formas de administração: IV e SC o Apresentam boa distribuição pelos líquidos orgânicos, mas tem dificuldade de penetrarem nas células ou atravessar as barreiras celulares São moléculas grandes, pouco lipossolúveis Há algum grau de absorção intramamária e intrauterina, mas em tão pouca quantidade que seu efeito não chega a ser tóxico o Ligam-se de forma seletiva aos tecidos, apresentando preferência pelo rim Bom no caso de se querer tratar infecções renais/urinárias (local com muita água), mas ruim por ser mais tóxico para esses órgãos (em casos de nefropatias sua toxicidade fica aumentada) o Sua excreção se dá pelos rins por meio de filtração glomerular Em pacientes nefropatas essa eliminação fica prejudicada, aumentando a toxicidade do fármaco o Trata-se de um fármaco concentração-dependente, logo apresenta efeito pós-antibiótico O melhor é sempre dar a maior dose possível em uma única administração Várias doses podem se tornar muito tóxicas para os rins e ouvidos (são incapazes de se recuperar após ocorridas as lesões) o Com relação à toxicidade e efeitos adversos dos Aminoglicosídeos, eles são altamente nefrotóxicos e ototóxicos Esses fármacos penetram facilmente nas células dos túbulos renais e nas células do canal auricular, pois elas apresentam uma membrana fosfolipídica de caráter (-) enquanto que os Aminoglicosídeos apresentam caráter (+), havendo assim acúmulo intracelular do fármaco Há deposição desse dentro dos lisossomos, fazendo com que essas organelas “explodam”, resultando na liberação de enzimas lisossômicas e digestão total da célula tubular Necrose tubular aguda e ototoxicidade Inicialmente o animal começa a apresentar de nefrotoxicidade (com danos ainda reversíveis), e posteriormente os danos ao canal auditivo se manifestam (com danos irreversíveis) Sempre opta-se pelo uso de fármacos que causem danos renais No caso da ação sobre o canal auricular, o fármaco atinge a perilinfa e a endolifa, causando danos cocleares (fazendo com que o animal deixe de escutar mais comum em cães) e vestibulares (fazendo com que o animal perca o equilíbrio mais comum em gatos) Dietas ricas em Ca+2 diminuem a afinidade dos Aminoglocosídeos pelas células tubulares Fatores que predispõem ao aparecimento de efeitos tóxicos: Tratamentos por períodos superiores a 7 a 10 dias A administração de múltiplas doses diárias Exposição prévia aos Aminoglicosídeos Distúrbios eletrolíticos (⇩K, ⇩Na) Depleção de volume plasmático (choque, endotoxinas), diminuindo a taxa de filtração glomerular Associação com outros medicamentos nefrotóxicos (Furosemida e Vancomicina) Idade do paciente Maior toxicidade em jovens e adultos A utilização dos fármacos por via IV exacerba o aparecimento de efeitos adversos Bradicardia e queda da pressão arterial (cálcio) Bloqueio neuromuscular por ligação aos receptores nicotínicos * a utilização desse grupo de fármacos de forma tópica evita o aparecimento de efeitos tóxicos por haver muito pouca ou nenhuma absorção sistêmica do mesmo Neomicina + Bacitracina (Nebacetim pomada): muito utilizada em áreas de queimadura (porém quando abrangerem áreas muito amplas pode ser que haja grande absorção) o Posologia dos Aminoglicosídeos o Período de carência ANTIBIÓTICOS BACTERIOSTÁTICOS QUE INTERFEREM NA SÍNTESE PROTEICA * Macrolídeos, Lincosamidas, Pleuromutilinas, Estreptograminas,Tetraciclinas, Cloranfenicol e derivados A maioria atua na porção 50S do ribossomo que atua na formação da fita de RNAm, competindo assim pelo mesmo sítio de ação (efeito antagônico), sendo fácil de se adquirir resistência à ação de todos os fármacos que fazem parte desse grupo Macrolídeos o São fármacos que apresentam em sua composição um anel lactônico macrocíclico Fazem parte desse grupo: Eritromicina (e seus subtipos A, B e C), Claritromicina, Azitromicina, Tulatromicina, Espiramicina, Tilosina, Josamicina Alguns são derivados de substâncias produzidas por diversos fungos, tais como Streptomyces erythreus, Streptomyces fradiae e Streptomyces narbonensis, porém a maioria é sintetizada em laboratório o Atuam na porção 50S do ribossomo responsável pela síntese da fita RNAm, inibindo a síntese proteica A princípio tem efeito bacteriostático, porém em altas doses (atingindo altos picos de concentração plasmática) podem apresentar ação bactericida o São fármacos tempo-dependentes, que penetram facilmente nas células o pH ótimo para que apresentem maior espectro de ação ocorre em meios básicos (pH≈8) o Apresentam ótima ação sobre bactérias Gram (+), sendo muito utilizados no tratamento contra Staphylococcus, Streptococcus, Arcanobacterium, Bacillus, Corynebacterium, Rhodococcus equi e Erysipelothrix rhusiopathiae * a Eritromicina é o Antibiótico de escolha para o tratamento de Pneumonia por Rhodococcus equi, em associação às Rifamicinas Trata-se de uma substância produzida por um fungo: Streptomyces erythreus Apresenta 3 diferentes subtipos, sendo o mais famoso deles o subtipo A o Apresentam ação variável contra bactérias Gram (-), apresentando ação frente a algumas bactérias aeróbias, tais como Actinobacillus, Brucella, Campylobacter e Leptospira, assim como frente a algumas bactérias anaeróbias, tais como Clostridium e Bacteroides (Eritromicina), além de agirem contra o Mycoplasma (Tilosina) * Azitromicina e Claritromicina apresentam amplo espectro de ação, agindo contra bactérias Gram (-), além de terem ação contra Salmonella enterica e Rhodococcus equi o É comum a ocorrência de resistência bacteriana, tanto por mutação das bactérias (alterações cromossômicas) como por aquisição de plasmídeos Promovem alterações no sítio de ação do fármaco, nas bombas de efluxo presentes na membrana (tira o Antibiótico para fora da célula) e na síntese das enzimas que atuem destruindo o anel lactônico macrocíclico Alterações no sítio de ação do fármaco podem ser promovidas por resistência cruzada entre Macrolídeos, Lincosamidas e Estreptograminas o O pH ótimo de ação para esses fármacos, de acordo com seu pKa, é entre 6 e 9 o ERITROMICINA Apresenta um pKa de 8,8 , logo apresenta melhor ação sobre meios básicos Estearato: nova formulação que permite administração do fármaco por via oral Adicionado à ração ou água de beber de suínos e aves Sua administração por via IV pode causar flebite Sua administração por via SC ou IM pode causar irritação tecidual Apresenta maior concentração nos tecidos que no plasma, sendo que dentre os tecidos apresenta maior concentração nos pulmões pelo fato de que nesse local o pH é mais elevado Bom fármaco para tratamento de infecções pulmonares Não atravessa a barreira hematoencefálica, mas atravessa a barreira placentária Sofre eliminação pela bile Em geral apresenta toxicidade baixa, podendo apenas causar irritação tecidual e tromboflebites Pode causar distúrbios gastrointestinais por provocar aumento da motilidade, principalmente em coelhos e equinos Tem ação sobre a microbiota local Em ruminantes há baixa absorção por essa via, podendo desencadear diarreias Azitromicina e Claritromicina Pequenos animais e equinos; Tulatromicina e Tilmicosina bovinos * Micotil (Tilmicosina): é comumente utilizada após procedimentos cirúrgicos, como em casos de deslocamento de abomaso Stomorgyl (Espiramicina + Metronidazol [tem ação contra bactérias anaeróbias]): utilizado em casos de profilaxia dentária Lincosamidas (Lincomicina, Clindamicina) o São monoglicosídeos ligados a um aminoácido o Compreendem fármacos provenientes de substâncias produzidas pelo fungo Streptomyces lincolnensis, e outras formas semissintéticas o Apresentam espectro de ação ≈ Macrolídeos, ou seja, apresentam melhor ação sobre bactérias Gram (+), mas também atua sobre Gram (-) o Atuam sobre a porção 50S do ribossomo responsável pela síntese da fita RNAm, inibindo a síntese proteica É comum o desenvolvimento de resistência cruzada devido ao fato de diversos fármacos atuarem sobre um mesmo sítio de ação São fármacos tempo-dependentes e, em geral, apresentam ação bactericida o Apresentam espectro de ação semelhante ao dos Macrolídeos, mas com melhor ação sobre bactérias anaeróbias Gram (-) o Efeitos sinérgicos Clindamicina + Aminoglicosídeo (tem ação sobre a porção 30S do ribossmo responsável pela formação da fita de RNAm) Clindamicina + Fluoroquinolona o Efeitos antagônicos Clindamicina + Cloranfenicol o O desenvolvimento de resistência é comum, e pode se dar a partir do uso das próprias Lincosamidas (a utilização de Lincomicina gera resistência contra Clindamicina ou mesmo contra repetições de tratamento com Lincomicina) ou por resistência cruzada (frente ao uso de Macrolídeos e Estreptograminas) o Seu pKa é de 7,6 e são altamente lipossolúveis Úbere e próstata apresentam pH inferiores ao plasma, logo se o fármaco for administrado nesses locais seu tempo de ação será maior, pois estará mais presente a forma dissociada, impedindo sua absorção e disseminação pelo plasma o Com relação à toxicidade, ela pode ocorrer independentemente da via de administração pelo fato de o fármaco ser altamente lipossolúvel Pode causar diarreia Comum em humanos, coelhos e hamsters Mais perigoso em equinos pelo risco de causar colite hemorrágica (tanto quando administrado por via oral como por via parenteral) Aumenta a concentração de Clostridium, podendo ser fatal o A Lincosamida é frequentemente utilizada em suínos para o controle e tratamento de disenterias e enterites, e no tratamento de infecções contra Staphylococcus, Streptococcus e Mycoplasma É administrado por via IM em suínos, SID, ou adicionado à água de beber ou comida desses animais o Já a Clindamicina é mais comumente utilizada para cães e gatos em casos de doenças periodontais, osteomielite, dermatites e infecções profundas de tecidos moles causados por bactérias Gram (+), além de ser utilizada no tratamento de toxoplasmose nessas espécies Sua administração se da por via oral ou IM, BID para cães e gatos * uma vez que apresentam espectro de ação relativamente baixo, são utilizados um associação a outros fármacos a fim de melhorar sua ação Uso recomendado para o combate de infecções respiratórias o Não há um período de carência definido, podendo sempre haver o abate dos animais sem a realização de jejum prévio (em casos de o fármaco ser administrado na ração para o combate de disenterias e enterites em animais de produção) Tetraciclinas o São provenientes de substâncias produzidas pelo fungo Streptomyces Existem também algumas formas semissintéticas: Aureomicina, Terramicina, Tetraciclina Derivados da Tetraciclina: Doxicilina e Minociclina o Tem ação sobre o ribossomo 30S, o qual é responsável pela síntese da fita de RNAm, impedindo assim que ocorra a síntese proteica Contudo, essa ligação é reversível, e o efeitodesencadeado é apenas bacteriostático o Apresentam amplo espectro de ação, agindo tanto sobre bactérias Gram (+) como Gram (-), além de terem ação contra Riquétsias (como Ehrlichia coli, Anaplasma), protozoários (Plasmodium falciparum, Entamoeba histolytica, Giardia lamblia, Leishmania major, Trichomonas, Toxoplasma gondii) Doxiciclina e Minociclinas são as que apresentam maior espectro de ação o Com relação à resistência bacteriana, sua ocorrência é relativamente comum devido ao uso indiscriminado do fármaco A forma mais comum de desenvolvimento de resistência se da pela alteração do sítio de ligação do fármaco Não é observada resistência para bactérias intracelulares, tais como Chlamydia, Ehrlichia, Anaplasma (QUESTÃO DE PROVA!!!!!) o Pode ser administrado por via oral ou parenteral, contudo pode causar dor pelas vias IM e SC É comum sua administração junto ao alimento no caso de animais de produção o Em geral esses fármacos apresentam elevada lipossolubilidade Doxiciclina e Minociclinas apresentam maior lipossolubilidade que a Tetraciclina e Oxitetraciclina Não atravessam a barreira hematoencefálica, não atingindo o líquor Atravessam a placenta o São fármacos tempo-dependentes o Sua excreção se dá de forma ativa pelos rins, sendo que alguma parte também é eliminada pela bile Em casos de insuficiência renal, essa excreção renal ativa não ocorre, aumentando o tempo de ação desses fármacos Doxiciclina e Minociclina não sofre eliminação renal A Minociclina deve ser primeiramente biotransformada para então sofrer eliminação renal ou pela bile Doxiciclina só é excretada pela bile, sendo somente eliminada por via renal em casos de insuficiência renal A eliminação pela bile ocorre quando o fármaco sofre reabsorção pelo ciclo enterro- hepático (após passarem pelo fígado, as porções que não foram biotransformadas retornam ao intestino pelo sistema porta, sendo então redistribuídas pelo organismo até retornar ao fígado...alguma coisa pode sofrer eliminação pelas fezes quando estes fármacos retornam ao intestino, ligando-se ao Ca+2 ou outros íons presentes no intestino) o Com relação a sua toxicidade, as Tetraciclinas podem causar irritação tecidual, distúrbios no TGI (tanto quando administrados por via oral quanto por via parenteral) ou arritmias Cloranfenicol o Substância produzida pelo fungo denominado Streptomyces venezuelae o Fazem parte desse grupo de fármacos: Cloranfenicol, Florfenicol e Tianfenicol o Atuam sobre o ribossomo 50S responsável pela síntese da fita RNAm e tem ação contra a enzima peptidiltransferase, impedindo o alongamento da cadeia peptídica Inibem a síntese proteica A princípio são considerados fármacos de ação bacteriostática, mas podem exercer efeito bactericida o Apresentam amplo espectro de ação, atuando sobre bactérias Gram (+), Gram (-), Riquétsias, Espiroquetas e Mycoplasma * Cloranfenicol (não seus derivados) são utilizados para o tratamento de anemia infecciosa felina (causada pelo Mycoplasma) É difícil de ser encontrado para vender na fórmula de administração parenteral, sendo mais comum o seu uso de forma tópica Efeitos adversos do uso de Cloranfenicol de forma parenteral: anemia aplásica (humandos) ou hipoplásica (animais) Não ocorre coma a administração de seus análogos (Florfenicol e Tianfenicol) Não deve ser mais utilizado em animais de produção Felinos são mais sensíveis, podendo causar pancitopenia (diminuição dos eritrócitos, leucócitos e plaquetas) Sinais clínicos aparecem em até 14 dias após o início do tratamento Devem ser somente utilizados em casos graves ou situações específicas o O desenvolvimento de resistência bacteriana se da principalmente pela capacidade de acetilação dos fármacos, mas também pode ocorrer por alterações na bomba de efluxo, mutação dos sítios de ligação do fármaco ou por alteração das barreiras de permeabilidade das células Pode haver a ocorrência de resistência cruzada com Macrolídeos e Lincosamidas, uma vez que todos esses atuam sobre os mesmos sítios de ação o Em geral são fármacos que podem ser administrados por via oral, exceto para ruminantes o São lipofílicos, logo apresentam alta distribuição entre os tecidos o Apresentam meia-vida variável de acordo com a espécie animal Equinos: 1 hora Felinos: 5 a 6 horas o São excretados pela bile e pela urina o Posologia Pleuromutilinas o Fazem parte desse grupo a Tiamulina e a Valnemulina o Tem melhor ação sobre bactérias Gram (+), mas também atuam sobre as Gram (-) o Trata-se de um medicamento de uso exclusivo para medicina veterinária, sendo mais comumente utilizado em suínos e aves o São bastante utilizados para o combate de doenças respiratórias crônicas, principalmente àquelas causadas pelo Mycoplasma Manifestação clínica: aves respirando com bico aberto em dias não tão quentes o Atuam sobre o ribossomo 50S responsável pela síntese da fita RNAm Inibem a síntese proteica Pode haver resistência cruzada desencadeada pelo uso de Macrolídeos e Lincosamidas pelo fato de todos se ligarem aos mesmos sítios de ação o São mais utilizadas contra bactérias anaeróbias, tais como Haemophilus parasuis, Fusobacterium necrophorum e Actinobacillus pleuropneumoniae o Com relação à toxicidade desse grupo de fármacos, eles promovem inibição das enzimas hepáticas, aumentando assim o tempo de ação dos fármacos no organismo por diminuir a sua biotransformação Cuidar com a associação à ionóforos, pois podem promover um atraso no crescimento dos animais e toxicidade Uma vez que ambos são adicionados à ração, deve se dar um intervalo de pelo menos 5 dias entre cada administração Estreptograminas o Como representante desse grupo podemos citar a Virginiamicina o Vem sendo utilizados como promotores de crescimento para animais de produção o Atuam sobre o ribossomo 50S, responsável pela síntese da fita RNAm Inibem a síntese proteica o Tem ação sobre bactérias Gram (+), anaeróbias e aeróbias, tais como Clostridium tetani, Clostridium perfringens, Clostridium botulinum e Clostridium difficile o Vem sendo muito utilizado como aditivo da ração para bovinos nas doses de 5 a 20 ppm * seu uso foi banido na União Europeia por gerar cepas resistentes de Enterococcus Alteração da microbiota do TGI SULFAS (SULFONAMIDAS SULFONAMÍDICOS) * caso alguma sulfa desencadeia a formação de resistência, essa bactéria passará a apresentar resistência cruzada frente a qualquer outra sulfa administrada História o Gelmo (1908): síntese do corante azoico PRONTOSIL o Domagk (1930): I.G. Farben Atividade antibacteriana in vivo o Trefouels, Nitti & Bovet Atividade decorrente da quebra da molécula Para- aminobenzenossulfonamida o Aproximadamente 5.000 tipos de sulfas já foram sintetizadas, porém dessas somente 20 se mostraram eficazes para uso terapêutico Fármacos sulfodinâmicos o Apresentam majoritariamente efeito antibiótico/antibacteriano, porém podem vir a apresentar outros efeitos, tais como: Inibidores da anidrase carbônica Efeito diurético (estimulam a produção de urina) Acetazolamida Não são considerados como diurético potentes Diminuição da pressão intraocular (efeitos oftalmológicos) Hipoglicemiante oral (tratamento de diabetes tipo 2) Carbutamida o Contudo, cada grupo de sulfas só é administrado para determinado fim Uma sulfa administrada para apresentar efeitos diuréticos não exercerá ação hipoglicemiante o Devido ao seu uso crônico e indiscriminadono passado, houve o desenvolvimento de uma alta resistência bacteriana frente a esse grupo de fármacos e o surgimento de efeitos adversos no paciente (aumento da sua toxicidade) Foram substituídas pelas Penicilinas Sulfa (+) Trimetoprima: confere aumento do espectro de ação e diminuição dos efeitos adversos, além de permitir a administração de maiores volumes plasmáticos circulantes do fármaco o Estrutura química * problema das Sulfas de ação rápida e curta: demandam um maior número de aplicações do fármaco em menores espaços de tempo Ruim para animais de produção * problema relacionado aos fármacos de ação ultra-longa: os efeitos adversos desencadeados por eles são mais graves e acentuados que aqueles desencadeados por fármacos de ação curta * não se utilizam as sulfas de forma tópica na pele pelo risco de causares reações alérgicas no animal Porém utilizam-se sulfas tópicas no TGI, pois mesmo que não sejam absorvidos, eles exercem efeito antibiótico sobre as bactérias presentes no lúmen intestinal o Maior problema das Sulfas: precipitação Misturam-se diferentes tipos de sulfas, aumenta-se a quantidade total de fármaco administrado, mas sem se ultrapassar a capacidade de solubilidade de cada sulfa Lei das solubilidades independentes Para que fármacos bacteriostáticos exerçam os efeitos desejados, é ideal que o fármaco sempre atinja concentrações plasmáticas acima da sua concentração inibitória mínima e que o sistema imune do paciente esteja em bom funcionamento Diferentemente do que ocorre com as Penicilinas, pois como estas atuem inibindo a formação da parede celular, é desejável que haja crescimento bacteriano Concentrações plasmáticas devem oscilar o Mecanismo de ação das Sulfas Inibem a formação da enzima ácido duhidrofólico redutase Ação anti- metabólicas Não afeta as células do hospedeiro pois os animais são capazes de produzir outros substratos para concluir essa cascata, não apenas dependedo da transformação de ácido dihidrofólico em ácido tetrahidrofólico para a produção de nucleotídeos, RNA, DNA ácido Inosínico, ATP e GTP Sulfas ocupam o lugar do PABA e impedem a formação de DNA e RNA da bactéria Efeito bacteriostático Ação do Trimetoprim (bactericida): inibe a formação do ácido dihidrofólico em ácido tetrahidrofólico, inibindo assim essa cascata em dois pontos distintos Efeito sinérgico * só podem ser tratadas com Sulfas doença infecciosas caudas por bactérias sensíveis às Sulfas SULFAS TRIMETOPRIM o Espectro de ação das Sulfas: Bactérias Gram (+) e (-) Protozoários Actinomicetos o Doenças tratáveis com Sulfas Coccidiose Erliquiose Colibacilose Poliartrite Mastite Queratite Salmonelose Pneumonia Toxoplasmose * Sulfas são baratas e devem ser administradas em períodos que variam entre 7 e 10 dias * Sulfas não podem ser administradas por via SC ou IM devido ao seu pH Necrose o Potência antibacteriana Sinergismo Sulfa + Trimetoprima Sulfa + Sulfa Redução de potência Presença de produtos de degradação celular, sangue, coleção purulenta Administração conjunta de anestésicos derivados do PABA (Procaína, Tetracaína) * devido ao fato de as Sulfas atuares substituindo os efeitos do PABA, a utilização de anestésicos derivados do PABA podem desencadear ineficácia e resistência bacteriana frente a esse fármaco o Farmacocinética Administração Tópica Ocular, gênito urinária, queimaduras Oral Efeito sistêmico e local Parenteral Restrito Absorção Variável De acordo com o tipo de sulfa, conteúdo TGI, espécie... Distribuição Ampla Líquido sinovial, peritonial, pleural, ocular, LCR, placenta-feto, leite... * as Sulfametazinas, mesmo sofrendo ruptura do seu anel ou oxidação, ainda podem ter ação farmacológica (mesmo que mais fraca), porém caso ocorra sua ligação com ácido glicurônico ou sulfato, ocorre a inativação desse grupo de fármacos Contudo, havendo acetilação das Sulfametazinas, pode ocorrer a precipitação desse fármaco, principalmente em animais carnívoros (apresentam urina mais ácida) Cristalúria Sempre observar se o animal apresenta dor ou dificuldade em urinar Dar muito líquido e buscar alcalinizar a urina nesses pacientes o Excreção Renal (por filtração glomerular): na forma de metabólito acetilado Fezes, saliva, suor, lágrima, bile, leite... o Mecanismo de resistência bacteriana Adaptação enzimática Bactéria desenvolve outra rota metabólica para a produção do ácido dihidrofólico Seleção das bactérias resistentes Pelo uso indiscriminado dos fármacos Transferência de fator R (fatores de resistência) o Efeitos adversos Reações de sensibilização (alérgicas) Alterações no sistema hematopoiético Formação de trombos na circulação Alterações no TGI Vômito, diarreia Alterações no sistema urinário Formação de cálculos renais Alterações em outros sistemas Ceratoconjuntivite seca... o Ineficácia Pode ocorrer em casos de a bactéria alvo não ser sensível à ação das Sulfas, em casos de resistência bacteriana, presença de matéria- orgânica no local de ação do fármaco... Considera-se um tratamento como ineficaz quando não se observa nenhuma melhora no paciente após 3 aplicações do fármaco Nitrofuranos o Fármacos que fazem parte desse grupo (derivados nitrofurânicos): Nitrofurantoína Nitrofurazona Furazolidona o Apresentam amplo espectro de ação Bactérias Gram (+) e Gram (-) Protozoários Fungos o Podem apresentam efeito bactericida ou bacteriostático o Há pouca geração de resistência o Problema Provoca muitos efeitos adversos Trobocitopenia Anemia Tempo de sangramento aumentado Alterações no SNC Anorexia Vômitos o Podem apresentar efeito farmacológico reduzido na presença de pus, sangue e leite no local de ação o Seu uso é proibido para animais produtores de alimentos!!!! o Mecanismo de ação: Os Nitrofuranos são reduzidos pela ação das flavoproteínas bacterianas Produção de intermediários reativos Danos ao DNA bacteriano MORTE FLUOROQUINOLONAS História o “1960“ Ácido Nalidíxico e Oxolínico Espectro de ação: bactérias Gram (-), porém com efeito restrito Volume de distribuição reduzido Concentração urinária elevada Resistência: ampla Efeitos adversos: muitos o “1980“ Derivados fluorados Espectro de ação: amplo Bactérias Gram (-) e (+) Volume distribuição: grande Concentração urinária reduzida Resistência: rara Efeitos adversos: reduzidos * a adição de flúor na molécula melhorou o seu aspecto Fluorquinolonas o Compostos derivados da mesma molécula, a qual apresentava em sua composição um anel 4- quinolona Conforme muda a molécula, ela adquire um perfil diferente o Quinolonas de primeira geração Ácido Nalidíxico, Ácido Oxolínico, Rosoxacina, Cinoxacina São indicadas para o tratamento de infecções do trato urinário o Quinolonas de segunda geração Fluorquinolonas Enoxacina, Norfloxacina, Ofloxacina, Pefloxacina, Ciprofloxacina, Levofloxacina São indicadas para infecções do trato urinário, infecções respiratórias, ingecções do TGI, inflamações nos rins, infecções ginecológicas, doenças sexualmente transmissíveis, prostatites, infecções oculares, infecçõesde pele e em tecidos o Quinilonas de terceira geração Lomefloxacina, Tosufloxacina, Fluxacina, Temafloxacina, Sparfloxacina, Gatifloxacina São indicadas para o tratamento de pneumonias e bronquites crônicas o Quinolonas de quarta geração Grepafloxacina, Esparfloxacina, Trovafloxacina, Moxifloxacina São indicadas para o tratamento de todas as afecções citadas anteriormente o Mecanismo de ação Bloqueio da atividade da DNA-girase bacteriana Superespiralamento fica inibido o Espectro de ação Bactérias Gram (-) Bactérias Gram (+), inclusive intracelulares (como a Brucella spp) Apresentam potente atividade contra: Salmonella spp, Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa São ativos contra Mycoplasma e Chlamydia Bactérias resistentes: anaeróbicas obrigatórias Streptococcus faecalis e Streptococcus faecium o Farmacocinética Bem variável , dependendo da espécie animal, geração do medicamento e via de administração * apresentam CIM baixa, inferior a de outros Antibióticos Absorção Oral Biodisponibilidade superior a 80% em monogástricos Biodisponibilidade inferior a 20% em ruminantes A presença de alimento, leite, Mg2+ e Al3+ retardam a absorção e reduzem a biodisponibilidade desse grupo de fármacos por essa via A meia-vida varia conforme a Fluorquinolona e espécie animal -- Concentração sérica máxima no homem, cão, macaco é atingida em 1 a 2 horas -- Equino: 30 minutos -- Terneiro: 5 horas Distribuição Ampla e rápida Atinge sua concentração terapêutica em todos os tecidos: rins, fígado, bile, pulmões, ossos, endométrio, LCR, fetos (algumas Fluorquinolonas) A taxa de ligação a proteínas plasmáticas varia entre 10 a 40% Ácido Nalidíxico: 90% Enrofloxacina o Biotransformação Parcial: Ciprofloxacina e Enrofloxacina Total: Pefloxacina Inalterado: Ofloxacina Reações de fase I N-desalcoilação Oxidação Abertura do anel piperazinil * alguns metabólitos de fase I retém sua atividade Reações de fase II Conjugação com Ácido Glicurônico o Excreção Principalmente renal, mas também hepática Filtração glomerular e secreção tubular, cristais Fica presente no leite de lactantes por períodos prolongados o Efeitos adversos TGI Náuseas, anorexia, dor abdominal, vômito, diarreia SNC Inquietação, cefaléia, tontura, insônia, convulsão Pele Hipersensibilidade, prurido, eczema, anafilaxia Hematológicos Eosinofilia, anemia, leucocitose ou leucopenia (1,5 a 5%) Animais em crescimento Comprometimento ósseo-articular, artralgia, tendinite, enfraquecimento de cartilagens Reprodução Alteração da espermatogênes, atrofia testicular (3 meses), teratogênese Outros Degeneração da retina em felinos e animais idosos * Baytril (mais indicado para bovinos): menor custo por dose Enrofloxacina Flotril (indicado pra aves, suínos, bovinos, ovinos, caprinos, cães e gatos): amplo espectro de ação Não há relatos de resistência Duotrill Advocin Metronidazol FÁRMACOS UTILIZADOS NA MASTITE Mastite o É uma doença caracterizada por danos no tecido secretor da glândula mamária, promovendo assim alterações na permeabilidade capilar no local Ocorre assim uma diminuição nas taxas de gordura, caseína e lactose no leite produzido devido ao comprometimento da síntese desses componentes Ao mesmo tempo observa-se um aumento na quantidade de albumina, imunoglobulinas, células somáticas, cloreto, sódio e ácidos graxos livres no leite mastítico quando comparado ao leite de um animal sadio o Mastite clínica Forma aguda Consiste em um processo inflamatório evidente, com a presença de dor, calor, rubor e edema na região do úbere Forma crônica Caracteriza-se pelo fibrosamento do tecido mamário, sendo constatadas alterações no leite produzido o Mastite subclínica Trata-se de uma forma mais branda da doença, na qual só é constatada uma queda na produção leiteira, diferentemente do que ocorre com a forma clínica da doença na qual é possível se identificar os animais acometidos Problema: uma vez que a identificação dos animais acometidos não é tão simples, a doença acaba se disseminando pelo rebanho de forma “silenciosa” o Existem duas formas de transmissão da doença: a forma contagiosa e a forma ambiental Forma contagiosa: de animal para animal (contato com úbere contaminado) Principais agentes envolvidos: Staphylococcus aureus (principal) Streptococcus agalactiae Streptococcus dysgalactiae Fonte de contaminação: úbere Curso da doença: crônico Número de animais doentes: poucos Contagem de células somáticas: alta * nos casos da forma crônica da mastite, os microrganismo já se mostram adaptados ao organismo dos animais (transmissão pela forma contagiosa), assim a reação inflamatória induzida pela sua presença é menor Mais difíceis de tratar, pois é muito provável que o microrganismo já tenha sido exposto a certos fármacos (resistência) Para se adaptar ao animal o microrganismo diminui a resposta inflamatória desencadeada Caso uma resposta muito grande seja formada, o parasita pode ser destruído Forma ambiental Principais agentes envolvidos: Coliformes Streptococcus ambientais Fungos (Candida albicans) Algas (Prototeca) Fonte de contaminação: ambiente Curso da doença: agudo Número de animais doentes: alto Contagem de células somáticas: baixa * há uma discrepância com relação à contagem de células somáticas, podendo estar elas altas ou baixas em ambas as formas (contagiosa e ambiental) ou mais elevada em uma que em outra o Para se evitar a transmissão da mastite, deve-se cuidar com a intensidade do vácuo nos equipamentos, lavar os tetos dos animais (não todo o úbere), utilizar papel toalha descartável para a secagens dos tetos após a lavagem (no lugar de panos comunitários), cuidar com a higiene nas mãos do ordenhador, alimentar os animais após a ordenha (evita que o animal deite em locais sujos após a ordenha Tetos ainda estão com canais abertos após a ordenha, facilitando assim a penetração de patógenos) o Tratamentos Objetivos Combater/controlar todos os agentes infecciosos Não deixar resíduos Relacionado com as propriedades farmacológicas dos Antibióticos administrados Duração do tratamento (sistêmico e intramamário) A cura deve ocorrer em tratamentos com duração entre 3 a 5 dias Caso não se observe nenhuma alteração no aspecto clínico do animal após 5 dias de tratamento deve-se considerar que o patógeno já é resistente àquele fármaco, devendo-se então alterar o tratamento Formulações intramamárias Veículo Polivinilpirrolidona Curta duração Óleo mineral (+) Monoestearato de Alumínio Longa duração Rápida dispersão por toda glândula A absorção para corrente sanguínea varia de acordo com o grau de ligação às proteínas e pKa dos fármacos Definem se o fármaco administrado nos tetos será ou não transportado para a corrente sanguínea do animal -- Somente fármacos na forma não ionizada são capazes de atravessar as membranas celulares -- Ácidos fracos ficam “aprisionados”, não sendo capazes de atravessar as membranas plasmáticas quando se encontram em ambientes alcalinos (e vice-versa) pH leite normal: 6,4 a 6,8 pH do leite mastítico: 7,2a 7,4 Isso ocorre devido a presença de microrganismos fermentadores no úbere (lactose) -- Em tratamentos de mastite devem ser utilizados fármacos ácidos Se o leite estiver “saudável”, esses fármacos tendem a ser deslocados para a corrente sanguínea, uma vez que o sangue é mais alcalino que o leite (pH: 7,3 a 7,4); contudo, em casos de mastite o fármaco tende a permanecer nos tetos (utilizar sempre fármacos de baixa ligação às proteínas plasmáticas Tratamentos de curta duração) * via de regra não é desejável que os fármacos administrados no úbere atinjam a circulação e se disseminem pelo organismo Propriedades desejáveis para um Antibiótico intramamário Para vacas em lactação Pouco irritante Baixa CIM Baixa ligação às proteínas (devem ser eliminados rapidamente) Baixo grau de ionização Liberação rápida e baixa persistência Propriedades desejáveis para um Antibiótico intramamário Para vacas secas Ação bactericida Alto peso molecular Não ser irritante Alta ligação às proteínas Atividade estável Absorção e eliminação lentas * para o tratamento de vacas secas o ideal seria fazer uma única aplicação do fármaco ao final da lactação, utilizando-se medicamentos de alto peso molecular e alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas, promovendo assim um tratamento de longa duração Capacidade de difusão dos fármacos de administração intramamária Boa taxa de difusão: Penetamato (Penicilina G), Ampicilina, Novobiocina, Eritromicina, Tilosina Taxa de difusão intermediária: Penicilina G, Cloxacilina, Tetraciclina Baixa taxa de difusão: Estreptomicina, Neomicina A utilização de fármacos com baixa taxa de ligação às proteínas plasmáticas pode resultar em resistência bacteriana, uma vez que pouca concentração do fármaco atinge de fato os microrganismos patogênicos * Cloranfenicol e Nitrofuranos são de uso proibido para animais de produção Durante a administração de fármacos intramamários, deve-se evitar a introdução de bisnagas inteiras para dentro dos tetos do animal para assim se evitar a introdução de patógenos para dentro do úbere Primeiramente deve-se fazer uma boa limpeza do orifício e logo introduzir o mínimo possível da bisnaga pra dentro dos tetos do animal Propriedades desejáveis de um Antibiótico sistêmico Fármacos de ação sistêmica atingem facilmente a glândula mamária, pois a irrigação do úbere é enorme Por ele passam aproximadamente 10 litros de sangue por minuto Em casos de quadros inflamatórios é ainda mais fácil a chegada de fármacos sistêmicos para esse órgão, pois como a suas membranas não estão íntegras, qualquer fármaco atravessa essa barreira, não só aqueles de caráter lipossolúvel Quanto menor a taxa de ligação às proteínas plasmáticas do fármaco, mais fármaco sai da circulação e atinge os tecidos, e mais rapidamente ele é eliminado do organismo (uma vez que ele também deve atravessar membranas plasmáticas para serem excretados) Menor o tempo de permanência do fármaco no organismo Quanto mais lipossolúveis os fármacos, mais facilmente eles atravessam as barreiras celulares, mas menor sua disseminação pelo organismo (não atingem os líquidos orgânicos, uma vez que esses apresentam caráter hidrossolúvel) pH e pKa definem o quanto do fármaco permanecerá nos tecidos ou se disseminará pela circulação sistêmica Fármacos considerados ideias para serem utilizados de forma sistêmica: Macrolídeos Tetraciclinas Trimetoprim Fluorquinolonas * fármacos indesejáveis para uso sistêmico: Penicilina, Cefalosporinas, Aminoglicosídeos, Sulfonamidas o Resistência Testes de sensibilidade Avaliação da resistência Cepa x Antibiótico Ação intracelular Staphylococcus têm capacidade de viver intracelularmente Reação inflamatória Actinomyces pyogenes Cura clínica x cura microbiológica Staphylococcus e Streptococcus (mecanismos de escape) O animal se apresenta curado da patologia clínica, não apresentando mais os sinais clínicos da doença, porém os microrganismos patogênicos ainda podem estar presentes Desenvolvimento de resistência e disseminação das cepas resistentes para outros animais o Tratamento da mastite clínica Sempre iniciar o tratamento no início da manifestação dos sinais clínicos da doença, pois a presença dos patógenos no úbere gera uma reação inflamatória, que, se não tratada, pode evoluir para atrofia do parênquima Formação de tecido fibroso Perda da função da glândula mamária Queda na produção leiteira Sempre devem ser consideradas como urgências!!! Guardar as amostras para a realização dos testes de sensibilidade o Tratamento da mastite subclínica * forma subclínica: trata-se de uma mastite na qual as membranas celulares ainda se encontram íntegras Só fármacos de boa disseminação sistêmica (lipossolúveis) atingem a glândula Em casos de mastite clínica, como as membranas celulares já estão lesadas, qualquer fármaco administrado atinge a glândula Vacas em lactação Avaliar a relação custo X benefício de todos os fatores envolvidos O tratamento nessa fase é controverso, pois os resultados não são muito bons e o tratamento é caso Diagnóstico Medicamentos Descarte de leite Medicamento perdido Taxa de cura (< 50%) Blitzterapia Período seco Última lactação Aplicar uma dose única Há casos de persistência, porém a incidência é 4 vezes maior A incidência de mastite em vacas não tratadas no período seco é muito maior Sempre utilizar tratamentos de longa duração Aliar vias de tratamento Resultado: bom Duração Há relatos de resíduos Utilizar terapias seletivas Não tratar todos tetos, somente os contaminados Tratamento de vacas primíparas É de grande importância Prevalência da doença nesses animais: 25 a 87% Promove queda na produção de leite por quarto em até 18% São animais que serão destinados à reposição do plantel (não devem apresentar qualidade produtiva inferior às demais) Terapia pré-parto Intramamária: 60 dias antes administração de Antibióticos utilizados no tratamento de vacas secas Intramamária: 7 a 14 dias antes administração de Antibióticos utilizados no tratamento de vacas em lactação Medidas de prevenção e manejo Utilização de selante (?): Parafina, Subnitrato de Bismuto A oclusão dos canais dos tetos não influencia na incidência de mastite * secreção tubular ativa: método de eliminação daqueles fármacos ligados às proteínas plasmáticas São “desconectados” das proteínas e então eliminados, porém durante esse processo uma porção ainda pode ser reabsorvida (quanto mais a lipossolubilidade dos fármacos, maior será sua reabsorção) Processo mais lento de eliminação o Fármacos utilizados para o tratamento Sulfonamidas Primeiros fármacos utilizados (há mais de 50 anos) Administração por via oral Altas doses Penicilinas Uso indiscriminado Rápido aparecimento de resistência A partir dela foram sintetizados múltiplos Antibióticos, os quais foram utilizados em diversas regiões do Brasil Sua distribuição pelos tecidos aumenta em casos de inflamação Só eram utilizadas em casos de mastite clínica Dose: 11000 UI/kg/quarto/12h Monoesterato: 100-200 mil UI/quarto Cefalosporinas Dose: 250 mg/quarto Eficácia: 80% Duração do efeito: 48 horas Resistência: baixa * efeitos ideais esperadosde um Antibiótico contra mastite: eficácia > 95% Tetraciclinas Administração: Parenteral Apresentam boa distribuição pelo organismo Resistência Oxitetraciclina: alta Apresentam efeitos de “longa duração” 20 mg/kg A concentração bactericida ótima (CBO) corresponde ao tempo em que a concentração plasmática de um fármaco se mantém acima da CIM, sendo assim ainda capaz de matar or microrganismos alvo Tetraciclinas: 72 horas Período de carência > 96 horas 1ª escolha para o tratamento de Pasteurella e Aerobacter Não devem ser usadas nas fases de lactação devido a sua capacidade de ligação com o Ca+2 Enfraquecimento ósseo (QUESTÃO DE PROVA!!!!!!!) São considerados de boa ação para o tratamento de Nocardia Microrganismo resistente a inúmeros antibióticos devido a sua baixa susceptibilidade e capacidade de formação de granulomas (forma na qual os fármacos deixam de atingir o parasita devido à presença de inúmeras células inflamatórias em torno dele) Toda glândula mamária fica comprometida Suspeitar de Nocardia quando o animal não estiver respondendo a nenhum tratamento Antibiótico administrado Prevalência em vacas de leite: 6% (4% em vacas em lactação e 2% em vacas secas) Forma comercial mais utilizada: Doxiciclina Indicada para o tratamento de Nocardia e Chlamydia Contudo, outra possibilidade para o caso de inúmeros tratamentos ineficazes seria que o agente causal fosse um fungo Não respondem aos fármacos de ação bactericida, somente à fugicídas (prevalência: 2%) Macrolídeos e lincosamidas Apresentam espectro de ação e farmacocinética parecidos Podem desencadear resistência cruzada!!! CBO 3,5 vezes a concentração do plasma Apresentam maior CIM para bactérias Gram (+) Indicados para o tratamento de Nocardia Eritromicina (Macrolídeo) Forma intramamária Não existe Base fraca (pH aumentado) Tilosina (macrolídeo) Indicada para o tratamento de Mycoplasma, Pasteurella, Corynebacterium e cocos Pirlimicina Apresenta boa concentração no interior das células Tem boa ação contra microrganismos intracelulares Microrganismos resistentes à fagocitose: Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis Polimixinas Atuam contra bactérias Gram (-), tais como Enterobacter, Eescherichia coli (neutralizando suas toxinas), Pseudomonas, Haemophilus e Pasteurella São utilizadas em associação com fármacos que atuem sobre bactérias Gram (+) e anti-inflamatórios Polimixina B, Ampicilina e Dexametasona Agroplus Aminoglicosídeos Administração: parenteral Não atingem a CBO Não atingem concentrações plasmáticas acima da CIM na glândula mamária Não tem boa ação Neomicina Leite reduz sua atividade Formulações mais utilizadas: Gentamicina Mastifin Vaca Seca Cefalexina (+) Neomicina Rilexina Quinolonas Enrofloxacina e Norfloxacina São consideradas sucessos terapêuticos tanto para o tratamento de mastite clínica como a subclínica Sulfonamidas Apresentam bom espectro de ação Em geral são administradas associada ao Trimetoprim Já existe certo grau de resistência o Tratamento suporte Anti-inflamatórios Dexametasona (AIEs) Acomete o sistema imune Pode causar aborto Flunixina Meglumina Indicado para o tratamento de mastite endotóxica (Escherichia coli) Cetoprofeno Fenibutazona Em casos em que os animais já venham apresentando claudicação Soro glicosado Borogliconato de cálcio Ocitocina Antifúngicos o Problema desencadeado pela presença de resíduos de Antibióticos no leite Alergias Choque anafilático Mais comum no caso de Beta- lactâmicos Influência do processo inflamatório Testes Falso-positivos: 0,5 a 20% Após parição Lactoferrina, Lisozima FÁRMACOS ANTI-HELMÍNTICOS OU ANTIPARASITÁRIOS (CONSIDERAÇÕES GERAIS) * além de utilizados para o tratamento de animais doentes, também são utilizados de forma preventiva, tentando-se assim diminuir a contaminação ambiental pelos parasitas Mesmo sem a manifestação de sinais clínicos, os animais podem estar parasitados História o Desde 1550 a.C. Punica granatum (medicamentos manipulados a partir de extratos de plantas) o 1881 Sulfato de cobre o 1926 Cloreto de carbono o 1940 Fenotiazina, piperazina o Década de 60 Fármacos com amplo espectro de ação, elevada eficácia e baixa toxicidade 1961 1° Benzimidazol (tiabendazol) 1965 Imidotiazóis 1966 Piridinas 1969 Salicilanilidas o Década de 80 Lactonas Macrocíclicas o Ação dos parasitas sobre o hospedeiro Perda de peso, crescimento tardio Obstrução Ascaris, Dirofilaria Compressão Hidátide Espoliadora (rouba nutrientes do hospedeiro) Fascíola Anemia, hipoproteinemia MORTE o Ação dos anti-helmínticos Limitar a eliminação de ovos e larvas pelos animais paraitados Diminuição do número de estágios infectantes no ambiente Tratamento: curativo, estratégico, seletivo (realizado somente em alguns grupos de animais) * anti-helmínticos: atuam contra nematódeos, cestódeos e trematódeos (majoritariamente parasitas intestinais) endectocidas: além de atuar sobre os parasitas citados anteriormente, também tem ação contra ectoparasitos Ex: Avermectinas * teste de Famacha: avaliação do grau de parasitismo dos animais de acordo com a coloração da conjuntiva do olho dos mesmos Mucosa anêmica = parasitismo = necessidade de tratamento com antiparasitários (tratar os animais a partir do 3º estágio) Mais comumente utilizado para ovinos Apresenta melhores resultados que o OPG: a eliminação de ovos de parasitas nas fezes pode variar ao longo do dia Não é ideal pelo risco de subestimar o número de parasitas presentes no animal o Fármaco ideal Ser estável Atinge as formas adultas e imaturas dos parasitos * caso o fármaco não apresente essa propriedade, sendo apenas eficaz contra as formas adultas, repetir o tratamento após alguns dias para que os parasitas remanescentes sejam destruídos Ter ação sobre diversos helmintos Não interferir na imunidade do hospedeiro De fácil administração Dose única ou esquemas curtos Apresentar boa tolerabilidade/palatabilidade para os animais Boa margem de segurança Dose tóxica no mínimo 6 vezes maior que a margem terapêutica Ausência de resíduos nos tecidos do animal Eliminação > 95% parasitos adultos Fármacos que eliminam menos de 95% da carga parasitária presente no animal são considerados como resistentes por estes parasitos o Classificação dos fármacos Inorgânicos Sais de metais Utilizados em tratamentos anticestódeos Ex: Arseniato de chumbo Orgânicos naturais Utilizados em tratamentos de helmintoses de aves Ex: Arecolina Orgânicos sintéticos Mias utilizados hoje Substitutos fenólicos, Salicilanilidas, Pirimidinas, Imidatiazóis, Avermectinas... * a fim de se evitar o desenvolvimento de resistência pelos parasitos, sempre fazer uma rotação com relação aos fármacos administrados Utilizar sempre o mesmo promove o aparecimento de cepas reistentes * problemas com relação aos grânulos (acrescentados à ração de animais de produção) Não há controle sobre a quantidade de fármaco ingerida por cada animal, uma vez que é feito compartilhamento do coxo Bolus: maior probabilidade de geração de resistênciapelos parasitas, uma vez que pequenas quantidades de fármaco vão sendo liberadas, as quais podem ser insuficientes para matar todos os parasitas presentes no animal * fármacos de administração pour on devem ser muito lipossolúveis para poderem penetrar na pele dos animais, mas também hidrossolúveis para se distribuírem pela circulação e chegarem até o seu sítio de ação Ex: TGI * em geral o princípio ativo pronto do fármaco é administrado Vantagem: em casos de administração por via oral, mesmo aquilo que não for absorvido pode ter ação sobre os parasitas presentes na mucosa do lúmen do TGI Ainda, alguns fármacos, mesmo após serem absorvidos, não sofrem biotransformação e são eliminados na sua forma ativa para o ambiente Impacto ambiental? A eliminação desses fármacos ocorre majoritariamente pela urina e pelas fezes (principalmente) * fármacos que precisam ser primeiramente biotransformados pelo fígado para então exercerem sua ação sobre os parasitos presentes no TGI, são absorvidos, caem no plasma após sua passagem pelo fígado e retornam ao intestino por difusão passiva (onde os parasitos se encontram) Depois novamente ocorre sua absorção e excreção Além do fígado, existem bactérias ruminais e intestinais que também são capazes de biotransformar os fármacos na sua forma ativa o Fatores relacionados com a eficácia dos anti- helmínticos Fatores relacionados com o parasito Espécie e estágios do parasito Fase histotrópica: parasita se encontra encistado nos tecidos, não sendo atingido pela ação dos fármacos Em geral os fármacos atuam sobre as formas adultas dos parasitos, não eliminando ovos nem os estágios que se encontram em hipobiose Ideal: realizar a repetição dos tratamentos após alguns dias Carga parasitária De acordo com a carga parasitária pode não ser ideal realizar a eliminação de todos os parasitas presentes no hospedeiro Altas taxas de eliminação de endotoxinas (provenientes dos parasitas mortos), formação de trombos e obstrução do TGI (corpos dos parasitas mortos que permanecem no organismo)... Em outros casos, porém, pode ser adequada a elevação da dose de fármaco a ser administrada Comprometimento da biotransformação devido à presença da Fascíola hepática (mais Fascíola no fígado = diminuição das taxas de biotransformação Aumentar a dose de antiparasitário administrada para manter a sua eficácia no combate dos parasitos) A utilização de baixas doses de fármaco para a eliminação da população parasitária presente no animal pode desencadear o desenvolvimento de resistência Resistência de parasitos aos anti- helmínticos Echevarria (1990), Bagé: 1° relato resistência no Brasil Haemonchus frente a tratamentos com Oxfendazole (40%) e Albendazole (19%) No mundo: 1954 Haemonchus contortus mostrou-se resistante à Fenotiazina 1960 Resistência ao Tiabendazol, 3 anos após comercialização * parasitas de caprinos e de ovinos são os que mais rapidamente se mostram resistentes ao antiparasitários Caprinos e ovinos: espécies mais susceptíveis às parasitoses o Mecanismos de resistência Alteração no local do sítio de ação do fármaco Redução da taxa de absorção do fármaco Aumento do metabolismo do parasita * Benzimidazóis Mutação dos genes da β-tubulina, causando assim a perda dos receptores Lactonas Macrocíclicas Alterações no receptor do canal de Cloro e aumento da expressão da glicoproteína P (bomba de efluxo) Resistência paralela: dentro do mesmo grupo (mecanismos similares) Resistência cruzada: diferentes mecanismos de ação Fatores relacionados com o medicamento Tamanho e solubilidade * fármacos pouco solúveis ficam mais tempo agindo no organismo, podendo assim afetar diferentes gerações dos parasitas por permanecerem presentes na circulação por longos períodos Fembendazol, oxfendazol e albendazol -- Pouco solúveis Tamanho da partícula é fundamental -- Precipitados sólidos: concentrações são mantidas por longos períodos no plasma e intestino -- Aumento do tempo de ação sobre o parasito e diminuição da toxicidade Tiabendazol -- Maior solubilidade Biotransformação Closantel e Lactonas Macrocíclicas São eliminados na forma não alterada Benzimidazóis São absorvidos no rúmen -- A forma reduzida (sulfóxido) ainda pode apresentar algum grau de atividade Dose do medicamento Superiores ou inferiores às recomendadas Tem maior chance de promover o desenvolvimento de resistência pelos parasitos -- Doses repetidas em geral são mais efetivas -- Benzimidazóis Dependem do maior tempo de contato Via de administração Biodisponibilidade da Ivermectina: -- Intrarruminal 30 a 40 % -- Intra-abomasal 100% Formulações Veículo, estabilizadores, tamanho da partícula -- Ivermectina na sua forma oleosa permanece por mais tempo agindo no organismo Fatores relacionados aos hospedeiro Espécie animal e raça * a eficácia dos fármacos varia de acordo com a espécia animal e raça, pois a sua farmacocinética varia de animal para animal (diferentes taxas de absorção, biotransformação...), além de que quanto maior a quantidade de gordura presente no corpo dos animais, melhor a absorção, armazenamento e distribuição dos fármacos (no caso de fármacos pour on) Existe diferença na farmacocinética dos fármacos entre os diferentes sexos Farmacocinética e tolerabilidade do hospedeiro Caprinos são mais resistentes que ovinos Condições fisiológicas * quanto melhor a condição fisiológica dos animais, melhor a eficácia dos fármacos Lactonas Macrocíclicas Depósito de gordura (vacas de leite se diferem de vacas de corte) * no caso de vacas em lactação, pode ser que ocorra perda de fármaco pelo leite Presença de parasitos Alteram o pH, permeabilidade e motilidade intestinal Concentração plasmática máxima, tempo em que o fármaco permanece acima da CIM na circulação, meia-vida dos fármacos Tipo e qualidade dos alimentos administrados * de acordo com o tipo de alimento administrado, há maior ou menor motilidade intestinal, interferindo assim na taxa de absorção de fármacos administrados por via oral pH do TGI influencia na taxa de absorção dos fármacos Ivermectina ASC terneiros pasto < ASC terneiro estabulados Benzimidazóis (rúmen = reservatório) A ingestão de forragem fresca (com maior teor de água) aumenta o fluxo intestinal e diminui a absorção do fármaco; Também são mais absorvidos em pH alcalino o Modo de ação dos anti-helmínticos Parasita morre por inanição Produção de energia Impedem a formação da glicose em ATP e glicogênio (impedem a produção de energia) Paralisia flácida Inibição da fumarato-redutase Inibição da fosforilação oxidativa de ADP em ATP Coordenação neuromuscular Inibição de neurotransmissores inibitórios e excitatórios Paralisia espástica Paralisia flácida Dinâmica microtubular Bloqueio da polimerização da tunulina, impedindo assim que ocorra a divisão celular mitótica o Associação de medicamentos Aumenta o espectro de ação do tratamento e diminui a chance de resistência Antinematódeo (Ivermectina) + Antitrematódeo (Clorsulon) Praziquantel + Pirantel ou Febantel o Resíduos de anti-helmínticos Geralmente superam os limites mínimos estabelecidos como regulares (LMRs) Efeitos? Desconhecidos (Alérgicos?Teratogênicos?) Contaminação ambiental Endectocidas São excretados na sua forma inalterada nas fezes Meia-vida solo: -- 91 a 217 dias no inverno -- 7 a 14 dias no verão o Hoje em dia voltou-se a se preconizar pela utilização de extratos de plantas para o tratamento/desverminização dos animais Funcionam, mas é difícil administrar esses fármacos para os animais (pouca aceitação) ou mesmo mandar manipulá-los Também vem se preconizando pelo uso de fungos (não tóxicos) adicionados na ração a fim de se aumentar o ganho de peso pelos animais Promove a diminuição da contaminação ambiental pelos parasitas, mas não serve para tratar animais doentes Dá muito trabalho produzir, mas é muito eficiente Diminui a necessidade de administração de vermífugos nas propriedades Fungos se desenvolvem e crescem nas fezes do animais, matando os parasitas ali presentes que estão se desenvolvendo por estrangulamento (além de se alimentares dos parasitas) Menores taxas de reinfecções entre os animais Quanto maior a quantidade de parasitas nas fezes dos animais, maior o desenvolvimento do fungo Não são seletivos, matando qualquer espécie de parasitos presentes nas fezes o Outra alternativa que vem sendo muito utilizada: técnica de rotação de pastagens o Queimadas? Técnica controversa Danos ecológicos Diminui a presença de plantas tóxicas nas pastagens o Homeopatia Utiliza diluições seriadas da toxina patogênica associadas a técnicas de agitação para melhor diluição do princípio ativo Eficácia? AGENTES ANTINEMATÓDEOS Os fármacos antinematódeos atuam principalmente no combate dos parasitas pertencentes às famílias: Ancylostomatidae, Strongylidae e Trichostrongylidae o Outras famílias de parasitos que os antinematódeos podem combater: Ascarididae, Capillariidae, Filariidae, Metastrongylidae, Oxyuridae, Spiruridae, Strongyloididae, Strongylidae e Trichuridae o Inicialmente os fármacos utilizados para este fim eram medicamentos manipulados utilizando-se extratos de plantas, porém estes apresentavam um baixo espectro de ação e eram extremamente tóxicos, ou seja, apresentavam baixa segurança Tetracloroetileno Tetracloreto de carbono Tolueno Befênio Arsenicais Fenotiazina Piperazina Organifosforados o Em 1950, porém, esses medicamentos a base de plantas foram substituídos por outros menos tóxicos e com maior espectro de ação o Todos os fármacos que fazem parte desse grupo caracterizam-se por apresentar em sua composição química o ácido fosfórico o Alguns fármacos que fazem parte do grupo dos oragnofosforados: Diclorvós Triclorfom Haloxom Coumafós o Uma característica desse grupo é que são fármacos de caráter extremamente lipossolúveis, logo eles são capazes de atravessar a pele íntegra, para então serem absorvidos Muito tóxicos! o Seu mecanismo de ação envolve a inibição da enzima acetilcolinesterase, promovendo assim uma paralisia do tipo espástica O fármaco se liga de forma irreversível à enzima acetilcolinesterase, a qual é responsável pela captação do excesso de acetilcolina presente na fenda sináptico após a transmissão do impulso nervoso Sem que ocorra a sua receptação, a acetilcolina continua ocupando seus receptores pós- sinápticos, gerando um estímulo contínuo Paralisia espástica Em casos de intoxicação, uma vez que o fármaco também pode atuar sobre a acetilcolinesterase do animal, só é possível tratar os pacientes logo no início da intoxicação, quando ainda não houve uma ligação efetiva do fármaco às enzimas A Paralidoxina é utilizada para impedir que os organifosforados se liguem ao seu sítio de ação na acetilcolinesterase, porém depois de concluída essa ligação, ela não tem a capacidade de reverte-la Atuam competindo pelo mesmo sítio Atropina pode ser utilizada para diminuir os efeitos decorrentes da intoxicação, bloqueando os receptores pós-sinápticos e impedindo sua ativação pela ligação com a acetilcolina livre na fenda sináptica * receptores múscarínicos: presentes em neurônios pós- sinápticos receptores nicotínicos: presentes na placa motora (ligação dos neurônios aos músculos) Parasita acaba paralisado e morre por inanição Esses fármacos só tem ação sobre as formas adultas dos parasitos o Espectro de ação Diclorvós É indicado contra parasitos das famílias Ascaridae, Ancylostomatidae, Trichuridae e Oxyuridae Triclorfon, Haloxom e Coumafós São mais indicados para ruminantes, equinos e suínos Coumafós Além de ser inicado para ruminantes, equinos e suínos, também é utilizado para aves o Farmacocinética Apresentam coa absorção intestinal Podem ser administrados por via oral São altamente lipossolúveis Altamente tóxicos Cuidados devem ser tomados durante sua utilização, pois esse fármaco é capaz de atravessar a pele íntegra São rapidamente oxidados São biotransformados pelo fígado e excretados pelos rins o São fármacos voláteis, logo geralmente sua apresentação é na forma oleosa Diclovós: pellets de resina polivinil o Apresentam baixo índice de segurança Tóxicos Índice de segurança= Dose letal Dose terapêutica A intoxicação aguda causa: Efeitos muscarínicos (receptores presentes nos órgãos): bradicardia, sudorese, aumento do peristaltismo intestinal, vômito, diarreia, salivação excessiva, desconforto, inquietação, aumento da frequência de urina em poucos volumes... Atropina atua melhor sobre esses receptores Efeitos nicotínicos (receptores presentes nos neurônios): incoordenação muscular, tremores, paralisia, rigidez muscular... * Fedaben: é indicado contra Habronemose equina Substitutos fenólicos o Disofenol É indicado contra Ancilostomídeos para cães e gatos e contra Triconstrogilídeos para grandes animais Atuam impedindo a transformação de ADP em ATP por se ligarem ao desacoplador da fosforilação oxidativa mitocondrial Parasita morre por inanição São biotransformados pelo fígado e eliminados pela urina e pelas fezes Apresentam alta taxa de ligação proteica, logo sua eliminação do organismo ocorre de forma lenta Elevado período de carência Meia vida Cães: 7 a 14 dias Ovinos: mais de 30 dias Deve ser administrado por via SC E apresenta baixo índice de segurança, principalmente em dias quentes Não existe tratamento contra intoxicações, só esperar que o fármaco seja eliminado Sinais de intoxicação: opacidade de córnea, taquicardia, polipneia, hipertermia O tratamento deve ser repetido após passadas 3 semanas com relação ao primeiro tratamento, para assim eliminar os estágios histotrópicos do parasita Estágios histotrópicos: parasita deixa de circular e fica encistado nos tecidos Ficam livres da ação do fármaco o Nitroscanato Fármaco de administração oral Sua eliminação é feita principalmente pelas fezes, mas uma parte também pode ser eliminada pela urina Apresenta alto índice de segurança, podendo apenas causar vômito nos pacientes Muito utilizado em cães Lopatol Toxocara canis Toxascaris leonina Ancylostoma caninum Ancylostoma braziliense Uncinaria stenocephala Strongyloides stercoralis Salicilanilidas o Closantel Objetivo: contra nematódeos resistentes aos Benzimidazóis e às Lactonas Macrocíclicas É o fármaco de escolha contra Fascíola hepática É indicado para o tratamento de Haemoncoses, atingindo tanto adultosquanto as formas imaturas Como atinge mais de um estágio de vida dos parasitos com uma única aplicação, evita a necessidade de repetição de doses Atua de forma semelhante aos Substitutos Fenólicos, impedindo a transformação de ADP em ATP Parasita morre por inanição Apresenta restrita distribuição sobre os tecidos, logo mesmo que apresentem uma alta taxa de ligação proteica, o período de carência para esse grupo de fármacos é pequeno Meia vida Ovinos: 14 dias Caprinos: 4 dias Menor eficácia do fármaco por diferenças metabólicas entre as espécies São biotransformados pelo fígado e excretados pelas fezes São fármacos bem seguros Sua dose tóxica é muito superior à dose terapêutica Contudo isso só vale para animais saudáveis, não para animais clinicamente comprometidos ou estressados Sinais de intoxicação: anorexia, fraqueza, exoftalmia, midríase e morte Imidazotiazóis o Levamisol Tem ação contra as formas adultas e imaturas, sendo indicado contra parasitas gastrointestinais e pulmonares (Dictyocaulus viviparus) de ruminantes, suínos, equinos e aves Não tem ação sobre Trichuris, parasitos imaturos em sua forma inativa, cestódeos e trematódeos Uso extra-bula: afetam a imunidade dos animais Estimulam as células Th1, aumentando a resposta imune formada Estimulam a ativação/ação de neutrófilos e macrófagos contra bactérias, fungos e vírus Formação de linfócitos Tcitotóxicos (+) IL-2 e Interferon-gama (bom no combate de vírus) Não tem ação contra parasitas Subdoses do fármaco são utilizadas para este fim Problema: caso existam parasitas presentes no organismo do animal, pode acabar desencadeando a formação de resistência Com relação ao seu mecanismo de ação, apresentam ação de agonistas colinérgicos (nicotínicos) Facilitam a transmissão de impulsos de ação em receptores nicotínicos por se ligarem aos canais de sódio Paralisia espástica Mecanismos de resistência desenvolvidos pelos parasitas: alteração no número e sensibilidade dos sítios de ação dos fármacos Haemonchus, Trichostrongylus, Ostertagia e Cooperia são os parasitas mais resistentes a esse grupo de fármacos Com relação a sua farmacocinética, a melhor via de administração é a SC (meia vida: 6 a 8 horas), apresentando grande distribuição pelos tecidos Quando administrados por via oral, intrarruminal ou pour on, sua biodisponibilidade fica diminuída Sofrem biotransformação hepática e excreção renal Tem melhor ação contra parasitas intestinais e pulmonares Pode apresentar efeitos tóxicos colinérgicos sobre os receptores nicotínicos (tremores, dificuldade respiratória...), principalmente em equinos, cães e gatos Não devem ser administrados junto a outros fármacos agonistas colinérgicos (organofosforados), nem em fêmeas lactantes Podem causar farmacodermia Posologia Administração por via oral Indicada para bovinos, cães, gatos, ovinos, suínos e aves Administração na forma de pour on e em bolus Indicada para bovinos Administração por via SC Indicada para bovinos e ovinos * sulfas não podem ser mais utilizadas em animais de produção pelo risco de desenvolverem a doença de Steve- Jonson (a qual cursa com descolamento de pele) Tetra-hidropirimidinas ou Pirimidinas o Fármacos representantes desse grupo: Pirantel, Morantel e Oxantel o Tem ação tanto sobre as formas adultas como imaturas dos parasitos, sendo mais indicados para cães e equinos o Atuam de forma semelhante aos Imidazotiazóis, como agonistas colinérgicos sobre os canais de sódio, facilitando assim a transmissão do impulso nervoso Paralisia espástica o Pirantel (+) Oxantel: como atuam sobre receptores distintos, quando associados aumentam o espectro de ação do tratamento e diminuem e chance de desenvolvimento de resistência, uma vez que o principal mecanismo de resistência desenvolvido pelos parasitas é a alteração do sítio de ação dos fármacos o Com relação a sua toxicidade, quando ocorre ela é semelhante a do Levamisol, mas em geral esses efeitos são raros Pode apresentar efeitos tóxicos colinérgicos sobre os receptores nicotínicos (tremores, dificuldade respiratória...), principalmente em equinos, cães e gatos Não devem ser administrados junto a outros fármacos agonistas colinérgicos (organofosforados) Pode ser usado em animais prenhes, lactação e jovens o São fármacos considerados muito seguros Índice de segurança: 10-30 o Sua via de administração é oral Benzimidazóis o Atuam contra estágios adultos ou imaturos (em desenvolvimento ou inibidos) de parasitas gastrointestinais e pulmonares (ovicidas) Ascaridia, Capillaria Tratamento indicado: Mebendazol, fembendazol Ascaridia, Heterakis Tratamento indicado: Oxibendazol E. granulosus Tratamento indicado: Albendazol (seis semanas) Larva Migrans Tratamento recomendado: Tiabendazol (seis semanas) * E. granulosus: agente causador da Hidatidose Formação de cistos hidáticos pela ingestão de ovos dos parasitas eliminados pelas fezes de cães contaminados (Hospedeiro Definitivo) o O mecanismo de ação desses fármacos consiste na ligação com a tubulina, impedindo assim que ocorra a divisão celular mitótica Quanto maior a afinidade pela tubulina, maior a atividade/eficácia do fármaco Déficit energético nos parasitas por destruição das células intestinais Inibição produção de ovos o A diferença de eficácia entre os fármacos desse grupo se deve pelas diferenças de suas solubilidades Influenciando assim sobre sua biodisponibilidade Quanto maior a solubilidade dos fármacos, mais rápida sua absorção, porém como são mais rapidamente excretados Uma menor quantidade Quanto menos hidrossolúveis os fármacos, melhor Maior ação sobre o parasita por permanecer agindo por mais tempo o Após biotransformado o fármaco é inativado pelo fígado, sendo eliminado pelas fezes e pelos rins Geralmente o fármaco é administrado na sua forma inativa, sendo biotransformado na forma ativa pelas bactérias do rúmen ou do intestino (sulfito sulfóxido) Os fármacos participam do ciclo entero- hepático, logo a porção que não foi biotransformada durante a primeira passagem retorna à circulação e se direciona novamente ao intestino Nem tudo é biotransformado pelo fígado A porção não biotransformada atinge ao sistema porta e retorna ao intestino para continuar agindo sobre o parasita O fármaco biotransformado é conjugado ao ácido glicurônico o São altamente lipossolúveis o Apresentam menor solubilidade no rúmen devido ao seu pH Reservatório Uma única dose é suficiente para ruminates devido a sua ação prolongada Em equinos isso pode ocorrer no ceco Em tratamentos para monogástricos deve- se repetir as doses o Apresentam alta ligação com as proteínas o Sua ação sobre ovinos e caprinos se diferem devido às diferenças metabólicas nessas espécies Caprinos absorvem menor quantidade do fármaco e apresentam maiores taxas de biotransformação Menor ação do fármaco (devem receber doses mais elevadas) o Efeitos tóxicos Raros Apresentam baixa solubilidade, logo sua disseminação pelos tecidos é pequena Afinidade maior pela tubulina do parasito Não devem ser administrados em fêmeas prenhes Podem apresentar algum grau de teratogenicidade Mais comum em ovinos Articulações o Posologia, formulações e administração Formulações: suspensão, grânulo, tablete, pasta, bolus epellets Dose única Efetiva para ruminantes e equinos Doses repetidas Suínos, cães e gatos Avermectinas e milbemicinas o São derivados macrocíclicos da Lactona (todos apresentam um anel macrocíclico em sua composição química) Substâncias produzidas por fungos Streptomyces Ivermectina e moxidectina Semissintéticos Doramectina Biossintético São utilizadas contra diversos parasitos em diversas espécies animais Só tem ação contra nematódeos, não agindo sobre cestódeos ou trematódeos Atuam sobre todas as fases da vida do parasito o Avermectinas Ivermectina Abamectina Doramectina Eprinomectina Selamectina o Milbemicinas Milbemicina Moxidectina o São pouco solúveis em água Altamente lipofílicas Atuam tanto quando são absorvidas, quanto quando não são absorvidas Fica intacta quando absorvida por via oral, atuando sobre os parasitas presentes no lúmen do TGI Período de carência varia entre: 21 dias (Abamectina) e 45 dias (Ivermectina) Meia vida: Ivermectina 3 dias para bovinos o São indicados para o tratamento de suínos, bovinos, suínos e ovinos Dirofilaria immitis Atua sobre as formas adultas e imaturas, tanto em desenvolvimento quanto inibidas o Mecanismo de ação: se ligam aos canais de cloro controlados pelo Glutamato, deixando abertos os canais pós-sinápticos, permitindo assim sua ativação de forma contínua Abertura dos canais de cloro despolarização do neurônio pós- sináptico Transmissão do impulso nervoso Canais de cloro permanentemente abertos Hiperpolarização dos neurônios Paralisia flácida (não há mais transmissão de impulso nervoso) Ainda, atuam como agonistas GABA Estimula a ação inibitória neuronal Paralisia flácida Esses fármacos não são tóxicos para os animais pois esses não apresentam canais de cloro controlados pelo Glutamato, e esse grupo de fármacos apresenta 100 vezes mais afinidade pelos receptores GABA presentes no parasita quando comparados com aqueles apresentados pelos mamíferos Os receptores GABA dos mamíferos se encontram no SNC Avermectinas só são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica quando em altas concentrações o Problema: o nível de resistência dos parasitos frente a esse grupo de fármacos já é extremamente alto (consequência do uso indiscriminado desse grupo de fármacos) Mecanismo de resistência Alterações dos canais de cloro Aumento da expressão da glicoproteína P Bomba de efluxo, expulsando o fármaco que entra na célula Associação com o Verapamil (em geral é utilizado para bloquear os canais de Ca+2 como fármaco anti-arrítmico administrado para problemas no sistema cardiovascular) diminui a formação de resistência pelos parasitas A glicoproteína P atua primeiramente contra o Verapamil (acionando a bomba de efluxo para sua expulsão), permitindo assim que as Avermectinas penetrem no parasita o Podem ser administrados por via oral (na ração, comprimidos, bolus, pastas dosadas), na forma de pour on (administração tópica sobre a pele) ou por via SC São fármacos altamente lipossolúveis, assim sua administração por via SC faz com que esse tecido acabe atuando como um reservatório, pois o fármaco não é capaz de se disseminar pelos líquidos orgânicos (caráter hidrossolúvel) Meia- vida e o período de carência são bem longos o Farmacocinética Apresentam biotransformação hepática São excretados principalmente pelas fezes (98%), mas uma pequena parte também é eliminada pela urina e pelo leite Sua biodisponibilidade varia de acordo com o lugar do rúmen Rúmen 25 a 71% Abomaso 100% A dose a ser administrada em caprinos é maior que em ovinos Caprinos apresentam menor absorção (menor biodisponibilidade) e maior biotransformação dos fármacos o Toxicidade O índice de segurança varia de acordo com o fármaco, podendo variar de 3 a 30 Mais tóxico: Abamectina Apesar de os receptores sobre o qual o fármaco atua também estarem presentes no animal, esses receptores (canais de Cloro e Glutamato) encontram-se principalmente no SNC Fármaco não atravessa a barreira hematoencefálica Evita intoxicações Diferentemente do que ocorre com os parasitas, os quais apresentam esses receptores nas camadas logo abaixo de sua pele Felinos são mais sensíveis Administrar sempre doses MUITO baixas para essas espécies Ideal: não se administrar Avermectinas ou Milbemicinas em gatos, pois a dose terapêutica para esses animais de acordo com o seu peso é extremamente baixa ≈ 0,1 a 0,2 mg/kg (sendo a dose para animais filhotes ainda mais baixa) Comprimidos manipulados para a espécie canina 6 mg/kg Em altas doses o fármaco adquire a capacidade para atravessar a barreira hematoencefálica, passando a ter ação sobre os receptores GABA desses animais Animais intoxicados podem apresentar ataxia, comportamentos anormais, anorexia, prostração... Acometimento do SNC (sinais clínicos neurológicos de intoxicação) Pode haver recuperação ou o animal pode vir à óbito Raças de cães dolicocefálicas são mais predisponentes a intoxicações por esses fármacos por apresentarem uma mutação no gene MDR1 (o qual deveria ser responsável pela resistência a inúmeros fármacos) e do gene ABCB1 (o qual altera a capacidade da glicoproteína G, evitando o efluxo de fármaco do interior de suas células Fármacos atravessam livremente a barreira hematoencefálica) Raças mais predisponentes: Colie, Border Colie... O problema ocorre de forma mais grave em animais homozigotos para esse gene, uma vez que até baixas doses de fármacos podem vir a ser tóxicas para esses animais Não ocorre em todos os animais da raça (animais homozigotos “normais”, ou seja, que não apresentam gene deficiente podem estar livres do problema) No caso de animais heterozigotos para esse gene, eles são mais resistentes que os homozigotos para o problema, logo baixas doses dos fármacos não intoxicam esses animais, porém em doses considerada “normais” eles podem se intoxicar Esse defeito predispõe esses animais a intoxicações por inúmeros outros fármacos além da Ivermectina (atuam sobre os receptores GABA desses animais), tais como Selamectina, Milbemicina e Moxidectina ANTICESTÓDEOS E ANTITREMATÓDEOS Platelmintos (Paramphistomum, Fascíola hepática, Eurytrema, Taenia, Anoplocephala, Moniezia, Echinococcus granulosus...) o Exercem pouca influência sobre a produção animal o Zoonose Problema de saúde pública o No passado os tratamentos contra a doença apresentavam resultados insatisfatórios Incapacidade de ação sobre as diferentes fases de vida dos parasitos Eram considerados apenas como achados de abatedouro Não era feito o controle o Cada parasita apresentam um ciclo de vida distinto * não sofrem ação dos efeitos da Ivermectina Pirazinoisoquinolonas ou Isoquinolonas o Praziquantel Fármaco de eleição para o combate de cestódeos Também tem ação contra protozoários Giardia Indicado para o tratamento de Taeniidae (Fases adulta e larval ou tissular da T. solium), Dilepididae, Anoplocephalidae Não tem ação sobre o Echinococcus granulosus, ovos de parasitas (matando as formas adultas, mas não os ovos presentes em seu interior) e Fascíola hepática Atua bem no combate à neurocisticercose Melhor opção para o tratamento de animais: Albendazol Há controvérsias sobre o tratamento de humanos: se contaminam pela ingestão de alimentos mal lavados, formandocistos O tratamento promoverá com que o cisto exploda Choque (tratar conjuntamente com corticoides para se diminuírem as chances da ocorrência de choque anafilático) É o preferido para o tratamento de esquistossomose em humanos É utilizado para o tratamento de diversas espécies de animais Mecanismo de ação Atuam bloqueando os canais de cátions (K+, Ca+2), impedindo que ocorra a despolarização dos neurônios Promove a entrada de Na+ e Ca+2 na célula, porém o K+ fica impedido de sair Hiperpolarização Neurônio fica liberando neurotransmissores, uma vez que o Ca+2 permanece entrando na célula Paralisia espástica Mecanismo de resistência: mutação nos canais de Ca+2 Farmacocinética Apresentam grande efeito de primeira passagem: logo após serem absorvidos na sua forma ativa, uma grande parte do fármaco atinge o fígado e já é biotransformado a metabólito inativo antes mesmo de se disseminar e agirem pelo organismo Muito pouco do que é absorvido tem ação sobre os parasitos São insolúveis em água Absorção: 75 a 100% no intestino Meia-vida: 0,8 a 1,5 horas São excretados pelas fezes e pela urina Toxicidade Apresentam excelente tolerabilidade por todas espécies Podem vir a causar náuseas, vômitos, cólicas Não utilizar em cães/gatos novos (menos de 4 a 6 semanas de vida) Podem ser administrados em fêmeas prenhes * são indicadas para o tratamento de Raillietina spp. 0,15 ml/kg por via IM ou 10 mg/kg por via oral E para o tratamento de cisticercose, cenurose, hidatidose 50 mg/kg/dia, durante 2 semanas, pelo método de PAIR (Punção, Aspiração, Injeção de agentes escolicidas e Reaspiração) Benzimidazóis o Apresentam amplo espectro de ação Atuam tanto sobre estágios adultos como imaturos dos parasitas Fármaco de escolha para o tratamento de Fasciolose humana o Resistência Ovinos, caprinos e bovinos Aumentam a quantidade de glicoproteína- P Bomba de efluxo o Mecanismo de ação Penetram por difusão no parasito Ligação à tubulina (microtúbulos) Destruição do tegumento dos cestódeos/trematódeos (incerto) o Farmacocinética Sofrem absorção intestinal Rápida biotransformação para sulfóxido (forma ativa) Fígado Intestino Rúmen São eliminados nas fezes, conjugados ao ácido glicurônico o Toxicidade Alto índice de segurança: 20 Em doses altas pode causar incoordenação, fraqueza, anorexia Não utilizar em fêmeas lactantes (Triclabendazol) Substitutos Fenólicos o Nitroscanato e Nitroxinil Apresentam baixo índice de segurança e reduzido espectro de ação São indicados para o tratamento de Taenidae, Dilepididae, Anoplocephalidae, Fasciolidae Mecanismo de ação Atua como desacoplador da fosforilação oxidativa mitocondrial, impedindo a conversão do ADP em ATP Farmacocinética São excretados principalmente pelas fezes, mas também pela urina Apresentam alta taca de ligação às proteínas plasmáticas Longo período de carência Fármacos de administração parenteral ou pour on são melhores que soluções orais, pois a biotransformação ruminal diminui a eficácia desses fármacos Toxicidade Característicos de compostos desacopladores da fosforilação oxidativa Hiperventilação, hipertermia, convulsões, taquicardia Para cães não há contraindicações * quanto mais quente o dia, maior a chance de intoxicação dos animais Salicilanilidas (Clioxanida, Closantel, Niclosamida, Oxiclozanida, Rafoxanida e Resorantel) o Muito utilizados no tratamento das fases adultas da Fascíola hepática Eficácia 93% > 8 semanas 75% < 6 semanas o Closantel Mecanismo de ação Similar aos substitutos fenólicos Interferência na fosforilação oxidativa, impedindo assim a conversão de ADP em ATP Farmacocinética Sofrem biotransformação hepática e são excretados pelas fezes Apresenta alta taxa de ligação às proteínas plasmáticas Restrita distribuição pelos tecidos Meia-vida em ovinos: 14 dias Meia-vida em caprinos: 4 dias (menor capacidade de absorção e mais taxa de biotransformação) Em geral apresentam baixos níveis de toxicidade, uma vez que seu índice de segurança é alto Depende do estado de saúde, manejo nutricional e local onde o animal se encontra Posologia e formulações Miscelânia * Clorsulon (combate cestódeos e trematódeos) + Ivermectina (combate nematódeos) Pirantel (agonista colinérgico que atua contra cestódeos e trematódeos) + Ivermectina (atua contra nematódeos) ECTOPARASITAS Praguicidas o Inseticidas o Carrapaticidas o Pulicidas o Piolhicidas * em 1980 o MAPA definiu o Rhipicephalus (Boophilus) microplus como o maior causador de prejuízo à pecuária o História Arsenicais Desenvolvidos na Austrália em 1895 Organoclorados DDT (Diclorodifeniltricloroetano) 1939 Utilizados como carrapaticidas 1948 Recebeu Nobel de Medicina pela sua eficácia no tratamento da malária/tifo HCH (hexaclorociclo-hexano), Toxafeno, Dieldrina Acúmulo nos tecidos Resistência cruzada Em 1985 o MAPA proibiu sua comercialização como praguicidas e o uso em animais de produção Organofosforados Sintetizados em 1941 1947 Utilizado como inseticida agrícola 1956 Utilizado como carrapaticida Piretroides Seguros, mas instáveis 1973 Permetrina Avermectinas Sintetizados em 1979 o Maior problema: Resistência Número de gerações: 5 a 50 Depende do grau do alelo responsável pela característica que confere essa resistência Intensidade da seleção (manejo) Subdosagem Principal causa de resistência Pressão de seleção Arsenal de bases limitado Apesar de existirem vários medicamentos, todos utilizam como base os mesmos princípios ativo Resistência cruzada Cipermetrina 94 Ivermectina 97 Abamectina 56 * em uma população existem tanto populações de patógenos resistentes como susceptíveis e de susceptibilidade intermediária aos antiparasitários administrados Subdosagens selecionam populações resistentes e aumentam sua presença no organismo do animal Sempre seguir as indicações da bula!!! Organofosforados o São derivados do ácido fosfórico o Mecanismo de ação Inibem a acetilcolinesterase por meio de uma ligação irreversível à enzima, impedindo assim a degradação da acetilcolina liberada na fenda sináptica Paralisia espástica o Quando administrados em altas doses podem intoxicar os animais, causando neles o mesmo efeito que exercem sobre os parasitos Paralisia espástica Dificuldade respiratória, sudorese, sialorréia, bradicardia, incoordenação motora, aumento do trânsito intestinal, diarreia Em poucas horas esses efeitos ainda podem ser revertidos pela ação da Pralidoxina Impede a ligação dos Organofosforados por impedir sua ligação aos sítios de ação na acetilcolinesterase Atropina Utilizada em casos de intoxicação mais tardios, impedindo que mais acetilcolina se ligue aos seus sítios de ação nos neurônios pós-sinápticos por competir pelo seu sítio de ligação Retarda os efeitos de intoxicação Carbamatos o São derivados do ácido carbâmico o Mecanismo de ação Também atuam se ligando e inibindo a ação da enzima acetilcolinesterase (≈ aos Organofosforados),porém essa ligação é reversível Com o tempo essa ligação acaba se desfazendo sozinha Porém, diferentemente dos Organofosforados, esses fármacos se ligam aos dois sítos de ação presentes na enzima acetilcolinesterase Não há como utilizar a Pralidoxina para reverter intoxicações por esses fármacos Atropina pode ser utilizada para retardar os sinais clínicos de intoxicação por se ligar de forma competitiva aos sítios de ação onde se ligaria a acetilcolinesterase Molécula acetilcolinesterase permanece inativada até que a enzima seja biotransformada o São fármacos pouco absorvidos pela pele Diferentemente dos Organofosfordos, que são fármacos altamente lipossolúveis o Efeitos tóxicos Semelhantes aos Organofosforados, porém não podem ser revertidos Fármaco é rapidamente hidrolisado quando ocorre a biotransformação da enzima o Não vem sendo mais utilizados por causarem resistência cruzada com Organofosforados Piretróides o Substâncias derivadas de extratos de plantas Crisântemo Deixaram de ser utilizados no passado por serem considerados muito instáveis Atualmente são sintetizados em laboratório a partir do ácido ciclopropanocarboxílico São divididos em dois tipos Apresentam diferentes toxicidades Tipo I: são mais indicado para se fazer controle ambiental Prolongam o influxo de Na+ para dentro das células, hiperpolarizando os neurônios pós-sinápticos e impedindo a formação de novos impulsos nervosos ativos (inquietação, incoordenação, fraqueza e paralisia) Tipo II: mais indicado para controle dos animais Favorece a ação da acetilcolina (agonistas colinérgicos) e inibe a ação do GABA (antagonistas do GABA), diminuindo assim a geração de novos potenciais de ação (aumenta a condução nervosa) Hiperreatividade, hipersecreção e tremores * além disso atuam inibindo o Ca+2, Mg+2-ATPase Em casos de intoxicação podem causar problemas cardíacos nos pacientes Efeito knock-down: quando o parasita em contato com o fármaco ele “cai”, se desprendendo do corpo do hospedeiro, podendo ou não morrer ao ser eliminado para o ambiente (tanto o Tipo I quanto o Tipo II) o Espectro de ação Carrapaticidas, mosquicidas, sarnicidas Muito utilizados no controle de artrópodes Principalmente para o controle de pulgas em pequenos animais São utilizados em associados aos Organofosforados para controle do berne o Não são absorvidos pela pele, mas sim pelas mucosas e pela via respiratória Intoxicação * Buttox: muito utilizado no combate contra carrapatos, porém seu uso é contraindicado para banhos Intoxicação * permanecem por longos períodos no ambiente Contaminação ambiental o Há resistência em 100% das regiões Já não apresentam muita ação no combate contra pulgas São muito utilizados para o controle de “cascudinhos” (veiculadores de doenças) na produção de aves Aves ingerem os insetos, porém eles ficam presos na moela desses animais, impedindo assim que eles se alimentem de ração por obstrução do TGI São administrados em camas de aviários para a eliminação dos ovos dos insetos o Toxicidade Baixa São rapidamente hidrolisados pela ação acetilcolinesterase Sofre pouca absorção cutânea Efeitos tóxicos aumentados Substâncias que competem pela mesma via metabólica Piperonila (sinergismo) Administração em conjunto a Organofosforados e Carbamatos Inibição das esterases Tipo I: hiperexcitação, agressividade, tremores, fraqueza “T” Tipo II: salivação, vômito, tremores, convulsões, incoordenação, movimento de pedalar “CS” * intoxicação em bovinos: apatia, anorexia, cianose, sialorreia, diarreia (sangue), tremores musculares, dispneia, incoordenação motora A realização de tratamento em dias quentes, no pico do sol, favorece a intoxicação dos animais pelo aumento do seu metabolismo e abertura dos canais de cloro, animais se lambem... A utilização de derivados de petróleo como diluentes aumentam exponencialmente a toxicidade dos fármacos (muito oleosos Aumentam sua taxa de absorção pela pele) Reversão dos efeitos tóxicos Banhos com água morna e sabão neutro Retirar o excesso de fármaco presente na pele que ainda não foi absorvido Administração de Diazepam (aumenta a ação do GABA Em casos de convulsão), utilização de carvão ativado e Benzodiazepínicos Formamidinas o Amitraz Único aprovado para uso animal Apresentam amplo espectro de ação Piolhicida, pulicida, carrapaticida, sarnicida Porém apresentam pouca atividade contra Haematobia irritans (mosca do chifre) Existem relatos de resistência pelo carrapato Rhipicephalus microplus em certas regiões Mecanismo de ação Inibem a ação da enzima monoaminaoxidase (MAO), responsável pela biotransformação da noradrenalina que foi recaptada da fenda sináptica, armazenando-a em vesículas Noradrenalina fica “livre” no interior dos neurônios pré- sináptico (quando a MAO fica inibida), logo ela não precisa de impulso para que ocorra sua liberação na fenda sináptica (o que ocorre quando ficam aprisionadas em vesículas), logo a Noradrenalina fica continuamente “pingando” na fenda sináptica Efeito semelhante ao da cocaína Agonista α2-adrenérgico (≈ Xilasina), impedindo assim a transmissão do impulso nervoso * todos esses efeitos também podem ocorrer em mamíferos No caso dos parasitas, ocorre a inibição da musculatura genital, impedindo assim a deposição dos ovos Toxicidade Pouco tóxico Exceção: formulações caseiras associadas com óleos vegetais!!! Não indicado para equinos Provoca diminuição da motilidade intestinal Compactação e timpanismo intestino grosso Não indicado para diabéticos, cardiopatas Causa interferência na liberação de insulina Não usar com inibidores da MAO Antidepressivos humanos Tratamento dos efeitos tóxicos Ioimbina (antagonista alfa-2 adrenérgico) Apresenta efeitos de vasodilatação Bradicardia, diminuição da frequência respiratória Nitroguanidinas o Imidacloprida Mecanismo de ação Mimetiza a ação da Acetilcolina (tanto em receptores muscarínicos como nicotínicos), porém não sofre biotransformação nem é eliminada pela acetilcolinesterase Mantém os canais iônicos abertos Influxo constante de íons Contração muscular e hiperexcitação neuronal Paralisia espástica o Nitempiram Capstar (muito eficiente) Apresenta ação e degradação rápida 90% é eliminado nas primeiras 24 horas Cmáx: 15 minutos a 1 hora Início do efeito (comprimido): 30 a 60 minutos Efeito knock-down no parasito Toxicidade Raro Sinais clínicos de intoxicação nicotínica Incoordenação motora, dificuldade respiratória Não há antídoto específico Porém os sinais clínicos podem ser tratados com Atropina Cuidado Não trocar espécie Gatos podem ser intoxicados caso recebam medicamentos manipulados para cães * quanto mais utilizados, maior a geração de resistência Associar a outros tratamentos Fenilpirazóis o Fipronil Frontline Muito utilizado no tratamento de pulgas para pequenos animais e no tratamento de carrapatos em bovinos Mecanismo de ação Tem ação sobre o GABA, bloqueando os canais de Cloro onde o GABA atua, inibindo assim a inibição do impulso nervoso Hiperexcitação Avermectinas e milbemicinas o Ivermectina, Abamectina, Doramectinasão os mais utilizados Eprinomectina Não deixa resíduos Selamectina Mais indicado para pequenos animais o Milbemicina, moxidectina o Apresentam um amplo espectro de ação Sarna de ovinos, escabiose em humanos, Sarna Demodécica em cães... Para Sarna Demodécia administrar 1 comprimido de Ivermectina a cada 15 dias Dar 2 comprimidos Não tem como tratar totalmente (fazem parte da microbiota natural da pele desses animais) o Mecanismo de ação: se ligam aos canais de cloro controlados pelo Glutamato, deixando abertos os canais pós-sinápticos, permitindo assim sua ativação de forma contínua Abertura dos canais de cloro despolarização do neurônio pós- sináptico Transmissão do impulso nervoso Canais de cloro permanentemente abertos Hiperpolarização dos neurônios Paralisia flácida (não há mais transmissão de impulso nervoso) Ainda, atuam como agonistas GABA Estimula a ação inibitória neuronal Paralisia flácida Esses fármacos não são tóxicos para os animais pois esses não apresentam canais de cloro controlados pelo Glutamato, e esse grupo de fármacos apresenta 100 vezes mais afinidade pelos receptores GABA presentes no parasita quando comparados com aqueles apresentados pelos mamíferos Os receptores GABA dos mamíferos se encontram no SNC Avermectinas só são capazes de atravessar a barreira hematoencefálica quando em altas concentrações Espinosinas o Nova família de lactonas macrocíclicas Não há período de carência Atua sobre receptores nicotínicos e no GABA Inibidores de quitina o Benzoilfenilureia Fluazurom e Lufenurom Modo de ação Impedem a ecdise Parasita não cresce MORTE