Prévia do material em texto
Fisiologia do Pâncreas, Fígado e Sistema Biliar Pâncreas • Órgão que apresenta funções endócrinas e exócrinas • Região endócrina: – Localiza-se nas Ilhotas de Langerhans onde as células , , e PP secretam respectivamente glucagon, insulina, somatostatina e polipeptídeo pancreático. • Região exócrina: – Constituído de um ácino por células acinares piramidais drenado por um ducto intercalado que unem-se formando o Ducto de Wirsung. – As células acinares são especializadas na síntese de e armazenamento de enzimas digestivas sendo sua membrana baso-lateral constituída por receptores de hormônios e neurotransmissores que estimulam a secreção de enzimas. A região apical contém grânulos de zimogênio que armazenam as enzimas digestivas. – A presença de junções aderentes entre as células acinares. As células epiteliais dos ductos são cubóides e piramidais que se estendem para dentro do ácino formando as células centroacinares. Secreção Pancreática • Mais importante secreção digestiva em torno de 1200ml/dia com pH alcalino 8,2 • 1) Secreção de água e eletrólitos – Confere volume e pH a secreção. A secreção iônica confere a mesma osmolaridade do plasma devido ao alto conteúdo de bicarbonato (HCO-3) com pH entre 7,6 a 8,2. – Os principais cátions NA+ e K+ (concentração similar ao plasma) e concentração de ânions, HCO-3 superior a do plasma e CL- reduzida a do plasma. – Função: Liberar enzimas pancreáticas na luz intestinal e neutralizar o quimo ácido esvaziado no duodeno. – Condições basais secreção produzida nos ductos intralobulares mas quando estimulado pela secretina a secreção acontece preferencialmente nos ductos extralobulares. – Secreção: incolor, translúcida, alcalina e isotônica com o plasma. – Fluxo: repouso: 0,2 a 0,3ml/min e quando estimulado pode chegar até 4 ml/min aumentando [ ] de HCO-3 a medida que este fluxo aumente e reduz a[ ] de CL- – Regulação celular da fração aquosa. Secreção de Enzimas do Pâncreas • Destacam-se as famílias das enzimas: amilolíticas, lipolíticas e proteolíticas. • Enzimas amilolíticas - Amilases – Amilase pancreática e salivar tem a mesma função porém agem e pH diferentes 8,2 e 6,8 respectivamente. – Agem no amido e glicogênio nas ligações glicosídicas -1,4 com produtos da digestão são maltose, maltotriose e dextrina que são hidrolisadas totalmente por enzimas da borda de escova da mucosa intestinal • Enzimas lipolíticas – Lipases – Lipases pancreática – ação ótima em pH 8,0. única lípase eficiente que hidrolisa as gorduras da dieta liberando os ácidos graxos da posição 1 e 3 do glicerol e monoglicerol com ácido graxo na posição 2 do glicerol. – Ação eficiente depois que sais biliares emulsificam as gorduras tornando-as mais solúveis em água. – Outras enzimas lipolíticas – Carboxilesterase – hidrolisa ésteres de colesterol, ésteres de vitaminas lipossolúveis – Enzimas hidrolizantes de fosfolípideos – Fosfolipase A2 que hidrolisa o ácido graxo esterificado da fosfatidilcolina • Enzimas proteolíticas – Proteases – Secreta proteases inativas que são ativadas no duodeno e agem em diferentes níveis da molécula protéica. – Endopeptidases: clivam ligações adjacentes a determinados aminoácidos – tripsina, quimiotripsina e elastase. – Exopeptidases: clivam ligações peptídicas no grupo carboxil terminal das proteínas – carboxilpeptidases. • Tripsina – Mais importante enzima secretada na forma inativa (tripsinogênio) ativado a tripsina por enzima proteolítica que se encontra na mucosa duodenal – enteroquinase assim evitando que a tripsina esteja ativa no pâncreas causando pancreatite aguda. – Pequena quantidade de tripsina ativa é produzida pelo pâncreas, mas este secreta uma quantidade de inibidor da tripsina evitando o processo autocatalítico sendo que no duodeno este fator fica diluído. – Ação: endopepidase em substratos protéicos nativos ou sobre proteínas degradas pela ação do HCl e pepsina no estomago formando peptídeos menores. • Quimiotripsina – Assemelha-se a tripsina e secretada na forma de quimiotripsinogênio que é ativado pela tripsina. Atua em pH 8,0 a 8,2 e age como endopeptidase nos polipeptídeos clivados pela tripsina. • Carboxipolipeptidases – Secretada como pró-carboxipolipeptidase. Age com exopeptidase liberando aminoácidos clivados pela ação da quimiotripsina – Enzimas proteolíticas que agem sobre substratos protéicos mais específicos: – RNA-ase, DNA-ase, Colagenase e Elastase AS SECREÇÕES EXÓCRINAS PANCREÁTICAS Regulação das secreção exócrina pancreática (ductos e ácinos) pelos hormônios intestinais http://arbl.cvmbs.colostate.edu/hbooks/pathphys/digestion/pancreas/control.html Fisiologia do fígado e sistema biliar • Maior glândula do organismo. • O fluxo sangüíneo ocorre através de sangue arterial (20% vulnerável a hipoxia) e sendo que a maior parte que chega ao fígado é de origem venosa que drena o intestino delgado e grosso, estômago, pâncreas e baço. • O volume é aproximadamente de 1,5l/mim o fluxo de veia mesentérica superior irriga o lobo direito e o sangue origem esplênica o lobo esquerdo. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/imagepages/1090.htm Estrutura do fígado • Divide-se em lobos nas quais as células dispõem-se de modo radiado com a veia central e as ramificação da veia porta e artéria hepática na periferia lobular na qual o sangue perfunde nos sinusóides hepáticos. • A veia central forma as veias Hepáticas que deságua na vaia cava inferior. • Abaixo das células de Küpffer – espaços teciduais – espaços de DISSE que conecta-se com os vasos linfáticos – remove o excesso de liquído • A Bile produzida pelos hepatócitos difundem dos canalículos biliares para o ducto biliar. • O parênquima hepático consiste de dois tipos celulares • Hepatócito: Síntese da maioria das proteínas plasmáticas, metabolismo de aminoácidos, carboidratos, lipídios, de hormônios, do álcool, de drogas, e bile que é a rota de excreção de vários metabólitos como a bilirrubina, colesterol e sais biliares. • Células de Küpffer: são macrófagos capazes de fagocitar bactérias e substâncias estranhas presentes no fígado Atividade Metabólica do fígado • O sangue flui pelos sinusóides que está em contato direto com os hepatócitos permitindo fácil troca pela captação e transferência de nutrientes, hormônios e metabólitos • Compre função importante em diferentes vias metabólicas – Síntese de proteínas plasmáticas principalmente albumina, exceto as IG – Fatores de coagulação: fibrinogênio, fator V, VII, IX, X e XIII – Componentes do sistema fibrinolítico que evitam o processo de coagulação • Função excretora – detoxificação de substâncias hidrofóficas pelo hidroxilação microssomal P450, drogas, pesticidas, bilirrubina, colesterol. • Armazenamento de vitaminas (A, D, E, K e B12) minerais (Fé, Zn, Cu). • Metabolismo de Carboidratos: – Importante para a concentração normal de glicose no plasma (ação da glicose 6-fosfatase) – Captar glicose plasmática e transformar em glicogênio. – Transformar compostos (frutose, galactose, glicerol, resíduos de aminoácidos, lactato, piruvato e oxaloacetato) em glicose. – Influenciados por: insulina, glucagon, adrenalina cortisol e tiroxina. • Metabolismo de Proteínas: – Controle dos níveis de aa livres, proteínas e uréia no plasma – Síntese de várias aminoácidos – desaminação e transaminação – AST e ALT (aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase – Metabolismo com síntese de uréia e amônia (tóxica) para excreção pelos rins • Metabolismo de Lipídios: – Síntese de ácidos graxos, triglicerídeos, fosfolipídeos e Colesterol (LCAT) – Produção de corpos cetônicos – exagerada oxidação de ácidos graxos pelo menor aporte de carboidrato(jejum ou diabetes) – Regula o transporte de lipídeos - Lipoproteínas • Metabolismo de Vitaminas: – Diretamente relacionado com o armazenamento e metabolismo, principalmente das vitaminas lipossolúveis. – Vit. K metabolizada a parte estrutural da protrombina e Fator VII. – Transformação do triptofano em ácido nicotínico pela ação da Vit B6; – Síntese de co-enzimas e grupos prostéticos. • Metabolismo de Hormônios: – Importante função na inativação de hormônios: – corticóides e outros hormônios esteroidais que são conjugados a ácido glicurônico; – Insulina e glucagon, vasopressina e tiroxina – Hidroxilação da Vit. D formando a 25- hidroxicolecalciferol • Detoxificação de drogas: – Drogas oxidadas, acetiladas ou conjugadas com ácido glicurônico Excreção Biliar • Bile produzida no fígado – passa para os canais biliares intra-hepáticos até o ducto biliar comum e drenado através do colédoco para a luz intestinal ou armazenado na vesícula biliar. • Produção diária 1000 ml • Capacidade biliar – 50 ml – podendo armazenar até 12 horas (450 ml) sendo reduzido em 10 a 20% - processo de concentração da bile (água, Na, Cl e outros eletrólitos) • Pode ser concentrada 5x • Esvaziamento da Vesícula biliar – contração da parede e relaxamento do esfínter de Oddi pelo estímulo da presença de gordura no ID, CK, Acth (nevo vago) • Constituída por pigmentos biliares, sais biliares, colesterol, lecitina e eletrólitos. Metabolismo dos pigmentos biliares • Hemácias senescentes (120 dias) removidos pelo baço, fígado, medula óssea e outros tecidos que contém células do sistema macrofágio (sistema retículo endotelial) • Hemoglobina – anel de porfirina é aberto libera o Fe++ - forma pigmento verde a biliverdina e reduzida forma a bilirrubina • Bilirrubina – pigmento de cor amarela, insolúvel a pH (7,4) na água e passa para o plasma e liga-se reversivelmente com a albumina (complexo bilirrubina- albumina) conhecida como bilirrubina não conjugada (indireta) na proporção molar de 2:1 (60 mg ligadas a albumina) quando é captada pelo hepatócito na membrana dos sinusóides. • Passa para o reticulo endoplasmático sendo conjugada com o ácido glicurônico formando Bilirrubina Conjugada (Direta) que é solúvel em água sendo secretada para o canalículo biliar e armazenada na vesícula • A Bile quando lançada no intestino cumpre sua função de emulsificação dos lipídeos e no íleo terminal e cólon a bilirrubina sofre redução pela ação das enzimas das bactérias. • Transformada em urobilinogênio que é reabsorvido (20%) pela mucosa intestinal (processo denominado – circulação entero-hepática) voltando ao fígado e destes aproximadamente 90% é novamente re-excretado. e uma fração excedente passa para a circulação geral. Uma parte é excreta pelos rins, para a forma de urobilina - pigmento da urina. • A maior parte do urobilinogênio sofre oxidações sendo convertido a estercobilina pigmento de cor vermelha- alaranjada que confere a cor característica à fezes. • Excreção de pigmentos biliares – – pelas fezes 250 a 300mg/dia – pela urina 1 a 2mg/dia REGULAÇÃO DA SECREÇÃO BILIAR Produção de bile + circulação êntero-hepática dos sais biliares e esvaziamento da vesícula biliar e relaxamento de Oddi pela CCK ? ? extraído de: Vander, Sherman & Luciano, 2002 – WEBsite original: http://www.biocourse.com/mhhe/bcc/domains/quad/topic.xsp?id=000270 Icterícia • Aumento da concentração plasmática de bilirrubina acima dos níveis normais 0,2 a 0,8 mg/dl • Quando superior a 2mg/dl confere tonalidade alaranjada a mucosas e pele Podemos, portanto, diferenciar as causas de hiperbilirrubinemia de acordo com o tipo de bilirrubina aumentada Bilirrubina não-conjugada Bilirrubina conjugada Aumento da produção de bilirrubina Hemólise Eritropatias Doença do fígado Doença hepatocelular (ex: hepatites) Hiperesplenismo, autoimune Doença colestática (ex: CBP) Eritropoese ineficaz (ex: talassemias) Distúrbio do metabolis mo S. de Dubin- Johnson Destruição de hematomas Síndrome de Rotor Redução da conjugação Hiperbilirrubinemia neonatal Colestase benigna Jejum Colestase da gravidez Síndrome de Gilbert Doenças extra- hepáticas Doença do trato biliar (ex: tumor) Síndrome de Crigler-Najjar Doença pancreática (ex: carcinoma) Formação e metabolismo dos ácidos biliares • Metabolismo e excreção do colesterol pela formação de sais biliares • São compostos tenso-ativos e representam produtos do catabolismo hepático do colesterol • Diversas reações enzimáticas de conjugação no Retículo endoplasmático e mitocôndria hepática. • Funções dos sais biliares – Células hepáticas sintetizam 0,6g/dia de sais biliares – Formados pelo colesterol da dieta e do produzido pelo fígado – Colesterol transformado em ácido cólico ou quenodesoxicólico – Ácido cólico + taurina e glicina = ácido biliares – Solubilização das micelas que aumentam a difusão dos lipídeos para a membrana intestinal – São reabsorvidos intactos (ácidos biliares não ionizados) no íleo terminal passando para a veia porta ligam-se a albumina retornando ao fígado e secretado novamente (circulação entero-hepática dos sais biliares). – A fração não absorvida no íleo é metabolizada pelas bactérias para ácidos biliares secundários e absorvida quase que na sua totalidade. – A fração não absorvida excretada e representa 20 a 25% do pool total de sais biliares responsáveis pela regulação da síntese (AB do novo) • Formação de cálculos biliares - litíase biliar – O colesterol pode sofre precipitação – cálculos – Absorção excessiva de água, sais biliares, lecitina da bile – Secreção excessiva de colesterol na bile – Dieta rica em gordura e colesterol – Níveis elevados de estrogênio, Diabetes mellitus, doença hepática e pancreatite – Cristais biliares podem causas inflamação do epitélio da vesícula biliar – colecistite. • Sinais e sintomas da colecistite aguda – geralmente após refeição gordurosa – Dor abdominal aguda (quadrante superior direito) – Cólica provocada pela passagem do cálculo – Eructação, Flatulência, Indigestão, Vômitos – Tontura, Náusea, Calafrios, Icterícia