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1 Secreção pancreática e hepatobiliar O pâncreas é uma célula túbulo-acinar de secreção mista O pâncreas sintetiza e secreta tanto secreções endócrinas como secreções exócrinas Secreções exócrinas: tamponar/neutralizar o quimo e digestão enzimática Porção endócrina e exócrina do pâncreas, são separadas Porção exócrina formada por túbulos e ácinos Porção endócrina formada por ilhotas de Langerhans Ácino responsável por produzir enzimas Células do ducto responsáveis por produzir secreção aquosa com eletrólitos SECREÇÕES PANCREÁTICAS Secreção pancreática exócrina: produto de secreções de duas populações de células, dos ductos e acinares Componente aquoso: isotônico em relação ao plasma, secretado pelas células dos ductos coletores Componente proteico: proteínas e precursores enzimáticos, secretado pelas células acinares Porção basolateral importante comunicação com a circulação sanguínea → recebe os insumos para produção de enzimas Receptores neuro-humorais captam estímulos que regulam a produção de enzimas Órgão mais completo em relação a produção de enzimas digestivas → proteases (tripsinogênio, quimiotripsinogênio), enzima amilolítica (amilase pancreática), lipases (esterase), nucleases e outras A secreção aquosa é produzida principalmente pelas células dos ductos extralobulares A secreção primaria apresenta concentrações iônicas semelhantes à do plasma (isotônicas) 2 O suco pancreático se torna alcalino na presença de altas taxas de secreção (principalmente bicarbonato) A velocidade da secreção pancreática determina a concentração do pH Conforme o fluxo da secreção aumenta, o cloreto é substituído pelo bicarbonato O dióxido de carbono (CO2) se difunde para as células e se combina com a água (anidrase carbônica): ácido carbônico (H2CO3) O ácido carbônico se dissocia em íons bicarbonato e íons hidrogênio (HCO3- e H+) Os íons bicarbonato são ativamente transportados + sódio (Na+): membrana luminal da célula → lúmen do ducto Os íons H+ são trocados por Na+, na membrana basolateral da célula, por processo de transporte ativo secundário Os íons Na+ são transportados através da borda do lúmen para dentro do lúmen dos ductos No momento que o bicarbonato de sódio chega no intestino, ele reage com o ácido clorídrico Solução de bicarbonato → neutralização do quimo Quando flui para os ductos extralobulares, nas suas porções proximais, a secretina estimula a via AMPc a secreção de HCO3, NA+, K+ e Cl-: tamponamento a partir da solução de bicarbonato de sódio, que reage com o ácido clorídrico, formando o cloreto de sódio e ácido carbônico O pâncreas é o órgão que apresenta a mais elevada taxa de síntese e secreção proteica: cerca de 5 a 15 g de proteína são lançadas por dia do pâncreas ao duodeno → Cerca de 20 proteínas distintas As enzimas mais importantes são tripsina, quimiotripsina e carboxipeptidases, lançadas no lúmen intestinal como pró enzimas inativas → proteases Quase 80% por peso das proteínas secretadas pelo pâncreas exócrino consistem em proteases. Sendo a Tripsina equivalente à quase 40%. Pepsina é uma enzima que, para ser ativada, necessita de um pH ideal ácido (ácido clorídrico) Amilase salivar em uma faixa de pH fora do ideal desnatura Todas as proteases secretadas pelo pâncreas são inativas Pâncreas envia enzimas proteolíticas ao lúmen do duodeno Enteropeptidase ou enteroquinase é uma enzima produzida pela mucosa do intestino 3 delgado → inicia a ativação das enzimas proteolíticas secretadas na forma inativa Uma enzima da borda em escova do intestino delgado cliva o tripsinogênio, ativando-o em tripsina A tripsina e pepsina tem efeito auto catalítico (na forma ativa) e ativam demais proteases pancreáticas Enteroquinase ativa um tripsinogênio em tripsina, depois ela mesma ativa outras moléculas dela Zimogênios: enzimas secretadas na forma inativa (tripsinogênio, quimiotripsinogênio, pró-elastase, procarboxipeptidase A e B) → forma ativa: tripsina, quimiotripsina, elastase, carboxi-peptidase A e B) Enteroquinase ativa o tripsinogênio Tripsina ativa outras enzimas A α-amilase pancreática é semelhante a salivar É lançada no duodeno na forma ativa É uma endo-amilase, que cliva ligações glicosídícas α-[1,4] gerando maltose, maltotriose e dextrina As enzimas lipolíticas são lipase, colesterol- esterase e fosfolipases A lipase e a colesterol-esterase são lançadas na forma ativa no duodeno Agem sobre os TAG formando → glicerol, ác. graxo livre, diacilglicerol e colesterol As fosfolipases são lançadas como pró- enzimas As colipases são lançadas também na forma inativa, e não tem ação enzimática, mas atuam ancorando a lipase pancreática na interface das gotículas de gordura/fluido luminal, após a ação da bile Descarga colinérgica de acetilcolina → nervo vago Os principais agonistas excitatórios da secreção acinar pancreática são colecistocinina (CCK) e acetilcolina (Ach) A membrana basolateral das células acinares contém cerca de 12 diferentes receptores para vários agonistas 4 Os mais importantes são os muscarínicos do tipo M3 e os receptores de CCK Fase cefálica (alimento na cavidade oral): 20-25% da secreção total de enzimas pancreáticas → quantidade pequena de água e eletrólitos é secretada junto com as enzimas Fase Gástrica: 5% a 10% das enzimas pancreáticas → pequeno volume e grande concentração enzimática Fase Intestinal: 60-70% Quimo no intestino delgado → secreção pancreática abundante, em resposta aos hormônios CCK e secretina A colecistocinina atua no estomago reduzindo o esvaziamento gástrico No pâncreas, regulando a atividade acinar Na vesícula biliar, promovendo a contração para liberação da bile e relaxamento do esfíncter de Oddi → na papila de Vatter Secretina no pâncreas, atua sobre os ductos principais (componente aquoso) → regula íons bicarbonato (neutraliza acidez) Secretina responde à condição ácida A fase cefálica e gástrica são de pequeno volume e viscosas → estimulação vagal A fase intestinal estimula uma secreção volumosa e rica em HCO3- e enzimas Predominantemente regulada pela Secretina e CCK. Colecistoquinina → Células I intestinais → Secreção enzimática Secretina → Células S intestinais → Secreção de água e HCO3 Durante as fases cefálica e gástrica, a estimulação pelas fibras nervosas vagais causa a liberação de suco pancreático e contrações fracas da vesícula biliar 1. Um quimo ácido entrando no duodeno faz as células enteroendócrinas da parede do duodeno liberarem secretina, enquanto um quimo gorduroso e rico em proteínas induz a liberação de colecistocinina 2. A colecistocinina e a secretina entram na corrente sanguínea 3. Chegada no pâncreas, a colecistocinina induz a secreção de um suco pancreático rico em enzimas A secretina causa a liberação de um suco pancreático rico em bicarbonato Secreção de suco pancreático → enzimas e solução de bicarbonato 5 SECREÇÃO HEPATOBILIAR A bile é importante na digestão e absorção de gorduras A bile é lançada no duodeno predominantemente nos períodos digestivos, através do ducto biliar comum Não possui qualquer enzima digestiva, mas apresenta importante papel como agente emulsificante de gorduras A bile é sintetizada (600-1000 mL/dia) no fígado e secretada no ducto hepático comum para ser armazenada na vesícula biliar De lá é secretada para o lúmen do intestino delgado via ducto colédoco Funções gerais do fígado: Formação e secreção de bile Metabolismo de nutrientes e vitaminas Metabolismo de toxinas Metabolismo de hormôniosSíntese de proteínas do plasma, entre elas, os fatores de coagulação Defesa/imunidade → células de Kupffer Os componentes da bile são: sais biliares, fosfolipídios (lecitina), colesterol, eletrólitos (partículas carregadas e dissolvidas, como o sódio e o bicarbonato) Funções bile: emulsificação e excreção de bilirrubina A emulsificação amplia a área superficial das gorduras expostas às ações das enzimas lipolíticas pancreáticas Alimento hidrofóbico tem dificuldade em se solubilizar em ambiente aquoso Quebra física (em cadeias menores) facilita digestão Bile torna gorduras mais solúveis A bile é sintetizada continuamente nos hepatócitos e partir do colesterol da dieta: Quilomícron (circulação sistêmica), circulação êntero-hepática (do intestino para o fígado) Colesterol chega no fígado pela veia porta hepática → passa pelo hepatócito e vai ao canalículo A membrana basolateral dos hepatócitos faz contato íntimo com o endotélio dos sinusóides hepáticos e a extração dos sais biliares e do colesterol ocorre por mecanismos específicos de transporte Como os canalículos biliares localizam-se entre os hepatócitos, os sais biliares extraídos dos sinusóides são transportados para os canalículos que drenam a bile hepática A veia porta drena o fígado carregando os nutrientes absorvidos no intestino 6 Secreção biliar primaria é o conjunto todo da secreção (bile hepática) → colesterol + ácido biliar primário (ácido cólico + ácido quenodesoxicólico) Secreção biliar que sair do fígado e chega na vesícula → colesterol, sais biliares, bilirrubina e eletrólitos Secreção biliar secundaria é mais concentrada (bile vesicular) Secreção biliar na vesícula passa por um processo de concentração, continua tendo os mesmos componentes (em maior concentração) Vesícula manda secreção biliar concentrada para o duodeno Ácidos biliares primários no duodeno, sofrem ação de bactérias intestinais e são transformados em ácidos biliares secundários (ácido desoxicólico e litólico) A formação dos ácidos biliares inicia no fígado e termina no duodeno Sal biliar (taurina + ácido litólico e glicina + ácido desoxicólico) com boa solubilidade quando o pKa for mais baixo A bile é continuamente secretada pelos hepatócitos e armazenada na vesícula biliar no período interdigestivo (≠ pressão) A vesícula biliar enche entre 15 e 50 mL, com vol. médio de 35 mL. → Regulados pela Secretina e CCK Condensação da bile O volume de bile secretado pelo fígado é muito maior do que a vesícula biliar pode conter Assim, na vesícula ocorre reabsorção intensa de água e íons, mas não de ácidos e pigmentos A secreção biliar é concentrada cerca de 5 a 10 vezes nos períodos interdigestivos Os sais biliares são formados a partir do colesterol e são reciclados, voltando ao fígado pela circulação êntero-hepática Os sais biliares após exercerem sua função na digestão e absorção de gorduras, retornam ao fígado pela circulação êntero- hepática. Durante e após o processo digestivo, os sais biliares são reabsorvidos em acoplamente com o Na+, predominantemente no íleo. Mais de 95% dos sais biliares retornam ao fígado → Efeito colerético dos sais biliares 94% dos sais biliares são reabsorvidos para o sangue pelo intestino delgado Difusão (mucosa → porções iniciais do intestino delgado) e por processo de transporte ativo (mucosa → no íleo distal) Via sangue porta retornam ao fígado → absorção nos sinusóides → secreção na bile Recirculam na bile ± 17 vezes antes de serem eliminados nas fezes → o que é excretado é sintetizado pelos hepatócitos 7 A quantidade de bile secretada pelo fígado → disponibilidade dos sais biliares → quanto maior a quantidade de sais biliares na circulação êntero-hepática maior a intensidade de secreção de bile Substâncias coleréticas estimulam a produção de bile pelo fígado → Secretina → Sais biliares Substâncias colagogas causam a contração da vesícula e a liberação de bile → Acetilcolina → Colecistocinina: contrai a vesícula biliar e relaxa o esfíncter de Oddi → Oxido nítrico e VIP relaxamento esfíncter 1. Quimo ácido e gorduroso entrando no duodeno gera a liberação de colecistocinina e de secretina a partir das células enteroendócrinas das paredes do duodeno 2. A colecistocinina e a secretina entram na corrente sanguínea 3. Sais biliares e a secretina transportados pela corrente sanguínea estimulam o fígado a produzir bile mais rapidamente 4. A estimulação vagal causa contrações fracas da vesícula biliar 5. Colecistocinina (via corrente sanguínea) gera a contração da vesícula biliar e o relaxamento do esfíncter hepatopancreático → a bile entra no duodeno Hemácias tem tempo de vida útil de 120 dias Quando as hemácias perdem capacidade funcional são fagocitadas no baço → libera a bilirrubina Bilirrubina não é solúvel, é transportada no sangue ligada a albumina Via circulação portal Bilirrubina no fígado é separada da albumina e é conjugada ao ácido glicurônico, formando o glicuronato de bilirrubina Glicuronato de bilirrubina é desconjugado da bilirrubina por sofrer ação de bactérias intestinais Bilirrubina sofre processo de desconjugação e forma urobilinogênio → estercobilina → pigmento fezes
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