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Plano de Aula 03 do Professor Direito Civil II

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DIREITO CIVIL II - CCJ0013
Semana Aula: 3
Obrigações de Dar Coisa Certa
Tema
Obrigações de Dar Coisa Certa    
Palavras-chave
Objetivos
Analisar o conceito de obrigações de dar.
Diferenciar obrigações de entregar e de restituir.
Compreender as consequências do inadimplemento das obrigações de dar coisa certa.
Compreender as regras aplicáveis às obrigações pecuniárias
Estrutura de Conteúdo
Obrigação de dar coisa certa
Conceito
Distinção entre entregar e restituir
Reflexos jurídicos
Obrigações pecuniárias: conceito e princípios
Procedimentos de Ensino
O presente conteúdo deve ser trabalhado nas duas aulas da terceira semana. É possível trabalhá-lo em uma única semana, podendo o professor dosar o conteúdo de acordo com as condições (objetivas e subjetivas) apresentadas pela turma.
Ensinam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 122) que tanto na obrigação de dar coisa certa como nas obrigações de dar coisa incerta consistirá a prestação na entrega[1] de um ou mais bens ao credor; é prestação de coisa, pois cumprirá ao devedor transferir a propriedade do objeto (compra e venda), ceder a sua posse ao credor (comodato, locação) ou meramente restituir a coisa (depósito).
As obligatio dandi são obrigações positivas em que o credor está interessado na tradição da coisa. Dessa forma, a expressão dar é empregada em um sentido geral, exprimindo a obrigação de transferir, seja para outorgar um novo direito (obrigação de entregar[2]), seja para restituir uma coisa a seu dono (obrigação de restituir).
Não se confundem, portanto, com as obrigações de fazer (prestação de fato). Sobre a distinção, afirma Washington de Barros Monteiro que o substractum da diferenciação está em verificar se o dar ou entregar é ou não consequência do fazer. Se o devedor tem que dar ou entregar alguma coisa sem tê-la que fazer previamente a obrigação é de dar. Todavia, se previamente ele a tem que confeccionar para depois entregá-la tecnicamente é uma obrigação de fazer. Assim, nas obrigações de dar o interesse do credor se concentra na tradição, enquanto nas de fazer se concentra nas características pessoais ou qualidades do devedor. Além disso, as obrigações de dar comportam execução in natura ou cumprimento por terceiros, enquanto nas de fazer o inadimplemento culposo resolve-se em perdas e danos e, nas ditas personalíssimas, não há possibilidade de cumprimento por terceiros.
Feitas essas considerações preliminares, passa-se à análise das obrigações de dar coisa certa, que na definição de Carlos Roberto Gonçalves são uma modalidade de obrigação em que o devedor se compromete a entregar ou a restituir um objeto perfeitamente determinado, que se considera em sua individualidade. Trata-se, portanto, de obrigação perfeitamente individualizada.
A primeira regra a ser destacada é que na obrigação de dar coisa certa o credor não é obrigado a aceitar coisa diversa da devida ainda que mais valiosa (art. 313, CC)[3]. Deve o professor destacar que exceções como dação em pagamento, sub-rogação, novação, etc., serão estudadas quando da análise do pagamento das obrigações.
A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios, mesmo que não mencionados, salvo se do contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso (art. 233, CC). A mesma regra, deve o professor lembrar, não se aplica às pertenças (art. 94, CC).
Obrigações de Entregar (obrigações de dar propriamente ditas ? arts. 233 a 237, CC)
São obrigações em que a coisa pertence ao devedor que, por meio da tradição, transferirá a propriedade ao credor (adquirente).
Sobre o inadimplemento das obrigações de entregar o legislador adotou a teoria do risco da qual destacam-se as seguintes regras (o professor deve estimular os alunos a apresentarem os respectivos exemplos, preferencialmente indicando situações que possam ter as respectivas variações):
1-     Se a coisa perecer[4] (perda total) sem culpa do devedor, antes da tradição ou pendente condição suspensiva, resolve-se a obrigação (art. 234, CC). Aplicação da regra res perit domino, uma vez que a obrigação traduz, no Direito brasileiro, mero direito eventual. Valores eventualmente recebidos pelo devedor devem ser restituídos.
2-     Se a coisa perecer com culpa o devedor responderá pelo equivalente mais perdas e danos[5] (art. 234, CC).
3-     Se a coisa se deteriorar (perda parcial) sem culpa do devedor poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que se perdeu (art. 235, CC).
4-     Se a coisa se deteriorar com culpa do devedor poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha (obrigação alternativa), mas em ambas as situações poderá pleitear indenização por perdas e danos (art. 236, CC).
Deve-se lembrar que todas essas regras são dispositivas, podendo os contratantes dispor em contrário. No entanto, é válido destacar, que essas disposições em contrário não poderão contrariar normas de ordem pública como, por exemplo, prever renúncia prévia a direitos decorrentes da relação jurídica.
Além disso, é bom lembrar, que em regra caso fortuito e força maior, salvo expressa disposição em contrário, não geram o direito à indenização pelo perecimento ou deterioração da coisa. No entanto, havendo mora do devedor, esta regra não será aplicável, respondendo ele por eventuais perdas e danos ainda que decorrentes de eventos extraordinários (arts. 393 e 399, CC[6]).
Quanto aos melhoramentos e acrescidos, deve o professor diferenciar melhoramento de acrescido[7] e, ainda, retomar o conceito e as classificações dos frutos estudadas em Direito Civil I. Destacam-se como regras (art. 237, CC):
Enquanto não ocorrer a tradição a coisa continuará pertencendo ao devedor com os seus melhoramentos e acrescidos.
Pelos melhoramentos e acrescidos o devedor poderá requerer aumento proporcional do preço.
Caso o credor não queira complementar o preço, poderá o devedor resolver a obrigação por quebra da equivalência do negócio jurídico.
Os frutos percebidos pertencem ao devedor até a tradição. 
Os frutos pendentes pertencem ao credor.
Obrigações de Restituir (arts. 238 a 242, CC)
São obrigações em que a coisa pertence ao credor, sendo que a tradição apenas transmite temporariamente a sua posse. Impõem ao devedor o dever de devolver a coisa no prazo ajustado ou alcançada a finalidade para a qual foi destinada e, por isso, exigem do devedor o dever de conservação e zelo pela coisa.
Sobre o inadimplemento das obrigações de restituir destacam-se as seguintes regras (o professor deve estimular os alunos a apresentarem os respectivos exemplos, preferencialmente indicando situações que possam ter as respectivas variações):
1-     Se a coisa perecer sem culpa do devedor, antes da tradição, resolve-se a obrigação ressalvados os direitos do credor até o dia da perda (art. 238, CC). Exceções: contrato estimatório - art. 535, CC; locação - art. 575, CC; comodato - art. 583, .
2-     Se a coisa perecer com culpa o devedor responderá pelo equivalente mais perdas e danos (art. 239, CC).
3-     Se a coisa se deteriorar sem culpa do devedor o credor recebê-la-á no estado em que se encontra sem direito à indenização (art. 240, CC).
4-     Se a coisa se deteriorar com culpa do devedor responderá pelo equivalente mais perdas e danos (art. 240 c/c 239, CC)
Quanto aos melhoramentos, acrescidos e frutos deve-se analisar se foram feito com ou sem despesa ou trabalho do devedor. Destacam-se como regras (art. 242, CC):
O devedor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, mas não terá direito aos frutos colhidos antecipadamente (ver regras dos arts. 1.214 e 1.215, CC).
O devedor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como, pelos que, por culpa sua, deixou o credor de receber.
Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que houve dispêndio ou trabalho do devedor, estando ele de boa-fé, terá direito à indenização e à retenção quando úteis ou necessários (vide arts. 1.219 e 1.220, CC).
Quanto aos melhoramentose acrescidos, em que não houve dispêndio ou trabalho do devedor estando o devedor de má-fé, só terá direito à indenização dos necessários (art. 1.222, CC).
Quanto aos melhoramentos e acrescidos em que não houve dispêndio ou trabalho do devedor lucra o credor sem dever de indenizar (art. 241, CC ? princípio da simetria).
Independente da espécie de obrigação de dar coisa certa, admite-se execução específica. Salientam Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves de Farias (2008, p. 134) que nos processos que tenham por objetivo o cumprimento da obrigação de dar, há uma bem sucedida combinação de medidas coercitivas (multa) e de sub-rogação. O demandado poderá sofrer coação indireta, de natureza mandamental, pela via psicológica (astreintes) ou coerção direta por meios executivos que independem de sua colaboração. Enfim, cuida-se de um processo civil de resultados.
Obrigações pecuniárias
As obrigações pecuniárias são obrigações de dar coisa certa, porque envolvem obrigação de entregar dinheiro. Diferenciam-se das dívidas de valor porque nestas o dinheiro apenas representa o valor da obrigação; enquanto naquelas o objeto da prestação é o próprio dinheiro.
Define Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 175) dívida de dinheiro é aquela cujo objeto da prestação é a própria moeda.  Aplicam-se às obrigações pecuniárias as seguintes regras:
As dívidas em dinheiro devem ser pagas no vencimento, sem moeda corrente e pelo valor nominal (princípio do nominalismo) (art. 315, CC).
Moeda de curso forçado e de curso legal no Brasil é apenas o real (Lei n. 9.069/95) e, portanto, é a única admitida pela lei como meio de pagamento no país (salvo normas específicas como contratos de importação e exportação; compra e venda de câmbio;...).
O valor pode ser corrigido monetariamente, conforme estipulação das partes.
Pode ser adotada cláusula de escala móvel, cláusula escalar (ou de escalonamento), cláusula número-índice ou critério de atualização monetária para combater os efeitos da desvalorização monetária (art. 316, CC). É exceção, portanto, ao princípio do nominalismo.
Admite-se a correção judicial da prestação por meio da aplicação da cláusula rebus sic stantibus (art. 317 c/c 478, CC). Matéria que será detalhadamente abordada em Direito Civil III.
São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e da moeda nacional, exceto nos casos expressamente autorizados por lei especial (art. 318, CC).
Se o pagamento se houver por medida ou peso entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução (art. 326, CC).
O professor deve ressaltar que outras regras com relação a pagamento serão oportunamente estudadas.
Ao final da aula o professor deve perguntar se ainda existem dúvidas com relação aos tópicos abordados. Após, deve realizar breve síntese dos principais aspectos abordados nesta primeira semana dando ênfase especial aos exemplos trabalhados, preparando o aluno para o próximo tópico: obrigações de dar coisa incerta, de fazer e de não fazer.
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[1] Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 49) esclarece que pelo nosso sistema, a obrigação de dar não se constitui especificamente na entrega efetiva da coisa, mas, em um compromisso de entrega da coisa. Nosso Direito ateve-se à tradição romana pela qual a obrigação de dar gera apenas um crédito e não, um direito real. Assim diziam os romanos: traditionibus et usucapionibus dominia rerum, non nudis pactis transferuntur. A obrigação de dar gera apenas um direito à coisa e não exatamente um direito real?.
[2] Alguns autores diferenciam obrigação de dar de obrigações de entregar, utilizando aquela expressão para as relações jurídicas que têm por objeto a transferência de domínio ou outros direitos reais. A segunda seria utilizada para a concessão de uso temporário. O CC/02 não adotou essa distinção empregando a expressão obrigação de dar como gênero do qual são espécies entregar e restituir.
[3] Trata-se do princípio aliud pro alio invito creditore solvi non potest (não se pode pagar uma coisa por outra, contra a vontade do credor.
[4] Esclarecem Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 124) que a perda da coisa implica o perecimento do direito e decorre de seu desaparecimento natural, perecimento jurídico (torna-se bem fora do comércio) ou pela perda das qualidades essenciais e do valor econômico do bem. São formas de perecimento: destruição, local inacessível, confusão, comistão, desaparecimento, coisa fora do comércio...
[5] Entenda-se aqui apenas os lucros cessantes, pois os danos emergentes serão ressarcidos pelo equivalente.
[6] O devedor se isentará da responsabilidade, no entanto, se demonstrar que, mesmo que não estivesse em mora, o dano teria ocorrido.
[7] Em linhas gerais: melhoramento é tudo que opera mudança para melhor, em valor, utilidade, comodidade... Acrescido é tudo que se ajunta, que se acrescenta à coisa, aumentando-a. Frutos são utilidades que a coisa periodicamente produz.
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
Recursos
quadro e pincel; datashow
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto 1
Adoaldo compromete-se a entregar a Ivan, em razão de um contrato de compra e venda, o livro Curso de Direito Civil, v. II, de Carlos Roberto Gonçalves, Editora Saraiva, até o dia 02 de outubro de 2012. Ivan pagou pelo livro o equivalente a R$ 80,00 (oitenta reais). Com relação ao livro identifique: 
a)     Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato.
b)     Suponha que Adoaldo, descuidado, perdeu o livro e não poderá entregá-lo no dia combinado e, por isso, Ivan não poderá estudar para a prova que se realizará no dia 06 de outubro. O que acontece com essa obrigação? Justifique sua resposta.
Caso Concreto 2
Analise o relato a seguir e aponte pelo menos cinco erros na assertiva referente ao problema (cada erro encontrado deve ser indicado e corrigido corretamente). Os cinco erros encontrados devem ser corrigidos (reescrever a frase ou expressão apontando o erro que se pretende corrigir) e, quando for possível, corrigi-lo indicando o artigo respectivo!
Carlos empresta gratuitamente a Andreza, em razão de um contrato de comodato, a casa localizada na Rua Enzo Ferrari, n. 27. Andreza se comprometeu a devolvê-la em perfeitas condições até o dia 02 de outubro de 2009.
Pode-se afirmar que, quanto à casa, Andreza é solvens e Carlos accipiens. Trata-se de uma obrigação moral, divisível, simples, de trato sucessivo e condicional. A sua fonte mediata é a lei e a fonte imediata obrigação de dar coisa certa. O seu objeto imediato é o contrato de comodato e o objeto mediato é a casa, que pode ser substituída por uma outra de valor equivalente caso Andreza por qualquer motivo não consiga devolvê-la. Imagine que no dia anterior à devolução começa a chover o que ocasiona o alagamento do bairro onde está localizada a casa e consequente deterioração do imóvel. Neste caso Carlos deverá receber a casa tal qual se ache, sem direito à indenização, nos termos do art. 234, CC. Em outra situação, suponha que Andreza, intencionalmente ateou fogo ao imóvel, destruindo-o completamente, pode-se, então, afirmar que Carlos não poderá exigir perdas e danos nos termos do art. 234, CC.
Questão Objetiva
(FCC TJ-GO 2012) Antonio obrigou-se a entregar a Benedito, Carlos, Dario e Ernesto um determinado touro reprodutor, avaliado em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. Nesse caso, a obrigação é
a) de dar coisa certa, indivisível, resolvida para ambas as partes com ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto.
b) indivisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor.
c) indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor.
d) solidária, devendo o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) ser entregue a qualquer dos credores, em lugardo objeto perecido.
e) de dar coisa certa, indivisível, devendo o devedor entregar a indenização a todos os credores.
Avaliação
Caso Concreto 1
Adoaldo compromete-se a entregar a Ivan, em razão de um contrato de compra e venda, o livro Curso de Direito Civil, v. II, de Carlos Roberto Gonçalves, Editora Saraiva, até o dia 02 de outubro de 2012. Ivan pagou pelo livro o equivalente a R$ 80,00 (oitenta reais). Com relação ao livro identifique: 
a)     Accipiens e Solvens; Objeto Imediato e Objeto Mediato.
b)     Suponha que Adoaldo, descuidado, perdeu o livro e não poderá entregá-lo no dia combinado e, por isso, Ivan não poderá estudar para a prova que se realizará no dia 06 de outubro. O que acontece com essa obrigação? Justifique sua resposta.
Gabarito: accipiens Ivan e solvens Adoaldo ; Objeto Imediato: obrigação de dar coisa certa e Objeto Mediato: o livro. Suponha que Adoaldo, descuidado, perdeu o livro e não poderá entregá-lo no dia combinado e, por isso, Ivan não poderá estudar para a prova que se realizará no dia 06 de outubro. O que acontece com essa obrigação? Justifique sua resposta. Ivan pode exigir o pagamento do equivalente mais perdas e danos nos termos do art. 234, CC.
Caso Concreto 2
Analise o relato a seguir e aponte pelo menos cinco erros na assertiva referente ao problema (cada erro encontrado deve ser indicado e corrigido corretamente). Os cinco erros encontrados devem ser corrigidos (reescrever a frase ou expressão apontando o erro que se pretende corrigir) e, quando for possível, corrigi-lo indicando o artigo respectivo!
Carlos empresta gratuitamente a Andreza, em razão de um contrato de comodato, a casa localizada na Rua Enzo Ferrari, n. 27. Andreza se comprometeu a devolvê-la em perfeitas condições até o dia 02 de outubro de 2009.
Pode-se afirmar que, quanto à casa, Andreza é solvens e Carlos accipiens. Trata-se de uma obrigação moral, divisível, simples, de trato sucessivo e condicional. A sua fonte mediata é a lei e a fonte imediata obrigação de dar coisa certa. O seu objeto imediato é o contrato de comodato e o objeto mediato é a casa, que pode ser substituída por uma outra de valor equivalente caso Andreza por qualquer motivo não consiga devolvê-la. Imagine que no dia anterior à devolução começa a chover o que ocasiona o alagamento do bairro onde está localizada a casa e consequente deterioração do imóvel. Neste caso Carlos deverá receber a casa tal qual se ache, sem direito à indenização, nos termos do art. 234, CC. Em outra situação, suponha que Andreza, intencionalmente ateou fogo ao imóvel, destruindo-o completamente, pode-se, então, afirmar que Carlos não poderá exigir perdas e danos nos termos do art. 234, CC.
Gabarito: Pode-se afirmar que, quanto à casa, Andreza é ?solvens? e Carlos ?accipiens?. Trata-se de uma obrigação civil, indivisível, simples, de execução diferida e a termo. A sua fonte mediata é a lei e a fonte imediata contrato de comodato. O seu objeto imediato é uma obrigação de dar (restituir) e o objeto mediato é a casa, que não pode ser substituída por uma outra de valor equivalente caso Andreza por qualquer motivo não consiga devolvê-la. Imagine que no dia anterior à devolução começa a chover o que ocasiona o alagamento do bairro onde está localizada a casa e consequente deterioração do imóvel. Neste caso Carlos deverá receber a casa tal qual se ache, sem direito à indenização, nos termos do art. 240, CC. Em outra situação, suponha que Andreza, intencionalmente ateou fogo ao imóvel, destruindo-o completamente, pode-se, então, afirmar que Carlos poderá exigir o equivalente mais perdas e danos nos termos do art. 239, CC.
Questão Objetiva
(FCC TJ-GO 2012) Antonio obrigou-se a entregar a Benedito, Carlos, Dario e Ernesto um determinado touro reprodutor, avaliado em R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Embora bem guardado e bem tratado em lugar apropriado e seguro, o animal morreu afogado em inundação causada por fortes chuvas. Nesse caso, a obrigação é
a) de dar coisa certa, indivisível, resolvida para ambas as partes com ausência de culpa do devedor, ante o perecimento do objeto.
b) indivisível, com o perecimento do objeto por culpa do devedor.
c) indivisível e tornou-se divisível com o perecimento do objeto, sem culpa do devedor.
d) solidária, devendo o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) ser entregue a qualquer dos credores, em lugar do objeto perecido.
e) de dar coisa certa, indivisível, devendo o devedor entregar a indenização a todos os credores.
Gabarito: A conforme art. 234, CC.
Considerações Adicionais

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