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São Paulo 2017 UNISA - Universidade Santo Amaro Resenha – Nelson Hungria – Comentários ao Código Penal Vol. II AVALIAÇÃO 1 Docente: Flávio Torresi Direito Penal II Nome: Ana Paula Sousa Vieira RA: 3303519 4º Semestre A Período: Noturno São Paulo 2017 Comentários ao Código Penal Vol. II - Capítulo: A Pena de morte e as medidas de segurança Nelson Hungria Editora Forense 14 páginas (319 a 333) O texto aborda reflexões acerca da medida de segurança, pena de morte, apresso a vida humana e sobre conduta do ser criminoso. As medidas de segurança não objetivam a ideia de punição com cega indiferença a vida humana, mas buscam manter a integridade humana em um sentido social. Isso pois busca espelhar-se na ética homo socialis, sem que se usassem padrões selvagens, influenciados pela barbaridade cultural ainda presente. A pena de morte ignora o ser humano estando ou não em estado de criminoso, tratando a vida como algo irrelevante, sob a veste legal, permitindo um homicídio a sangue frio praticado pelo Estado. Logo a pena de morte não é um modelo exemplar, a começar pela sua prática é ocultada. Como problema temos a reflexão sobre a sua efetividade em sociedade, que é nula. Isso porque não há uma diminuição na conduta criminosa através do seu caráter de extrema intimidação, praticando o desprezo à vida humana partindo inicialmente do Estado. Nos EUA que foi o exemplo usado pelo autor, tal penalidade não possui dados de eficácia do presente molde punitivo, uma vez que a severidade das penas não influencia a conduta criminosa. Os chamados “governos de pulso” presentes no exemplo dado justificam-se pelo interesse coletivo, e por consequência a valorização da vida humana das pessoas alheias a conduta criminosa, o que remonta a ideia de punição vingativa. Tal raciocínio chega a ser absurdo se considerar o fato de que a vida da vítima não será restituída, ou considerar o fato de não termos dados concretos sobre esta forma ser uma pena insubstituível e eficaz. A intensidade da pena não incide realmente sobre o espirito humano, mas nos seus arredores como o julgamento da sociedade, pois a “nossa sensibilidade é mais fácil e estavelmente movida por mínimas, mas reiteradas impressões, do que por forte mais transitório impulso. ” HUNGRIA. P.322. Houve-se a especulação de que a pena de morte teria assim uma alternativa, a prisão perpétua. O que mantém o problema social, pois não reitera o indivíduo a sociedade. Em sequência temos como outra alternativa, a medida de segurança que se apresenta como uma forma de recuperação do indivíduo por tempo indeterminado, incidindo sobre sua pena. SALDAÑA, exprime sua opinião em: “Não é necessário matar o homem: deve matar-se o criminoso no homem”. Entre os tipos criminosos, a pena de morte os nivela em mesmo patamar, com o mesmo problema, tratando a vida humana com desprezo, logo, não se vê progresso evolutivo, isso pois a preocupação dos criminosos não é morrer, mas ser descoberto, tendo esperança de escapar da punição, pois há um número considerável de crimes que saem impunes. Todo ser humano possui tendências comportamentais a partir de suas vivencias e personalidade, resultando em uma disposição maior ou menor para uma conduta antissocial. Isso não significa que por via de regra o individuo frente a certas situações irá necessariamente possuir uma conduta, mas significa que nem todo ser é totalmente ruim ou totalmente bom. São Paulo 2017 Quanto mais deficiente a resistência psíquica ou esforço de vontade, maior será sua probabilidade de possuir condutas criminosas, o que mesmo se cometidas determinadas condutas, os indivíduos ainda sim poderão ser recuperados para a sociedade. QUINTILIANO SALDAÑA: “O delinquente não é uma pedra, mas um homem e, portanto, pode mudar, é suscetível de se modificar. ” A pena de morte não é uma reação de legitima defesa, uma vez que o Estado precisa proteger os interesses de todos a longo prazo, ele entra em contradição com tal prática. Sobre o argumento da economia da pena de morte concluo que a vida é tão insignificante para o Estado, que sua a preocupação origina-se dos recursos necessários, como o sustento do preso, e o amparo familiar a caridade pública ao invés da conduta criminosa em si. Isso pois no Brasil, temos a inclusão do trabalho do preso para seu próprio sustento e em caso de pena de morte como nos E.U.A. a família clama por caridade para auxilio jurídico. Isso sem contar com a possibilidade de um condenado ser executado por um crime que não cometeu, o que mesmo em pequena escala, é possível nos dois exemplos. Outra constatação espantosa, é o apoio que a igreja católica deu a pena de morte no decorrer de sua elaboração (hoje não mais, conforme declarações públicas do Vaticano). Segundo Pietro Ellero, nenhum ser humano deveria ser sacrificado em nome da segurança social, mas reintegrado para seu convívio em sociedade. A única exceção a pena de morte que seria válida aos olhos do autor seria quanto ao crime organizado, pois não há um incline para a conduta, mas coloca em perigo efetivo a segurança da sociedade e de pessoas inclinadas a essa conduta criminosa, logo a pena de morte em sua opinião seria como “uma espingarda atrás da porta”. Isso pois esse crime se apodera de pessoas que quase sempre privadas de boas condições de vida. A exemplo disso temos interligados os crimes de lavagem de dinheiro aos crimes organizados, que são usualmente praticados por pessoas de classe média e classe média alta que entre seus crimes, possibilitam o funcionamento do tráfico de drogas, armas e até pessoas em muitos dos casos, como uma espécie de “círculo vicioso ou financiamento. ” O presente texto mostrou-me como a sociedade auxilia na criação de um ser na condição de criminoso, uma vez que não se interessa, em avaliar as possibilidades de penalidade que possam ressocializar o agente. Quando digo a sociedade, me refiro a um todo, especialmente de nossas autoridades, que vendem a ideia de melhoria do Estado se as formas de penalidade continuarem da forma que estão, sem qualquer prova de eficiência. No caso, foi exposto ideias acerca da pena de morte, que não nos traz qualquer evidência de eficiência na redução da pratica delituosa ou ressocialização do agente, mas possui apoio em sociedade para tal.
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