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13a aula DEPOIMENTO PESSOAL

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CURSO DE DIREITO
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
Prof. Marcílio Florêncio Mota
profmarciliomota@hotmail.com
Tema da aula: O DEPOIMENTO PESSOAL
1. Referências legais: arts. 342 a 347 do CPC.
2. Definição: O depoimento pessoal é o meio de prova consistente na ouvida pessoal dos litigantes pelo órgão jurisdicional, por iniciativa do próprio juiz ou atendendo a requerimento da parte contrária, para esclarecimentos sobre fatos da causa e para a obtenção da confissão dos fatos que lhe são prejudiciais. 
3. Objetivo da prova: Extrair a confissão da parte. O depoimento é tomado dos litigantes pelo juiz, de ofício ou a partir de requerimento da parte adversa, com o objetivo de que a parte ouvida em depoimento confesse os fatos apresentados pela parte contrária na inicial ou na defesa.
4. Iniciativa: Conforme os arts. 342 e 343 do CPC, a iniciativa da ouvida da parte pode ser do juiz, de ofício, ou da parte contrária. No caso de requerimento da parte, o que normalmente ocorre na inicial ou na contestação, o juiz o apreciará, posto que a ele compete deferir as provas, art. 130, no momento em que especificar as provas que serão produzidas em audiência, § 2º art. 278 e § 2º do art. 331. 
5. Necessidade da intimação pessoal e com cominação de “pena” de confissão - § 1º do art. 343: O depoimento é ato pessoal da parte. Ela não pode ser substituída no depoimento por advogado. Daí a intimação tem de ser pessoal e com a previsão expressa de que o não comparecimento ou a recusa de depor será tido como confissão das alegações da parte adversa. 
6. Consequência da ausência à audiência, da recusa injustificada de depor e do emprego de evasivas - § 2º do art. 343: Como o objetivo da prova é tentar extrair a confissão da parte, sua ausência injustificada ou a recusa injustificada de depor acarretará a presunção de confissão dos fatos alegados pelo adversário. A presunção de confissão é relativa, o que implica em que ela pode ser contrariada por outras provas que constem nos autos. A ausência de ambos os litigantes à audiência acarretará a necessidade de solução do caso à luz da distribuição do ônus da prova – art. 333 do CPC.
7. O procedimento da prova: A prova será tomada como nos casos de oitiva de testemunhas. Primeiro será ouvido o autor e depois o réu, sendo admitida, em situações excepcionais, a inversão na oitiva. A parte que ainda não depôs não pode ouvir o depoimento do adversário - art. 344 e Parágrafo único.
8. A utilização de escritos no depoimento pessoal: No depoimento, a parte não pode utilizar de escritos preparados antecipadamente – art. 346. Depois das perguntas do juiz e da parte adversa, a parte poderá utilizar algum escrito para complementar informação dada, não para modificar o depoimento – art. 346.
9. A recusa justificada de depor: Às partes se reconhece a possibilidade de negar-se a testemunhar sobre alguns fatos, conforme o art. 347 do CPC. A previsão da recusa se assenta em direitos que se reconhece à parte e que não podem ser sacrificados pela busca da verdade processual. É de se destacar que cumprirá ao advogado a vigilância para que seu representado não seja instado a responder a pergunta que pode ter resposta escusada. Por fim, é de se observar que a possibilidade de não responder perguntas não se estende a todos os processos, conforme o Parágrafo único do art. 347.
Prof. Marcílio Florêncio Mota

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