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Aula 09 21

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DIREITO	PROCESSUAL	PENAL	para	o	XXIII	EXAME	DA	OAB	
Teoria	e	exercícios	comentados	
Prof.	Renan	Araujo	–	Aula	09	
	
	 	 	 	 	
Prof.Renan	Araujo																			www.estrategiaconcursos.com.br																				Página	2	de	38	
1. PROCESSO DOS CRIMES DA COMPETæNCIA DO
TRIBUNAL DO JòRI
Os processos de competncia do Tribunal do Jœri s‹o aqueles cujos
fatos imputados ao infrator s‹o crimes dolosos contra a vida, ou
crimes comuns, desde que conexos com algum crime doloso contra a
vida.
A previs‹o se encontra, primeiramente, na pr—pria Constitui‹o da
Repœblica, em seu art. 5¡, XXXVIII.1
A Doutrina entende que se trata de cl‡usula pŽtrea, ou seja, n‹o
pode ser modificada por Emenda Constitucional. Assim, o Jœri Ž, e
continuar‡ sendo, por um bom tempo, a Institui‹o respons‡vel pelo
processo e julgamento dos crimes dolosos contra a vida.
Com a vigncia da Lei 11.689/08, o procedimento dos crimes da
competncia do Tribunal do Jœri foi COMPLETAMENTE ALTERADO.
Atualmente o rito do Tribunal do Jœri possui disciplina
completamente aut™noma da do rito ordin‡rio, o que n‹o ocorria na
sistem‡tica anterior, na qual o rito do Jœri era idntico ao rito ordin‡rio na
fase instrut—ria.
A œnica discuss‹o que h‡, atualmente, Ž acerca da aplicabilidade, ou
n‹o, dos arts. 395 a 397 aos crimes da competncia do Tribunal do Jœri,
pois o ¤4¡ do art. 394 determina a aplica‹o destes arts. A todos os
procedimentos penais de 1¡ grau. Vejamos:
¤ 4o As disposi›es dos arts. 395 a 398 deste C—digo aplicam-se a todos os
procedimentos penais de primeiro grau, ainda que n‹o regulados neste
C—digo. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.719, de 2008).
Embora o ¤4¡ se refira ao art. 398 tambŽm, ele se encontra
revogado, motivo pelo qual deve ser desconsiderada a men‹o a ele.
A Doutrina vem se posicionado no sentido de que estes artigos n‹o
s‹o aplic‡veis ao rito do Jœri, pois o rito do Jœri possui um
regramento todo espec’fico2, e que contempla esta etapa do
procedimento o que, pelo princ’pio da especialidade, afastaria a
aplicabilidade do rito comum ordin‡rio.
																																																													
1 Art. 5¼ (...) XXXVIII - Ž reconhecida a institui‹o do jœri, com a organiza‹o que lhe der a lei,
assegurados:
a) a plenitude de defesa;
b) o sigilo das vota›es;
c) a soberania dos veredictos;
d) a competncia para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
2 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Curso de Direito Processual Penal. 10¼ edi‹o.
Ed. Juspodivm. Salvador, 2015, p. 169.
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Teoria	e	exercícios	comentados	
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A primeira fase do procedimento do Jœri Ž chamada de judicium
acusationis, ou etapa da Òforma‹o de culpaÓ3, na qual o Juiz analisa
se Ž o caso, ou n‹o, de submeter o acusado a julgamento pelo plen‡rio.
Abrange os atos praticados do recebimento da denœncia atŽ a pronœncia
do rŽu. Ap—s este momento, temos o judicium causae, que compreende
os atos praticados entre a pronœncia e o julgamento pelo Tribunal do Jœri.
1.1. Judicium accusationis
Esta fase est‡ regulamentada nos arts. 406 a 421 do CPP.4
Compreende as seguintes fases:
1.1.1. Oferecimento da denœncia ou queixa-crime subsidi‡ria e
resposta do rŽu
A inicial deve conter a exposi‹o do fato imputado ao acusado, com
todas as suas circunst‰ncias, qualifica‹o do acusado e todas as demais
especifica›es contidas no art. 41 do CPP:
Art. 41. A denœncia ou queixa conter‡ a exposi‹o do fato criminoso, com
todas as suas circunst‰ncias, a qualifica‹o do acusado ou esclarecimentos
pelos quais se possa identific‡-lo, a classifica‹o do crime e, quando
necess‡rio, o rol das testemunhas.
O art. 406, ¤2¡ do CPP determina que n‹o poder‹o ser arroladas
mais de OITO TESTEMUNHAS:
¤ 2o A acusa‹o dever‡ arrolar testemunhas, atŽ o m‡ximo de 8 (oito), na
denœncia ou na queixa.
Duas observa›es quanto a este artigo:
¥ Embora o CPP seja omisso, a Doutrina entende que, por analogia, se
aplica a ressalva do art. 208, ou seja, n‹o entram neste c™mputo
do nœmero m‡ximo de testemunhas, as testemunhas NÌO-
COMPROMISSADAS E AS REFERIDAS;
¥ A Doutrina Ž pac’fica ao entender que o nœmero m‡ximo de
testemunhas se d‡, para a acusa‹o, POR FATO IMPUTADO,
ou seja, sendo dois ou mais fatos delituosos imputados ao acusado
(ou acusados, pois pode haver concurso de agentes), o nœmero de
testemunhas ser‡ multiplicado (Ex.: Sendo trs homic’dios em
concurso material, ser‹o oito testemunhas para cada fato Ð
Homic’dio, o que levaria ao limite de 24 testemunhas naquela inicial
acusat—ria do MP).
																																																													
3 NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execu‹o penal. 12.¼ edi‹o. Ed.
Forense. Rio de Janeiro, 2015, p. 682
4 N‹o se esqueam de ler a ÒLei SecaÓ, ou seja, o pr—prio CPP. <<
http://www.planalto.gov.br/ccivil 03/Decreto-Lei/Del3689.htm>>
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Recebida a inicial acusat—ria, o Juiz dever‡ receb-la ou rejeit‡-la
liminarmente. O Juiz rejeitar‡ liminarmente a inicial acusat—ria se
presentes uma das hip—teses do art. 395 do CPP:
Art. 395. A denœncia ou queixa ser‡ rejeitada quando: (Reda‹o dada pela
Lei n¼ 11.719, de 2008).
I - for manifestamente inepta; (Inclu’do pela Lei n¼ 11.719, de 2008).
II - faltar pressuposto processual ou condi‹o para o exerc’cio da a‹o penal;
ou (Inclu’do pela Lei n¼ 11.719, de 2008).
III - faltar justa causa para o exerc’cio da a‹o penal. (Inclu’do pela Lei n¼
11.719, de 2008).
N‹o sendo este o caso, o Juiz proceder‡ ˆ cita‹o do acusado, que
poder‡ ser realizada por qualquer dos mŽtodos previstos em Lei (na
ordem de preferncia estabelecida). Ser‡, em regra, citado
pessoalmente. Caso n‹o seja encontrado, ser‡ citado por edital (art.
361 e 363, ¤1¡ do CPP). Se o oficial de justia verificar que o rŽu se
oculta para n‹o ser citado, proceder‡ ˆ sua cita‹o por hora certa.
Ap—s citado, o acusado ter‡ o prazo de 10 dias para oferecer sua
RESPOSTA Ë ACUSA‚ÌO. ƒ o que diz o art. 406 do CPP:
Art. 406. O juiz, ao receber a denœncia ou a queixa, ordenar‡ a cita‹o do
acusado para responder a acusa‹o, por escrito, no prazo de 10 (dez) dias.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
¤ 1o O prazo previsto no caput deste artigo ser‡ contado a partir do efetivo
cumprimento do mandado ou do comparecimento, em ju’zo, do acusado ou
de defensor constitu’do, no caso de cita‹o inv‡lida ou por edital. (Reda‹o
dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Se, escoado o prazo o acusado n‹o apresentar resposta, o Juiz
nomear‡ defensor dativo (ou encaminhar‡ os autos ˆ Defensoria
Pœblica, onde houver), devolvendo o prazo para oferecimento da
resposta, conforme art. 408 do CPP:
Art. 408. N‹o apresentada a resposta no prazo legal, o juiz nomear‡ defensor
para oferec-la em atŽ 10 (dez) dias, concedendo-lhe vista dos autos.
(Redação	dada	pela	Lei	nº	11.689,	de	2008)
CUIDADO! Isso s— ocorrer‡ se o rŽu tiver sido citado PESSOALMENTE.
Se a cita‹o tiver se dado por edital, o processo ficar‡ suspenso, bem
como o curso do prazo prescricional, nos termos do art. 366 do CPP:
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, n‹o comparecer, nem constituir
advogado, ficar‹o suspensos o processo e o curso do prazo prescricional,
podendo o juiz determinar a produ‹o antecipada das provas consideradas
urgentes e, se for o caso, decretar pris‹o preventiva, nos termos do disposto
no art. 312. (Redação	dada	pela	Lei	nº	9.271,	de	17.4.1996)
Em sua defesa escrita o rŽu poder‡ alegar TODASAS MATƒRIAS
QUE SEJAM PERTINENTES Ë SUA DEFESA, juntando os documentos
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que reputar necess‡rios, alŽm de especificar as provas que pretende
produzir e ARROLAR TESTEMUNHAS, tambŽm atŽ o m‡ximo de
OITO, requerendo a intima‹o destas, SE NECESSçRIO (¤3¡ do art.
406 do CPP).
Ap—s a defesa do rŽu, o Juiz notifica o MP ou o querelante (se for
a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica) para se manifestarem acerca
da resposta do acusado5 (uma espŽcie de RƒPLICA), no prazo de CINCO
DIAS, conforme preconiza o art. 409 do CPP.6
Ap—s esse momento, o Juiz, em dez dias7, designar‡ DATA PARA A
AUDIæNCIA, oportunidade na qual ser‹o inquiridas as testemunhas e
ouvido o rŽu.
1.1.2. Da Audincia de Instru‹o e Julgamento
Aberta a audincia, ser‡ ouvido o ofendido, se for o caso. Ap—s,
ser‹o ouvidas as testemunhas (primeiro as da acusa‹o, depois as da
defesa8), seguido dos esclarecimentos dos peritos (se for o caso) e do
interrogat—rio do ACUSADO, nos termos do art. 411 do CPP:
Art. 411. Na audincia de instru‹o, proceder-se-‡ ˆ tomada de declara›es
do ofendido, se poss’vel, ˆ inquiri‹o das testemunhas arroladas pela
acusa‹o e pela defesa, nesta ordem, bem como aos esclarecimentos dos
peritos, ˆs acarea›es e ao reconhecimento de pessoas e coisas,
interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se o debate. (Redação	
dada	pela	Lei	nº	11.689,	de	2008)
A coloca‹o do interrogat—rio do rŽu ao final da instru‹o Ž
proposital, de forma a permitir o exerc’cio do contradit—rio e da
ampla defesa.
Ap—s a instru‹o, pode ser que seja necess‡rio proceder ˆ redefini‹o
jur’dica dos fatos narrados na inicial. ƒ a chamada MUTATIO LIBELLI,
prevista no art. 384 do CPP, que dever‡ ocorrer neste momento
processual, por fora do art. 411, ¤3¡ do CPP:
¤ 3o Encerrada a instru‹o probat—ria, observar-se-‡, se for o caso, o
disposto no art. 384 deste C—digo. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
(...) Art. 384. Encerrada a instru‹o probat—ria, se entender cab’vel nova
defini‹o jur’dica do fato, em conseqŸncia de prova existente nos autos de
elemento ou circunst‰ncia da infra‹o penal n‹o contida na acusa‹o, o
MinistŽrio Pœblico dever‡ aditar a denœncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco)
																																																													
5 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1125
6 Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvir‡ o MinistŽrio Pœblico ou o querelante sobre
preliminares e documentos, em 5 (cinco) dias. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
7 Esse prazo de 10 dias Ž fixado para o Juiz, n‹o para a realiza‹o da audincia, mas para que ele
profira decis‹o agendando dia e hora para a audincia. NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p.
684. PACELLI sustenta que para a realiza‹o da audincia o Juiz deve apenas respeitar o prazo
global de 90 dias para o encerramento da instru‹o. PACELLI, Eugnio. Curso de processo penal.
16¼ edi‹o. Ed. Atlas. S‹o Paulo, 2012, p. 714.
8 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1125.
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dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de
a‹o pœblica, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.719, de 2008).
N‹o sendo o caso de MUTATIO LIBELLI, passaremos ˆ fase dos
DEBATES ORAIS, nos termos dos ¤¤ 4¡ a 6¡ do art. 411 do CPP:
Art. 411 (...)
¤ 4o As alega›es ser‹o orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, ˆ
acusa‹o e ˆ defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrog‡veis por mais
10 (dez). (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
¤ 5o Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo previsto para a acusa‹o e a
defesa de cada um deles ser‡ individual. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de
2008)
¤ 6o Ao assistente do MinistŽrio Pœblico, ap—s a manifesta‹o deste, ser‹o
concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual per’odo o tempo de
manifesta‹o da defesa. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
CUIDADO! Aqui n‹o h‡ previs‹o de possibilidade de SUBSTITUI‚ÌO
DAS ALEGA‚ÍES ORAIS por alega›es ESCRITAS, como h‡ previs‹o
no procedimento pelo rito comum ordin‡rio. Essa possibilidade n‹o existe
nem mesmo se o fato for complexo ou o nœmero de acusados
recomendar. Entretanto, a Doutrina vem entendendo que, em hip—teses
EXCEPCIONAIS, se aplique a regra do art. 403, ¤3¡ e 404, ¤ œnico do
CPP, permitindo, assim, a substitui‹o das alega›es orais pelas
alega›es escritas.
Ao fim dos debates orais, o Juiz proferir‡ sua decis‹o quanto ˆ
admissibilidade da acusa‹o, na pr—pria audincia, ou no PRAZO
DE 10 DIAS9. Nesta fase, o Juiz pode:
¥ Pronunciar o acusado
¥ Impronunciar o acusado
¥ Absolver sumariamente o acusado
¥ Desclassificar a infra‹o penal
																																																													
9 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 714 e TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p.
1126/1127
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Ressalto a vocs que esta fase do procedimento (judicium
acusationis) deve terminar no prazo m‡ximo de NOVENTA DIAS,
conforme prev o art. 412 do CPP.
1.1.3. Da decis‹o de PRONòNCIA
Dentre as quatro decis›es poss’veis nessa fase do processo, a œnica
que possibilita o prosseguimento da a‹o penal Ž a decis‹o de
PRONòNCIA.
A decis‹o de pronœncia Ž a decis‹o pela qual o Juiz verifica que
h‡ elementos que permitam a conclus‹o de ind’cios de autoria e
prova da materialidade do delito10, de forma que a acusa‹o deve ser
recebida e o processo remetido a Jœri. Se estes elementos n‹o estiverem
presentes, teremos uma decis‹o de impronœncia.
A pronœncia est‡ prevista no art. 413 do CPP:
Art. 413. O juiz, fundamentadamente, pronunciar‡ o acusado, se convencido
da materialidade do fato e da existncia de ind’cios suficientes de autoria ou
de participa‹o. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
¤ 1o A fundamenta‹o da pronœncia limitar-se-‡ ˆ indica‹o da materialidade
do fato e da existncia de ind’cios suficientes de autoria ou de participa‹o,
devendo o juiz declarar o dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e
especificar as circunst‰ncias qualificadoras e as causas de aumento de pena.
(Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Percebam que o ¤1¡ determina que o Juiz especifique as
qualificadoras e causas de aumento de pena. Entretanto, o Juiz n‹o deve
especificar circunst‰ncias privilegiadoras (como o ¤1¡ do art. 121 do CP,
que trata do homic’dio privilegiado), nem causa de DIMINUI‚ÌO DE
PENA.11
CUIDADO! A inexistncia de provas quanto ˆ materialidade do fato ou
ind’cios de autoria, conduz ˆ impronœncia. No entanto, a existncia de
provas CABAIS acerca da INEXISTæNCIA DO FATO OU DA
PARTICIPA‚ÌO DO ACUSADO, gera a ABSOLVI‚ÌO SUMçRIA.
Veremos isso com mais detalhes ˆ frente.
A decis‹o de pronœncia possui natureza meramente declarat—ria (O
Juiz n‹o condena nem absolve), pois o Juiz se limita a dizer que a
acusa‹o Ž admiss’vel, podendo o processo ser levado ˆ Jœri.
																																																													
10 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 686
11 Ao analisar, para fins de pronœncia, as qualificadoras e causas de aumento de pena o Juiz n‹o
deve ÒprŽ-julgarÓ a demanda, pois o julgamento cabe ao Conselho de Sentena (jurados). Assim, o
Juiz,nesta fase, deve se limitar a expurgar apenas aquelas qualificadoras que sejam
MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTES (REsp 1.241.987-PR, Rel. Min. Maria Thereza de Assis
Moura, julgado em 6/2/2014.).
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Processualmente, Ž classificada como DECISÌO INTERLOCUTîRIA
MISTA NÌO-TERMINATIVA, pois Ž uma decis‹o no curso do processo,
que n‹o define o mŽrito (interlocut—ria), mas que p›e termo a uma fase
do processo (mista), embora o processo siga (n‹o-terminativa).12
Esta decis‹o faz coisa julgada apenas formal, pois, preclusa a via
recursal, se tornar‡ imodific‡vel. No entanto, ocorrendo situa‹o
superveniente que altere a classifica‹o do delito13, poder‡ ser
modificada, nos termos do art. 421 do CPP:
Art. 421. Preclusa a decis‹o de pronœncia, os autos ser‹o encaminhados ao
juiz presidente do Tribunal do Jœri. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de
2008)
¤ 1o Ainda que preclusa a decis‹o de pronœncia, havendo circunst‰ncia
superveniente que altere a classifica‹o do crime, o juiz ordenar‡ a remessa
dos autos ao MinistŽrio Pœblico. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
¤ 2o Em seguida, os autos ser‹o conclusos ao juiz para decis‹o. (Inclu’do
pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Assim, lembrem-se:
A DECISÌO DE PRONòNCIA FAZ COISA JULGADA FORMAL, MAS
NÌO MATERIAL.
O art. 418 possibilita ao Juiz dar ao fato defini‹o jur’dica diversa
daquela que fora dada na denœncia (emendatio libelli). Nesse caso, n‹o Ž
necess‡rio adotar o procedimento do art. 384 do CPP (remessa dos autos
ao MP para aditar a denœncia em 05 dias).14
Art. 418. O juiz poder‡ dar ao fato defini‹o jur’dica diversa da constante da
acusa‹o, embora o acusado fique sujeito a pena mais grave. (Redação	dada	pela	
Lei	nº	11.689,	de	2008)
(...)
Essa hip—tese (emendatio libelli) n‹o se confunde com a hip—tese do
art. 411, ¤3¼ do CPP.
Esta œltima hip—tese (art. 411, ¤3¼) se refere ˆ MUTATIO LIBELLI.
Nesse caso, o Juiz reconhece que, durante o processo, ficaram provadas
algumas circunst‰ncias que n‹o constavam na acusa‹o (fatos). Nesse
caso, n‹o Ž poss’vel prosseguir no processo sem que se renove a
instru‹o, pois o acusado se defendeu de um ou alguns fatos, e estar‡
sendo pronunciado por outros alŽm destes.
																																																													
12 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1128. PACELLI, Eugnio. Op. cit., p.
725
13 Como, por exemplo, a ocorrncia de morte da v’tima (o crime passar‡ de homic’dio tentado
para homic’dio consumado). TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1131
14 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 724
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Caso o Juiz apenas d nova defini‹o jur’dica ao fato, n‹o por
verificar que surgiram provas de outros fatos, mas por que o membro
do MP se equivocou na defini‹o jur’dica dada ao fato narrado, n‹o
h‡ que se falar em renova‹o da instru‹o criminal, pois os fatos
permanecem os mesmos, tendo o rŽu exercido validamente o
contradit—rio e a ampla defesa.
Lembrando, ainda, que se da nova defini‹o jur’dica do fato restar
que o crime NÌO ƒ UM CRIME DOLOSO CONTRA A VIDA, dever‡ ser
procedida ˆ desclassifica‹o do crime, nos termos do art. 419 do
CPP:
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discord‰ncia com a acusa‹o, da
existncia de crime diverso dos referidos no ¤ 1o do art. 74 deste C—digo e
n‹o for competente para o julgamento, remeter‡ os autos ao juiz que o seja.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Neste caso, remetem-se os autos ao Ju’zo competente.
A decis‹o de pronœncia possui alguns efeitos. S‹o eles:
ü Submete o acusado a Jœri popular
ü Limita as teses da acusa‹o a serem apresentadas a Jœri Ð Se o
acusado, por exemplo, foi denunciado por homic’dio qualificado,
mas pronunciado por homic’dio simples, s— poder‡ ser
condenado pelo conselho de sentena por homic’dio simples
ü Interrompe a prescri‹o Ð Nos termos do art. 117, II do C—digo
Penal, a decis‹o de pronœncia interrompe a prescri‹o, n‹o
importando que, posteriormente, o Tribunal do Jœri desclassifique a
infra‹o (sœmula 191 do STJ)
O rŽu ser‡ intimado PESSOALMENTE da decis‹o de pronœncia. N‹o
sendo encontrado, ser‡ intimado por EDITAL15 (isso mesmo, intima‹o
POR EDITAL), nos termos dos arts. 420, II e ¤ œnico do CPP.16
Atualmente n‹o h‡ mais a chamada PRISÌO DA PRONòNCIA, que
era uma modalidade de pris‹o decorrente da simples decis‹o de
pronœncia. Atualmente, qualquer pris‹o antes do tr‰nsito em julgado
da sentena penal condenat—ria Ž uma modalidade de PRISÌO
CAUTELAR, s— podendo ser determinada se presentes os requisitos que
																																																													
15 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 726
16 Art. 420. A intima‹o da decis‹o de pronœncia ser‡ feita: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de
2008)
I Ð pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao MinistŽrio Pœblico; (Inclu’do pela Lei n¼
11.689, de 2008)
II Ð ao defensor constitu’do, ao querelante e ao assistente do MinistŽrio Pœblico, na forma do
disposto no ¤ 1o do art. 370 deste C—digo. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Par‡grafo œnico. Ser‡ intimado por edital o acusado solto que n‹o for encontrado. (Inclu’do pela
Lei n¼ 11.689, de 2008)
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autorizam a decreta‹o da pris‹o preventiva (arts. 312 e 313 do CPP).
Vejamos o que disp›e o art. 413, ¤3¡ do CPP:
¤ 3o O juiz decidir‡, motivadamente, no caso de manuten‹o, revoga‹o ou
substitui‹o da pris‹o ou medida restritiva de liberdade anteriormente
decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da
decreta‹o da pris‹o ou imposi‹o de quaisquer das medidas previstas no
T’tulo IX do Livro I deste C—digo. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Assim, a decis‹o de pronœncia, POR SI Sî, n‹o acarreta a pris‹o
do acusado, como efeito autom‡tico.17
Da decis‹o de pronœncia cabe RECURSO EM SENTIDO ESTRITO,
nos termos do art. 581, IV do CPP:
Art. 581. Caber‡ recurso, no sentido estrito, da decis‹o, despacho ou
sentena:
(...) IV Ð que pronunciar o rŽu; (Redação	dada	pela	Lei	nº	11.689,	de	2008)
Reformando o Tribunal a decis‹o de pronœncia, ocorre o que se
chama de DESPRONòNCIA.18
1.1.4. Da decis‹o de IMPRONòNCIA
A impronœncia Ž outra das quatro decis›es poss’veis do Juiz singular
ao final da instru‹o nos processos de competncia do Tribunal do Jœri.
Est‡ prevista no art. 414 do CPP:
Art. 414. N‹o se convencendo da materialidade do fato ou da existncia de
ind’cios suficientes de autoria ou de participa‹o, o juiz, fundamentadamente,
impronunciar‡ o acusado. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
A decis‹o de impronœncia n‹o faz coisa julgada material, pois
Ž uma decis‹o que apenas declara que n‹o h‡ elementos de prova
suficientes para levar o rŽu ˆ Jœri popular. Desta forma, se
posteriormente surgirem novas provas, nada impede que seja intentada
NOVA A‚ÌO PENAL, enquanto n‹o estiver extinta a punibilidade.
Vejamos:
Par‡grafo œnico. Enquanto n‹o ocorrer a extin‹o da punibilidade, poder‡ ser
formulada nova denœncia ou queixa se houver prova nova. (Inclu’do pela Lei
n¼ 11.689, de 2008)
																																																													
17 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 723/724. TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit.,
p. 1131/113218 A despronœncia poder‡ ocorrer, ainda, quando o Juiz, ao apreciar a admissibilidade do
recurso em sentido estrito interposto, se retratar da decis‹o de pronœncia. TçVORA,
Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1133
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A decis‹o de impronœncia Ž uma decis‹o interlocut—ria mista19
terminativa, pois p›e fim n‹o s— a uma fase do procedimento, mas
extingue o processo. Da decis‹o de impronœncia caber‡ APELA‚ÌO,
nos termos do art. 416 do CPP:
Art. 416. Contra a sentena de impronœncia ou de absolvi‹o sum‡ria caber‡
apela‹o. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Considerando a op‹o legislativa, de prever que caber‡ apela‹o em
face da decis‹o de impronœncia, bem como por expressamente denomina-
la de SENTEN‚A, boa parte da Doutrina a considera como sentena,
embora n‹o analise o mŽrito da causa.20
(FGV Ð X EXAME UNIFICADO DA OAB)
Jo‹o est‡ sendo processado por um crime doloso contra a vida e,
ap—s o oferecimento das alega›es finais, o magistrado
impronuncia o rŽu. Assinale a alternativa que apresenta a situa‹o
em que seria poss’vel processar Jo‹o novamente pelo mesmo fato
delituoso.
A) Desde que haja novas provas e n‹o tenha ocorrido qualquer
causa extintiva de punibilidade, pois a decis‹o de impronœncia n‹o
transita em julgado.
B) A justia j‡ se manifestou em rela‹o ao processo de Jo‹o,
tendo a decis‹o do magistrado transitado em julgado.
C) NinguŽm pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato
(non bis in idem).
D) A sentena de impronœncia Ž uma decis‹o interlocut—ria mista
n‹o terminativa.
COMENTçRIOS: A sentena de impronœncia n‹o produz coisa julgada
material, pois o Juiz n‹o avalia o mŽrito da quest‹o, mas apenas chega ˆ
conclus‹o de que n‹o h‡ provas suficientes para levar o acusado ˆ Jœri
popular, nos termos do art. 414 do CPP. Assim, surgindo novas provas,
poder‡ ser formulada nova denœncia, desde que n‹o extinta a
punibilidade.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
																																																													
19 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 720
20 PACCELI, a contragosto, a inclui dentre as sentenas apenas em raz‹o da op‹o legislativa
(PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 720). NESTOR TçVORA sustenta que, por natureza, trata-se de
SENTEN‚A (TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1132). NUCCI, por sua
vez, simplesmente a considera como decis‹o interlocut—ria mista terminativa (NUCCI, Guilherme
de Souza. Op. Cit., p. 693).
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1.1.5. Desclassifica‹o
A desclassifica‹o Ž a decis‹o atravŽs da qual o Juiz singular
desclassifica o delito para outro que NÌO SEJA DOLOSO CONTRA A
VIDA. ƒ uma decis‹o interlocut—ria simples, que resulta no
encaminhamento dos autos ao Ju’zo competente. Vejamos:
Art. 419. Quando o juiz se convencer, em discord‰ncia com a acusa‹o, da
existncia de crime diverso dos referidos no ¤ 1o do art. 74 deste C—digo e
n‹o for competente para o julgamento, remeter‡ os autos ao juiz que o seja.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Par‡grafo œnico. Remetidos os autos do processo a outro juiz, ˆ disposi‹o
deste ficar‡ o acusado preso. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
CUIDADO! A desclassifica‹o de um crime doloso contra a vida nem
sempre gera a remessa dos autos a outro Ju’zo (Ju’zo Criminal Comum),
pois pode haver de estarem sendo julgados pelo procedimento dos
crimes da competncia do Jœri, no mesmo processo, v‡rios crimes
dolosos contra a vida, conexos, e a desclassifica‹o de um deles n‹o
importa em remessa dos autos ao Ju’zo Criminal comum, pois os demais
permanecer‹o sendo da competncia do Jœri, e por conex‹o, todos
devem ser julgados pelo mesmo Ju’zo, que ser‡ o do Jœri, pela vis
atractiva que este exerce.21
Essa Ž a chamada desclassifica‹o PRîPRIA. H‡, ainda, a
chamada desclassifica‹o IMPRîPRIA, que ocorre quando o Juiz
desclassifica o fato para outro crime doloso contra a vida (de homic’dio
para infantic’dio, por exemplo, e vice-versa).22
Embora n‹o haja previs‹o expressa de cabimento de algum recurso
para esta decis‹o, Doutrina e jurisprudncia entendem ser cab’vel
neste caso, o RECURSO EM SENTIDO ESTRITO, por gerar o
reconhecimento de uma situa‹o de incompetncia do Ju’zo (ainda que,
em hip—teses excepcionais, o Juiz continue competente, por conex‹o).
Vejamos o art. 581, II do CPP:
Art. 581. Caber‡ recurso, no sentido estrito, da decis‹o, despacho ou
sentena:
(...) II - que concluir pela incompetncia do ju’zo;
1.1.6. Absolvi‹o sum‡ria
A primeira coisa que se deve ter em mente aqui, Ž que esta
absolvi‹o sum‡ria se d‡ em momento diferente da absolvi‹o
sum‡ria no rito ordin‡rio.
Naquele rito, o Juiz, ao receber a resposta ˆ acusa‹o, poder‡
absolver sumariamente o acusado, em determinadas hip—teses.
																																																													
21 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 695
22 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 718/720
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Aqui, no rito do Jœri, o Juiz somente pode absolver o acusado,
sumariamente, neste momento, ou seja, ap—s toda a instru‹o
criminal preliminar.
A absolvi‹o sum‡ria est‡ prevista no art. 415 do CPP, vejamos:
Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolver‡ desde logo o acusado,
quando: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
I Ð provada a inexistncia do fato; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de
2008)
II Ð provado n‹o ser ele autor ou part’cipe do fato; (Reda‹o dada pela Lei n¼
11.689, de 2008)
III Ð o fato n‹o constituir infra‹o penal; (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689,
de 2008)
IV Ð demonstrada causa de isen‹o de pena ou de exclus‹o do crime.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Par‡grafo œnico. N‹o se aplica o disposto no inciso IV do caput deste artigo
ao caso de inimputabilidade prevista no caput do art. 26 do Decreto-Lei no
2.848, de 7 de dezembro de 1940 Ð C—digo Penal, salvo quando esta for a
œnica tese defensiva. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Assim, a absolvi‹o sum‡ria ocorrer‡ quando:
Ficar PROVADA a inexistncia do fato
Ficar PROVADO que o rŽu n‹o participou do crime
Ficar PROVADO que o fato n‹o constitui nenhuma infra‹o penal
(Fato at’pico)
Ficar PROVADO que o rŽu praticou o fato amparado por alguma
CAUSA DE EXCLUSÌO DA ILICITUDE (leg’tima defesa, estado de
necessidade, etc.)
Ficar PROVADO que est‡ presente alguma causa de isen‹o de pena
(causa excludente da culpabilidade, por exemplo), salvo a
INIMPUTABILIDADE POR DOEN‚A MENTAL OU
DESENVOLVIMENTO MENTAL INCOMPLETO OU RETARDADO,
quando esta NÌO FOR A òNICA TESE DEFENSIVA Ð Isso se d‡
porque se inimputabilidade for a œnica tese de defesa, nada mais
poder‡ conseguir o acusado, no julgamento pelos jurados, que uma
absolvi‹o por inimputabilidade. No entanto, se o rŽu possuir
alguma outra tese, poder‡ conseguir, no Conselho de
Sentena, decis‹o mais interessante para ele do que a
absolvi‹o por inimputabilidade23. Digo que a decis‹o de
absolvi‹o por inimputabilidade Ž menos interessante que absolvi‹o
por outro motivo, pois a absolvi‹o por inimputabilidade acarreta a
imposi‹o de MEDIDA DE SEGURAN‚A, sendo, por isso mesmo,
chamada de ABSOLVI‚ÌO IMPRîPRIA.
																																																													
23 PACELLI, Eugnio.Op. cit., p. 1134
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Da decis‹o de absolvi‹o sum‡ria cabe apela‹o, nos termos do
art. 416 do CPP:
Art. 416. Contra a sentena de impronœncia ou de absolvi‹o sum‡ria caber‡
apela‹o. (Redação	dada	pela	Lei	nº	11.689,	de	2008)
O art. 574, II do CPP prev a necessidade de remessa necess‡ria
(Òrecurso de of’cioÓ) no caso de absolvi‹o sum‡ria no procedimento do
Jœri. Nos termos do art. 574, II do CPP:
Art. 574. Os recursos ser‹o volunt‡rios, excetuando-se os seguintes casos,
em que dever‹o ser interpostos, de of’cio, pelo juiz:
(...)
II - da que absolver desde logo o rŽu com fundamento na existncia de
circunst‰ncia que exclua o crime ou isente o rŽu de pena, nos termos do art.
411.
Contudo, a Doutrina e a Jurisprudncia majorit‡rias entendem
que esse artigo foi TACITAMENTE REVOGADO24 pela nova
regulamenta‹o da absolvi‹o sum‡ria, pois o art. 411, revogado, previa
a necessidade de recurso de of’cio. J‡ o novo art. 415 nada disp›e.
Assim, atualmente se entende que n‹o h‡ remessa necess‡ria
neste caso.
(FGV Ð 2014 Ð OAB Ð XV EXAME DE ORDEM)
Fabr’cio, com dolo de matar, realiza v‡rios disparos de arma de
fogo em dire‹o a Cristiano. Dois projŽteis de arma de fogo
atingem o peito da v’tima, que vem a falecer. Fabr’cio foge para
n‹o ser preso em flagrante. Os fatos ocorreram no final de uma
tarde de domingo, diante de v‡rias testemunhas. O inquŽrito
policial foi instaurado, e Fabr’cio foi indiciado pelo homic’dio de
Cristiano. Os autos s‹o remetidos ao MinistŽrio Pœblico, que
denuncia Fabr’cio. O processo tem seu curso regular e as
testemunhas confirmam que Fabr’cio foi o autor do disparo. Ap—s
a apresenta‹o dos memoriais, os autos s‹o remetidos para
conclus‹o, a fim de que seja exarada a sentena, sendo certo que
o juiz est‡ convencido de que h‡ ind’cios de autoria em desfavor
de Fabr’cio e prova da materialidade de crime doloso contra a
vida.
Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta acerca da
sentena a ser proferida pelo juiz na primeira fase do
procedimento do Jœri.
																																																													
24 Nesse sentido, NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 699 e PACELLI, Eugnio. Op. cit., p.
717. Em sentido contr‡rio, TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1135
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a) O juiz deve impronunciar Fabr’cio pelo crime de homic’dio,
diante dos ind’cios de autoria e prova da materialidade, que
indicam a pr‡tica de crime doloso contra a vida.
b) O juiz deve pronunciar Fabr’cio, remetendo os autos ao Ju’zo
comum, diante dos ind’cios de autoria e prova da materialidade,
que indicam a pr‡tica de crime doloso contra a vida.
c) O juiz deve pronunciar Fabr’cio, submetendo-o ao plen‡rio do
Jœri, diante dos ind’cios de autoria e prova da materialidade, que
indicam a pr‡tica de crime doloso contra a vida.
d) O juiz deve pronunciar Fabr’cio, submetendo-o ao plen‡rio do
Jœri mediante desclassifica‹o do crime comum para crime doloso
contra a vida, diante dos ind’cios de autoria e prova da
materialidade, que indicam a pr‡tica de crime doloso contra a
vida.
COMENTçRIOS: No caso em tela o Juiz dever‡ PRONUNCIAR Fabr’cio,
submetendo-o ao plen‡rio do Jœri, diante da existncia de prova da
materialidade do delito e ind’cios de autoria, nos termos do art. 413 do
CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA C.
(FGV Ð 2010.3 Ð OAB Ð EXAME DE ORDEM)
Assinale a alternativa correta ˆ luz da doutrina referente ao
Tribunal do Jœri.
a) S‹o princ’pios que informam o Tribunal do Jœri: a plenitude de
defesa, o sigilo das vota›es, a soberania dos veredictos e a
competncia exclusiva para julgamento dos crimes dolosos contra
a vida.
b) A natureza jur’dica da sentena de pronœncia (em que o
magistrado se convence da existncia material do fato criminoso e
de ind’cios suficientes de autoria) Ž de decis‹o interlocut—ria
mista n‹o terminativa.
c) O rito das a›es de competncia do Tribunal do Jœri se
desenvolve em duas fases: judicium causae e judicium
accusacionis. O judicium accusacionis se inicia com a intima‹o
das partes para indica‹o das provas que pretendem produzir e
tem fim com o tr‰nsito em julgado da decis‹o do Tribunal do Jœri.
d) Alcanada a etapa decis—ria do sum‡rio da culpa, o juiz poder‡
exarar quatro espŽcies de decis‹o, a saber: pronœncia,
impronœncia, absolvi‹o sum‡ria e condena‹o.
COMENTçRIOS:
A) ERRADA: Item errado, pois o Tribunal do Jœri pode julgar outros
crimes, que n‹o sejam dolosos contra a vida, desde que conexos com
aqueles.
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B) CORRETA: Item correto, pois a decis‹o de pronœncia n‹o analisa o
mŽrito da causa, motivo pelo qual n‹o Ž sentena. A decis‹o de
pronœncia, portanto, Ž considerada uma decis‹o interlocut—ria mista, mas
n‹o terminativa, pois n‹o p›e fim ao procedimento (que continua para o
judicium causae).
C) ERRADA: Item errado, pois o judicium accusationis termina com a
decis‹o do Juiz ao final da instru‹o inicial, quando o magistrado pode
pronunciar ou impronunciar o rŽu, absolve-lo sumariamente ou
desclassificar a infra‹o penal.
D) ERRADA: Item errado, pois o Juiz n‹o pode CONDENAR o rŽu. S—
quem pode condenar o rŽu, nos crimes dolosos contra a vida, Ž o Jœri. O
Juiz, neste momento, pode absolver sumariamente o rŽu, pronunci‡-lo ou
impronunci‡-lo, ou ainda desclassificar a infra‹o penal.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
1.2. Judicium causae
Esta Ž a segunda fase deste procedimento especial, e tem in’cio
quando se torna preclusa (irrecorr’vel) a decis‹o de pronœncia25,
ou quando esta decis‹o, embora recorrida, tenha sido mantida pelo
Tribunal. Nos termos do art. 421 do CPP:
Art. 421. Preclusa a decis‹o de pronœncia, os autos ser‹o encaminhados ao
juiz presidente do Tribunal do Jœri. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de
2008)
¤ 1o Ainda que preclusa a decis‹o de pronœncia, havendo circunst‰ncia
superveniente que altere a classifica‹o do crime, o juiz ordenar‡ a remessa
dos autos ao MinistŽrio Pœblico. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
¤ 2o Em seguida, os autos ser‹o conclusos ao juiz para decis‹o. (Inclu’do
pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
A partir da’ o Juiz intima o MP e o Defensor, para que no prazo de
CINCO DIAS apresentem o ROL DE TESTEMUNHAS, atŽ o m‡ximo de
CINCO. Nessa oportunidade, eles podem juntar documentos e requerer a
realiza‹o de diligncias. Vejamos o art. 422 do CPP:
Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunal do Jœri determinar‡ a
intima‹o do —rg‹o do MinistŽrio Pœblico ou do querelante, no caso de queixa,
e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de
testemunhas que ir‹o depor em plen‡rio, atŽ o m‡ximo de 5 (cinco),
oportunidade em que poder‹o juntar documentos e requerer diligncia.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
O Juiz verifica os pedidos de diligncia e produ‹o de provas,
tomando as providncias necess‡rias para sanar eventual nulidade
existente no processo ou esclarecer algum ponto ainda controvertido 9art.
																																																													
25 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1138
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423). Ap—s, faz relat—rio RESUMIDO do processo, designando data para
julgamento.
Quanto aos documentos que podem ser utilizados em plen‡rio, o art.
479 do CPP determina que eles devam ser juntados com
antecedncia m’nima de TRæS DIAS òTEIS, vejamos:
Art. 479. Durante o julgamento n‹o ser‡ permitida a leitura de documento ou
a exibi‹o de objeto que n‹o tiver sido juntado aos autos com a antecedncia
m’nima de 3 (trs) dias œteis, dando-se cincia ˆ outra parte. (Reda‹o dada
pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Par‡grafo œnico. Compreende-se na proibi‹o deste artigo a leitura de jornais
ou qualquer outro escrito, bem como a exibi‹o de v’deos, grava›es,
fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado,
cujo conteœdo versar sobre a matŽria de fato submetida ˆ aprecia‹o e
julgamento dos jurados. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
1.2.1. Desaforamento
O desaforamento Ž o DESLOCAMENTO DO JULGAMENTO PELO
JòRI PARA COMARCA DISTINTA DAQUELA ONDE TRAMITOU O
PROCESSO,26 e pode ser determinado pelo Tribunal, a requerimento de
qualquer das partes, nos termos do art. 427 do CPP:
Art. 427. Se o interesse da ordem pœblica o reclamar ou houver dœvida sobre
a imparcialidade do jœri ou a segurana pessoal do acusado, o Tribunal, a
requerimento do MinistŽrio Pœblico, do assistente, do querelante ou do
acusado ou mediante representa‹o do juiz competente, poder‡ determinar o
desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma regi‹o, onde
n‹o existam aqueles motivos, preferindo-se as mais pr—ximas. (Reda‹o
dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
O Desaforamento tambŽm poder‡ ser realizado na hip—tese do art.
428 do CPP:
Art. 428. O desaforamento tambŽm poder‡ ser determinado, em raz‹o do
comprovado excesso de servio, ouvidos o juiz presidente e a parte contr‡ria,
se o julgamento n‹o puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado
do tr‰nsito em julgado da decis‹o de pronœncia. (Reda‹o dada pela Lei n¼
11.689, de 2008)
Assim, temos que o DESAFORAMENTO poder‡ ocorrer:
ü Interesse de ordem pœblica Ð Quando o crime tiver gerado
intranquilidade social no local, ou essa intranquilidade tenha sido
gerada em raz‹o da atua‹o da imprensa ou qualquer outra
circunst‰ncia, de forma que se entenda que a realiza‹o do Jœri possa
restar prejudicada;
ü Dœvida sobre a imparcialidade dos jurados Ð Aqui Ž a hip—tese
na qual a como‹o da comunidade em que ocorreu o crime possa
																																																													
26 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1142
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gerar a imparcialidade dos jurados, de forma que seria mais prudente
deslocar a competncia para outra localidade;
ü Segurana pessoal do rŽu Ð Quando a realiza‹o da sess‹o de
julgamento no local possa ser uma ameaa ˆ integridade f’sica do
pr—prio rŽu;
ü N‹o tiver sido aprazada data para a sess‹o de julgamento
ap—s SEIS MESES contados do TRåNSITO EM JULGADO DA
DECISÌO DE PRONòNCIA, quando houver comprovado
EXCESSO DE SERVI‚O Ð Esta Ž a hip—tese do art. 428 do CPP, que
ocorre quando o excesso de servio na comarca esteja atrasando
sobremaneira a realiza‹o da sess‹o de julgamento, de forma que Ž
mais conveniente transferi-la para outro local. Se a demora estiver
ocorrendo por des’dia do Ju’zo, e n‹o por excesso de servio, n‹o h‡
raz‹o para o desaforamento.27
O pedido de desaforamento tem preferncia de julgamento na
C‰mara ou Turma do Tribunal, ao qual fora distribu’do (¤1¡ do art.
427). Entretanto, como, mesmo assim, o julgamento do pedido pode
demorar, o Relator poder‡ conceder EFEITO SUSPENSIVO AO
PEDIDO DE DESAFORAMENTO, nos termos do art. 427, ¤2¡ do CP.
O pedido deve ser realizado entre o tr‰nsito em julgado da decis‹o
de pronœncia e a realiza‹o do julgamento.
NUNCA PODERç SER EFETIVADO O DESAFORAMENTO ANTES DO
TRåNSITO EM JULGADO DA DECISÌO DE PRONòNCIA.
Entretanto, Ž poss’vel que o desaforamento seja efetivado
APîS REALIZADO O JULGAMENTO. Isso somente poder‡ ocorrer
quando o fato que d‡ fundamento ao pedido tiver ocorrido durante ou
ap—s a sess‹o de julgamento ANULADA. Nos termos do ¤4¡ do art. 427
do CPP:
¤ 4o Na pendncia de recurso contra a decis‹o de pronœncia ou quando
efetivado o julgamento, n‹o se admitir‡ o pedido de desaforamento, salvo,
nesta œltima hip—tese, quanto a fato ocorrido durante ou ap—s a realiza‹o de
julgamento anulado. (Inclu’do pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
AlŽm disso, Ž IMPRESCINDêVEL A OITIVA DA DEFESA no pedido
de desaforamento, sendo completamente nula a decis‹o que violar esse
preceito. Trata-se de entendimento sumulado pelo STF:
Sœmula n¡ 712 do STF:
ƒ NULA A DECISÌO QUE DETERMINA O DESAFORAMENTO DE PROCESSO DA
COMPETæNCIA DO JòRI SEM AUDIæNCIA DA DEFESA.
																																																													
27 O pedido de desaforamento formulado por este motivo n‹o pode ser realizado pelo magistrado,
apenas pelas partes. TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1142
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1.2.2. A sess‹o de julgamento
A Lei 11.689/08 trouxe v‡rias inova›es no que se refere ao
julgamento pelo Tribunal do Jœri. Vamos analisar os principais pontos
relativos ˆ sess‹o de julgamento:
ü Possibilidade de julgamento sem a presena do rŽu Ð Isto est‡
previsto no art. 457 do CPP. O julgamento n‹o ser‡ mais adiado
pelo n‹o comparecimento do acusado SOLTO. Vejamos o art. 457:
Art. 457. O julgamento n‹o ser‡ adiado pelo n‹o comparecimento do acusado
solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente
intimado. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Anteriormente, caso o rŽu solto n‹o comparecesse para a sess‹o de
julgamento, nem fosse encontrado, ocorria o que se chamava de
CRISE DE INSTåNCIA, na qual o processo ficava suspenso, mas
corria a prescri‹o, o que beneficiava a m‡-fŽ do rŽu.
ü Testemunhas faltosas Ð O n‹o comparecimento da testemunha
que tiver sido regularmente intimada IMPORTA EM CRIME DE
DESOBEDIæNCIA E MULTA. Entretanto, o julgamento n‹o ser‡
adiado, SALVO SE UMA DAS PARTES TIVER REQUERIDO SUA
INTIMA‚ÌO POR MANDADO (art. 422 do CPP). Se a testemunha
for imprescind’vel e tiver sido intimada por mandado, o Juiz
suspender‡ os trabalhos e mandar‡ conduzi-la ˆ fora.
ü Recusa de jurado sorteado pelas partes e cis‹o de
julgamento Ð Esta previs‹o est‡ contida nos arts. 467 a 469 do
CPP. Quando dois ou mais rŽus est‹o sendo julgados perante o
Tribunal do Jœri, por terem cometido o crime em concurso de
agentes, pode ocorrer de um deles aceitar um jurado e o outro
recus‡-lo. Anteriormente, havendo isto, o processo era cindido e
cada um dos acusados seria julgado em processo pr—prio.
Atualmente essa cis‹o (divis‹o) do processo s— ocorrer‡ se,
em raz‹o das recusas dos rŽus (cada um tem direito a trs),
n‹o se alcanar o nœmero m’nimo de SETE JURADOS PARA
COMPOREM O CONSELHO DE SENTEN‚A. Em raz‹o da altera‹o
legislativa ocorrida, a men‹o que o art. 79, ¤2¡ do CPP faz ao art.
461 deve ser entendida, agora, como men‹o ao art. 469 do CPP;
ü Instru‹o em plen‡rio Ð Estas regras est‹o definidas nos arts.
473 a 475 do CPP. Na instru‹o em plen‡rio, devem ser observadas
algumas regras: a) As testemunhas, em plen‡rio, poder‹o ser
inquiridas diretamente pelo MP e pela Defesa. Entretanto, as
perguntas dos jurados ser‹o feitaspor intermŽdio do Juiz; b)
As partes e os JURADOS podem requerer ao Juiz acarea›es,
reconhecimento de pessoas e coisas e esclarecimentos de peritos;
c) N‹o h‡ mais previs‹o de que as partes, previamente aos
debates, leiam irrestritamente peas do processo. Atualmente,
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somente ser‹o lidas, POR UM SERVIDOR, peas do processo
relativas a provas colhidas por carta precat—ria e aquelas provas
cautelares, antecipadas ou n‹o repet’veis (provas realizadas antes
do momento oportuno), art. 473, ¤3¡ do CPP; d) N‹o se permite o
uso de algemas no rŽu, salvo se isso for ABSOLUTAMENTE
NECESSçRIO ˆ ordem dos trabalhos ou ˆ integridade f’sica dos
presentes.
ü Debates Ð Os debates est‹o previstos nos arts. 476 a 479 do CPP.
Ap—s a instru‹o o Juiz concede a palavra ao MP, que expor‡ a
acusa‹o, nos limites da decis‹o de PRONòNCIA. Se houver
assistente de acusa‹o, falar‡ ap—s o MP. Ap—s passar‡ a palavra ˆ
defesa. Cada um ter‡ UMA HORA E MEIA para falar, mais UMA
HORA DE RƒPLICA e outra UMA HORA no caso de TRƒPLICA. Se
houver mais de um acusado, o tempo da acusa‹o ser‡ acrescido
de uma hora e elevado ao dobro o da rŽplica e da trŽplica.
ü Diligncias em plen‡rio Ð Se houver necessidade de realiza‹o de
alguma diligncia, imprescind’vel ˆ verdade dos fatos, que n‹o
puder ser realizada imediatamente, o Juiz-Presidente DISSOLVERç
O CONSELHO DE SENTEN‚A e ordenar‡ a realiza‹o da diligncia.
Realizada a diligncia, ser‡ designada nova data para realiza‹o de
NOVA SESSÌO DE JULGAMENTO, REPETINDO-SE TODOS OS
ATOS ATƒ ENTÌO PRATICADOS.
1.2.3. Quesita‹o
A quesita‹o est‡ regulamentada nos arts. 482 a 491 do CPP, e foi
totalmente alterada pela Lei 11.689/08.
A quesita‹o nada mais Ž que a indaga‹o aos jurados acerca
dos pontos que devam ser julgados. Entretanto, ela deve ser
formulada de forma atenta pelo Juiz-Presidente, para se evitar eventual
anula‹o do julgamento.
A ordem das perguntas a serem realizadas aos jurados ser‡ a
seguinte:
a) Materialidade do fato Ð Questiona-se aos jurados se o FATO
ocorreu. Ex.: Se o crime for de homic’dio, pergunta-se aos jurados: ÒNo
dia tal, em tal hora, em tal lugar, alguŽm desferiu disparos de arma de
fogo contra a v’tima fulano de tal, causando-lhe a morte?Ó. ƒ apenas isso.
A Doutrina diverge um pouco acerca da divis‹o deste quesito em dois.
Como assim? Parte da Doutrina (Guilherme Nucci) entende que deve ser
perguntado aos jurados primeiro se houve a materialidade STRICTO
SENSU (se a v’tima sofreu les›es de alguŽm) e a LETALIDADE (se estas
les›es foram o motivo da morte Ð NEXO DE CAUSALIDADE).28
																																																													
28 NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 744
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b) Autoria ou participa‹o no fato Ð Ultrapassado o primeiro
quesito com um sonoro ÒSIMÓ, pergunta-se aos jurados se o acusado
concorreu para o fato (como autor ou part’cipe).
c) Pergunta-se se o Jurado absolve o acusado Ð Tendo sido
respondido ÒSIMÓ ao quesito anterior, pergunta-se ao jurado se ele
absolve o acusado. Se ÒSIMÓ, estar‡ absolvido. Se ÒNÌOÓ, prossegue-se
na quesita‹o.
d) Se existe causa de diminui‹o de pena alegada pela defesa
Ð Os jurados s‹o perguntados acerca da existncia de causa de
diminui‹o de pena eventualmente alegada pela defesa. Se ÒSIMÓ, dever‡
ser considerada na dosimetria da pena. Se ÒNÌOÓ, em nada influenciar‡.
e) Se reconhecem a existncia de qualificadora ou causa de
aumento de pena objeto da acusa‹o Ð Assim como na indaga‹o
acerca da existncia de causa de diminui‹o de pena, n‹o pode o Juiz-
Presidente fazer indaga‹o genŽrica, devendo perguntar especificamente
cada uma das teses levantadas pela acusa‹o e reconhecidas na
pronœncia.
QUESTÍES IMPORTANTES
ü Se for levantada a tese da DESCLASSIFICA‚ÌO DA INFRA‚ÌO
para uma infra‹o de competncia do Juiz singular, deve o Juiz-
Presidente formular um quesito aut™nomo, ap—s o
reconhecimento da materialidade e autoria do delito.
ü Se for sustentada a tese de crime tentado ou houver divergncia
acerca da tipifica‹o do delito, dever‡ haver quesito aut™nomo
acerca destes fatos, ap—s o quesito relativo ˆ autoria.
1.2.4. Roteiro dos atos que comp›em a sess‹o de julgamento
1) Verifica‹o das cŽdulas Ð O Juiz verifica se na urna est‹o
contidas as cŽdulas com os nomes dos vinte e cinco jurados (art. 433 e
462 do CPP).
2) Instala‹o da sess‹o Ð Comparecendo AO MENOS 15
JURADOS, ser‹o iniciados os trabalhos, independentemente de, dentro
destes 15, haver jurados impedidos ou suspeitos (art. 463, ¤2¡ e art. 466
do CPP). N‹o havendo o nœmero m’nimo (15), o Juiz sortear‡ suplentes e
designar‡ nova data para sess‹o. A ausncia injustificada do jurado pode
acarretar a imposi‹o de multa (art. 442 do CPP);
3) Esclarecimentos do Juiz Ð O Juiz esclarecer‡ aos Jurados
acerca das hip—teses de suspei‹o, impedimento e incompatibilidades,
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bem como advertir‡ quanto ˆ INCOMUNICABILIDADE ENTRE ELES
(arts. 448, 449 e 466);
4) Forma‹o do Conselho de Sentena - Sorteiam-se SETE
JURADOS para comporem o Conselho de Sentena, podendo o MP E A
DEFESA RECUSAREM, CADA UM, ATƒ TRæS JURADOS (sem que haja
necessidade de explicar o motivo). Isto est‡ previsto nos arts. 467 e 468
do CPP.
5) Exorta‹o e compromisso Ð O Juiz faz aos jurados a exorta‹o
literal do que est‡ escrito no art. 472 do CPP.29
6) Instru‹o em plen‡rio Ð Ser‡ tomado primeiro o depoimento do
ofendido. Ap—s, ser‹o inquiridas as testemunhas da acusa‹o e da defesa.
Ao final, procede-se ao interrogat—rio do rŽu (art. 474 do CPP).
7) Debates Ð Superada a fase anterior, comeam os debates, j‡
falados nesta aula. Nos debates a acusa‹o e a defesa procurar‹o
convencer os jurados acerca de suas teses. A parte que n‹o estiver
falando poder‡ realizar o que se chama de APARTE, que Ž uma
interferncia na fala do outro. O Juiz-Presidente conceder‡ ou n‹o o
aparte, que n‹o exceder‡ TRæS MINUTOS E SERÌO ACRESCIDOS OS
MINUTOS PERDIDOS Ë PARTE QUES SOFREU A INTERVEN‚ÌO.
8) Consulta aos jurados Ð O Juiz indaga aos jurados se eles est‹o
aptos a julgar (art. 480, ¤1¡ do CPP);
9) Dissolu‹o do Conselho de Sentena Ð Havendo necessidade
de realiza‹o de diligncia que n‹o possa ser realizada imediatamente, o
Juiz dissolve o Conselho de Sentena, determinando a realiza‹o da
diligncia e, posteriormente, realiza‹o de nova sess‹o de julgamento,
nos termos do art. 481 do CPP.
10) Leitura e explica‹o dos quesitos Ð N‹o havendo diligncia a
ser realizada, o Juiz-Presidente, NO PLENçRIO, proceder‡ ˆ leitura e
explica‹o dos quesitos aos jurados, perguntando ˆs partes se h‡ alguma
dœvida ou reclama‹o.
11) Vota‹o Ð O Juiz-Presidente, os jurados, o MP, o assistente (se
houver), o querelante (se for a‹o privada subsidi‡ria da pœblica), o
defensor do acusado, o escriv‹o e o oficial de justia se dirigem ˆ sala
																																																													
29 Art. 472. Formado o Conselho de Sentena, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os
presentes, far‡ aos jurados a seguinte exorta‹o: (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa
decis‹o de acordo com a vossa conscinciae os ditames da justia.
Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responder‹o:
Assim o prometo.
Par‡grafo œnico. O jurado, em seguida, receber‡ c—pias da pronœncia ou, se for o caso, das
decis›es posteriores que julgaram admiss’vel a acusa‹o e do relat—rio do processo. (Inclu’do pela
Lei n¼ 11.689, de 2008)
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reservada, onde se procede ˆ vota‹o dos quesitos, sendo tomadas as
decis›es POR MAIORIA DE VOTOS.30
12) Sentena Ð Com base nos quesitos dos jurados o Juiz-
Presidente condena ou absolve o acusado, procedendo ˆ fixa‹o da pena,
no caso de condena‹o (art. 492 do CPP).
CUIDADO! Se houver desclassifica‹o da infra‹o penal de crime doloso
contra a vida para infra‹o penal que permita os benef’cios da Lei
9.099/95, o Juiz-Presidente tomar‡ as providncias necess‡rias para o
processo e julgamento da Ònova infra‹o penalÓ, ou seja, mesmo com a
desclassifica‹o o crime continuar‡ a ser julgado pela Vara do Jœri (mas
n‹o pelo Conselho de Sentena, e sim pelo Juiz-Presidente31). EXEMPLO:
Imagine que o Conselho de Sentena reconhea que n‹o houve homic’dio
tentado (crime doloso contra a vida), mas apenas les›es corporais leves.
Nesse caso, sa’mos de um crime doloso contra a vida para uma IMPO
(Infra‹o de Menor Potencial Ofensivo). Nesse caso dever‡ o Juiz
designar audincia preliminar para a verifica‹o da possibilidade de
composi‹o civil dos danos, e demais procedimentos necess‡rios para a
eventual aplica‹o dos institutos despenalizadores da Lei 9.099/95
(conforme determina o rito sumar’ssimo dos Juizados Criminais).32
Se houver CRIMES CONEXOS, havendo desclassifica‹o do crime
doloso contra a vida, os demais (n‹o dolosos contra a vida) tambŽm
passar‹o para a competncia do Juiz singular (n‹o mais do Jœri)33.
Vejamos o art. 492, ¤2¡ do CPP:
Art. 492 (...) ¤ 2o Em caso de desclassifica‹o, o crime conexo que n‹o seja
doloso contra a vida ser‡ julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Jœri,
aplicando-se, no que couber, o disposto no ¤ 1o deste artigo. (Reda‹o dada
pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
																																																													
30 Em havendo contradi‹o nas respostas aos quesitos, cabe ao Juiz-Presidente submeter ˆ nova
vota‹o TODOS os quesitos que apresentaram contradi‹o nas respostas (REsp 1.320.713-SP,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 27/5/2014.).
31 Alguns doutrinadores, como ANTONIO SCARANCE FERNANDES, LUIZ FLAVIO GOMES e
GUILHERME NUCCI sustentam que tal previs‹o Ž inconstitucional, por retirar o fato da
competncia do JECRIM, o que n‹o poderia ocorrer por lei ordin‡ria (j‡ que prevista na
Constitui‹o). NUCCI, Guilherme de Souza. Op. Cit., p. 759/760
32 TçVORA, Nestor. ALENCAR, Rosmar Rodrigues. Op. Cit., p. 1159
33 PACELLI, Eugnio. Op. cit., p. 740
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(FGV Ð 2016 Ð XXI EXAME DA OAB Ð PRIMEIRA FASE)
Vict—ria e Bernadete entram em luta corporal em raz‹o da disputa
por um namorado, vindo Vict—ria a desferir uma facada no pŽ da
rival, que sofreu les›es graves. Bernadete compareceu em sede
policial, narrou o ocorrido e disse ter intenão de ver a agente
responsabilizada criminalmente.
Em raz‹o dos fatos, Vict—ria Ž denunciada e pronunciada pela
pr‡tica do crime de tentativa de homic’dio. Em sess‹o plen‡ria do
Tribunal do Jœri, os jurados entendem, no momento de responder
aos quesitos, que Vict—ria foi autora da facada, mas que n‹o
houve dolo de matar.
Diante da desclassificac‹̧o, ser‡ competente para julgamento do
crime residual, bem como da avalia‹o do cabimento dos
institutos despenalizadores,
A) o Juiz Presidente do Tribunal do Jœri.
B) o corpo de jurados, que decidiu pela desclassificac‹̧o.
C) o Juiz Criminal da Comarca, a partir de livre distribuiç‹o.
D) o Juiz em atuac‹̧o perante o Juizado Especial Criminal da
Comarca em que ocorreram os fatos.
COMENTçRIOS: Nesse caso, como a desclassifica‹o ocorreu apenas na
sess‹o plen‡ria, caber‡ ao pr—prio Juiz Presidente do Tribunal do Jœri
proceder ao julgamento do crime residual (decorrente da
desclassifica‹o), devendo proceder ˆ avalia‹o do cabimento dos
institutos despenalizadores (transa‹o penal, suspens‹o condicional do
processo, etc.), nos termos do art. 492, ¤1¼ do CPP:
Art. 492 (...) ¤ 1o Se houver desclassifica‹o da infra‹o para outra, de
competncia do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Jœri caber‡
proferir sentena em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da
nova tipifica‹o for considerado pela lei como infra‹o penal de menor
potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no 9.099, de 26
de setembro de 1995. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
(FGV - 2012 - OAB - VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO)
Pedro foi denunciado pela pr‡tica de homic’dio triplamente
qualificado. Como se trata de um crime doloso contra a vida, ser‡
julgado pelo Tribunal do Jœri. O processo seguiu seu curso normal,
tendo Pedro sido pronunciado. Acerca da 2» fase do procedimento,
assinale a afirmativa que n‹o corresponde ˆ realidade.
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A) Encerrada a instru‹o, ser‡ concedida a palavra ao MinistŽrio
Pœblico, que far‡ a acusa‹o, nos limites da pronœncia ou das
decis›es posteriores que julgaram admiss’vel a acusa‹o,
sustentando, se for o caso, a existncia de circunst‰ncia
agravante.
B) Ë medida que as cŽdulas forem sendo retiradas da urna, o juiz
presidente as ler‡, e a defesa e, depois dela, o MinistŽrio Pœblico
poder‹o recusar os jurados sorteados, atŽ 3 (trs) cada parte,
sem motivar a recusa.
C) Prestado o compromisso pelos jurados, ser‡ iniciada a
instru‹o plen‡ria quando o juiz presidente, o MinistŽrio Pœblico,
o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomar‹o,
sucessiva e diretamente, as declara›es do ofendido, se poss’vel,
e inquirir‹o as testemunhas arroladas pela acusa‹o.
D) Durante o julgamento n‹o ser‡ permitida a leitura de
documento ou a exibi‹o de objeto que n‹o tiver sido juntado aos
autos com a antecedncia m’nima de 3 (trs) dias œteis, dando!se
cincia ˆ outra parte, salvo jornais ou revistas.
COMENTçRIOS:
a) CORRETA: Esta Ž a previs‹o do art. 476 do CPP. Vejamos:
Art. 476. Encerrada a instru‹o, ser‡ concedida a palavra ao MinistŽrio
Pœblico, que far‡ a acusa‹o, nos limites da pronœncia ou das decis›es
posteriores que julgaram admiss’vel a acusa‹o, sustentando, se for o caso, a
existncia de circunst‰ncia agravante. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de
2008)
b) CORRETA: Esta previs‹o est‡ contida no art. 468 do CPP. Vejamos:
Art. 468. Ë medida que as cŽdulas forem sendo retiradas da urna, o juiz
presidente as ler‡, e a defesa e, depois dela, o MinistŽrio Pœblico poder‹o
recusar os jurados sorteados, atŽ 3 (trs) cada parte, sem motivar a recusa.
(Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
c) CORRETA: Previs‹o do art. 473 do CPP, vejamos:
Art. 473. Prestado o compromisso pelos jurados, ser‡ iniciada a instru‹o
plen‡ria quando o juiz presidente, o MinistŽrio Pœblico, o assistente, o
querelante e o defensor do acusado tomar‹o, sucessiva e diretamente, as
declara›es do ofendido, se poss’vel, e inquirir‹o as testemunhas arroladas
pela acusa‹o. (Reda‹o dada pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
d)ERRADA: A afirmativa est‡ errada, eis que traz a restri‹o de maneira
correta (exibi‹o de documento n‹o juntado aos autos com antecedncia
m’nima de trs dias), mas prev uma exce‹o n‹o prevista no art. 479 do
CP. Vejamos:
Art. 479. Durante o julgamento n‹o ser‡ permitida a leitura de documento ou
a exibi‹o de objeto que n‹o tiver sido juntado aos autos com a antecedncia
m’nima de 3 (trs) dias œteis, dando-se cincia ˆ outra parte. (Reda‹o dada
pela Lei n¼ 11.689, de 2008)
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA D.
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(FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II -
PRIMEIRA FASE)
Jo‹o da Silva foi denunciado por homic’dio qualificado por motivo
fœtil. Nos debates orais ocorridos na primeira fase do
procedimento de jœri, a Defesa alegou que Jo‹o agira em estrito
cumprimento de dever legal, postulando sua absolvi‹o sum‡ria.
Ao proferir sua decis‹o, o juiz rejeitou a tese de estrito
cumprimento de dever legal e o pedido de absolvi‹o sum‡ria, e
pronunciou Jo‹o por homic’dio simples, afastando a qualificadora
contida na denœncia. A decis‹o de pronœncia foi confirmada pelo
Tribunal de Justia, operando-se a preclus‹o.
Considerando tal narrativa, assinale a afirmativa correta.
a) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justia
n‹o poder‡ sustentar a qualificadora de motivo fœtil, mas a defesa
poder‡ alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
b) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justia
poder‡ sustentar a qualificadora de motivo fœtil e a defesa poder‡
alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
c) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justia
n‹o poder‡ sustentar a qualificadora de motivo fœtil e a defesa
n‹o poder‡ alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
d) Nos debates orais perante os jurados, o promotor de justia
poder‡ sustentar a qualificadora de motivo fœtil, mas a defesa n‹o
poder‡ alegar a tese de estrito cumprimento de dever legal.
COMENTçRIOS: O Promotor n‹o poder‡ sustentar a qualificadora pois
ela n‹o fora reconhecida na pronœncia, nos termos do art. 413, ¤1¼ e art.
483, V do CPP.
A defesa, contudo, poder‡ alegar sua tese, pois n‹o h‡ veda‹o ˆ
sustenta‹o de tese de excludente de ilicitude n‹o reconhecida na
pronœncia, atŽ porque se tivesse sido reconhecida n‹o teria sido
pronunciado o acusado, e sim absolvido sumariamente, nos termos do
art. 415, IV do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA A.
(FGV - 2010 - OAB - EXAME DE ORDEM UNIFICADO - II -
PRIMEIRA FASE)
Ant™nio Ribeiro foi denunciado pela pr‡tica de homic’dio
qualificado, pronunciado nos mesmos moldes da denœncia e
submetido a julgamento pelo Tribunal do Jœri em 25/05/2005,
tendo sido condenado ˆ pena de 15 anos de reclus‹o em regime
integralmente fechado. A decis‹o transita em julgado para o
MinistŽrio Pœblico, mas a defesa de Ant™nio apela, alegando que a
decis‹o dos Jurados Ž manifestamente contr‡ria ˆ prova dos
autos. A apela‹o Ž provida, sendo o rŽu submetido a novo Jœri.
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Neste segundo Jœri, Ant™nio Ž novamente condenado e sua pena Ž
agravada, mas fixado regime mais vantajoso (inicial fechado).
A esse respeito, assinale a afirmativa correta.
a) N‹o cabe nova apela‹o no caso concreto, em respeito ao
princ’pio da soberania dos veredictos.
b) A decis‹o do juiz togado foi incorreta, pois violou o princ’pio do
ne reformatio in pejus, cabendo apela‹o.
c) A decis‹o dos jurados foi incorreta, pois violou o princ’pio do
tantum devolutum quantum appelatum.
d) N‹o cabe apela‹o por falta de interesse jur’dico, j‡ que a
fixa‹o do regime inicial fechado Ž mais vantajosa do que uma
pena a ser cumprida em regime integralmente fechado.
COMENTçRIOS: No novo julgamento n‹o poderia ter sido fixada pena
mais gravosa, pois isso caracteriza reformatio in pejus indireta. Este,
inclusive, Ž o entendimento do STJ:
1. Anulado o primeiro Jœri, em que estabelecida a pena-base num
limite, sem que contra tal houvesse recurso da acusa‹o, Ž invi‡vel,
presentes os mesmos fatos e as mesmas circunst‰ncias, quando do
julgamento da apela‹o contra o segundo Jœri, agravar-se a situa‹o
do rŽu no que tange ˆ dosagem dessa reprimenda. Isso nem mesmo
sob o pretexto de que o provimento do apelo da defesa tornaria a
pena total, ao fim e ao cabo, menor. (...) (HC 132.487/MG, Rel. Ministro
SEBASTIÌO REIS JòNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 15/10/2013, DJe
16/12/2013)
Assim, a decis‹o do Juiz togado foi incorreta, pois deveria ter respeitado o
limite m‡ximo, que era o montante de pena anteriormente aplicado.
Caber‡, em face de tal decis‹o, recurso de apela‹o.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA ƒ A LETRA B.
(FGV Ð 2013 Ð OAB Ð XI EXAME DE ORDEM)
Quanto ao julgamento pelo Tribunal do Jœri, assinale a afirmativa
incorreta.
a) As partes n‹o poder‹o fazer referncia, em plen‡rio, ˆ decis‹o
de pronœncia, ˆs decis›es posteriores que julgaram admiss’vel a
acusa‹o ou ˆ determina‹o do uso de algemas como argumento
de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado.
b) Durante o julgamento, n‹o ser‡ permitida a leitura de
documento ou a exibi‹o de objeto que n‹o tiver sido juntado aos
autos com a antecedncia m’nima de trs dias œteis, dando-se
cincia ˆ outra parte.
c) Durante os debates em Plen‡rio, os jurados poder‹o solicitar ao
orador, por intermŽdio do juiz-presidente do Tribunal do Jœri, que
esclarea algum fato por ele alegado em sua tese.
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d) Se a verifica‹o de qualquer fato, reconhecida como essencial
para o julgamento da causa, n‹o puder ser realizada
imediatamente, o juiz-presidente determinar‡ que o Conselho de
Sentena se recolha ˆ sala secreta, ordenando a realiza‹o das
diligncias entendidas necess‡rias.
COMENTçRIOS:
A) CORRETA: Esta Ž a previs‹o contida no art. 478, I do CPP.
B) CORRETA: Item correto, pois esta previs‹o est‡ contida no art. 479 do
CPP.
C) CORRETA: Item correto, pois tal faculdade conferida aos jurados est‡
expressamente prevista no art. 480 do CPP.
D) ERRADA: Item errado, pois neste caso o Juiz dever‡ dissolver o
Conselho de Sentena e determinar a realiza‹o das diligncias, nos
termos do art. 481 do CPP.
Portanto, a ALTERNATIVA INCORRETA ƒ A LETRA D.
2. RESUMO
PROCESSO DOS CRIMES DA COMPETæNCIA DO TRIBUNAL DO JòRI
Cabimento Ð Processo e julgamento dos crimes DOLOSOS contra a vida.
OBS.: Latroc’nio (roubo com resultado morte) n‹o Ž crime contra a vida.
Judicium accusationis
Conceito Ð Primeira etapa do rito do Jœri. ƒ a etapa da chamada
Òforma‹o de culpaÓ. Juiz analisa se Ž o caso, ou n‹o, de submeter o
acusado a julgamento pelo plen‡rio.
Rito
§ MP (ou querelante, na a‹o penal privada subsidi‡ria da pœblica)
oferece a inicial acusat—ria (arrolando as testemunhas de acusa‹o
Ð m‡ximo de 08 por fato criminoso)
§ Juiz decide se recebe ou se rejeita a inicial acusat—ria
§ Recebendo, manda citar o acusado, para apresentar resposta ˆ
acusa‹o em 10 dias
§ RŽu n‹o apresenta resposta ˆ acusa‹o nem constitui
advogado Ð Juiz nomeia defensor para apresentar a defesa.
EXCE‚ÌO: Se o rŽu tiver sido citado por edital, o Juiz deve
SUSPENDER o processo, ficando suspenso tambŽm o curso do prazo
prescricional.§ Apresentada a defesa, o Juiz abre prazo ao acusador (MP ou
querelante) para falar em rŽplica Ð Prazo de cinco dias
§ Ap—s isso, Juiz designa data para audincia de instru‹o e
julgamento
Audincia de instru‹o e julgamento
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Na audincia o Juiz deve, NESTA ORDEM:
§ Tomar as declara›es do ofendido
§ Inquirir as testemunhas arroladas pela acusa‹o
§ Inquirir as testemunhas arroladas pela defesa
§ Tomar os esclarecimentos dos peritos
§ Proceder ˆs acarea›es e ao reconhecimento de pessoas e coisas
§ Realizar o interrogat—rio do rŽu
§ Conceder tempo ˆs partes para os debates orais (alega›es finais)
OBS.: No caso de expedi‹o de carta precat—ria ou rogat—ria, para a
oitiva de testemunhas, Ž poss’vel a invers‹o da ordem, ou seja, Ž poss’vel
que a oitiva de testemunha de acusa‹o (por exemplo), realizada carta
precat—ria, seja realizada depois da oitiva das testemunhas de defesa.
Inclusive, pode ser realizada ap—s o interrogat—rio do rŽu Ð Casos
excepcionais admitidos pelo STJ.
Alega›es finais
Regra geral - Alega›es finais orais. Regramento:
§ 20 minutos para acusa‹o e 20 minutos para a defesa,
prorrog‡veis por mais 10 minutos.
§ Se houver mais de um acusado, o prazo ser‡ individual para cada
um
§ Havendo assistente da acusa‹o, ser‡ concedido a este prazo de 10
minutos para falar, ap—s o MP. Nesse caso, ser‹o acrescidos 10
minutos ao tempo da defesa.
⇒ H‡ previs‹o de alega›es finais escritas (memoriais)? N‹o,
mas a Doutrina entende que Ž poss’vel, em hip—teses excepcionais.
Decis›es do Juiz ap—s a instru‹o preliminar
Ao final da instru‹o preliminar o Juiz pode:
Pronunciar o acusado
§ Quando convencido de que h‡ PROVA da materialidade e ind’cios de
autoria.
§ Submete o acusado a julgamento pelo Jœri.
§ Recurso cab’vel contra a decis‹o Ð RESE.
§ Se a decis‹o for reformada pelo Tribunal ou pelo pr—prio Juiz (Ju’zo
de retrata‹o no RESE) ocorrer‡ a despronœncia
§ Interrompe a prescri‹o
Impronunciar o acusado
§ Quando NÌO est‡ convencido de que h‡ PROVA da materialidade
e ind’cios de autoria.
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§ NÌO submete o acusado a julgamento pelo Jœri, extinguindo o
processo.
§ NÌO FAZ COISA JULGADA MATERIAL.
§ Recurso cab’vel contra a decis‹o Ð APELA‚ÌO.
§
Absolver sumariamente o acusado
§ Quando o Juiz est‡ convencido de que o rŽu deve ser absolvido
desde logo. Ocorre nas hip—teses de:
Ficar PROVADA a inexistncia do fato
Ficar PROVADO que o rŽu n‹o participou do crime
Ficar PROVADO que o fato n‹o constitui nenhuma
infra‹o penal (Fato at’pico)
Ficar PROVADO que o rŽu praticou o fato amparado
por alguma CAUSA DE EXCLUSÌO DA ILICITUDE
(leg’tima defesa, estado de necessidade, etc.)
Ficar PROVADO que est‡ presente alguma causa de
isen‹o de pena (causa excludente da culpabilidade, por
exemplo). EXCE‚ÌO: N‹o pode haver absolvi‹o sum‡ria
por inimputabilidade decorrente de doena mental ou
desenvolvimento mental incompleto ou retardado (gera
aplica‹o de medida de segurana). EXCE‚ÌO DA
EXCE‚ÌO: Poder‡ haver absolvi‹o sum‡ria neste caso
quando a inimputabilidade for a œnica tese de defesa.
§ Recurso cab’vel contra a decis‹o - APELA‚ÌO
Desclassificar a infra‹o penal
§ Juiz desclassifica o delito para outro que NÌO SEJA DOLOSO
CONTRA A VIDA (desclassifica‹o pr—pria)
§ ƒ uma decis‹o interlocut—ria simples
§ Resulta no encaminhamento dos autos ao Ju’zo competente (a
menos que haja conex‹o com outra infra‹o que continue sendo da
competncia do Jœri).
§ Desclassifica‹o impr—pria Ð Ocorre quando o Juiz desclassifica o
delito para outro que tambŽm Ž doloso contra a vida (Ex.:
Desclassifica de homic’dio para infantic’dio).
§ Recurso cab’vel Ð N‹o h‡ previs‹o expressa, mas a Doutrina
entende ser cab’vel o RESE.
Judicium causae
Conceito - Esta Ž a segunda fase deste procedimento especial, e tem
in’cio quando se torna preclusa (irrecorr’vel) a decis‹o de pronœncia, ou
quando esta decis‹o tenha sido mantida pelo Tribunal.
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Rito
§ Juiz intima o MP e o Defensor, para que no prazo de CINCO DIAS
apresentem o ROL DE TESTEMUNHAS (m‡ximo de CINCO)
§ Partes podem juntar documentos e requerer a realiza‹o de
diligncias
§ O Juiz verifica os pedidos de diligncia e produ‹o de provas,
tomando as providncias necess‡rias para sanar eventual nulidade
existente no processo ou esclarecer algum ponto ainda
controvertido
§ Juiz faz relat—rio resumido do processo
§ Juiz designa data para julgamento
Desaforamento
Conceito - Deslocamento do julgamento para outra Comarca, diversa
daquela em que tramita o processo.
Raz›es
§ Interesse de ordem pœblica
§ Dœvida sobre a imparcialidade dos jurados
§ Segurana pessoal do rŽu
§ Quando houver comprovado EXCESSO DE SERVI‚O (N‹o puder
ser aprazada data para a sess‹o de julgamento dentro de seis
meses contados do TRåNSITO EM JULGADO DA DECISÌO DE
PRONòNCIA)
OBS.: Ž IMPRESCINDêVEL A OITIVA DA DEFESA no pedido de
desaforamento, sendo completamente nula a decis‹o que violar esse
preceito (sœmula 712 do STF).
Roteiro da sess‹o de julgamento
§ Verifica‹o das cŽdulas Ð A urna deve conter cŽdulas com os
nomes dos vinte e cinco jurados.
§ Instala‹o da sess‹o Ð Devem estar presentes AO MENOS 15
JURADOS. N‹o havendo o nœmero m’nimo (15), o Juiz sortear‡
suplentes e designar‡ nova data para sess‹o.
§ Esclarecimentos do Juiz Ð O Juiz esclarecer‡ aos Jurados acerca
das hip—teses de suspei‹o, impedimento e incompatibilidades, bem
como advertir‡ quanto ˆ INCOMUNICABILIDADE ENTRE ELES.
§ Forma‹o do Conselho de Sentena - Sorteiam-se SETE
JURADOS para comporem o Conselho de Sentena, podendo o MP
E A DEFESA RECUSAREM, CADA UM, ATƒ TRæS JURADOS.
§ Exorta‹o e compromisso Ð O Juiz faz aos jurados a exorta‹o
constante no CPP.
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A) Encerrada a instru‹o, ser‡ concedida a palavra ao MinistŽrio Pœblico,
que far‡ a acusa‹o, nos limites da pronœncia ou das decis›es posteriores
que julgaram admiss’vel a acusa‹o, sustentando, se for o caso, a
existncia de circunst‰ncia agravante.
B) Ë medida que as cŽdulas forem sendo retiradas da urna, o juiz
presidente as ler‡, e a defesa e, depois dela, o MinistŽrio Pœblico poder‹o
recusar os jurados sorteados, atŽ 3 (trs) cada parte, sem motivar a
recusa.
C) Prestado o compromisso pelos jurados, ser‡ iniciada a instru‹o
plen‡ria quando o juiz presidente, o MinistŽrio Pœblico, o assistente, o
querelante e o defensor do acusado tomar‹o, sucessiva e diretamente, as
declara›es do ofendido, se poss’vel, e inquirir‹o as testemunhas
arroladas pela acusa‹o.
D) Durante o julgamento n‹o ser‡ permitida a leitura de documento ou a
exibi‹o de objeto que n‹o tiver sido juntado aos autos com a
antecedncia m’nima de 3 (trs) dias œteis, dando!se cincia ˆ outra
parte, salvo jornais ou revistas.
03. (FGV Ð 2013 - X EXAME UNIFICADO DA OAB)
Jo‹o est‡ sendo processado por um crime doloso contra a vida e, ap—s o
oferecimento das alega›es

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