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UNIDADE XVI RECURSOS Ao contrário do que ocorre no processo comum, no processo do trabalho os recursos, em regra, não possuem efeito suspensivo. Exceção: Recursos em dissídios coletivos (art. 7º, 2º e 6º, e art. 9º da Lei 7.701/88). Em dissídios individuais, para obter o efeito suspensivo, o recorrente tem de pleitear, nas razões de recurso, a concessão de tutela provisória de urgência de natureza cautelar, demonstrando a necessidade de suspensão dos efeitos da sentença (probabilidade do direito e perigo do dano), nos termos da parte final da Súmula 414 do TST. 1 – TEORIA GERAL DOS RECURSOS TRABALHISTAS 1º juízo de admissibilidade, realizado pelo juízo a quo, ou seja, pelo órgão que proferiu a decisão recorrida, como, por exemplo, a Vara do Trabalho, que proferiu sentença objeto do Recurso Ordinário. 2º juízo de admissibilidade, realizado pelo juízo ad quem, isto e, pelo órgão incumbido da análise do mérito recursal. 1.2 – Pressupostos de Admissibilidade LEGITIMIDADE: A legitimidade recursal é a habilitação legal dada a determinada pessoa, natural ou jurídica, para recorrer de certa decisão judicial, como regra, é conferida às partes que atuaram no processo, ao Ministério Público, enquanto parte ou custos legis, e a terceiros prejudicados pela decisão recorrida. INTERESSE: O interesse recursal está ligado às ideias de utilidade e necessidade. A parte recorrente deve demonstrar que o apelo é útil e necessário. Em outras palavras, deve deixar claro que houve sucumbência, ou seja, que não atingiu a situação jurídica almejada e que, por isso, possui interesse em interpor o recurso e buscar a melhora mediante a atuação do Tribunal. CABIMENTO: O requisito do cabimento é entendido como recorribilidade + adequação. Verifica-se se a decisão impugnada é passível de interposição de recursos, bem como se a parte utilizou-se do recurso adequado, correto, previsto em lei. Lembre-se que, em regra, as interlocutórias não são passíveis de recurso de imediato na Justiça do Trabalho. Súmula nº 214 do TST - DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. IRRECORRIBILIDADE Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. TEMPESTIVIDADE: interposição do recurso após o término do prazo faz com que o mesmo seja inadmitido, por intempestividade. Opera-se a preclusão temporal. Destaca-se a uniformidade dos prazos recursais, imposta pela Lei nº 5584/70, que estabeleceu a interposição dos apelos trabalhistas em 8 (oito) dias, com exceção dos embargos de declaração (5 dias) e do recurso extraordinário (15 dias). PREPARO: O preparo consiste no pagamento dos valores necessários ao processamento dos recursos. A ausência de preparo importa em deserção do apelo, que impede a análise do mérito recursal. No processo do trabalho, o preparo mostra-se complexo, abrangendo o pagamento das custas, que são fixadas na sentença, e o depósito recursal, fixado pelo TST para garantia de futura execução. O preparo deve ser realizado dentro do prazo recursal (Súmula 245 do TST) As custas do processo de conhecimento são fixadas conforme as regras dispostas no art. 789 da CLT, incidindo em 2% (dois por cento) e tendo por base: O valor da condenação ou do acordo, sendo que nessa última hipótese, podem as custas serem rateadas entre as partes ou suportadas exclusivamente por uma delas; O valor da causa, quando os pedidos forem julgados improcedentes ou o feito for extinto sem resolução do mérito; O valor da causa em hipótese de procedência dos pedidos formulados em ação declaratória ou constitutiva; O valor fixado pelo Juiz, quando o valor for indeterminado; Valor mínimo as custas: R$ 10,64 (dez reais e sessenta e quatro centavos) Valor máximo das custas: 4 vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Somente haverá necessidade de realização de depósito recursal na hipótese de condenação em pecúnia (Súmula 161 do TST). O TST fixa os valores máximos para cada espécie recursal. Assim, são dois os limites que devem ser respeitados: 1. Valor máximo para cada recurso interposto; 2. Valor da condenação. Logo, ninguém será obrigado a depositar quantia superior àquela prescrita pelo TST para aquele apelo, bem como não será compelido a pagar valor superior à condenação. Atingido o valor da condenação pela realização do(s) depósito(s), nenhum outro valor será exigido, salvo se houver majoração da condenação. A não comprovação do depósito recursal importa em deserção do recurso e inadmissibilidade do apelo. Também ocorre deserção do recurso pelo recolhimento insuficiente das custas e do depósito recursal. Em caso de recolhimento insuficiente das custas processuais ou do depósito recursal, somente haverá deserção do recurso se, concedido o prazo de 5 (cinco) dias previsto no § 2º do art. 1.007 do CPC de 2015, o recorrente não complementar e comprovar o valor devido. (OJ 140 da SDI-1) O depósito recursal é uma exclusividade do empregador condenado em pecúnia. R$ 9.189,00 no caso de interposição de Recurso Ordinário R$ 18.378,00, no caso de interposição de Recurso de Revista, Embargos e Recurso Extraordinário; R$ 18.378,00, no caso de interposição de Recurso em Ação Rescisória. No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar”. (art. 899, § 7º, da CLT) Valores atuais do depósito recursal ATO DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO - TST Nº 360 DE 13.07.2017 Diante da nova redação do § 4º da CLT, o depósito recursal não será mais depositado em conta vinculada do reclamante junto ao FGTS e sim em conta vinculada ao juízo e corrigido com os mesmos índices da poupança. O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para: entidades sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores individuais, microempresas empresas de pequeno porte. São isentos do depósito recursal: Fazenda Pública (art. 1007, §1º, do CPC; art. 790-A, I, da CLT, e art. 1º, IV do Decreto-Lei 779/1969). Correios (art. 12 do Decreto-Lei 509/1969). Ministério Público do Trabalho (art. 1007, §1º, do CPC; art. 790-A, II, da CLT). Massa Falida (Súmula 86 do TST). Beneficiários da justiça gratuita (art. 899, §10, da CLT). Entidades filantrópicas (art. 899, §10, da CLT). Empresas em recuperação judicial (art. 899, §10, da CLT). A remessa necessária, chamada equivocadamente de “recurso ex officio”, não tem natureza recursal, tratando-se apenas de uma ratificação da decisão de primeira instância exigida por lei, quando a sentença for proferida contra a União, os Estados o Distrito Federal, os municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. Caso interposto recurso pelo órgão público, não há que se falar em “remessa necessária”. Não interposto o recurso no prazo legal, entretanto, o Juiz do Trabalho ordenará a remessa dos autos ao TRT. 2 – REMESSA NECESSÁRIA Não se aplica a remessa necessária quando a condenação ou o proveito econômico da causa for de valor inferior a: 1000 salários mínimos nocaso da União Federal e suas respectivas e autarquias e fundações públicas; 500 salários mínimos no caso de Estados, DF e capitais dos Estados, além de suas autarquias e fundações públicas; 100 salários mínimos no caso dos demais municípios e suas autarquias e fundações públicas. Também não se aplica a remessa necessária quando a sentença tiver como fundamento: Súmula do STF, do TST ou do STJ; Acórdão do STF, do TST ou do STJ proferido em julgamento de recursos repetitivos; Entendimento oriundo de “incidente de resolução de demandas repetitivas”, ou de “assunção de competência”; Orientação vinculante firmada no próprio órgão público, desde que consolidada em manifestação, parecer ou súmula administrativa. 3 – RECURSOS EM ESPÉCIE Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior: I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8 (oito) dias; e II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos. 3.1 – Recurso Ordinário Típica decisão terminativa é o arquivamento da reclamação, até mesmo pelo não comparecimento do reclamante à audiência. Contra essa decisão cabe recurso ordinário. Cabe Recurso Ordinário da decisão que acolher exceção de incompetência em razão do lugar e determinar a remessa dos autos a uma Vara do Trabalho de um TRT diferente (alínea C, Súmula 214 do TST). Hipótese de cabimento de recurso de decisão interlocutória. Prazo para interposição: 8 dias. Deve ser protocolado no juízo que proferiu a decisão impugnada. A primeira parte é endereçada ao próprio órgão que proferiu a decisão atacada (a quo), em que o recorrente demonstra o atendimento aos pressupostos de admissibilidade. A segunda parte, composta das razões do recurso, é dirigida ao juízo ad quem. As duas partes compõem uma única peça, que é o Recurso Ordinário. Conhecido o recurso pelo juízo a quo, o recorrido será intimado para apesentar contrarrazões no prazo de 8 dias (art. 900 da CLT). Caso Recurso Ordinário seja admitido pelo juízo a quo, os autos serão remetidos ao juízo ad quem, que promoverá o segundo juízo de admissibilidade e procederá ao julgamento do recurso. 3.2 – Recurso de Revista Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando: a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal; b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma da alínea a; c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal. Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho ou a súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal e por violação direta da Constituição Federal. (Art. 896, § 9º) Então, o Recurso de Revista só é admitido em dissídios individuais, para atacar decisões proferidas por TRT, quanto este tiver julgado Recurso Ordinário (excepcionalmente, em julgamento de Agravo de Petição). O Recurso de Revista possui natureza extraordinária, ou seja, não admite reexame de fatos e provas. Súmula nº 126 do TST Incabível o recurso de revista ou de embargos (arts. 896 e 894, "b", da CLT) para reexame de fatos e provas. O Recurso de Revista não é Cabível contra de decisão do TRT prolatada no julgamento de Agravo de Instrumento (Súmula 218 do TST). A admissibilidade do Recurso de Revista pressupõe que a decisão recorrida tenha se pronunciado explicitamente sobre a matéria veiculada no recurso, ainda que se trate de violação frontal e direta à Constituição Federal. Assim a matéria, objeto do Recurso de Revista, deve ser prequestionada no TRT, salvo se a divergência ou a violação tiver origem na própria decisão (OJ 119 da SDI-1). O recorrente deve, sob pena de não conhecimento do recurso de revista, indicar o trecho do acórdão do TRT capaz de comprovar que a matéria foi prequestionada (art. 896, §1º-A , da CLT). O recorrente deve indicar de forma explícita e fundamentada contrariedade ao dispositivo de lei, súmula ou orientação jurisprudencial do TST que conflite com a decisão Regional (art. 896, §1º-A , da CLT). O recorrente deve expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica da cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação jurisprudencial cuja contrariedade aponte. Prazo de interposição: 8 dias A petição do recurso é dirigida ao Presidente do TRT e as razões recursais à Turma do TST. O recorrido é intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 8 dias. Decorrido o prazo de contrarrazões, o TRT encaminhará os autos para o TST, onde haverá novo juízo de admissibilidade. 3.3 – Agravo de Petição Cabe Agravo de Petição das decisões do juiz nas execuções. Tem a mesma natureza do Recurso Ordinário. A diferença é que o Recurso Ordinário é usado na fase de conhecimento, enquanto o Agravo de Petição é usado na fase de execução. Assim, o Agravo de Petição é cabível para atacar decisões terminativas ou definitivas prolatadas na fase de execução, como, por exemplo, sentenças proferidas em Embargos à Execução, em Embargos de Terceiro, em Embargos à Arrematação e Embargos à Adjudicação. O Agravo de Petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados. (Pressuposto de admissibilidade específico) Se o agravante não cumprir tal determinação, o agravo não será conhecido. A delimitação dos valores ocorrerá quando o agravante estiver discutindo a liquidação de sentença. Nesse caso, é aconselhável a juntada de planilha de cálculos, indicando os motivos da discórdia. Prazo de interposição: 8 dias 3.4 – Embargos Art. 894. No Tribunal Superior do Trabalho cabem embargos, no prazo de 8 (oito) dias: I - de decisão não unânime de julgamento que conciliar, julgar ou homologar conciliação em dissídios coletivos que excedam a competência territorial dos Tribunais Regionais do Trabalho e estender ou rever as sentenças normativas do Tribunal Superior do Trabalho, nos casos previstos em lei; (Embargos Infringentes) II - das decisões das Turmas que divergirem entre si ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, ou contrárias a súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou súmula vinculante do Supremo Tribunal Federal. (Embargos de Divergência) Embargos Infringentes Na alínea a do inciso I do art. 894 da CLT encontram-se os embargos infringentes. Os embargos infringentes são usados nos dissídios coletivos de competência originária do TST, cabíveis apenas quando a decisão não for unânime. Possui natureza ordinária, ou seja, o embargante pode recorrer de toda a matéria discutida no processo. Os embargosinfringentes devem ser dirigidos à própria SDC, órgão que julgou o dissídio coletivo. Embargos de Divergência No inciso II do art. 894 da CLT encontram-se os embargos de divergência, também chamados de embargos à SDI. Os embargos de divergência são usados nos dissídios individuais, tendo natureza extraordinária (inadmissível o reexame de fatos e provas). É cabível contra decisão de turma do TST que: Apresentar divergência de interpretação (contrariedade) com decisão de outra turma do TST; Apresentar divergência de interpretação (contrariedade) com decisão da SDI; Apresentar divergência de interpretação (contrariedade) com súmula do TST; Apresentar divergência de interpretação (contrariedade) com OJ do TST; Apresentar divergência de interpretação (contrariedade) com Súmula vinculante. Nos termos do § 2º do art. 894 da CLT, a divergência apta a ensejar os embargos de divergência deve ser atual. Os embargos de divergência são interpostos diretamente na SDI, que os julgará em última instância. Também exige o prequestionamento da matéria. 3.5 – Agravo de Instrumento O Agravo de Instrumento no Processo do Trabalho tem como finalidade exclusiva impugnar as decisões denegatórias de seguimento a recurso, proferida pelo juízo a quo. É um recurso para destrancar outro recurso. É processado em autos distintos daqueles nos quais foi proferida a decisão denegatória de seguimento do recurso principal, de modo que cabe ao recorrente formar o instrumento do agravo. 3.6 – Agravo Regimental O Agravo regimental (ou interno) é um Recurso que não está previsto no art. 893 da CLT, mas sim nos Regimentos Internos dos Tribunais do Trabalho. Assim como o Agravo de Instrumento, tem cabimento contra as decisões proferidas pelo juízo ad quem que denegam seguimento a recursos. O recurso é interposto perante o órgão judicial que proferiu a decisão hostilizada, devendo o agravante solicitar a reconsideração da decisão e, sucessivamente, o encaminhamento dos autos ao órgão colegiado (Turma, Seção, ou Pleno, conforme dispuser o regimento interno). Não há previsão de preparo das custas ou de depósito recursal. É cabível o juízo de retratação. Caso este seja exercido, o recurso fica prejudicado. O detalhamento da tramitação varia de tribunal para tribunal. O Agravo Regimental tramita nos próprios autos principais, salvo se existir previsão regimental expressa em sentido contrário (OJ nº 132 da SDI-1). O agravo Regimental terá o prazo de 8 dias O recurso de Embargos de Declaração está previsto no art. 897 A da CLT e também na IN 39/16 do TST, que em seu art. 9ª preconiza: Art. 9º O cabimento dos embargos de declaração no Processo do Trabalho, para impugnar qualquer decisão judicial, rege-se pelo art. 897-A da CLT e, supletivamente, pelo Código de Processo Civil (arts. 1022 a 1025; §§ 2º, 3º e 4º do art. 1026), excetuada a garantia de prazo em dobro para litisconsortes (§ 1º do art. 1023). Parágrafo único. A omissão para fins do prequestionamento ficto a que alude o art. 1025 do CPC dá-se no caso de o Tribunal Regional do Trabalho, mesmo instado mediante embargos de declaração, recusar-se a emitir tese sobre questão jurídica pertinente, na forma da Súmula nº 297, item III, do Tribunal Superior do Trabalho. 3.7 – Embargos de Declaração Assim, podemos dizer que cabem embargos contra qualquer decisão judicial para: Esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; Suprir omissão de ponto ou questão sobre a qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento, inclusive para fins de pré-questionamento ( que é um pressuposto específico dos recurso de natureza extraordinária. Corrigir erro material. Atacar decisão denegatória de seguimento a recurso, quando maculada por manifesto equívoco na análise de pressuposto extrínseco de admissibilidade (parte final do art. 897-A da CLT). Prazo: 5 dias. Os Embargos de Declaração devem ser opostos diretamente no órgão jurisdicional prolator da decisão, que os julgará (efeito regressivo). A oposição de Embargos de Declaração interrompe o prazo dos demais recursos, para ambas as partes. Quando manifestamente protelatórios, o juiz ou o tribunal, em decisão fundamentada, condenará o embargante a pagar ao embargado, multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa, a qual será elevada até 10% em caso de reiteração. 3.8 – Recurso Extraordinário ao STF Trata-se de recurso previsto na Constituição, de competência do Supremo Tribunal Federal, como forma de centralizar na suprema corte brasileira o julgamento das questões constitucionais. Isso porque compete ao STF dar a última palavra em matéria constitucional. A decisão judicial que atrai a interposição de recurso extraordinário é aquela proferida em única ou última instância, que: Contrariar dispositivo da Constituição Federal; Declarar inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; Julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição Federal; Julgar válida lei local contestada em face de Lei Federal. 3.9 – Pedido de Revisão do Valor da Causa Cabível somente no Rito Sumário Serve para atacar decisão interlocutória que rejeitou a impugnação ao valor da causa, fixado pelo Juiz do Trabalho, ofertada nas razões finais. Obs: Nos termos do art. 2º da Lei 5.584/1970, o magistrado, desde que a quantia não tenha sido informada na petição inicial, fixará livremente o valor da causa, para fins de enquadramento ou não do feito no rito sumário Prazo de interposição: 48 horas contadas da ciência do despacho do juiz que manteve ou alterou o valor da alçada. Prazo de Julgamento: 48 horas. O recurso adesivo tem origem no processo civil, e encontra-se expressa no art. 997 do CPC. Nos termos da Súmula 283 do TST, o recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária. 4 – CABIMENTO DO RECURSO ADESIVO Para a interposição de recurso adesivo é preciso que ocorra a sucumbência recíproca e que apenas uma das partes tenha recorrido. A parte que não recorreu poderá, quando intimada para ofertar contrarrazões (art. 900 da CLT), interpor recurso “na forma adesiva”, buscando anular ou reformar a decisão. O prazo para do recurso adesivo é o prazo das contrarrazões, que corresponde ao mesmo prazo do recurso principal. O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal. O adesivo é dependente do principal. Se não se conhece o principal, não se conhece o adesivo. Se o recorrente do recurso principal desistir do seu recurso, o recurso adesivo também não será conhecido.
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