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RESUMO PROCESSO CIVIL II

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SENTENÇA
1. conceito: 
- É a decisão do juiz sobre os pedidos formulados na petição inicial, pondo fim a fase de conhecimento de um processo, resolvendo ou não o mérito da causa.
- O recurso cabível contra a sentença do juiz de 1º grau é a apelação.
2. tipos de sentença:
2.1. Sentença terminativa: É aquela em que não há resolução de mérito (art. 485 CPC) - Ela extingue o processo sem analisar a questão que se deseja resolver por meio do processo. Não põe fim ao processo, pois ainda caberá recurso dessa decisão e gera coisa julgada meramente formal, o que possibilita ingresso de nova ação pretendendo o mesmo objetivo, desde que sanados os eventuais "vícios" que levaram à extinção sem resolução de mérito, exceto quando se tratar de coisa julgada, perempção ou litispendência.
2.2. Sentença definitiva: É aquela em que há resolução de mérito (art. 487 CPC) - elas resolvem o litígio, no todo ou em parte, dando uma resposta (tutela) à necessidade das partes no caso concreto. Pode ser atacada por apelação e gera coisa julgada material, extinguindo o direito de ação com relação aquilo que foi pedido pelas partes, o que impossibilita ingresso de nova ação para decidir o mesmo mérito, porém, a coisa julgada material pode ser atacada por ação rescisória.
3. Elementos da sentença:
- Os elementos não são necessariamente exigidos no caso de extinção do processo sem resolução do mérito. 
- Estão expressos no artigo 489 do CPC e são essenciais:
3.1. Relatório: 
- É o resumo do que contêm os autos (qualificação das partes, pretensões do autor, razões do pedido, contestação), fazendo o registro de tudo que ocorreu no processo, mediante descrição dos termos essenciais, até a sentença. 
- Sua falta acarreta nulidade da sentença. 
- É o documento que vai assegurar à parte vencedora o seu direito. 
- No juizado, o relatório é dispensado.
3.2. Fundamentação: 
- É a motivação do juiz, ou seja, as razões de fato e de direito que levaram o juiz a decidir dessa ou daquela forma. 
- Revela a argumentação seguida pelo juiz, servindo de compreensão do dispositivo e também de instrumento de aferição da persuasão racional e lógica da decisão. 
- Sua falta também gera nulidade.
- É garantia prevista no art. 93, inciso IX, da CF – O juiz não pode deferir ou indeferir um pedido sem fundamentar. 
3.3. Dispositivo: 
- É a conclusão que contém a decisão da causa, o tópico final em que, aplicando a lei ao caso concreto, segundo a fundamentação, acolhe ou rejeita, no todo ou em parte, o pedido formulado pelo autor (art. 490 CPC). 
- É esta parte da sentença que transita em julgado e forma coisa julgada. 
- Sua falta não leva à nulidade, mas de sentença inexistente.
4. Nulidade da sentença:
- É a nulidade do conteúdo da sentença e não da falta de algum elemento.
- O limite da sentença válida é o pedido, ou seja, o juiz só pode decidir sobre questões propostas no processo (a sentença deve refletir o pedido – art. 141 e 492). As sentenças podem ser:
1. “Extra petita”: o juiz analisa e julga de forma diversa do pedido (soluciona causa diversa da que foi proposta). É totalmente nula.
2. “Citra ou intra petita”: o juiz é omisso, ou seja, concede menos do que foi pedido, não examina todas as questões propostas pelas partes. É validável desde que a parte não se oponha.
3. “Ultra petita”: o juiz concede o pedido, mas vai além dele, dando ao autor mais do que foi pleiteado. Não há nulidade, mas o tribunal ao julgar o recurso da parte prejudicada, apenas excluirá a parte que excedeu. É reformável para adequação.
5. Sentença inexistente:
5.1. Sentença sem assinatura: deve retornar a vara de origem para que outra seja proferida outra sentença e então assinada, não dá pra corrigir. 
5.2. Sentença sem a parte dispositiva: deve retornar a vara de origem para que o juiz profira outra sentença com a parte dispositiva e dá para corrigir através dos embargos à declaração.
5.3. Sentença proferida por quem não está investido de jurisdição: deve retornar a vara de origem para que o juiz competente profira outra sentença; não dá para corrigir. 
6. Classificação das sentenças:
- Temos duas teorias: A Teoria Ternária e a Teoria Quinária.
7.1. Teoria Ternária: leva em conta a espécie de tutela jurisdicional concedida a parte. É o pedido (bem de vida) que vai dizer qual é a natureza jurídica da sentença. São 3 tipos:
a) Sentença declaratória (art. 19 CPC): quando o juiz declara a existência, a inexistência ou o modo de ser de uma relação jurídica, ou dá a autenticidade ou falsidade de um documento. O bem de vida neste caso é a certeza jurídica. Se o vencedor quiser fazer valer seu credito contra o vencido, terá que propor uma nova ação, de natureza condenatória, uma vez que a declaratória apenas certifica a existência do direito. Tem eficácia “ex tunc”: o efeito declaratório retroage à época em que se formou a relação jurídica ou em que se verificou a situação declarada. 
b) Sentença constitutiva: visa criar, modificar ou extinguir uma relação jurídica. Há constituição de um novo estado jurídico. Seu efeito opera instantaneamente. Tem eficácia “ex nunc”: produz-se para o futuro; passa a ter eficácia a partir do trânsito em julgado.
c) Sentença condenatória: certifica a existência do direito da parte vencedora e prepara a execução, condenando o réu à prestação de uma obrigação. Determina que se realize e torne efetiva determinada sanção, ou seja, que o desfavorecido cumpra a prestação de dar, fazer ou não fazer certo ato ou desfazer o que realizou. Toda sentença condenatória objetiva um título executivo judicial. Tem eficácia “ex tunc”: a retroação se faz a partir da citação válida. Podem ainda ser:
- Necessárias: só pode alcançar o resultado desejado mediante um processo judicial. 
- Voluntárias: pode resolver amigavelmente. O processo não é necessário para romper o vínculo.
7.2. Teoria Quinária (de Pontes de Miranda): Segundo essa teoria as sentenças são classificadas em cinco tipos segundo a sua eficácia, ou seja, além dos 3 tipos já expostos, temos mais 2:
a) Sentença mandamental: contém uma ordem expedida para que alguma das partes cumpra um fazer ou um não fazer. O que interessa para o autor é o “bem de vida in natura”, não tem como resolver com perdas e danos (ou cumpre ou cumpre). Se não cumprir será caso de intervenção policial. 
b) Sentença executiva: hoje a sentença é sempre executiva. É a sentença que determina, no seu próprio corpo e, portanto, sem a necessidade de iniciativa por parte do autor, que o provimento jurisdicional seja efetivado, ou seja, não exige processo de execução, mas sim atos executórios (não tem citação, PI). A sentença que reconhece a obrigação de pagar, dar ou fazer não exige mais processo de execução, mas sim atos de execução. O processo engloba instrução, condenação e execução. 
8. Efeitos da sentença:
- A coisa julgada (material ou formal).
- A hipoteca judicial.
COISA JULGADA
1. Conceito: É o atributo que a decisão de mérito conquista após o decurso do prazo para interposição de qualquer recurso, que a torna imutável e indiscutível dentro e fora do processo.
2. Efeitos:
- Impede que a parte omissa rediscuta, em novo processo, alegando defesa que deveria ter trazido aos autos no momento correto (princípio da eventualidade). Portanto, a ação deixará de ser admitida pela ausência de interesse de agir, ante a desnecessidade de nova manifestação do judiciário sobre a mesmo fato jurídico.
- Possui eficácia preclusiva, que é uma espécie de preclusão decorrente do trânsito em julgado da sentença.
- Impossibilita que a decisão seja atingida por eventual recurso da parte.
- A coisa julgada gera a imutabilidade da própria sentença e dos seus efeitos formais e materiais. 
3. Função: pacificar o litígio com definitividade.
4. Tipos de coisa julgada:
a) Coisa julgada formal: imutabilidade do efeito formal de extinção pelo fato de a sentença não estar mais sujeita a nenhum recurso ordinário ou extraordinário. As sentenças terminativas fazem apenas coisa julgada formal, pois não analisadaa questão de direito material, ante a ausência de algum requisito de admissibilidade do mérito. Uma vez sanado o vício nada impede a propositura de nova ação.
b) Coisa julgada material: imutabilidade dos efeitos materiais, o que impede o reexame da lide em qualquer processo. Exclusiva da sentença de mérito. A coisa julgada material só pode ser modificada para corrigir um erro material ou em caso de embargo a declaração.
5. Meios para desconstituir a coisa julgada:
a) Ação rescisória (art. 966): é o remédio jurídico que visa reparar a injustiça de uma sentença que formou coisa julgada, desconstituindo a imutabilidade dos efeitos materiais da sentença de mérito, por ocorrência de algum dos vícios de anulabilidade previstos no art. 966 do CPC. Logo, é descabida a ação rescisória de decisão meramente terminativa, geradora de simples efeito formal de extinção do processo, por ser possível à parte ajuizar nova demanda. 
O prazo é de 2 anos depois do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo, e de 5 anos no caso de prova nova. 
b) Ação anulatória ou “Querela nullitatis” (arts. 393, 966, §4° e 657, parágrafo único, CPC): não ataca a sentença, mas se insurge contra o processo e se for acolhida poderá redundar na anulação da coisa julgada, por consequência. Não prescreve. Vai para o 1º grau de jurisdição. É cabível, dentre outros, no caso de citação nula ou ausência de citação. 
c) Mandado de segurança: cabe em situações excepcionais.
6. Limites objetivos da coisa julgada: 
- É aquilo que transitou em julgado, ou seja, quais as partes da sentença estão protegidas pelo manto da imutabilidade e da indiscutibilidade.
Somente faz coisa julgada a parte dispositiva da sentença (art. 502, CPC).
7. Limites subjetivos da coisa julgada:
- Os limites subjetivos buscam saber quem será beneficiado ou prejudicado pela sentença.
- art. 506, CPC: “a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não prejudicando terceiros”, porém, poderá, excepcionalmente, influenciar a terceiros, uma vez que a decisão judicial se revestir de ato de império do Estado. 
8. Eficácia da coisa julgada: 
a) Eficácia negativa: impede que a questão principal já definitivamente decidida seja novamente julgada como questão principal em outro processo.
b) Eficácia positiva: determina que a questão principal já definitivamente decidida e transitada em julgado, uma vez retornado ao Judiciário como questão incidental (não principal, em virtude da vedação imposta pelo efeito negativo), não possa ser decidida de modo distinto daquele como foi no processo anterior, em que foi questão principal. O efeito positivo da coisa julgada gera, portanto, a vinculação do julgador de outra causa ao quanto decidido na causa em que a coisa julgada foi produzida. O juiz fica adstrito ao que foi decidido em outro processo. São casos em que a coisa julgada tem que ser levada em consideração pelos órgãos jurisdicionais.
c) Eficácia preclusiva (art. 508): Com a formação da coisa julgada, preclui a possibilidade de rediscussão de todos os argumentos – alegações e defesas, na dicção legal – que poderiam ter sido suscitados, mas não foram. A coisa julgada torna preclusa a possibilidade de discutir o deduzido e trona irrelevante suscitar o que poderia ter sido deduzido (o dedutível). 
AGRAVO DE INSTRUMENTO
1. Conceito:
- É o recurso utilizado para impugnar decisões interlocutórias nas hipóteses previstas em lei.
- Decisão interlocutória é toda e qualquer decisão proferida pelo juiz a fim de resolver uma questão incidente (no meio do processo), sem dar uma solução final à lide proposta em juízo, sendo ela passível de causar prejuízo à parte, imediato ou não.
2. Cabimento:
- É cabível diante de qualquer decisão interlocutória que versar sobre (art. 1015 – rol taxativo/“numerus clausus”): 
1. Tutelas provisórias.
2. Mérito do processo.
3. Rejeição da alegação de convenção de arbitragem.
4. Incidente de desconsideração de personalidade jurídica.
5. Rejeição do pedido de justiça gratuita ou acolhimento de sua revogação.
6. Exibição ou posse de documento ou coisa.
7. Exclusão de litisconsorte.
8. Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio.
9. Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros.
10. Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução.
11. Redistribuição do ônus da prova quando o juiz considerar excessiva dificuldade para cumprir tal encargo ou maior facilidade da parte contrária.
12. Outros casos expressamente referidos em lei.
- Se não for interposto Agravo de instrumentos no caso das hipóteses acima, irá ocorrer a preclusão da matéria.
3. O que é cabível para as demais decisões (casos que não estão previstos em lei):
- As decisões interlocutórias que não comportarem agravo de instrumento, não irão precluir e poderão sempre ser suscitadas em preliminar de apelação ou de contrarrazões, de forma que se for atendido a decisão é anulada e o retorno dos autos ao juiz de 1º grau para que ele tome as providencias que anteriormente havia indeferido.
4. Prazo: 15 dias úteis.
5. Efeitos: 
- Efeito suspensivo “ope judicis” (decorrente de decisão judicial).
- Efeito regressivo: o juiz de 1º grau pode se retratar da decisão.
- Poderá haver desistência do recurso.
6. Procedimento:
- Quando a decisão interlocutória (dando indeferimento) for oral, a parte deverá pedir para constar em ata.
- É interposto diretamente no tribunal, porém o agravante deve informar ao juiz de 1º grau, no prazo de 3 dias, sobre a interposição do agravo.
- É possível a interposição de agravo de instrumento através de protocolo com aviso de recebimento dos correios e também através do protocolo integrado (possibilidade de protocolar o recurso em qualquer comarca do Estado).
7. Petição inicial:
- Deverá conter (art. 1016):
1. Nome das partes.
2. Exposição do fato e do direito.
3. Razões do pedido de reforma ou invalidação da decisão e do pedido.
4. Nome e endereço dos advogados constantes no processo.
- Deverá ser instruída com (art. 1017):
1. Cópias da inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da decisão agravada, da certidão de intimação sobre a decisão agravada ou outro documento que comprove a tempestividade e das procurações dos advogados de ambas as partes.
2. Declaração de inexistência de qualquer dos documentos do item 1, feita pelo advogado agravante sob pena de responsabilidade pessoal.
3. Facultativamente, com outros documentos que possam ser úteis ao processo (comprovante de recolhimento de custas, concessão ou não de tutela provisória).
- Não será necessário para processos eletrônicos.
8. Admissibilidade:
- A admissibilidade é feita pelo relator mediante a análise de cabimento, da legitimidade e interesse de agir do recorrente, da tempestividade e do recolhimento das custas (preparo).
- FALTA DE ALGUM DOCUMENTO: Na falta de qualquer documento essencial de admissibilidade do recurso (art. 1017), o relator mandará intimar o agravante para, no prazo de 5 dias, sanar o vício ou completar a documentação exigível (art. 1030 e 932).
- PAGOU UMA PARTE DAS CUSTAS: Se houver insuficiência no valor do preparo, o recorrente será intimado para suprir a falta no prazo de 5 dias, sob pena de deserção (art. 1007, §2º).
- NÃO PAGOU NADA DAS CUSTAS: No caso de o recorrente não comprovar o recolhimento das custas no ato de interposição do recurso, será intimado para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção (art. 1007, §4º).
- O recorrente deverá peticionar ao juiz de 1º grau informando a interposição do recurso, sob pena de inadmissibilidade do recurso (dispensado no processo eletrônico).
9. Pedido liminar:
- Quando a decisão interlocutória impugnada é positiva e o agravante não puder aguardar o julgamento do mérito do recurso, poderá suscitar a questão em liminar de agravo de instrumento solicitando que o relator receba o seu recurso com efeito suspensivo, mediante comprovação da probabilidade do direito (a verossimilhança da alegação não é suficiente,deverá haver também demonstração de jurisprudência, precedentes e enunciados, deixando um limite mínimo de subjetividade para o relator) e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
- Quando a decisão interlocutória impugnada é negativa, não é necessário o pedido de suspensão dos efeitos da decisão, porém o pedido liminar formulado no agravo de instrumento será uma tutela provisória recursal, visto que será requerido o deferimento do seu pedido, mediante comprovação da probabilidade do direito e do perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo.
10. Análise de mérito:
- Erro “in judicando”: é um vício no conteúdo, no mérito (direito material), quando o juiz apreciou mal o mérito. Nestes casos o próprio Tribunal julga o feito reformando a decisão do juiz 1º grau.
- Erro “in procedendo”: é um vício no procedimento (direito formal), quando o juiz não cumpriu os requisitos formais para a construção da sua decisão. Nestes casos a sentença é anulada, volta para o juiz de 1º grau para que ele profira uma nova decisão com a correção do vício.
Como era no antigo CPC?
- No CPC antigo, tais decisões eram impugnadas através do agravo retido, pois como não havia perigo da demora, não poderia usar o agravo de instrumento para reformular aquela questão no tribunal. Tinha que aguardar a sentença, se efetivamente fosse sucumbente, ingressaria com apelação suscitando a respeito da decisão interlocutória e informando que aquela decisão tinha sido impugnada pelo agravo retido.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
1. Conceito:
- É o recurso utilizado para corrigir eventual obscuridade ou contradição, omissão ou erro material de qualquer decisão judicial (sentenças, acordos e decisões interlocutórias).
- Não se discute o mérito da causa.
2. Função: função integrativa e de melhorar a prestação juridicional.
3. Cabimento (art. 1022):
- É cabível para as decisões:
1. Obscuras ou contraditórias: a obscuridade dificulta a compreensão (sentença não é clara), já a contradição é um problema de lógica interna da decisão. Nesses casos não há efeito modificativo, mas pode ser que ele seja uma consequência.
2. Omissas: que não analisou todos os pedidos e argumentos. Ou quando a decisão, tratando-se de matéria de direito em que já houve entendimento consolidado (IRDR ou IAC) e o juiz o desconsiderou (art. 1022, § único). Ou decisão não fundamentada (art. 489, §1º)
3. Com erro material: é um erro perceptível. ex. erro na escrita. Pode ser corrigido de ofício pelo juiz, ou a requerimento da parte.
3. Prazo: 5 dias úteis.
4. Procedimento:
- É endereçado ao próprio juiz que prolatou a decisão impugnada, ou seja, ao juiz de 1º grau.
- Não tem preparo, ou seja, não há recolhimento de custas.
- Quando meramente protelatório, o juiz ou tribunal, condenará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% sobre o valor atualizado da causa (art. 1026, §2º).
5. Efeitos:
- Interrompe o prazo para interposição de outro recurso cabível (art. 1026).
- Não possui efeito suspensivo (suspensão dos efeitos da sentença), mas tal efeito poderá ser pleiteado pelo recorrente, mediante demonstração da probabilidade do provimento do recurso, ou, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação (art. 1026).
- Efeito infringente: possibilidade de modificação/ratificação do julgado, mediante intimação da parte adversa para sua manifestação.
- Fungibilidade (art. 1024, §3º): o recurso errado pode ser recebido como se fosse o certo. 
6. Prequestionamento (art. 1025):
- É um requisito de admissibilidade, pois o Tribunal não irá se mobilizar para julgar uma questão que não tenha sido exaurida nas instâncias inferiores.
- O novo CPC considera toda a argumentação contida nos embargos à declaração incluída no acórdão.
INCIDENTE DE ASSUNÇÃO DE COMPETÊNCIA
1. Conceito:
- Trata-se de um instituto relacionado aos recursos.
2. Cabimento: 
- Será admitido quando o julgamento de recurso, de remessa necessária ou de processo de competência originária do Tribunal envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos (art. 947). 
3. Função: 
- Prevenir ou compor divergências jurisprudenciais internas (unificação da jurisprudência). Prevenir antes que surjam as divergências, e compor depois que elas já existem.
5. Efeitos:
- A decisão proferida por tal órgão fixará uma tese que passará a ser de observação obrigatória (precedente vinculante) dentro daquele Tribunal e para todos os juízes a ele submetidos.
6. Legitimidade: Relator da causa, parte, MP ou Defensoria pública.
7. Procedimento:
- Diante de alguma das hipóteses de cabimento, poderá ser provocado em qualquer Tribunal e em qualquer causa.
- Ocorrerá o deslocamento da causa para um órgão colegiado de maior composição que o regimento indicar, e diante do reconhecimento de interesse público, este órgão assumirá a competência e julgará a causa.
INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS
1. Conceito: é o julgamento das questões comuns em demandas repetitivas para os juízes de segundo grau, originando uma espécie de “procedimento-modelo”.
2. Cabimento (art. 976):
- É cabível quando houver:
1. Repetição efetiva de processos que possuem controvérsia sobre a mesma questão de direito.
2. Risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.
3. Ausência de afetação de recurso repetitivo em tribunal superior.
- Os requisitos são cumulativos.
3. Procedimento:
- Existindo processos repetitivos, sobre uma mesma matéria de direito, em um determinado Estado ou Região, o aludido incidente será suscitado perante o Presidente do Tribunal local, por ofício ou petição, instruindo com os documentos necessários.
- O IRDR será distribuído ao colegiado competente que fará a sua admissibilidade, verificando se estão presentes os requisitos do IRDR.
- Admitido o incidente, o relator determinará a suspensão de todos os processos com a mesma matéria, individuais ou coletivos, de 1ª ou 2ª instância, que tramitam no Estado ou Região. A suspensão terá o prazo máximo de 01 ano. Após esse período, os processos continuarão a correr.
- O Tribunal poderá julgar apenas a tese jurídica, sem julgar o caso concreto do processo.
- O mérito será apreciado ainda que haja desistência ou abandono do processo que originou.
- Pode ser suscitado mais de uma vez, desde que preenchido o requisito faltante.
- Não é preventivo.
- O processo originário pode estar tramitando em 1ª ou 2ª instância.
- Não pressupõe a existência de processo pendente no respectivo Tribunal.
- Vale lembrar que há uma possibilidade de extensão do sobrestamento para todo o território nacional, qual seja: o legitimado pode requerer ao Presidente, do STJ ou STF, a suspensão de todos os processos em curso no território nacional, que versem sobre a mesma matéria. Neste caso, cessa a suspensão se não for interposto recurso especial ou recurso extraordinário contra a decisão proferida no IRDR.
- O relator ouvirá as partes (do processo originário), o MP e os demais interessados, no prazo de 15 dias, podendo deferir a participação do “amicus curiae”, bem como marcar audiência pública ou requisitar informações.
- No julgamento do IRDR haverá possibilidade de sustentação oral, sendo que poderão falar: o autor, o réu, o MP e demais interessados.
- O Tribunal fixará a tese jurídica e decidirá, em concreto, o recurso, o reexame ou a ação, se for o caso (se o processo tramitar no tribunal).
4. Função: uniformizar entendimentos e possibilitar a agilidade no julgamento dos processos, uma vez estabelecido o “processo-modelo” pelo segundo grau.
5. Legitimidade:
1. Juiz ou relator.
2. MP.
3. Defensoria pública.
6. Efeitos: 
- Gera um precedente obrigatório dos casos correspondentes dentro do Tribunal e dos juízes que a ele estão submetidos.
- Todos os processos, presentes e futuros, deverão aplicar a tese fixada.
7. Competência: é dirigido ao Presidente do Tribunal local e será julgado pelo Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional.
RECLAMAÇÃO1. Conceito:
- É o meio utilizado para proteger a estrutura hierárquica do Poder Judiciário.
- Não é recurso, é um sucedâneo recursal com natureza jurídica de ação.
- Tem competência originária de Tribunais.
- É a última “rattio” subsidiária restrita.
2. Legitimados: 
- Parte interessada e MP, podendo ser impugnada a reclamação por qualquer parte interessada.
3. Prazo: até o transito em julgado da decisão.
4. Cabimento e Função (art. 988):
- É cabível Reclamação para:
1. Garantir a autoridade das decisões dos Tribunais.
2. Preservar a competência dos Tribunais.
3. Garantir a observância de Súmula Vinculante e de decisão do STF em controle concentrado de constitucionalidade (ex. prisão do depositário infiel, infringe súmula vinculante).
4. Garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de IRDR ou IAC.
5. Procedimento:
- Pode ser proposta perante qualquer Tribunal e seu julgamento COMPETE ao órgão jurisdicional cuja competência se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.
- Deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do Tribunal.
- Não é admitida reclamação proposta para garantir a observância de acórdão de REx com repercussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de REx ou REsp repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias.
- Ao despachar a reclamação, o relator:
1. Irá requisitar informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as prestará em 10 dias.
2. No caso de haver risco de dano irreparável, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado.
3. Determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada para no prazo de 15 dias apresentar contestação.
- Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à solução da controvérsia.
- O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando-se o acórdão posteriormente.

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