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1501102751Impactos_da_Reforma_Trabalhista_no_Emprego_Domstico

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1 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Reforma Trabalhista sancionada pela Lei 13.467, em 13 de julho de 2017, 
alterou mais de cem artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Para 
o emprego doméstico, em função ao Artigo 19 da Lei Complementar 150, 
está determinado que a Lei Complementar está subsidiada pela CLT, ou seja, 
o que não estiver na Lei do Emprego Doméstico, será aplicado conforme as 
novas regras da Reforma. 
 
As mudanças entrarão em vigor a partir do dia 11 de novembro de 2017, 120 
dias após a publicação da Lei no Diário Oficial da União, em 14 de julho de 
2017. 
 
A Reforma Trabalhista atualiza e moderniza a CLT, uma Lei criada em 1943, 
há 53 anos atrás. Os resultados práticos são: 
- Menos custos para o empregador doméstico; 
- Não tira nenhum direito dos empregados domésticos; 
- Menos burocracia; 
- Menos ações trabalhistas; 
- Mais segurança jurídica para os empregadores domésticos; 
- E o mais importante, a médio e longo prazo, mais trabalhadores com a 
Carteira de Trabalho assinada, aumentando a formalidade. 
 
A Reforma Trabalhista não tira nenhum direito do empregado doméstico 
como férias, FGTS, entre outros. Estes são garantidos pelo Artigo 7º. da 
Constituição Federal. Para que algum direito constitucional do trabalhador 
fosse alterado ou implementado, seria necessário uma Proposta de Emenda 
Constitucional (PEC), não um Projeto de Lei, que foi o caso da Reforma. Além 
disso, o Artigo 611-B da Reforma Trabalhista, proíbe que os Acordos ou 
Convenções Coletivas diminuam os direitos constitucionais. 
 
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2015 (PNAD) 
do IBGE, a cada três empregados domésticos, somente um tem a carteira de 
trabalho assinada. São 6.300.000 trabalhadores domésticos, sendo: 
1 – De 3.800.000 empregados domésticos, aproximadamente 1.400.000 tem 
a carteira de trabalho assinada e 2.400.000 são informais; 
 2 
 
2 – E 2.500.000 são Diaristas - que por Lei não tem vínculo empregatício. 
Com isso, irá diminuir a informalidade e aumentar a formalidade. 
 
Também haverá diminuição de ações trabalhistas. Se o empregado perder a 
ação, ele terá que pagar os custos ao empregador ou empresa, com 
advogados e perícias. O Brasil é o pais com o maior índice de ações 
trabalhistas no mundo. Somente em 2016 foram mais de 3 milhões de novas 
ações, gerando um alto custo e lentidão da Justiça do Trabalho, além dos 
gastos das empresas e empregadores domésticos para se defenderem nestas 
ações. 
 
Concluindo, não irá gerar nenhum aumento de custo para o empregador 
doméstico, pelo contrário, irá reduzir algumas despesas como no caso da 
Demissão Acordada. Não há nenhum motivo para o empregador demitir 
seu(s) empregado(s) domésticos. Pelo contrário, existem motivos para os 
empregadores informais assinarem a carteira de trabalho de seus 
empregados domésticos. 
 
O conteúdo abaixo está dividido em dois blocos: 
 
O primeiro bloco apresenta 6 mudanças feitas pela Reforma Trabalhista que 
não irão impactar no emprego doméstico, por já serem tratados pela Lei do 
Emprego Doméstico. 
 
Já o segundo bloco apresenta 29 pontos da Reforma Trabalhista que não são 
atendidas pela Lei do Emprego Doméstico e, portanto, irão valer também 
para a categoria. 
 
 
 
 
Rio de Janeiro, 20 de julho de 2017. 
Mario Avelino – Presidente do Instituto e do Portal Doméstica Legal. 
 
 
 
 3 
 
6 MUDANÇAS QUE NÃO IMPACTAM NO EMPREGO 
DOMÉSTICO 
 
Os pontos da Reforma Trabalhista a seguir não irão impactar no emprego 
doméstico, pois já são atendidos pela lei que rege a categoria (LC 150/15). 
 
1 – Banco de horas 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
O Banco de Horas deve ser compensado no período máximo de 6 meses 
(Parágrafo 5º. do Artigo 59). 
 
O que vale no emprego doméstico: 
O Banco de Horas deve ser compensado no período máximo de 12 meses 
(Inciso III do Parágrafo 5º. do Artigo 2º. da LC 150). 
 
A Lei do Emprego Doméstico diz que as primeiras 40 horas extras devem 
ser pagas no mesmo mês, permitindo, mediante acordo entre as partes, 
fazer uso de banco de horas somente com o que exceder a este período. 
 
 
2 – Jornada de Trabalho de 12h por 36h de descanso 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
A Reforma Trabalhista estabelece a jornada de trabalho de 12h por 36h de 
descanso. Art. 60 – Parágrafo único: Excetuam-se da exigência de licença 
prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas 
ininterruptas de descanso. 
 
O que vale no emprego doméstico: 
A LC 150 já prevê esta condição (Artigo 10º), que é muito utilizada para 
cuidadores de idosos e em alguns casos de babás. 
 
 
 4 
 
3 – Acordo para redução de intervalo para 30 minutos 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
§ 4º do Artigo 71 – A não concessão ou a concessão parcial do intervalo 
intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e 
rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período 
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho. 
 
O que vale no emprego doméstico: 
Art. 13. É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação 
pelo período de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, 
admitindo-se, mediante prévio acordo escrito entre empregador e 
empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos. 
 
 
4 – Jornada Parcial de Trabalho 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 58-A. Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja 
duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas 
suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte 
e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas 
suplementares semanais. 
 
Revoga o Artigo 130-A, que determinava férias de até 18 dias para jornada 
Parcial de Trabalho. Com a revogação, as férias passam a ser de 30 dias. 
 
O que vale no emprego doméstico: 
Art. 3º Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja 
duração não exceda 25 (vinte e cinco) horas semanais. 
 
§ 1º O salário a ser pago ao empregado sob regime de tempo parcial será 
proporcional a sua jornada, em relação ao empregado que cumpre, nas 
mesmas funções, tempo integral. 
 5 
 
 
§ 2º A duração normal do trabalho do empregado em regime de tempo 
parcial poderá ser acrescida de horas suplementares, em número não 
excedente a 1 (uma) hora diária, mediante acordo escrito entre empregador 
e empregado, aplicando-se-lhe, ainda, o disposto nos §§ 2o e 3o do art. 2o, 
com o limite máximo de 6 (seis) horas diárias. 
3º Na modalidade do regime de tempo parcial, após cada período de 12 
(doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito 
a férias, na seguinte proporção: 
I - 18 (dezoito) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 22 
(vinte e duas) horas, até 25 (vinte e cinco) horas; 
II - 16 (dezesseis) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 20 
(vinte) horas, até 22 (vinte e duas) horas; 
III - 14 (quatorze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 15 
(quinze) horas, até 20 (vinte) horas; 
IV - 12 (doze) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 10 (dez) 
horas, até 15 (quinze) horas; 
V - 10 (dez) dias, para a duração do trabalho semanal superior a 5 (cinco) 
horas, até 10 (dez) horas; 
VI - 8 (oito) dias, para a duração do trabalho semanal igual ou inferior a 5 
(cinco) horas. 
 
Apesar da revogação do Artigo 130-A, que passa as férias de 18 para 30 
dias, asférias no emprego doméstico continuam de no máximo 18 dias, 
conforme o Parágrafo 3º. do Artigo 3º. da LC 150 acima. Para que haja 
mudanças, terá que ser mudada a Lei Complementar 150 através de 
Projeto de Lei no Congresso Nacional. 
 
 
5 - Férias parceladas em 3 períodos 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 134 § 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias 
poderão ser usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não 
 6 
 
poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os demais não poderão ser 
inferiores a cinco dias corridos, cada um. 
 
O que vale no emprego doméstico: 
As férias podem ser parceladas em até 2 períodos de gozo, sendo que pelo 
menos um período terá 14 dias, sendo decidido pelo empregador (Parágrafo 
2º. do Artigo 17º da LC 150/15). 
 
 
6 – Adicional de Viagem 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 457 § 2o As importâncias, ainda que habituais, pagas a título de ajuda 
de custo, auxílio-alimentação, vedado seu pagamento em dinheiro, diárias 
para viagem, prêmios e abonos não integram a remuneração do empregado, 
não se incorporam ao contrato de trabalho e não constituem base de 
incidência de qualquer encargo trabalhista e previdenciário. 
 
O que vale no emprego doméstico: 
Continua normalmente, pois conforme o Artigo 11 abaixo da LC 150, ele só é 
devido, quando o empregado acompanha o empregador em viagem, tendo o 
acréscimo de 25% (vinte e cinco por cento) sobre as horas trabalhadas em 
viagem. As mesmas integram o salário de contribuição do INSS, FGTS e 
Imposto de Renda, quando ocorrem. 
Art. 11 da LC 150. Em relação ao empregado responsável por acompanhar 
o empregador prestando serviços em viagem, serão consideradas apenas as 
horas efetivamente trabalhadas no período, podendo ser compensadas as 
horas extraordinárias em outro dia, observado o art. 2º. 
§ 1º O acompanhamento do empregador pelo empregado em viagem será 
condicionado à prévia existência de acordo escrito entre as partes. 
§ 2º A remuneração-hora do serviço em viagem será, no mínimo, 25% (vinte 
e cinco por cento) superior ao valor do salário-hora normal. 
§ 3º O disposto no § 2o deste artigo poderá ser, mediante acordo, convertido 
em acréscimo no banco de horas, a ser utilizado a critério do empregado. 
 7 
 
28 MUDANÇAS QUE IMPACTAM NO EMPREGO 
DOMÉSTICO 
 
Os pontos da Reforma Trabalhista a seguir irão gerar impactos no emprego 
doméstico, pois não são tratados pela lei que rege a categoria (LC 150/15). 
 
 
1 – Período de afastamento contado como tempo de 
trabalho para rescisão 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Parágrafo 1º do Artigo 4 da CLT: Computar-se-ão, na contagem de tempo de 
serviço, para efeito de indenização e estabilidade, os períodos em que o 
empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço militar e por 
motivo de acidente do trabalho. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Existe o Aviso Prévio Excedente, onde para cada ano de trabalho, paga-se 3 
dias de Aviso Prévio, limitado a 60 dias, que somado aos 30 dias de Aviso 
Prévio Indenizado ou trabalhado, dará um total de 90 dias. 
 
No caso, estes tempos de afastamento contarão como tempo de trabalho 
para este Aviso Prévio Excedente, e inclusive para efeito de Férias e 13º. 
Salário, dependendo o tempo em que o empregado ficar afastado. 
 
 
2 – Atividades particulares não computadas como hora 
extra 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Parágrafo 2º do Artigo 4 da CLT: Por não se considerar tempo à disposição 
do empregador, não será computado como período extraordinário o que 
exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos 
previsto no § 1º do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por 
 8 
 
escolha própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias 
públicas ou más condições climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas 
dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre outras: 
 I - práticas religiosas; 
 II - descanso; 
 III - lazer; 
 IV - estudo; 
 V - alimentação; 
 VI - atividades de relacionamento social; 
 VII - higiene pessoal; 
 VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade 
de realizar a troca na empresa. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
É importante para não se computar indevidamente as atividades particulares 
do trabalhador como Horas Extras, evitando assim, custos indevidos para o 
empregador doméstico. Ao mesmo tempo que estabelecendo regras claras, 
evita o desgaste entre patrões e empregados e possíveis ações trabalhistas 
indevidas. 
 
 
3 – Menos intervenção da Justiça do Trabalho 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Parágrafo 2º do Artigo 8 da CLT: Súmulas e outros enunciados de 
jurisprudência editados pelo Tribunal Superior do Trabalho e pelos Tribunais 
Regionais do Trabalho não poderão restringir direitos legalmente previstos 
nem criar obrigações que não estejam previstas em lei. 
No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do 
Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais 
do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 
10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da 
intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
 9 
 
Diminui a intervenção da Justiça do Trabalho, respeitando o que determina a 
Lei, as Convenções e Acordos Coletivos de Trabalho, gerando maior 
segurança jurídica e menos ações trabalhistas. 
 
 
 
4 – Multa por não assinar a carteira do trabalhador 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
O empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do art. 
41 desta Consolidação ficará sujeito a multa no valor de R$ 3.000,00 (três 
mil reais) por empregado não registrado, acrescido de igual valor em cada 
reincidência. 
§ 1º Especificamente quanto à infração a que se refere o caput deste artigo, 
o valor final da multa aplicada será de R$ 800,00 (oitocentos reais) por 
empregado não registrado, quando se tratar de microempresa ou empresa 
de pequeno porte. 
§ 2º A infração de que trata o caput deste artigo constitui exceção ao critério 
da dupla visita. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Por uma questão de equilíbrio, a multa do empregador doméstico deve ser 
de R$ 800,00. Como não está especificado, o juiz poderá aplicar uma multa 
de R$ 3.000,00 ou de R$ 800,00, de acordo com o seu entendimento. 
 
O Instituto Doméstica Legal já está trabalhando para que a multa do 
empregador doméstico também seja estabelecida em R$ 800,00. 
 
 
 
 
 
 
 
 10 
 
5 – Tempo de locomoção para o trabalho não é hora 
trabalhada 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Parágrafo 2º do Artigo 58: § 2º O tempo despendido pelo empregado desde 
a sua residência até a efetiva ocupação do posto de trabalho e para o seu 
retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o 
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por 
não ser tempo à disposição do empregador. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Essa situação raramente ocorre no emprego doméstico. É importante esta 
definição para evitar desgastes na relação trabalhista e futuras ações 
trabalhistas. 
 
 
6 –Horas Extras além do limite legal 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Parágrafo 1º. Do Artigo 61: Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a 
duração do trabalho exceder do limite legal ou convencionado,seja para fazer 
face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de 
serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto. 
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente 
de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este item torna possível que o empregado trabalhe mais do que duas horas 
adicionais em um determinado dia, caso o empregador, por motivo de força 
maior, necessite dos seus serviços. 
 
 
 
 
 11 
 
7 - Danos Extrapatrimonial 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 223-A. Aplicam-se à reparação de danos de natureza extrapatrimonial 
decorrentes da relação de trabalho apenas os dispositivos deste Título.’ 
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que 
ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são 
as titulares exclusivas do direito à reparação.’ 
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a 
autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens 
juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.’ 
Art. 223-F. A reparação por danos extrapatrimoniais pode ser pedida 
cumulativamente com a indenização por danos materiais decorrentes do 
mesmo ato lesivo. 
§ 1º Se houver cumulação de pedidos, o juízo, ao proferir a decisão, 
discriminará os valores das indenizações a título de danos patrimoniais e das 
reparações por danos de natureza extrapatrimonial. 
§ 2º A composição das perdas e danos, assim compreendidos os lucros 
cessantes e os danos emergentes, não interfere na avaliação dos danos 
extrapatrimoniais.’ 
‘Art. 223-G. Ao apreciar o pedido, o juízo considerará: 
I - a natureza do bem jurídico tutelado; 
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação; 
III - a possibilidade de superação física ou psicológica; 
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão; 
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa; 
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral; 
VII - o grau de dolo ou culpa; 
VIII - a ocorrência de retratação espontânea; 
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa; 
X - o perdão, tácito ou expresso; 
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; 
XII - o grau de publicidade da ofensa. 
§ 1º Se julgar procedente o pedido, o juízo fixará a indenização a ser paga, 
a cada um dos ofendidos, em um dos seguintes parâmetros, vedada a 
acumulação: 
 12 
 
I - ofensa de natureza leve, até três vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
II - ofensa de natureza média, até cinco vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
III - ofensa de natureza grave, até vinte vezes o último salário contratual do 
ofendido; 
IV - ofensa de natureza gravíssima, até cinquenta vezes o último salário 
contratual do ofendido. 
§ 2º Se o ofendido for pessoa jurídica, a indenização será fixada com 
observância dos mesmos parâmetros estabelecidos no § 1º deste artigo, mas 
em relação ao salário contratual do ofensor. 
 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este artigo estabelece regras claras tanto para os empregadores e 
trabalhadores sobre os diferentes tipos de danos patrimoniais, físicos e 
morais. 
 
Neste caso, quem o infringir, poderá ser processado e ter que ressarcir a 
parte prejudicada. Com isso, irá melhorar o respeito e a relação de trabalho 
entre empregador e empregado doméstico. 
 
 
8 – Pausas especiais para amamentação 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 396 - Para amamentar o próprio filho, até que este complete 6 (seis) 
meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 
(dois) descansos especiais, de meia hora cada um. 
§ 2º Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser 
definidos em acordo individual entre a mulher e o empregador. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
 13 
 
A empregada doméstica também tem o direito a amamentação do filho com 
até seis meses de idade. Como estabelecido no Parágrafo 2º., os horários 
serão definidos em comum acordo entre empregador e empregado. 
 
Pelas características do emprego doméstico, normalmente o empregador 
permite que a empregada entre uma hora mais tarde, ou saia uma hora mais 
cedo. 
 
 
9 – Contrato de Trabalho Intermitente 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser acordado tácita ou 
expressamente, verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou 
indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente. 
§ 3º Considera-se como intermitente o contrato de trabalho no qual a 
prestação de serviços, com subordinação, não é contínua, ocorrendo com 
alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, 
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de 
atividade do empregado e do empregador, exceto para os aeronautas, 
regidos por legislação própria. 
 
Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por 
escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não 
pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos 
demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em 
contrato intermitente ou não. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este tipo de contrato pode ser aplicado a algumas funções no emprego 
doméstico, onde a maioria dos trabalhadores são informais. Como por 
exemplo, os Cuidadores de Idosos Folguistas que cobrem o fim de semana, 
normalmente entrando no sábado e saindo na segunda-feira em uma jornada 
de 48 horas. O que ainda não existe por Lei. 
 14 
 
O empregador não pode mudar a regra do contrato atual para contrato 
intermitente. Somente um empregado novo poderá ser contratado com esta 
modalidade de contrato. 
 
 
10 – Contrato sem proteção da CLT e da Lei do 
Emprego Doméstico 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
A livre estipulação a que se refere o caput deste artigo aplica-se às hipóteses 
previstas no art. 611-A desta Consolidação, com a mesma eficácia legal e 
preponderância sobre os instrumentos coletivos, no caso de empregado 
portador de diploma de nível superior e que perceba salário mensal igual ou 
superior a duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Se aplicará raramente ao emprego doméstico, pois o trabalhador deve ter 
nível superior completo e ter o salário maior que que R$ 11.062,62. 
 
O empregador poderá usar esta modalidade para um empregado novo, mas 
não pode mudar a regra do contrato atual. 
 
 
11 – Transferência de titularidade do empregador 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 448-A. Caracterizada a sucessão empresarial ou de empregadores 
prevista nos arts. 10 e 448 desta Consolidação, as obrigações trabalhistas, 
inclusive as contraídas à época em que os empregados trabalhavam para a 
empresa sucedida, são de responsabilidade do sucessor. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
 15 
 
Este item pode ser aplicado em caso de falecimento do empregador que 
registrou o empregado e também em caso de separação de cônjuges. 
 
O que pode ser feito nesses casos é alterar o empregador, informando na 
parte de Observações Gerais da Carteira de Trabalho, a Data e o Motivo da 
mudança de empregador, sem ter que demitir o empregado doméstico. 
O eSocial ainda não disponibilizou esta funcionalidade. Neste caso, o novo 
empregador doméstico se cadastra no eSocial e também seu empregado paracontinuar gerando normalmente os encargos e pagamentos. 
 
 
12 – Uso de uniforme 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 456-A. Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio 
ambiente laboral, sendo lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da 
própria empresa ou de empresas parceiras e de outros itens de identificação 
relacionados à atividade desempenhada. 
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do 
trabalhador, salvo nas hipóteses em que forem necessários procedimentos 
ou produtos diferentes dos utilizados para a higienização das vestimentas de 
uso comum. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
O destaque neste artigo é que a opção de estabelecer o uso do uniforme é do 
empregador doméstico, e a responsabilidade pela higiene do uniforme é do 
trabalhador. 
 
 
13 – Definição de benefícios fornecidos ao empregado 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para 
todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras 
prestações "in natura" que a empresa, por força do contrato ou do costume, 
 16 
 
fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permitido o 
pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 
 
§ 5º O valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou 
odontológico, próprio ou não, inclusive o reembolso de despesas com 
medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos, próteses, órteses, despesas 
médico-hospitalares e outras similares, mesmo quando concedido em 
diferentes modalidades de planos e coberturas, não integram o salário do 
empregado para qualquer efeito nem o salário de contribuição, para efeitos 
do previsto na alínea q do § 9o do art. 28 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 
1991. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Acaba com a burocracia do “Salario in Natura” para efeito de rescisão, que é 
considerar o benefício como salário para efeito de Férias, 13º. Salário e Aviso 
Prévio, pelo fato do empregador ter o costume de não efetuar os descontos 
correspondentes. 
Muitos empregadores para evitar esta situação, davam um desconto 
simbólico sobre o benefício dado para não caracterizar salário. 
Em suma, o Parágrafo 5º acaba com uma situação que gerava inúmeras 
ações trabalhistas. 
 
 
 
14 – Homologação opcional 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Art. 477. Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder 
à anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a 
dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento das verbas 
rescisórias no prazo e na forma estabelecidos neste artigo. 
 
§ 4º O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado: 
I - em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as 
partes; ou 
 17 
 
II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto. 
§ 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação 
da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos 
valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão 
ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato. 
§ 10. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho e 
Previdência Social é documento hábil para requerer o benefício do seguro-
desemprego e a movimentação da conta vinculada no Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço, nas hipóteses legais, desde que a comunicação prevista 
no caput deste artigo tenha sido realizada. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Torna a Homologação no Sindicato opcional quando o empregado tem mais 
de um ano de trabalho. 
 
E de acordo com o Parágrafo 6º, o empregador terá sempre 10 dias, mesmo 
em caso de demissão com Aviso Prévio trabalhado. O prazo de quitação antes 
da reforma era o dia seguinte ao término do Aviso Prévio. 
 
 
15 – Novo motivo de Demissão por Justa Causa 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Artigo 482 da CLT: Motivos de demissão por Justa Causa pelo empregador. 
 
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o 
exercício da profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Se aplica ao emprego doméstico, normalmente em casos de: 
- Motoristas, se perder a carteira de habilitação; 
- Marinheiros, se perder a carteira de habilitação; 
- Enfermeiros, se perder a Carteira do Conselho Regional de Enfermagem; 
- E outras profissões que possam exigir algum documento legal para exercício 
da função. 
 18 
 
16 – Demissão acordada entre empregador e 
empregado doméstico 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e 
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas: 
I - por metade: 
a) o aviso prévio, se indenizado; e 
b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, 
prevista no § 1º do art. 18 da Lei no8.036, de 11 de maio de 1990; 
II - na integralidade, as demais verbas trabalhistas. 
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a 
movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do 
Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 
de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos. 
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não 
autoriza o ingresso no Programa de Seguro-Desemprego. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este artigo é muito importante, pois oficializa a demissão por comum acordo, 
e com isso, reduz o custo do empregador doméstico. 
 
Na prática, a demissão sempre existiu e é muito comum, só que era Caixa 
Dois, agora ela será oficial. 
 
Para o empregado, ele perde: 
1 – Metade do Aviso Prévio; 
2 – A multa do FGTS de 40%, passa para 20%, e o empregador doméstico 
sacará os outros 20%, pois ele antecipa mês os 40% da multa através do 
eSocial; 
3 – Saca somente 80% do FGTS. Os outros 20% sacará futuramente em 
condições previstas pelo FGTS, tais como Aposentadoria, compra de Casa 
Própria, etc.; 
4 – Perde o direito ao Seguro Desemprego, que são três parcelas de um 
Salário Mínimo Federal, pagas pelo Governo. 
 19 
 
17 – Contribuição sindical opcional 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Artigo 545 – Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de 
pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente 
autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este 
notificados. 
 
Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das 
categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais 
representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de 
contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida 
neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas. 
 
Artigo 587 da CLT: Os empregadores que optarem pelo recolhimento da 
contribuição sindical deverão fazê-lo no mês de janeiro de cada ano, ou, para 
os que venham a se estabelecer após o referido mês, na ocasião em que 
requererem às repartições o registro ou a licença para o exercício da 
respectiva atividade. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este Artigo estabelece que o empregador só deve descontar o Imposto 
Sindical na folha de pagamento do trabalhador quando este autorizar 
expressamente. 
Da mesma forma, o Artigo 587 também torna a Contribuição Sindical do 
empregador doméstico opcional. 
 
 
18 – Acordos prevalecem sobre o legislado 
 
O que diz a ReformaTrabalhista: 
A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a 
lei quando, entre outros. Só citaremos os item que impactam no emprego 
doméstico. 
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais; 
 20 
 
II - banco de horas anual; 
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para 
jornadas superiores a seis horas; 
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; 
XI - troca do dia de feriado. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Estabelece que, o que for acordado em Convenção Coletiva Sindical ou Acordo 
Coletiva, irá prevalecer sobre a lei. Podendo gerar, desta forma, maior 
segurança jurídica para quem contrata. 
 
Para que isso ocorra adequadamente, é preciso haver sindicatos de patrões 
e trabalhadores domésticos. 
 
 
 
19 – Reajuste anual de multas administrativas 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Parágrafo 2º. do Artigo 634 da CLT: Os valores das multas administrativas 
expressos em moeda corrente serão reajustados anualmente pela Taxa 
Referencial (TR), divulgada pelo Banco Central do Brasil, ou pelo índice que 
vier a substituí-lo. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
O valor das multas administrativas por descumprimento das Leis 
Trabalhistas, há mais de 16 anos sem atualização, passam a ser reajustadas 
anualmente. 
 
 
20 – Justiça trabalhista gratuita ao empregado 
doméstico 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
 21 
 
Artigo 790 da CLT § 3º É facultado aos juízes, órgãos julgadores e presidentes 
dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou 
de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e 
instrumentos, àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% 
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social. 
§ 4º O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar 
insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Permite que os juízes concedam o benefício da justiça gratuita para 
trabalhadores que ganham até 40% (quarenta por cento) do Teto Máximo 
dos benefícios da Previdência Social, que em 2017 é de R$ 2.212,52. 
 
 
21 – Custos periciais das ações trabalhistas 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Artigo 790-B: A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é 
da parte sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária 
da justiça gratuita. 
§ 1º Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite 
máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. 
§ 2º O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. 
§ 3º O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de 
perícias. 
§ 4º Somente no caso em que o beneficiário da justiça gratuita não tenha 
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida no caput, 
ainda que em outro processo, a União responderá pelo encargo. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este artigo deve reduzir o número de ações trabalhistas indevidas, pois 
estabelece que a parte perdedora da ação terá de pagar os custos periciais, 
se houver, mesmo que o empregado doméstico tenha obtido justiça gratuita. 
 
 22 
 
22 – Ação Trabalhista por má-fé 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
 Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como 
reclamante, reclamado ou interveniente. 
 
Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-
fé a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 
10% (dez por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária 
pelos prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e 
com todas as despesas que efetuou. 
 
§ 1º Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará 
cada um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente 
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. 
§ 2º Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de 
Previdência Social. 
§ 3º O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível 
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, nos 
próprios autos. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
 23 
 
O artigo estabelece que, caso o empregado doméstico entre com uma ação 
de má-fé, o mesmo deverá pagar os custos estabelecidos pelo juiz. O que 
pode gerar uma redução das ações deste tipo. 
 
Os empregados devem ficar atentos as falsas promessas de maus advogados, 
pois caso percam a ação, serão responsabilizados por todo o custo do 
processo. 
 
 
 
23 – Multa para testemunha em ação trabalhista 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à testemunha 
que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos essenciais 
ao julgamento da causa. 
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos 
mesmos autos. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Este artigo tem o objetivo de evitar que as testemunhas faltem com a verdade 
nas ações trabalhistas, aplicando multa em caso de alteração da verdade ou 
omissão dos fatos. 
 
 
24 – Férias parceladas em 2 períodos para 
empregados a partir de 50 anos 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Foi revogado o Parágrafo 2º. do Artigo 134, que proibia parcelar férias para 
trabalhadores menores de 18 anos e maiores de 50 anos. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
 24 
 
A partir de 11/11/2017, poderá ser concedido férias em dois períodos de 
gozo para empregados domésticos com idade a partir de 50 anos, em 
função da revogação (eliminação) do Parágrafo 2º. do Artigo 134 da CLT. 
 
 
25 – Proibido iniciar féria dois dias antes de feriado 
ou repouso semanal remunerado 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Artigo 134 § 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que 
antecede feriado ou dia de repouso semanal remunerado. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
As férias só poderão ser iniciadas dois dias que antecede feriado ou dia de 
repouso semanal remunerado. 
 
 
26 – Terceirização no emprego doméstico 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
A Lei 13.429 de 31/03/2017, estabelece critérios de terceirização de mão de 
obra pelas empresas. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
No emprego doméstico, existe várias empresas que oferecem mão de obra 
para cuidadores de idosos, babás, principalmente de diaristas. Neste caso, 
estes empregados tem que possuir registro pelas empresas, ou seja, são 
celetistas e não domésticos, visto que são contratados por uma pessoa 
Jurídica. 
O empregador doméstico deve ficar atento, pois, se a empresa não cumprir 
suas obrigações, o contratante passa a ser corresponsável pelos direitos 
devidos. Para evitar este risco, o empregador deve: 
- Só pagar os serviços contratados com a apresentaçãodos comprovantes do 
recolhimento do INSS e FGTS do mês anterior; 
 25 
 
- Não fazer o registro do empregado. Este é um golpe de más empresas que 
terceirizam o empregado, mas se aproveitam da falta de conhecimento do 
empregador doméstico e alegam que, quem assina a Carteira de Trabalho, é 
o empregador, mas a empresa recebe o salário e os encargos. 
 
 
27 – Equiparação salarial de empregados domésticos 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Artigo 461: Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado 
ao mesmo empregador, no mesmo estabelecimento empresarial, 
corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, etnia, nacionalidade ou 
idade. 
§ 1º Trabalho de igual valor, para os fins deste Capítulo, será o que for feito 
com igual produtividade e com a mesma perfeição técnica, entre pessoas cuja 
diferença de tempo de serviço para o mesmo empregador não seja superior 
a quatro anos e a diferença de tempo na função não seja superior a dois anos. 
§ 2º Os dispositivos deste artigo não prevalecerão quando o empregador tiver 
pessoal organizado em quadro de carreira ou adotar, por meio de norma 
interna da empresa ou de negociação coletiva, plano de cargos e salários, 
dispensada qualquer forma de homologação ou registro em órgão público. 
§ 3º No caso do § 2o deste artigo, as promoções poderão ser feitas por 
merecimento e por antiguidade, ou por apenas um destes critérios, dentro de 
cada categoria profissional. 
§ 5º A equiparação salarial só será possível entre empregados 
contemporâneos no cargo ou na função, ficando vedada a indicação de 
paradigmas remotos, ainda que o paradigma contemporâneo tenha obtido a 
vantagem em ação judicial própria. 
§ 6º No caso de comprovada discriminação por motivo de sexo ou etnia, o 
juízo determinará, além do pagamento das diferenças salariais devidas, 
multa, em favor do empregado discriminado, no valor de 50% (cinquenta por 
cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
 26 
 
Este artigo pode ser aplicado ao emprego doméstico, se o empregador tiver 
mais de um empregado exercendo o mesmo cargo e função, que sejam 
contemporâneos, ou seja, tenham o mesmo tempo de serviço naquele 
emprego. 
 
É raro isso ocorrer, em função de mais de 90% do empregadores domésticos 
só terem um empregado, e quando tem mais de um empregado, são em 
funções diferentes. Mas caso ocorra, e houver uma denúncia ou ação 
trabalhista, o empregador doméstico terá de igualar o salário, além de pagar 
uma multa de 50% do salário do empregado a favor do mesmo, de acordo 
com o Parágrafo 6º. do Artigo 461 acima. 
 
A solução para o empregador que tenham empregados domésticos nesta 
condição é igualar o salário. 
 
 
 
28 – Prevalência de Acordos Coletivos sobre a 
Convenção Coletiva 
 
O que diz a Reforma Trabalhista: 
Artigo 620: As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho 
sempre prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. 
 
O que muda no emprego doméstico: 
Essa situação poderá ocorrer raramente no emprego doméstico, pois agora 
que está começando a existir as Convenção Coletivas de Trabalho (por 
enquanto somente no estado de São Paulo). Por outro lado, teria de haver 
um Acordo Coletivo feito pelo sindicato dos trabalhadores e empregadores 
domésticos que alterassem algum ponto da Convenção Coletiva assinada 
pelos mesmos, o que torna essa mudança muito mais rara de ocorrer no 
emprego doméstico.

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