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Universidade Braz Cubas - UBC Mogi das Cruzes - SP 2017 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO 1ª edição Edson Demétrio Leal Reitor: Prof. Maurício Chermann EQUIPE DE PRODUÇÃO CORPORATIVA Gerência: Adriane Aparecida Carvalho Orientação Pedagógica: Karen de Campos Shinoda Coordenação de Produção: Diego de Castro Alvim Revisão de Textos: Adrielly Rodrigues Coordenação de Edição/Arte: Michelle Carrete Diagramação: Diego de Castro Alvim Ilustração: Everton Arcanjo Impressão: Grupo VLS / Jet Cópias Imagens: Fotolia / Acervo próprio Os autores dos textos presentes neste material didático assumem total responsabilidade sobre os conteúdos e originalidade. Proibida a reprodução total e/ou parcial. © Copyright UBC 2017 Av. Francisco Rodrigues Filho, 1233 - Mogilar CEP 08773-380 - Mogi das Cruzes - SP A Braz Cubas 3 A Braz Cubas Nascida em 1940, na cidade de Mogi das Cruzes, a Braz Cubas, que iniciou suas atividades com um pequeno curso preparatório, conta hoje com cerca de 20 mil alu- nos, entre as modalidades presencial e educação a distância. Ao longo desses 75 anos no mercado, a instituição passou por diversas trans- formações, abrigando, inclusive, cursos de ginásio, nível médio, comércio, até que chegou a Faculdade de Direito, em 1965. O ensino superior, estimulado pela política da educação, cresceu em todo o País e a Braz Cubas, atendendo às exigências e necessidades do mercado, continuou a crescer, tanto no aspecto acadêmico, quanto no social, até que em 1985, o Conse- lho Federal de Educação reconhece a então Federação das Faculdades Braz Cubas como Universidade. A importante notícia veio valorizar a região de Mogi das Cruzes e premiar uma longa carreira de bons serviços prestados à educação brasileira, formando profissio- nais competentes e capacitados ao mercado de trabalho. Missão Valorizar as pessoas, despertando talentos por meio de uma aprendizagem diferente para desenvolver hoje o ser humano para o amanhã. Visão Ser reconhecida como uma instituição de Ensino centrada na aprendizagem. Valores Cidadania, humanização, sabedoria, humildade e transparência. Guia de Estudos do Semestre 5 Guia de Estudos do Semestre Uma das vantagens em estudar em EaD é que podemos administrar o nosso próprio tempo. Administrar o próprio tempo é contar com uma boa organização para se dedicar ao conteúdo de cada disciplina. Antes de iniciar a sua organização, entenda como as disciplinas do semestre lhe serão oferecidas. Você já sabe que em cada semestre terá 5 disciplinas para estudar, correto? Mas, você não verá as 5 de uma única vez. Para que possa aproveitar ao máximo cada uma delas, fizemos uma organização, que chamaremos de “Dinâmica das Disciplinas”. As 5 disciplinas, que nomearemos como “A”, “B”, “C”, “D” e “E”, foram dividas em 3 blocos. Em cada bloco você estudará até duas disciplinas em um período de 6 semanas. Para cada semana você terá um conteúdo a ser estudado, consequentemente uma atividade a ser desenvolvida. Essas atividades, assim como a sua explicação, você encontrará em sua plataforma de estudos (AVA), a sua sala de aula virtual. Vamos entender toda essa dinâmica? Veja no esquema abaixo a organização do semestre. Bloco 1 Período Disciplinas Conteúdo a ser estudado 1ª semana A e B Unidade I 2ª semana A e B Unidade II 3ª semana A e B Avaliação de Verificação (unidades I e II) 4ª semana A e B Unidade III 5ª semana A e B Unidade IV 6ª semana A e B Avaliação Presencial (unidades I, II, III e IV) Guia de Estudos do Semestre 6 Bloco 2 Período Disciplinas Conteúdo a ser estudado 1ª semana C e D Unidade I 2ª semana C e D Unidade II 3ª semana C e D Avaliação de Verificação (unidades I e II) 4ª semana C e D Unidade III 5ª semana C e D Unidade IV 6ª semana C e D Avaliação Presencial (unidades I, II, III e IV) Bloco 3 Período Disciplinas Conteúdo a ser estudado 1ª semana E Unidade I 2ª semana E Unidade II 3ª semana E Avaliação de Verificação (unidades I e II) 4ª semana E Unidade III 5ª semana E Unidade IV 6ª semana E Avaliação Presencial (unidades I, II, III e IV) É importante salientar que as informações dos períodos e as disciplinas que cursará neste semestre estão no “Roteiro de Aula”, disponível em sua Área do Aluno. Com isso você está preparado para iniciar os estudos! Lembre-se de que para um bom desempenho, você deverá ter organização e planejamento, além, claro, de muita disciplina. Desejamos que tenha um ótimo semestre e conte sempre conosco! Sumário Sumário Apresentação 9 O Professor 11 Introdução 13 1Unidade I Como estruturar um planejamento estratégico 15 1.1 Compreendendo o planejamento estratégico 15 1.2 Fases do planejamento 18 1.3 Níveis de planejamento 21 1.3.1 Vantagens do planejamento estratégico 24 Referências da Unidade I 26 2Unidade II Diagnóstico empresarial 27 2.1 Análise ambiental 27 2.1.1 Classificação da análise ambiental 31 2.1.1.1 Análise de macroambiente 32 2.1.1.2 Análise de microambiente 33 2.1.1.3 Análise de ambiente interno 35 2.2 Segmentação de mercado 36 2.3 Tomada de decisão 38 Referências da Unidade II 42 3Unidade III Ferramentas de planejamento estratégico 45 3.1 Matriz 5W2H 45 3.2 Matriz SWOT 48 3.3 Matriz BCG 49 3.4 Matriz GE 51 3.5 Matriz GUT 55 Referências da Unidade III 58 4Unidade IV Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 59 4.1 Estrutura VRIO 59 4.2 Matriz de Direcionamento/Foco 62 4.2.1 Foco no produto 63 4.2.2 Foco no cliente 64 4.2.3 Foco no produto e no cliente 65 4.2.4 Sem foco 66 4.3 Cinco Forças de Porter 67 4.4 Ciclo de Vida do Produto (CVP) 69 4.5 Matriz Ansoff 72 Referências da Unidade IV 75 Apresentação 9 Apresentação Olá, caro(a) aluno?(a)! Seja bem-vindo(a) à disciplina de Planejamento Estraté- gico. Você está preparado para aprender e se divertir? Esperamos que sim. A ferramenta de planejamento estratégico é muito utilizada pelas organiza- ções em geral e ela nos permite aumentar as chances de sucesso em um negócio, pois conseguimos antecipar as ações nas quais a empresa estará exposta, condição que facilita a função do gestor. Sua pergunta deve ser o que de tão especial essa ferramenta tem. Por que ela parece ser a última maravilha do mundo? Essas são perguntas que não conseguire- mos responder facilmente, no entanto, após o estudo dessa disciplina você enten- derá, muito melhor, a importância em planejar de forma estratégica. Entre as diversas curiosidades que temos, algumas pessoas se perguntam como duas empresas do mesmo segmento, em busca do mesmo público, produ- zindo bens similares, utilizando ações de mercado similares, conseguem produzir resultados muito diferentes, umas conquistando o mundo e outras amargurando o fracasso? Bom, cada caso deve ser estudado de forma específica para saber quais moti- vos produziram esses resultados diferentes, mas esse pode ser o efeito do resulta- do do planejamento estratégico da empresa. Por aqui nós vamos estudar conceitos gerais sobre termos utilizados na área, assim como aprenderemos a utilizar diversas ferramentas que facilitarão a aplica- ção do planejamento estratégico. Você já está curioso(a) para saber o que é esse planejamento estratégico? En- tão, vamos lá, tenha uma boa leitura, busque fontes complementares de estudo e não se esqueça de interagir com os professores e tutores durante seus estudos. Apresentação 10 Objetivos da disciplinas: • Reconhecer uma estrutura de planejamento; • Abordar o planejamento estratégico demonstrando as vantagens em relação à melhoria do desempenho empresarial; • Demonstrar comoé feita a aplicação de ferramentas de planejamento. Competências e Habilidades da disciplina: • Identificação de oportunidades de mercado; • Capacidade de propor soluções para alavancar negócios; • Capacidade de construção de ações estratégicas que permitam a geração de lucro para as organizações. O Professor 11 O Professor Prof. Edson Demetrio Leal Formado em Administração e Direito, pós- graduado em Marketing, Gestão Empresarial e Planejamento do Ensino a Distância, Mestre em Educação, Comu- nicação e Administração. É sócio na Advocacia Leal e Brasil Networks, onde é palestrante e consultor de negócios, além de professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação. Aproveito o espaço para lembrar a fala de Albert Einstein “Toda mente que se abre a uma nova ideia, jamais retornará ao seu tamanho original”, façamos dessa aprendizagem o nosso passaporte para o sucesso. Introdução 13 Introdução Olá, caro(a) aluno(a)! Em nossa primeira unidade vamos falar sobre os conceitos iniciais e carac- terísticas gerais do planejamento estratégico. Em nossa segunda unidade vamos aprender muito sobre análise de ambiente, diagnóstico e tomada de decisão. Nas terceira e quarta unidades o nosso enfoque será mais prático com a aplicação de matrizes utilizadas para o desenvolvimento do planejamento estratégico. Você não deverá limitar seu estudo somente ao livro didático, busque outras fontes de consulta que sejam confiáveis, acesse nossos fóruns, midiateca, videoau- las, bibliotecas (físicas e digitais) e não se esqueça de compartilhar com todos o que você tem aprendido com seus estudos. Unidade 1Como estruturar um planejamento estratégico 15 1Unidade I Como estruturar um planejamento estratégico 1.1 Compreendendo o planejamento estratégico É muito importante que você compreenda o planejamento estratégico, mas para ficar mais fácil, que tal se aprendêssemos primeiro o que é planejamento e depois o que é estratégia? Assim, poderíamos tornar mais fácil nosso processo de aprendizagem e perceber que tudo isso pode ser mais simples do que parece. Quando falamos de planejamento estamos relacionando essa ferramenta com a técnica de antecipação dos fatos, ou seja, imaginar o que poderá acontecer daqui a algum tempo para que seja possível criar algum tipo de preparo para o futuro, no caso das empresas, para prever quais recursos e ações deverão ser tomadas para aumentar as chances do sucesso. Unidade 1 Como estruturar um planejamento estratégico 16 EM POUCAS PALAVRAS ... É o processo de determi nar, de forma antecipada , todas as ações que a em presa deverá tomar para alcançar o sucesso e red uzir os erros. (...) as organizações são confrontadas por excitantes e dinâmicos desafios competitivos nesse início de milênio. Hoje, a palavra de ordem é a geração de margens e retornos acima da média, não só para grandes como também para as médias e pequenas or- ganizações (CHIAVENATO e SAPIRO, 2003, p.4). Parece bem simples e é bem simples, imagine que você se prepara para ir à praia. Com o que deve se preocupar e precisa levar consigo para garantir uma boa diversão? Se o seu pensamento estava relacionad o a levar roupas de banho, tipo de tran sporte para chegar à praia, hospedagem, alim enta- ção, clima para garantir a escolha de u m dia agradável, o que você acabou de reali zar é o que chamamos de planejamento, viu co mo foi simples? As empresas fazem isso da mesma forma, determinam quais os recursos preci- sarão para desenvolver uma determinada ação, e esse recurso pode ser tecnológico, financeiro, humano, material, intelectual, entre outros que possa existir. Agora, que tal pensarmos em estratégia? Você sabe o que esta palavra signifi- ca? Unidade 1Como estruturar um planejamento estratégico 17 Essa palavra surgiu com a guerra e servia para determinar a maneira como os soldados iriam derrotar seus inimigos, sendo assim, estratégia é a forma que se imagina para que o soldado possa derro- tar os seus inimigos. Talvez sua pergunta seja: mas qual a relação desse termo com as empresas? Quem são os inimigos de uma empresa? Isso mesmo, os seus concorrentes. No âmbito empresarial a palavra estratégia é utilizada para descrever as ações que serão utilizadas para derrotar os concorrentes, a forma de como tornar-se diferente e melhor do que as outras empresas, o que é possível fazer para conquistar os clien- tes, tornando-se mais atrativo do que as empresas concorrentes. Sendo assim: A ESTRATÉG IA... ... represen ta as ações que permi tirão que uma em presa se to rne melhor do que seus co ncorrentes , conseguin do conquistar os clientes potenciais d essas empresas. A melhor e stratégia to rna a empresa m ais atrativa aos seus cl ientes. O desenvolvimento de uma estratégia pode ocorrer de diversas formas, algu- mas mais complexas, outras vezes bem simples, o importante é que seja possível criar a percepção para o cliente de que uma empresa é melhor do que a outra. Aquela empresa que é ou parece ser melhor do que seu concorrente significa dizer que desenvolveu uma melhor estratégia. Unidade 1 Como estruturar um planejamento estratégico 18 Que tal se juntarmos as duas palavras (Planejamento e Estratégia) para forma- mos o conceito de que tanto esperamos estudar por aqui? Vamos lá: É a técnica que permite o levantamento de hipóteses de ações e determinação de recursos para tais ações, objetivando o sucesso empresarial com a conquista dos clientes e diferenciação em relação aos concorrentes. Planejamento Estratégico • Algumas empresas, em mercado de baixa concorrência, não possuem a preocupação em ser melhor do que os concorrentes. Para isso, basta que a demanda pelos produtos seja maior do que a oferta. • Nem sempre a concorrência é negativa, em algumas situações elas aju- dam a criar uma cultura por determinado produto ou por determina- da região, fazendo com que os clientes queiram comprar e busquem por esses produtos naquela região, esse é o caso do polo de informáti- ca na Santa Efigênia, em São Paulo. Conheça mais: Pesquise sobre APL (Arranjo Produtivo Local) e verá um pouco sobre a vantagem de não derrotar os inimigos, pesquise também sobre aliança estratégica entre empresas concorrentes. Você aprenderá que isso poderá permitir barganha na compra de insumos, isso também é planejamento estratégico. 1.2 Fases do planejamento Há quase uma regra quanto às fases de um planejamento, isso porque algu- mas condições são essenciais para a realização de um planejamento, mas apesar Unidade 1Como estruturar um planejamento estratégico 19 disso, algumas vezes as empresas não seguem esses caminhos, preferem fazer de forma diferente, podendo ou não conseguir resultados positivos. A proposta da criação das fases de um planejamento serve para facilitar o pro- cesso de desenvolvimento de um planejamento, bem como para elucidar de forma prática conceitos e funcionamento do planejamento, mas para facilitar a compreen- são vamos começar com um fluxo indicativo dessas etapas para que possamos en- tender melhor. Figura 1.1- Fluxo das fases de planejamento Ideia Planeja- mento Plano Ação Controle Revisão Fonte: Elaborado pelo autor. ä ä Unidade 1 Como estruturar um planejamento estratégico 20 ä ä Unidade 1Como estruturar um planejamento estratégico 21 ä Perceba que a empresa está sempre em busca de uma tendência paraa ex- celência, um processo de melhoria contínua para tornar a empresa cada dia mais competitiva no cenário empresarial. 1.3 Níveis de planejamento Chegamos a um momento muito especial de nossa disciplina, esta é a fase em que vamos aprender como podemos classificar o planejamento, isso é o que cha- mamos de níveis de planejamento, uma separação com base nas características que cada um possui. O planejamento pode ser classificado como Operacional, Tático e Estratégi- co e suas classificações decorrem da responsabilidade, tempo e o objetivo utilizado para o desenvolvimento do planejamento. Não se preocupe, vai ficar muito mais fácil quando conseguirmos realizar uma análise mais detalhada de cada de um, mas antes, que tal tentarmos compreender esta figura? Unidade 1 Como estruturar um planejamento estratégico 22 Figura 1.2- Níveis de planejamento Estratégico Direciona a empresa / Longo prazo Tático Direciona o departamento / Médio prazo Operacional Direciona o indivíduo / Curto prazo Fonte: Elaborado pelo autor. { É aquele que direciona o caminho no qual toda a empresa deverá trilhar para atingir um resultado, por meio desse planejamento é que todos os outros serão desenvolvidos. Esse nível de planejamento mexe com todos os departamentos e pessoas da empresa, por isso, normalmente, é desenvolvido pela alta cúpula da organização e o prazo de desenvolvimento é sempre de longo prazo. Mais à frente trabalharemos essa relação de prazos para que fique fácil a sua compreensão do tema. Pl an ej am en to Es tr at ég ic o { É aquele que direciona as ações dos departamentos, determina o que cada departamento precisa fazer e produzir de resultado para que ao juntar as ações de todos os departamentos da empresa, con- siga se alcançar o objetivo, a meta da organização prevista no plane- jamento estratégico. Esse nível de planejamento é produzido pela média cúpula da or- ganização, normalmente coordenadores, gerentes, supervisores e outras funções de chefia média, quanto ao prazo, o período é classi- ficado em médio prazo. Pl an ej am en to Tá ti co Unidade 1Como estruturar um planejamento estratégico 23 { Está mais próximo da base da pirâmide. É aquele que tem como pla- nejar a equipe de baixa cúpula organizacional, normalmente líderes e a própria equipe de operação. Esse nível de planejamento serve para determinar o que cada indi- víduo ou função deverá realizar para auxiliar no processo de atin- gimento do planejamento tático. Normalmente, os planejamentos operacionais ocorrem em curto prazo, condição de tempo que na prática depende do tipo de atividade da empresa, mas é comum que diversos autores considerem menos de um ano de antecipação das ações. Pl an ej am en to O pe ra ci on al Quadro 1.1 - Comparativo dos níveis de planejamento Estratégico Tático Operacional Direcionamento Direciona por qual ca- minho a empresa deve seguir para alcançar o sucesso do seu negócio. Direciona o que cada departamento precisa fazer para atingir sua parcela em relação ao objetivo da empresa. Determina o que cada indivíduo precisa reali- zar para que o departa- mento cumpra com seu objetivo. Responsável Alta cúpula (Presidente, CEO, superintendente, diretores, etc.) Média cúpula (Coorde- nadores, gerentes, su- pervisores etc.) Baixa cúpula (Líderes de seção, assistentes, analistas, operadores etc.) Período Via de regra, mais de 5 anos. Via de regra, entre 1 e 5 anos. Via de regra, menos de 5 anos. Exemplo O objetivo da empresa é aumentar sua lucra- tividade em 12% no pe- ríodo de um ano. • Departamento de Vendas: Aumentar as vendas em 7%; • Departamento de Logística: Reduzir o consumo de com- bustível e quebra de veículos em 6%. João, de vendas, deverá aumentar 6% o volume de vendas no supermercado “Boa Sorte”; Juliana, da Logística, deverá abastecer o caminhão somente em posto de combustível que ofereça desconto para abastecimento de frota. Fonte: Elaborado pelo autor. Unidade 1 Como estruturar um planejamento estratégico 24 Em relação aos prazos, é possível que haja variação dos tempos de acordo com o negócio de cada empresa, por exemplo, as empresas de tecnologias, em que to- dos os dias são lançados novos produtos, pode considerar 6 meses como sendo um longo prazo. Nesses segmentos é possível dizer que o longo prazo tenha período di- ferente quando comparado com empresas do ramo de petróleo e gás, por exemplo, e essa condição pode ocorrer em qualquer período de planejamento (curto, médio ou longo prazo). 1.3.1 Vantagens do planejamento estratégico Você parou para pensar o motivo que leva a empresa a se esforçar investindo seus recursos para realizar um planejamento estratégico? Com certeza existe algum motivo muito importante que conduz a empresa a esse caminho, entre esses moti- vos podemos apresentar como vantagem: • Demonstrar qual o potencial de conquista da empresa, uma vez que o pla- nejamento é embasado nos recursos que a empresa pode dispor, bem como no que esses recursos podem ser transformados; • Dar um sentido de direção para toda a empresa, para que as pessoas te- nham um alvo a perseguir, um horizonte no qual precisam alcançar. Quan- do não há esse direcionamento é possível que ocorra um conflito de di- recionamento dentro da organização, afinal cada um seguirá pelo caminho que melhor lhe convir, sem pensar no que é mais im- portante para a organização; • Facilita na projeção financeira da organiza- ção, pois a empresa pode prever seu lucro, suas despesas e receitas, com base em es- timativas. Quanto melhor o planejamento, maior a chance de a empresa lograr êxito em suas previsões. Unidade 1Como estruturar um planejamento estratégico 25 Fluxograma 1.1 - Vantagens do planejamento estratégico Conquista Direção Projeção Potencial de con- quista da empresa Determinar qual o caminho a empresa deve seguir Previsão de recur- sos (financeiros, físicos, humanos etc.) Fonte: Elaborado pelo autor. Outras vantagens poderão surgir a depender de cada organização, mas o que se espera de você, é que entenda que o planejamento pode gerar um aumento de carga de trabalho (inicialmente), mas que esse planejamento é imprescindível para auxiliar no sucesso da empresa, condição que leva as principais organizações a cons- truírem grandes impérios. Aprendemos que: Planejar é um processo sistêmico, que exige a compreensão e dedicação do planejador para realizar uma previsão eficiente. Além disso, esse processo passa por revisão, controle e execução de forma simultânea, alterando-o sempre que preciso. Também é importante lembrar que nosso estudo de- monstrou a existência de três níveis de planejamento (Estratégico, Tático e Operacional), tendo cada um deles sua característica própria de prazo, de responsável sobre o desenvolvimento e a direção que determinado nível traz como regra. Unidade 1 Como estruturar um planejamento estratégico 26 Referências da Unidade I BARNEY, Jay B.; HERTERLY, William S. Administração estratégica e vantagem competitiva: conceitos e casos. São Paulo: Pearson, 2011. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica. São Paulo: Thomson, 2002. MINTZBERG, Henry. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: Bookman, 2006. PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando umdesempenho superior. 28. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 27 2Unidade II Diagnóstico empresarial 2.1 Análise ambiental Seja bem-vindo(a) à segunda unidade do nosso livro didático, espero que tenha compreendido bastante, até agora, sobre a ferramenta de planejamento estratégico, afinal ela auxiliará você muito no seu dia a dia profissional. Você já deve ter compreendido a função dessa ferramenta, mas já parou para se perguntar: Como estruturá-la?? É preciso ter alguma base para começar a aplicação dessa ferramenta?? Essas são algumas das perguntas que, ao longo da unidade, iremos responder. A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 28 Nesse momento o que queremos que você compreenda é que toda empresa precisa de informações para tomar suas decisões, mas elas nem sempre são fáceis de serem encontradas, apesar de serem essenciais para o funcionamento das es- tratégias empresariais e, é por isso que as organizações em geral estão dispostas a pagar para ter acesso à essas informações. Quanto maior o volume de informações, maiores serão as chances de sucesso das empresas, uma vez que auxilia na assertividade dos caminhos pelo qual a empresa deverá seguir. Então, a palavra de ordem será: “Quais as informações que dispomos para realização de nosso planejamento empresarial?”. Acho que já deve ter compreendido que nesta unidade nosso foco será a busca pela informação perfeita (se é que existe perfeição quanto ao tema informação), pois assim faremos um eficiente diagnóstico do cenário no qual a empresa está inserida e definiremos qual a melhor ação a ser adota. Mas, o que é diagnóstico? Processo analítico (análise aprofundada) para iden tificação de um evento ou das condições d e um ambiente que poderão trazer algum i mpacto à organização. Quando pensamos em análise ambiental o que vem a sua cabeça? Na maior parte das vezes criamos a relação de ambiente ou meio ambiente com natureza, no entanto, ambiente é algo que vai muito além, representa tudo aquilo que está ao redor de algo e que pode causar interferência. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 29 Agora, como nosso estudo é do cenário empresarial, a análise ambiental deverá estudar tudo aquilo que poderá causar impactos na empresa, sejam positivos, sejam negativos. Esses impactos são estudos em planejamento estratégico para que a empresa possa se antecipar a essas situações e tirar o máximo de proveito de cada condição. Você já parou para pensar o que pode causar impacto em uma empresa? Vamos fazer um teste para aprimorarmos um pouco esse método? Imagine que você é o p roprietário de uma bolateria (loja que vende bolos) em uma grande metrópole, mas percebe q ue em alguns momentos o volume de vendas (dema nda) fica muito baixo e vo cê quer aproveitar esses mo mentos para desenvolver outros negócios. Quais informações abaixo podem causar interferência no negócio dessa empresa? Clima Temperatura, falta ou excesso de chuva. Economia Variação do preço do dólar. Cultura As pessoas possuírem o costume do consumo de bolo. Tecnologia Desenvolvimento de uma máquina de uso doméstico que faz bolo de forma simples. A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 30 Então, já pensou qual dessas interferências pode facilitar ou prejudicar o desempenho de sua empresa? Acredite, todas essas interferências poderão causar impacto ao negócio da empresa. Os fatores que parecem menos prováveis para algumas pessoas são o clima e a economia, mas se você parar para pensar: Saiba mais: As interferências (fatores que podem causar impactos positivos ou nega- tivos para empresa) sempre existirão e elas são molas que impulsionam as empresas a se tornarem cada vez melhor. As interferências negativas exigem que as empresas saiam de sua zona de conforto para produzir me- lhorias, condição que também as tornam mais competitivas. Claro que outros fatores são importantes e podem causar interferências, mas o que você deve compreender é que se a empresa não conhecer o ambiente no qual ela está inserida, então ela correrá o risco de não estar preparada para os eventos que vierem a ocorrer, como um estoque de insumos para que não precise alterar o preço do bolo, ou então criar estoque para que não deixe de produzir um determinado sabor em decorrência do aumento do preço da matéria-prima. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 31 2.1.1 Classificação da análise ambiental Conforme vimos no caso do bolo, a análise ambiental é utilizada para identificar as interferências que podem causar impactos, negativos ou positivos, em uma organização. Esses impactos recebem classificações que permitem um tratamento específico para cada tipo de interferência. Alguns autores consolidam a análise ambiental como sendo interna, aquela que ocorre dentro da empresa e que pode afetá-la diretamente, onde a mesma possui autonomia para se defender, e a análise externa, aquela em que as interferências não ocorrem dentro da empresa, pode afetá-la de forma indireta e normalmente a empresa não pode se defender. Parece difícil? Não se preocupe, vamos trabalhar com outro tipo de classificação que será mais simples a sua compreensão, vamos dividir nossa análise em macroambiente e microambiente e ambiente interno. Esquema 2.1 – Análise de ambiente Macroambiente Interferências incontroláveis Microambiente Interferências controláveis Ambiente interno Interferências controláveis Fonte: Elaborado pelo autor. A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 32 2.1.1.1 Análise de macroambiente Representa todas as interfe- rências que são consideradas incontroláveis. Podemos utilizar como exemplo de interferência de macroambiente a política, a economia, a religião, a cultura e outras características sociais, a necessidade de desenvolvimento de novas tecnologias, as leis, o am- biente natural (clima, terremotos, maremotos, geografia etc). è è Macroambiente Ou seja, aquelas na qual a em- presa não tem autonomia para resolver, mas que ainda assim poderão amenizar os impactos. è Veja, por exemplo, uma empresa que possui uma plantação de laranja para fabricação de sucos, mas em determinado período do ano passa a ter problemas com a falta de chuva, condição essencial para garantia da sobrevivência de seu negócio. Consi- derando essa interferência, a empresa não consegue ter uma ação para fazer chover mais, no entanto, ela pode amenizar a situação com a irrigação artificial, seja por carro pipa, ou água vinda de tubulação. Per- ceba que nesse exemplo a empresa não pode resol- ver o problema, apenas amenizar os impactos. Neste mesmo sentido ocorrem as outras interferências, no caso de uma decisão política sobre o aumento de preço dos tributos, a empresa pode repassar o custo para seus clientes; no caso da necessidade de um novo equipamento para a camada pré-sal, em profundidade que não haja equipamento desenvolvido para extração do petróleo, a empresa poderá investir em pesquisa e desenvolvimento; se baixou o poder aquisitivo da população e agora eles não conseguem comprar produtos em grande escala, então reduzimos para porção única ou baixamos os preços; se as pessoas não estão acostumadas a utilizar um determinado produto, então colocamos um personagem famoso utilizando tal produto para criar a cultura de consumo, e assim por diante. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 33 Esquema 2.2 – Características de macroambiente ää ä Fatores incontroláveis Possibilidade de manter-se competitivaPodem ser amenizados Macroambiente Fonte: Elaborado pelo autor. Perceba que para essas ações a empresa não consegue resolver o problema, não é possível que ela determine que essa condição retome para outra direção, mas há casos em que ela poderá amenizar o impacto dentro de sua estrutura, conforme os exemplos apresentados, permitindo que ela continue competitiva no cenário empresarial. 2.1.1.2 Análise de microambiente Este é o momento que estudaremos sobre microambiente, pois provavelmente você já compreendeu, com precisão, as análises de macroambiente. Quando realizamos uma análise de microambiente identificamos todas as interferências que podem causar impacto na empresa ou no produ- to, e que esteja relacionado a clientes, concorrentes, fornecedores e para alguns casos, agências reguladoras. è Microambiente A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 34 Alguns autores não consideram as agências reguladoras como micro- ambiente, porque as empresas não possuem autonomia sobre essas agências, condições que as tornariam um fator de macroambiente, no entanto, muitas ações das agências reguladoras estão vinculadas à re- comendação e as empresas não são obrigadas a seguir, poderão fazê -lo, mas desde que cumpram a lei, não precisarão seguir as recomen- dações, somente se estas forem transformadas em portarias. è è Essa interferência é chamada de controlável porque a empresa possui autonomia para resolver os problemas que surgirem, por exemplo, se o cliente não pagar, a empresa deixa de vender e poderá cobrá-lo judi- cialmente; se o fornecedor não entrega, muda de fornecedor ou cobra multa por atraso de entrega (se houver contrato estipulando essa con- dição); se o concorrente baixar o preço, a empresa pode baixar mais ainda, se o concorrente investe em divulgação, a empresa pode fazer o mesmo. O estudo sobre o cliente é voltado para compreender o comportamento e as características que eles possam apresentar, mas só é possível essa condição quando se conhece o cliente, condição que torna importante o estudo da segmentação de mercado. Faremos esse estudo em breve. Quanto aos concorrentes, esses são considerados como aqueles que vendem o mesmo produto que você (concorrente direto) ou aqueles que disputam o mesmo mercado que você com produtos diferentes dos seus, mas que ao consumo do cliente, impede ou inviabiliza o consumo do seu produto (concorrente indireto). Para entender melhor, imagine que você venda lanches de queijo e bacon em frente à universidade e outra pessoa também passe a vender o mesmo produto, esse será um concorrente direto. Os concorrentes indiretos são aqueles que não vendem os mesmos produtos, no entanto, ao comprar um produto desses, o cliente deixa de comprar seu produto, pois o produto dele tem a função de substituir o seu, por exemplo, o mesmo cliente comprou uma refeição em um restaurante e por isso não vai comprar o seu lanche. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 35 Agora vamos compreender quem são os fornecedores. O fornecedor: É aquele que of erta a matéria-prima para a produção de um bem , mas não somente esses, também são aqueles que sã o contratados para dar su- porte à execução dos produ tos da empresa, por exem- plo: quem transporta o prod uto, a empresa que atende o cliente no serviço de SAC (Se rviço de Atendimento ao Con sumidor), a empresa que cria as propagandas etc . . Imagine a situação em que o cliente compra uma televisão tendo como diferencial competitivo o prazo de entrega, mas a empresa não dispõe de transportadora, utiliza caminhões agregados para a movimentação de seus produtos. Se esses veículos não chegarem no prazo determinado, talvez o cliente não volte a comprar mais dessa empresa, justamente pelo não cumprimento da obrigação de um fornecedor. 2.1.1.3 Análise de ambiente interno Alguns autores preferem tratar este nível de ambiente junto ao ambiente interno, mas aqui o trataremos de forma específica. Neste nível de ambiente tratamos todas as interferências que ocorrem dentro da empresa, representam os recursos no qual a organização dis- põe, ou não, é o que chamamos de interferências “do portão para den- tro da empresa”. Essa interferência é controlável, pois a solução só depende da própria empresa, por exemplo: A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 36 Se a empresa não possui recurso humano competente, capacita ou contrata novos. Se a empresa não possui produto suficiente, compra de outra empresa ou produz. Se a empresa não possui dinheiro, pede empréstimo no banco ou vende seus produtos. Perceba que em todas essas condições a autonomia é específica da empresa e não depende de ninguém a sua decisão. Se criarmos um quadro comparativo entre os 3 ambientes estudados, teremos: Quadro 2.1 - Comparativo de análise de ambiente TIPO DE AMBIENTE Macroambiente Microambiente Ambiente interno ABRANGÊNCIA Política, Economia, Cultura, Clima, Geografia, Tecnologia e Sociedade. Clientes, Concorrentes, Fornecedores e Agências Reguladoras Todos os recursos da empresa FATOR DE CONTROLE Incontrolável Controlável Controlável Fonte: Elaborado pelo autor. 2.2 Segmentação de mercado A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 37 Com certeza você já ouviu falar em segmentação de mercado, mas você sabe o que isso significa? Segmentação é o processo de c lassificar coisas, pessoas (física ou jurídica) e lugares em características comu ns. Posso segmentar empresas ( montado- ras de veículos localizadas em Sã o Bernardo do Campo), posso se gmentar clientes (homens, de 15 a 18 an os, estudantes do ensino técnico ) e posso segmentar produtos (produtos d e beleza voltados para mulheres e comer- cializados no Sudeste do Brasil). O nosso estudo de segmentação focará o público-alvo para que possamos conhecê-lo por meio da classificação do mesmo em grupos com características comuns, ora pelo seu comportamento, ora pelo seu perfil ou por qualquer outra característica. A classificação do público-alvo pode ser feita considerando diversas características, entre elas, as mais comuns, são:. Inclui a idade, sexo, raça, estado civil, dimensão da família, formação, ocupação, rendimento etc; Demográficas País, Estado, município, bairro, rua, local específico, região urbana ou rural, clima etc; Geográficas Representam os valores, crenças e atitu- des (onde se incluem as preferências políticas, a religião, o status socioeconômico, a cultura, os passatempos etc); Psicográficas A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 38 Indicam a lealdade à marca, taxa de utiliza- ção, aplicação dada ao bem, benefícios percebi- dos etc. Comportamentais Pode ser um exemplo de público-alvo aquele que a empresa quer alcançar, as mulheres, entre 30 a 45 anos, que morem na grande São Paulo, que sejam de classe C, tenham carro importado e curso superior. Conhecendo esse público torna- se mais fácil compreender o que os mesmos querem receber, aumentando os níveis de satisfação e facilitando o processo de relacionamento com a empresa e com o produto. Conhecer essa condição é um passo fundamental para a assertividade do plano estratégico da empresa, afinal toda empresa serve para ter lucro (exceto as filantrópicas) e para que isso aconteça a empresa precisa fazer com que os clientes comprem seus produtos e estes só comprarão quando a empresa conseguir compreender as necessidades e desejos dos seus clientes. 2.3 Tomada de decisão Você lembra para que serve um planejamento estratégico? Essa pergunta lhe parece familiar?Já viu algo parecido por aqui nesta disciplina? Muitas empresas, principalmente as que não possuem uma gestão profissional, se questionam sobre o quanto é importante a realização de um planejamento, isso acontece porque o planejamento leva tempo e exige a disponibilidade de recursos para seu desenvolvimento (pessoas, computadores, softwares, telefone, impressoras etc.). Lembre-se de que no início da primeira unidade aprendemos que o planejamento servia para aumentar as chances de sucesso e reduzir os riscos de erros, mas agora vamos criar um aprofundamento maior a essa condição, trataremos o planejamento como uma ferramenta para tomada de decisão. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 39 Tomada de decisão: É a resolução a ser adotada após um julgamen- to, isso significa dizer que ao realizar o levanta- mento de informações acerc a de uma situação é possível determinar o que deve ser feito para tirar o melhor proveito daqu ela condição. Agora, que tal vincular a ferramenta de planejamento estratégico com a tomada de decisão? Uma vez que se têm informações acerca de um evento é necessário tomar uma decisão, determinar o que deve ser feito, mas para garantir que a decisão será cumprida, nada melhor do que detalhar essas ações em um plano. Para a tomada de decisão é necessário realizar uma análise ambiental e também conhecer os objetivos que se pretende atingir, para somente então se tomar uma decisão, determinar o que precisa ser feito. Perceba que o que se espera dessa ação é que a tomada de decisão possa tornar a empresa melhor do que seus concorrentes, e por isso é importante se planejar (Planejamento Estratégico). Para vincular a tomada de decisão temos, então: Esquema 2.3 – Ciclo da tomada de decisão Levantamento de informação Tomada de decisão Planejamento estratégico Fonte: Elaborado pelo autor. A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 40 Em palavras mais simples, a tomada de decisão antecede o planejamento estratégico, pois ele deve descrever de forma detalhada o que se decidiu acerca de um problema. Que tal um exemplo: A empresa Broquinha LTDA percebeu que nos últimos 4 meses está vendendo pouco suco de limão e vendendo mais suco de açaí, o problema que eles encontram nesse fato é que a matéria-prima açaí é mais cara do que o limão e ambos os produtos possuem o mesmo preço de venda, logo, vender suco de açaí é menos lucrativo. A empresa resolveu investigar e descobriu que: • Nos últimos 4 meses instalou-se um período de frio mais intenso; • No frio as pessoas buscam consumir produtos mais calóricos; • O açaí é mais calórico do que o limão; • O limão causa uma percepção de refrescância para o consumidor e por isso é mais consumido em período de calor; • As empresas concorrentes também perderam venda do suco de limão, mas para compensar a variação das vendas, aumentaram o preço do suco de açaí. Com base nessas informações, a empresa precisa tomar uma decisão. Para não parecer que está aumentando o preço do suco de açaí, vai ofertar um combo para estimular a venda de outro produto com alta lucratividade para diminuir a perda de lucro com a venda desse suco, então a empresa que vendia o suco a R$7,00 e o lanche de calabresa a R$12,00, vai criar um combo no qual o suco e o lanche serão amplamente divulgados e juntos custarão R$18,50. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 41 Perceba que a diferença de preço não parece ser muita, mas ao investir na comunicação do combo produzirá maior demanda para o produto. Agora, a forma detalhada de como fazer isso é o que chamaremos de planejamento estratégico (antecipação dos fatos, direcionando as ações de toda a empresa para tornar-se melhor do que os concorrentes). Agora, basta envolver o setor de comunicação e marketing (para criar banners, flyers, campanhas em mídias sociais etc), o setor de compra de insumos (para melhorar a negociação sobre a compra de açaí e calabresa), o setor financeiro (para melhorar a gestão das novas receitas e aumento de pagamento aos fornecedores de calabresa e açaí) e o departamento de gestão de estoque (para controlar a alteração de produtos armazenados) etc. Percebeu que da tomada de decisão foi possível criar uma ação de planejamento estratégico? Bom, então é isso, mas que tal se na próxima unidade falássemos das ferramentas que permitirão um melhor desempenho do nosso levantamento de informações, da nossa tomada de decisão e de nosso planejamento estratégico? Está preparado? Então, vamos lá! Saiba mais: O diagnóstico empresarial pode ser desenvolvido por meio de ferramentas, como aquelas que aprenderemos em nossas próximas unidades. As fer- ramentas têm como função facilitar o processo de diagnóstico e criar um caminho para que o profissional de planejamento possa seguir durante o desenvolvimento de suas atividades. Ferramentas simples já utilizamos em nosso dia a dia, como a lista de compras para ir à um supermercado (check list), por sua vez tem a dependência de análise de ambiente para identificar o que está faltando em seu armário. Faça um teste, planeje sua compra de alimentos com uma análise de ambiente e depois um planeja- mento, caso não seja comum essa condição em sua vida, avalie se houve benefício em relação a ganho de tempo e lucro. É essencial que aprenda com o máximo de profundidade as informações sobre análise de ambiente, pois é a partir dessas informações que o pla- nejamento vai se consolidar, caso não haja uma análise eficiente do am- biente, então todas as estratégias poderão ser mal direcionadas no plane- jamento. A Braz CubasUnidade 2 Diagnóstico empresarial 42 Dicas Assista ao filme “Uma Mente Brilhante” e perceba que o tempo inteiro o ator realiza análise de ambientes e identifica as ações que precisam ser tomadas. Leia também outros materiais que tratem sobre o assunto de análise de ambiente, você perceberá que quanto mais você compreende o tema, mais fácil será sua capacidade de tomada de decisão em um ambiente empre- sarial. Aprendemos que: É preciso analisar com o máximo de precisão os ambientes para que te- nhamos um melhor resultado tanto do planejamento quando da tomada de decisão. Do mesmo modo aprendemos que decisão mais assertiva só é possível quando realizamos uma análise de ambiente, seja em nível de microambiente, macroambiente ou ambiente interno. Vimos também que o processo de desenvolvimento de uma segmentação de mercado é importante para compreender as expectativas dos clientes em relação às estratégias que serão adotadas pela empresa, evitando es- forços que serão infrutíferos. Por fim, vimos que o processo de tomada de decisão deve preceder do le- vantamento de informações para que em momento posterior seja possível o desenvolvimento de um planejamento estratégico. Referências da Unidade II BARNEY, Jay B.; HERTERLY, William S. Administração estratégica e vantagem competitiva: conceitos e casos. São Paulo: Pearson, 2011. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica. São Paulo: Thomson, 2002. A Braz CubasUnidade 2Diagnóstico empresarial 43 MINTZBERG, Henry. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: Bookman, 2006. MOREIRA, J. C. Tavares e NETO, Rafael Olivieri. Marketing Business to Business. São Paulo: Makron Books, 1998. PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 28. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. YANAZE, Mitsuru Higuchi; MARKUS, Kleber e CARRILHO Kleber. Marketing Fácil. São Paulo: Editora Saraiva, 2012.A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 45 3Unidade III Ferramentas de planejamento estratégico 3.1 Matriz 5W2H Chegou um momento muito importante de nossa disciplina, não porque os outros momentos não tenham sido importantes, mas porque agora você poderá realizar uma aplicação prática das técnicas de planejamento estratégico. Este é o momento em que você aprenderá a utilizar diversas ferramentas para planejar. Está preparado? Então, vamos lá! A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 46 M at ri z 5W 2H Outra informação importante que você precisa saber é que essa é uma ferramenta que facilita o pro- cesso de planejamento, de anteci- pação das ações que deverão ser desenvolvidas e sua principal fun- ção é formalizar e detalhar cada etapa desse planejamento. Essa ferramenta é chama- da de matriz por permitir o cruzamento de diversas informações, isso mesmo, aquela onde você adiciona diversas informações e ela auxilia no controle e toma- da de decisão das mesmas. â A Matriz 5W2H é um instrumento que permite a formalização, em papel ou documento eletrônico, das ações que a empresa deverá desenvolver para atingir seu objetivo, detalhando cada tarefa para garantir o máximo possível de assertividade. A sigla 5W2H são iniciais, em inglês, de termos que representam perguntas direcionadoras para o desenvolvimento do planejamento, o que facilita o processo de tornar claro as atividades a serem desenvolvidas, bem como os níveis de respon- sabilidade em cada ação, conforme pode ser visto abaixo: WHO? WHAT? WHEN? WHERE? WHY? HOW? HOW MUCH? QUEM? O QUE? QUANDO? ONDE? POR QUE? COMO? QUANTO? Apesar dessa sequência na construção da ferramenta, não existe uma regra es- pecífica sobre a ordem das perguntas, podendo estas serem modificadas caso haja melhor adaptação ao negócio da empresa, ainda assim, farei aqui uma nova propos- ta de sequência utilizando como base a interação das perguntas, neste caso ficaria assim: A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 47 WHAT? WOW? WHO? WHERE? WHEN? HOW MUCH? O QUE? COMO? QUEM? ONDE? QUANDO?QUANTO? POR QUE? WHY? Nesta sequência imagine que temos um problema a ser solucionado, então essas perguntas funcionarão da seguinte forma: O QUE eu posso fazer para solucio- nar este problema? Acabamos de gerar uma SOLUÇÃO; COMO eu desen-volvo as ações des-ta solução? Acaba-mos de desenvolver um PROCESSO; QUEM irá desen- volver esse proces- so? Acabamos de desenvolver um RESPONSÁVEL; ONDE este re s- ponsável far á o desenvolvim ento do processo ? Aca- bamos de in dicar um LOCAL; QUANDO e ste pro- cesso será d esenvolvi- do neste loc al? Acaba- mos de de senvolver um CRONOG RAMA; QUANTO g astaremos para desen volver essa atividade co m todas es- sas caracter ísticas? Aca- bamos de desenvolver o ORÇAMEN TO para a atividade; POR QUE devemos de- senvolver essa ativida- de? Acabamos de criar a JUSTIFICATIVA DE VIABILIDADE. Essa ferramenta é muito usual, a quem prefira dizer que todo o planejamento operacional deve ser feito com essa ferramenta, mas o que de fato nos importa é que ela pode ser uma entre tantas outras ferramentas que nos auxiliarão no pro- cesso de planejamento em qualquer nível. Percebeu que essas perguntas facilitam A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 48 muito quanto ao processo de desenvolvimento de um planejamento? Independente do tamanho da empresa, essa ferramenta pode ser aplicada e gera resultados positivos. Essa ferramenta é muito legal, não é? Você já está prepara- do para aprender outra ferramenta? Que tal a Matriz SWOT? Então, vamos lá. 3.2 Matriz SWOT Assim como a Matriz 5W2H, a ferramenta de SWOT é considerada uma fer- ramenta de planejamento pelo cruzamento de informações, mas sua aplicação é anterior ao planejamento, pois ela permite realizar uma análise de cenário para que o gestor posteriormente possa tomar uma decisão e com base nessa decisão possa planejar. A palavra SWOT representa as iniciais, em inglês, de Forças, Fraquezas, Amea- ças e Oportunidades, conforme pode se observar: S (Strengths - Forças), W (Weaknes- ses - Fraquezas), O (Opportunities – Oportunidades) e T (Threats – Ameaças). É comum o surgimento dessa ferramenta, no Brasil, com o nome de Matriz FOFA, indicando as mesmas palavras traduzidas para o português. Nesta ferramenta, quando analisamos os pontos fortes e fracos buscamos identificar os fatores de competitividade de uma empresa em relação aos seus con- correntes, ou seja, os fatores que levam a empresa a ser melhor do que seus concor- A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 49 rentes. Deve ficar claro que esses fatores de atratividade são avaliados na percepção dos clientes e não da empresa. Essa ferramenta pode dar base para outras ferramentas, como é o caso da matriz BCG que vamos estudar agora, está preparado? 3.3 Matriz BCG Essa matriz é uma ferramenta que permite a análise do portfólio de produto da empresa sob a ótica da participação de mercado e de como se encontra o segmento em que a empresa atua. Por continuidade desses fatores, a matriz se divide em qua- tro quadrantes que representam símbolos que permitem uma alusão ao cenário no qual a empresa está inserida. A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 50 Estrela Incógnita Vaca Leiteira Abacaxi (+) S E G M E N T O (-) (+) PARTICIPAÇÃO DE MERCADO (Market Share) (-) Será considerado um produto ESTRELA aquele que está inserido em um segmento com amplo crescimento e que a empresa possui uma participação do mercado, tendo consigo a maior parte dos clientes quan- do comparado aos concorrentes. Sendo assim, é possível dizer que aque- le produto da empresa é um sucesso. Já o produto VACA LEITEIRA será aquele no qual a empresa possui a maior parte dos clientes quando comparado aos concorrentes, mas o segmento não anda bem, isto é, há uma tendência de queda no seg- mento, mas a maior parte dos clientes entende essa empresa como uma melhor opção de compra. Será considerado um produto INCÓGNITA (?) quando o segmento está em alta de vendas, no entanto, os clientes não compram o produto da empresa, estão comprando somente das empresas concorrentes. Isso significa que algo de errado está acontecendo com a empresa e ela pre- cisa rever os seus processos urgente, pode ser o preço, as promoções, a comunicação com o cliente, a comodidade ofertada ao cliente, ou qual- quer outro fator de atratividade de público. A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 51 Por último temos a classificação ABACAXI, que indica um produto com pouca participação de mercado em um cenário onde o segmento também está em queda, nesses casos o melhor a ser feito, via de regra, é retirar o produto de portfólio ou quando o volume de clientes ainda for alto, criar ações para tomar os clientes das empresas concorrentes. O que se observa é que essa matriz é representada por imagens que permitem a determinação de um cenário, mas ela também pode ser quantificada e aplicada junto com outras ferramentas para ampliar seu grau e efetivação. 3.4 Matriz GE Talvez o nome GE seja familiar a você, será que estamos falando da empresa General Electric? Estamos sim, pois essa matriz surgiu como uma parceria entre a empresa e a consultoria McKinsey como uma proposta de ampliar o desempenho da ferramenta que permite realizar uma análise de ambiente. Essa é uma matriz que serve para identificarcomo a empresa está no mer- cado em relação à atratividade que produz para seus clientes, ou seja, sua força competitiva em relação aos seus concorrentes. A classificação da matriz é feita de categorias que se dá por níveis altos, médios e baixos de atratividade, bem como de força competitiva. Para detectar a ação que a empresa deve adotar é necessário cruzar eixos nessa matriz indicando o nível de atratividade e de força competitiva. Assim, onde os pontos se unirem será possível diagnosticar qual a ação recomendável para re- duzir os riscos de insucesso no negócio. A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 52 Perceba, com base na figura abaixo, que a matriz indica cenários bons (clas- sificados em verde), cenários medianos (classificados em amarelo) e cenários ruins (classificados em vermelho). Cada um desses cenários indica o que a empresa deve fazer, entre outras possíveis ações, para amenizar os impactos da condição na qual a empresa se encontra. Figura 3.1 - Matriz GE Investimento Seletivo / Cau- teloso Investimento Seletivo / Cau- teloso Investimento Seletivo / Cau- teloso Investimento Seguro e Cres- cimento Investimento Seguro e Cres- cimento Investimento Seguro e Cres- cimento Zona de Perigo Colher e/ou Desinvestir Zona de Perigo Colher e/ou Desinvestir Zona de Perigo Colher e/ou Desinvestir Matriz GE - Mckinsey baixa média alta b ai xa m éd ia a lt a A ti vi da de d a in dú st ri a Força da unidade de negócio Adaptado de: FERNANDEZ e BERTON (2005). Essa matriz pode ser tanto quantificada (determinar valores numéricos), quanto qualificada (determinar qualidades não numéricas) por diversos critérios, dos quais consta determinar pesos para hipóteses de condições que se percebe no mercado. Imagine que em FORÇA COMPETITIVA estejam sendo avaliados os fatores nos quais a minha empresa tenha sido comparada com meu concorrente por meio da Ferramenta de SWOT (caso seja necessário, faça consulta dessa ferramenta em ou- tras fontes de pesquisa, inclusive em nossas bibliotecas) e foi possível descobrir que: • Meu preço é menor do que o preço concorrente (peso 5); • Minha empresa não possui estacionamento (peso 4); A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 53 • O atendimento dos meus vendedores é menos eficiente do que o atendi- mento dos concorrentes (peso 2); • Minha empresa não possui pronta-entrega e possui baixa variedade de produtos (peso 1). Em contrapartida, avaliando a atratividade do cliente, percebe-se que ele é atraído por preço baixo (peso 5), se importa com estacionamento para seu veículo (peso 2) e prefere empresas com grande variedade (peso 1). Se tivéssemos 10 clientes e multiplicássemos esses pesos pelo número de clientes, teríamos: Tabela 3.1 - Aplicação da Matriz GE Fator Avaliado Peso Respondentes Total Meu preço é menor do que o preço concorrente 5 10 50 Minha empresa não possui estaciona- mento. 4 10 40 O atendimento dos meus vendedores é menos eficiente do que o atendimento dos concorrentes. 2 10 20 Minha empresa não possui pronta -entrega e possui baixa variedade de produtos. 1 10 10 TOTAL 120 Fonte: Elaborada pelo autor. Em uma escala que poderá variar entre 0 e 120, meu fator de força competiti- va, ou seja, das características que eu tenho e meu concorrente não tem, estou com uma classificação no total de 50, e se dividirmos os quadrantes dessa escala em três teremos: A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 54 Tabela 3.2 - Quadrantes da Matriz GE 0 40 80 120 Força Competitiva Fonte: Elaborada pelo autor. Minha classificação estaria na média desses valores, indicando que tenho uma competitividade média. Se na mesma matriz avaliar os fatores de atratividade do cliente teremos: Tabela 3.3 - Aplicação dos fatores de atratividade da Matriz GE Fator Avaliado Peso Respondentes Total Preço baixo 3 10 30 Estacionamento 2 10 20 Variedade 1 10 10 TOTAL 60 Fonte: Elaborada pelo autor. Levando em consideração que o único fator que disponho de atrativo ao clien- te é preço baixo e que atratividade vai de uma escala de 0 a 60, então teremos uma matriz preenchida da seguinte forma: A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 55 Tabela 3.4 - Matriz GE preenchida 0 40 80 120 Força Competitiva A T R A T I V I D A D E 60 40 20 0 Fonte: Elaborada pelo autor. O cruzamento das células ocorre no quadrante verde, logo, conforme o mo- delo da Matriz GE apresentado no início dessa subunidade, a empresa deve fazer investimento seletivo e cauteloso. Essa ferramenta permite aplicações de modelos ainda mais complexos, mas que para nós não será abordado no livro didático, mas que caso queira poderá consultar em outras fontes de pesquisa. 3.5 Matriz GUT Chegou o momento de abordamos a Matriz GUT. Sua função é determinar as prioridades (ordens) na qual uma ação deve ser tomada quando há diversas ações a se desenvolver. Imagine, por exemplo, você no seu serviço e seu chefe lhe pede para preparar um relatório gerencial, 10 minutos após esse pedido ele surge com outro pedido para que faça a avaliação técnica de um contrato e acompanhe um cliente especial em visita à empresa, em seguida, 30 minutos depois, liga para você dizendo que é necessário finalizar a cotação de todos os clientes para que ele inicie o fecha- mento do período daquela carteira para contabilização do mês. Provavelmente, você deve estar se identificando com essa condição, mas a pergunta que fica é: “O que eu faço primeiro?”. Essa ferramenta serve para priorizar as atividades que deverão ser desenvol- vidas pela empresa por meio dos fatores de Gravidade, Urgência e Tendência, A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 56 itens que compõem as siglas GUT. Para esses fatores é mensurada uma priorização numérica utilizando números de 1 a 5, em que 1 é aquele fator que causa menor impacto e 5 aquele fator que causa maior impacto. Apesar dessa ferramenta ser subjetiva e depender da percepção de quem a desenvolve, o ideal é que a quantificação seja dada sempre com o pensamento para qual é o objetivo da empresa. Veja uma aplicação prática: Tabela 3.5 - Aplicação da Matriz GUT Ação Gravidade Urgência Tendência Total Preparar relatório gerencial 3 3 3 27 Realizar avaliação técnica 1 3 2 6 Acompanhar cliente 5 4 5 100 Fechamento da carteira 5 5 5 125 Fonte: Elaborada pelo autor. Neste caso, a primeira ação a ser adotada é aquele que der o maior resultado na multiplicação dos fatores, sim, os fatores são multiplicados (G x U x T). Logo, a pri- meira ação a ser desenvolvida seria o “Fechamento da Carteira”, seguido pelo ato de “Acompanhar o Cliente”, depois “Preparar o Relatório Gerencial” e, por fim, “Realizar Avaliação Técnica”. Se no exemplo da tabela 3.5 o fator no qual a empresa considera mais impor- tante é a ampliação do seu faturamento, então é possível dizer que a justificativa so- bre essa sequência se dá porque o fechamentoda carteira determina quais clientes ainda podem ser “atacados” antes de encerrar o período de pedidos do mês; depois acompanhar o cliente, ainda que seja um, pois essa será mais uma chance de efetivar uma venda. Logo após, o desenvolvimento do relatório gerencial, que determinará se há algum cliente não atendido por pendências passíveis de rápidas soluções, e por fim, a avaliação técnica que, via de regra, é desenvolvida em pós-venda. A Braz CubasUnidade 3Ferramentas de planejamento estratégico 57 Nessa matriz, GRAVIDADE indica a proporção do impacto que o não desenvolvimento daquela ati- vidade pode causar, URGÊNCIA está relacionada ao tempo de atendimento para se executar a atividade e TENDÊNCIA indica a consequência que decorrerá do não desenvolvimento daquela atividade. Saiba mais: Independente do tamanho da empresa, a ferramenta 5W2H pode ser aplicada e gerar resultados positivos. Grandes corporações e mesmo os pequenos negócios aplicam esse método em seus negócios, mas somente quando bem desenvolvidos é que se obtém sucesso. A Matriz 5W2H é um instrumento que permite a formalização, em papel ou documento eletrônico, das ações que a empresa deverá desenvolver para atingir seu objetivo, detalhando cada tarefa para garantir o máximo possível de assertividade. Não se esqueça de que quanto mais detalhado, mais eficiente a ferramenta pode se tornar. Dicas: Leia o artigo “A Utilização da Matriz SWOT como Ferramenta Estratégica”, disponível em nossa midiateca. Lá você encontrará mais informações para ampliar seu conhecimento sobre análise SWOT. A Braz CubasUnidade 3 Ferramentas de planejamento estratégico 58 Aprendemos que: Existem diversas ferramentas que permitem realizar uma análise de cená- rio empresarial e desenvolvimento do planejamento estratégico em uma empresa, cada um com sua função, uma complementando a outra, produ- zindo a melhoria do direcionamento das estratégias empresariais. Especificamente quando se trata de planejamento, uma das ferramentas mais utilizadas é o 5W2H pela facilidade de sua aplicação prática, por isso que esse processo é construído a partir de perguntas (O que? Como? Quem? Onde? Quando? Quanto? Por que?) que direcionam as tarefas a serem desenvolvidas em cada uma das fases. Referências da Unidade III BARNEY, Jay B.; HERTERLY, William S. Administração estratégica e vantagem competitiva: conceitos e casos. São Paulo: Pearson, 2011. FERNADES, B. H. Rocha; BERTON, Luiz Hamilton. Administração Estratégica da competência empreendedora à avaliação de desempenho. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. HITT, Michael A.; IRELAND, R. Duane; HOSKISSON, Robert E. Administração estratégica. São Paulo: Thomson, 2002. LAMENZA, Ademir. Estratégias Empresariais: pesquisas e casos brasileiros. São Paulo: Editora Saint Paul, 2008. MINTZBERG, Henry. O processo da estratégia: conceitos, contextos e casos selecionados. Porto Alegre: Bookman, 2006. PORTER, Michael E. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 28. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005. . A Braz CubasUnidade 4Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 59 4Unidade IV Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 4.1 Estrutura VRIO Agora vamos falar de posicionamento competitivo, mas você já parou para pensar o que de fato isso representa para empresa? Saiba que esse posicionamento pode mudar todo o negócio de uma corporação. Bom, é isso que estudaremos nesta fase de nossa disciplina, espero que esteja preparado para aprender mais esse con- teúdo. Então, vamos lá! Para que uma empresa consiga manter-se diferenciada de seus concorrentes e consequentemente possua a vantagem competitiva, ela precisará criar algumas A Braz CubasUnidade 4 Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 60 estratégias. Em partes, a estrutura VRIO colabora para essa formação do diferencial competitivo e faz com que a empresa torne-se sustentável no mercado. É uma ferramenta que analisa as características da empresa em re- lação aos seus recursos e a sua competência no desenvolvimento de suas ações, auxiliando as empresas nos momentos de decisões estratégicas, como na realização de um investimento necessário. A palavra VRIO é for- mada por siglas que indicam as iniciais das características que permitirão a criação do diferencial competitivo. Quando tratamos da Estrutura VRIO estamos elencando a concei- tuação das siglas que esta comporta, ou seja, a palavra VRIO indica a letra inicial de algumas características que são tratadas nessa ferramenta e que apresentam os conceitos elencados abaixo. Es tr ut ur a VR IO } Conforme visto anteriormente, ele representa as características que permitem que seja ampliada a estima do consumidor pelo produto. É co- mum que pessoas que tenham maior estima por um produto estejam dispos- tas a pagar mais por este produto, isso porque nele pode estar embutido um sonho deste cliente, uma percepção de status, ou qualquer outra característica que represente condições semelhantes. Podemos citar como exemplo um car- ro da Ferrari, teoricamente, o objetivo de um carro é a capacidade de transpor- te que este oferece, no entanto, um fusca também possui a mesma capacidade e seu valor é infinitamente menor, o que faz um cliente comprar um Ferrari e não um fusca, na maioria das vezes, está relacionado ao “status” que o carro proporciona ao seu usuário, ou seja, o “status” representa um valor ao produto ao qual o cliente acredita ser essencial e que lhe causa estima. Valor (V) Indica o quão precioso este produto é devido a sua existência rara no mercado. Sendo assim, podemos correlacioná-lo à teoria da demanda e oferta. Toda vez que um produto ou sua composição for raro, a tendência é que o concorrente tenha maior dificuldade em consegui-lo para vender, dei- xando de ser concorrente direto, logo as empresas que conseguem colocar essa condição de raridade aos seus produtos, tendem a ter uma gama de con- sumidores aos quais terão menos opções de compra. Raridade (R) A Braz CubasUnidade 4Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 61 Representa o ato de criar algo com característica impossível ou difícil de ser copiado em seu produto, ou ainda que seja custoso para assim fazê-lo. Essa dificuldade de copiar pode estar inserida no próprio produto, ou no atendimento ou em qualquer outro processo que permita o cliente ter a percepção desse diferencial. O risco que se corre nessa condição, na maioria dos segmentos, é que a empresa se torne a única responsável em estimular o hábito do consumo desse produto, o que pode fazer com que ela perca a capa- cidade de se unir às outras empresas para praticar o poder de barganha junto aos fornecedores. Imitabilidade (I) É a combinação de esforços, normalmente previamente estabele- cidas, que proporcionam que a empresa tome ações que direcionem ao seu objetivo. Organização (O) Quando avaliamos o fator organização na estrutura VRIO, o objetivo é identi- ficar se os processos da empresa estão alinhados e se são capazes de torná-los um diferencial competitivo quando comparado com os processos dos concorrentes. Esta organização também deve dar suporte à empresa em relação à exploração de seus recursos valiosos, raros e quanto custosos para imitar. Fluxograma 4.1 – Representação da estrutura VRIO ä ä ää Valor ImitabilidadeRaridade VRIO Organização Fonte: Elaborada pelo autor. A Braz CubasUnidade 4 Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 62 Como pode ser analisada, a estrutura VRIO permite uma análise comparativadas características da empresa em relação às características de seus concorrentes e, sendo assim, podemos criar um vínculo direto dessa ferramenta com a ferramenta de SWOT, pois as duas necessitam que sejam avaliadas as forças e fraquezas que a empresa possui. Entendendo esse fator da possibilidade de uso da ferramenta de análise de SWOT como suporte da estrutura VRIO, podemos considerar que a estrutura VRIO só será considerada eficiente quando o consumidor tiver a percepção de que, em uma análise geral, a empresa que implementou a estrutura VRIO possui características que façam ela se destacar em relação aos seus concorrentes. 4.2 Matriz de Direcionamento/Foco Essa matriz tem como finalidade identificar qual o direcionamento a empresa dá aos seus negócios tendo como base o volume de segmentos que a empresa aten- de e o volume de produtos/ categorias no qual a empresa dispõe em seu portfólio. Salvo raras exceções, não é comum que uma empresa que disponha de um vo- lume grande de produtos, com características diversas, seja especialista em produto, logo não consegue conhecer com precisão seu potencial de atendimento em relação às capacidades que os produtos podem oferecer, e o mesmo acontece quando a empresa possui um volume muito grande de clientes/ segmentos, por ser grande tal volume torna-se difícil conhecer com precisão as características de seus clientes e como consequência fica difícil aproximar-se da excelência do atendimento. Ter muitos produtos em linha ou ter muito segmento não significa que é ruim para empresa, a verdade é que possui suas vantagens e desvantagens e por isso é que é essencial avaliar a aplicação da estratégia com base em cada caso e aí assim definir o que é mais atrativo para a empresa. Para que entenda melhor, veja como é feita a representação dessa matriz: A Braz CubasUnidade 4Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 63 Fluxograma 4.2 – Matriz de foco FOCO NO PRODUTO (-) Volume de produtos (+) SEM FOCO FOCO NO CLIENTE E NO PRODUTO FOCO NO CLIENTE F O OC V ol um e de s eg m en to s / c lie nt es at en di do s (-) (+ ) Fonte: Elaborada pelo autor. Quando a matriz apresenta a relação de muito (+) ou pouco (-), essa condição sempre será subjetiva aos olhos de quem avalia o negócio da empresa, pois não há um número específico que permita determinar quanto é muito ou quanto é pouco em relação à diversificação de produtos (SKU), ou tipos diferentes de segmentos que se classificam os clientes. A Matriz de Foco auxilia nesse processo de identificação ou classificação de como a empresa atua no cenário competitivo e é isso que estudaremos a seguir. 4.2.1 Foco no produto A empresa possui foco no produto quando dispõe de uma quantidade peque- na de produto a ponto de lhe permitir conhecer com muita precisão o que pretende vender, bem como todas as suas funcionalidades, condição que facilita o convencimento do cliente em relação àquele produto, uma vez que o for- necedor terá maior capacidade consultiva para diagnosticar a sua potencialidade. Produto A Braz CubasUnidade 4 Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 64 Imagine, por exemplo, uma empre- sa que produza apenas açaí, será comum que o fornecedor saiba todas as pos- síveis aplicações do produto, seja para utilização como produto cosmético para esfoliação e hidratação da pele, seja para suplemento alimentar, para combater a desnutrição, ou para qualquer outra apli- cação. Por outro lado, vemos uma grande desvantagem quando se olha para as ne- cessidades específicas do cliente, por exemplo, esse fornecedor talvez não tenha competência para identificar qual a melhor embalagem para cada tipo de cliente, isso porque os clientes são de muitos segmentos diferentes e cada segmento pode ter sua característica específica. Essa condição pode tornar o produto da empresa re- ferência no mercado, mas sempre sob o risco de não ofertar o melhor atendimento. 4.2.2 Foco no cliente Neste caso há um processo inverso ao an- terior, aqui o fornecedor possui uma variação pequena do tipo de cliente, condição que lhe permite conhecer com precisão seu público-alvo, identificando suas necessidades e facilitando o processo de relacionamento com o cliente, condi- ção que aumenta sua credibilidade na percepção do cliente. Cliente Por outro lado, a empresa não consegue ser especialista em produto por ter um portfólio com uma grande amplitude de itens, por esse motivo é que se torna difícil conhecer de forma detalhada e minuciosa cada característica de todos os pro- dutos em linha. O risco dessa condição é não aproveitar toda a potencialidade que o produto A Braz CubasUnidade 4Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 65 pode oferecer ao cliente, inclusive o desconhecimento do produto pode permitir que o fornecedor oferte um produto menos eficiente aos desejos do cliente. Para este exemplo, imagine um s upermercado que possui um volu me muito grande de produtos, condição m uito comum nos dias de hoje. Ta lvez o repositor não consiga lhe dizer na compar ação entre dois produtos qual te m o melhor de- sempe nho, mas com toda certez a, por conhecer seu público-alvo , o supermerca- do saberá sempre o que seus clie ntes estão dispostos a consumir. 4.2.3 Foco no produto e no cliente Essa condição parece ser a mais favorável, mas como já foi dito no início, tam- bém tem suas desvantagens. Sua classificação se dá pelo baixo volume de produtos no portfólio, bem como pela baixa variação de classificação dos tipos de clientes. Ser especialista em produto e em cliente é uma condição que traz como vantagem tudo já apresentado nos itens ante- riores (facilidade de relacionamento, ampliação da eficiência do produto, ampliação da utilização máxima da potencialidade do produto, diversificação da aplicação dos produtos etc.). Cliente e Produto Ao realizar o direcionamento da empresa para essa estratégia a empresa se expõe ao risco da descontinuidade dos produtos por qualquer motivo, por exemplo, perda da cultura de consumo, e a consequência é que se a adaptação no mercado não for feita de forma eficiente e ágil a empresa poderá quebrar, além disso, há o risco de surgir um novo concorrente no mercado, produzir um bom relacionamento e por fim aumentar sua diversificação do produto e levar o cliente consigo. Quando uma empresa é especialista em apenas um tipo de público com pro- dutos específicos, ela poderá também correr o risco do cliente mudar de fornecedor por achar mais cômodo a possibilidade de comprar aquele item e outros de que ne- cessita em uma única loja, como num supermercado varejista, por exemplo. A Braz CubasUnidade 4 Posicionando a empresa para um cenário mais competitivo 66 Veja o exemplo da empresa Rider no fi nal dos anos 80 e início dos anos 90, vendia calçados para um público de médio e alto poder aquisitivo e que fo sse jovem. Para tanto, a empresa tinha apenas um chine lo (estilo sandá- lia) para disposição do mercado, quem comprava este produto se mantinha fiel à marca, ma s em determinado período os fatores culturais mudaram, no vos competido- res entraram no mercado e a marca prat icamente sumiu das prateleiras, vindo a ressurgir, com po uca participação de mercado, vários anos depois. 4.2.4 Sem foco Essa classificação é aquela em que a empresa não direciona suas ações dire- tamente a um tipo específico de cliente, tampouco direciona suas ações à comer- cialização de uma categoria específica de produtos,
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