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FONTES, RETÍCULAS, MEIO TOM, TRAÇO, LINEATURA, ANGULAÇÃO E MOIRÉ FONTES As fontes são conjuntos de caracteres e símbolos desenvolvidos em um mesmo desenho. Esse desenho de letra ou caractere é chamado de tipo. Atualmente, na área de editoração eletrônica, utilizamos as fontes redimensionáveis, ou seja, que podem ser ampliadas e reduzidas sem que percam a qualidade (vetoriais). Existem, atualmente duas principais tecnologias de fontes para a área de editoração eletrônica: o padrão Adobe e o padrão True Type. Fontes True Type Foram desenvolvidas pela Apple e Microsoft e incluídas como fontes de sistema tanto no Windows como no Mac OS. Por não serem diretamente compatíveis com a linguagem PostScript, têm de ser convertidas no padrão Adobe no momento da impressão em uma impressora profissional. FONTE ADOBE Também chamadas de fontes Tipo 1 ou PostScript, foram desenvolvidas pela Adobe Systems para serem absolutamente compatíveis com a linguagem PostScript. Apesar disto, nada impede sua utilização em impressoras de linguagem PCL. CONFIABILIDADE DAS FONTES Em relação à qualidade e confiabilidade dos dois padrões nas plataformas Windows e Mac, podemos dizer que, num trabalho enviado para ser impresso numa image-‐setter em que só foram utilizadas fontes Tipo 1, a probalidade de enfrentar problemas com o texto é muito menor, pois estas são totalmente compatíveis com a linguagem da impressora. Se no trabalho fossem utilizadas fontes de padrão True Type, elas seriam convertidas pelo driver da impressora para o padrão Tipo 1 o que, às vezes, ocasiona problemas, resultando em impressões com o texto recorrido, ou na fonte Courier. RESTRIÇÕES Existem bureaus de pré-‐impressão que não fazem restrições a nenhum dos dois padrões, outros que recomendam a seus clientes a só utilizarem fontes de padrão Adobe e outros, ainda, que se recusam a aceitar trabalhos nos quais foram utilizadas fontes True Type. ONDE OBTER FONTES Gratuitamente, as fontes estão disponíveis nos CDs do Corel Draw (cerca de 1200) e nos CDs que acompanham o PageMaker e Adobe Illustrator. Elas podem, também, ser adquiridas por meio do Adobe Font Folio e Adobe Type and Call. Pela Internet você encontrará uma listagem das principais Font Houses no site da publish (www.publish.com.br). Nunca adquira fontes em banca de jornal, na Internet (a não ser em sites de fabricantes), fóruns de discussão ou de qualquer outra origem desconhecida. Na dúvida, faça um teste antes no seu bureau. QUANTIDADE DE FONTES HABILITADAS É muito comum os usuários possuírem centenas e até milhares de fontes habilitadas em seu sistema, com o intuito de poder escolher fontes para um determinado projeto. Acontece que cada fonte ocupa cerca de 64Kn, logo 100 delas ocuparão preciosos 6.4Mb da memória RAM. Isto afeta profundamente a performance da máquina, podendo até causar problemas, tais como: o Page Maker não abrir acusando um erro de DLL. CUIDADOS QUE DEVEMOS TER Durante a criação do original e seu respectivo envio para o bureau de fotolitos, devemos ter conhecimentos e cuidados com algumas questões que serão detalhadas. O processo de impressão offset introduziu a utilização de originais fotográficos. Ao conjunto de operações desde a produção de textos até a gravação de matrizes ou chapas para a impressão chama-‐se pré-‐impressão. Neste processo, pode-‐se reproduzir trabalhos a traço (textos e ilustrações em branco e preto), e tons contínuos (fotos e ilustrações desenhadas). RETÍCULAS Os procedimentos de impressão impossibilitam a reprodução de um original em meio tom, fazendo-‐se necessário a reticulagem do original durante o processo de reprodução. Este processo explora uma ilusão de ótica pois, se os pontos com tamanhos diferentes forem impressos com espaçamento regular numa trama suficientemente fina, os olhos os vêem como sombra cinza ao invés de um amontoado de pontos; possibilitando a reprodução de originais meio tom. Examinadas de perto ou com o auxílio de uma lupa, as imagens revelam sua verdadeira face: Um mosaico de pequenos pontos de tinta dispostos em forma regular sobre a superfície branca. A retícula tem a função de transformar um original (imagem) de tom contínuo em descontínuo. A imagem reticulada, ou seja, formada por pontos de retícula, é chamada de meio-‐tom. Existem dois tipos de retículas: RETÍCULA TRADICIONAL OU CONVENCIONAL (AM –AMPLITUDE MODULADA) A variação tonal se dá pelo tamanho do ponto. São vários pontos pequenos de tamanhos diferentes, que obedecem ao tom da imagem original. São eqüidistantes entre si, quer dizer que possuem uma distância padronizada entre os pontos. Esse tipo de retícula cria ilusão de ótica, aonde os formatos dos pontos podem ser quadrados, redondos e arredondados. Esse tipo de retícula pode causar o MOIRÉ (Moarê), fenômeno de sobreposição de retículas na mesma direção. Ocorre pela falta de registro (sinal gráfico) entre fotolitos ou se a imagem é “reticulada” pela segunda vez, como quando você vai scannear uma foto, ela já é reticulada, e será passada digitalmente de novo, sendo assim reticulada novamente. RETÍCULA ESTOCÁSTICA OU FM – FREQUÊNCIA MODULADA Tem os pontos de igual tamanho, e a aproximação dos pontos define a tonalidade. A distribuição espacial dos pontos é feita por software. Mais pontos geram áreas mais escuras e conseqüentemente menos pontos de áreas mais claras. É usada no processo de impressão digital. Esse tipo de retícula deixa a reprodução com alta qualidade (fotográfica), maior riqueza de detalhes e evita Moiré. MEIO-TOM E IMAGEM EM TRAÇO Em um desenho animado ou em histórias em quadrinhos, os personagens e demais elementos visuais geralmente têm seus contorno delimitados por traços, que são preenchidos por cores chapadas (uniformes, sem variações). No entanto, no nosso dia-‐a-‐dia, não é assim que vemos as coisas. Em vez de traços, percebemos o limite dos elementos visuais por variações de tons (os meios-‐tons) – sejam eles abruptos (quando há um grande contraste entre os elementos) ou tênues (como no caso das sombras, por exemplo). Da mesma forma, não vemos as coisas “preenchidas” por cores chapadas, mas sim por cores repletas de meios-‐tons. Assim, percebemos as imagens ao nosso redor não através de cores e traços, mas através de meios-‐tons – que nos dão a percepção das luzes e das sombras, das texturas, da profundidade, etc. É a diferença entre uma fotografia e um desenho simples feito com esferográfica: na foto, as formas são definidas por meios-‐tons; no desenho, por traços e pelascores que os preenchem. Na foto, dizemos que há uma imagem em meio-‐tom; no desenho, temos a imagem a traço. No entanto, não é tão simples reproduzir estes meios-‐tons num impresso. Para que isso seja possível, é preciso decompor estes meios-‐tons em pequenos pontos que, variando de tamanho e de cor, misturam-‐se em nossa visão (porque são minúsculos). Por conta desta mistura ótica, estes pequenos pontos simulam uma variação natural da cor e, assim, também simulam o aspecto “natural” das formas que estão sendo reproduzidas. Estes pontos são organizados numa rede, denominada retícula (ou seja, uma pequena rede). Assim, os meios-‐tons são obtidos na impressão através do uso de retículas. Muitos processos gráficos utilizam retículas – como o offset, a rotogravura e a impressão digital – e, assim, têm como reproduzir imagens fotográficas com bastante realismo. Se utilizarmos uma lente de aumento (ou um conta-‐fios, que é o instrumento que os profissionais usam para isso), veremos que trata-‐se de uma simples simulação, obtida através dos pontos de retícula. Outros processos, por questões tecnológicas, não têm como reproduzir pontos tão pequenos e, por isso, não têm como simular os meios-‐tons. É o caso da serigrafia (na maior parte das vezes), da flexografia e do cote eletrônico. A plotter de jato de tinta é um caso a parte: embora utilize pontos pequenos, seu meio-‐tom só é satisfatório quando observado a uma certa distância, devido a baixa resolução do processo eletrônico utilizado. Quando não utilizamos meio-‐tom, temos uma impressão a traço. O traço é a propriedade de todo elemento impresso que é formado por uma única tinta e, portanto, por uma única cor física: não há meio-‐tom algum. Por exemplo: os grandes jornais, que são impressos no processo offset, utilizam traço para a impressão dos textos (com tinta preta) e meios-‐tons para as fotos. Nas fotos em preto-‐e-‐branco, estes meios tons são formados apenas com a tinta preta. Nas fotos coloridas, são usadas outras tintas que, na nossa visão, parecem se misturar através de retículas. Cada uma destas tintas é impressa separadamente (ainda que uma logo após a outra, na mesma máquina). Isto significa que um impresso que possui mais de uma cor foi, em realidade, impresso mais de uma vez. LINEATURA Ao transformar fotos em originais reticulados, o operador precisa definir a quantidade de pontos que serão gerados para cada área da imagem. Como as retículas podem ser visualizadas na forma de todas as paralelas de pontos, usa-‐se a denominação lineatura ou freqü.ncia para definir este valor. Gráficas e fotolitos convencionais costumavam utilizar a medida em linhas por centímetro (lpc). Os programas de editoração eletrônica adotam normalmente o padrão norte americano de linhas por polegadas (lpi – lines per inch) que está se tornando dominante no mercado. De qualquer modo, as medidas são conversíveis, bastando multiplicar o número de lpc por 2,54 para obter o valor em lpi (60 lpc é aproximadamente 150 lpi). Em teoria quanto maior o número de lpi, menores são os pontos, mais definida fica a imagem impressa e mais perfeita é a ilusão ótica de tom contínuo. Nas condições reais de trabalho, a definição da lineatura está atrelada às limitações dos processos de impressão e às características dos papéis, que apresentam graus variáveis de dificuldade em lidar com pontos muito pequenos ou muito próximos entre si. Pode-‐se dizer que processos baseados em tipografia e flexografia pedem lineaturas mais baixas, entre 60 e 100 lpi. Impressoras offset rotativas, assim como as de rotogravura, aceitam valores maiores, entre 100 e 150 lpi. Máquinas offset planas de boa qualidade podem manusear sem problemas lineaturas entre 133 e 200 lpi. Impressoras dry off-‐set podem trabalhar com retículas ainda mais finas. Do mesmo modo, papéis lisos e revestidos (como o couchê) aceitam lineaturas mais altas enquanto que papéis não revestidos e do tipo jornal exigem valores menores para a obtenção de um bom resultado. ANGULAÇÃO A segunda característica que nos interessa nas retículas é a sua angulação ou inclinação. As linhas de pontos podem ser vistas como um conjunto de paralelas dispostas em um determinado ângulo em relação ao papel onde estão impressas. Para fins de padronização, considera-‐se como referência uma reta vertical que atravesse o impresso de alto a baixo. Uma retícula cujas linhas estejam perfeitamente alinhadas com esta reta ocupa o Ângulo 0º e, em função de poder ser vista nas duas direções, também o ângulo perpendicular 90º. Ao girarmos a retícula no sentido horário o valor do ângulo aumenta para 30º/120º e 45º/135º. A prática demonstra que a ilusão do tom contínuo é ligeiramente mais eficiente quando a reticula está inclinada em relação à vertical do papel, porque a angulação dificulta que o observador perceba isoladamente os pontos. Por isso, a maioria das fotos preto e branco são impressos com retículas 45º. Fotos coloridas empregam uma combinação de ângulos. Quando mais de uma cor é utilizada para a reprodução, os meios tons reticulados de cada uma delas precisam estar dispostos em diferentes ângulos, formando figuras semelhantes a rosáceas. A orientação de um meio tom para o outro se chama inclinação de retícula. No método tradicional, as retículas são colocadas em ângulos diferentes e então fotografadas. No sistema digital, estes ângulos podem ser determinados pelo editor ou então na saída final do fotolito na pré-‐impressão. Se as retículas são uma engenhosa solução para os problemas dos tons contínuos, são também as grandes responsáveis pelas dores de cabeça que enfrentamos ao reproduzir fotos impressas. Se o olho humano não individualiza os pontos e os enxerga como tons de cinza ou cor, o mesmo não acontece com os scanners de alta resolução. Na captura e reimpressão das imagens, os pontos da retícula previamente impressa entra em conflito com as células óticas do scanner e também com as retículas do novo fotolito. Surge o moiré, que também pode ser gerado quando retículas de cores diferentes estão com a mesma inclinação. Para evitá-‐lo basta manter as inclinações convencionais das quatro cores com os seguintes ângulos: Preto -‐ 45° Magenta -‐ 75° Amarelo -‐ 90° ou 0º Cian -‐ 15° O MOIRÉ Em artes gráficas, basicamente dois tipos de moiré são comuns com os que trabalham com imagens: o moiré de scanner e o moiré de sobreposição de retículas. O moiré de sobreposição surge quando dois padrões deretícula – com freqü.ncia e/ou inclinações diferentes – são aplicados um sobre o outro. O moiré de scanner acontece quando os pontos de retícula são captados gerando padrões (rosáceas das retículas para gerar uma cor). Por isso devemos digitalizar originais (fotos, cromos ou negativos) e não de impressos. Além de gerar texturas estranhas sobre a imagem, o moiré também pode alterar as cores originais.
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