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Aula 2

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15/09/2017
Suma da aula anterior: Conceito, sua autonomia, eficácia no espaço das normas de direito processual.
PRINCÍPIOS PARA O PROCESSO DO TRABALHO
Os princípios dão organicidade aos institutos do processo, sem eles seria difícil organizar a pirâmide de Kelsen. Os princípios implantam as regras de determinadas instituições. Eles geram as regras, as quais via de regra não podem ofender os princípios. Os princípios do direito processual se harmonizam com os demais.
1) Princípio da proteção – busca compensar a desigualdade existente na realidade com uma realidade em sentido oposto. Assegura superioridade ao trabalhador em face de sua inferioridade econômica. No processo do trabalho também se procura proteger a parte vulnerável na relação. É necessário compensação de ordem processual para que o equilíbrio seja retomado. Deve ser garantido o equilíbrio, não mais que isso, para que não haja distorção de justiça. O sistema coloca mecanismos para que a vontade da pessoa se torne válida. Não se inverte os lados da balança para criar tirania entre partes. As normas protetivas são temperadas na aplicação da lei. Nem sempre tem a inversão do ônus da prova. A jurisprudência evoluiu para estipular requisitos para a inversão do ônus da prova. No direito do trabalho, é mais difícil o trabalhador guardar documentos e fazer provas. É mais fácil para a empresa fazer a prova. O nosso sistema é de probabilidade. A sentença é um juízo de afirmação. Depois a questão sancionatória e coercitiva para que se cumpra a decisão. A parte importante é o dispositivo, a fundamentação é para o recurso, que deve atacar os fundamentos da sentença. Nosso sistema é muito lógico quanto à sentença e os recursos.
Exemplo, gratuidade do processo, assistência judiciária gratuita, a inversão do ônus da prova, o impulso de ofício (20). São efeitos distintos que a própria lei atribui as partes para sanar desequilíbrio entre as partes. 
Alguns autores afirmam que a lei que determina a protetividade do juiz do trabalho para com o trabalhador. O sistema foi calcado com base na proteção do trabalhador. Se as regras de direito de trabalho são favoráveis ao trabalhador, não pode o juiz contrariar. Mas o juiz tem que visualizar violação do direito, pois não cabe ao juiz fazer redistribuição de renda. A função do advogado é fiscalizar a boa aplicação da pena, porque a intenção punitiva é do Estado. 
A lei faz tratamento diferenciado para com o vulnerável. Ão é o magistrado que assim o faz. Apenas se quer equilibrar as partes. O direito processual segue o princípio protetivo, assim como o direito material do trabalho. De tal sorte, agora com a mudança do direito do trabalho, vai acabar reduzindo a quantidade de pedidos na justiça do trabalho. 
2) Princípio da finalidade social – permite que juiz tenha uma atuação mais ativa na medida em que auxilia o trabalhador na busca de situação mais justa no momento de proferir a sentença. O juiz, verificando o momento, pode se antecipar e pedir para partes e advogados se reunirem perante ele e fazer acordo. O juiz tem que cuidar para os advogados não protelarem o processo. No nosso ordenamento os dois princípios se harmonizam. Na aplicação da lei o juiz atenderá aos fins sociais e ao bem comum. A solução é a que melhor atinge aos fins sociais.
3) Princípio da busca da verdade real – deveria ser para buscar a justiça. Ela é a segurança jurídica. O jurisdicionado abriu mão da verdade real por uma celeridade judicial. Abrindo mão de elementos importantes, porque se demorasse acabaria não sendo justa, caso demorasse. A sociedade abriu mão de cetas garantias em prol de ritos mais céleres. Troca a verdade real por segurança jurídica.
No campo do processo do trabalho, esse princípio deriva do princípio da primazia da realidade, o qual quer dizer que se a realidade for diferente do representado no contrato, prevalece a realidade. Art.765, da CLT. Os magistrados velarão pelo andamento rápido da causa, podendo requerer diligência. 
4) Princípio da indisponibilidade - é emanação do princípio da irrenunciabilidade do direito material no campo do processo do trabalho. Tem gama de normas de ordem pública tendo interesse social que transcende vontade dos sujeitos influenciando a gênese do processo. 
Esses direitos indisponíveis do trabalhador são relativizados. Em tempos de bonanza, esses direitos são reconhecidos e protegidos e muitas vezes amentados. Em tempo de crise econômica, esses direitos são flexibilizados. O principal dever do trabalhador é pagar salários. O trabalhador tem que pagar serviço. 
5) Princípio da conciliação – tem um iter procedimental peculiar. Art. 764, da CLT. Há dois momentos em que o juízo conciliatório deve ser realizado. O primeiro está no art. 846, da CLT. Ocasião da abertura da audiência, mas antes da leitura da contestação porque nessa ocasião os ânimos se alteram. É melhor que seja antes da leitura da contestação. O segundo momento está no art. 850, após o término da instrução, mas antes do julgamento. A qualquer momento pode ser feito acordo na justiça do trabalho, até mesmo após a sentença. A jurisprudência trabalhista entende como válido esse acordo após a sentença, apenas exige a mantença da proporcionalidade entre parcelas de natureza salarial e indenizatória que estavam na sentença. Tem que manter proporcionalmente o resultado da sentença, das parcelas. Eles entendem que a regra geral se sobrepõe a regras da previdência. O acordo das partes prevalecem sobre o interesse do INSS. Dizia-se que ele era pressuposto de validade da sentença trabalhista, no sentido de que ele deveria estar na ata de audiência, caso contrário, a parte poderia recorrer dizendo que teve direito cerceado, de modo a cassar a sentença. Todavia, hoje não ocorre mais isso, já que é processo eletrônico, difícil ocorrer esquecimento.
6) Princípio da normatização coletiva – a justiça do trabalho é a única que pode exercer poder normativo, que é poder de criar normas e condições abstratas proferindo sentença normativa com eficácia ultra partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais do trabalhador integrante da categoria do sindicato que ajuizou dissídio coletivo. Essa competência é conferida aos tribunais trabalhistas e no art. 114, parágrafos 1 e 2 da CF é autorizado. Por questão de racionalidade, basta sindicato ajuizar ação para que o custo seja reduzido, para que as normas sejam mais efetivas. Os dissídios coletivos são propostos. Tem prazo de 1 a 2 anos, aí eles têm que ser revistos, nas cláusulas. Faz revisão das cláusulas no dissídio.
O sindicato da categoria patronal pode entrar com ação para exigir que o filiado cumpra o que foi decidido na sentença. Mesmo para os que ingressam no trabalho depois. 
Esse princípio não é absoluto, encontra limites na própria CF, em clásulas de acordo coletivo que dispõe de condições mínimas da categoria.
Princípios peculiares: Princípio da simplicidade, despersonalização do empregador e o da extrapetição
7) O da simplicidade é criticado por Martins, porque a ideia d simplificação de procedimentos é buscada em qualquer ramo e não só no processo do trabalho.
8) Princípio da despersonalização do empregador – reconhecimento de regras no art. 10 e 448 da CLT, que determina que direitos adquiridos dos empregados não serão prejudicados pela mudança na adm. da empresa. Na justiça do trabalho a interpretação dada é diferente da que na justiça comum. A ministra Nancy diz que, em outros ramos do direito, a aplicação desse princípio é exceção. O TST diz que basta que não tenha na hora de fazer a penhora dos bens, se ela não tem bens, faz o redirecionamento da execução trabalhista contra os sócios. Esses sócios são polo passivo e se defendem depois por embargos do devedor. Não precisa constar o nome deles no título executivo. 
9) Princípio da extrapetição – é aplicado no processo do trabalho em certos ramos, art. 466 da CLT. Art. 496, da CLT.

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