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Legislação tributária e acordos internacionais

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Prévia do material em texto

Legislação
tributária e
acordos
internacionais
Autora
Camila Bernardo da Silva
Introdução
O comércio internacional apresenta grande importância para um país, explicada em razão de
fatores positivos atribuídos ao comércio, à economia, aos governos e à sociedade, entre outros.
As operações de importação e exportação são processos pautados a partir do fechamento das
negociações do comércio internacional. Em geral, exporta-se o que se produz com maior
eficiência e importa-se o que os outros países conseguem fazer da mesma forma com os seus
produtos. Isso gera ganhos financeiros e supre necessidades dos dois lados.
Para os empresários, o comércio internacional pode ser a melhor estratégia para ganhar
vantagens competitivas em seu mercado local, importando produtos de qualidade reconhecida
internacionalmente e/ou de custo inferior ao praticado em seu país. Ou ainda, ao exportar, cresce
fortalecendo a sua marca, ganhando maior reconhecimento no mercado local e aumentando sua
carteira de clientes, ganhando novos mercados.
Neste conteúdo, vamos tratar de dois atores muito importantes para o sucesso das empresas e
profissionais que atuam com importação ou exportação: a legislação tributária e os acordos
internacionais. Abordagens sobre as definições, conceitos e normas presentes no comércio
exterior foram considerados, para proporcionar aos discentes compreensão e aprendizagem
sobre o tema. Assim, torna-se indispensável para o profissional que atua em comércio exterior
se inteirar desses temas, de modo a garantir tomada de decisão e implementar ações com
segurança.
Cabe aos profissionais da área de importação e exportação o conhecimento sobre a legislação
tributária aplicada, entendendo o que pode influenciar diretamente no sucesso das transações de
produtos e serviços no âmbito internacional. Transformar esse conhecimento em estratégias
durante as negociações internacionais pode estabelecer operações mais vantajosas e lucrativas
para as organizações.
Após explorar os principais conceitos sobre a legislação tributária brasileira, será possível
garantir entendimento sobre os acordos ou tratados internacionais. Estes se tornaram
balizadores nos processos comerciais entre os países, o que facilita e garante oportunidades de
crescimento e desenvolvimento econômico a todos os envolvidos.
Em meios a todos os cenários expostos neste conteúdo, é necessária a compreensão sobre os
principais termos e conceitos do Direito Internacional. O objetivo é esclarecer como são
determinadas as relações internacionais entre os países no âmbito da legislação.
Serão abordados os dois pilares do Direito Internacional: o Público e o Privado. O Direito
Internacional Público regula o relacionamento de um Estado com outro, ou seja, de um órgão
público com outro órgão público, ou entre governo e pessoa privada.
Quando num dos polos da relação jurídica houver a presença de uma pessoa de Direito Público,
aplicar-se-ão as normas do Direito Público. Quando os dois polos forem pessoas privadas,
vigoram as normas do Direito Privado, como o Direito Civil e o Direito Comercial, no Direito
interno. No Direito externo, vigora o Direito Internacional Privado.
A composição deste conteúdo está em conformidade com os principais enfoques para o
enriquecimento do conhecimento dos discentes na disciplina, e pautados para o enriquecimento
e atualização no campo de atuação profissional. Os desafios da área são muitos, mas um
profissional bem preparado e dedicado pode superar expectativas.
Legislação tributária e o poder do Estado1
A competência tributária envolve não só o poder de fiscalizar e cobrar tributos, mas também o de
legislar a respeito da matéria. Não tem competência tributária o ente público desprovido de
poder legislativo.
Figura 1 – Legislação tributária
brasileira
Fonte: CarlaNichiata/iStock
Desta forma, a competência tributária, em estrito sentido legal, pertence exclusivamente à União,
aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.
Muitas vezes os tributos arrecadados por um ente público devem ser repassados para outros
entes públicos, de modo total ou parcial.
Exemplos:
a. O art. 157 da Constituição Federal estabelece que pertence aos Estados o produto da arrecadação do
Imposto de Renda incidente na fonte sobre rendimentos pagos por autarquias ou fundações públicas
estaduais.
b. A União deve repassar para os Municípios 50% do ITR relativamente aos imóveis neles situados (CF,
art. 158, II);
c. O Estado deve repassar para os Municípios 50% do IPVA arrecadado em seus territórios (CF, art. 158,
III).
De acordo com a Constituição Federal de 1988, as competências tributárias da União ficaram
assim definidas, na forma do art. 153:
importação de produtos estrangeiros;
exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados;
renda e proventos de qualquer natureza;
produtos industrializados;
Competência tributária1.1
operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
propriedade territorial rural; e
grandes fortunas.
A União pode, ainda, instituir: contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas
respectivas áreas; e contribuições de seguridade social em favor da autarquia respectiva:
empréstimos compulsórios e impostos extraordinários de guerra.
Aos Estados e ao Distrito Federal, cabe instituir impostos sobre:
transmissão mortis causa e doação de quaisquer bens ou direitos;
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação; e
propriedade de veículos automotores.
Aos Municípios, cabe instituir impostos sobre:
propriedade predial e territorial urbana;
transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão
física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos à sua
aquisição; e
serviços de qualquer natureza não compreendidos na competência tributária dos Estados, definidos
em lei complementar.
Fontes do Direito Tributário2
Fontes materiais do Direito Tributário são os atos e situações que dão origem à obrigação
tributária.
Fontes formais são o conjunto de normas que incidem sobre os atos e situações. As fontes
formais se classificam em: principais, secundárias e indiretas.
Fontes formais principais são as leis, em sentido amplo, nas suas várias formas legislativas,
como a Constituição Federal, as Constituições Estaduais, emendas às Constituições, leis
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, decretos legislativos, resoluções e tratados.
Determinados tributos só podem ser criados por lei complementar, como, por exemplo, o
empréstimo compulsório para atender a despesas extraordinárias, na forma do art. 148, I da CF.
Para alguns autores, a medida provisória não pode criar tributo, por não ser lei. A maioria, porém,
entende que não há impedimento, porque a medida provisória tem força de lei, ainda que restrita
no tempo.
Fontes formais secundárias são os costumes administrativos e dos convênios entre órgãos
estatais, de acordo com o art. 100 do CTN.
Fontes formais indiretas são a doutrina e a jurisprudência. A doutrina é a lição dos mestres e
estudiosos, com seus livros, palestras, artigos e pareceres. Jurisprudência é a interpretação da
lei dada pelo Judiciário.
Obrigação tributária3
Fato gerador é o fato ou situação que gera ou cria a obrigação tributária.
O fato gerador diz respeito à descrição feita pela lei, de um fato ou situação que fará surgir a
obrigação tributária. Ocorrendo o fato x, incidirá o tributo y.
A expressão “fato gerador” vem sendo objeto de críticas, por parte de alguns doutrinadores, os
quais preferem usar as expressões hipótese de incidência tributária ou hipótese tributária.
Fato gerador3.1
Sujeitos ativos da obrigação tributária são a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios,os quais detêm a competência tributária, podendo legislar sobre tributos e exigi-los, dentro de
suas respectivas esferas. Mas sujeitos ativos são também pessoas públicas que, embora não
possam legislar sobre tributos, têm, contudo, capacidade tributária, que lhes permite fiscalizar e
arrecadar tributos, por delegação. Têm capacidade tributária, por exemplo, e não competência, o
INSS e outras autarquias e órgãos paraestatais.
Sujeito ativo – Competência e capacidade tributária3.2
Sujeito passivo é aquele que deve pagar o tributo, podendo ser contribuinte ou responsável.
Contribuinte é o devedor direto, que tem relação pessoal e direta com o fato gerador (CTN, art.
121, I). Responsável é o devedor indireto que, embora não sendo contribuinte, deve responder
pela obrigação tributária, por força de lei, segundo o art. 121, II do CTN.
Sujeito passivo3.3
Conceito e classificação dos tributos4
O Estado exerce sua soberania. A relação de tributação é complexa e não se trata de simples
relação de poder. Trata-se de relação jurídica, pois está sujeita a normas, às quais se submetem
os contribuintes e o Estado. A relação jurídica tributária se verifica entre o fisco – denominação
dada ao Estado enquanto desenvolve atividade de tributação – e aquele que está diretamente
obrigado ao pagamento do tributo.
Direito Tributário é o ramo do Direito que se ocupa das relações entre o fisco e as pessoas
sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo
o cidadão contra os abusos desse poder.
Há outras denominações para o Direito Tributário: Direito Financeiro, Direito Fiscal, Legislação
Tributária.
Videoaula - Tributos
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O tributo é sempre instituído mediante lei. Sua arrecadação e fiscalização constituem atividade
administrativa vinculada. A instituição do tributo deverá ser efetuada nos termos estabelecidos
pela Constituição.
Tributo4.1
Tributo é uma prestação pecuniária compulsória, que não constitui sanção de ato ilícito,
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada (CTN, art.
3º).
Qualifica-se cada tributo pelo fato que lhe dá origem – o chamado fato gerador – e não pela sua
destinação ou pelos nomes eventualmente adotados pela lei (CTN, art. 4º).
Pela sua definição, temos que:
Toda prestação pecuniária
Significa prestação que assegure ao Estado os meios financeiros de que necessita para a
consecução de seus objetivos, por isso que é de natureza pecuniária. Atualmente não há
mais nos sistemas tributários o tributo pago em serviços ou em bens diversos do dinheiro.
Compulsória
A compulsoriedade da prestação tributária se caracteriza pela ausência do elemento vontade
no suporte fático da incidência da norma de tributação. O dever de pagar tributo nasce
independentemente da vontade. Não é preciso dizer que a prestação tributária é compulsória
porque o pagamento do tributo é obrigatório. Na prestação tributária, a obrigatoriedade
nasce diretamente da lei, sem que se interponha qualquer ato de vontade daquele que
assume a obrigação.
Que não constitua sanção de ato ilícito
O tributo se distingue da penalidade exatamente porque esta tem como hipótese de
incidência um ato ilícito, enquanto a hipótese de incidência do tributo é sempre algo lícito.
Quando se diz que o tributo não constitui sanção de ato ilícito, isso quer dizer que a lei não
pode incluir na hipótese de incidência tributária o elemento ilicitude.
Instituída em lei
Só a lei pode instituir o tributo. Isso decorre do princípio da legalidade, que prevalece no
Estado de Direito. Vale dizer que nenhum tributo será exigido sem que a lei o estabeleça,
conforme assegura o art. 150, inciso I da Constituição Federal. O tributo, como conceituado
no art. 3º do CTN, é um gênero, do qual o art. 5º do mesmo Código indica como espécies os
impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. A Constituição de 1988 incluiu as
contribuições sociais e os empréstimos compulsórios.
Classificação dos tributos5
A Constituição Federal em vigor se refere a impostos, taxas e contribuições, em um critério
tricotômico.
Há textos legais que dividem os tributos em impostos, taxas e contribuições de melhoria (CF, art.
145; CTN, art. 5º).
Porém devem ser considerados, ainda, como tributos, os empréstimos compulsórios e as
contribuições sociais, os quais são chamados, também, de contribuições especiais ou
parafiscais.
Assim, na verdade, os tributos se dividem em:
impostos;
taxas;
empréstimos compulsórios; e
contribuições – subdivididas em: contribuições de melhoria e contribuições sociais.
Imposto é um tributo de caráter genérico que independe de qualquer atividade ou serviço do
poder público em relação ao contribuinte.
O imposto é exigido sem contraprestação e sem indicação prévia sobre a sua destinação. A
aplicação posterior será para o custeio da administração, e para serviços em benefício de toda a
comunidade.
O art. 16 do CTN estabelece que “imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma
situação independente de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte”.
A questão dos impostos será vista mais adiante de forma mais detalhada.
Impostos5.1
Figura 2 – Impostos
Fonte: thiagonori/iStock.
Taxa é um tributo relacionado com a prestação de algum serviço público para beneficiário
identificado ou identificável. O serviço pode ser efetivo ou potencial, considerando-se como
potencial o serviço posto à disposição, ainda que não utilizado. A taxa pode, também, estar
relacionada com atividade estatal de polícia (poder de polícia) que abrange licenciamentos e
fiscalizações em geral.
Dispõe o art. 77 do CTN que taxa é o tributo cobrado em razão de atos decorrentes do poder de
polícia ou da utilização efetiva ou potencial de serviço público específico e divisível, prestado ao
contribuinte ou posto à sua disposição.
Serviço específico é um serviço definido e delimitado a uma determinada pessoa ou grupo de
pessoas. Muitos autores definem o serviço específico como uma espécie de serviço definida e
prestado em unidades autônomas, uma para cada contribuinte.
Serviço divisível é o que pode ser medido, de acordo com o que foi prestado a cada beneficiário.
Taxas5.2
Empréstimo compulsório é um imposto qualificado pela promessa de restituição. De acordo com
alguns doutrinadores, o empréstimo compulsório teria natureza de contrato, embora ditado ou
coativo. A maioria, porém, coloca-o entre os tributos.
Empréstimos compulsórios5.3
As contribuições sociais, também denominadas especiais ou parafiscais, são tributos destinados
à coleta de recursos para certas áreas de interesse do poder público, na Administração direta ou
indireta, ou na atividade de entes que colaboram com a Administração.
A contribuição social tem destinação certa, sendo recolhida com uma finalidade predeterminada,
indicada na lei que a instituiu. São exemplos de contribuições sociais, parafiscais ou especiais,
as contribuições para a seguridade social (CF, art. 149), para o salário-educação (CF, art. 212, §
5º), para órgãos profissionais, como a OAB (CF, art. 149), ou para outros entes de colaboração
com o poder público, a exemplo do Senai (CF, art. 240).
Contribuições sociais5.4
Contribuição de melhoria é um tributo sobre a valorização de imóvel particular, em decorrência
de obras públicas realizadas.
Contribuição de melhoria5.5
Na forma do art. 81 do CTN:
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de
obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel
beneficiado.
A contribuição de melhoria, embora com nome semelhante,tem natureza bem diversa das outras
contribuições.
Impostos6
De acordo com as normas contidas na Constituição Federal/1988, os impostos podem ser
instituídos pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e pelos Municípios. Desse modo
teremos impostos federais, estaduais e municipais. Vejamos os dispositivos legais.
Na forma do art. 153 da CF, são impostos federais:
II – Imposto sobre Importação;
IE – Imposto sobre Exportação;
IR – Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza;
IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados;
IOF – Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou Valores
Mobiliários;
ITR – Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural; e
IGF – Imposto sobre Grandes Fortunas (ainda não está em vigor, pois aguarda edição de lei
complementar).
Há, ainda, a previsão do art. 154 da CF, que estabelece a competência da União para instituir
impostos:
residuais – de competência residual da União – não previstos na Constituição, mas que podem ser
criados por lei complementar – inciso I; e
extraordinários – instituídos pela União, no caso de guerra ou iminência desta – inciso II.
Impostos federais6.1
São impostos estaduais, de acordo com o art. 155 da CF:
ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos –
Heranças e Doações;
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação; e
IPVA – Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores.
Impostos estaduais6.2
São impostos municipais, de acordo com o art. 156 da CF:
IPTU – Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana;
ITBI – Imposto sobre Transmissão Inter Vivos de Bens Imóveis, por ato oneroso (sisa); e
ISS – Imposto Sobre Serviços de qualquer natureza, exceto os previstos no ICMS.
Impostos municipais6.3
Videoaula - Tributação no comércio exterior brasileiro
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Tributação no comércio exterior brasileiro7
No comércio exterior muitos são os impostos, as taxas e as contribuições que incidem sobre
suas operações. Neste capítulo serão apresentados os tributos que oneram as operações de
importação e exportação de produtos.
É extremamente relevante o entendimento sobre a tributação no comércio exterior, pois o modelo
diverge do que estamos acostumados no mercado interno. Qualquer simples acerto, seja para
mais ou para menos, que se faça necessário na alíquota de um NCM (Nomenclatura Comum do
Mercosul), pode interferir diretamente no valor unitário do bem importado nacionalizado.
Para entender mais sobre o NCM, consulte o link: receita.economia.gov.br
[http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/classificacao-fiscal-de-mercadorias/ncm] .
Será exportação a saída de um país, Estado ou município de produtos neles produzidos. A
importação, por sua vez, é a contrapartida da exportação, com a entrada ou o recebimento de
mercadorias em determinado país. No caso do Brasil, conforme já visto, a competência de
instituir tributos aduaneiros – impostos de importação e de exportação – é da União.
A exportação pode ser feita de forma direta (pelo próprio exportador), ou de forma indireta
(através de uma empresa comercial exportadora). A importação pode ser feita pelo próprio
importador, ou por conta e ordem de terceiros. A Constituição Federal, através dos arts. 145 e
149, estabelece as normas sobre a tributação no comércio exterior.
Os principais impostos de importação são:
II – Imposto de Importação;
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado;
PIS – Programa de Interação Social (Importação);
Cofins – Contribuição para o Financiamento da Segurança Social (Importação); e
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Estado).
Os principais impostos de exportação são:
IE – Imposto de Exportação;
ISS – Imposto Sobre Serviços;
drawback;
ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (Estado);
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado; e
PIS – Programa de Interação Social (Importação).
Videoaula - Imposto de importação
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[https://player.vimeo.com/video/452487537] .
O Imposto de Importação é um tributo que apenas o Estado pode instituir ou alterar, dada sua
condição de tributo federal. O II é um tributo de caráter econômico, e incide sobre todos os
produtos que entram no território nacional.
A aplicação de seu percentual de dedução varia de produto para produto. Para aqueles produtos
que entram no território nacional e não são produzidos no Brasil, a taxação é menor, pois o
governo federal, a fim de dispor esses produtos no mercado, reduz o percentual do imposto de
importação. Diferentemente acontece com os produtos que são importados cujas mesmas
características são encontradas em produto fabricado no mercado interno. A fim de evitar a
concorrência e a desvalorização dos produtos nacionais, o governo federal aumenta a taxação.
Como entendido anteriormente, o imposto de importação é de caráter econômico e regulatório.
Caso haja algum acordo comercial entre o Brasil e aquele país ao qual o produto está sendo
importado, benefícios podem ser aplicados, conforme o que está definido no acordo
internacional.
Imposto de importação (II)7.1
Conheça a Portaria nº 324, de 29 de agosto de 2019, publicada no Diário Oficial da União.
Estabelece regime de taxação diferenciado para bens de capital e bens de telecomunicação não
fabricados no Brasil. Acesse: in.gov.br [http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-324-de-
29-de-agosto-de-2019-213475041] .
O Imposto de Importação (II) tem como fundamento constitucional o art. 153, inciso I da
CF/1988. Como fundamentos legais: temos o art. 19 do CTN, Decreto-Lei nº 37/1966 (alterado
pelo Decreto-Lei nº 2.472/1988); arts. 69 a 105 do Decreto nº 4.543/2002 (atual Regulamento
Aduaneiro), e os tratados internacionais (Gatt, Aladi, Convenção de Viena, Alalc, OMC, Mercosul,
entre outros), que serão abordados mais adiante.
Sujeito ativo: União.
Sujeito passivo:
importador – pessoa física ou jurídica – que realiza importação;
arrematante de produtos apreendidos ou abandonados; e
adquirente de mercadoria entreposta ou o destinatário da remessa postal internacional.
A hipótese de incidência do II é a importação de produtos estrangeiros, conforme o art. 153, I, da
CF/1988.
A base de cálculo do II será o valor aduaneiro, considerando o:
1. valor efetivo da transação;
2. valor da transação de mercadorias idênticas vendidas para exportação para o mesmo país da importação,
em período aproximado;
3. valor da transação de mercadorias similares vendidas para exportação para o mesmo país da importação,
em período aproximado;
4. valor da revenda; e
5. valor computado igual à soma de vários elementos.
Deve-se observar critérios razoáveis em dados disponíveis no país da importação. Neste caso
aplica-se o método que primeiro ocorrer, excluindo-se os demais.
A alíquota do II é fixada na Tarifa Externa Comum (TEC), aplicável às importações, em geral.
Aspecto temporal da incidência do II: o fato gerador do II se dá na entrada dos produtos
importados no território nacional. O momento dessa entrada é fixado na data do registro da
Declaração de Importação (DI) na repartição alfandegária.
No Siscomex (Sistema Integrado de Comércio Exterior), o próprio importador promove o registro
da DI, mediante prévio pagamento do imposto.
Para efeito de cálculo do imposto, os valores expressos em moeda estrangeira deverão ser
convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na data em que se considerar ocorrido
o fato gerador.
O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) também é de competência da União, ou seja, é
um imposto federal. Sua cobrança se fundamenta em nivelar os custos dos bens industrializados
que são importados em relação aos bensfabricados no mercado nacional.
O IPI incide sobre a importação de bens. Neste caso se chama IPI vinculado à importação. A
tributação pelo IPI tem seu fundamento constitucional previsto no art. 153, inciso IV e
fundamentos legais na Lei nº 7.798/1989; Decreto nº 4.544/2002 (Regulamento do IPI); Decreto
nº 4.543/2002, arts. 237 a 238 (RA), e arts. 46 a 51 do CTN.
O sujeito ativo desse imposto é a União e o sujeito passivo, o contribuinte importador em relação
ao fato gerador decorrente do desembaraço aduaneiro.
A hipótese de incidência do IPI vinculado é a importação de produtos industrializados de
procedência estrangeira. A base de cálculo será o valor que servir para base de cálculo do
imposto de importação por ocasião do despacho aduaneiro. As alíquotas são fixas em relação a
cada tipo de produto e serão duplicadas de acordo com o estabelecido na tabela de incidência do
IPI (RIPI).
O IPI vinculado tem como critério temporal a ocorrência de desembaraço aduaneiro de produto
industrializado de procedência estrangeira.
São previstas hipóteses de desembaraço aduaneiro com suspensão do pagamento do imposto,
tal como acontece para partes e peças de produtos autopropulsados, quando importados
diretamente por estabelecimento industrial, devendo ser empregado em procedimento industrial
(art. 246 do Decreto nº 6.759/2009) e de não incidência, no regime aduaneiro especial de
exportação temporária.
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI)7.1.1
O Programa de Integração Social (PIS), o Programa de Formação de Patrimônio do Servidor
Público (Pasep) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) são três
exemplos de contribuições sociais federais.
As contribuições sociais incidentes sobre a importação e exportação estão previstas nos arts.
149 e 195 da CF/1988.
A incidência do Programa de Integração Social (PIS) e da Cofins sobre a importação de bens e
serviços está consolidada na Lei nº 10.865/2004, e são denominadas de PIS/Pasep-Importação
e Cofins-Importação.
Essas contribuições incidirão sobre a importação de bens e serviços, sendo que os serviços são
os prestados por pessoas (física ou jurídica) residentes no exterior, executados no País ou no
exterior, cujo resultado se verifique no País.
O fato gerador é a entrada dos bens estrangeiros no território nacional, ou o pagamento, o
crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores residentes ou domiciliados no exterior
como contraprestação por serviço prestado. Considera-se ocorrido o fato gerador (aspecto
temporal) na data do registro da declaração de importação, tratando-se de produtos, ou na data
do pagamento do crédito pelos serviços prestados, no caso de serviços.
A base de cálculo dessas contribuições é a mesma do imposto de importação, acrescida do valor
do ICMS incidente no desembaraço e do valor das próprias contribuições, quando se tratar de
importação de mercadorias. Na importação de serviços, considera-se como base de cálculo o
valor remetido ao exterior antes da retenção do IRRF, acrescido do ISS e do valor das próprias
contribuições.
A Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico na Importação de Combustíveis (Cide) é
prevista no art. 149, § 2º, inciso II, da Carta Magna e na Lei nº 10.336/2001. A sua incidência será
a importação de petróleo, gás natural e seus derivados, além do álcool etílico combustível.
A Cide tem por base de cálculo as medidas estabelecidas para cada tipo de produto importado,
sendo contribuinte o importador (pessoa física ou jurídica) dos produtos derivados do petróleo,
gás natural e álcool etílico, e responsável solidário o adquirente de mercadoria de procedência
estrangeira, no caso de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa
jurídica importadora.
Contribuições sociais na importação (PIS/ PASEP, Cofins e CIDE)7.1.2
Há alíquotas fixas para cada tipo de combustível, conforme Decreto nº 4.765/2003. O pagamento
de Cide-Combustíveis será efetuado na data do registro da declaração de importação.
O Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) está entre os tributos
mais comuns no comércio exterior brasileiro. O governo federal é o responsável por incidir este
tributo, o qual é aplicado na contratação de frete marítimo.
Por meio do recolhimento desse tributo, o governo federal faz os repasses à marinha mercante e
à indústria naval brasileira, a fim de apoiar o seu desenvolvimento, melhoria e inovação.
O Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante (AFRMM) é previsto pelos Decretos-
Lei nº 2.404/1987 e nº 2.414/1988, e pela Lei nº 10.206/2001. É uma contribuição parafiscal,
conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, e incide sobre a entrada no porto de
descarga da mercadoria importada. É calculada sobre o valor do frete e as alíquotas são: 25% na
navegação de longo curso; 10% na navegação de cabotagem; e 40% na navegação fluvial e
lacustre.
AFRMM – Adicional ao Frete para a Renovação da Marinha Mercante
(contribuição parafiscal)
7.1.3
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) está sob competência do governo
estadual. Incide sobre produtos que são comercializados no mercado interno, e para os produtos
oriundos das operações de importação.
Incide ICMS sobre a circulação de mercadorias e prestação de serviços provenientes do exterior,
conforme disposto no art. 155, inciso II, da CF/1988, Lei Complementar nº 87/1996, e alterações
dadas pela Lei Complementar nº 114/2002.
O sujeito ativo do ICMS-Importação é o Estado em que está situado o estabelecimento
destinatário da mercadoria, bem ou serviços.
O sujeito passivo é a pessoa física ou jurídica que realiza a importação ou adquire em licitação
mercadorias ou bens apresentados ou abandonados.
No âmbito do comércio exterior, o ICMS tem por fato gerador a importação de mercadorias ou
bens, qualquer que seja a sua finalidade, bem como os serviços prestados no exterior ou cuja
prestação se tenha iniciado no exterior. Não incide o ICMS em operações ou prestações que
Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS)7.1.4
destinem ao exterior mercadorias e serviços, abrangendo as empresas comerciais exportadoras,
as tradings companies e os estabelecimentos da mesma empresa.
A base de cálculo será o valor da mercadoria ou serviço ou do serviço constante na declaração
de importação, acrescido do Imposto de Importação, IPI, Imposto sobre Operações de Câmbio e
outras despesas aduaneiras.
Quanto ao aspecto temporal, o ICMS-Importação tem como fato gerador o recebimento da
mercadoria importada, e condiciona o seu desembaraço aduaneiro ao pagamento do tributo. Em
virtude do princípio constitucional da não cumulatividade, há sistema de compensação de
créditos do imposto.
Videoaula - Declaração de importação
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Videoaula - Imposto de exportação
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O imposto de exportação é de regulação do governo federal brasileiro. Incide ao exportador sobre
as operações de envio de produtos ao mercado internacional. O imposto de exportação tem
como fundamento constitucional o art. 153, inciso II da CF/1988, e fundamentos legais o art. 23
do CTN, Decreto-Lei nº 1.578/1977 e arts. 69 a 211-B do Decreto nº 6.759/2009.
Sujeito ativo: é a União.
Sujeito passivo: é o exportador, assim considerada qualquer pessoa que promova a saída de
mercadoria do território aduaneiro.
A hipótese de incidência do IE ocorre quando da exportação de produtos nacionais ou
nacionalizados do território aduaneiro.
A base de cálculo do IE será o preço de venda da mercadoria, por ocasião da exportação,
obedecidas as regras do mercado exterior.
A alíquota do IE é de 30% (trinta por cento), podendo sofrer alterações, porém não poderá ser
superior a 150%.
Aspecto temporalda incidência do IE: quanto ao fato gerador do IE, será considerada a data em
que ocorrer o registro da exportação no Siscomex. Há previsões de isenções, como na venda do
Imposto de exportação (IE)7.2
café no mercado externo, bagagens, assim como incentivos fiscais para operações de compra de
mercadorias por comerciais exportadoras.
O IOC incide sobre negócios jurídicos relativos a câmbio e à compra e venda de moeda
estrangeira. Deste modo, são contribuintes do IOC os compradores e os vendedores de moeda
estrangeira nas operações para liquidação de contratos de câmbio nas importações e
exportações.
A base de cálculo é o montante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição,
correspondente ao valor, em moeda estrangeira, da operação de câmbio, conforme art. 64, inciso
II, do CTN.
Imposto sobre Operações de Câmbio (IOC)7.3
Videoaula - Taxa SISCOMEX, terminal alfandegado e capatazia
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Taxas Siscomex, armazenagem e capatazia8
A Taxa pela Utilização do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) foi instituída pela
Lei nº 9.716/1998. É administrada pela Secretaria da Receita Federal (SRF) e será devida por
ocasião do registro da declaração de importação. Os valores podem ser reajustados conforme a
variação dos custos de operação e dos investimentos no Siscomex. Nas operações do comércio
exterior também são devidas as taxas de armazenagem aeroportuárias e capatazia, além das
portuárias.
Regimes aduaneiros especiais9
O Regulamento Aduaneiro define os regimes aduaneiros especiais e os aplicados em áreas
especiais.
Os regimes aduaneiros gerais são a importação e a exportação, com a entrada e a saída,
respectivamente, de produtos no país (ou do país) com reflexos tributários, ou seja, com o
pagamento, dependendo do caso, dos impostos de importação, exportação, do IPI vinculado à
importação, ICMS, IOF, PIS/Cofins importação etc.
Os regimes especiais, ao contrário dos regimes gerais, contemplam os contribuintes com a
suspensão dos tributos, desde que observadas as condições preestabelecidas por lei ou
contrato, com finalidade econômica, no sentido de incentivar determinados setores produtivos.
São regimes especiais:
1. Trânsito Aduaneiro;
2. Admissão Temporária;
3. Admissão Temporária para Aperfeiçoamento Ativo;
4. Drawback;
5. Entrepostos Aduaneiros;
6. Recof;
7. Recom;
8. Exportação Temporária;
9. Exportação Temporária para Aperfeiçoamento Passivo;
10. Repetro;
11. Repex;
12. Loja Franca;
13. Depósito Especial;
14. Depósito Afiançado;
15. Depósito Alfandegado Certificado;
16. Depósito Franco;
17. Zona Franca de Manaus; e
18. Áreas de Livre Comércio. 
Videoaula - Drawback
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O drawback é um regime aduaneiro especial. Fundamenta-se em suspender ou eliminar os
tributos que incidem sobre produtos que são importados que serão utilizados ou
remanufaturados em produtos para a exportação.
Entenda: o regime aduaneiro especial drawback está previsto no Decreto-Lei nº 37/1966, em seu
art. 78, que versa sobre a suspensão, a isenção ou a restituição de tributos incidentes sobre a
importação em casos de importação vinculada a posterior exportação.
Esse regime permite que haja importação sem o pagamento de impostos, desde que haja, após o
beneficiamento, exportação (“reexportação”), que também não estará sujeita a tributação
(beneficiamento ou, ainda, fabricação, complementação ou acondicionamento de outro bem a ser
exportado). Trata-se, assim, de um benefício à exportação: importa-se o bem para ser
beneficiado no Brasil, ou que sirva para a fabricação, complementação ou acondicionamento de
um produto brasileiro, que é então exportado, e a operação não é tributada.
iDrawbacki9.1
Contratos internacionais10
Contrato internacional é aquele que está vinculado a mais de um sistema jurídico estrangeiro,
por força do domicílio das partes contratantes, da situação do bem negociado ou do local de
execução da obrigação.
Figura 3 – Contratos
Fonte: istockdaily/iStock
Contrato, segundo a sua definição, é um acordo de vontades. O contrato internacional não se
encontra nos códigos ou nos instrumentos internacionais. A jurisprudência estadunidense utiliza
três critérios para defini-lo:
nacionalidade das partes, associada ao fato de que tenham seus estabelecimentos comerciais
situados em seus respectivos países;
que as negociações tenham se realizado em vários países; e
que o contrato se refira à venda de uma empresa situada em um país europeu, com operações
dirigidas, em sua maior parte, aos mercados europeus.
Na exploração da atividade empresarial, o empresário individual ou a sociedade empresária
celebram vários contratos. Eles podem estar sujeitos a quatro regimes jurídicos diferentes no
Direito brasileiro: administrativo, do trabalho, do consumidor e cível. Em cada um deles, as
normas aplicáveis ao contrato serão diferentes.
Empresário-poder público = Direito Administrativo.
Empresário-empregado = Direito do Trabalho (CLT, art. 3º).
Empresário-consumidor = Direito do Consumidor (Código de Defesa do Consumidor, CDC, arts. 2º e
3º).
Demais hipóteses: contrato cível – Código Civil ou legislação especial.
Quando forem dois contratantes empresários, teremos um contrato mercantil, podendo ser
aplicadas as normas cíveis ou as do CDC, dependendo do caso.
Contratos em geral10.1
Os contratos são considerados fontes de obrigações, sendo que as partes assumem obrigações
– pacta sunt servanda – implícitas em todas as avenças.
Os princípios básicos dos contratos são: autonomia da vontade, consensualismo, força
obrigatória e boa-fé.
Autonomia de vontade = liberdade de contratar – agente capaz – e liberdade de contrair obrigações e
satisfazê-las.
Consensualismo = acordo de vontades, fato que dá validade ao contrato celebrado – a vontade deve
ser isenta de vícios (erro, dolo, coação, simulação e fraude).
Força obrigatória = contrato forma lei entre as partes contratantes – princípio: pacta sunt servanda =
as partes se obrigam ao pactuado.
Contudo, é preciso lembrar que a Teoria da Imprevisão – cláusula rebus sic stantibus –
estabelece que a excessiva alteração das circunstâncias, que impeça a satisfação da obrigação,
isenta as partes de cumprir com o pactuado sem a aplicação de penalidades. Assim, se uma das
partes contratantes tiver a sua situação econômica alterada em virtude de fatores imprevisíveis e
independentes de sua vontade e, em função dessa alteração, o cumprimento do contrato acabar
se revelando excessivamente oneroso para ela, então será possível a revisão das condições em
que ele foi estabelecido.
Nos contratos internacionais, há autonomia das partes na escolha da lei aplicável, porém essa
liberdade está restrita à impossibilidade de mácula à soberania nacional, à ordem pública e aos
bons costumes (art. 17, CC; art. 9º, Lei de Introdução ao Código Civil).
Contratos internacionais10.2
Para saber mais sobre a Lei de Introdução ao Código Civil, acesse o Código Civil Brasileiro em:
planalto.gov.br [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm]
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro:
Art. 9º Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de forma essencial, será esta
observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto os requisitos extrínsecos do ato.
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o proponente.
[...]
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, não
terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons
costumes.
Há dois modos contenciosos para regular os conflitos:o recurso às cortes estatais e o recurso à
arbitragem, mais comum nos casos de contratos internacionais.
Nos contratos internacionais de comércio, tanto o regime da cláusula arbitral internacional
quanto o regime processual comum dos tribunais institucionalizados podem definir o Direito
competente para ditar as regras aplicáveis. Quanto às cláusulas de eleição de foro, são quase
sempre aceitas, contudo, devem ter relação com o contrato, e a escolha não pode configurar
tentativa de fraude à lei.
Autonomia das partes na escolha do foro nos contratos internacionais10.2.1
Espécies de contratos internacionais11
A compra e venda é um contrato bilateral (obrigações para ambas as partes), oneroso (ambas as
partes têm obrigações patrimoniais) e comutativo (cada uma das partes recebe uma
contraprestação mais ou menos equivalente), em que uma pessoa (física ou jurídica) transfere a
propriedade de uma coisa mediante o pagamento do preço em dinheiro.
O contrato de compra e venda internacional contém também o elemento de conexão, que
subordina a legislação de dois ou mais países, em razão do domicílio, da nacionalidade, da sede
principal dos negócios, do lugar do contrato, do lugar da execução etc.
A Lei Uniforme sobre a Venda Internacional de Mercadorias foi elaborada pela Comissão das
Nações Unidas para o Direito do Comércio Internacional – CNUDCI ou UNCITRAL – e assinada na
Convenção de Viena, em 11 de abril de 1980.
A Convenção de Viena de 1980, um esforço iniciado em 1930, resultou de uma conferência com
participação dos representantes de 62 países, inclusive o Brasil, e das seguintes organizações
internacionais: Banco Mundial; Instituto Internacional para a Unificação de Direito Privado;
Conselho da Europa; Comunidade Econômica Europeia; Câmara Internacional de Comércio;
Banco para Acordos Internacionais; e Conferência de Haia em Direito Internacional Privado.
Suas principais características são: não pretende eliminar ou substituir regras internas que
regulam certas transações ou que protejam o consumidor; e visa a proteger o acordo das partes
e sua liberdade, sem interferir nas relações entre comprador e vendedor.
Na falta de escolha da lei aplicável entre dois contratantes, um do país A e outro do país B,
verifica-se o seguinte:
a. se ambos os países ratificaram a convenção, esta será aplicável, pois se tornou a lei uniforme na área;
b. se o país A ratificou-a, mas não o país B, esta só será aplicável ao contrato se as regras de DIPr
(Direito Internacional Privado) indicarem como lei aplicável a do país A; mas se indicarem a do país
B, no qual ela não está em vigor, não poderá ser aplicada, a menos que a legislação deste permita às
partes escolherem a lei aplicável; e
c. se não é parte do ordenamento jurídico nem de A nem de B, indica que está excluída sua aplicação, a
menos que as partes tenham feito opção expressa por ela no contrato (entendimento da doutrina).
Contrato de compra e venda internacional de mercadorias11.1
Leia a respeito da entrada do Brasil na Convenção da ONU sobre contratos internacionais de
compra e venda de mercadorias no link: nacoesunidas.org [https://nacoesunidas.org/brasil-
adere-a-convencao-da-onu-sobre-contratos-internacionais-de-compra-e-venda-de-
mercadorias/] .
Proposta de celebração do contrato: deve ser suficientemente precisa, com indicação de mercadoria,
quantidade, preço ou modo de determiná-lo.
Revogação da oferta: é permitida, desde que chegue ao destinatário antes que este tenha enviado a
aceitação.
Declaração de assentimento: o silêncio não valerá como consentimento, de modo que remeter a
mercadoria ou efetuar o pagamento do preço significa aceitação da oferta.
Considera-se concluído o contrato com a aceitação eficaz da oferta, tanto no sistema civil law como
no da common law.
Forma do contrato: pode ser oral, provado até por testemunhas; não há, portanto, requisito formal
para a sua elaboração.
Vendedor: obrigações básicas: entrega da mercadoria, transmissão da propriedade e entrega dos
documentos respectivos nas condições estabelecidas no contrato.
Comprador: pagar o preço e receber a mercadoria nas condições estipuladas no contrato e na
própria Convenção.
Violação essencial do contrato: é a infração contratual praticada por uma das partes que
acarrete prejuízos à outra.
Exoneração de responsabilidade: a Convenção dispõe sobre a exoneração de responsabilidade
de qualquer das partes pelo descumprimento contratual em caso de impedimento fora de seu
controle que não poderia ter sido razoavelmente previsto, evitado ou superado no momento da
contratação. É o exemplo da força maior no Direito brasileiro.
Formação do contrato11.1.1
Obrigações do vendedor e do comprador11.1.2
iIncotermsi– padronização de termos e símbolos em contratosinternacionais12
Um contrato de compra e venda vincula interesse de partes, e no comércio internacional não é
diferente. Nos contratos internacionais, encontraremos algumas dificuldades, como:
diferença de idiomas;
variação dos meios de transporte;
maior tempo exigido para entrega das mercadorias;
sistema de pagamento do preço diferenciado; e
riscos do negócio.
Os termos internacionais de comércio foram criados para facilitar os contratos de compra e
venda no âmbito internacional. Os contratos no comércio internacional são compostos por
muitas cláusulas, a fim de facilitar o entendimento entre comprador e vendedor. As
responsabilidades sobre a carga, os pagamentos de frete e detalhes do seguro internacional
foram resumidos nos incoterms. A seguir, alguns pontos sobre eles.
Foram criados para facilitar: são cláusulas mundiais a partir de contextos colocados no contrato.
Seu objetivo é estabelecer uma série de regras internacionais para interpretar os principais termos
usados nos contratos de compra e venda internacional.
Uma vez adotadas, essas cláusulas passam a ser obrigatórias.
Foram elaborados pela Câmara de Comércio Internacional, entidade sediada em Paris, e publicados
em 1936, sendo aceitos de imediato; ampliados e revisados em 1941, 1953, 1967, 1976, 1980, 1990 e 2000
para cobrir novas expressões e acompanhar a evolução dos negócios e as definições dos riscos nos
transportes de mercadorias.
Nos contratos de compra e venda de mercadorias, é normal que cada uma das partes tente assumir o
menor nível possível de obrigações.
A revisão dos incoterms resultou na publicação da nova versão pela Câmara de Comércio
Internacional (CCI). O intercâmbio eletrônico de processamento de dados foi facilitado devido à
necessidade das partes em agilizar a circulação de vários papéis, como faturas comerciais,
documentos necessários ao desembaraço alfandegário ou documentos comprobatórios da
entrega de mercadorias, bem como documentos relativos ao transporte destas.
O vendedor tem a obrigação de apresentar os documentos negociáveis de transportes,
especialmente o conhecimento de embarque, usualmente conhecido como BL (bill of lading),
utilizado para fins de venda de mercadorias enquanto estão sendo transportadas. A mensagem
via EDI (electronic data interchange) assegura que o comprador tem garantida a mesma situação
legal que teria como se houvesse obtido um bill of lading diretamente do vendedor. Tal
documento pode ser substituído por documentos não negociáveis.
Essa revisão decorreu das modificações das técnicas de transporte, sobretudo a utilização de
cargas em contêiner, transporte multimodal e tráfego roll-on/roll-off, utilizando veículos
rodoviários e vagões ferroviários em transporte de cabotagem.
A nova versão – condição free carrier – local indicado (FCA) – foi adaptada para atender a todos
os tipos de transporte, independentemente da sua modalidade e da possível combinação de
diferentes modalidades.
O transporte multimodal consiste na combinação entre dois ou mais modais de transporte, com
um único documento de transporte. Exemplo: quando o destino da carga é internacional, o
contêiner pode sair de um ponto de origem em São Paulo Capital via transporte ferroviário,e ter
como destino o Porto de Santos. No porto, o contêiner é transportado do trem para o navio, via
transporte marítimo. Ao chegar em seu destino internacional, o mesmo contêiner é transportado
para um caminhão, destinado ao ponto de consumo. A combinação trem, navio e caminhão é
denominada transporte multimodal.
Entenda as operações de um Navio Ro-Ro. Acesse o vídeo: youtu.be
[https://youtu.be/2yZ2SiznW24] .
Os termos foram agrupados em quatro categorias:
Contratos de partida: termo (ou cláusula) EXW (ex works – local de retirada): o vendedor torna as
mercadorias disponíveis para o comprador em seu próprio estabelecimento de origem, ou seja, o
comprador assume, com exclusividade, os custos e os riscos relativos ao recolhimento das
mercadorias do estabelecimento do vendedor, devendo pagar todas as despesas necessárias à
tradição dos bens transacionados, inclusive o carregamento no veículo de transporte, o seguro e
o desembaraço alfandegário.
Contratos de transporte principal não pago – três termos (ou cláusulas):
FCA (free carrier – local indicado): ao vendedor, cabe o pagamento do desembaraço para a exportação
e a entrega das mercadorias no local designado pelo transportador contratado pelo comprador.
FAS (free alongside ship – porto de embarque indicado): o vendedor se obriga a transportar o bem
transacionado até um determinado porto, cabendo ao comprador as despesas com o desembaraço
para a exportação, o embarque das mercadorias, os seguros e outras necessárias.
FOB (free on board – porto de embarque indicado): as despesas com o transporte da mercadoria até
certo porto, o embarque desta no navio e o desembaraço para a exportação correm por conta do
vendedor, sendo os demais encargos do comprador.
Contratos de transporte principal pago – quatro termos (ou cláusulas), chamados termos C:
CFR (cost and freight – porto de destino indicado): competem ao vendedor as despesas relativas à
entrega das mercadorias no porto de destino convencionado, responsabilizando-se por transporte,
Figura 4 – Exemplo de Incoterm
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 5 – Exemplo de Incoterms – três termos
Fonte: Elaborado pela autora
embarque e desembaraço para a exportação, mas transferindo ao comprador os riscos de perda ou
danos em razão de ocorrências havidas após o embarque da coisa vendida no navio atracado no
porto de origem.
CIF (cost, insurance and freight – porto de destino indicado): o vendedor assume todas as despesas
com o transporte até um determinado porto, incluindo seguro marítimo e desembaraço para a
exportação.
CPT (carriage paid to… – local de destino indicado): reserva ao vendedor as despesas com o transporte
das mercadorias até uma localidade designada, salvo as relativas a perda ou dano destas que são
transferidas para o comprador.
CIP (carriage and insurance paid to… - local de destino indicado): o vendedor arca com as despesas de
transporte das mercadorias até uma determinada localidade, inclusive as relacionadas com perda ou
dano durante o transporte.
Contratos de chegada – cinco termos (ou cláusulas), chamados termos D:
DAT (delivered at terminal): entregue no terminal designado, no porto ou em outro local de destino.
Terminal inclui qualquer lugar, coberto ou não, como cais, armazém, pátio de contêineres, terminal
rodoviário, marítimo ou aéreo. Descarregado do veículo transportador, sem desembaraço e sem
pagamento de direitos aduaneiros.
DAP (delivered at place): entregue no local de destino designado. Significa que o vendedor entrega as
mercadorias quando estas são colocadas à disposição do comprador sobre o veículo transportador,
prontas para o descarregamento. (DAP = DDU zona secundária); sem descarregamento de qualquer
veículo transportador; sem desembaraço; sem pagamento de direitos aduaneiros.
DDP (delivered duty paid – local de destino indicado): o vendedor coloca as mercadorias disponíveis
ao comprador no local designado no país de importação, respondendo, em decorrência, pelas
despesas de transporte, seguro e desembaraço para a importação.
Figura 6 – Exemplo de Incoterms – quatro termos
Fonte: Elaborado pela autora
Figura 7 – Exemplo de Incoterms – cinco termos
Fonte: Elaborado pela autora
Representado por cartas garantidoras de operações de importação e exportação.
Documento obrigacional dado por um banco em nome do importador, garantindo o pagamento ao
exportador de um determinado valor em certo espaço de tempo.
Benefícios do sistema de crédito documentário: desde que o crédito seja emitido e confirmado por
um banco de primeira linha e o exportador atenda a todas as condições do crédito, o pagamento
estará garantido. Desde que o banco notificante confirme a carta de crédito, não haverá risco de não
pagamento, exceto em caso de insolvência do próprio banco.
Procedimento para abertura e liquidação de uma carta de crédito:
O importador encomenda a mercadoria, e o exportador fornece a fatura proforma.
O importador, de posse da fatura proforma, solicita ao banco de seu relacionamento a abertura da
carta de crédito.
O banco do importador (issuing bank) comunica o banco da praça do exportador (advising bank)sobre
a existência da carta de crédito. Este último a enviará ao exportador.
Quando a mercadoria está pronta e é embarcada para o país do importador, o exportador, de posse do
conhecimento de embarque e dos demais documentos exigidos na carta de crédito, apresenta-os ao
banco negociador (negotiating bank).
O banco negociador recebe os documentos e examina-os; se estiverem em ordem e sem
discrepâncias, efetiva o pagamento ao exportador, no caso de o crédito ser à vista.
O banco negociador remete todos os documentos ao banco emitente, que por sua vez os entrega ao
importador, acertando a parte financeira entre eles.
De posse dos documentos, o importador paga os impostos exigidos no seu país e desembaraça a
mercadoria.
Crédito documentário ou carta de crédito12.1
O Decreto-Lei nº 857, de 11 de setembro de 1969, proíbe a contratação em moeda estrangeira.
Dispõe que os contratos celebrados no Brasil não poderão se utilizar dessa como forma de
pagamento, exceção feita àqueles referentes à importação e exportação de mercadorias (art. 2º,
I).
Contratação em moeda estrangeira12.2
Para pagamento em moeda estrangeira, há necessidade de que o importador ou o exportador
execute a operação de compra dela junto a uma instituição financeira, mediante a celebração de
contrato de câmbio. O Banco Central do Brasil é o órgão encarregado de fiscalizar a entrada e a
saída de capital do país.
No tocante à moeda de pagamento efetivo, é usual que seja aquela em curso no lugar do
pagamento – orientação dada pela maioria dos tribunais dos Estados. Assim, a determinação da
moeda de pagamento efetivo deve obedecer à lei do lugar onde o pagamento deve ser cumprido
– lex loci solutionis.
Contrato de câmbio12.3
Câmbio é toda operação em que há troca de moeda nacional por moeda estrangeira ou vice-
versa.
Contrato de câmbio é o documento que formaliza a operação de câmbio.
Figura 8 – Operações de câmbio
Fonte: ipopba/iStock
Seguro é uma operação pela qual, com o pagamento de uma pequena remuneração, chamada
prêmio, uma pessoa – o segurado –, na hipótese do acontecimento de um determinado evento
ou risco, recebe uma indenização de uma terceira pessoa, o segurador.
O objeto do seguro é o risco, o evento danoso que se pretende evitar, devendo ser mensurável,
delimitável, incerto ou aleatório e disperso.
O seguro de transporte pode ser classificado de acordo com o perímetro de sua atuação, em
interno ou nacional e internacional. Pode também ser classificado pelo meio de transporte
utilizado.
Contrato de seguro internacional12.4
Todo contrato impõe a cada parte o cumprimento da obrigação pela qual se comprometeu.
Porém há casos em que o cumprimento se torna impossível em razão de alguns impedimentos
de natureza física ou legal. Há casos também em que o cumprimento da obrigação não é
impossível, porém fatos supervenientes tornam excessivamente onerosaa parcela da obrigação
atribuída a uma das partes, exigindo sua adequação à nova realidade. É o caso da força maior.
Verificada a força maior, o contrato está impedido de ser adimplido. Nesse caso, a prática
comercial internacional orienta no sentido de exigir que o credor seja notificado em tempo hábil
acerca do ocorrido, a fim de que possa contornar a situação de alguma maneira. Se não
chegarem a uma composição de forma amigável, poderão lançar mão da arbitragem.
Paralelamente à cláusula de força maior, convive a cláusula de hardship, modificativa de uma
condição primária do contrato por força de elementos verificados no curso da relação contratual.
Funciona como uma espécie de adequação à nova situação fática que implique maior oneração
às partes envolvidas.
Assim, as partes poderão solicitar remanejamento do contrato entre elas formulado em caso de,
no seu curso, ter havido modificação nos dados iniciais, causando excessivo rigor (hardship) a
uma das partes envolvidas de forma injusta.
Força maior eihardshipi12.5
Direito de Integração e Direito Comunitário13
Integração regional
Conjunto de medidas adotado pelos Estados soberanos visando à livre circulação de bens,
pessoas, mercadorias e capitais, mediante a abolição de barreiras comerciais.
Direito de Integração
Conjunto de tratados que reúne princípios e regras aplicáveis às instituições de integração
regional. Ex.: Tratado de Assunção, que instituiu o Mercosul.
Direito Comunitário
Conjunto de regras aplicáveis à ordem jurídica comunitária europeia. Ex.: União Europeia. É
considerado um estágio aprimorado e avançado de integração regional.
Organizações internacionais14
Organização internacional é a instituição ou entidade que se destina a perseguir determinado
objetivo internacional.
A Convenção de Viena de 1986 definiu que organizações internacionais são organizações
constituídas por Estados, países ou governos. Historicamente, os Estados perceberam a
necessidade de estabelecer relações duradouras, a fim de garantir fortalecimento econômico, e
entenderam que precisavam definir procedimentos de convivência e sobrevivência. Como
exemplo, no ano de 1815 foi criada a Comissão Fluvial de Navegação, que estabeleceu
parâmetros de navegação nos rios Reno e Meuse, ambos europeus, para fins comerciais.
As organizações internacionais estão divididas da seguinte forma: organizações internacionais
lato sensu, compreendendo as organizações não governamentais (ONGs), e organizações
internacionais stricto sensu,que são as intergovernamentais ou, simplesmente, governamentais.
Tanto as organizações governamentais quanto as não governamentais possuem personalidade
jurídica própria, sendo detentoras de privilégios e imunidades.
Vejamos a sua classificação:
a. Quanto à origem: por vontade dos Estados manifestada em tratados, como ONU, OEA, Mercosul, ou
por resolução emanada de organização internacional, a exemplo da Unicef.
b. Quanto às finalidades: podem ser gerais – ONU – ou especiais: econômicas – Bird, FMI; técnicas –
OMM, UIT; sociais – OIT, Unesco, Unicef, OMS; e militares – Otan.
c. Quanto ao critério de adesão: podem ser abertas – OIT, ONU – ou fechadas – UE.
As organizações internacionais intergovernamentais são associações de Estados, estabelecidas
por meio de tratados, que possuem órgãos e poderes próprios, dotadas de personalidade jurídica
internacional distinta daquela dos membros que as compõem. São regidas pelo Direito
Internacional. Ex.: ONU e União Europeia.
As organizações não governamentais (ONGs) são associações que resultam da vontade de
pessoas físicas e/ou jurídicas de Direito Privado interno. São regidas pelo Direito interno de
determinado Estado. Ex.: Greenpeace e Anistia Internacional.
Organização das Nações Unidas (ONU)14.1
É uma organização internacional intergovernamental (associação de governos de Estados
soberanos), política (expressa a noção de poder) e de vocação universal (abrange grande
quantidade de Estados), cujos principais propósitos são:
manter a paz e a segurança internacional;
criar mecanismos de cooperação internacional nos campos econômico, social, cultural e
humanitário; e
promover e estimular o respeito aos direitos humanos e às liberdades fundamentais do homem.
Figura 9 – Bandeira da ONU
Fonte: labsas/iStock
Acesse o site da ONU: nacoesunidas.org [https://nacoesunidas.org/#] e entenda como a
Organização das Nações Unidas trabalha a paz e o desenvolvimento mundial.
Trata-se de um tratado celebrado em 1945 na Cidade de São Francisco, Estados Unidos, que
instituiu a Organização das Nações Unidas (ONU).
No final da Segunda Guerra Mundial, 50 países, entre eles o Brasil, reuniram-se em São Francisco
e assumiram o compromisso de manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades
fundamentais e promover o desenvolvimento dos países. Nasceu, assim, a Organização das
Nações Unidas, em substituição à Liga das Nações.
De acordo com a primeira Carta das Nações Unidas – Carta da ONU –, firmada em junho de
1945, as Nações Unidas têm o compromisso de manter a paz, a liberdade e a segurança
internacional e de promover as relações de amizade entre as nações, a cooperação internacional
e o respeito aos direitos humanos.
Carta das Nações Unidas14.1.1
Leia a Carta Magna das Nações Unidas: nacoesunidas.org [https://nacoesunidas.org/carta/] .
Assembleia-Geral: formada pelos países-membros, reúne-se uma vez por ano para tratar de
assuntos internacionais. Tem natureza de fórum. Local onde são discutidas e se debatidas as
grandes questões internacionais.
Conselho de Segurança: constituído por 15 países, sendo 5 aliados vencedores da Segunda
Guerra Mundial, que são membros permanentes e têm poder de veto. São eles: Reino Unido,
Estados Unidos, Federação Russa, França e China. Os outros dez são eleitos pela Assembleia
Geral a cada dois anos. É o órgão político e militar da ONU, responsável pela manutenção da paz
e da segurança internacionais. Órgão competente para impor sanções.
Secretariado ou Secretaria-Geral: órgão administrativo e burocrático da ONU, chefiado pelo
secretário-geral. A sede fica em Nova York, Estados Unidos, com escritórios também em
Genebra, Viena e Nairóbi.
Corte Internacional de Justiça: administra os programas elaborados pelos órgãos e organismos
da ONU. É o órgão judiciário da ONU. Possui competência contenciosa (julgamento de
controvérsias entre Estados) e consultiva (emissão de pareceres). Sua sede fica em Haia, na
Holanda.
Conselho Econômico e Social: órgão encarregado de elaborar estudos sobre assuntos de caráter
econômico, social, cultural e sanitário.
Conselho de Tutela: órgão ao qual compete fomentar o progresso de países que apresentam
instabilidade interna, conduzindo-os à independência.
Estrutura da ONU (principais órgãos)14.1.2
As agências são autônomas e têm responsabilidade em nível internacional nas esferas
econômica, social, educacional, de saúde, entre outras. As principais estão indicadas no quadro a
seguir.
Agências especializadas e de serviços14.2
Quadro 1 – Principais agências especializadas e de serviços
Sigla Nome Site
FMI Fundo Monetário Internacional nacoesunidas.org [https://nacoesunidas.org/agencia/fmi/]
imf.org [https://www.imf.org/en/Countries/ResRep/BRA]
Bird Banco Internacional de
Reconstrução e
Desenvolvimento
nacoesunidas.org
[https://nacoesunidas.org/agencia/bancomundial/]
worldbank [https://www.worldbank.org/]
Gatt Acordo Geral de Tarifas e
Comércio ou General Agreement
on Tariffs and Trade.
itamaraty.gov.br [http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-
externa/diplomacia-economica-comercial-e-financeira/132-
organizacao-mundial-do-comercio-omc]
OMC Organização Mundial do
Comércio
itamaraty.gov.br [http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-
externa/diplomacia-economica-comercial-e-financeira/132-
organizacao-mundial-do-comercio-omc]
wto.org [http://www.wto.org]
OMS Organização Mundial da Saúde saude.gov.br [https://saude.gov.br/component/tags/tag/oms]who.int [http://www.who.int]
OIT Organização Internacional do
Trabalho
agenciabrasil.ebc.com.br
[https://agenciabrasil.ebc.com.br/tags/oit]
ilo.org [http://www.ilo.org/]
FAO Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura
fao.org [http://www.fao.org/brasil]
fao.org [http://www.fao.org]
Unesco Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a
Cultura
unesco.org [http://www.unesco.org/brasilia]
unesco.org [http://www.unesco.org]
Fida Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola
fida.org.br [http://www.fida.org.br/]
ifad.org [https://www.ifad.org/en/]
OMM Organização Meteorológica
Mundial
inmet.gov.br [http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?
r=home/page&page=omm]
wmo.int [http://www.wmo.int/]
Unicef Fundo das Nações Unidas para
a Infância
unicef.org [https://www.unicef.org/brazil/sobre-o-unicef]
unicef.org [https://www.unicef.org/]
Fonte: elaborado pela autora.
A Santa Sé, por razões históricas, é denominada como pessoa jurídica de Direito Público
Internacional. Seu chefe, que é o papa, possui privilégios e imunidades equivalentes aos de chefe
Organizações não estatais14.3
de Estado. O embaixador da Santa Sé é denominado núncio apostólico e goza de imunidade e
privilégios.
A Santa Sé possui:
direito de legação: ativa (envia missões) ou passiva (recebe missões diplomáticas); e
direito de celebrar tratados (são denominados de concordata, pois figura num dos polos a Santa Sé).
A Cruz Vermelha foi fundada em 24 de junho de 1859 por Henri Dunant. Seu núcleo inicial se
reuniu em Genebra em 1863 como Comitê Internacional e Permanente de Auxílio aos Feridos de
Guerra. É considerada organização internacional sui generis, por não ser composta por Estados,
mas exercer funções como expedição de passaportes para apátridas, autenticação de
documentos originários de países em guerra etc.
Acesse o site da Cruz Vermelha e entenda os movimentos da organização no Brasil:
cruzvermelha.org.br [http://www.cruzvermelha.org.br/pb/.] .
Faixas do comércio internacional15
O comércio internacional consiste em transações comerciais de âmbito econômico-financeiro
realizadas entre países, a fim de viabilizar a circulação de produtos e serviços.
O processo de integração regional se desenvolve de acordo com faixas de comércio:
Primeira faixa – área de livre comércio: adoção de uma pauta comum (bens e serviços) entre os
Estados-membros de uma determinada instituição de integração regional em suas relações
comerciais.
Segunda faixa – união aduaneira: a pauta comum de bens e serviços não se reduz aos Estados-
membros da instituição de integração, mas se estende a outros países com os quais aqueles
estabelecem relações mercantis.
Terceira faixa – mercado comum: nessa fase, os Estados buscam uma união econômica, que se
traduz na união de economias visando a uma unidade política. Há evolução para uma situação de
completa liberdade de circulação de pessoas, bens, capitais e serviços.
Quarta faixa – união econômica e monetária: fase de desenvolvimento do mercado comum, com a
harmonização das legislações nacionais nas áreas política, econômica, financeira e monetária.
Existe a adoção de uma tarifa externa comum entre os Estados da instituição de integração e de uma
moeda comum para todo o bloco.
Conheça melhor as etapas do processo de integração econômica:
Área de livre comércio:
interdependência restrita ao comércio entre os membros de determinado bloco;
tarifação interna comum; e
não se estende aos negócios com terceiros Estados.
União aduaneira:
todas as disposições da etapa anterior;
estende o compromisso aos negócios com terceiros Estados;
é constituída uma tarifa externa comum; e
o bloco econômico passa a comercializar representando todos os Estados-membros.
Mercado comum:
todas as disposições das etapas anteriores;
livre circulação de bens, pessoas, serviços e capitais entre os Estados-membros; e
processo de integração reduzindo o papel soberano.
União política, jurídica e monetária:
integração plena;
Acordos de integração econômica regional15.1
celebração de um tratado organizando o bloco juridicamente;
minimização das atribuições monetárias, tais como emissão e controle da moeda; e
políticas de decisões de alcance supranacional.
A integração econômica ocorre entre Estados soberanos, com ordenação de regras de
liberalização econômica e acordos multilaterais. Esse processo teve início em meados do século
passado.
A formação de blocos econômicos inclui os seguintes:
Gatt – Acordo Geral de Tarifas e Comércio;
UE – União Europeia;
Alalc – Associação Latino-Americana de Livre Comércio;
Aladi – Associação Latino-Americana de Integração;
Nafta – Tratado de Livre Comércio da América do Norte;
Mercosul – Mercado Comum do Sul; e
Alca – Área de Livre Comércio das Américas.
Fórum internacional de negociações multilaterais.
Livre comércio entre os países signatários.
Diversas negociações visando a ampliar cada vez mais o comércio internacional – avanços na
liberalização econômica mundial.
Rodadas de negociações multilaterais.
Como sucessora do Gatt, surgiu a OMC (Organização Mundial do Comércio), em 15 de abril de
1994, com o objetivo de levar os países a uma nova era de cooperação econômica mundial e
negociar em um sistema multilateral de comércio mais amplo e mais justo. É o principal órgão de
regulamentação comercial.
A Rodada de Doha é um projeto ambicioso da OMC que prevê inúmeros avanços comerciais. O
Brasil desempenha um importante papel, agregando os países em desenvolvimento, em posição
contrária à dos Estados Unidos.
Um momento de crise foi uma proposta conjunta dos Estados Unidos e da União Europeia,
acolhida pelo presidente do Conselho Geral, mas que não foi aceita pelo Brasil e pelos demais
países em desenvolvimento. Uma proposta alternativa levou à formação de uma coligação
conhecida como G-20.
Gatt – 194715.1.1
União Europeia15.1.2
Criada em 1992, a União Europeia é um bloco econômico que estabelece cooperações politicas e
econômicas aos seus 27 países-membros, todos localizados na Europa.
Figura 10 – Bandeira da União Europeia
Fonte: artJazz/iStock
Em 1951, foi assinado um tratado que instituiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço
(Ceca). Em 1957, surgiram a instituição da Comunidade Econômica Europeia e a Comunidade
Europeia de Energia Atômica (Euratom).
Em 1967, os órgãos foram unificados, formando a Comissão Europeia, criando, também, um
Conselho de Ministros.
Em 1986, surgiu o Ato Único Europeu, um plano de Schuman e Monnet consolidado por meio do
Tratado de Roma, tendo como objetivos quatro liberdades fundamentais: livre circulação de
pessoas, de bens, de capitais e de serviços.
A União Europeia possui cinco instituições principais:
Conselho Europeu: órgão supremo, formado por chefes de Estado e de governo dos países-membros.
Reúne-se duas vezes por ano para definir linhas de orientação política e tratar de questões
internacionais;
Conselho de Ministros: formado por um ministro por governo de cada Estado-membro ou por
matéria. Adota a legislação comunitária proposta pela Comissão Europeia e/ou pelo Parlamento
Europeu;
Comissão Europeia: representa a UE e tem sede em Bruxelas. Seus comissários são indicados pelos
países-membros, e a maioria dos funcionários são concursados, que não representam seus países de
origem, mas a instituição. É considerada a guardiã dos tratados. Elabora propostas de legislação e
ação em nível europeu e coordena a administração das políticas comuns;
Parlamento Europeu: é formado por representantes da população, deputados eleitos por sufrágio
universal direto, conforme representatividade geográfica e demográfica. É organizado em bancadas
por partidos políticos e não por países. Tem funções de decisão e de caráter orçamentário e é
responsável pelo processo de elaboração, modificação e adoção da legislação europeia. Suas reuniões
se alternam entre Bruxelas e Estrasburgo;
Tribunal de Justiça: julga tudo o que se refere ao Direito Comunitário, como litígios a respeito de
acordosou contratos assinados com a UE. Também tem competência em caso de descumprimento
de normas por países-membros e em caso de os tribunais nacionais não agirem quando provocados;
Tribunal de Contas: controla o orçamento e a gestão das finanças comunitárias; e
outros organismos incluem o Comitê Social e Econômico, que reúne diferentes parceiros econômicos
e sociais da comunidade, e o Comitê das Regiões, além do Banco Central Europeu e do Banco Europeu
de Investimento.
Atualmente, a UE possui as seguintes características:
os países-membros renunciam a parte de suas soberanias em favor da Comissão Europeia, a qual é
dotada de poderes próprios, independentes dos Estados-membros; E
esses poderes permitem a ela promulgar atos europeus, equivalentes à legislação nacional.
A Comunidade Europeia foi criada em 1965, dotada de personalidade jurídica de Direito
Internacional Público. Assim, pode assinar acordos de cooperação com vários países e outras
organizações. Ex.: Brasil e Mercosul têm acordos de cooperação com a UE.
A Comissão Europeia foi fortalecida em 1º de novembro de 1993 pelo Tratado de Maastricht, que
transformou a Comunidade em União Europeia, agora já união política, abrindo caminho para a
unificação monetária trazida pelo Tratado de Amsterdã e para a adoção de uma Constituição
Europeia.
A Constituição Europeia foi aprovada e está sujeita a referendo, na parte que trata do comércio
exterior, desde 1999. Todos os acordos internacionais firmados com a União Europeia possuem
os seguintes princípios:
defesa da concorrência;
prevalência dos direitos humanos; e
proteção do meio ambiente.
O processo de integração nas Américas tem origens histórico-filosóficas, políticas, sociais e
econômicas. Seu marco inicial é o início do século XIX.
Conferência de Bogotá (Conferência Internacional Americana): o Tratado Internacional
Constitutivo da Organização dos Estados Americanos (OEA) foi assinado em 30 de abril de 1948.
É uma entidade de alcance regional.
Integração econômica das Américas: Aladi, Alalc, Mercosul, Nafta e Alca15.1.3
Objetivo: aproximação comercial - mercado comum.
Zona de livre comércio.
Programa de desagravamento tarifário para um período de 12 anos.
Eliminação de restrição ao comércio recíproco entre os Estados participantes.
Criação – Tratado de Montevidéu – 18 de fevereiro de 1960.
Formado por Argentina, Chile, Brasil, México, Paraguai, Peru e Uruguai.
Adesões posteriores: Colômbia, Equador, Venezuela e Bolívia.
Personalidade jurídica internacional.
Sede em Montevidéu.
Alalc (Associação Latino-Americana de Livre Comércio)15.1.4
Programa de liberação do intercâmbio.
Substituída pela Aladi (Associação Latino-Americana de Integração).
Carta de Bogotá: promoção e regulação de comércio recíproco; desenvolvimento de sistemas
econômicos de cooperação; ampliação dos mercados e de tarifação regional.
A Aladi foi criada pelo Tratado de Montevidéu, de 12 de agosto de 1980, visando ao
desenvolvimento econômico-social por meio da integração no Mercado Comum Latino-
Americano.
Expressão de todos os aspectos enumerados pela Carta de Bogotá.
Participação no comércio internacional de Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
Formado pelo Tratado de Assunção – 26 de março de 1991.
Confirma todos os ideais do Tratado de Montevidéu.
Na constituição de um Mercado Comum, os países-membros confirmam:
desejo de reciprocidade em direitos e obrigações;
estabelecimento de um programa de liberação comercial progressivo; e
harmonização das legislações nacionais.
Mercosul – Mercado Comum do Sul15.1.5
Acordo entre México, Canadá e Estados Unidos assinado em 17 de dezembro de 1992.
Inserção dos demais Estados americanos no comércio internacional.
Reafirmar laços de amizade e cooperação – espírito do Novo Mundo.
Contribuir para a expansão do comércio mundial.
Ampliar a cooperação internacional e reduzir as distorções de capacidade financeira.
Estabelece a criação de uma zona de livre comércio de acordo com as normas do Gatt.
Princípios orientadores:
Tratamento nacional, cláusula da nação mais favorecida e transparência.
Tornar a Zona de Livre Comércio da América do Norte um espaço para facilitar a circulação
transfronteiriça de bens e serviços, aguçando a competitividade leal e aumentando as oportunidades
comerciais.
Nafta – Tratado de Livre Comércio da América do Norte15.1.6
Carta de Bogotá – projeto de criação da Alca.
Fase preparatória: 1994-1998.
Plano de ação baseado nos valores da OEA.
A I Cúpula das Américas foi realizada em dezembro de 1994 em Miami, Estados Unidos,
buscando:
pacto para o desenvolvimento e a prosperidade;
preservação e fortalecimento da comunidade de democracias das Américas;
Alca – Área de Livre Comércio das Américas15.1.7
promoção da prosperidade mediante a integração econômica e o livre comércio;
erradicação da pobreza e da discriminação no hemisfério ocidental;
garantia de desenvolvimento sustentável; e
conservação do meio natural para as futuras gerações.
Todos esses objetivos foram reafirmados nas demais Cúpulas:
II Cúpula das Américas – Santiago, Chile, abril de 1998.
III Cúpula das Américas – Quebec, Canadá, abril de 2001.
Cúpula Extraordinária das Américas – Monterrey, México, janeiro de 2004.
O projeto de integração da Alca buscava:
fortalecimento da democracia;
modernização do Estado visando ao objetivo anterior;
simplificação das regulamentações e do funcionamento do governo; e
criação de instituições públicas democráticas, mais transparentes e responsáveis, atacando a
corrupção, o crime organizado e o terrorismo.
O propósito da Alca é a criação de uma área de livre comércio, sob o formato do Gatt.
Além dos processos de integração vistos, têm surgido dois movimentos atuais aliados ao
espírito de unidade continental:
Casa – Comunidade Sul-Americana de Nações; e
Movimento Bolivarista no Mercosul.
Movimentos atuais15.1.8
Mercosul16
O Tratado de Assunção, de 26 de março de 1991, criou o Mercado Comum do Sul (Mercosul),
objetivando estabelecer um mercado comum entre Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Para saber mais sobre composição, os objetivos e estrutura institucional, acesse: itamaraty.gov.br
[http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/integracao-regional/686-mercosul] .
Figura 11 – Mapa do Mercosul.
Fonte: michal812/iStock
Protocolos adicionais ao Tratado de Assunção:
Protocolo de Ouro Preto (1994): estabelece a estrutura institucional do Mercosul.
Protocolo de Brasília (1991): voltado para a solução de controvérsias.
Protocolo de Olivos (2002): aperfeiçoa o sistema de solução de controvérsias.
Conflito ou controvérsia internacional é todo desacordo sobre certo ponto de direito ou de fato; é
contradição ou oposição de teses jurídicas ou de interesses entre Estados. Um sistema de
solução de controvérsias é um modo de solução de conflitos ou controvérsias internacionais.
Estabelecimento da livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos.
Coordenação de posições em foros econômico-comerciais.
Harmonização das legislações dos países-membros em busca do fortalecimento da integração.
Principais objetivos16.1
Os órgãos do Mercosul são:
Conselho do Mercado Comum: condução política do processo de integração e tomada de decisões,
visando a assegurar o cumprimento dos termos do Tratado de Assunção;
Grupo do Mercado Comum: órgão executivo que tem o objetivo de tomar medidas necessárias ao
cumprimento das decisões adotadas pelo Conselho do Mercado Comum;
Comissão de Comércio: visa a dar assistência ao Grupo do Mercado Comum e velar pela aplicação dos
instrumentos de política comercial comum acordados pelos Estados-membros;
Comissão Parlamentar Conjunta: órgão representativo dos parlamentos dos Estados-partes no
âmbito do Mercosul;
Foro Consultivo Econômico-Social: órgão ao qual são encaminhadas as consultas dos Estados-
membros sobre assuntos de seu interesse; e
Secretaria Administrativa do Mercosul: órgão de apoio administrativo e operacional.
Estrutura institucional16.2
Direito Internacional17
O Direito

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