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SERRARIA Apostila Pyscoia

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SERRARIA 
 
Prof. Victor Casimiro Piscoya 
 
 
 
 
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
 
 
 
 CAPITULO 
1 
 
 
 GENERALIDADES E
HISTÓRICO 
 
 
1.1. SERRARIA 
 
¾ A madeira tem um papel importantíssimo no avanço da civilização humana. 
¾ Inicialmente utilizada: abrigo, armas, combustível, transporte etc. 
¾ Foi estudada até chegar a usos mais compatíveis com seu valor. 
¾ A madeira em razão do avanço da técnica é matéria prima para produtos tais 
como: compensados, chapas de madeira aglomerada, chapas de fibras, resinas, 
açucares, taninos, papel e celulose, rayon (fibra celulósica manufaturada e 
regenerada, produzida a partir de um polímero que se encontra na natureza), etc. 
¾ Sob a forma de tábuas e pranhões data de épocas remotas, pelos egípcios na 
confecção de sarcófagos no ano 2000 A.C., na navegação pelos fenícios, 
normandos, romanos, portugueses etc. 
¾ Em 1555 aparece o primeiro engenho de desdobro, movido por um dente ou 
braço adaptado ao eixo de uma roda d'agua. 
¾ Em 1600 aparece uma serra movimentada por bielas e manivelas. 
¾ Em 1777 Samuel Miller patenteia a serra circular. 
¾ Em 1808 William Newberry fabrica as primeiras serras de fita. 
¾ A partir de 1778 a Serraria tomou grande impulso a partir desta data com a 
invenção das máquinas a vapor por James Watt. 
¾ A partir daí as Serrarias foram aperfeiçoadas e melhoradas. 
 
1.2. LOCALIZAÇÃO DAS SERRARIAS 
¾ Exige um planejamento para que não se torne anti-econômica. 
¾ Em se tratando de serraria: a) determinar o melhor local, b) empregar o mínimo de 
pessoal possível , c) diminuir o custo de produção, d) utilizar a madeira com o 
máximo de rendimento, e) obter produtos da melhor qualidade possível. 
 
Pág. 1
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
1.2.1. ENTRE OS DIVERSOS FATORES QUE INFLUENCIAM NA 
LOCALIZAÇÃO DE UMA SERRARIA DESTACAM-SE: 
1.2.1.1. ORIGEM DAS TORAS ( FONTE DE MATÉRIA PRIMA ) 
¾ Adequado suprimento de toras dentro de uma distância razoável. 
¾ Ao se determinar a localização o responsável deverá: fixar o 
tamanho da serraria, exigência anual de toras, considerar 
possibilidade de aumento da capacidade da serraria no futuro. 
¾ Deverão ser obtidas informações sobre o número, tamanho, 
localização e exigências anuais de indústrias madeireiras existentes 
na área consideradas competidoras no uso da madeira disponível. 
 
1.2.1.2. MÃO DE OBRA DISPONÍVEL 
¾ A exceção de mão de obra, poderá causar grandes prejuízos à 
serraria em locais onde existem outras indústrias como a de papel e 
celulose que pagam ordenados bem mais altos que as serrarias, 
observar este detalhe para que não venha a parar por falta de mão 
de obra. 
¾ Muitas vezes serrarias bem localizadas são obrigadas a mudarem-se 
para novas áreas em razão do fato de indústrias existentes em sua 
área usarem a quase totalidade de mão de obra visto ordenados 
mais altos. 
 
1.2.1.3. LOCALIZAÇÃO EM RELAÇÃO AO MERCADO E ORIGEM 
DAS TORAS: 
¾ Ao se localizar a Serraria distante da fonte de matéria prima ter-se-á 
maior despesa com o transporte (transporta-se água, casca e 
serragem, partes defeituosas, que serão eliminadas). 
¾ Torna-se aconselhável a localização das serrarias próximas à floresta 
mesmo que fique distante dos centros consumidores. 
¾ Algumas vezes é preferível ter a serrarias próxima da matéria prima 
e distante do mercado e outras vezes acontece o contrário, 
dependendo de vários fatores. 
¾ TRANSPORTE – VIAS DE COMUNICAÇÃO 
Pág. 2
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
¾ Não deve-se negligenciar o transporte quando a serraria é 
permanente verificar se existe e se não existe estudar a viabilidade 
econômica na construção de uma rodovia. 
¾ Quando as condições o permitirem as serrarias deverão ser 
instaladas em locais onde o transporte de toras possa ser realizado 
por água. 
1.2.1.4. TAXAS E IMPOSTOS: 
¾ Normalmente serrarias instaladas em zonas urbanas têm que pagar 
impostos bem mais elevados que as instaladas em zonas rurais. 
¾ O terreno onde será instalada a serraria deve apresentar uma série 
de condições básicas: 
a. Fácil ligação com rodovias e se possível com ferrovias. 
b. O terreno deve ser seco e sempre que possível plano. 
c. Ter a maior dimensão na direção do vento. 
d. A extensão depende do volume de toras, necessidade de 
armazenamento dos produtos . 
e. A relação comprimento e largura deve ser cerca de 3:1 ou 4:1. 
¾ O terreno deverá apresentar uma extensão de 20 – 25 % maior que 
a calculada para eventualidades futuras. 
 
1.3. ESTUDOS PARA INSTALAÇÃO DE UMA SERRARIA 
¾ Capital disponível. 
¾ Matéria prima (quantidade, espécie, dimensões das toras) e dimensões dos 
produtos (função do mercado). 
¾ Operários: disponibilidade, conhecimentos técnicos, nível de vida, condições 
salariais. 
¾ Escolha do maquinário: preferência a indústria nacional em razão da maior 
facilidade de obtenção de peças. 
¾ Escolha da força motriz: eletricidade, diesel, vapor. 
¾ Levantamento topográfico do terreno. 
¾ Nivelamento do terreno, procurando aproveitar as inclinações naturais para 
facilitar algumas fases das operações. 
¾ Localização e construção do edifício da serraria em função dos seguintes 
elementos: clima, insolação, ventos dominantes. 
a. Clima: irá determinar a forma, tipo de construção e materiais a serem 
usados. 
Pág. 3
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
b. Insolação: Em áreas tropicais o eixo longitudinal da serraria deve estar na 
direção norte-sul. 
c. Ventos dominantes: O maior eixo da serraria deverá ser na direção dos 
ventos dominantes, principalmente quando a força motriz provém de 
caldeiras (prevenir incêndios). 
d. Chuvas dominantes. 
 
1.4. DIVISÃO (CONSTITUIÇÃO) DE UMA SERRARIA 
1. Depósito de madeira roliça. 
2. Local para maquinário. 
3. Local para classificar a madeira serrada. 
4. Depósito de madeira serrada. 
 
DEPÓSITO DE MADEIRA ROLIÇA 
a. Ligação com as vias de comunicação. 
b. Local para descarregamento. 
c. Local para seleção das toras. 
d. Depósito das toras já classificadas. 
Sempre que possível é aconselhável construir esse depósito em água, pois o trabalho 
torna-se mais fácil e econômico e a seleção das toras é fácil. Quando o depósito é em 
terra firme, deve apresentar certas características, tais como: Ser seco, não apresentar 
declives, ou quando os apresentar não devem exceder a 5%, possibilitar, se possível, ter-
se o depósito de toras em nível um pouco superior ao da serraria propriamente dita, ter 
boa comunicação com rodovias. 
As toras ao serem descarregadas não devem ser armazenadas em contato direto com o 
solo, porém em “pisos” construídos sobre suportes de concreto, é interessante que 
tenha um declive de 5% para facilitar a retirada das toras a serem desdobradas, as quais 
deverão ser agrupadas em classes de diâmetro de por exemplo: 10 em 10 cm. ou 20 em 
20 cm. 
Para prevenção de incêndios a serraria deve apresentar uma faixa de segurança de mais 
ou menos 10 m. entre o depósito de madeira roliça e a serraria propriamente dita. 
 
LOCAL PARA MAQUINÁRIO 
¾ O prédio onde serão instaladas as máquinas não devem apresentar colunas 
interiores. 
Pág. 4
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
¾ O depósito de toras e a Indústria propriamente dita devem estar no mesmo nível, 
ou a Indústria em nível um pouco inferior. 
¾ O tamanho do prédio depende do maquinário, dimensões das toras e da 
produção, entretanto as dimensões mais comuns variam entre 25 – 60 m. de 
comprimento por 6 -12 de largura. 
¾ Constituição: maquinário principal, maquinário secundário, afiadores de serras, 
oficina para reparos, casa de força, quarto de ferramentas, sanitários e escritório; 
refeitório,vestiário e sala de espera com mostruário ocorrem somente nas grandes 
indústrias. 
¾ Entende-se por maquinário principal as diferentes serras para o desdobro da tora, 
como a serra francesa, a de fita e a circular. 
¾ Entende-se por maquinário secundário, as máquinas usadas em serviços 
secundários como por exemplo: as empregadas para cortar pontas irregulares das 
tábuas (despontadeiras), ou as empregadas para regularizar as bordas das tábuas 
(canteadeiras) etc. 
¾ Os quartos com afiadores de serra, devem ter o piso na mesma altura do da 
serraria, para maior facilidade de transporte das fitas de serra e a luz bastante 
forte. 
¾ A casa de força deve ser separada da Indústria por um muro especial, construído 
com materiais não combustíveis. A casa de força deve ser ligada ao quarto de 
ferramentas.. 
¾ O escritório deve ser colocado em local onde possa ser observada toda a indústria 
e se possível com paredes de vidro e num plano mais elevado que o da indústria. 
¾ O vestiário e o refeitório, devem apresentar uma área com cerca de 1m� por 
operário e somente são indicados quando a serraria é suficientemente grande 
para justificar a construção e manutenção. 
 
DEPÓSTIO DE MADEIRA SERRADA 
Este depósito apresenta duas finalidades principais: 
− Secagem da madeira 
− Armazenamento: às vezes a espera de melhores preços ou possibilidade de venda. 
O depósito de madeira serrada deve constituir-se de: 
1. Local para classificação da madeira serrada. 
2. Local para empilhamento. 
3. Local para carregar os veículos com a madeira. 
4. Construção para depósito de madeiras valiosas (existente nas grandes serrarias) 
Pág. 5
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Neste depósito as madeiras devem ser classificadas e empilhadas segundo a espécie, 
dimensões e qualidade. 
O depósito de madeira serrada deverá apresentar uma série de características, tais como: 
a. Estar livre de árvores e construções em volta, para maior circulação de ar. 
b. Se possível, deve estar num plano um pouco mais elevado que o da indústria. 
c. O eixo maior do depósito deve estar na mesma direção do vento. 
d. Deve apresentar boa comunicação com rodovias ou ferrovias. 
e. Deve ser plano e seco. 
f. O solo não deve apresentar gramíneas, para maior circulação do ar sobre o solo. 
No depósito deixa-se 40 – 50 % da área para servir de caminhos. 
Em cada início de ano deve-se fazer uma limpeza com Carbolino (óleo de antraceno 
tratado com cloreto de Zn). 
 
1.5. CONSIDERAÇÕES SÔBRE MATÉRIA – PRIMA PARA SERRARIAS 
A matéria prima utilizada numa serraria influencia grandemente no seu planejamento, 
eficiência e rendimento. 
1. ESPÉCIE: É vantajoso utilizar uma única espécie ou espécies semelhantes. A 
padronização das espécies irá resultar em maiores rendimentos e eficiências da 
serraria. O uso de coníferas nas serrarias apresenta algumas vantagens, tais como: 
flutuam, apresentam maior facilidade de corte, possuem toras mais retas e 
uniformes. As folhosas, possuem o inverso destas características. 
2. DIMENSÕES E FORMA: É vantajoso se ter: uniformidade no diâmetro das toras, o 
que resulta em maiores facilidades de manejo, depósito e remoções. Por outro 
lado, toras com grandes comprimentos são facilmente vendidas no mercado com 
preços bem mais elevados. 
Quando as toras a serem utilizadas pela serraria são armazenadas por longo tempo, é 
necessário tomar certas precauções, a fim de impedir que elas se deteriorem. 
Entre os diversos prejuízos, podemos destacar: 
a. Rachaduras nas extremidades da tora. 
b. Manchas e decomposição. 
c. Ataque de insetos. 
 
Rachadura nas Extremidades da tora: 
As toras secam muito mais rápidamente nas extremidades do que no centro. Quando as 
extremidades das toras secam e tendem a se contrair, são impedidas de fazê-lo, pois o 
centro da tora ainda está úmido, o que resulta no aparecimento de forças que causam o 
rachamento das extremidades. Deve-se portanto, tomar algumas precauções, visando 
Pág. 6
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eliminar ou pelo menos diminuir ao mínimo o secamento das extremidades das toras, 
procurando retardar a evaporação da umidade. Dentre os materiais usados eficazmente 
para evitar rachaduras das extremidades das toras destacam-se os seguintes: 
1. Pastas de pigmento oleoso: são preparadas misturando-se um pigmento como 
chumbo branco (óxido de chumbo) no óleo de linhaça, que funciona apenas 
como veículo. 
2. Óleo pastoso: pode ser preparado misturando-se 25 partes de baritina (baritita 
4BaSO ) com 25 partes (em peso) de silicato de magnésio e 100 partes de um 
óleo endurecido. 
3. Tintas higroscópicas: tem a finalidade de reter a umidade da superfície das 
extremidades das toras, evitando a contração e conseqüentes rachaduras. Se 
consegue misturando-se 12 partes (em peso) de amido por cada 100 partes de 
água e 100 partes de uréia. 
 
Manchas e Decomposição: 
Os tóxicos químicos usados no combate a prevenção das manchas tem normalmente 
como base: 
¾ Penta – cloro – fenol de sódio. 
¾ Fosfato de etil mercúrio. 
¾ Materiais alcalinos 
¾ Materiais boratos 
 
Insetos: 
 
1.6. TERMOS BASICOS DE CARACTERISITICAS DE SERRARIAS 
1.6.1. Rendimento 
100xR TM= 
 Onde : R: rendimento em percentagem 
 M: volume de madeira serrada em m³. 
 T: volume de toras, em m³ para obter M. 
Exemplo: Qual será o rendimento de uma serraria que consome 60 m³ de toras para 
produzir 30 m³ de madeira? 
Em coníferas considera-se normal rendimentos de 55 – 65 % . 
Em folhosas considera-se normal rendimentos de 45 – 55 % . 
 
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1.6.2. Eficiência 
O
TE = 
Onde : E: eficiência em m³ / operário / dia 
 T: toras, em m³ desdobradas em 1 dia. 
 O: número de operários que trabalham dentro da serraria 
Exemplo: Qual será a eficiência de uma serraria que desdobra 150 m³ de toras por dia, 
trabalhando com 50 operários? 
Quadro 1. Eficiência das Serrarias em diversas partes do mundo 
REGIÕES E m³ / op / dia 
1. América do Norte 
a. Serraria c/ alta mecanização e 
automatização. 
b. Serrarias comuns – também 
portáteis 
2. Suécia - média 
3. Europa central, média 
4. Guiana Inglesa 
5. Amazonas – média 4 serrarias 
(Cedrela odorata) 
6. Sudão – Ilhas Andaman 
 
 
22,0 
4,8 
2,8 
1,2 
0,5 
 
0,3 
0,1 
 
As razões que influem para as grandes eficiências são: 
a. Uso de coníferas – madeiras leves, macias, retas etc. 
b. Esquema de montagem de serrarias. 
c. Uniformidade (padronização) da matéria prima e dos produtos. 
d. Uso de maquinário novo e em perfeitas condições. 
e. Grande disponibilidade de energia para movimentação da serraria. 
f. Mecanização e automatização de grande parte dos trabalhos. 
 
1.7. CLASSIFICAÇÃO DAS SERRARIAS QUANTO A CAPACIDADE 
1.7.1. Serrarias pequenas: 
Nos E.U.A. consideram-se pequenas serrarias as que trabalham com 7 a 10 operários, 
tendo uma produção diária de 45 a 90 m³ , com E= 6,5 a 9 m³ / op /dia. De modo geral 
podemos definir serrarias pequenas como sendo as que têm produção diária de até 50 
m³, com um mínimo de máquinas de cada tipo: 
Pág. 8
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
a. Uma para desdobro. 
b. Uma para corte longitudinal – canteadeira. 
c. Uma para corte transversal – destopadeira ou despontadeira. 
As pequenas serrarias podem ser classificadas em : Serrarias móveis, Serrarias portáteis, 
Serrarias permanentes. 
 
1.7.2. Serrarias médias: 
A produção diária vai de 50 – 100 m³ de toras, normalmente possuindo uma só 
máquina para desdobro e mais máquinas auxiliares para: 
¾ Cortes longitudinais profundos – serradeiras. 
¾ Cortes longitudinaisrasos – canteadeiras. 
¾ Cortes transversais – destopadeiras. 
 
1.7.3. Serrarias grandes: 
A produção das serrarias grandes vai acima de 100m³ dia de toras, são permanentes, 
normalmente com mais de uma máquina de desdobro e várias máquinas auxiliares. 
São mecanizadas e geralmente com instalação de secagem artificial. 
 
1.8. CLASSIFICAÇÃO DAS SERRAS MECÂNICAS 
1.8.1. SERRAS PRINCIPAIS: Usadas para desdobro de toras. 
1.8.1.1. Alternativas ou de Quadro 
a. Tipo colonial. 
b. Tipo francesa ou de “Quadro cheio”. 
b.1. alimentada por baixo. 
b.2. alimentada por cima. 
c. Alternativa horizontal. 
d. Alternativa tissot. 
1.8.1.2. Serra Circular 
a. americana. 
b. americana com “top rig”. 
c. múltipla. 
1.8.1.3. Serra de fita 
a. serra de fita vertical. 
b. serra de fita horizontal. 
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1.8.2. SERRAS SECUNDÁRIAS OU AUXILIARES 
1.8.2.1. Reserradeira para cortes profundos 
a. Francesa 
b. circular simples 
c. serra de fita simples 
1.8.2.2. Canteadeiras, para cortes rasos 
a. circular simples 
b. circular alimentada mecanicamente 
c. canteadeira dupla 
d. canteadeira múltipla. 
1.8.2.3. Destopadeira: para cortes transversais, em tábuas ou 
pranhões. 
a. pendulada em cima. 
b. pendulada em baixo. 
c. destopadeira múltipla. 
1.8.2.4. Serra de corrente. 
1.8.2.5. Serras especiais 
a. destopadeira angular 
b. serras para fabricação de produtos especiais: tacos etc. 
 
1.9. ESTUDOS E CARACTERISTICAS DOS DIFERENTES TIPOS DE SERRA 
1.9.1. Serras Alternativas ou de Quadro 
As lâminas de corte estão encaixadas num quadro de metal ou madeira, dotado de 
movimentos alternativos através do qual passa a tora a ser desdobrada. 
1.9.1.1. Serra tipo colonial 
Estas serras normalmente, desdobram a tora em pranchas grossas, sendo 
que a trajetória das lâminas é vertical e o charriot (carro transportador da 
tora) é horizontal. 
As lâminas de serra são adaptadas no quadro, onde dois puxavantes laterais 
(um sistema de bielas – manivelas) ligados aos volantes encaixados no eixo 
motor provocam o movimento alternativo vertical. 
 
Pág. 10
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
 
 
Uma serra colonial é constituída essencialmente por: 
¾ Um quadro T1 no qual são esticadas as lâminas de serra, o qual é 
guiado no seu movimento alternativo pelos montantes T2 da 
máquina. 
¾ Dois sistemas de biela manivela B1 que transmitem ao quadro o 
movimento alternativo vertical, transformando o movimento circular 
dos volantes no movimento alternativo do quadro. 
¾ Dois cilindros canelados inferiores R2 que dotados de movimento 
rotativo ocasionam a movimentação da tora e dois cilindros 
superiores R1 que exercem pressão sobre a tora, por ação de uma 
mola ou contrapesos. Os cilindros superiores R1 são de superfície lisa 
e graduáveis verticalmente e os inferiores R2 são fixos canelados. 
¾ O “charriot” que sustenta a tora durante a serragem. 
¾ Dois volantes V1 e V2 ligados ao eixo motor. 
Os dentes das lâminas utilizadas são denteado uniforme mareado com 
fundo arredondado e voltados para baixo. 
A espessura do corte é variável de 3 a 3,5 mm. segundo a espessura das 
|aminas, o que significa uma importante perda em serragem. 
O ângulo de gancho dos dentes varia de 0 a 6 graus para madeira branda e 
o ângulo de afiação é de 45 graus. A trava faz-se normalmente por torção. 
Para se determinar a velocidade de avanço da madeira, os construtores 
destas máquinas aconselham o uso das seguintes fórmulas : 
 
Pág. 11
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
Para madeiras duras : sgcm
hn
DV /2= 
 
Para madeiras brancas : segcm
hn
DV /3= 
 
Onde : V = velocidade de avanço da madeira. 
 D = diâmetro máximo da tora. 
 n = número de lâminas de serra 
 sh = € onde S = seção da tora. 
 
Exemplo: Determinar a velocidade de avanço de uma tora de madeira macia 
com diâmetro máximo de 85 cm. ao ser desdobrada por uma serra colonial 
com 6 lâminas de serra. 
 
O valor dado por estas fórmulas é entretanto muito grande, quando 
aplicado na prática, assim, as fórmulas a serem aplicadas na prática devem 
ser as seguintes: 
 
Para madeiras duras : hn
DV 50,1= 
 
Para madeiras brandas : hn
DV 75,1= 
 
Nas serras de quadro, as lâminas devem apresentar normalmente uma 
largura de 0,22 x D a 0,24 x D, sendo D o diâmetro da tora a desdobrar. 
A espessura é da ordem de 1,6 a 2,0 mm. 
 
As principais características da serra do tipo colonial são: 
¾ É um tipo antigo com pequena velocidade de corte. 
¾ O avanço da tora é por meio de carrinho de 1 a 5 mm / corte. 
¾ É usada normalmente para desdobro de toras grandes de 1 a 1,5 m. 
de diâmetro. 
¾ Velocidade do volante 110 a 130 rpm. 
¾ Potência necessária mais ou menos 15hp. 
¾ Polia de transmissão de 75 – 90 cm. de diâmetro. 
Pág. 12
SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
¾ É de manutenção simples. 
¾ É conveniente para toras grandes e duras. 
¾ Uso de poucas lâminas (máximo de 6) sempre dispostas 
simetricamente, em relação ao eixo do quadro. 
 
1.9.1.2. Serra francesa 
¾ Assemelha-se à serra colonial, quanto ao principio de funcionamento. 
¾ Os dentes das lâminas trabalham geralmente com as pontas voltadas 
para baixo. O ângulo de ataque dos dentes pode variar de 45 a90 
graus, mas comumente é de 70 a 85 graus, são convenientemente 
travados, isto é, a ponta de um dente é inclinado para o lado oposto 
de maneira que o fio de serragem é um pouco mais largo que a 
espessura da lâmina de serra. 
¾ Para determinação da velocidade de uma serra francesa ou colonial é 
utilizada a seguinte fórmula: 
30
HxNVm = 
 
Vm = velocidade média da serra em m / seg. 
N = rpm. 
H = altura do quadro das lâminas de serra. 
 
Exemplo: Qual será a velocidade de uma serra francesa que tem 500 mm. 
de altura no quadro de lâminas e cuja máquina opera com 275 rpm. 
As principais características da serra francesa são: 
1) É toda de metal 
2) É cerca de 10 vezes mais rápida que a serra colonial avanço até 41,5 
mm / corte. 
3) É de manutenção simples. 
4) Uso de até 30 lâminas. 
5) É conveniente para desdobro de toras de diâmetros uniformes, 
apresentando alto rendimento ao desdobrar toras classificadas 
segundo o diâmetro. 
6) A fundação para as máquinas deve ser forte, em conseqüência das 
vibrações. 
7) Os produtos cortados são uniformes, exatos e de tamanho igual. 
8) A tensão das lâminas deve ser de 12 – 25 kg / mm². 
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SERRARIA Prof. Victor Casimiro Piscoya 
1.9.1.3. Serra francesa alimentada por baixo 
Nesta serra o motor que alimenta o conjunto é colocado na parte inferior, 
normalmente sob o piso da serraria. 
Esta serra apresenta a vantagem de exigir menor custo de instalação, mas 
ao mesmo tempo apresenta a desvantagem de não poder ser usada em 
terrenos muito úmidos, pois neste caso o motor ficaria acondicionado em 
compartimento úmido, o que prejudicaria seu bom funcionamento. 
 
 
1.9.1.4. Serra francesa alimentada por cima 
Estas serras possuem o motor em nível superior ao das lâminas. É 
conveniente para lugares úmidos, com águas subterrâneas profundas. 
Apresenta entretanto desvantagens: 
1. Grande vibração. 
2. Transmissão de força motriz mais difícil. 
3. Exige construção de um suporte para o motor. 
 
 
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1.9.1.5. Serra de Quadro horizontal 
Diferencia-se dos outros tipos por apresentar uma lâmina de serra na 
posição horizontal. É utilizada para toros grandes, duros e de tamanhos 
variáveis. Apresenta as seguintes características: 
1. Corte liso e exato. 
2. Muito vagarosa. 
3. Necessita poucaforça motriz. 
4. Diâmetro das toras até 1,5 m. 
5. Avanço / corte de 1 a 5 mm. 
6. rpm.de 120 a 135 
7. hp cerca de 10 a 20 
8. Exige fundações mais simples que a serra de fita, dando bons 
resultados para madeiras tropicais. A velocidade de corte é, 
entretanto, bastante pequena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.9.1.6. Serra de quadro Tissot – Peri 
Nestas serras a trajetória da lâmina é vertical e o desdobro da tora é obtido 
por sucessivas aproximações transversais da peça de madeira a serrar. A 
lâmina de serra é fixada num dos lados do quadro, que um sistema de 
biela-manivela faz subir e descer. 
Tem, menor exatidão, uma vez que a bitolagem do corte é feita por 
catracas. 
Trabalha muito lentamente, sendo bastante comum no sul do Brasil. 
 
1.9.2. Serra Circular 
Apresentam a desvantagem de provocar elevada perda de serragem, porém são muito 
frequentemente empregadas para o corte de toras em pranchas ou tábuas. 
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A particularidade mais interessante da serra circular é a grande simplicidade da sua 
instalação. 
Uma serra circular consta basicamente de: 
a. Um disco de aço dentado na sua circunferência. 
b. Um eixo motor comandado, no caso geral, por uma polia fixa ao lado da qual está 
instalada uma polia livre a qual recebe a correia de transmissão. 
c. Um suporte, mesa ou charriot que sustenta a madeira a ser serrada. 
Uma das desvantagens das serras circulares é a dificuldade de as fazer girar, mantendo 
a lâmina vigorosamente num mesmo plano, para o qual a lâmina tem de ser apertada 
entre duas falanges, as quais têm de ter determinado diâmetro para que a lâmina não 
sofra torção, o que faz perder uma grande parte da altura útil do disco cortante e 
portanto reduzem a altura do corte a valores baixos. 
Os dentes mais usuais são dentes de ganchos, em particular em bico de papagaio, para 
cortes longitudinais de toras. Para marginar madeira seca o denteado mareado com ou 
sem retas. Para o corte em pranchas e corte transversal em toras usa-se vulgarmente 
isósceles. 
Atualmente é muito utilizada a serra circular com dentes removíveis, normalmente 
utilizadas para desdobro de toras e cortes longitudinais em vigas. Para cortes 
longitudinais (canteadeiras) e nas destopadeiras são empregadas serras circulares de 
dentes fixos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.9.2.1. Serra circular americana 
Apresentam grandes discos que chegam a ter 1,80 m. de diâmetro, 
funcionando em combinação com um transportador automático e contínuo 
de cadeias ou de roletes. 
A espessura destas serras podem atingir a 10 mm. consequentemente o fio 
de serragem por elas produzido é mais de 10 mm. 
 
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Quadro 2. Diâmetros de serras americanas e suas respectivas espessuras. 
Diâmetro Fio de Serra - Espessura 
80 cm (mínimo) 5 mm. 
150 cm (comum) 7 mm. 
180 cm (máximo) 10 mm. 
 
O número ideal de dentes numa serra circular é determinado em função da 
velocidade de corte, do grau de alimentação, da espessura do disco e da 
dureza da madeira a ser serrada. 
 
Quadro 3. Escala de serras circulares e americanas de acordo com o diâmetro, respectiva 
espessura e o número de dentes, nos modelos europeus. 
Número de dentes 
Diâmetro – mm 
 
Espessura - mm Madeiras duras Madeiras macias 
0,20 1,5 40 32 
0,30 1,7 46 36 
0,40 1,9 52 40 
0,50 2,0 58 44 
0,60 2,3 64 48 
0,70 2,5 70 52 
0,80 2,7 76 56 
0,90 2,8 82 60 
1,00 3,1 88 64 
1,10 3,3 94 68 
1,20 3,6 100 72 
1,30 3,8 - - 
1,40 4,0 - - 
1,50 5,0 - - 
 
1.9.3. Serras de fita 
¾ Consta de uma lâmina de aço contínua e dentada que se apóia em duas polias 
denominadas volantes. 
¾ A força motriz é aplicada no volante inferior que é mais pesado, o qual move a 
lâmina de serra para baixo, através da tora, a medida que esta é impulsionada 
pelo carro – porta – tora contra a serra. 
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¾ A serra de fita apresenta maior velocidade de corte, além de ser mais exata e com 
menor espessura do corte que resulta numa menor perda de madeira sob a forma 
de serragem. 
¾ Os principais órgãos componentes das serras de fita são: 
1. uma lâmina sem fim, dentada num dos bordos. 
2. um carro porta – tora 
3. dois volantes: o volante superior ajustável, enquanto o inferior é fixo. Os 
eixos dos volantes são paralelos e é necessário que haja um alinhamento 
perfeito entre os dois volantes. 
¾ O volante inferior, tem o papel de reservatório de energia cinética, absorvendo as 
reações variáveis da madeira submetida a serragem. O peso ou massa do volante 
varia de 100 a 400 kg. Se o peso do volante for demasiado fraco, as reações da 
madeira fazem baixar a velocidade da máquina. Se o peso for exagerado, a fita é 
arrastada de qualquer forma, o que dá em resultado um desgaste rápido. 
¾ Os volantes das serras de fita para desdobro de toras têm diâmetros de 100 a 130 
cm. de acordo com as dimensões da fita. 
¾ O volante superior, é um órgão de apoio da serra e de tensão. A posição do 
volante superior é regulada segundo o comprimento da fita e a tensão de 
montagem da serra. A tensão de montagem pode ser lida numa agulha, que se 
desloca num quadrante, ligada a um sistema dinamométrico. 
¾ A velocidade de avanço do carro porta tora varia de 1 a 8 m. por minuto e a de 
retorno pode atingir até 50 m. por minuto. 
¾ As serras de fita apresentam normalmente uma velocidade que varia de mais ou 
menos 1800 a 3600 m / min (6000 a 12000 pés / min). Para madeiras macias são 
empregadas velocidades em torno de 3000 a 3600 m / min. Velocidades de cerca 
de 2400 a 3000 m /min são utilizadas para corte de madeiras duras e finalmente, 
velocidades de mais ou menos 1800 m /min são empregadas no corte de 
madeiras muito duras. 
¾ Os fabricantes de serras de fita no Brasil, fornecem lâminas de serras – fita de 
largura desde 6,4 mm até 415 mm. A espessura das lâminas de serra é 
proporcional ao diâmetro dos volantes. Assim para volantes até 120 cm. de 
diâmetro, a espessura da lâmina de corte deve ser de aproximadamente 1 / 1000 
do diâmetro. Tratando-se de serras grandes com volantes maiores, a lâmina de 
corte deveria ser mais larga, e sua espessura deve ser de 1 / 1200 a 1 / 1400 do 
diâmetro do volante. 
¾ Para o calculo da velocidade da fita de serra emprega-se a seguinte fórmula: 
 
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NDV π = 
V= velocidade da fita da serra m / seg. 
D= diâmetro dos volantes. 
N = número de rotações por minuto dos volantes. 
 
 
 
1.10. DENTES DE SERRA 
Todos os tipos de lâmina de serra, seja alternativa, circular ou de fita, são constituídas de 
um corpo ou folha e de dentes. Os dentes das serras podem apresentar-se em 
diferentes perfis, sendo os mais habituais: 
a. Denteado mareado 
A frente de ataque de um dente esta voltada para as costas do dente seguinte, 
com o formato de um arco de circulo, formando assim uma depressão circular 
entre os dentes. 
 
 
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b. Denteado em gancho 
As costas dos dentes apresentam-se em linha reta, seguindo-se a frente de ataque. 
Quando as costas do dente não são retas, mas ligeiramente curvas, o denteado 
recebe a denominação de Bico – de – papagaio. 
 
 
Denteado em gancho 
 
Denteado em gancho 
 
Denteado em bico de papagaio 
 
c. Denteado com retas 
Esta denominação é conseqüência de existir uma superfície reta separando os 
dentes. 
 
 
 
 
 
Ao se fazer a escolha do tipo ou perfil dos dentes de uma lâmina de serra torna-senecessário considerar os seguintes fatores: 
1. Natureza da madeira 
Se a madeira for dura e seca dever-se-á utilizar dentes fortes e pouco 
espaçados uns dos outros. Se tratando de madeira macia e verde, pode-se 
utilizar perfis mais fracos com maior espaço entre os dentes. 
 
2. Direção do corte em relação as fibras 
Em cortes transversais os dentes da serra são submetidos a maiores esforços 
que quando realizam cortes longitudinais. Daí ser aconselhável o uso de 
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serras com perfis dos dentes mais resistentes, quando se faz cortes 
transversais. 
 
3. Avanço da madeira 
Um avanço rápido da madeira contra a lâmina de serra irá exigir um 
determinado perfil dos dentes capaz de lhes dar a resistência necessária. 
4. Espessura da lâmina 
As lâminas mais finas requerem um perfil dos dentes que lhes dê, 
proporcionalmente, maior resistência que os dentes de uma lâmina mais 
grossa. 
 
5. Velocidade de corte 
O corte em maiores velocidades é executado geralmente em madeiras macias, 
com avanço rápido, o que requer um grande espaço entre os dentes para 
acúmulo de serrim. 
 
1.11. ELEMENTOS DOS DENTES DE SERRA 
H = altura dos dentes 
p = passo dos dentes 
g = gancho ou fundo dos dentes 
α = ângulo de incidência 
B = ângulo de afiação 
γ = ângulo de gancho 
α + Β = ângulo de corte ou ataque 
α + Β + γ = 90 graus 
δ = ângulo de chanfro (este ângulo existe nas serras travadas por torção, sendo 
utilizado para medir o valor da trava). 
 
 
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1.12. TIPOS DE CORTES 
1.12.1. Corte tangencial 
Consiste em fazer cortes longitudinais paralelos, dividindo a tora em várias 
tábuas de faces paralelas. O primeiro fio de serragem produz uma tábua com 
uma face plana e a outra curvilínea, que constitui a “costaneira”. Se a tora é de 
diâmetro pequeno, o segundo fio de serra da origem a uma segunda tábua com 
as duas faces planas, mas os lados fortemente biselados denominada 
“bordaneira”. Os cortes seguintes produzem tábuas normais. O inconveniente 
deste corte é o de produzir tábuas que tendem para a forma côncava com a 
secagem, a medida que se afastam da tábua central. Este defeito pode 
entretanto ser atenuado, se as tábuas obtidas forem resserradas 
longitudinalmente, reduzindo-se a metade da largura. 
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1.12.2. Corte radial 
Este corte é feito com o objetivo de evidenciar o brilho das faixas de parênquima 
dos raios lenhosos, de modo que as superfícies serradas sejam quanto possível na 
direção dos raios. Para este tipo de corte a peça é primeiramente cortada em 
quatro partes por fios de serragem perpendiculares, que se cruzam no centro da 
tora. Este tipo de desdobro é indicado nos seguintes casos: 
a. Para atenuar os defeitos da contração tangencial. 
b. Na construção de tonéis e barricas, para evitar a perda através dos raios 
medulares, do líquido armazenado, quando estes raios são bem 
desenvolvidos (Ex. Carvalho europeu). 
c. Na construção de instrumentos musicais – resônancia. 
d. Para obter aspectos decorativos da superfície. 
 
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1.12.3. Corte paralelo a casca 
Normalmente a madeira de melhor qualidade encontra-se logo abaixo da casca e 
por esta razão as vezes é aconselhável fazer-se os cortes paralelos a casca, de 
maneira que resulte após alguns cortes, uma peça com formato tronco-piramidal 
constituída de madeira de segunda qualidade. Quando as faces da tora que 
possuem madeira de 1ª qualidade forem opostas, serra-se primeiramente uma 
das faces paralelamente a casca, gira-se a tora de 180 graus e desdobra-se a 
outra face. O pranchão resultante poderá ser transformado em vigas ou em 
tábuas, que normalmente são de qualidade inferior. Ao se fazer cortes paralelos 
a casca, o serrador deve estar atento as outras faces da tora, para evitar que os 
cortes numa face venha a prejudicar as outras faces que poderão conter madeira 
de igual ou melhor qualidade. 
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ANEXOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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LUCASMILL 
As serrarias portáteis Lucasmill são maquinas para desdobro de toras portáteis que 
oferecem facilidade de operação, manutenção, transporte e mesmo assim não deixam 
nada de desejar em termos de produtividade e qualidade. A Lucasmill apresentou as 
principais características de seus produtos, que são encontrados em quatro modelos 13 
cv, 18 cv, 27 cv e 15 cv. No local onde a arvore foi derrubada monta-se então a serra em 
cima da tora que é serrada e levada para fora da floresta. A máquina pode ser carregada 
por homens, através tração animal ou micro-tratores evitando a entrada de caminhões 
pesados na floresta. O transporte necessário diminui bastante, porque o volume da 
madeira serrada equivale somente a um terço do volume necessário para transportar 
toras. As serrarias portáteis Lucasmill já vêm com equipamento para afiar os discos de 
serra com pontas de metal duro. 
 
 
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AMOLADOR DE SERRA - FITA 
 
 
Para lâminas de 180 a 311 mm; Avanço 1,0CV; Esmeril 0,75CV; Peso 630Kgs.

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