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TÉCNICAS E “REGRAS” terapia Gestalt-Terapia se resume em aplicação de técnicas; A awareness de cada momento, de cada cliente; ficar com o que ocorre a cada momento significa utilizar qualquer forma de contato que de alguma maneira possibilite ao cliente entrar em contato com o que está acontecendo, perceber como ele se interrompe, como funciona. E para que isso aconteça cada gestalt- terapeuta precisa estar ligado ao momento presente, na sua melhor forma. O Gestalt – Terapeuta O homem tem muitas possibilidades de desenvolver o suporte necessário para configurar sua existência a partir do que é agora. Porém quando ele não consegue fechar suas Gestalts, instala-se a neurose, que nada mais é do que o acúmulo de figuradas inacabadas. Precisa desenvolver a consciência no caminho do melhor de si mesmo, promovendo a integração entre as polaridades e permitindo que o individuo acolha para si as partes alienadas de si mesmo. É utilizado técnicas que visam basicamente ao fechamento de figuras e à conscientização do que é, aqui e agora. A filosofia das regras consiste em dotar-nos com meios eficazes para unificar o pensamento e o sentimento. Tem por finalidade ajudar-nos a exumar resistência, promover uma conscientização mais apurada, facilitar o processo de maturação. Assim, as regras às quais a Gestalt–terapia está subordinada destinam-se a propiciar a tomada de consciência. “Regras “ em Gestalt-terapia Contínuo de Conscientização “regras” nada mais são do que elementos facilitadores para a integração e conscientização do individuo no momento presente, que propicia a awareness; por isso devem ser utilizados como premissas básicas de trabalho. O Princípio do Agora EU E TÚ Linguagem Neutra E Linguagem do Eu Tendo em vista que a única possibilidade de viver está no agora uma vez que ontem já foi e o amanhã não chegou, é nesse momento que a conscientização, a responsabilidade e a criatividade são possíveis. Além do mais, a única possibilidade de qualquer controle, especialmente da situação, também só é possível no agora. Assim, ocupam-se do passado, rememorando o que foi, ou projetam para o futuro o que querem que seja. Nem uma nem outra situação leva a um contato pleno com a realidade, que é agora (muito embora possamos presentificar o passado resgatando-o e energizando-o com o que ele significa agora). A relutância em permanecer no presente é dividida com o cliente, para que ele possa perceber sua dificuldade de permanecer com o que é, agora. O Princípio do Agora Essa regra, notadamente herdada do pensamento de Buber, tem como objetivo levar o cliente a compreender a separação entre ele mesmo e o outro em relação à comunicação entre emissor e receptor da mensagem, estabelecendo uma possibilidade de comunicação com menos interferências. Em geral há dificuldades em estabelecer um diálogo genuíno, uma vez que ao emitir a mensagem percebemos que o individuo não se vincula à resposta do outro, mas organiza-se para responder, segundo um processo interno, uma “conversa silenciosa” consigo mesmo, muitas vezes ignorando o que o outro esta dizendo. Espera-se com isso que exista comunicação de melhor qualidade e, consequentemente, um contato também mais adequado com o meio. Linguagem Neutra E Linguagem do Eu Se uma mulher possui alguma experiência negativa com determinado homem, há tendência em dizer que “os homens são assim mesmo”. O terapeuta poderia perguntar de que homens ela esta falando, substituindo “os homens” por “João e José”, por exemplo. Ao longo de seu trabalho, Perls observou que para muitas pessoas existe tendência em generalizar ou despersonalizar determinado fato ou sentimento; esse comportamento tanto mais aparece quanto mais fóbica for a evitação. Outra tendência, é despersonalizar os sentimentos, como o cliente que diz “a gente fica com o coração apertado”, afirmação que o terapeuta poderia pedir que fosse trocada por “eu sinto meu coração apertado”. A essas regras de semântica outras podem ser acrescentadas, sempre no sentido de levar o cliente a perceber que ele não é, e que não deve ser, agente passivo de sua própria história, ao contrario, é responsável por tudo que vive ou pelo menos por como vive. Contínuo de Conscientização Em terapia por via de regra o cliente vem com suas interrupções e dificuldades pedindo o apoio do terapeuta. Esse comportamento explicitado em forma de perguntas, certamente esta ligado à falta de auto – suporte. Ele espera que lhe digam o que deve fazer, se esta certo ou não, se entendeu ou não. O que ele ainda não sabe é que existe dentro de si uma sabedoria que não é e não pode ser suplantada pela sabedoria de ninguém. Apenas cada pessoa pode ser o que é melhor para si mesma. O cliente chega com a pergunta e é surpreendido quando, a partir dessa regra, pedimos que as transforme em afirmação. EXEMPLO Se num momento de tomada de decisão o cliente nos pergunta: “Será que é melhor dizer a meu sócio que não quero comprar esta nova máquina?” E pedimos para que ele transforme na melhor afirmação que ele puder fazer, ele poderá então afirmar: “ Vou dizer a meu sócio que não quero comprar aquela máquina”. Com isso, o terapeuta proporciona ao seu cliente confiança nele mesmo, e muitas vezes ele se surpreende com a quantidade de coisas que ele já sabia, mas que viciosamente ele perguntava aos outros. TÉCNICAS EM Conscientização SONHOS CADEIRA VAZIA Cadeira Quente (Hot seat) Monodrama Exageração O CORPO Conscientização Denominada “Tomada de Consciência” ou Conscientização. Lembrando que em Gestalt–Terapia a tomada de consciência ou awareness é o principal objetivo, pois só a partir dela é que o individuo pode auto-regular-se. Portanto, denominar esse aspecto de técnica não parece ser de todo adequado, uma vez que essa aquisição assume caráter conceitual a partir da concepção de homem que subjaz a ele. Na verdade, antes de ser um conjunto de técnicas, é a postura do terapeuta que pode levar o individuo a esse desvelar dele mesmo. Para que esse processo seja possível, o terapeuta utiliza-se de meios que incluem a compreensão, a representação e a possibilidade de tornar-se partes rejeitadas do individuo, vivenciando-as e integrando-as à própria existência. SONHOS A técnica de trabalho com sonhos em Gestalt – terapia é inteiramente não interpretativa, e se houver algum tipo de interpretação ela só será possível quando oriunda do próprio sonhador. Quando um cliente traz um sonho ou um fragmento, cabe ao Gestalt – terapeuta pedir para ele presentificar o sonho vivendo-o no presente, isto é, aqui e agora. O terapeuta pode também sugerir que determinadas partes do sonho “conversem” entre si; muitas vezes a partir dessa vivencia surge uma integração e posse de partes alienadas dele mesmo. Trata-se de um trabalho bastante vivencial, no qual as palavras são meras coadjuvantes de tudo o que ocorre organismicamente. Vivencia interna ligada à rejeição, apego e abandono emergem dessa vivencia, expondo pelo menos uma parte de seu modo de ser e estar na vida. Com esse relato fica clara a divisão interna estabelecida entre o saudável e nutritivo e o neurótico; com um dialogo entre essas polaridades o cliente pode chegar a uma integração. Essa vivencia pode promover uma awareness de como o individuo mantém contato com o meio e de que maneira ele se percebe nesse contato. Muitas vezes é na interrupção do mesmo que se encontra a possibilidade de integrar o que é conhecido com as partes alienadas da própria pessoa. Portanto, o terapeuta pode solicitar ao cliente que ele continue, aqui e agora, o sonho interrompido. Geralmente era utilizada por Perls em situações de grupo, quando aconteciam os famosos workshops, ocasião em que difundia suas técnicas e teoria para profissionais em formação ou grupos terapêuticos. Com o passar do tempo essa técnica revelou-se muitas vezes potente instrumento de fechamento de figuras inacabadas e de awarenessdo cliente sobre situações interrompidas. Basicamente, a técnica consiste em viver os dois lados de um conflito, ou seja, presentificar uma situação cujo desfecho e assimilação não foi possível. Para isso são necessárias duas cadeiras e a disponibilidade do cliente. CADEIRA VAZIA A técnica da cadeira vazia tem sido ao longo dos anos umas das mais conhecidas em Gesltat–terapia. Esta técnica era utilizada como “convite implícito” à disponibilidade de alguma pessoa presente aos grupos que Perls dirigia, para trazer algum conteúdo que quisesse trabalhar. Na frente dessa cadeira ficava a “cadeira vazia”. Cadeira Quente (Hot seat) Monodrama É uma técnica que surgia a partir das influências da mãe de Perls (gosto pelo teatro) e de Moreno (psicodrama). Perls freqüentemente afirmava que a diferença entre a Gestalt–Terapia e a psicanálise era que na Gestalt nada era analisado mas sim integrado. O monodrama seria então mais uma possibilidade de integrar ao individuo partes dele mesmo. (A CADEIRA VAZIA) Ao contrario da psicodrama, no monodrama o individuo representa todos os personagens trocando de papel sempre que necessário, pois para Perls a riqueza da técnica consiste justamente nas representação do significado de cada evento ou pessoa, por parte da própria pessoa. “ Contracenar” com outra pessoa significaria ter que lidar com a subjetividade desta e não com a própria, o que não ajudaria a promover a awareness O terapeuta pode utilizar-se da exageração, que consiste, como o próprio nome sugere, em exagerar determinada fala ou gesto que estariam “diluídos” num relato ou contexto pouco propício para a awareness. Exageração Exageração Dessa maneira, aproxima-se como figura o que se pretende trabalhar, trazendo à tona o que provavelmente passaria despercebido. O terapeuta pede para o cliente repetir a frase na qual ele diz sentir-se uma peteca e, se necessário, que ele repita por várias vezes aumentando o tom da voz. Ele pode perceber que “ser um peteca” é a questão, e a partir dessa conscientização aumenta a possibilidade de que compreenda como interage com sua família. Nesse aspecto o corpo deve ser levado em consideração tanto quanto o psiquismo, e na psicoterapia ele é tão importante quanto as emoções. O Corpo Em Gestalt, existe uma visão de homem e um compromisso com o todo indivisível. O terapeuta deve estar atento a mensagem corporais que não condizem com a linguagem do corpo, denunciando uma cisão. O sintoma corporal é deliberadamente utilizado como “porta de entrada” que permite um contato direto com o cliente, respeitando a “via” que ele mesmo escolheu, embora, com freqüência, involuntariamente. O Corpo São essas regras e técnicas básicas em Gestalt, porém antes de esgotá-las, essa explanação teve como objetivo apenas ilustrar as possibilidades de trabalho dentro dessa abordagem, lembrando ainda que existem muitos outros jogos e modos de trabalhar, dependendo do estilo pessoal de cada terapeuta.
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