Buscar

Sumula vinculante 13

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

SOBRE A SÚMULA VINCULANTE Nº13 DO STF
A edição da Súmula vinculante nº 13, caracteriza-se muito mais por expectativas populares que vinculam o nepotismo à corrupção do que à hipótese da Constituição Federal, que foi editada após dois pronunciamentos do STF sobre o assunto, ocorridos numa única Sessão Plenária, contrariando o art. 103-A que expressamente diz que são necessárias “reiteradas decisões”.
 “A despeito dos propósitos moralizadores que animaram os Ministros do STF na elaboração da Súmula, ela é passível de crítica quanto ao modo como se deu sua aprovação, bem como quanto à forma como foi redigida. No que concerne às circunstâncias em que se deu a aprovação, merece registro que apenas quatro julgados serviram de precedentes ao Verbete, dois deles prolatados numa mesma ocasião, às vésperas da edição da Súmula.”� Este parecer sobre a PEC no 15/2006, emitida pelo senador Demóstenes Torres, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, ressalta a vedação expressa da prática do nepotismo. 
A agilidade na sua edição, também pode ter colaborado para o fato de que muitas questões sobre esta matéria complicada, tivessem deixado de ser discutidas em seu texto.
Desta maneira, a súmula em questão foi editada para tentar apaziguar o debate acerca do nepotismo, porém divergindo do objeto, visivelmente disposto pelo Art. 103-A da Constituição Federal, haja vista que não visa sanar a validade, interpretação ou eficácia de uma norma que estivesse sendo debatida em julgados anteriores, mas evidenciando o que o STF entendeu a respeito de um fato, o nepotismo como prática usual na Administração Pública, que não está prevista na constitucional, salvo em Resoluções do Conselho Nacional do Ministério Público e do Conselho Nacional de Justiça.
Desta forma, o nepotismo, mesmo cercado de polêmicas, não poderia ser objeto de Súmula Vinculante, pois não está normatizado no texto constitucional, o que leva à concluir que a Súmula diverge da orientação constitucional. Ou seja, a Súmula Vinculante 13 não foi resultado de uma controvérsia de norma jurídica e sim da constitucionalidade de ato jurídico.
Partindo da leitura da súmula, fica evidente que a conduta contrária à Constituição Federal é a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento para cargo em comissão ou de confiança ou de função gratificada na Administração Pública.
O parentesco que a Súmula menciona pode ser consanguíneo, em que as pessoas descendem de uma origem familiar ou por afinidade, a partir do casamento. Conforme o Código Civil Brasileiro — Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 — a contagem dos graus é feita da seguinte forma, em seus artigos 1.592 e 1.594, a saber:
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente.�
Dos citados acima, entende-se que, os pais e filhos da autoridade nomeante e de seu cônjuge, bem como do servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento e de seu cônjuge são considerados parentes de 1º grau, os irmãos, avós e netos de 2º grau e 3º grau os bisavós, tios, sobrinhas e bisnetos estando incluídos na vedação sumular não podendo ser nomeados para exercerem cargos comissionados ou funções de confiança. A regra é clara e vale para a nomeação para cargos em comissão, de confiança ou função gratificada.
Os cargos cuja nomeação se dá por meio de concurso público (de provimento efetivo), ou contratados (que passam por um processo seletivo simplificado) não foram abrangidos pela súmula independente do grau de parentesco, garantindo isonomia entre os interessados.
Já os cargos políticos, como Ministros e Secretários, que em geral são cargos em comissão, ficam excluídos da incidência da súmula, justamente por serem políticos e exercerem as funções de direção do Estado (função de governo).
CONCLUSÃO
A Súmula é genérica e abstrata, por isso, não pode antecipar todas as ocorrências advindas da prática do nepotismo.
Neste sentido, a Suprema Corte, entende que a vedação ao nepotismo em todas as suas variáveis e categorias conceituais decorre diretamente da Constituição Federal e não depende de lei formal (e nem de qualquer outro ato normativo geral e vinculante). Esse entendimento se dá antes da edição da Súmula Vinculante nº13.
Não é possível prever e sanar todos os casos concretos, por meio da Súmula vinculante, dada a multiplicidade de ocorrências possíveis, tanto que, ao STF é facultada a possibilidade de revisar ou mesmo cancelar as súmulas. E essa faculdade é o reconhecimento de que a súmula não consegue abranger todas as situações possíveis.
Por isso, existem muitas situações que podem acontecer e que aparentemente não estejam inseridas na abrangência da Súmula, sendo estas vedadas apenas com base nos princípios constitucionais da moralidade, eficiência, impessoalidade e isonomia.
Conclui-se com este artigo, que mais do que o simples nepotismo como prática da Administração Pública, o que a edição da Súmula pretende defender é a corrupção e a concessão de vantagens indevidas. Porém as leis e súmulas não serão capazes de combatê-los e sim o controle e análise individual de cada caso concreto. A conduta que deve ser combatida não é o nepotismo, mas sim o intuito do ato, a corrupção, a imoralidade e a facilidade de emprego.
� Disponível em: <http://www.senado.gov.br/legislacao/>. Acesso em: 20 nov. 2013
� 16 BRASIL. Código Civil, Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 2002.

Outros materiais