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TRABALHO EPILEPSIA

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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	
2. EPLEPSIA	
2.1. Definição Geral	
2.2. Sintomas, diagnóstico e tratamento	
3. ASPECTOS NEUROPSICOLÓGICOS	
3.1.	
3.2. 	
3.2.	
3.3.	
4. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS	
4.1.	
4.2.	
4.3.	
5. CONCLUSÃO	
6 REFERÊNCIAS:	
1.INTRODUÇÃO
Este trabalhoapresentará adefiniçãogeral da Eplepsia, sintomas, diagnótico,tratamento e aspectospsicológicos que sãopontosimportantes para que as pessoasportadoras e seusacompanhantessaibamcomo se portarfrente a esseproblema.
2. EPLEPSIA
2.1. DefiniçãoGeral e ConcepçãoHistórica
Váriosconceitosespecíficos de epilepsiatêmsidoapresentados pela literaturamédica.Segundo Scliar (1987), as doençasnão se traduzemapenasnasrepercussões docomprometimentoanatômico e funcional do organismo. A epilepsia se constituía, naAntigüidadeClássica, em "doençasagrada (morbussacer)". O autorassinalou que o centro de aprendizagem se deslocou, no século IX, para o mundoárabe, sendopoucas as idéiasnovasacrescentadasaodiagnóstico da epilepsia, pois o ambiente social da época, sob égidereligiosa, sucumbia o avanço dos estudos da epilepsianumaperspectivamédica. (MOREIRA, 2004)
As consideraçõesfeitaspor Jackson a respeito da epilepsiasãoapresentadasemconcomitância com a doença mental, pois, no século XIX, o crescimento do sistemahospitalarpsiquiátricofoiconsiderável. Neste mesmoséculo, outros nomesforamexpoentes no estudomédico da epilepsia e da doença mental.( MOREIRA, 2004)
Nesses estudos, atrelava-se a epilepsia à insanidade, sendo que, aomesmo tempo em que o desenvolvimento da ciênciamédica era beneficiadapelosestudiososcitados, deixavam-se rastros que o estigma da loucuraaoportador de epilepsia no seuambiente social era verdadeiro.( MOREIRA, 2004)
Encontram-se, a seguir, algumasconceituações de epilepsiaemcronologiahistórica que expressam o desenvolvimentoconceitual da área:Gareiso&Escardó (1949, p.22) conceituaram a epilepsia da seguintemaneira: "A epilepsia é um quadroclínicoproduzidoporumadescargaelétricasúbita, anormal e desordenada dos neurônios. Essasdescargaspodemcompreenderuma, váriasoutodas as categorias e nível do sistemanervosoassimfala de descargaspsíquicas, descargasmotoras, descargassensitivas, descargassensoriais e descargasneurovegetativas, todas as quaissãoexpressão de epilepsiacomoconceitopatogênico e constituemclinicamente as epilepsias”.
Gastaut (1973) definiuepilepsiacomo: "Uma desordemcrônica do cérebroporváriasetiologias, caracterizadapor crises recorrentesdevido à descarga de neurônioscerebrais [...]. Crises epilépticasisoladasouocasionais, ocorrendoemdoençasagudas, nãodevemserclassificadascomoepilepsia”.( MOREIRA, 2004)
Dreifuss (1996) definiu a epilepsiacomoumacondiçãoem que as recorrentesdescargaselétricas no cérebroprovocamdistúrbios no funcionamento normal do sistemanervoso. O mesmoautorafirma que taisepisódios de distúrbiossãodenominadosconvulsões, as quaispodemocasionarperdatemporária de consciênciaoumudanças de comportamento, sendo que as mudançasexatasdependem da área do cérebro que estásendoestimulada pela descargaelétrica. ( MOREIRA, 2004).
 A epilepsiatemsidotambém, descritaporalgunsautoresmaiscomoumasíndrome do que comoumadoença, sendoestaposiçãomuitousadanaliteraturamédicaatual para conceituar a epilepsia.( MOREIRA, 2004)
Emestudosmaisrecentes aEpilepsia é consideradaa condiçãoneurológicacrônicamaiscomumemtodo o mundo e podeaconteceremqualqueridade, raça e classe Social. (TEIXEIRA, R.A, 2008)
A criseepiléptica (CE) é a expressãoclínicapara adescargaanormal, excessiva, sincrônica, de neurônios que se situambasicamente no córtex cerebral. Estaatividadeparoxística é alternada e geralmenteautolimitada, durando de segundosa poucosminutos; quandoprolongadaourecorrente é caracterizadacomoestadoepiléptico (EP). (SILVA, C.R.A; CARDOSO,I.S.Z.O; MACHADO, N.R, 2013)
 ÉconsideradoEpilepsiaa repetição de duasoumais CE nãoprovocadas. O termo “nãoprovocada” indica que a CE nãofoicausadaporfebre, traumatismocrânio-encefálico, alteraçãohidroeletrolíticaoudoençaconcomitante. As crises convulsivasprovocadasnãosãoconsiderdasEplepsiapoisacontecemapenasnapresença de um estímulosdefinidos e sãorecorrentesapenas se a causa permanecer.(SILVA, C.R.A; CARDOSO,I.S.Z.O; MACHADO, N.R, 2013)
 Crises epilépticasgeneralizadassãoconceituadascomoorigináriasemalgumpontodentro do encéfalo, e rapidamenteenvolvendoredesdistribuídasbilateralmente. Crises epilépticasfocaissãoconceituadascomoorigináriasdentrodas redeslimitadas a um hemisfério. (SILVA, C.R.A; CARDOSO,I.S.Z.O; MACHADO, N.R, 2013)
	
2.2. Sintomas, diagnóstico e tratamento
2.2.1 Sintomas
As crises epilépticaspodemocorrerbasicamentenasseguintessituações, de acordo com Gherpelli&Manreza (1995, p.681):“
1- comorepercussão de doençassistêmicas, comofebre, distúrbiosmetabólicosouintoxicaçãoexógena;
2- associada a um distúrbioneurológicoagudo, comoinfecção do sistemanervoso central, traumatismocraniencefálico, anoxia ouacidentesvascularescerebrais;
3- espontaneamente, podendosersempre: a) única, quandoocorreisolada; e b) recorrente, epilepsiaidiopáticasintomáticacriptogenética."( MOREIRA, 2004).
Nos grupos 1 e 2, as crises costumamserpredominantemente do tipoconvulsivo, enquanto no grupo 3 podemocorrer crises de qualquertipo. Entretanto, observa-se a existência de numerosostipos de epilepsia e acessosepilépticos, comotambémdoenças que se assemelham à epilepsia.
2.2.2 Diagnóstico
Éobservado que procedimentos para se chegaraodiagnósticoavançamcadavezmais, identificando-se osmúltiplosfatoresetiológicos das epilepsias. É de se considerar que, sempre que hásuspeita de epilepsia, um dos primeirosexamesaindasolicitadospelosmédicos é o eletroencefalograma, essencialnagrandemaioria das vezes. Apesar de se saber a importância do eletroencefalograma no diagnóstico da epilepsia, é observadaumafrequentedemandanasmaisdiversassituações. Camargo (1993, p.124-125) chamou a atenção para outros doisnovosrecursos no auxílio do diagnóstico da epilepsia:“Chamado SPECT cerebral (Single Photon Emission Computed Tomography) esseexametembeneficiadobastante o diagnóstico da epilepsia”. Nos pacientesepilépticos, o estudopodeserfeitonafase ictal, e o que se observa é um aumento focal ou regional da concentração do radiotraçadornaárearesponsávelpelas crises convulsivas. Na faseinterectalestamesmaregiãomostraráhipoconcentração do material radioativo [...]( MOREIRA, 2004).
Essemesmoautorapresentou outro recurso no auxílio do diagnóstico da epilepsia, denominado PET (Positron Emission Tomography): esseexame é maiscomplexo do ponto de vista técnico. Aodescrever as técnicashojeexistentes para diagnóstico da epilepsia, ficapatente o avanço da neurociêncianosúltimosanos. 
2.2.3 Tratamento
ADivisão de Saúde Mental da Organização Mundial da Saúde, esclarecequaiscuidados com osepilépticosdevemserparteintegrante da estratégia dos serviços que se ocupama saúdeprimária. As drogasanticonvulsivantesconfiáveissãofundamentais no sucesso do tratamento das epilepsias, sendo, porémimportante à educação dos pacientes e da família no que dizrespeito à participação dos mesmosnaadequação do tratamento. ( MOREIRA,2004).
Não se podedesconsiderar que, mesmo as drogasantiepilépticas (DAE) tendoimportância fundamental no tratamento das epilepsias e, maisespecificamente, no controle das convulsões, nãosãorarosseusefeitoscolaterais( MOREIRA, 2004).
Segundo Jallon (1996, p.8): "A evoluçãoclínica da epilepsia, empaísesem via de desenvolvimento, é particularmenteinteressante do ponto de vista epidemiológico; diante da hipótese, emtaispaíses, menos de 15% dos pacientes com epilepsiatêmacesso à terapiaantiepilética e, quandotêm, a terapiamedicamentosa é baseada no fenobarbital; outrasmedicaçõesantiepilépticas (fenetoína, carbamazepinaouácidovalpróico) sãopoucoutilizadas nesses paísespormotivoseconômicos”. ( MOREIRA, 2004).
3. ASPECTOS PSICOSSOCIAIS
3.1 Conseqüências psicossociais da Epilepsia
Epilepsia é uma condição que acarreta significativas consequências psicossociais decorrente desua natureza estigmatizante (Jacoby e col apudFernandes e Li, 2006). Considerada por Ablon (2002 apudFernandes e Li, 2006) uma das doenças crônicas com maior nível de estigma, é uma das condições que mais afeta o comportamento e a qualidade de vida não só da pessoa que tem epilepsia, mas também de sua família, causando um impacto biopsicossocial na vida destes indivíduos podendo influenciar as relações sociais, as oportunidades escolares e de emprego e os aspectos emocionais (Morrell, 2002 apud Fernandes e Li, 2006).
	Em pesquisa realizada por Guerreiro , a respeito da qualidade de vida do epiléptico na infância, descobriu-se que os aspectos sociais e escolares não se alteraram significativamente após a criança ter se tornado epiléptica. Isso se deu, segundo os pesquisadores, em conseqüência da natureza benigna da doença em muitos indivíduos, da presente casuística e do bom relacionamento médico-paciente estabelecido quando a atenção médica foi constante e as informações foram fornecidas detalhadamente a seus pacientes. (Guerreiro,1994)
	Esse exemplo vem reforçar a importância que deve ser dada ao aspecto informativo no tratamento da doença, tanto ao paciente como aos seus familiares e à sociedade em geral, contribuindo para que novas concepções desprovidas de preconceito se instalem, o que melhora a qualidade de vida do epiléptico e deixa para trás conceitos equivocados sobre a doença. (Guerreiro,1994)
	Quanto aos problemas de ordem social que o epiléptico enfrenta, considera-se que o início do preconceito se instala no próprio ambiente familiar, no qual são muitas as fantasias em relação à doença, desencadeadas pelos seus membros que, a partir de sentimentos emergentes de frustração, apreensão, vergonha, ansiedade e desesperança, desencadeiam comportamentos ambíguos que vão da rejeição explícita à super proteção.(Román & Senanayake,1993)
O indivíduo manifesta o medo de ser diferente, a preocupação quanto ao futuro, acompanhados da dificuldade para se inserir na comunidade, para conseguir um emprego ou forma ruma família, afetando seu bem-estar e autonomia (Scambler e Hopkins apudFernandes e Li, 2006). Por sentirem sua identidade ameaçada, encontram formas de controlar a informação sobre sua condição: ou escondem o que tem ou usam termos mais suaves para a descreverem.
O diagnóstico inicial traz dúvidas sobre as crises, as drogas anti epilépticas e o medo da reação dos outros. O impacto da epilepsia na vida do indivíduo dependerá das variáveis da própria epilepsia (idade de início, grau de controle das crises, duração e tipo da crise, etiologia); das variáveis medicamentosas (tipo e dosagem da medicação anti epiléptica, nível sérico); e das variáveis psicossociais (medo das crises, estigma percebido e senso de discriminação, grau de ajustamento ao diagnóstico, suporte social) (Hermann e Whitman apud Fernandes e Li, 2006).
Afirma (Cavalheiro,1988) ainda que, se figuras conhecidas socialmente assumissem em público sua condição de portadores de epilepsia, demonstrariam que a epilepsia não as impediu de se tornar o que são: atores, esportistas, intelectuais, políticos. Estariam oferecendo precioso auxílio a todos os que sofrem discriminação.(Moreira,2004)
3.2 O estigma de corrente da epilepsia
O estigma provém do medo do desconhecido e de falsas crenças originadas da falta de conhecimento isolando o indivíduo com a característica estigmatizada em relação aos outros (Fernandes e Li, 2006). Desta forma, o estigma relacionado a pessoas com epilepsia muitas vezes pode ser mais prejudicial que a própria condição em si, devido ao preconceito, tornando-se mais estressante do que deveria ser. Este está no valor dado por outras pessoas perante uma situação, portanto, para que uma pessoa sinta-se estigmatizada é necessário que ela acredite nas ideias inadequadas da comunidade, e daí então poderão ser afetados vários aspectos pessoais do indivíduo, como autoestima, autoconfiança e qualidade de vida (Ablon, 2002 apudFernandes e Li, 2006).
A maneira como nos referimos aos pacientes com epilepsia pode influenciar nossos comportamentos perante as mesmas. O uso de rótulos sociais – o epiléptico - esconde a verdadeira identidade da pessoa e contribui ainda mais para as dificuldades sociais e emocionais dessas pessoas (Fernandes e Li, 2006). Encarar-se como uma pessoa “epiléptica” pode influenciar negativamente seu ajustamento psicossocial, resultando na não aceitação ou a rejeição do diagnóstico num primeiro momento. O medo e a vergonha passam a ser comuns na convivência diária com a epilepsia e quando em contato com novas oportunidades de relacionamento sou de emprego, o indivíduo esconde-se atrás de um “disfarce”, de modo a manter sua identidade secreta devido ao medo de ser rejeitado ou desvalorizado por causa da doença (ADEP, 2004 apudFernandes e Li, 2006). 
Muitas vezes, os pacientes deixam de frequentar lugares sociais pelo receio de terem uma crise e as pessoas com as quais convivesofremmuitasvezes as mesmasprivaçõesdeste – é o chamado “estigma de cortesia” (Goffman e Stigma, 1963 apudFernandes e Li, 2006). Desta forma, pode-se chegar a ocasionar um impactosocioeconômico: osresponsáveisdeixam de trabalhar para tomarconta dos pacientesdevidoàs crises ouàsvisitasregularesaomédico, interferindoassimnasuarotinadiária de trabalho e, consequentemente, nasuarenda familiar. Familiarestambémpodemevitarparticipar das atividadessociaisporvergonha da reação de estigma dos outros ouporsuperproteção. Porém, estasatitudescontribuem para problemas de ajustamento e de estresse familiar, contribuindodesfavoravelmente para o desenvolvimentoadequado de toda a família (Fernandes e De Souza, 2001 apudFernandes e Li, 2006 ).
3.3 Importância da informação
Além de sernecessáriolidar com ossintomas da doença, é precisoconsiderar as crenças e mitos que a cercam e que resultamnaperpetuação do estigmanasociedade (Rusch, Angermeyer e Corrigan, 2005 apudFernandes e Li, 2006). A epilepsia é poucoabordada, especialmenteempaísesemdesenvolvimento, e vemalimentandosuperstições, atitudesnegativas e falta de informaçãodificultando a relação da comunidade com a epilepsia. Crenças e desinformaçãocontribuem para a lacuna de tratamento e consequentemente, para a diminuição da qualidade de vida e para o aumento do estigmaassociado (Fernandes e Li, 2006).
A falta de informaçãoreferente à definição de epilepsia, suascausas, ostipos de tratamentoexistentes e osprocedimentosdurante a crisealiada à imprevisibilidade das crises e suaincontrolabilidade, sãoimportantesaspectosnadeterminação do estigmanaepilepsia (McLin e Boer, 1995 apudFernandes e Li, 2006). A magnitude da percepção do estigma nesses casosvaria de acordo com diferentessegmentos da sociedade, enfatizando que aspectossocioculturaiscomosexo, religião e nível de escolaridadesãoimportantesfatoresoperantes de estigma (Fernandes e Li, 2006).
Estadesinformação da população é reforçadaporideias e crençasinadequadas, provenientes do senso-comum. As principaiscrençasnaepilepsiareferem-se a comportamentosdurante a crise e consequênciasdesta – como o medo de o pacienteengolir a língua e o receio da epilepsiaviracompanhada de doençaouretardo mental (Ford, Gibson e Dreifuss, 1983 apudFernandes e Li, 2006). Crençasdestetipo, além de estarembaseadasnadesinformação, podeminterferirnaqualidade de vida das pessoas, aumentado o estigmaexistente e dificultandoseuajustamentopsicossocial (Fernandes e De Souza, 1999 apudFernandes e Li, 2006). 
Pode- se pensaremformas de se trabalhar para conseguir a redução do estigmanaepilepsia: 1. campanhasnamídiadirecionadas para públicosespecíficos para determinadossegmentos da sociedade, considerando as diferenças de sexo, religião, escolaridade e conhecimentopréviosobre o tema; 2. trabalhobiopsicossocial com pacientes e famílias que consisteematendimentomédicoadequado, psicoterapia e grupos de apoioougruposeducativos; 3. programas de educaçãocontinuada que visam a diminuição do estigmaatravés da capacitação e educaçãocontinuada de profissionais da áreada saúde(Rusch, Angermeyer e Corrigan, 2005 apudFernandes e Li, 2006). 
3.4 MecanismosPsicológicos e o EstigmanaEpilepsia
O diagnóstico da epilepsiacomoumacondiçãoneurológicacrônicatrazumasérie de mudançasnafamília e no paciente e afetacomportamento e bemestar. Estudar o impacto que estacondiçãoacarreta é focalizaremproblemas outros que nãosó as crises, que sãodesencadeadasjá no início da doença. Ter epilepsiaativatodo um sistema de crençasaonívelpessoal e social que modifica o comportamento. Alémdisso, envolveexpectativas e percepções que sãocategoriasintrapsíquicasindividuaisrelacionadas com a história de vida de cada um, afetando as pessoas de forma diferente (Souza, 2001). 
3.5 PaiscomoMediadores da Experiência
A epilepsia é umadoençamuitocomum que acometeprincipalmente as crianças, revelandodificuldadespsicossociais que estãoassociadasaoestigma e que influenciam o ajustamento social e a qualidade de vida da criança e suafamília (Fernandes & Souza, 2001).
Na epilepsiainfantil, o estigmainicia-se com o comportamento dos paisemrelaçãoaodiagnóstico. A maneira que ospaisreagem forma a base de como as criançasvãointerpretar a epilepsiadepois e se relacionar com outraspessoas (Souza, 2001).
O diagnóstico da epilepsiageranospaisumasérie de sentimentos, que quasesempreincluem: medo, ira, culpa, tristeza, ansiedade, confusão, negação, preocupação. Estes sentimentoslevamospais a se comportaremnormalmente de modoinapropriado, exibindosuperproteção, permissividade, rejeição e baixaexpectativaemrelação a seusfilhos. Estes sãotratadoscomodoentes, porqueospaisacreditam que qualqueratividadepodeprecipitarumacrise (Souza, 2002). 
A partirdessasreações, as criançasaprendemrapidamente que háalgo de errado com elas e, consequentemente, começam a apresentarcomportamentosinadequados de dependência, insegurança, irritabilidade e imaturidade. Ospais, dessa forma, treinamseusfilhos a se sentiremapreensivos e preconceituosos com relação à epilepsia, perpetuando o estigma. Neste contexto, a famíliacomeça a termenosproximidade e maisrestrições de comportamentos, de atividades e de comunicação (Fernandes & Souza, 2001).
Diantedisso, ospais de crianças com epilepsiaexibemcomportamentos que dependemnãosó dos fatoresrelacionados à própriaepilepsia (tipo de crise, severidade da epilepsia, presença de outrasdesordens, efeitosmedicamentosos), mas principalmente dos fatorespsico-sócio-culturais: preconceito, crenças, aspectosfamiliares e sociais e característicasindividuais da criança (Souza, 2000).
Váriosestudosconfirmam que a situação familiar é um dos fatorespreditivosmaisimportantes dos problemaspsicossociais e da baixaqualidade de vidanascrianças com doençascrônicas (Fernandes & Souza, 2001).
Quando se identificaprecocementeessavariável, é possívelatuar de modomaispositivonadinâmica familiar, controlando o ajustamento da criança e da família à epilepsia (Fernandes e Souza, 1999).
3.6 O Impacto do Estigma no Adolescente
A psicologia do adolescentevivemediada pela apariçãotraumática da necessidade de afirmarumaidentidade e umaindependência. Estasituaçãochoca-se frontalmente com as limitações que a epilepsiaimpõe. Tanto a autoestimacomo a valorizaçãoporparte dos companheirospodeserafetadapeloscondicionamentossociais, comoresposta à epilepsia. O estigma, o preconceito e a vergonha das crises levamaoisolamento, limitandocadavezmais as oportunidades de crescimentopessoal (Souza, 2000).
3.7 A Qualidade de Vida do Adulto com Epilepsia
Quando a epilepsiaacontecenavidaadulta, as pessoasestãoestabilizadasemsuasprofissões e estilo de vida e a ocorrência de crises epilépticastemgrandesimplicações no emprego e relaçõessociais, afetandorelacionamentosafetivo-sexuaisalém de causar um stress financeiro, alterarospapéissociais com consequentesalteraçõesemocionais (Salgado e Souza, 2002).
Um distúrbiocrônico se traduznumprocessocontínuo de mudanças e ajustamentos que depende de váriosfatoresmaisligadosaosujeito do que ligados à doençaelaprópriacomoidade de início, duração, severidade (Salgado e Souza, 2001). 
O senso de vergonha e o medo do estigma (estigmapercebido) associadoao "serumapessoa com epilepsia" precede atéqualquerexperiência real de discriminação (estigma real). É precisodaratenção para a auto rotulaçãocomoproblema de fato. Trabalhar com o significado é central naidentificação dos mecanismospsicológicos que a pessoautiliza para lidar com a doença. (Doretto, 2002).
5. CONCLUSÃO
6 REFERÊNCIAS:
SILVA, C.R.A; CARDOSO,I.S.Z.O; MACHADO, N.R; Consideraçõessobreepilepsia.BoletinCiêntífico de Pediatria.Vol.02. Nº03 P. 71 a 76.Rio Grande do Sul. 2013.
TEIXEIRA, R.A; Epipelsia: entenda o que realmenteelasignifica e ajude a reduzir o seuestigma. ICB. Brasília. Set/2008
MOREIRA, S. R. G.Epilepsia: concepçãohistórica, aspectosconceituais, diagnóstico e tratamento. Mental. vol.2, n.3, p. 107-122, 2004.
FERNANDES, P. T; LI, L. M. Percepção de estigmanaepilepsia. Scielo, Campinas, v. 12, n. 4, p. 207-218, 2006.
SOUZA E. A. P; FERNANDES P. T; SALGADO P. C. B; DORETTO F; MecanismosPsicológicos e o EstigmanaEpilepsia. ArqNeuropsiquiatria. São Paulo. N. 6, Julho/2002 
GUERREIRO, Carlos Alberto Mantovani; SILVA, Ednea Aparecida; SILVA, Anna Elisa Scotoni Mendes; SOUZA, Elizabete Abib Pedroso. Qualidade de vida em epilepsia na infância. Jornal da Liga Brasileira de Eplepsia, Porto Alegre, v.7, n.1, 1994.
CAVALHEIRO, Esper Abrão. A epilepsia. Ciência Hoje, São Paulo, v.8, n.45, 1988.
ROMÁN, G.C. & SEMNANAYAKE. Epilepsy in Latin America. Jornal da Liga Brasileira de Epilepsia, Porto Alegre, v.6, n.2, 1993.

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