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NOVO Curso Completo de Enfermagem p/ Concurso - 2015 
 
 
 
NOVO Curso Completo de Enfermagem p/ Concurso - 2015 
 
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Equipe Professor Rômulo Passos | 2015 
 
CURSO COMPLETO DE ENFERMAGEM 
PARA CONCURSO - 2015 
AULA Nº 45 – REDE CEGONHA. MORTALIDADE 
MATERNA. FATORES DE RISCO REPRODUTIVOS. 
 
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Amigo (a)! 
 
 Com muita disciplina e determinação chegamos a mais uma aula do nosso curso. 
 Nessa aula, iremos abordar os conteúdos referentes ao tema Rede Cegonha. 
Mortalidade Materna. Fatores de risco reprodutivos. 
É importante rememorar que a leitura e resolução de questões comentadas são as 
melhores ferramentas para alcançar a APROVAÇÃO desejada. 
Você é o responsável pela sua VITÓRIA. 
Desejamos uma ótima leitura e muita garra . 
 
 
Boa aula! 
 
Profº. Rômulo Passos 
Profª. Raiane Bezerra 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Rede Cegonha 
 
 A Rede Cegonha, instituída, no âmbito do SUS pela Portaria GM/MS n.º 
1.459/2011 (disponível em: http://goo.gl/F1bNJf), sistematiza e institucionaliza um 
modelo de atenção ao parto e ao nascimento que vem sendo discutido e construído no 
país desde os anos 90, com base no pioneirismo e na experiência de médicos, 
enfermeiros, parteiras, doulas, acadêmicos, antropólogos, sociólogos, gestores, 
formuladores de políticas públicas, gestantes, ativistas e instituições de saúde, entre 
muitos outros. 
Trata-se de um modelo que garante às mulheres e às crianças uma assistência 
humanizada e de qualidade, que lhes permite vivenciar a experiência da gravidez, do 
parto e do nascimento com segurança, dignidade e BELEZA. Não se pode esquecer 
jamais que dar à luz não é uma doença, mas uma função fisiológica e natural que 
constitui uma experiência única para a mulher e o (a) parceiro(a) envolvido (a). 
A REDE CEGONHA é uma estratégia do Ministério da Saúde, operacionalizada 
pelo SUS, fundamentada nos princípios da humanização e assistência, em que 
mulheres, recém-nascidos e crianças têm direito a: 
 
 
É uma Rede de cuidados que ASSEGURA às: 
 
I 
• Ampliação do acesso, acolhimento e melhoria da qualidade do pré-natal.; 
II 
• Transporte tanto para o pré-natal quanto para o parto; 
III 
• Vinculação da gestante à unidade de referência para assistência ao parto - 
“Gestante não peregrina!” e “Vaga sempre para gestantes e bebês!”.; 
IV 
• Realização de parto e nascimento seguros, através de boas práticas de atenção; 
V 
• Acompanhante no parto, de livre escolha da gestante; 
VI 
• Atenção à saúde da criança de 0 a 24 meses com qualidade e resolutividade; 
VII 
• Acesso ao planejamento reprodutivo. 
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Os OBJETIVOS da Rede Cegonha são: 
1. Novo modelo de atenção ao parto, nascimento e à saúde da criança; 
2. Rede de atenção que garanta acesso, acolhimento e resolutividade; 
3. Redução da mortalidade materna e neonatal. 
 
Amigos (as), percebam que os objetivos traduzem as metas da Rede Cegonha, 
onde se almeja chegar. 
A Rede Cegonha deve ser organizada de maneira a possibilitar o provimento 
contínuo de ações de atenção à saúde materna e infantil para a população de 
determinado território, mediante a articulação dos distintos pontos de atenção à saúde, 
do sistema de apoio, do sistema logístico e da governança da rede de atenção à saúde em 
consonância com a Portaria nº 4.279/GM/MS, de 2010, a partir das seguintes diretrizes: 
1. GARANTIA DO ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO, 
AMPLIAÇÃO DO ACESSO E MELHORIA DA QUALIDADE DO PRÉ-NATAL: 
suficiência de consultas; ampliação de exames e retorno em tempo hábil; visitas ao local 
do parto. 
2. GARANTIA DE VINCULAÇÃO DA GESTANTE À UNIDADE DE 
REFERÊNCIA E AO TRANSPORTE SEGURO: regulação com vaga sempre; vale 
transporte e vale-táxi; casas de gestante e bebê. 
3. GARANTIA DAS BOAS PRÁTICAS E SEGURANÇA NA ATENÇÃO 
AO PARTO E NASCIMENTO: suficiência de leitos; direito a acompanhante; boas 
práticas; ambiência; estímulo ao parto normal. 
4. GARANTIA DA ATENÇÃO À SAÚDE DAS CRIANÇAS DE 0 A 24 
MESES COM QUALIDADE E RESOLUTIVIDADE: promover aleitamento materno; 
garantir acompanhamento da criança na atenção básica; garantir atendimento 
especializado para casos de maior risco; busca ativa dos faltosos, sobretudo de maior 
• Direito ao planejamento reprodutivo, à 
atenção humanizada à gravidez, parto e 
puerpério. 
MULHERES 
• Direito ao nascimento seguro, crescimento 
e desenvolvimento saudáveis. CRIANÇAS 
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risco; garantir acesso às vacinas disponíveis no SUS. 
5. GARANTIA DE DIREITOS SEXUAIS E REPRODUTIVOS: implementar 
estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e 
reprodutiva; promoção, prevenção e tratamento das DST/Aids; orientação e oferta de 
métodos contraceptivos. 
A Rede Cegonha organiza-se a partir de quatro (4) Componentes, quais sejam: 
I - Pré-Natal 
II - Parto e Nascimento 
III - Puerpério e Atenção Integral à Saúde da Criança 
IV - Sistema Logístico: Transporte Sanitário e Regulação 
Cada componente compreende uma série de ações de atenção à saúde, nos 
seguintes termos: 
I - Componente PRÉ-NATAL: 
a) realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) com captação 
precoce da gestante e qualificação da atenção; 
b) acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de 
risco e vulnerabilidade; 
c) acesso ao pré-natal de alto de risco em tempo oportuno; 
d) realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco e acesso 
aos resultados em tempo oportuno; 
e) vinculação da gestante desde o pré-natal ao local em que será realizado o 
parto; 
f) qualificação do sistema e da gestão da informação; 
g) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos 
relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; 
h) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e 
i) apoio às gestantes nos deslocamentos para as consultas de pré-natal e para o 
local em que será realizado o parto, os quais serão regulamentados em ato normativo 
específico. 
No componente pré‐natal estão previstos os seguintes novos exames para TODAS 
AS GESTANTES a partir da adesão à Rede Cegonha: 
 Teste rápido de gravidez; 
 Teste rápido de sífilis; 
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 Teste rápido de HIV; 
 Cultura de bactérias para identificação (urina); 
 Acréscimo de mais um exame de hematócrito, hemoglobina; 
 Ampliação do ultrassom obstétrico para 100% das gestantes; 
 Proteinúria (teste rápido); 
 Teste indireto de antiglobulina humana (TIA) para gestantes que 
apresentarem RH negativo. 
Ademais, foram adicionados os seguintes exames para as GESTANTES DE 
ALTO RISCO: 
 Contagem de plaquetas; 
 Dosagem de proteínas (urina 24 horas); 
 Dosagens de uréia, creatinina e ácido úrico; 
 Eletrocardiograma; 
 Ultrassom obstétricocom Doppler; 
 Cardiotocografia ante‐parto. 
 
II - Componente PARTO E NASCIMENTO: 
a) suficiência de leitos obstétricos e neonatais (UTI, UCI e Canguru) de acordo 
com as necessidades regionais; 
 b) ambiência das maternidades orientadas pela Resolução da Diretoria Colegiada 
(RDC) nº 36/2008 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA); 
c) práticas de atenção à saúde baseada em evidências científicas, nos termos do 
documento da Organização Mundial da Saúde, de 1996: "Boas práticas de atenção ao 
parto e ao nascimento"; 
d) garantia de acompanhante durante o acolhimento e o trabalho de parto, parto e 
pós-parto imediato; 
e) realização de acolhimento com classificação de risco nos serviços de atenção 
obstétrica e neonatal; 
f) estímulo à implementação de equipes horizontais do cuidado nos serviços de 
atenção obstétrica e neonatal; e 
g) estímulo à implementação de Colegiado Gestor nas maternidades e outros 
dispositivos de co-gestão tratados na Política Nacional de Humanização. 
 
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III - Componente PUERPÉRIO E ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DA 
CRIANÇA: 
a) promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar saudável; 
b) acompanhamento da puérpera e da criança na atenção básica com visita 
domiciliar na primeira semana após a realização do parto e nascimento; 
c) busca ativa de crianças vulneráveis; 
d) implementação de estratégias de comunicação social e programas educativos 
relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; 
e) prevenção e tratamento das DST/HIV/Aids e Hepatites; e 
f) orientação e oferta de métodos contraceptivos. 
 
IV - Componente SISTEMA LOGÍSTICO: TRANSPORTE SANITÁRIO E 
REGULAÇÃO: 
a) promoção, nas situações de urgência, do acesso ao transporte seguro para as 
gestantes, as puérperas e os recém nascidos de alto risco, por meio do Sistema de 
Atendimento Móvel de Urgência - SAMU Cegonha, cujas ambulâncias de suporte 
avançado devem estar devidamente equipadas com incubadoras e ventiladores 
neonatais; 
b) implantação do modelo "Vaga Sempre", com a elaboração e a implementação 
do plano de vinculação da gestante ao local de ocorrência do parto; e 
c) implantação e/ou implementação da regulação de leitos obstétricos e neonatais, assim 
como a regulação de urgências e a regulação ambulatorial (consultas e exames). 
Vejam que os componentes da Rede Cegonha estão intimamente relacionados com 
os direitos das mulheres, recém-nascidos e crianças. 
A operacionalização da Rede Cegonha dar-se-á pela execução de cinco fases: 
I - Adesão e diagnóstico; 
II - Desenho Regional da Rede Cegonha; 
III - Contratualização dos Pontos de Atenção 
IV - Qualificação dos componentes e 
V - Certificação 
 
Em relação ao FINANCIAMENTO desta rede, é importante destacar que o 
Ministério da Saúde se comprometeu a realizar o seguinte aporte de recursos: 
• PRÉ-NATAL: 100% de custeio dos exames; fornecimento de kits para as 
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Unidades Básicas de Saúde e para as gestantes. 
• TRANSPORTE: 100% de custeio do transporte (vale transporte e vale táxi). 
• CENTRO DE PARTO NORMAL (CPN) E CASA DA GESTANTE, BEBÊ 
E PUÉRPERA (CGB): 100% de custeio/ano, com investimento para construção nos 
dois primeiros anos (2011 e 2012). 
• LEITOS: 80% de custeio para ampliação e qualificação dos leitos (UTI, UCI, 
Canguru). Financiamento da ambiência para os locais de parto. Investimento nos dois 
primeiros anos (2011 e 2012). 
É importante frisar que as secretárias estaduais e municipais de saúde também 
devem participar do financiamento dessa Rede, já que o financiamento do SUS é 
tripartite. 
A Rede Cegonha está sendo implantada em todo o território nacional. 
 
Passemos para a resolução de uma questão sobre o assunto: 
1. (TJ-AL/CESPE/2012/RP) A Rede Cegonha, proposta pelo Ministério da Saúde, 
visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada 
da gravidez, do parto e do puerpério, bem como garantir à criança o direito ao 
nascimento seguro e ao desenvolvimento saudável. Com relação a esse assunto, 
assinale a opção correta com base na Portaria GM/MS n.º 1.459/2011. 
a) Na referida portaria, é previsto o custeio de centros de parto normal, conforme 
padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde (cinco quartos de pré-parto, parto e pós-
parto para cada centro), com valores mensais fixos. 
b) Para aderir à Rede Cegonha, o município deve ter uma população maior que 150 mil 
habitantes. 
c) A Rede Cegonha deve garantir atenção à saúde da criança de zero a doze meses, 
segundo a necessidade da criança e a gravidade do quadro clínico apresentado. 
d) O município interessado em aderir à Rede Cegonha será beneficiado com repasse 
dos recursos da União, após celebrar pacto com o colegiado de gestão estadual. 
e) Os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e ao 
nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, não poderão aderir à Rede 
Cegonha no componente pré-natal. 
COMENTÁRIOS: 
Vamos analisar cada item da questão: 
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Item A. Correto. Na Portaria GM/MS n.º 1.459/2011 (disponível em: 
http://goo.gl/F1bNJf), é previsto o custeio de Centros de Parto Normal, conforme 
padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde (cinco quartos de pré-parto, parto e pós-
parto para cada centro), com valores mensais fixos de R$ 80.000. 
Por sua vez, é previsto o custeio das Casas de Gestante, Bebê e Puérpera (casas 
de apoio) conforme padrão estabelecido pelo Ministério da Saúde (20 leitos para cada 
casa), com valores mensais fixos de R$ 60.000,00/mês. 
Item B. Incorreto. Todos os municípios brasileiros devem aderir à Rede 
Cegonha. 
Item C. Incorreto. A Rede Cegonha deve garantir atenção à saúde da criança de 
0 a 24 meses, segundo a necessidade da criança e a gravidade do quadro clínico 
apresentado. 
Item D. Incorreto. O município interessado em aderir à Rede Cegonha será 
beneficiado com repasse dos recursos da União, após celebrar pacto com o colegiado de 
gestão regional
1
 e não estadual. 
Item E. Incorreto. Os municípios que não contam com serviços próprios de 
atenção ao parto e ao nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, 
poderão aderir à Rede Cegonha no componente pré-natal. 
O gabarito da questão, portanto, é a letra A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 O Colegiado de Gestão Regional (CGR), atualmente denominado Comissão Intergestores Regional (CIR), constitui-
se um espaço de decisão através da identificação, definição de prioridades e de pactuação de soluções para a 
organização de uma rede regional de ações e serviços de atenção à saúde, integrada e resolutiva. 
As Comissões Intergestores Regionais devem ser formadas pelos gestores municipais de saúde do conjunto de 
municípios que formam a respectiva Região de Saúde e por representantes do(s) gestor(es) estadual(ais), sendo as 
suas decisões sempre por consenso, pressupondo o envolvimento e comprometimento do conjunto de gestores 
com os compromissos pactuados. 
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Página 10Mortalidade Materna 
 
A redução da mortalidade materna no Brasil é ainda um desafio para os serviços 
de saúde e a sociedade como um todo. As altas taxas encontradas se configuram um 
grave problema de saúde pública, atingindo desigualmente as regiões brasileiras, com 
maior prevalência entre mulheres das classes sociais com menor ingresso e acesso aos 
bens sociais. 
O Brasil tem registrado redução na mortalidade materna desde 1990. Naquele ano, 
a razão de mortalidade materna (RMM) corrigida era de 140 óbitos por 100 mil 
nascidos vivos (NV), enquanto que em 2007 declinou para 75 óbitos por 100 mil NV, o 
que representa uma diminuição de aproximadamente 50%. A queda da morte materna se 
deve fundamentalmente à redução da mortalidade por causas obstétricas diretas. 
Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o 
término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É 
causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas 
tomadas em relação a ela. Não é considerada morte materna a que é provocada por 
fatores acidentais ou incidentais. 
As MORTES MATERNAS por causas obstétricas podem ser classificadas 
como obstétricas diretas ou obstétricas indiretas. 
As Mortes Maternas Obstétricas Diretas resultam de complicações surgidas 
durante a gravidez, o parto ou o puerpério (período de até 42 dias após o parto), 
decorrentes de INTERVENÇÕES, OMISSÕES, TRATAMENTO INCORRETO ou de 
uma cadeia de eventos associados a qualquer um desses fatores. 
As Mortes Maternas Obstétricas Indiretas decorrem de doenças preexistentes 
ou que se desenvolveram durante a gestação e que foram agravadas pelos efeitos 
fisiológicos da gestação, como problemas circulatórios e respiratórios. 
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Percebam que as mortes obstétricas diretas estão relacionadas com a baixa 
qualidade da assistência à mulher no período da gravidez, parto e puerpério. De outra 
forma, as mortes obstétricas indiretas estão associadas a doenças das mulheres 
agravadas pelos efeitos fisiológicos da gestação. 
O número de mortes maternas de um país constitui um excelente indicador de sua 
realidade social, estando inversamente relacionado ao grau de desenvolvimento 
humano. Tal fato reflete o nível socioeconômico, a qualidade da assistência, a 
iniquidade entre os gêneros e a política de promoção da saúde pública existente. 
Razões de Mortalidade Materna (RMM) elevadas são indicativas de precárias 
condições socioeconômicas, baixo grau de informação e escolaridade, dinâmicas 
familiares em que a violência está presente e, sobretudo, dificuldades de acesso a 
serviços de saúde de boa qualidade. 
As principais causas da mortalidade materna no Brasil são a hipertensão 
arterial, as hemorragias, a infecção puerperal e o aborto, todas evitáveis (BRASIL, 
2003). 
Mas, quais são os fatores que têm o potencial de diminuir as principais causas de 
mortalidade materna e neonatal no Brasil? 
 
 
• Decorrem de COMPLICAÇÕES SURGIDAS durante a 
gravidez, o parto ou o puerpério, DECORRENTES de 
intervenções, omissões, tratamento incorreto. 
mortes obstétricas 
diretas 
 
• Decorrem de doenças preexistentes ou que se 
desenvolveram durante a gestação e que foram 
agravadas pelos efeitos fisiológicos da gestação. 
mortes obstétricas 
indiretas 
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 Vejamos duas questões sobre essa temática: 
2. (Prefeitura de Goiania-GO/UFG/2012/RP) J.L.M., 30 anos, às 20h30min, por parto 
normal, deu a luz um feto vivo, sexo feminino, sem má-formação aparente. Após uma 
hora, a puérpera apresentou hemorragia por atonia uterina, ocorrendo seu óbito. Neste 
caso, considera-se que a morte materna foi 
a) obstétrica direta. 
b) obstétrica indireta. 
c) tardia obstétrica direta. 
d) tardia obstétrica indireta. 
COMENTÁRIOS: 
As MORTES OBSTÉTRICAS DIRETAS resultam de complicações surgidas 
durante a gravidez, o parto ou o puerpério (período de até 42 dias após o parto), 
decorrentes de INTERVENÇÕES, OMISSÕES, TRATAMENTO INCORRETO ou de 
uma cadeia de eventos associados a qualquer um desses fatores. 
É evidente que as mortes maternas ocasionadas por hemorragias podem ser 
evitadas com a prestação de uma assistência à mulher na gestação, parto e puerpério de 
qualidade. Por isso, são causas diretas de morte materna. 
Por outro lado, doenças agravadas por fatores fisiológicos da gravidez, exemplo 
da hipertensão essencial ou diabetes mellitus pré-existente, são causas indiretas de 
I 
• Assistência pré-natal adequada (componente pré-natal), com a 
detecção e a intervenção precoce das situações de risco; 
II 
• Um sistema ágil de referência hospitalar (sistema de regulação – 
“Vaga sempre para gestantes e bebês”, regulação dos leitos obstétricos, plano 
de vinculação da gestante à maternidade); 
III 
• Qualificação da assistência ao parto (componente de parto e 
nascimento – humanização, direito à acompanhante de livre escolha da 
gestante, ambiência, boas práticas, acolhimento com classificação de risco – 
ACCR). 
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morte materna. 
 
O caso hipotético apresentado na questão (hemorragia no pós-parto) refere-se à morte 
obstétrica direta. Por isso, o gabarito da questão é a letra A. 
 
3. (Prefeitura de Jí Parana-RO/FUNCAB/2013) Identifique as principais causas de 
morte materna no Brasil, em ordem decrescente de prevalência. 
 a) hemorragias, aborto, hipertensão arterial e infecção puerperal 
 b) hipertensão arterial, hemorragias, infecção puerperal e aborto 
 c) aborto, infecção puerperal, hemorragias e hipertensão arterial 
 d) cardiopatias, diabetes mellitus, hipertensão arterial e aborto 
 e) cardiopatias, hemorragias, infecção puerperal e aborto 
 COMENTÁRIOS: 
 As principais causas da mortalidade materna no Brasil são a hipertensão arterial, 
as hemorragias, a infecção puerperal e o aborto, todas evitáveis. 
 Nesses termos, o gabarito da questão é a letra B. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Decorrem de COMPLICAÇÕES SURGIDAS durante a 
gravidez, o parto ou o puerpério, DECORRENTES de 
intervenções, omissões, tratamento incorreto. 
Mortes 
Obstétricas 
Diretas 
 
• Decorrem de doenças preexistentes ou que se 
desenvolveram durante a gestação e que foram 
agravadas pelos efeitos fisiológicos da gestação. 
Mortes 
Obstétricas 
Indiretas 
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Fatores de Risco Reprodutivos. 
 
A avaliação de risco não é tarefa fácil. O conceito de risco está associado ao de 
probabilidades, e o encadeamento entre um fator de risco e um dano nem sempre está 
explicitado. Os primeiros sistemas de avaliação de risco foram elaborados com base na 
observação e experiência dos seus autores e só recentemente têm sido submetidos a 
análises, persistindo, ainda, dúvidas sobre sua efetividade como discriminadores. 
A caracterização de uma situação de risco não implica necessariamente referência 
da gestante para acompanhamento em pré-natal de alto risco. As situações que 
envolvem fatores clínicos mais relevantes (risco real) e/ou fatores preveníveisque 
demandem intervenções mais complexas devem ser necessariamente referenciadas, 
podendo, contudo, retornar ao nível primário, quando se considerar a situação resolvida 
e/ou a intervenção já realizada. 
De qualquer maneira, a unidade básica de saúde deve continuar responsável pelo 
seguimento da gestante encaminhada a um nível de maior complexidade no sistema. O 
Ministério da Saúde propõe uma classificação operacional dos fatores de risco 
reprodutivo, distribuindo-os em quatro categorias: características individuais e 
condições sociodemográficas desfavoráveis; história reprodutiva anterior; condições 
clínicas preexistentes e intercorrências clínicas; e doença obstétrica na gravidez atual. 
 
FATORES DE RISCO PARA A GRAVIDEZ ATUAL 
 
1. Características individuais e condições sociodemográficas desfavoráveis: 
• Idade menor que 15 e maior que 35 anos; 
• Ocupação: esforço físico excessivo, carga horária extensa, rotatividade de 
horário, exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, estresse; 
• Situação familiar insegura e não aceitação da gravidez, principalmente em se 
tratando de adolescente; 
• Situação conjugal insegura; 
• Baixa escolaridade (menor que cinco anos de estudo regular); 
• Condições ambientais desfavoráveis; 
• Altura menor que 1,45 m; 
• Peso menor que 45 kg ou maior que 75 kg; 
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• Dependência de drogas lícitas ou ilícitas. 
 
2. História reprodutiva anterior: 
• Morte perinatal explicada ou inexplicada; 
• Recém-nascido com restrição de crescimento, pré-termo ou malformado; 
• Abortamento habitual; 
• Esterilidade/infertilidade; 
• Intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos; 
• Nuliparidade e multiparidade; 
• Síndromes hemorrágicas; 
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; 
• Cirurgia uterina anterior; 
• Macrossomia fetal. 
 
3. Intercorrências clínicas crônicas: 
• Cardiopatias; 
• Pneumopatias; 
• Nefropatias; 
• Endocrinopatias (especialmente diabetes mellitus); 
• Hemopatias; 
• Hipertensão arterial moderada ou grave e/ou fazendo uso de antihipertensivo; 
• Epilepsia; 
• Infecção urinária; 
• Portadoras de doenças infecciosas (hepatites, toxoplasmose, infecção pelo 
HIV, sífilis e outras DST); 
• Doenças auto-imunes (lupus eritematoso sistêmico, outras colagenoses); 
• Ginecopatias (malformação uterina, miomatose, tumores anexiais e outras). 
 
4. Doença obstétrica na gravidez atual: 
• Desvio quanto ao crescimento uterino, número de fetos e volume de líquido 
amniótico; 
• Trabalho de parto prematuro e gravidez prolongada; 
• Ganho ponderal inadequado; 
• Pré-eclâmpsia/eclâmpsia; 
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• Amniorrexe prematura; 
• Hemorragias da gestação; 
• Isoimunização; 
• Óbito fetal. 
 
Identificando-se um ou mais desses fatores, a gestante deverá ser tratada na 
unidade básica de saúde (UBS), conforme orientam os protocolos do Ministério da 
Saúde. Os casos não previstos para tratamento na UBS deverão ser encaminhados para a 
atenção especializada que, após avaliação, deverá devolver a gestante para a atenção 
básica com as recomendações para o seguimento da gravidez ou deverá manter o 
acompanhamento pré-natal nos serviços de referência para gestação de alto risco. Nesse 
caso, a equipe da atenção básica deverá manter o acompanhamento da gestante, 
observando a realização das orientações prescritas pelo serviço de referência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf 
 
http://inseer.ibict.br/rbsp/index.php/rbsp/article/viewFile/474/pdf_150 
 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_pre_natal_puerperio_3ed.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Lista de Questões 
 
1. (TJ-AL/CESPE/2012/RP) A Rede Cegonha, proposta pelo Ministério da Saúde, visa 
assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada da 
gravidez, do parto e do puerpério, bem como garantir à criança o direito ao nascimento 
seguro e ao desenvolvimento saudável. Com relação a esse assunto, assinale a opção 
correta com base na Portaria GM/MS n.º 1.459/2011. 
a) Na referida portaria, é previsto o custeio de centros de parto normal, conforme padrão 
estabelecido pelo Ministério da Saúde (cinco quartos de pré-parto, parto e pós-parto para 
cada centro), com valores mensais fixos. 
b) Para aderir à Rede Cegonha, o município deve ter uma população maior que 150 mil 
habitantes. 
c) A Rede Cegonha deve garantir atenção à saúde da criança de zero a doze meses, 
segundo a necessidade da criança e a gravidade do quadro clínico apresentado. 
d) O município interessado em aderir à Rede Cegonha será beneficiado com repasse dos 
recursos da União, após celebrar pacto com o colegiado de gestão estadual. 
e) Os municípios que não contam com serviços próprios de atenção ao parto e ao 
nascimento, incluídos os exames especializados na gestação, não poderão aderir à Rede 
Cegonha no componente pré-natal. 
 
2. (Prefeitura de Goiania-GO/UFG/2012/RP) J.L.M., 30 anos, às 20h30min, por parto 
normal, deu a luz um feto vivo, sexo feminino, sem má-formação aparente. Após uma 
hora, a puérpera apresentou hemorragia por atonia uterina, ocorrendo seu óbito. Neste 
caso, considera-se que a morte materna foi 
a) obstétrica direta. 
b) obstétrica indireta. 
c) tardia obstétrica direta. 
d) tardia obstétrica indireta. 
 
 
 
 
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3. (Prefeitura de Jí Parana-RO/FUNCAB/2013) Identifique as principais causas de 
morte materna no Brasil, em ordem decrescente de prevalência. 
a) hemorragias, aborto, hipertensão arterial e infecção puerperal 
b) hipertensão arterial, hemorragias, infecção puerperal e aborto 
c) aborto, infecção puerperal, hemorragias e hipertensão arterial 
d) cardiopatias, diabetes mellitus, hipertensão arterial e aborto 
e) cardiopatias, hemorragias, infecção puerperal e aborto 
 
 
Gabarito 
1. A 
2. A 
3. B 
 
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