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A perspectiva da Escola de Frankfurt

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Universidade Federal de Campina Grande
Centro de Humanidades
Unidade Acadêmica de Arte e Mídia
Curso de Comunicação Social – Educomunicação
Disciplina: Mediação Tecnológica na Educação
Professor: Assis
A perspectiva da Escola de Frankfurt
Clara Letícia de Araújo Dantas
Escola de Frankfurt
Escola de teoria social interdisciplinar neomarxista, particularmente associada com o Instituto para Pesquisa Social da Universidade de Frankfurt que, por sua vez, realizava pesquisas acerca da orientação marxista, tendo como objeto a economia capitalista e a história do movimento operário.
Para alguns estudiosos, a importância de sua produção e de suas publicações reside na continuidade em relação ao marxismo e à ciência social que fazia crítica ao capitalismo da época.
Entre seus principais membros, podemos citar:
Theodor Adorno (1903 – 1969)
Max Horkheimer (1895 – 1973)
Walter Benjamin (1892 – 1940)
Todos os três eram judeus, sofreram preconceito por sua origem e foram obrigados a fugir de seu país natal (Alemanha) devido a ameaça nazista.
Adorno e Horkheimer
Foram os primeiros estudiosos a refletir sobre o destino e as características da cultura moderna, criticando a forma pela qual a cultura do entretenimento e as maneiras de difundir as informações estavam assumindo.
Para eles, toda a sociedade estaria imersa em uma visão de mundo ideológica, pois só atenderia aos interesses dos capitalistas; em outras palavras, todos estariam dominados por um novo mito: o mito da racionalidade tecnológica.
Procuram denunciar que a cultura do entretenimento não se realizaria em um sentido de favorecer a crítica, pois, para eles, a cultura produzida em moldes industriais não promoveria um espaço para a reflexão sobre os problemas políticos da época (pois favorecia apenas o entretenimento).
A indústria da cultura se desdobraria em pura manipulação ideológica a favor da manutenção de uma sociedade autoritária, controlada pelo mito moderno da razão e do progresso.
É importante lembrar que a maior parte da produção teórica desses autores foi inspirada pelos movimentos populares na Alemanha nazista e totalitária.
O conceito de indústria cultural faz parte um esforço intelectual para discutir as contradições do mundo moderno. Adorno e Horkheimer apresentam uma visão negativa sobre tal fenômeno porque, de acordo com eles, trata-se de um controle ideológico mais sofisticado, escondido no “véu do progresso técnico e do entretenimento”.
Teoria Crítica da Cultura: 
Denuncia a contradição entre indivíduo e sociedade como um produto histórico da divisão de classes;
Opõe-se às doutrinas que descrevem que essa contradição é um dado natural;
Revela a possibilidade de alienação que todos estavam sujeitos ao participarem da nova ordem.
No entanto, é preciso estar atento aos seguintes fatos:
Adorno e Horkheimer não estavam se referindo aos conteúdos da produção das mídias especificamente, mas refletindo sobre a natureza da cultura moderna.
Ao construírem o conceito de indústria cultural, tinham a intenção de expressar uma ordem de reflexões críticas de caráter filosófico (Teoria Crítica).
Suas análises tinham caráter elitista, uma vez que eles compreendiam cultura como um espaço de criação, reflexão e emancipação da humanidade, sem considerar esse espaço como um sistema de símbolos que expressam a realidade e o entendimento de um povo sobre a vida cotidiana.
Trabalhando em tal concepção estreita, não compreendiam como cultura outras formas de expressão, principalmente as que fugiam de sua definição (arte popular ou arte para diversão).
Um cultura da diversão estaria a serviço dos dominantes, das camadas burguesas. Assim, não cumpriria sua função reflexiva de autoentendimento e de crítica social.
Ao generalizarem todas as formas de expressão da cultura das mídias em dominação, os teóricos frankfurtianos não se deram conta das particularidades técnicas de uma variedade de mercadorias, como o cinema e a fotografia, por exemplo.
Walter Benjamin
Observa e analisa as transformações técnicas das imagens não como um fenômeno negativo, como Adorno e Horkheimer fizeram.
Para ele, a técnica revela uma evolução da cultura moderna que dá origem a uma nova forma de apreender, usar e usufruir da arte.
Fala sobre uma nova maneira de se apropriar das imagens que se afasta dos usos tradicionais e rituais da cultura erudita (novo sensorium).
Esse novo sensorium seria uma forma emancipada de perceber e conferir ao olhar uma dimensão reflexiva. 
Para Benjamin, o cinema e a sua profusão de imagens a partir de suas expressões simbólicas, imporiam uma nova forma de receber e perceber as representações sobre o mundo.
Sua discussão explora os desdobramentos de uma nova sensibilidade, específica dos tempos modernos, chamando a atenção para as mudanças de nosso aparelho perceptivo e cognitivo a partir da evolução e das transformações técnicas de produção da cultura (ex.: estímulos visuais como videoclipes, jogos eletrônicos, etc.)
As mudanças na estrutura e nas tecnologias da produção da cultura mudam necessariamente a estrutura da percepção e da compreensão humana, uma vez que esta é condicionada historicamente; portanto, se as condições sociais de produção de cultura são mudadas, muda-se simultaneamente a percepção sobre ela.
Para Walter Benjamin, a técnica aproxima os indivíduos, aproxima as massas da arte. Por exemplo, as obras de arte não estariam apenas nos museus.
A arte, ao sair da esfera de um uso único, ao ingressar no mundo do mercado, acaba por construir uma autonomia própria, pois possibilita uma multiplicidade de sentidos e significados. 
O autor não confere a esse processo um caráter negativo; ao contrário, tenta explorar essa nova condição de apropriação de símbolos culturais, enfatizando seu potencial criador.
Portanto, para ele, a técnica, além de oferecer um novo equilíbrio entre o homem e a máquina, ampliaria o conjunto de conhecimentos e de experiências alheias, virtuais, distantes das relações face a face (cibercultura).
É por isso que, para ele, o cinema expressa a sensibilidade moderna, uma vez que expõe a pluralidade de modelos, estilos, linguagens, estímulos e reações. A variedade das imagens envolve os indivíduos em todos os sentidos.
Para Benjamin, o olhar é o sentido da modernidade.

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