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COMUNICAÇÃO 
EMPRESARIAL 
PARTE I 
 
 
 
2014 
Profª Michele Rufatto Vaz 
mrufatto@hotmail.com 
 
 
 
Ementa 
A Comunicação Empresarial traz discussões e conceitos inerentes ao processo comunicativo, 
relacionado ao mundo empresarial, considerando as peculiaridades da Língua Portuguesa no 
que tange a construção e análise de textos e o desenvolvimento da habilidade comunicativa 
dos indivíduos nas organizações. 
 
Objetivos 
• Ampliar a capacidade do estudante à leitura e interpretação de textos técnicos e teóricos. 
• Consolidar a capacidade de julgamento e crítica para elaborar textos técnicos e acadêmicos. 
• Ampliar sua capacidade de comunicação verbal e não verbal. 
• Capacitar os estudantes quanto ao saber ouvir, para compreender e interpretar com 
exatidão o conteúdo da mensagem transmitida e a intenção do seu emissor, favorecendo, 
assim, o retorno da informação, que marca o início do diálogo, que, por sua vez, poderá 
garantir a qualidade do relacionamento humano. 
• Contribuir com a melhoria dos processos de comunicação nos relacionamentos humanos e 
empresariais. 
• Colaborar com o pensamento e a concepção de interpretação crítica da realidade. 
• Dar base de sustentação na vida acadêmica e profissional, no que tange a redação de 
trabalhos e suas respectivas apresentações orais. 
 
Conteúdo programático 
 
1. A Comunicação Empresarial no século XXI: desafios e tendências (Qual o panorama da 
Comunicação Empresarial hoje? Para onde ela vai?) 
 
2. Estrutura interna: 
• Tópico frasal 
• Ideias secundárias 
• Sequência de ideias 
• Coerência 
• Concisão 
• Coesão 
 
3. Componentes de um texto 
• Plano de trabalho 
 
 
• Organização 
• Montagem de parágrafos 
 
4. Tipos de parágrafos e tipos de textos: 
• Narrativo 
• Elementos da narrativa 
• Posição do narrador 
• Técnica do diálogo 
• Tipos de discurso 
• Descritivo 
• Descrição objetiva 
• Descrição subjetiva 
• Descrição de objeto, processo e ambiente. 
• Dissertativo 
• Técnica de argumentação 
• Objetividade e subjetividade 
• A dissertação: introdução, desenvolvimento e conclusão. 
 
5. Técnicas de resumo 
 
6. Resumo 
• Parágrafo descritivo 
• Parágrafo dissertativo 
• Texto descritivo composto de vários parágrafos 
• Texto dissertativo composto de vários parágrafos 
 
7. Relatório 
• Estrutura 
• Tipos de relatório (relatório de estudo ou de pesquisa, relatório de ocorrência, relatório de 
atividade etc.). 
 
8. Elementos constitutivos da comunicação e as funções da linguagem, aplicadas à 
comunicação empresarial. 
 
9. Signo linguístico e ruído na comunicação. 
 
 
 
10. Os níveis da fala e a comunicação empresarial. 
 
11. Vantagens e desvantagens da comunicação verbal e não verbal nas empresas. 
 
12. Comunicação oral: apresentação em ambientes de trabalho, acadêmicos e em debates. 
 
13. Oratória, exercícios de dicção, relaxamento e sugestões para organizar apresentações. 
 
14. Tipos e modelos de redação: 
• Ata. 
• Carta comercial. 
• Carta de apresentação. 
• Curriculum vitae: elaboração e sua adequação ao mercado de trabalho. 
• Memorando. 
• Correspondência com órgãos oficiais: Ofício e Edital. 
• Requerimento. 
 
15. A importância da comunicação interna e a importância da comunicação externa, no mundo 
corporativo: 
• A função estratégica da comunicação interna (PICE: Plano Integrado de Comunicação 
Interna) e do endomarketing. 
• Os objetivos dos sistemas de comunicação abrangendo todas as partes interessadas por 
diversos meios (boletins informativos internos; cartazes; vídeos; palestras; jornal interno, 
jornal externo, jornal mural; reuniões; ombudsman ou ouvidor; atendimento ao consumidor, 
internet/intranet, campanha de comunicação, boletim externo, multimídia; balanço social, 
assessoria de imprensa e outros). 
• A comunicação nos sistemas de trabalho, no que concerne a ouvir e aprender com o cliente, 
seja o cliente interno ou o externo, visando à imagem corporativa: patrimônio empresarial. 
• Política de boas maneiras no uso da correspondência eletrônica: internet, intranet e 
extranet. 
 
Estratégia de ensino 
O curso contará com equilíbrio teórico – prático por meio de exposições e discussão de casos 
práticos, utilizando: 
 
 
 Aulas expositivas 
 Aulas reflexivas com análise de casos 
 Dinâmica de grupos 
 Seminários 
 Vídeos 
 Debates 
 
Avaliação 
Duas provas teóricas / práticas bimestrais e trabalhos individuais ou em grupo, mais o projeto 
PIM, sempre envolvendo os assuntos voltados à gestão das organizações, sendo que a média 
do semestre será constituída por 40% da nota da P1, 40% da nota da P2 e 20 % da nota do 
PIM. 
 
Bibliografia Básica 
FARACO, Carlos Alberto; TEZZA, Cristóvão. Prática de texto: para estudantes universitários. 22. 
ed. Petrópolis: Vozes, 2013. 300 p. 
ILARI, R; BASSO, R. O Português da Gente: A língua que estudamos a língua que falamos. 2. São 
Paulo: Contexto, 2012. 272. 
MATOS, Gustavo Gomes. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a 
comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2. ed. Barueri: Manole, 2010. 
 
Bibliografia Complementar 
 
BLIKSTEIN, I. Técnicas de comunicação escrita. 22. Ed. São Paulo: Ática, 2006. 
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial: políticas estratégicas. São Paulo: Saraiva, 
2009. 
GOLD, M. Redação empresarial. 4. Ed. São Paulo: Pearson, 2010. 
LUIZARI, K. R. Comunicação Empresarial Eficaz: como falar e escrever bem. São Paulo: Pearson, 
2010. 
SILVA, L. A. de. Redação: qualidade na comunicação escrita. Curitiba: IBPEX, 2008. 
 
 
 
 
Regras e Acordos 
1. As aulas terão início às 19h25 e término às 22h15. O horário de intervalo será das 
20h40 às 21h. 
2. A chamada será realizada às 19h50 e 21h20. 
3. O controle de faltas é de responsabilidade do aluno. 
4. Celulares devem ficar no modo silencioso. Notebooks e Tablets só poderão ser 
utilizados durante a aula se solicitados para realização de alguma atividade. 
5. Os trabalhos deverão ser realizados utilizando-se as normas para elaboração de 
trabalhos acadêmicos. As normas podem ser encontradas no link 
http:/www2.unip.br/servicos/biblioteca/download/manual_de_normalizacao.pdf 
6. Não será admitido plágio nos trabalhos, incorrendo em nota ZERO se tal 
situação for identificada. 
 
 
 
Sumário 
1. Introdução à Comunicação ................................................................................................ 7 
2. Funções da Linguagem .................................................................................................... 10 
2.1 Função Referencial ou Denotativa ........................................................................... 10 
2.2 Função Conativa ou Apelativa .................................................................................. 11 
2.3 Função Emotiva ou Expressiva ................................................................................. 11 
2.4 Função Metalinguística ............................................................................................ 11 
2.5 Função Fática........................................................................................................... 12 
2.6 Função Poética ........................................................................................................ 12 
3. Barreiras da Comunicação ............................................................................................... 13 
3.1 Cuidados ao comunicar .................................................................................................14 
3.2 Escuta ativa ................................................................................................................... 15 
4. Tipos de Comunicação......................................................................................................... 18 
4.1 Comunicação Oral ......................................................................................................... 18 
4.2 Comunicações Escrita .................................................................................................... 19 
4.2.1 Comunicação Escrita Eficaz ......................................................................................... 19 
4.3 Comunicação Não Verbal .............................................................................................. 20 
5. Técnicas de Apresentação e Oratória .............................................................................. 22 
6. Níveis de Linguagem........................................................................................................ 26 
7. Considerações sobre a noção de texto e sua estrutura .................................................... 27 
7.1 Coerência ................................................................................................................ 27 
7.2 Concisão .................................................................................................................. 27 
7.3 Coesão..................................................................................................................... 28 
8. Tipos de Textos ............................................................................................................... 34 
8.1 Descrição ................................................................................................................. 34 
8.2 Narração.................................................................................................................. 34 
8.3 Dissertação .............................................................................................................. 35 
Bibliografia ............................................................................................................................. 36 
 
 
7 
 
1. Introdução à Comunicação 
 
De acordo com Pimenta (2010:15), “a comunicação, para os agrupamentos humanos, é 
tão importante quanto o sistema nervoso para o corpo”. É por meio desse sistema que 
perpassam todos os outros (circulatório, digestivo, reprodutor, etc). Ou seja, sem o sistema 
nervoso, um corpo não se locomove, não se alimenta, dentre outras atividades. 
De maneira similar, podemos afirmar que sem a comunicação não seria possível 
estabelecermos relações entre pessoas e os diversos grupos humanos, sejam essas relações 
comerciais, de trabalho ou afetivas. 
Mas o que seria Comunicação? 
A palavra Comunicação origina-se do latim communicatione, que significa tornar 
comum. No dicionário Michaelis, Comunicação é a ação, efeito ou meio de comunicar. É o 
processo pelo qual idéias e sentimentos se transmitem de indivíduo para indivíduo, tornando 
possível uma interação. 
Mas não é tão simples quanto parece... 
Em sua forma mais simples, podemos dizer que o processo de comunicação é 
composto por Emissor, Receptor e Mensagem. Entretanto, esses elementos não são 
suficientes para que tal processo esteja completo. Assim, o processo de comunicação pode ser 
explicado segundo o fluxo abaixo: 
 
Temos, portanto: 
Emissor: que emite, codifica a mensagem; 
Fonte: Kotler, Philip. Princípios de Marketing /Gary Armstrong. 
8 
 
Codificação: processo de transformar, num código conhecido, o pensamento em forma 
simbólica 
Receptor: que recebe, decodifica a mensagem; 
Decodificação: processo pelo qual o receptor confere significado aos símbolos transmitidos 
pelo emissor; 
Mensagem: conteúdo transmitido pelo emissor; 
Canal: Meio pelo qual circula a mensagem; 
Código: Conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem (Ex.: Língua 
Portuguesa, Sinais de trânsito, etc). 
Feedback: corresponde à informação que o emissor consegue obter e pela qual sabe se a sua 
mensagem foi captada pelo receptor. 
Ruído: Qualquer barreira que dificulte a comunicação. Pode ter várias origens: 
 No emissor ou no receptor, nesse caso, pode ser de ordem: 
 psicológica: quando envolve o estado mental e emocional: 
preocupação, stress, descontentamento, etc.; 
 perceptual: quando diz respeito a concepção de mundo e de pessoa, a 
formação cultural e religiosa, preconceitos e esteriótipos; 
 fisiológica: dor de cabeça (e outras), dificuldade visual ou auditiva. 
 No ambiente: excesso de barulho, pouca luz, movimentação de pessoas, etc.; 
 Na mensagem: tipo de linguagem e de vocabulário utilizados, sequência lógica, 
velocidade de emissão, etc. 
Didaticamente, dividimos e ilustramos o processo a seguir, para que se possa visualizar 
como isso ocorre. 
 1º O emissor recebe um estímulo, que pode ser interno ou externo. Estímulo interno é um 
pensamento, imaginação. Estímulo externo é algo que ele vê, lê ou ouve. Esse estímulo 
causa-lhe uma reação que lhe dá uma ideia. 
2º A ideia é transformada em palavras pelo emissor. Ele as organiza em uma mensagem. 
3º O emissor escolhe o meio mais adequado e envia a mensagem rumo ao receptor. Esse 
processo é chamado de codificação da mensagem. 
9 
 
4º O receptor recebe a mensagem e faz a sua decodificação, ou seja, ele decifra e 
interpreta a mensagem de acordo com sua capacidade de compreensão. 
5º O receptor envia uma nova mensagem em resposta ao emissor, que ao recebê-la, vai 
avaliar se sua mensagem foi entendida corretamente. Essa resposta é chamada de 
feedback1. 
6º Coincidindo os dois significados, completa-se o processo da comunicação. 
A comunicação, um fenômeno humano, acontece entre as pessoas, por isso existe 
grande chance de ocorrer distorções da mensagem, daí a importância do feedback. Toda 
vez que elaboramos uma comunicação, devemos verificar se a outra pessoa realmente 
compreendeu a nossa mensagem. 
 
 
1Feedback é uma palavra inglesa que significa realimentação, isto é, o retorno da comunicação. Esta é a 
ferramenta utilizada pelo emissor para saber se sua mensagem foi recebida e entendida corretamente. 
Sempre que se envia uma mensagem a outra pessoa, seja falada ou escrita, é importante fazer uso do 
feedback para certificar-se de que conseguiu se comunicar com clareza. 
10 
 
2. Funções da Linguagem 
 
O emissor, ao transmitir uma mensagem, sempre tem um objetivo: informar algo, 
demonstrar seus sentimentos, ou convencer alguém a fazer algo, entre outros; 
consequentemente, a linguagem passa a ter uma função, que são as seguintes: 
 Função Referencial 
 Função Conativa ou Apelativa 
 Função Emotiva ou Expressiva 
 Função Metalinguística 
 Função Fática 
 Função Poética 
2.1 Função Referencial ou Denotativa 
 
Volta-se diretamente para a informação, para o próprio conteúdo, para o referente, ou 
seja, para o CONTEXTO. Usa-se essa função com a intenção de transmitir dados reais, com o 
emprego de palavras utilizadas em sentido estritamente denotativo. Deve ser usada em 
discursos científicos, no texto jornalístico e nas correspondências oficiais e comerciais. É 
conhecida também pelos nomes de Cognitiva, Informativa ou Denotativa. 
Características: 
• Impessoalidade – o autor sempre se posiciona em terceira pessoa, não se 
envolvendo emocionalmente com a mensagem. 
 • Capacidade de argumentação – o autor precisa argumentar com clareza, concisão, 
objetividade e, sobretudo, aprofundamento. 
• Objetividade – não cabem recursos subjetivos.Leia o texto (extraído do jornal Folha de São Paulo): 
“CHUVA ÁCIDA AFETA REGIÕES DO MUNDO” 
“Parte dos 120 mil km cúbicos de chuvas que, em média, a cada ano caem sobre os 
continentes, já não trazem mais a vida, mas a morte lenta e penosa para lagos, florestas, 
animais e pessoas numa escala sem precedentes, desde que a Segunda Revolução Industrial 
criou o motor a explosão e com ele libera a cada ano milhares de toneladas de resíduos 
combustíveis fósseis na atmosfera da Terra.” 
 
11 
 
2.2 Função Conativa ou Apelativa 
 
É centrada no RECEPTOR da mensagem. Na propaganda é utilizada paraconvencer o 
possível cliente a consumir um determinado produto; nouniverso jurídico é usada como forma 
de persuasão com o fim precípuode estimular mudanças de comportamentos ou de ideias por 
parte dodestinatário-alvo. 
Os verbos costumam estar no imperativo (Compre! Faça!) ou conjugados na 2ª ou 3ª 
pessoa (Você não pode perder! Ele vai melhorar seu desempenho!). Esse tipo de função é 
muito comum em textos publicitários, em discursos políticos ou de autoridade. 
 
2.3 Função Emotiva ou Expressiva 
 
Pode-se afirmar que é o oposto da função referencial, pois nesse tipode texto o 
emissor se preocupa em expressar seus sentimentos, suasangústias e suas emoções. Também 
denominadaExpressiva, é centradano EMISSOR e usada emBiografias, Memórias, Poesias 
Líricas e Cartas de Amor. 
Características: 
•Parcialidade– o texto é escrito em primeira pessoa, a fim decomover o receptor ou o 
interlocutor em relação a seussentimentos. 
•Signos de pontuação– usam-se referências e pontos deexclamação. 
•Subjetividade– prevalecem os recursos subjetivos. 
 
Leia a seguir um trecho do texto intitulado Natal na barca de autoria de Lygia 
Fagundes Telles: 
“Não quero nem devo lembrar aqui porque me encontrava naquela barca. Só sei que 
em redor tudo era silêncio e treva. E me sentia bem naquela solidão. Na embarcação 
desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz 
vacilante: um velho, uma mulher, uma criança e eu.” 
 
2.4 Função Metalinguística 
 
Ocorre quando o CÓDIGO é posto em destaque, ou seja, usa-se o código 
linguísticopara transmitir aos receptores reflexões sobre o próprio código linguístico. Bons 
exemplos da função metalinguística são as aulas de línguas, gramáticas e odicionário. 
12 
 
 
Leia este texto do linguista Ferdinand de Saussure: 
“A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, e é comparável, por isso, à 
escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez, aos sinais 
militares etc. Ela é apenas o principal desses sistemas”. 
 
2.5 Função Fática 
 
Ocorre quando o CANAL é posto em destaque. Seu objetivo é estabelecer a 
comunicação, controlar sua eficácia, prender a atenção do receptor ou cortar a comunicação. 
Tipo de linguagem presente nas falas telefônicas, saudações e similares. 
 
2.6 Função Poética 
 
É a função cujo destaque está centrado na própria MENSAGEM, ou seja, chama-se a 
atenção para o modo como foi organizada a mensagem. A prioridade é o ritmo, a sonoridade, 
o belo. A forma é mais importante do que o conteúdo. 
Presente em textos literários, publicitários e em letras de música. 
 
13 
 
3. Barreiras da Comunicação 
 
Estima-se que 70 a 80% dos problemas nas empresas são causados por falhas na 
comunicação. E a comunicação é fator primordial para que pessoas e equipes estejam 
motivadas. 
Uma comunicação eficaz depende de: 
 Transmitir a mensagem adequada 
 Através do meio certo 
 Em momento oportuno 
 Aos receptores desejados 
Porém, nas empresas algumas barreiras podem surgir, bloqueando a eficácia dessa 
comunicação. Abaixo apresentamos algumas das barreiras citadas por PIMENTA (2010, p. 29): 
 Níveis organizacionais – Quanto mais complexa for a estrutura de cargos e 
departamentos, mais distorção haverá entre a mensagem original e a que chega no 
destino final. Cada nível funciona como um filtro, modificando, acrescentando ou 
retirando parte do conteúdo da mensagem. 
 Autoridade da administração – necessária e inerente à organização, ela dificulta uma 
comunicação livre e aberta. Quem possui autoridade, em geral, tenta mostrar controle 
sobre a situação, esquivando-se de qualquer comunicação que coloque em uma 
situação vulnerável. Por outro lado, os subordinados tendem a manter uma aparência 
favorável, evitando expressar problemas, desacordos, frustrações, etc. 
 Especialização – tende a fragmentar a organização em vários grupos com interesses, 
atitudes, maneiras de ver os fatos e vocabulários próprios, o que dificulta o 
intercâmbio de ideias. 
 Sobrecarga de informações – acontece quando se privilegia a quantidade de 
informações em detrimento da qualidade, que é obtida com a seleção e a análise. Essa 
sobrecarga pode confundir e até paralisar as pessoas envolvidas. 
 
Além dessas barreiras, ROBBINS (2010, p. 342) também apresenta: 
 Filtragem – Se refere à manipulação da informação pelo emissor para que o 
receptor a veja de maneira mais favorável. Quando um gestor diz a seu 
superior exatamente aquilo que acredita que o chefe quer ouvir, ele está 
filtrando a informação. 
14 
 
 Percepção seletiva – O receptor, no processo de comunicação, vê e escuta 
seletivamente, com base nas próprias necessidades, motivações, experiências, 
histórico e outras características pessoais. Os receptores também projetam 
seus interesses e expectativas quando decodificam a mensagem. 
 Emoções – Uma mesma mensagem pode ser interpretada de maneiras 
diferentes, dependendo do estado emocional do receptor. 
 
3.1 Cuidados ao comunicar 
 
Quando nos comunicamos, precisamos tomar certos cuidados para possibilitar que a 
comunicação seja eficiente e eficaz. Alguns cuidados são apresentados seguir: 
 
1. A mensagem deve ser clara, organizada e conter todas as informações importantes 
relacionadas ao assunto sobre o qual estamos falando. 
2. A mensagem precisa ainda ser transmitida no código linguístico do receptor, para 
não gerar barreiras entre eles. 
3. O meio ou canal escolhido para a transmissão da mensagem deve ser dominado 
pelo emissor e receptor. 
4. O emissor deve elaborar a mensagem pensando em quem vai recebê-la, qual é a sua 
capacidade de entender o que ele disse, escolher o canal certo para enviá-la e ainda, pedir 
feedback, ou seja, procurar saber se o que o receptor entendeu foi o que ele quis dizer. 
 
A eficácia na comunicação está diretamente relacionada à percepção do receptor. O 
emissor deve considerar as indagações: 
 1. O receptor tem capacidade de perceber o que estou dizendo? 
2. Será que ele pode realmente me entender? 
 
A mesma situação presenciada por duas pessoas pode gerar interpretações diferentes, 
porque cada uma delas interpreta essa situação de acordo com sua maneira de ver o mundo. 
 A nossa percepção é seletiva, pois só vemos o que nos interessa. Ela atua como um 
filtro: seleciona o que é importante para nós, e elimina o que não faz parte do nosso mundo. 
 Vemos uma situação qualquer, interpretamos e julgamos de acordo com nosso estado 
emocional, nossas experiências passadas, nosso tipo de cultura, nossos preconceitos, etc. 
15 
 
 Formamos uma impressão de outra pessoa observando suas ações, atitudes, sua voz, 
seus gestos, comportamentos, etc. Para isso, precisamos ter duas pessoas, uma situação 
comum e a experiência entre elas, para nos comunicar. 
 
3.2 Escuta ativa 
 
Mais importante do que saber falar é SABER OUVIR. 
Algumas regras simples para desenvolvermos uma escuta ativa: 
• Mantenha uma postura relaxada,porém atenta; 
• Participe ativamente da conversa, esteja receptivo e disponível a escutar ; 
• Evite escutar e digitar ou escrever ao mesmo tempo; 
• Reduza ao máximo os gestos que possam distrair o interlocutor, tais como: brincar 
com uma caneta, estralar os dedos, etc; 
• Mantenha um contato visual eficiente, procure não desviar o olhar a toda hora; 
• Balance a cabeça ou sorria; 
• Fuja a tentação de interromper a pessoa no meio do discurso; 
• Faça perguntas para checar o que foi dito; 
• Use a empatia e seja compreensivo. 
 
16 
 
Texto de apoio 
Escutatório* 
Rubem Alves 
 
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. 
Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um 
curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular. 
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego 
para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um 
monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre 
os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é 
colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão 
fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores 
entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas 
palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras 
coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça 
esteja vazia. 
Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres 
conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, 
nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas 
com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher 
e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. 
Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a 
psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido 
hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira 
nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato 
chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de 
acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o 
seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos 
incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira. 
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito.É 
preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta 
ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo 
que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada 
consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito 
17 
 
melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - 
citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa 
incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: 
no fundo, somos os mais bonitos... 
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado 
pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“),foi trabalhar num programa 
educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência 
com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um 
longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam 
assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não 
ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para 
se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do 
pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, 
novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus 
pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são 
meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo 
para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: 
“Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você 
falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo 
como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou 
como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso 
pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é 
pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo 
aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião. 
*Fonte: http://www.rubemalves.com.br/escutatorio.htm 
18 
 
4. Tipos de Comunicação 
 
Até agora vimos os elementos do processo de comunicação e as funções da linguagem. 
Mas como as pessoas trocam mensagens entre si? Essencialmente, as pessoas se comunicam 
através da comunicação verbal - que subdivide-se entre comunicação oral e comunicação 
escrita – e a comunicação não verbal. 
Independente da forma como esta comunicação aconteça, é fundamental que o 
emissor tenha em mente que o processo lógico de comunicação envolve três etapas: Pensar, 
Planejar e Transmitir. 
Algumas perguntas podem auxiliar esse planejamento: 
 Por que comunicar? 
 O que comunicar? 
 Como comunicar? 
 Quando comunicar? 
 A quem comunicar? 
 Quem irá comunicar? 
 Onde comunicar? 
 
4.1 Comunicação Oral 
 
O principal meio de transmitir mensagens é a comunicação oral. As palestras, os 
debates formais entre duas pessoas ou em grupo e a rede informal de rumores são algumas 
formas comuns de comunicação oral. 
No cotidiano, são várias as situações profissionais em que é necessária uma boa 
comunicação por meio da fala: 
 Conversas com clientes, superiores e subordinados; 
 Entrevista para emprego; 
 Reuniões, palestras, debates; 
 Seminários, conferências, convenções, cursos; 
 Ao telefone; 
 Reuniões sociais. 
As vantagens da comunicação oral são a rapidez e o feedback. Podemos emitir uma 
mensagem verbal e receber uma resposta em prazo curto. Se o receptor tiver dúvidas sobre a 
mensagem, o feedback permitirá que o emissor corrija seus termos. 
19 
 
A principal desvantagem da comunicação oral surge quando uma mensagem tem de 
ser transmitida para várias pessoas. Quanto maior o número de receptores, maior a 
probabilidade de distorções potenciais. 
 
4.2 Comunicações Escrita 
 
A comunicação escrita engloba memorandos, cartas, transmissões de fax, e-mails, 
mensagens instantâneas, jornais internos, informativos em murais (inclusive os eletrônicos) e 
qualquer outro meio que use a linguagem escrita ou simbólica. 
Frequentemente, o emissor escolhe a comunicação escrita por ser uma forma tangível 
e verificável de comunicação. Ou seja, é possível, tanto ao emissor quanto ao receptor, manter 
registro das mensagens, podendo mantê-las armazenadas por tempo indeterminado. Uma 
vantagem adicional dacomunicação escrita está no próprio processo. Prestamos mais atenção 
no que queremos transmitir em uma mensagem escrita do que em uma mensagem oral. Por 
esse motivo, a comunicação escrita costuma ser bem mais elaborada, lógica e clara. 
Como desvantagens da comunicação escrita podemos citar: consomem mais tempo de 
elaboração, ausência de um mecanismo de feedback. 
 
4.2.1 Comunicação Escrita Eficaz 
 
De acordo com Blikstein (1997), citado por Pimenta (2010, p. 186), alguns fatores 
contribuem para uma comunicação escrita eficaz. 
Resumidamente, podemos destacar que escrever bem é: 
 Obedecer as regras gramaticais, evitando erros de sintaxe, de pontuação, de 
ortografia, etc.; 
 Procurar a clareza, evitando palavras e frases obscuras ou de duplo sentido; 
 Agradar o leitor, empregando expressões elegantes e fugindo de um estilo 
muito seco. 
Ainda, para que a comunicação escrita seja eficaz, pressupõe-se: 
 Clareza e objetividade para que a mensagem implique uma resposta; 
 Precisão para que o outro compreenda o que se está pensando; 
 Persuasão para obter a colaboração e a resposta esperada. 
Alguns cuidados necessários: 
20 
 
 Interferência física: dificuldade visual, má grafia das palavras, cansaço, falta de 
iluminação, etc; 
 Interferência cultural: palavras ou frases complicadas ou ambíguas, diferenças 
de nível social; 
 Interferência psicológica: mensagens que contenham agressividade, aspereza, 
antipatia, etc. 
 
4.3 Comunicação Não Verbal 
 
Todas as vezes que transmitimos uma mensagem de maneira verbal (comunicação 
oral), também enviamos uma mensagem não verbal. A comunicação não verbal inclui os 
movimentos corporais, a entonação ou ênfase dada às palavras, a expressão facial e o 
distanciamento físico entre o emissor e o receptor. 
Um estudo de Albert Mehrabian aponta que o impacto de uma mensagem é composto 
da seguinte maneira: 
 
 
Alguns sinais não verbais que comunicam: 
ORIENTAÇÃO E PROXIMIDADE: A orientação é a forma pela qual as pessoas se posicionam 
fisicamente entre si. Dependendo de como o corpo é direcionado, pode revelar a 
disponibilidade ou interesse em interagir com o interlocutor. Colocar-se frente a frente 
demonstra uma abertura, porque facilita contato verbal, visual e até o toque. Já “dar as 
costas” para alguém revela a falta de empenho para estabelecer contato. 
Escrita 
7% 
Oral 
38% Não verbal 
55% 
21 
 
POSTURA: Ombros muito encolhidos e caídos podem significar falta de motivação e energia ou 
até baixa autoestima. O contrário disso: peito exageradamente estufado para fora, pode 
denotar exibicionismo ou, ainda, arrogância. Sentar-se, para uma entrevista ou reunião, sem 
uma postura adequada, “largado” na cadeira, pode ser entendido como desleixo, desinteresse, 
falta de concentração ou, ainda, cansaço. 
EXPRESSÕES FACIAIS: A expressão facial relaxada, sem sinais de tensão ou apreensão (testa 
franzida, olhar aflito, lábios presos), com um leve sorriso, apenas esboçado, é um jeito de estar 
receptivo ao outro. 
GESTICULAÇÃO: Formas e movimentos com as mãos que, frequentemente, acompanham o 
discurso para auxiliar a expressão de quem fala e a compreensão de quem ouve. 
CONTATO VISUAL: Sua ausência é entendida como desonestidade, ansiedade ou desinteresse. 
Em contrapartida, quando fazemos contato visual transmitimos interesse. Olhar os outros nos 
olhos também nos permite saber do seu interesse em nós ou em algo que estão a observar. 
ROUPAS E ACESSÓRIOS: A maneira como nos vestimos comunica algo aos outros, não só 
através das cores (alegres, garridas ou escuras), mas através dos tecidos e do corte utilizado. 
 
22 
 
5. Técnicas de Apresentação e Oratória 
 
Vamos imaginar a seguinte situação: De repente seu chefe te liga e o mundo parece 
desaparecer sob seus pés quando você ouve a frase: “Precisamos montar uma palestra 
importante para clientes-chave, e você será o palestrante”. O que você faria? 
Embora sejam várias situações profissionais pelas quais passamos em nosso cotidiano, 
onde uma boa comunicação por meio da fala seja fundamental, diversas sensações se fazem 
presentes no momento que temos que realizar uma apresentação em público. 
Foi em Atenas que a arte da Oratória foi amplamente difundida. Os sofistas, filósofos 
contemporâneos de Sócrates, foram os primeiros a dominar com facilidade a palavra. 
Falar em público é um processo humano, por isso envolve emoção, sentimentos e, 
talvez, o maior deles seja o medo. Antes de falar, muitas pessoas sentem o coração disparar, 
os joelhos tremerem e a transpiração aumentar. 
A organização de uma apresentação compreende vários passos: 
1- Planejamento Geral: definição do tema central e as metas que se quer atingir ao tratá-
lo. 
Exemplo: Tema – Legislação Ambiental 
 Meta – Informar e/ou sensibilizar sobre a importância do tema para a 
redefinição de práticas produtivas na empresa. 
O tema é O QUE vai ser tratado na apresentação e as metas são O PORQUÊ e PARA 
QUÊ. 
2- Planejamento Detalhado: 
a. Público ao qual se destina a apresentação (tamanho, idade, gênero, 
características culturais, motivações para participar do evento etc.); 
b. Tempo disponível para apresentação; 
c. Recursos a serem utilizados (data-show, retroprojetor, flip-chart, vídeo etc.); 
d. Logística para a chegada ao local da apresentação. 
É importante lembrar que a linguagem oral é diferente da escrita, uma vez que 
possibilita o uso de elementos da comunicação não verbal: entonação, gestualidade, 
expressões faciais que facilitam a comunicação. 
Polito (2006) apresenta uma série de dicas importantes para o seu aperfeiçoamento: 
Respiração – tranquilize-se – O primeiro passo para uma boa apresentação é estar 
tranquilo. Estar calmo perante a plateia faz com que o instrutor transmita segurança a quem 
assiste a palestra. 
Durante a apresentação é importante manter uma respiração pausada para que não se 
atropelem as palavras e assim torne sua apresentação ininteligível. 
 
23 
 
Posicionamento – o que fazer e o que não fazer. O instrutor deverá encontrar um 
ponto central que servirá como local de referência. 
Mobilidade: Se você se desloca de um lado para o outro da plateia para dar ênfase à 
determinada informação, ou para recuperar a atenção das pessoas que começam a se 
desconcentrar, estará agindo de maneira correta. Porém, se os movimentos ocorrerem apenas 
porque não se sente confortável, e você se desloca apenas para tentar se sentir mais à 
vontade, é quase certo que esteja se comportando de forma inadequada. 
Não fique de costas para o público. Ao ficar de costas sua voz se perderá e seus 
ouvintes não o entenderão. 
Evite fazer a sua apresentação sentado, a menos que seja estritamente necessário. 
Postura e expressão corporal. Cuidado com os excessos. 
De acordo com Polito (2006) há dois erros comuns que precisam ser evitados na 
gesticulação. O primeiro deles é a ausência de gestos, pois os movimentos do corpo são 
importantes no processo de comunicação da mensagem. O outro, geralmente mais grave do 
que o primeiro, é o exagero de gestos. Provavelmente o resultado da sua apresentação será 
muito mais positivo se você for comedido nos gestos do que se você exagerar na gesticulação. 
As pernas. Procure se posicionar com equilíbrio sobre as duas pernas, evitando ficar 
apoiado ora sobre a perna esquerda, ora sobre a direita. Observe para que elas não fiquem 
demasiadamente abertas, para que não tornem sua postura deselegante, ou, ao contrário, que 
não permaneçam muito juntas, para que sua mobilidade não seja prejudicada. 
Os braços e as mãos. Não carregue caneta, papel e outros objetos, pois eles podemmuito mais atrapalhar do que ajudar. Se você estiver visivelmente nervoso, tremerá a mão ao 
segurar um papel ou o laser, e isso ficará claro para a plateia. Deixe suas anotações sobre a 
mesa e verifique-as quando necessário. 
Laser pointer. É um ótimo instrumento para apontar dados na apresentação. O seu 
uso só deve ser feito pelo instrutor que possui a mão firme, porque do contrário, o laser estará 
trêmulo e não servirá para o seu propósito que é indicar alguma informação, além de deixar 
claro para os participantes que você está nervoso. 
Gestos. Ao gesticular, é recomendável fazer os movimentos acima da linha da cintura e 
alternar a posição de apoio dos braços, deixando-os às vezes ao longo do corpo, em outros 
momentos gesticulando apenas com um deles, para em seguida atuar com os dois. Dessa 
forma evitará a rigidez da postura e tornará os gestos mais elegantes e harmoniosos. 
Evite cruzar os braços, posicioná-los nas costas ou colocar as mãos nos bolsos, procure 
fazer os repousos de mãos a frente ou deixar os braços soltos. Se agir assim com frequência e 
24 
 
por tempo prolongado, talvez demonstre desnecessariamente aos ouvintes que está inseguro 
e intranquilo. 
Evite também esfregar ou apertar nervosamente as mãos, principalmente no princípio, 
quando essas atitudes são mais comuns. Tome cuidado ainda para não coçar a cabeça o tempo 
todo, ou ficar segurando sucessivamente a gola da blusa ou do paletó. Quase sempre os 
ouvintes têm a impressão de que, quando o orador domina o assunto de sua apresentação, 
não fica nervoso diante da plateia. Portanto, mesmo que essa interpretação do público não 
seja verdadeira, essas demonstrações de hesitação podem comprometer o resultado de sua 
exposição. 
Olhar para a plateia. Olhar na direção das pessoas fará com que elas se sintam 
incluídas no ambiente, por isso não esquive o seu olhar. Caso tenha dificuldades em olhar para 
seu público, você pode utilizar a Técnica da Triangulação. Escolha três pontos no auditório ou 
sala de aula, três rostos familiares ou três pessoas que lhe deem feedback positivo durante sua 
fala. Olhe para a primeira pessoa do lado esquerdo, vagarosamente olhe para a pessoa no 
centro, e vá movendo seu olhar para a pessoa no lado direito. Dessa maneira você estará 
percorrendo o auditório ou sala de aula com seu olhar e de maneira segura. Quando estiver se 
sentindo mais a vontade, olhará para todos e verá muitos rostos interessados no seu assunto. 
A voz. É importante diferenciar o tom da sua voz para lugares grandes e pequenos. 
Você deverá falar mais alto ou mais baixo dependendo da acústica do local, da distância em 
que se encontrar do último ouvinte da plateia, dos ruídos que possam interferir na 
compreensão do público. 
Evite falar alto quando estiver próximo de poucas pessoas em uma pequena reunião, e 
utilize o microfone diante de plateias numerosas. 
Caso você tenha de usar o microfone, fique atento para a sensibilidade do mesmo. A 
boca deve ficar distante do microfone aproximadamente dez centímetros. Faça o teste antes 
da palestra para saber se precisa afastar ou aproximar o microfone para que a voz seja bem 
captada. 
O melhor momento para fazer a dosagem da voz é quando você realiza a sua 
apresentação pessoal, que deve ser feita sempre no início da palestra. 
Repetições. Cuidado com repetições de palavras como: né? Ok? Tá? E outras. Esses 
recursos costumam ser utilizados quando o instrutor quer enfatizar o assunto ou buscar 
aprovação da plateia. Evite-os, pois em excesso servem para deixar a fala caricata e 
desagradável de ouvir. Preste atenção ao seu próprio discurso e perceba se existe um chavão 
ou palavra que costuma repetir. Experimente construir suas frases sem eles e ouça como irá 
soar de maneira mais agradável. 
25 
 
Pessoas que falam devagar tendem a preencher os espaços de tempo com sons do 
tipo: ãããããã ou éééééé. Fique atento para esse fato e prefira o silêncio entre as frases. 
Ritmo. Depois de certo tempo de duração – entre 20 e 30 minutos de palestra ou aula 
os ouvintes começam a ter sua atenção desviada. Se o palestrante utilizar uma fala monótona 
e monocórdia se tornará impossível prender a atenção no assunto. Procure mudar sua 
entonação quando se tratar de um tópico importante, frise com a sua voz aquilo que todos 
precisam prestar atenção. 
Vocabulário. O seu vocabulário deverá estar de acordo com o público alvo da aula ou 
palestra. No caso do uso das siglas, utilize-as somente se você tiver certeza que seu público 
está familiarizado com elas. Caso você esteja querendo ensinar conceitos ou utilizar as siglas 
para abreviar nomes ou expressões muito longas, explique primeiro o que cada sigla significa 
para depois começar a falar sobre elas. 
O vocabulário técnico só deve ser utilizado também para o público que está 
familiarizado com ele. As regras são as mesmas utilizadas para as siglas. Muitos palestrantes 
gostam de demonstrar seu conhecimento com vocabulário rebuscado ou com o uso de 
estrangeirismos. Se esse tipo de fala faz parte da cultura organizacional, sua fala estará 
contextualizada. Caso não faça, sua fala não será compreendida e logo a plateia irá perder o 
interesse no que você está dizendo. 
Domínio do tema. De nada adiantará falar com naturalidade, envolvimento e 
disposição se não dominar o assunto a ser apresentado 
 
PREPARANDO OS SLIDES: 
Ao preparar seus slides, observe algumas regras básicas: 
1- Destacar um ponto por slide; 
2- Evitar uso excessivo de cores; 
3- Cuidado com o exagero de informações por slide; 
4- Evite o uso excessivo de diferentes fontes; 
5- Cuidado com o tamanho da fonte; 
6- Menos texto e mais imagens; 
7- Opte por fotos no lugar dos antigos cliparts; 
8- Lembre-se que a leitura é mais rápida do que a fala. 
 
Acima de tudo, preparar-se para a apresentação é fundamental. 
 
 
26 
 
6. Níveis de Linguagem 
 
Os níveis de linguagem compreendem o modo como o emissor se manifesta nas 
diversas situações vividas. Dependendo do lugar onde estamos, com quem conversamos e do 
que conversamos, o nível de linguagem muda. Nem sempre falamos da mesma forma quando 
queremos transmitir a mesma mensagem. 
 Nível formal ou culto - obedece às regras da norma culta, da gramática normativa. É 
frequente em ambientes que exigem tal posicionamento do falante: em discursos, em 
sermões, apresentação de trabalhos científicos, em reuniões, etc. Logicamente, a 
escrita também seguirá padrões quando se trata de textos acadêmicos ou de teor 
científico. 
 Nível informal ou coloquial - é a manifestação espontânea da língua. Independe de 
regras, apresenta gírias, restrição de vocabulário, formas subtraídas das palavras. Está 
presente nas conversas com amigos, familiares, pessoas com quem temos intimidade. 
É muito comum se ver o coloquialismo sendo utilizado em textos, principalmente da 
internet, como no MSN, no Facebook, blogs, etc. 
 Nível técnico ou científico – Modalidade de linguagem que se aproxima do nível culto. 
Consiste no uso de uma linguagem que se apoia também na gramaticidade para 
transmitir a ideia de precisão, de rigor, de neutralidade. Vale-se de vocabulário 
específico para designar instrumentos de um ofício ou ciência, ou para apresentar 
conceitos científicos, transações comerciais, financeiras ou econômicas. 
 Nível regional - As pessoas falam de acordo com o lugar onde vivem, prova disso são 
os diferentes sotaques distribuídos pelo Brasil a fora. 
 
27 
 
7. Considerações sobre a noção de texto e sua estrutura 
 
De acordo com Medeiros e Tomasi (2010, p.146), “Texto é um tecido verbal cujas 
ideias devem estar entrelaçadas para formar um todo”. 
Um texto não é um aglomeradode frases. Para que ele cumpra seu propósito de 
permitir uma interação comunicativa, devemos observar os principais FATORES DE 
TEXTUALIDADE: 
 Coerência 
 Concisão 
 Coesão 
 
7.1 Coerência 
 
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de estabelecer um sentido para o 
texto, ou seja, ela é o que faz com que o texto faça sentido para os usuários, devendo, 
portanto, ser entendida com um princípio de interpretabilidade, ligada à inteligibilidade do 
texto numa situação de comunicação e à capacidade que o receptor tem para calcular o 
sentido desse texto. Este sentido, evidentemente, deve ser do todo, pois a coerência é global. 
Para haver coerência é preciso que haja possibilidade de estabelecer no texto alguma forma de 
unidade ou relação entre seus elementos. 
A coerência corresponde à macroestrutura do texto. É responsável pelo sentido do 
texto, fazendo relação entre as partes de um texto e criando uma unidade de sentido. 
É a coerência que dá textura e textualidade à sequência linguística, entendendo-se por 
textura ou textualidade aquilo que converte uma sequência linguística em texto. Assim sendo, 
podemos dizer que a coerência dá início à textualidade. 
 
7.2 Concisão 
 
Conciso é o texto que consegue transmitir um máximo de informações com um 
mínimo de palavras, sem prejudicar a clareza da frase. O texto conciso não se desvia dos 
objetivos e tem informações na medida certa. 
Para tornar o texto conciso, observe algumas regras: 
1- Vá direto ao assunto; 
28 
 
2- Não use duas ou mais palavras quando é possível transmitir a ideia com apenas 
uma (Exemplo: Fizemos uma investigação – Investigamos); 
3- Elimine a redundância. 
 
7.3 Coesão 
 
Assim como as partes que compõem a estrutura de um edifício devem estar bem 
conectadas, bem “amarradas”, as várias partes de um texto devem se apresentar bem 
“amarradas”, para que ele cumpra sua função primordial - veículo de articulação entre o autor 
e seu leitor. 
Podemos definir coesão como um conjunto de recursos linguísticos de que dispõe a 
língua, de forma a estabelecer as ligações necessárias entre os constituintes de uma frase, 
entre as orações de um período e entre os parágrafos de um texto. Trata-se de uma relação 
harmoniosa, que permite ao leitor uma leitura agradável. 
Coesão textual é um fator importante do texto que se refere à conexão de palavras, 
expressões ou frases dentro de uma sequência. O texto coeso se constrói com elementos de 
ligação que podem ser pronomes, verbos, advérbios ou conectores coesivos. 
A função desses elementos é exatamente a de por em evidência as várias relações de 
sentido que existem entre os enunciados. 
Exemplos: 
Então Assim 
Portanto Daí 
Já que Aí 
Com efeito Dessa forma 
Porque Isto é 
Ora Embora 
Mas Porém 
 
Cada conectivo ou elemento de coesão assume um valor típico. Além de ligarem 
partes de um discurso, estabelecem entre essas partes certo tipo de relação semântica: Causa, 
Finalidade, Conclusão, Contradição, Condição. 
Para melhor compreendermos o uso de tais elementos, vejamos o texto abaixo: 
29 
 
São Paulo: Oito pessoas morrem em queda de avião 
Das Agências 
Cinco passageiros de uma mesma família, de Maringá, dois tripulantes e uma mulher que viu o 
avião cair morreram. 
Oito pessoas morreram (cinco passageiros de uma mesma família e dois tripulantes, além de 
uma mulher que teve ataque cardíaco) na queda de um avião (1) bimotor Aero Commander, 
da empresa J. Caetano, da cidade de Maringá (PR). O avião (1) prefixo PTI-EE caiu sobre quatro 
sobrados da Rua Andaquara, no bairro de Jardim Marajoara, Zona Sul de São Paulo, por volta 
das 21h40 de sábado. O impacto (2) ainda atingiu mais três residências. 
Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior (4), de 33 anos, que foi candidato a 
prefeito de Maringá nas últimas eleições (leia reportagem nesta página); o piloto (1) José 
Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38; o sogro de 
Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro 
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de 
Andrade (7), de 53 anos. 
Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores compradores de cabeças 
de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do Frigorífico Naviraí, empresa 
proprietária do bimotor (1). Isidoro Andrade (7) havia alugado o avião (1) Rockwell Aero 
Commander 691, prefixo PTI-EE, para (7) vir a São Paulo assistir ao velório do filho (7) Sérgio 
Ricardo de Andrade (8), de 32 anos, que (8) morreu ao reagir a um assalto e ser baleado na 
noite de sexta-feira. 
O avião (1) deixou Maringá às 7 horas de sábado e pousou no aeroporto de Congonhas às 
8h27. Na volta, o bimotor (1) decolou para Maringá às 21h20 e, minutos depois, caiu na altura 
do número 375 da Rua Andaquara, uma espécie de vila fechada, próxima à avenida Nossa 
Senhora do Sabará, uma das avenidas mais movimentadas da Zona Sul de São Paulo. Ainda não 
se conhece as causas do acidente (2). O avião (1) não tinha caixa preta e a torre de controle 
também não tem informações. O laudo técnico demora no mínimo 60 dias para ser concluído. 
Segundo testemunhas, o bimotor (1) já estava em chamas antes de cair em cima de quatro 
casas (9). Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo avião (1) ficaram feridas. 
Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e queimaduras. Elídia 
Fiorezzi, de 62 anos, Natan Fiorezzi, de 6, e Josana Fiorezzi foram socorridos no Pronto Socorro 
de Santa Cecília. 
Vejamos, por exemplo, o elemento (1), referente ao avião envolvido no acidente. Ele foi 
retomado nove vezes durante o texto. Isso é necessário à clareza e à compreensão do texto. A 
memória do leitor deve ser reavivada a cada instante. Se, por exemplo, o avião fosse citado 
uma vez no primeiro parágrafo e fosse retomado somente uma vez, no último, talvez a clareza 
da matéria fosse comprometida. 
E como retomar os elementos do texto? Podemos enumerar alguns mecanismos: 
a) REPETIÇÃO: o elemento (1) foi repetido diversas vezes durante o texto. Pode perceber que a 
palavra avião foi bastante usada, principalmente por ele ter sido o veículo envolvido no 
acidente, que é a notícia propriamente dita. A repetição é um dos principais elementos de 
30 
 
coesão do texto jornalístico fatual, que, por sua natureza, deve dispensar a releitura por parte 
do receptor (o leitor, no caso). A repetição pode ser considerada a mais explícita ferramenta 
de coesão. Na dissertação cobrada pelos vestibulares, obviamente deve ser usada com 
parcimônia, uma vez que um número elevado de repetições pode levar o leitor à exaustão. 
b) REPETIÇÃO PARCIAL: na retomada de nomes de pessoas, a repetição parcial é o mais 
comum mecanismo coesivo do texto jornalístico. Costuma-se, uma vez citado o nome 
completo de um entrevistado - ou da vítima de um acidente, como se observa com o elemento 
(7), na última linha do segundo parágrafo e na primeira linha do terceiro -, repetir somente 
o(s) seu(s) sobrenome(s). Quando os nomes em questão são de celebridades (políticos, 
artistas, escritores, etc.), é de praxe, durante o texto, utilizar a nominalização por meio da qual 
são conhecidas pelo público. Exemplos: Nedson (para o prefeito de Londrina, Nedson 
Micheletti); Farage (para o candidato à prefeitura de Londrina em 2000 Farage Khouri); etc. 
Nomes femininos costumam ser retomados pelo primeiro nome, a não ser nos casos em que 
os sobrenomes sejam, no contexto da matéria, mais relevantes e as identifiquem com mais 
propriedade. 
c) ELIPSE: é a omissão de um termo que pode ser facilmente deduzido pelo contexto da 
matéria. Veja-se o seguinte exemplo:Estavam no avião (1) o empresário Silvio Name Júnior 
(4), de 33 anos, que foi candidato a prefeito de Maringá nas últimas eleições; o piloto (1) José 
Traspadini (4), de 64 anos; o co-piloto (1) Geraldo Antônio da Silva Júnior, de 38. Perceba que 
não foi necessário repetir-se a palavra avião logo após as palavras piloto e co-piloto. Numa 
matéria que trata de um acidente de avião, obviamente o piloto será de aviões; o leitor não 
poderia pensar que se tratasse de um piloto de automóveis, por exemplo. No último parágrafo 
ocorre outro exemplo de elipse: Três pessoas (10) que estavam nas casas (9) atingidas pelo 
avião (1) ficaram feridas. Elas (10) não sofreram ferimentos graves. (10) Apenas escoriações e 
queimaduras. Note que o (10) em negrito, antes de Apenas, é uma omissão de um elemento já 
citado: Três pessoas. Na verdade, foi omitido, ainda, o verbo: (As três pessoas sofreram) 
Apenas escoriações e queimaduras. 
d) SUBSTITUIÇÕES: uma das mais ricas maneiras de se retomar um elemento já citado ou de se 
referir a outro que ainda vai ser mencionado é a substituição, que é o mecanismo pelo qual se 
usa uma palavra (ou grupo de palavras) no lugar de outra palavra (ou grupo de palavras). 
Confira os principais elementos de substituição: 
Pronomes: a função gramatical do pronome é justamente substituir ou acompanhar um nome. 
Ele pode, ainda, retomar toda uma frase ou toda a idéia contida em um parágrafo ou no texto 
todo. Na matéria-exemplo, são nítidos alguns casos de substituição pronominal: o sogro de 
Name Júnior (4), Márcio Artur Lerro Ribeiro (5), de 57; seus (4) filhos Márcio Rocha Ribeiro 
Neto, de 28, e Gabriela Gimenes Ribeiro (6), de 31; e o marido dela (6), João Izidoro de 
Andrade (7), de 53 anos. O pronome possessivo seus retoma Name Júnior (os filhos de Name 
Júnior...); o pronome pessoal ela, contraído com a preposição de na forma dela, retoma 
Gabriela Gimenes Ribeiro (e o marido de Gabriela...). No último parágrafo, o pronome pessoal 
elas retoma as três pessoas que estavam nas casas atingidas pelo avião: Elas (10) não sofreram 
ferimentos graves. 
Epítetos: são palavras ou grupos de palavras que, ao mesmo tempo que se referem a um 
elemento do texto, qualificam-no. Essa qualificação pode ser conhecida ou não pelo leitor. 
Caso não seja, deve ser introduzida de modo que fique fácil a sua relação com o elemento 
qualificado. 
31 
 
Exemplos: 
a) (...) foram elogiadas pelo por Fernando Henrique Cardoso. O presidente, que voltou há dois 
dias de Cuba, entregou-lhes um certificado... (o epíteto presidente retoma Fernando Henrique 
Cardoso; poder-se-ia usar, como exemplo, sociólogo); 
b) Edson Arantes de Nascimento gostou do desempenho do Brasil. Para o ex-Ministro dos 
Esportes, a seleção... (o epíteto ex-ministro dos Esportes retoma Edson Arantes do 
Nascimento; poder-se-iam, por exemplo, usar as formas jogador do século, número um do 
mundo, etc. 
Sinônimos ou quase sinônimos: palavras com o mesmo sentido (ou muito parecido) dos 
elementos a serem retomados. Exemplo: O prédio foi demolido às 15h. Muitos curiosos se 
aglomeraram ao redor do edifício, para conferir o espetáculo (edifício retoma prédio. Ambos 
são sinônimos). 
Nomes deverbais: são derivados de verbos e retomam a ação expressa por eles. Servem, 
ainda, como um resumo dos argumentos já utilizados. Exemplos: Uma fila de centenas de 
veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis, como sinal de protesto contra o 
aumento dos impostos. A paralisação foi a maneira encontrada... (paralisação, que deriva de 
paralisar, retoma a ação de centenas de veículos de paralisar o trânsito da Avenida 
Higienópolis). O impacto (2) ainda atingiu mais três residências (o nome impacto retoma e 
resume o acidente de avião noticiado na matéria-exemplo) 
Elementos classificadores e categorizadores: referem-se a um elemento (palavra ou grupo de 
palavras) já mencionado ou não por meio de uma classe ou categoria a que esse elemento 
pertença: Uma fila de centenas de veículos paralisou o trânsito da Avenida Higienópolis. O 
protesto foi a maneira encontrada... (protesto retoma toda a ideia anterior - da paralisação -, 
categorizando-a como um protesto); Quatro cães foram encontrados ao lado do corpo. Ao se 
aproximarem, os peritos enfrentaram a reação dos animais (animais retoma cães, indicando 
uma das possíveis classificações que se podem atribuir a eles). 
Advérbios: palavras que exprimem circunstâncias, principalmente as de lugar: Em São Paulo, 
não houve problemas. Lá, os operários não aderiram... (o advérbio de lugar lá retoma São 
Paulo). Exemplos de advérbios que comumente funcionam como elementos referenciais, isto 
é, como elementos que se referem a outros do texto: aí, aqui, ali, onde, lá, etc. 
Observação: É mais frequente a referência a elementos já citados no texto. Porém, é muito 
comum a utilização de palavras e expressões que se refiram a elementos que ainda serão 
utilizados. Exemplo: Izidoro Andrade (7) é conhecido na região (8) como um dos maiores 
compradores de cabeças de gado do Sul (8) do país. Márcio Ribeiro (5) era um dos sócios do 
Frigorífico Naviraí, empresa proprietária do bimotor (1). A palavra região serve como elemento 
classificador de Sul (A palavra Sul indica uma região do país), que só é citada na linha seguinte. 
Conexão: 
Além da constante referência entre palavras do texto, observa-se na coesão a propriedade de 
unir termos e orações por meio de conectivos, que são representados, na Gramática, por 
inúmeras palavras e expressões. A escolha errada desses conectivos pode ocasionar a 
deturpação do sentido do texto. Abaixo, uma lista dos principais elementos conectivos, 
32 
 
agrupados pelo sentido. Baseamo-nos no autor Othon Moacyr Garcia (Comunicação em Prosa 
Moderna). 
Prioridade, relevância: em primeiro lugar, antes de mais nada, antes de tudo, em princípio, 
primeiramente, acima de tudo, precipuamente, principalmente, primordialmente, sobretudo, 
a priori (itálico), a posteriori (itálico). 
Tempo (frequência, duração, ordem, sucessão, anterioridade, posterioridade): então, enfim, 
logo, logo depois, imediatamente, logo após, a princípio, no momento em que, pouco antes, 
pouco depois, anteriormente, posteriormente, em seguida, afinal, por fim, finalmente agora 
atualmente, hoje, frequentemente, constantemente às vezes, eventualmente, por vezes, 
ocasionalmente, sempre, raramente, não raro, ao mesmo tempo, simultaneamente, nesse 
ínterim, nesse meio tempo, nesse hiato, enquanto, quando, antes que, depois que, logo que, 
sempre que, assim que, desde que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, já, mal, nem 
bem. 
Semelhança, comparação, conformidade: igualmente, da mesma forma, assim também, do 
mesmo modo, similarmente, semelhantemente, analogamente, por analogia, de maneira 
idêntica, de conformidade com, de acordo com, segundo, conforme, sob o mesmo ponto de 
vista, tal qual, tanto quanto, como, assim como, como se, bem como. 
Condição, hipótese: se, caso, eventualmente. 
Adição, continuação: além disso, demais, ademais, outrossim, ainda mais, ainda cima, por 
outro lado, também, e, nem, não só ... mas também, não só... como também, não apenas ... 
como também, não só ... bem como, com, ou (quando não for excludente). 
Dúvida: talvez provavelmente, possivelmente, quiçá, quem sabe, é provável, não é certo, se é 
que. 
Certeza, ênfase: decerto, por certo, certamente, indubitavelmente, inquestionavelmente, sem 
dúvida, inegavelmente, com toda a certeza. 
Surpresa, imprevisto: inesperadamente, inopinadamente, de súbito, subitamente, de repente, 
imprevistamente, surpreendentemente. 
Ilustração, esclarecimento: por exemplo, só para ilustrar, só para exemplificar, isto é, quer 
dizer, em outras palavras, ou por outra, a saber, ou seja, aliás. 
Propósito, intenção, finalidade: com o fim de, a fim de, com o propósito de, com a finalidadede, com o intuito de, para que, a fim de que, para. 
Lugar, proximidade, distância: perto de, próximo a ou de, junto a ou de, dentro, fora, mais 
adiante, aqui, além, acolá, lá, ali, este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo, ante, 
a. 
Resumo, recapitulação, conclusão: em suma, em síntese, em conclusão, enfim, em resumo, 
portanto, assim, dessa forma, dessa maneira, desse modo, logo, pois (entre vírgulas), dessarte, 
destarte, assim sendo. 
33 
 
Causa e consequência. Explicação: por consequência, por conseguinte, como resultado, por 
isso, por causa de, em virtude de, assim, de fato, com efeito, tão (tanto, tamanho) ... que, 
porque, porquanto, pois, já que, uma vez que, visto que, como (= porque), portanto, logo, que 
(= porque), de tal sorte que, de tal forma que, haja vista. 
Contraste, oposição, restrição, ressalva: pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, 
menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que, mesmo 
que, posto que, posto, conquanto, se bem que, por mais que, por menos que, só que, ao passo 
que. 
Idéias alternativas: Ou, ou... ou, quer... quer, ora... ora. 
Fonte: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/coesao 
 
34 
 
8. Tipos de Textos 
 
Desde bem pequeno, escrevemos vários textos: um bilhete, uma carta, as redações na 
escola, alguns até escrevem poemas. Bem, o fato é que, em qualquer texto, utilizamos uma 
modalidade redacional. E o que é modalidade redacional? É o tipo decomposição que é 
escolhida, segundo o que se quer comunicar. Vamos reconhecer algumas delas: 
 
8.1 Descrição 
 
Tipo de texto em que se procura caracterizar, com palavras, a imagem de alguma 
pessoa, objeto, cenário, situação, sentimento, enfim, aquilo que desejamos que outra pessoa 
conheça. 
O texto descritivo tem como característica essencial o fato de não haver uma 
progressão lógico-temporal: supondo que você decidisse descrever como foi determinado 
evento poderia começar por qualquer aspecto, pelas pessoas envolvidas, por acontecimentos 
inusitados durante o evento descrito, expor vários elementos simultaneamente. E deve ser 
assim mesmo: não existe a relação do antes e do depois na descrição. 
A descrição poderá ser subjetiva (feita a partir das impressões de quem a fez, inclusive 
com uso de linguagem figurada) ou objetiva (qualquer um que veja a mesma imagem pode 
perceber os mesmos elementos). 
 
8.2 Narração 
 
Tipo de texto em que se contam fatos, envolvendo personagens, enredo, tempo, 
espaço. 
Características do texto narrativo: 
 Relato de um acontecimento; 
 Fatos vividos por personagens em determinado tempo e lugar; 
 Presença do narrador (personagem ou observador); 
 Fatos são apresentados em sequência; 
 Pode estar em 1a. ou 3a. pessoa, depende do papel que o narrador assuma em 
relação à história. 
 
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Podemos comparar a narração a um filme, enquanto que a descrição equivaleria a 
uma fotografia. Na narração há uma sequência dos fatos de tal modo que um fato seja a causa 
ou a consequência do outro. 
 
8.3 Dissertação 
 
Tipo de texto em que predomina a defesa de uma ideia. 
Algumas características do texto dissertativo: 
 Caráter argumentativo; 
 Exposição de ideias e opiniões; 
 Adoção de ponto de vista; 
 Necessidade de conhecer o tema; 
 Convencimento do leitor. 
 
A construção de um texto dissertativa pressupõe uma estrutura: 
 Introdução: Apresentação do assunto e posicionamento do autor. Formulação 
da tese ou ideia principal do texto. 
 Desenvolvimento: Argumentação da ideia central e uma análise crítica, além 
da exposição de raciocínios, provas, juízos de valor, testemunhos, exemplos, 
justificativas e históricos. 
 Conclusão: Síntese das ideias gerais do texto ou proposta de soluções para o 
problema discutido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Bibliografia 
 
Faculdade de Tecnologia e Ciências - Ensino a Distância. (n.d.). Acessado em 13 de janeiro de 
2013. Disponível em: http://www.ead.ftc.br/portal/upload/bacharelado/adm/02-
ComunicacaoEmpresarial.pdf 
 
FIORIN, José Luiz. Para entender o texto: leitura e redação. 17. ed. – São Paulo: Ática, 2007. 
MATOS, Gustavo Gomes de. Comunicação Empresarial sem Complicação. Editora Manole, 
2008. 
 
POLITO, Reinaldo. Técnicas de Apresentação e comunicação in BOOG,GustavoG. e Magdalena 
T. Boog – coord. Manual de Treinamento e Desenvolvimento:processos e operações /– São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. 
 
TOMASI, Carolina. Comunicação Empresarial. Carolina Tomasi, João Bosco Medeiros – 3. ed. – 
São Paulo: Atlas, 2010.

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