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HERMENEUTICA



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UNIVERSIDADE PAULISTA- UNIP
INSTITUTO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
Renato Mendes de Oliveira – T47171-0
Hermenêutica Jurídica
Trabalho de atividade prática supervisionada para o cumprimento de adaptação curricular correspondente ao segundo semestre do curso de Bacharelado em Direito. 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................... 3
HERMENÊUTICA...................................................................................... 4
ANÁLISE EM RELAÇÃO AO ARTIGO 5º DA LINDB................................. 6
CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................... 8
REFERÊNCIAS......................................................................................... 9
	
INTRODUÇÃO
	O presente trabalho tem a finalidade de analisar o art. 5º da Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileira sob o aspecto da Hermenêutica Jurídica. Para tanto, conceituar-se-á hermenêutica e analisar-se-á tal artigo à luz dos conceitos apresentados. 
HERMENÊUTICA
	Hermenêutica é a teoria cientifica da arte de interpretar, mas não esgota o campo de interpretação jurídica por ser apenas um instrumento para sua realização, muitos embora, confundem Hermenêutica com Interpretação. A Hermenêutica é teórica e visa a estabelecer princípios, critérios, métodos, orientação geral, a interpretação é de cunho prático, aplicando os ensinamentos da hermenêutica.
	É a busca do significado e alcance das normas jurídicas. Permite ao intérprete encontrar a solução mais adequada para aplicação do Direito e fornecer-lhe argumentos “válidos” para sustentar sua decisão; é o argumento gramatical.
	A análise deve envolver todos os princípios contidos na norma, e não apenas um isoladamente. Quase sempre a doutrina fala em métodos, processos, elementos ou formas de interpretação, para referir-se às ferramentas hermenêuticas;
	Todo Fato e Lei são passíveis de interpretação, considerando tratar-se de fenômenos sociais e jurídicos. A compreensão dos sistemas de ideias a respeito da interpretação do Direito pressupõe alguma noção sobre a evolução da história do Direito;
	Na análise do texto legal, busca-se conhecer o sentido que ele expressa. Tenta-se encontrar para o texto, um sentido que faça sentido, de acordo com o argumento lógico;
	Manifesta-se pela linguagem, e com ela constrói um mundo de interpretação.
	Desse modo, ao interpretar uma norma jurídica, o jurista terá a compreensão desse objeto, desse fenômeno jurídico, mediante um instrumento que irá proporcionar essa compreensão. Tal instrumento é a linguagem. Note-se, entretanto, que a linguagem, como instrumento para a compreensão e interpretação não é um terceiro elemento, um ente à parte nessa relação sujeito-objeto, mas condição de possibilidade de interpretação da norma jurídica.
	A hermenêutica remonta aos gregos, mas conheceu grandes aperfeiçoamentos na tradição judaico-cristã, com a tradução e a exegese dos textos bíblicos redigidos em aramaico, hebreu e grego. A partir do Renascimento sofreu sensíveis transformações se dividindo em três especialidades: hermenêutica filosófica e filológica, teológica e jurídica.
	Ela pode ser:
Autêntica, é aquela que provém do legislador, que demonstra no texto legal a mens legis;
Doutrinária, é dada pela doutrina;
Jurisprudencial, é dada pela jurisprudência;
Literal, busca o sentido do texto normativo, com base nas regras comuns da língua;
Histórico-sistemático, busca o contexto fático da norma;
Teleológico, busca o objetivo do legislador.
	Tratando-se de hermenêutica jurídica, o termo significa a interpretação do Direito (seu objeto), que pode - e deve - passar por uma leitura constitucional e política.
	Vale ressaltar a interpretação sociológica - Que é a interpretação na visão do homem moderno.
	E ainda, a Holística, que abarcaria o texto de forma transdisciplinar (filosofia, história, sociologia e diversas outras áreas de conhecimento) interligado e abrangente. Inclusive, dando margem a desconsiderar certo texto em detrimento de uma justiça maior no caso concreto e não representada na norma.
3. ANÁLISE EM RELAÇÃO AO ARTIGO 5º DA LINDB
	Segundo o art. 5º da Lei de Introdução as Normas de Direito Brasileira, "na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum”, devemos observar que o artigo remete ao método teleológico de interpretação. 
	A expressão teleológica refere-se ao estudo dos fins, dos objetos, das metas. Diz-se que a interpretação é teleológica quando ela busca o sentido de uma expressão jurídica analisando quais os objetivos, os fins, a que se destina a referida expressão. A interpretação teleológica parte de uma premissa: toda norma visa proteger um interesse, um valor.
	A ciência jurídica exerce funções relevantes, não só para o estudo do direito, mas também para aplicação jurídica, viabilizando-o como elemento de controle do comportamento humano ao permitir a flexibilidade interpretativa das normas, autorizada pelo art. 5º da LINDB, e ao propiciar, por suas criações teóricas, a adequação das normas no momento de sua aplicação.
	Em relação aos fins sociais, Maria Helena Diniz afirma que: “pode-se dizer que não há norma jurídica que não deva sua origem a um fim, um propósito ou um motivo prático, que consistem em produzir, na realidade social, determinados efeitos que são desejados por serem valiosos, justos, convenientes, adequados à subsistência de uma sociedade, oportunos, etc.”.
	A ordem jurídica, vista como um todo, é um conjunto de normas para tornar possível a sociabilidade humana. Logo, deve-se encontrar nas normas o seu fim, que não poderá ser um fim antissocial.
	Na prática, o intérprete-aplicador deverá, em cada caso sub judice, verificar se a norma atende a finalidade social, devendo ser interpretada inserida no próprio meio social em que está presente, já que imersa nele e consequentemente sob constante simbiose com o mesmo, adaptando-a às necessidades sociais existentes no momento da sua aplicação.
	No que tange ao bem comum, sua noção é bastante complexa e composta de inúmeros elementos ou fatores. De qualquer forma, são reconhecidos comumente como elementos do bem comum a liberdade, a paz, a justiça, a utilidade social, a solidariedade ou cooperação, não resultando o bem comum da simples justaposição destes elementos, mas de sua harmonização face a realidade sociológica.
	Não há consonância na doutrina sobre a importância atribuída a esses elementos, mas de qualquer forma se entende que ao aplicar norma, decidindo o fato, é dever de seu intérprete-aplicador estar atento ao fato de que as exigências do bem comum estejam ligadas ao respeito dos direitos individuais garantidos pela Constituição.
	
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	Desde a antiguidade grega até os dias atuais a hermenêutica é utilizada em qualquer campo. É, a grosso modo, arte de interpretar. Dessa forma, podemos tocar na essencial e necessária importância para o Direito, onde é classificada de Hermenêutica Jurídica e responsável transmissão do que propõem as leis e jurisprudências, para facilitar a aplicação do Direito na sociedade, obtendo dessa forma a harmonia geral.
	O referido artigo busca proteger a função social, também amplamente positivada no Código Civil de 2002, por exemplo no artigo 421, em que "a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato". Assim, são possíveis diversas interpretações voltadas à função social do contrato.
	A hermenêutica, portanto, sempre é utilizada, pois as leis precisam de mecanismos para serem interpretadas e, dessa forma, a teoria seja aplicada à prática, aos casos concretos e corriqueiros que aparecem no judiciário.
	
REFERÊNCIASDINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 29ª edição. São Paulo: 	 Editora Saraiva, 2012.
	
	SANTOS, Alberto Marques dos. Regras cientificas da hermenêutica. In: 		 Revista dos Tribunais, 2011, disponível em 
	https://albertodossantos.wordpress.com/artigos-juridicos/regras-da-hermeneutica/ Acesso em: 13/01/18