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Resumo de fisiologia do Sistema Digestório

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Resumo de fisiologia do Sistema Digestório
Capítulo 62
Atividades que ocorrem no trato alimentar:
Movimentação do alimento pelo trato digestivo
Secreção de soluções digestivas e digestão dos alimentos
Absorção de agua, diversos eletrólitos e produtos da digestão
Circulação de sangue através de órgãos gastrointestinais para transporte de substancias absorvidas 
Controle de todas as funções pelo Sistema Nervoso e hormonal locais
Histologia do TGI:
Túnica serosa: tecido epitelial + membrana basal
Camada muscular longitudinal: paralela a parede (propulsão)
Camada muscular circular: em torno da parede (mistura)
Submucosa: tecido conjuntivo (glândulas mucosas)
Mucosa: tecido epitelial pavimentoso + tecido conjuntivo + muscular da mucosa (musculo liso)
Motilidade gastrointestinal:
- Camada muscular funciona como um sincício, quando um potencial é disparado em qualquer ponto dentro da massa muscular, se propaga em todas as direções no musculo. 
- O musculo liso do TGI é excitado por atividade elétrica intrínseca, continua e lenta nas membranas das fibras musculares, consiste em dois tipos de ondas: lentas – controla o ritmo, são mudanças lentas e ondulatórias no potencial de repouso, estimulam o disparo intermitente de potenciais em espicula – e potenciais em espiculas – potenciais de ação, ocorrem quando potencial de repouso se torna > -40mv. 
Célula despolarizada (menos -) fibras mais excitáveis 
Célula hiperpolarizada (mais -) fibras menos excitáveis 
Fatores que despolarizam a membrana: estiramento do musculo, estimulação por acetilcolina, estimulação pelos nervos parassimpáticos (secretam acetilcolina em seus terminais) e estimulação por hormônios gastrointestinais.
Fatores que hiperpolarizam a membrana: efeito da norepinefrina ou epinefrina, estimulação de nervos simpáticos (secretam norepinefrina em seus terminais).
Entrada de íons cálcio está associado aos potenciais em espicula e os íons sódio às ondas lentas. 
Controle neural da função gastrointestinal (Sistema Nervoso Entérico):
Começa no esôfago e termina no ânus e é especialmente importante no controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal. 
Formado por dois plexos:
Plexo mioentérico ou plexo de Auerbach – plexo externo entre as camadas musculares longitudinal e circular 
Controla os movimentos
Obs.: possui alguns neurônios inibitórios, que produzem algum transmissor inibitório (polipeptídio intestinal vasoativo) e inibem os movimentos para controle do funcionamento do trato alimentar. 
Plexo submucoso ou plexo de Meissner – plexo interno localizado na submucosa
Controla secreção e fluxo sanguíneo 
Tipos de neurotransmissores secretados por neurônios entéricos:
Acetilcolina: excita a atividade gastrointestinal 
Norepinefrina e epinefrina: inibem atividade gastrointestinal 
Controle autônomo do TG:
Inervação parassimpática: 
Neurônios pós-ganglionares: sua estimulação causa o aumento geral da atividade de todo o sistema nervoso entérico (intensifica a maioria das funções)
Parassimpático sacral: envolvido nos reflexos da defecação 
Inervação simpática: 
Terminais desses nervos secretam, principalmente, norepinefrina. 
Função geral: inibir atividade do TGI
Reflexos gastrointestinais:
-Reflexos gastrocólicos (evacuação do cólon); enterogástricos (inibem secreção do estomago) e colonoileal (inibe o esvaziamento de conteúdos do íleo para o cólon). 
Controle hormonal da motilidade gastroinstestinal:
Gastrina: secretada pelas células G do antro do estômago, provoca estimulação da secreção de suco gástrico e crescimento da mucosa gástrica.
Colecistocinina: secretada pelas células I na mucosa do duodeno e jejuno, contrai fortemente a vesícula biliar e inibe moderadamente a contração do estomago. 
Secretina: secretada pelas células S na mucosa do duodeno, promove secreção pancreática de bicarbonato.
Peptídeo inibidor gástrico: secretado pela mucosa do intestino delgado superior, possui efeito de diminuição da atividade motora do estomago, retarda esvaziamento de conteúdos gástricos no duodeno. 
Motilina: secretada pelo duodeno superior durante o jejum, aumenta a motilidade gastrointestinal. 
Tipos funcionais de movimentos no TGI:
Movimentos propulsivos – peristalse: estimulado pela distensão do TGI, provocando contração. Também pode ser estimulado por irritação química ou física. 
- Requer plexomioentérico ativo 
- Movimento direcional para o ânus
- Reflexo peristáltico ou reflexo mioentérico: “Lei do Intestino” – peristalse (contração) associada a um relaxamento no segmento adiante para que o alimento seja impulsionado mais facilmente. 
Movimentos de mistura – contrações constritivas intermitentes e locais
Fluxo sanguíneo gastrointestinal:
Circulação esplâncnica: circulação do intestino, baço, fígado e pâncreas. 
Todo sangue que passa pelo intestino, baço e pâncreas flui para o fígado pela veia porta sinusoides hepáticos (remoção de bactérias e outras partículas que poderiam entrar na circulação sanguínea e absorção a armazenamento temporário de carboidratos e lipídios) veias hepáticas veia cava
Gorduras absorvidas no TGI sistema linfático sangue circulante sistêmico através do ducto torácico (sem passar pelo fígado).
Capítulo 63
Ingestão de alimentos:
Mastigação 
Deglutição 
Mastigação: dentes (provocada através de um reflexo de mastigação), importante para diminuir o tamanho das partículas e facilitar a ação das enzimas digestivas.
Deglutição: dividida em estágio voluntario; estágio faríngeo (involuntário) – passagem do alimento da faringe para o esôfago; estágio esofágico (involuntário) – transporta alimento até o estomago. 
- Relaxamento receptivo do estômago: quando onda peristáltica se aproxima do estômago, onda de relaxamento precede a peristalse. 
- Esfíncter esofágico inferior (gastroesofágico: onda peristáltica de deglutição provoca relaxamento receptivo desse esfíncter. 
- Válvula da porção distal do esôfago: previne o refluxo, se insere na porção inicial do estômago. 
Funções motoras do estômago:
1. Função de armazenagem do estômago:
Quando o alimento distende o estomago, um reflexo vagovagal do estômago para o tronco encefálico e de volta para o estômago reduz o tônus da parede muscular provocando uma maior distensão. Limite de armazenamento: 0,8-1,5L. 
2. Mistura e propulsão do alimento no estomago:
	Sucos digestivos são secretados pelas glândulas gástricas. Enquanto o alimento estiver no estomago, ondas constritivas peristálticas fracas (ondas de mistura) iniciam-se na porção média e superior da parede estomacal e movem-se na direção do antro. Cada vez que uma onda peristáltica percorre a parede antral, o conteúdo alimentar é comprimido e misturado. Abertura do piloro é muito pequena, a cada onda peristáltica uma pequena parte do conteúdo antral é liberado para o duodeno. Anel constritivo peristáltico + ejeção retrógrada = mecanismo de mistura. 
Mistura que passa para o intestino QUIMO
Estomago vazio por muitas horas pode gerar contrações da fome. 
3. Esvaziamento do estômago:
	Promovido por contrações peristálticas intensas no antro estomacal e é reduzido por graus variados de resistência à passagem do quimo pelo piloro. Além de causarem a mistura no estomago, também proporcionam ação de bombeamento denominada “bomba pilórica”. 
Regulação: volume alimentar provoca maior esvaziamento (dilatação da parede estomacal desencadeia reflexos mioentéricos locais que acentuam atividade da bomba pilórica); hormônio gastrina (intensifica atividade da bomba pilórica); reflexos duodenais podem inibir esse esvaziamento; (feedback hormonal por CCK) secreção de colecistocinina no duodeno na presença de gorduras inibe o esvaziamento.
Movimentos do intestino delgado:
Contrações de mistura
Contrações propulsivas
Contrações de mistura (contrações de segmentação):
Porção do intestino delgado distendida pelo quimo, o estiramento da parede intestinal provoca estirações concêntricas localizadas, causando uma segmentação. Essas contrações dividem o quimo duas atrês vezes por minuto, promovendo assim, a mistura do alimento com as secreções. São as ondas lentas que causam o processo de contração de segmentação, mas, não são efetivas sem a excitação de fundo do plexo nervoso mioentérico. 
Movimentos propulsivos:
Peristalse no intestino delgado (muito lenta)
Controle: reflexo gastroentérico, gastrina, CCK, insulina, motilina e serotonina (intensificam motilidade intestinal). Secretina e glucágon inibem a motilidade do intestino delgado. 
Provocam a distribuição do quimo pelo intestino.
Ao chegar na válvula ileocecal, o quimo fica retido e só quando ocorre outra refeição que o reflexo gastroileal força o quimo remanescente para o ceco.
Função da válvula ileocecal:
	Evitar refluxo de conteúdos fecais do cólon para o intestino delgado. É projetada para o lúmen do ceco e é fechada com aumento de pressão no intestino grosso. Conta com auxílio do esfíncter ileocecal. Resistência ao esvaziamento na válvula prolonga permanência do alimento no íleo e, assim, aumenta o tempo de absorção. 
Controle por feedback do esfíncter ileocecal: 
Distensão do ceco contração do esfíncter peristalse ileal inibida (retarda esvaziamento do quimo do íleo para o ceco) 
Movimentos do cólon:
Principais funções absorção de agua e eletrólitos para formar fezes solidas e armazenamento de material fecal.
Movimentos de mistura (haustrações): 
	Constrições circulares no intestino grosso fazem com que a porção não estimulada do intestino grosso se infle em sacos denominados haustrações. Faz com que todo o material fecal fique exposto a superfície mucosa do intestino para facilitar a absorção. 
Movimentos propulsivos: 
Movimentos de massa a partir de um anel constritivo em resposta a distensão ou irritação associado ao desaparecimento das haustrações adiante, ocorrendo a contração do segmento e o impulso do material. 
É facilitado por reflexos gastrocólicos e duodenocólicos. 
Reflexo de defecação:
Receptores: parede do reto (presença de fezes gera potencial de ação)
Via aferente: nervos sacrais
Centro integrador: medula sacral (provoca relaxamento no esfíncter anal interno)
Via eferente: nervos sacrais 
Defecação voluntária relaxamento do esfíncter anal interno
Capitulo 64
Funções secretoras do trato alimentar
Tipos anatômicos de glândulas:
Glândulas mucosas / células caliciformes
Criptas de Liberkuhn (invaginações no epitélio da submucosa)
Glândulas tubulares profundas 
Glândulas salivares
Pâncreas 
Fígado 
Estimulação das glândulas:
Contato do alimento + epitélio estimulação por contato direto das células glandulares superficiais com alimento. Essa estimulação também ativa o sistema nervoso entérico. Tipos de estímulo: tátil, irritação química e distensão da parede.
Estimulação parassimpática aumenta taxa de secreção das glândulas
Estimulação simpática aumento brado a moderado na secreção de algumas glândulas locais, constrição dos vasos sanguíneos que suprem as glândulas. Enfeito duplo: aumento mínimo seguido de redução. 
Importância do MUCO no TGI:
Muco secreção espessa composta de agua, eletrólitos e uma mistura de diversas glicoproteínas. É um excelente lubrificante e protetor da parede gastrointestinal. Possui qualidades de aderência, consistência, baixa resistência ao deslizamento, resistente à ação de enzimas digestivas e contém glicoproteínas capazes de tamponar pequenas quantidades de ácidos e bases. 
Secreção de Saliva:
-Glândulas salivares: glândulas parótidas (predomina secreção serosa), submandibulares e sublinguais (secreção mista)
Tipos principais de secreção de proteína: 
Secreção serosa – contem ptialina (alfa-amilase) que é uma enzima para digestão de amido. 
Secreção mucosa – contem mucina para lubrificar e proteger superfícies.
Secreção de íons: concentrações de potássio e bicarbonato elevadas e de sódio e cálcio mais baixas que as do plasma. 
Glândula possui ácinos e ductos salivares:
Ácinos produzem secreção primaria, contem ptialina e/ou mucina em uma solução de íons não muito diferente do liquido extracelular.
Secreção flui através dos ductos salivares e modifica sua composição iônica:
Íons sódio são reabsorvidos (transporte ativo)
Íons potássio são secretados em troca de sódio
Reabsorção em excesso de íons sódio negatividade elétrica reabsorção de íons cloreto 
Secreção de íons bicarbonato pelo epitélio ductal pela troca de íons bicarbonato por cloreto.
Obs.: grande quantidade de saliva sendo produzida = concentração de cloreto de sódio aumenta ½ - 2/3 da concentração do plasma e a concentração de potássio aumenta 4 vezes. 
Higiene oral: fluxo de saliva lava a boca das bactérias patogênicas, contem fatores que destroem bactérias (enzimas proteolíticas) e contem anticorpos proteicos. 
Regulação nervosa da secreção salivar:
	Sinais nervosos parassimpáticos que se originam nos núcleos salivatórios superior e inferior no tronco cerebral. Os núcleos salivatorios são estimulados por estímulos gustativos e táteis da língua e de outras áreas da boca e faringe. A salivação também pode ser estimulada a partir de estímulos vindos dos centros superiores do sistema nervoso central (olfato, visão...) – área do apetite. Estimulação simpática pode aumentar um pouco a salivação. Suprimento de sangue para as glândulas afeta a salivação, dilatação aumenta salivação. 
Obs.: calicreína secretada pelas células salivares e atua na vasodilatação. 
Secreção Esofágica:
Secreções inteiramente mucosas e fornecem lubrificação para a deglutição. Corpo principal do esôfago é revestido de muitas glândulas mucosas. 
Secreção Gástrica:
	Células mucosas + glândulas tubulares (glândulas oxínticas / gástricas e glândulas pilóricas. 
Glândulas oxínticas (corpo e fundo do estomago): secretam ácido clorídrico, pepsinogênio, fator intrínseco e muco. 
Composta de 3 tipos de células:
Células mucosas do pescoço
Células pépticas/principais – secretam pepsinogênio
Células parietais/oxínticas – secretam HCl e fator intrínseco
Mecanismo de secreção do HCl:
transporte ativo primário: H+ (sai) K+ (entra)
H+ originado a partir de quebra de molécula de H2O na célula 
OH- se combina com H+ (advindo da anidrase carbônica)
Bicarbonato vai para interstício e entra Cl- (vaza para lúmen)
P = bomba ativa / linhas tracejadas = osmose ou transporte passivo.
Secreção e ativação do pepsinogênio: vários tipos de pepsinogênio são secretados pelas células mucosas e pépticas das glândulas gástricas e realizam as mesmas funções. O pepsinogênio só é ativado quando entra em contato com o acido clorídrico pepsina (atua como enzima proteolítica em meio muito ácido).
Secreção do fator intrínseco: essencial para a absorção da vitamina B12 no íleo, é secretado pelas células parietais juntamente com a secreção de HCl. Ausência do fator pode provocar anemia perniciosa. 
Glândulas pilóricas (porção antral): secretam muco e gastrina. 
Contem poucas células pépticas e quase nenhuma célula parietal. Contém muitas células mucosas (secretam pepsinogênio e muco), também liberam o hormônio gastrina, que tem papel crucial no controle da secreção gástrica.
Células Mucosas Superficiais: secretam grandes quantidades de um muco muito viscoso que cobre a mucosa estomacal, proporcionando uma barreira de proteção e lubrificação para o transporte do alimento. Muco possui característica de alcalinidade (proteção à parede de enzimas proteolíticas). 
Controle da secreção de ácido gástrico pelas células parietais: 
Sinais endócrinos e nervosos. As células parietais são controladas por outro tipo de célula denominadas células semelhantes às enterocromafins (células ECL), cuja função primária é secretar histamina. Células ECL estão localizadas na camada submucosa e controlam a secreção de ácido clorídrico através da secreção de histamina. 
Células ECL podem ser estimuladas a secretar histamina a partir de:
Gastrina 
Acetilcolina 
Substancias hormonais secretadas pelo sistema nervoso entérico
Regulação da secreção de pepsinogênio: 
A partir das células pépticas, ocorreem resposta a dois sinais estimulação por acetilcolina (liberada pelo plexo mioentérico) e estimulação pelo ácido clorídrico.
Fases da secreção gástrica:
Fase cefálica – visão + odor + lembrança + sabor do alimento provocam sinais neurogênicos que originam-se no córtex cerebral e nos centros de apetite da amigdala e do hipotálamo e são transmitidos dos núcleos motores dorsais dos vagos pelos nervos vago até o estomago. 
Fase gástrica – alimento entra no estomago e excita os reflexos vasovagais, entéricos locais e o mecanismo da gastrina.
Fase intestinal – presença de alimento na porção superior do intestino delgado continuara a causar a secreção gástrica. 
Inibição da secreção gástrica por outros fatores intestinais pós estomacais:
Reflexo enterogástrico reverso (retardo de esvaziamento do estomago) 
Secretina, peptídeo inibidor gástrico, polipeptideo intestinal vasoativo e somatostatina
Secreção Pancreática:
Enzimas secretadas por ácinos pancreáticos e bicarbonato de sódio por ductos que começam nos ácinos. Enzimas + bicarbonato de sódio flui por ducto – ducto pancreático – que se encontra com ducto hepático antes de esvaziar-se na ampola de Vater. 
Enzimas digestivas pancreáticas:
Tripsina
Quimotripsina
Hidrolisam proteínas à peptídeos sem levar a liberação de aminoácidos individuais. 
Carboxipolipeptidase 
Cliva alguns peptídeos até aminoácidos individuais. 
Amilase pancreática 
Digestão de carboidratos, forma dissacarídeos e alguns trissacarídeos.
Lipase pancreática 
Hidrolisa gorduras neutras em ácidos graxos e monoglicerídeos 
Colesterol esterase 
Hidrolisa ésteres de colesterol 
Fosfolipase
Cliva ácidos graxos de fosfolipídeos 
Obs.: quando sintetizadas, as enzimas proteolíticas encontram em sua forma inativa (-gênio) e só se tornam ativada quando forem lançadas no trato intestinal. É importante estarem inativas para não degradarem o próprio pâncreas.
Secreção do inibidor de tripsina: formado no citoplasma das células glandulares, inativa a tripsina (que é responsável por ativar todas as outras enzimas proteolíticas pancreáticas). 
Secreção de íons bicarbonato: 
CO2 difunde-se para interior da célula a partir do sangue 
Anidrase carbônica transforma CO2 (combinado com água) em H2CO3
Ácido carbônico dissocia-se em HCO3- e H+
Íons bicarbonato transportados acoplados com íons de sódio na membrana luminal da célula para o lumen do ducto 
Íons hidrogênio trocados por íons de sódio na membrana sanguínea da célula 
Movimento de íons cria gradiente de pressão osmótica que causa fluxo de água para o ducto pancreático.
 Regulação da secreção pancreática: 
Acetilcolina (parassimpático)
Colecistocinina (mucosa duodenal e jejunal na presença de alimentos)
Estimulam a secreção de enzimas digestivas pancreáticas
Secretina (mucosa duodenal e jejunal na presença de alimento muito ácidos) estimula secreção de bicarbonato de sódio 
Fases da secreção pancreática:
Fase cefálica e gástrica – mesmos sinais que causam a secreção no estomago causam liberação de acetilcolina.
Fase intestinal – entrada do quimo no duodeno, secreção pancreática abundante devido a presença de secretina. 
Secretina (células S) é estimulada pelo quimo ácido no duodeno e sua função é neutralizar, estimulando a liberação de suco pancreático. 
Reação que ocorre no duodeno: HCl + NaHCO3 NaCl + H2CO3
Colecistocinina (células I) estimulada pela presença de proteoses e peptonas (produtos da digestão parcial de proteínas) e ácidos graxos de cadeia longa no quimo. Estimula secreção de enzimas digestivas pancreáticas. 
Secreção Da Bile Pelo Fígado; Funções Da Árvore Biliar
Funções da bile: emulsificação de partículas de gordura contidas nos alimentos, absorção dos produtos finais da digestão de gordura através da membrana mucosa intestinal e meio de excreção para diversos produtos do sangue (bilirrubina e excesso de colesterol).
Secreção ocorre em dois estágios:
Secreção pelas células principais do fígado – hepatócitos (com grandes quantidades de ácidos biliares, colesterol e outros constituintes orgânicos). É secretada para os canalículos biliares que se originam entre os hepatócitos. 
Flui dos canalículos para os septos interlobulares ductos hepáticos ducto biliar comum duodeno ou vesícula biliar (através do ducto cístico). 
- durante curso através dos ductos, é adicionado a bile uma secreção aquosa de íons sódio e bicarbonato (estimulada pela secretina)
Obs.: grande parte da absorção na vesícula biliar é causada pelo transporte ativo de sódio através do epitélio da vesícula biliar, seguido pela absorção secundaria de íons cloreto, agua e muitos outros constituintes difusíveis. 
Estimulo para esvaziamento da vesícula biliar colecistocinina + fibras nervosas secretoras de acetilcolina. 
Função dos sais biliares na digestão e absorção de gordura: 
Precursor dos sais biliares colesterol 
Ações importantes: ação detergente sobre as partículas de gordura dos alimentos e aumento da absorção de ácidos graxos, monoglicerideos, colesterol e outros lipídios (formam micelas). 
Circulação enterro-hepática dos sais biliares: 94% dos sais biliares são reabsorvidos e retornam para o fígado. A disponibilidade de sais biliares nessa circulação controla a taxa diária de secreção de sais biliares. 
A secretina também pode atuar na regulação da secreção da bile através da ação nos dúctulos e ductos hepáticos. 
Secreções do Intestino Delgado
Glandulas de Brunner – secretam muco em resposta a estímulos táteis ou irritativos na mucosa duodenal, estimulação vagal e hormônios gastrointestinais (especialmente secretina). São inibidas por estimulação simpática.
Criptas de Liberkuhn – criptas localizadas entre vilosidades intestinais, compostas por células caliciformes (secretam muco) e enterócitos (secretam água e eletrólitos). Esse fluxo de liquido das criptas para as vilosidades auxilia na absorção de substancias do quimo. 
Mecanismo de secreção do fluido aquoso:
Secreção ativa de íons de cloreto nas criptas
Secreção ativa de íons bicarbonato
Essa secreção causa fluxo osmótico de agua e diferença de potencial elétrico que se constitui de força para secreção de sódio. 
Enzimas digestivas na secreção do intestino delgado:
Peptidases
Sucrase, maltase, isomaltase e lactase
Lipase intestinal 
Regulação da secreção:
	Reflexos nervosos entéricos locais, especialmente os reflexos desencadeados por estímulos táteis ou irritantes do quimo sobre os intestinos. 
Secreções Do Intestino Grosso
Secreção de muco (muitas criptas de Liberkuhn)
Regulação da secreção: 
	Estimulação tátil direta das células epiteliais que revestem o intestino grosso por reflexos nervosos locais que estimulam as células mucosas nas criptas, estimulação de nervos pélvicos (inervação parassimpática). 
Função do muco intestinal proteger a parede intestinal contra escoriações, proporcionar meio adesivo para material fecal, proteger de atividade bacteriana, barreira alcalina. 
Capítulo 65
Digestão de diversos alimentos por hidrólise.
Hidrolise de carboidratos: é adicionada uma molécula de H20 em um polissacarídeo e, na ação de uma enzima, a ligação é desfeita e são liberados os monossacarídeos. 
Hidrólise de gorduras: enzimas digestivas reinserem 3 moléculas de água em uma molécula de triglicerídeo, separando-se, assim, moléculas de acido graxo e glicerol. 
Hidrolise de proteínas: enzimas proteolíticas inserem novos íons hidrogênio e hidroxila, das moléculas de agua, nas moléculas de proteína, para clivá-las em seus aminoácidos constituintes.
Digestão de Caboidratos:
Na boca e no estômago: saliva contem enzima ptialina (alfa-amilase), que hidrolisa um dissacarídeo maltose em pequenos polímeros de glicose. A atividade da amilase salivar é bloqueada pelos ácidos gástricos.
	No intestino delgado: amilase pancreática mais potente que a amilase salivar e quase todos os carboidratos estarão convertidos em maltose ou outros polímeros de glicose antes de irem além do duodeno ou jejuno superior.
	Hidrolise no epitélio intestinal:a partir de enterócitos que contem enzimas – lactase, sacarose, maltase e alfa-dextrinase – que são capazes de separar os dissacarídeos em monossacarídeos e facilitar a absorção. 
Digestão De Proteínas: 
	No estômago: pepsina, ativa em pH=2/3. Tem a capacidade de digerir a proteína colágeno, que é pouco afetada pelas outras enzimas digestivas. 
	Secreções pancreáticas: tripsina, quimotripsina, carboxipolipeptidase e proelastase. A maioria das proteínas é digerida até dipeptídeos e tripeptídeos. 
	Vilosidades do intestino delgado: enterócitos, células com borda em escova com múltiplas peptidases (dipeptidases e aminopolipeptidases) que fazem hidrolise formando, principalmente, dipeptídeos e tripeptídeos, que são levados para o citosol da célula e degradados a aminoácidos e, então, levados para o sangue. 
Digestão De Gorduras:
	No estômago: uma pequena quantidade de triglicerídeos (10%) é digerida no estomago pela lipase lingual. 
	No intestino: ocorre a emulsificação das gorduras por ácidos biliares e lecitina – quebra física de glóbulos de gorduras em partículas pequenas, para que enzimas digestivas possam agir na superfície das partículas. A bile não possui enzimas digestivas, mas é responsável pela emulsificação. Função principal da lecitina: promover fragmentação das gotas de gorduras em pequenos agregados supramoleculares. 
	Suco pancreático: lipase pancreática, enzima mais importante para a digestão de triglicerídeos. 
	Enterócitos: lipase entérica, não é a mais importante. 
Produtos finais da digestão de gorduras:
Ácidos graxos livres
2-monoglicerídeos 
Papel dos sais biliares: 
	Remover monoglicerídeos e ácidos graxos das adjacências das partículas de digestão. Formam micelas com um pequeno glóbulo de gordura em seu interior facilitando o transporte dessa gordura. 
A digestão dos ésteres de colesterol e dos fosfolipídios ocorre a partir de enzimas presentes no suco pancreático: hidrolase do éster de colesterol e fosfolipase A2. Sais biliares também agem nessas moléculas, formando micelas. 
Princípios Básicos da Absorção Intestinal:
Estômago é uma área de pouca absorção (sem vilosidades e células epiteliais de baixa permeabilidade), só absorvem substancias altamente lipossolúveis (álcool e alguns fármacos). 
Intestino delgado possui superfície absortiva na mucosa com várias pregas, denominadas de válvulas coniventes, que aumentam a área superficial. Possui, também, vilosidades e borda em escova contendo microvilosidades. Esse conjunto aumenta em até 60 vezes a capacidade absortiva da mucosa intestinal. 
Absorção de Água:
A agua é transportada por difusão, através das leis da osmose. 
Absorção de Íons:
Transporte ativo de sódio: força motriz – transporte ativo de íons das células epiteliais através das membranas basolaterais para os espaços paracelulares. A energia é obtida a partir de hidrolise do ATP pela enzima trifosfatase de adenosina na membrana celular. Parte do sódio é absorvido junto com íons de cloreto. O transporte ativo de sódio nas membranas basolaterais faz com que a concentração de sódio dentro da célula fique baixa, favorecendo o gradiente de potencial eletroquímico do quimo para o citoplasma da célula epitelial. 
Osmose de água: fluxo osmótico da agua para os espaços paracelulares devido ao gradiente de osmótico criado pela concentração elevada de íons no espaço paracelular. 
Poder da aldosterona intensifica absorção de sódio, ativa mecanismos de transportes e enzimas associadas à absorção de sódio pelo epitélio intestinal. Conserva cloreto de sódio e água no corpo em casos de desidratação (importante na região do cólon). 
Absorção de íons cloreto no duodeno e jejuno: rápida e se dá por eletrodifusão – absorção no epitélio gera diferença de potencial elétrico transepitelial, e os íons cloreto movem-se nesse gradiente em proporção com os íons de sódio. 
Absorção de íons bicarbonato no duodeno e jejuno: é absorvido de maneira indireta – quando os íons de sódio são absorvidos, quantidades moderadas de íons de hidrogênio são secretadas no lúmen intestinal, em troca de parte do sódio. Esses íons hidrogênio combinam-se com íons bicarbonato formando ácido carbônico, que então se dissocia formando agua (permanece no organismo) e dióxido de carbono (eliminado pelos pulmões). 
Secreção de íons bicarbonato no íleo e intestino grosso: as células epiteliais nas vilosidades do íleo e em toda a superfície do intestino grosso tem a capacidade de secretar íons bicarbonato em troca de íons cloreto. Importante para neutralizar produtos ácidos formados por bactérias no intestino grosso. 
Absorção de outros íons: os íons cálcio são absorvidos ativamente pelo sangue, principalmente no duodeno, essa absorção é bem controlada devido a presença do hormônio paratireóideo e a vitamina D (ativada pelo hormônio). Íons ferro são ativamente absorvidos e se relacionam a formação de hemoglobina. Íons potássio, magnésio, fosfato e outros podem ser absorvidos ativamente através da mucosa intestinal. 
Absorção de nutrientes:
Glicose:
Ocorre em um processo de cotransporte com o sódio. Existem dois estágios:
Transporte ativo de íons sódio através das membranas basolaterais das células epiteliais para o sangue (bomba de Na+ e K+).
Diferença de concentração promove o fluxo de sódio do lúmen intestinal, através da borda em escova das células epiteliais para o interior da célula – difusão facilitada. O íon sódio se combina com uma proteína transportadora, que também transporta a glicose. 
Uma vez no interior da célula, outras proteínas transportadoras facilitam a difusão da glicose para o espaço extracelular e daí, para o sangue.
Obs.: galactose é transportada por mecanismo igual ao da glicose. Frutose é transportada por difusão facilitada não acoplada ao sódio e então fosforilada e transformada em glicose para ser transportada para o sangue. 
Proteínas:
Absorvidas a partir de cotransporte com sódio (transporte ativo secundário). Alguns aminoácidos têm transportadores específicos, assim como a frutose. 
Gorduras:
Micelas penetram nos espaços entre os vilos em constante movimento. E os monoglicerídeos e ácidos graxos difundem-se para as membranas das células epiteliais. 
Absorção de ácido graxo pelo sangue portal: ácidos graxos de cadeia curta podem ser absorvidos diretamente pelo sangue portal, são mais hidrossolúveis e não são convertidos em triglicerídeos. Essas características fazem com que o acido graxo seja difundido das células do epitélio intestinal diretamente para o sangue no capilar das vilosidades intestinais. 
Absorção no intestino grosso:
Maior parte da absorção metade proximal do cólon (cólon absortivo) 
Maior parte do armazenamento de fezes metade distal do cólon (cólon de armazenamento). 
Mucosa do intestino grosso absorve íons de sódio contra um gradiente de concentração bem maior
Mucosa do intestino grosso secreta íons bicarbonato e absorve, igualmente, íons cloreto
Ana Laura Mota Resende
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