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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA CAMPUS BELO JARDIM – PERNAMBUCO CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO – 2º ANO “B” O CULTIVO DA PIMENTA BELO JARDIM – PE 2017 EMANUEL ISAQUE CORDEIRO DA SILVA GISELLE DA SILVA SOARES RENATA MORAES DE AMORIM RIQUELME ALEXANDRE DA COSTA WESLLEY NATÃ CALUMBY O CULTIVO DA PIMENTA O seguinte trabalho tem como objetivo, ser apresentado e examinado pelo professor D. Sc. Fernando Ferreira da Cunha Filho, para as atribuições legais acerca da nota bimestral da IV unidade da disciplina de Olericultura. Seguem-se os parâmetros educacionais legais em relação ao trabalho em espécie de relatório em ideologia do que se foi pedido. BELO JARDIM – PE 2017 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. ORIGEM HISTÓRICA 3. BOTANICA E CULTIVARES 3.1. PIMENTA MALAGUETA 3.2. PIMENTA DEDO DE MOÇA 3.3. PIMENTA CUMARI 3.4. PIMENTA DE CHEIRO E DE BODE 3.5. PIMENTA DOCE 4. SOLO 5. CLIMA 5.1. CULTIVO PROTEGIDO 6. PRODUÇÃO DE MUDAS 6.1. EM BANDEIJA 6.2. EM SEMENTEIRAS 6.3. COMPRA EM MUDAS 7. PLANTIO 8. TRATOS CULTURAIS 9. IRRIGAÇÃO 10. PLANTAS DANINHAS 11. DOENÇAS 12. PRAGAS 13. COLHEITA 14. COMERCIALIZAÇÃO 14.1. MERCADO PARA PIMENTA 14.2. COMERCIALIZAÇÃO 14.3. VARIAÇÃO ESTACIONAL DE PREÇO 15. CONCLUSÃO 1. INTRODUÇÃO As pimentas são partes da riqueza cultural brasileira e um valioso patrimônio de nossa biodiversidade. São cultivadas em todo o território nacional, desde o Rio Grande do Sul até Roraima, em uma imensa variação de tamanhos, cores sabores, e é claro muita picância ou ardume. ‘Malagueta’, ‘Dedo-de-moça’, ‘Doce Americana’, ‘Chapéu de Bispo’, ‘Cumari Amarela’, ‘Bode’, ‘De Cheiro’, ‘tabasco’ ‘Murupi’, ‘Biquinho’ são apenas algumas das inúmeras pimentas cultivadas no Brasil, todas parentes muito próximas dos pimentões. O agronegócio das pimentas é muito mais relevante do que se imagina, e envolve diferentes segmentos, desde as pequenas fábricas artesanais caseiras de conservas até a exportação de páprica por empresas multinacionais que competem no mercado de exportação de especiarias e temperos. Nos últimos anos, as pimentas têm ganhado um espaço cada vez maior na mídia por sua versatilidade culinária e industrial e também por suas propriedades medicinais. O mesmo princípio que causa a ardência das pimentas – a capsaicina – também é usada para aliviar dores musculares, dores de cabeça e artrite reumatoide, entre outras. O Sistema de Produção de Pimentas (Capsicum spp.) certamente contribuirá para o desenvolvimento desta cultura no Brasil, e ajudar principalmente aos pequenos produtores familiares a melhorar sua produtividade. A produção de pimenta (Capsicum spp) para uso como condimento de mesa e de produtos alimentícios industrializados vem crescendo e, atualmente, é uma atividade olerícola bastante rentável, inclusive para pequenas indústrias de conservas (Quadro 1). Cinco espécies são comumente cultivadas no Brasil, principalmente no centro-sul e caracterizam-se pela pungência, coloração, formato e tamanho dos frutos. O sabor picante dos frutos provém da ação de uma substância denominada capsaicina que é acumulada pelas plantas no tecido da superfície da placenta e é liberada pelo dano físico às células quando se extraem sementes ou corta-se o fruto para qualquer fim. A importância das pimentas é atribuída às suas propriedades melhoradoras de sabor, aroma e cor dos alimentos. Embora tenha baixo valor nutritivo, pode-se destacar o teor vitamínico das pimentas malaguetas verde e vermelha que apresentam valores de 10.500 e 11.000 UI de vitamina A, respectivamente, próximo ao teor de 13.000 UI encontrado na cenoura, considerada uma das melhores fontes desta vitamina. Os teores de vitamina C total variam entre as espécies de pimenta, de 160 a 245mg/100g, valores estes comparáveis ao da goiaba (200 mg/100g) e superiores ao da laranja (60 mg/100g). Quanto à composição mineral, os teores de cálcio, ferro e fósforo são bem inferiores aos de outras hortaliças (Quadro 2). Algumas pimentas raramente são encontradas no comércio, mesmo de cidades interioranas, na forma de frutos "in natura" pois o processo de engarrafar a pimenta no meio rural está se tornando cada vez mais intenso. Em algumas regiões com tradição no cultivo destas espécies, existem pequenas indústrias que fazem o processamento utilizando, principalmente, o álcool e a cachaça. Quadro 1- Comercialização de pimenta durante o ano de 2016 na CEASA-MG Procedência Quantid ade (kg) % Valor (R$) Preço médio ES 2 Municípios 684 0,12 6.325,35 9,23 MG 40 Municípios 485.079 97,83 X 9,94 SP 2 Municípios 10.204 2,05 158.400, 00 15,51 Fonte - Departamento Técnico - CEASA, MG Quadro 2 - Valores nutricionais da pimenta por 100 g de porção comestível crua Energia ( Kcal ) = 40 Na ( mg ) = 7 Proteínas ( g ) = 2,0 K ( mg ) = 340 Gordura (g ) = 0,2 Tiamina ( mg ) = 0,09 Carboidrat o ( g ) = 9,5 Riboflavina ( mg ) = 0,09 Fibra ( g ) = 1,8 Niacina ( mg ) = 0,95 Ca ( mg ) = 18 Vitamina B6 ( mg) = 0,28 P ( mg ) = 46 Fe ( mg ) = 1,2 Fonte: Knott’s Handbook for Vegetable Growers, 1988. Sementes Agroceres S.A. 2. ORIGEM HISTÓRICA As pimentas (em inglês chile (chili ou chilli) pepper, do espanhol chile) são os frutos das plantas do gênero Capsicum, pertencentes a família Solanaceae. Atualmente existem em torno de 20 a 27 espécies catalogadas e são originárias das Américas do Sul e Central, das quais 5 domesticadas. Acredita-se que foram uma das primeiras plantas a serem domesticadas pelo homem, pois evidências encontradas em sítios arqueológicos em diversas regiões exibem vestígios de cultivo datando de 7500 A.C. aproximadamente. Supõe-se que o Méxicoe o Norte da América Central sejam os pontos de origem da espécie Capsicum annuum e que a América do Sul seja a origem da espécie Capsicum frutescens. São teorias que até o momento não possuem provas concretas e decisivas para torná-las uma afirmação. Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a encontrá-las, em sua primeira jornada ao novo mundo. Acreditando ter alcançado as Índias, nomeou os pequenos frutos vermelhos de "pimenta" devido a sua semelhança em sabor (não aparência) às Pimentas do Reino, mundialmente conhecidas na época e provenientes daquela região. Em 1493, Peter Martyr dAnghiera escreveu que Colombo trouxe para casa "pimentas mais picantes do que aquelas originárias do Cáucaso". 3. BOTÂNICA E CULTIVARES As pimentas constituem um grupo de espécies botânicas com características próprias, que produzem frutos geralmente com sabor picante, embora também existam pimentas doces. A planta é arbustiva, atingindo 120 cm de altura, com ampla formação de ramificações laterais e possibilidade de tornar-se perene. Normalmente é autopolinizada, todavia a polinização cruzada pode ocorrer. O banco de germoplasma de hortaliças da Universidade Federal de Viçosa, identificou as seis espécies mais comuns no Brasil, especialmente na região centro-sul. As cultivares apresentadas a seguir podem ser consideradas como um grupo, existindo diferenças às vezes marcantes entre as fontes das sementes que são utilizadas para cultivo.3.1 PIMENTA MALAGUETA (Capsicum frutescens) Apresenta plantas arbustivas, vigorosas, com altura de 0,9 a 1,2m e bastante ramificadas. Os frutos, quando maduros, são de coloração vermelha, bem picantes, com 1,5 a 3,5cm de comprimento e 0,3 a 0,5cm de diâmetro. 3.2 DEDO DE MOÇA (Capsicum baccatum) Também é conhecida por "chifre de veado", ainda que esta denominação possa estar associada a um tipo de fruto de maior tamanho e, às vezes, de coloração vermelha mais intensa. A pimenta "dedo de moça" é arbustiva, com cerca de 1 m de altura. Os frutos medem cerca de 7,5cm de comprimento, 1 a 1,5cm de diâmetro e, quando maduros, são bem vermelhos. Neste grupo de pimentas a pungência é mais suave e o processo de murchamento do fruto pós-colheita é menos intenso que na malagueta. 3.3 PIMENTA CUMARI (Capsicum praetermissum) As plantas possuem geralmente porte menor que as pimentas anteriormente caracterizadas e internódios mais curtos. Os frutos são arredondados com cerca de 0,5cm de diâmetro ou um pouco ovalados com 0,6 a 0,7cm de comprimento e diâmetro de 0,5cm. É encontrada em estado selvagem, crescendo sob árvores diversas e capoeiras. No meio rural e indígena, as plantas crescem formando verdadeiros arbustos, sendo colhidas por alguns anos. 3.4 PIMENTA DE CHEIRO E PIMENTA DE BODE (Capsicum chinense) Na realidade pode ser considerada um grupo em razão da expressiva e bela variabilidade no formato e cor dos frutos. A denominação de pimenta de cheiro é utilizada para designar um maior número de tipos que a pimenta de bode? A pimenta de cheiro é encontrada existe em tom amarelo leitoso, amarelo-claro, amarelo forte, alaranjado, salmão, vermelho e até preto e predomina no nordeste, norte e centro-oeste do Brasil. Na região sudeste é mais comum o cultivo da pimenta de bode, cujas plantas produzem frutos arredondados com cerca de 1cm de diâmetro, e as cores creme e vermelho são as mais comuns. Tanto a pimenta de cheiro quanto a de bode possuem pungência e um aroma característico que permitem sua diferenciação das demais pimentas, sendo a razão da preferência dos consumidores que a apreciam. 3.5 PIMENTA DOCE (Capsicum annuum) São plantas de fácil cultivo, vigorosas e de ótima produtividade. Comercialmente é plantada a cultivar Agronômico 11, cujos frutos são de formato alongado e uniforme, sabor doce e coloração verde intensa e brilhantes na fase de colheita. A exigência no mercado desta hortaliça fica restrita a frutos com 18cm de comprimento, 2cm de diâmetro e peso médio de 50 a 55g. A colheita pode iniciar-se aos 120 dias após a semeadura. Além das pimentas citadas, outras também cultivadas, às vezes com maior importância em algumas regiões são: comum, Redonda, cayenne long red, chapéu de frade ou cambucy, godê, pitanga e outras. 4. SOLO Os solos utilizados para o cultivo de pimenta devem ser profundos, leves, drenados (com bom escoamento de água, não sujeitos a encharcamento), preferencialmente férteis, com pH entre 5,5 a 7,0. Devem ser evitados solos salinos ou com elevada salinidade, uma vez que as pimentas, assim como pimentão, são moderadamente sensíveis. Altas concentrações de sais no solo podem ser de origem natural ou resultante do uso excessivo de fertilizantes, localização inadequada de fertilizantes ou ainda do uso de água de irrigação com altas concentrações de sais. Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas que tenham sido cultivadas nos últimos 3-4 anos com outras plantas da família das Solanáceas (como batata, tomate, berinjela, pimenta, jiló, fumo, Physalis) ou Cucurbitáceas (como abóbora, moranga, pepino, melão e melancia). Áreas com cultivos anteriores de gramíneas (milho, sorgo, arroz, trigo, aveia), leguminosas (feijão, soja) ou aliáceas (cebola, alho), são as mais indicadas. O preparo consiste de limpeza da área, aração a uma profundidade de 30 cm, seguida de gradagem de nivelamento. Logo após a primeira gradagem faz-se a calagem de acordo com a análise de solo. Uma segunda gradagem é feita para incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a sulcagem. O plantio pode ser feito em canteiros, mas o mais comum é o plantio em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de 80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% para facilitar o escoamento da água sem causar erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (uma semana antes do plantio) e dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará com a forma de ‘U’. Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura e 0,8-1,0 m de largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora capsici). Se o plantio for feito em uma área 5. CLIMA A pimenteira é uma planta exigente em calor, sensível a baixas temperaturas e intolerante a geadas, por isso deve ser cultivada preferencialmente nos meses de alta temperatura, condição que favorece a germinação, o desenvolvimento e a frutificação, obtendo-se assim, um produto de alto valor comercial com menor custo de produção. Para a pimenteira, as temperaturas médias mensais ideais situam-se entre 21oC a 30oC, sendo a média das mínimas ideal 18oC, e das máximas em torno de 35oC, sendo que temperaturas acima 35oC prejudicam a formação dos frutos. A germinação é favorecida por temperaturas do solo entre 25oC e 30oC, sendo 30oC a temperatura em que ocorre o menor intervalo de dias entre semeio e germinação, e temperaturas do solo iguais ou inferiores a 10oC inibem a germinação. Para as mudas, o melhor crescimento é alcançado com temperaturas entre 26oC e 30oC, sendo a temperatura de 27oC considerada como a ideal para favorecer o desenvolvimento das plantas. Baixas temperaturas inviabilizam a produção, provocando a queda de flores e frutos, além de influenciar negativamente a pungência e a coloração dos frutos, provocando redução do valor comercial, principalmente se o produto for destinado à industrialização. Estes fatos são facilmente verificados quando se compara plantios sob proteção plástica e em campo aberto. Além destes efeitos, as baixas temperaturas também podem ocasionar estiolamento de folhas maduras, murcha de partes jovens e crescimento lento. Não há informações sobre os efeitos do fotoperiodismo ou da termoperiodicidade em pimenteiras. 5.1.Cultivo Protegido A técnica de cultivo protegido é utilizada em locais ou épocas em que as condições climáticas, principalmente variações das temperaturas noturna e diurna, distribuição e intensidade das chuvas e ainda direção e velocidade dos ventos, podem interferir no desenvolvimento das plantas ou na qualidade dos produtos. Nestes casos, o cultivo é feito em casa-de-vegetação cujo teto, laterais, frente e fundos são de plástico, ou somente o teto é de filme e as laterais, frente e fundos de tela. A definição das características quanto às dimensões, tipo de teto, tipo do filme ou tela, direção do eixo longitudinal, é baseada em dados climáticos do local. 6. PRODUÇÃO DE MUDAS 6.1.EM BANDEIJA DE ISOPOR A produção de mudas em bandejas deve ser feita em ambiente protegido, como telados. A técnica mais recomendável para se produzir mudas é de semeio em bandejas de isopor de 128 células, preenchidas com substrato comercial ou preparado na propriedade, colocando uma semente porcélula. Caso haja comprometimento da germinação, o ideal é aumentar o semeio para três sementes / célula, procedendo-se a um desbaste posteriormente, se necessário, através do corte com tesoura, rente ao colo das mudas menos vigorosas quando estas apresentam pelo menos duas folhas definitivas. O arranquio das mudas germinadas em excesso não é recomendado pelo risco de comprometer o sistema radicular da muda remanescente na célula. As bandejas devem ser colocadas em suporte tipo bancadas, formada por tela de arame ou somente por fios de arame a 0,60-0,70 m do solo, a fim de que haja luz na parte inferior da bandeja . Este cuidado impede o desenvolvimento das raízes por baixo da bandeja, o que facilita a retirada das mudas por ocasião do transplante, evita injúrias às raízes novas e não cria condições para infecção das mesmas por fungos e bactérias do solo. As irrigações (duas vezes por dia , no máximo ) deverão ocorrer nas horas de temperaturas mais amenas, ou seja, no início da manhã e final da tarde, utilizando-se água fresca e em quantidade suficiente para que se verifique apenas o início da drenagem (gotejamento) na parte inferior da bandeja. O cuidado nas irrigações é fundamental para se obter mudas de boa qualidade. Em caso de necessidade, deve ser feita uma adubação foliar após o desbaste, pulverizando-se as mudas com uma solução de adubo foliar com uma formulação de macro + micronutrientes. Deve-se evitar o excesso de nitrogênio para não favorecer a proliferação de doenças fúngicas nos tecidos foliares. 6.2. EM SEMENTEIRAS As sementeiras devem ser preparadas com revolvimento da terra, destorroamento e correção da fertilidade com base na análise química do solo. Os canteiros devem ter de 1,0 a 1,2 m de largura, 0,20 a 0,25 m de altura e comprimento de acordo com a necessidade de mudas. As sementes devem ser distribuídas uniformemente em sulcos transversais ao canteiro, distanciados 0,10 m um do outro e com1,5 a 2,0 cm de abertura e 1,0 a 1,5 cm de profundidade. Gastam-se de 3 a 5 gramas de sementes por metro quadrado de sementeira. Após a distribuição, as sementes devem ser cobertas com terrado sulco. A colocação de uma cobertura com saco de aniagem sobre o canteiro evita que o impacto das gotas da água de irrigação ou de chuva desenterrem ou afundem as sementes, prejudicando a germinação ou a emergência. O número de sementes é de aproximadamente 200por grama. A área da sementeira deve ser calculada com base na área que será plantada e no espaçamento a ser utilizado 6.3.COMPRA EM MUDAS Atualmente é possível adquirir mudas ou contratar a produção das mesmas com profissionais que se dedicam a esta atividade. Este sistema é recomendado para cultivo em áreas maiores e apresenta como principais vantagens a rapidez na obtenção das mudas, assim como a boa qualidade das mesmas. O produtor pode fornecer ao viveirista suas próprias sementes ou indicar a cultivar ou variedade e adquirir as sementes no mercado. 7. PLANTIO O transplante é realizado quando as mudas apresentarem de 4 a 6 folhas definitivas ou aproximadamente 10cm de altura. No caso de terem sido formadas em sementeiras, as mudas devem ser retiradas com cuidado, preferencialmente com o torrão para se evitar danos às raízes. Os espaçamentos dos sulcos de plantio ou canteiros são definidos de acordo com a cultivar ou tipo de pimenta, região de plantio ou ciclo da cultura (Tabela 1). Em regiões de inverno rigoroso, a cultura é eliminada em meados de abril- maio, com aproximadamente 150 dias de ciclo. O mesmo acontece com as culturas de pimenta destinadas à industrialização para páprica, quando o campo é eliminado após 2 a 3 colheitas. Em regiões onde o ciclo da cultura pode ser prolongado por até um ano, é necessário garantir espaço adequado para crescimento vegetativo da pimenteira. Tabela 1. Informações sobre espaçamentos, época de plantio e ciclo dos principais tipos de pimentas em diferentes regiões do país . Região Tipo de Pimenta Esp açamento (m x m) Estan de (nº plantas /ha) Épo ca da sem eadura Ciclo da cultura São Paulo ‘Dedo-de- Moça’ 1,50 x 1,00 6.500 deze mbro a janei ro 12 meses Goiás e DF ‘De Cheiro' 'Bode', 'Cumari do Pará' 1,20 x 0,80 10.400 nove mbro a janei ro 12 meses ‘‘Malagueta’ ’ 1,50 x 1,00 6.500 nove mbro a janei ro 12 meses Catalão- GO ‘Jalapeño’ 1,00 x 0,33 30.000 feve reiro a mar ço 6 a 7 meses Paraopeb a - MG 'Malagueta' 1,00 x 0,80 12.500 deze mbro 12 meses Pelotas - RS ‘Dedo-de- Moça’ 0,80 x 0,50 25.000 agos to 8 meses Ceará ‘Tabasco’ 8. TRATOS CULTURAIS Durante o ciclo da pimenteira devem ser realizadas várias práticas culturais, tais como irrigação, manejo, controle de insetos, pragas e patógenos, adubação de cobertura, desbrota, tutoramento e ‘mulching’. As plantas de pimentão são tutoradas tanto no sistema de cultivo protegido como em campo aberto. As hastes lenhosas da maioria dos tipos de pimenta dispensam tutoramento e desbrota. Entretanto, caso apareçam brotações na haste principal abaixo da primeira bifurcação , elas podem ser retiradas. Em locais de ventos fortes, pode ocorrer a necessidade de se fazer tutoramento da planta (colocando-se uma estaca de madeira ou bambu junto à planta) ou o plantio de quebra-vento em voltado campo(capim-elefante, milho, cana-de-açúcar). Para se evitar o aparecimento de plantas invasoras, a ocorrência de doenças de solo, manter a temperatura do solo e reduzir a evaporação da água do solo, pode-se colocar um filme de plástico de cor negra (‘mulching’) ou dupla-face, ou seja, negro de um lado e branco e outro. Neste caso, o lado branco deve ficar para cima para refletir a radiação, e assim evitar o aquecimento do solo. A colocação do filme pode ser feita antes ou após o transplante 9. IRRIGAÇÃO A produção de pimentas em regiões com chuvas regulares e abundantes pode ser realizada sem o uso da irrigação. Todavia, em regiões com precipitação mal distribuída ou deficitária, o uso da irrigação é decisivo para a obtenção de altos rendimentos em cultivos comerciais. A deficiência de água, especialmente durante os estádios de floração e pagamento de frutos, reduz a produtividade em decorrência da queda de flores e abortamento de frutos. Todavia, plantas de pimenta submetidas a deficiência moderada de água no solo produzem frutos mais pungentes, com maior teor de sólidos solúveis e de matéria seca. O excesso de água no solo também pode comprometer a produção de pimentas. Irrigações excessivas, principalmente em solos de drenagem deficitária, prejudica a aeração do solo e favorece o desenvolvimento de várias doenças de solo, como a causada por Phytophhtora capsici. A produtividade, a qualidade de frutos e a ocorrência de doenças também podem ser afetadas pela forma com que a água é aplicada às plantas, ou seja, pelo método de irrigação utilizado. Assim, o suprimento de água às plantas no momento oportuno e na quantidade correta, além da forma que a água é aplicada às plantas, é decisivo para o sucesso da cultura. Alguns problemas frequentemente observados, relacionados ao manejo inadequado da irrigação e à utilização de sistemas de irrigação não apropriados, são: baixa eficiência nouso de água, de energia e de nutrientes, maior incidência de doenças fúngicas e bacterianas, baixa produtividade e redução na qualidade de pimentas (pungência, coloração, etc.) NECESSIDADE DE ÁGUA DA CULTURA A necessidade total de água da cultura de pimentas é variável, pois além das condições climáticas, depende grandemente da duração do ciclo de desenvolvimento de cada cultivar. Em termos gerais, varia de 500 a 800mm, podendo ultrapassar os 1.000mm para cultivares de ciclo longo. A necessidade diária de água, também chamada de evapotranspiração da cultura, engloba a quantidade de água transpirada pelas plantas mais a água evaporada do solo, sendo expressa em mm/dia, varia de 4 a 10mm/dia no pico de demanda da cultura. A cultura da pimenta apresenta quatro estádios distintos de desenvolvimento com relação às necessidades hídricas. A duração de cada estádio depende da cultivar, condições edafoclimáticas e sistema de cultivo. Estádio Inicial O estádio inicial de estabelecimento da cultura, no caso de semeio direto no campo, vai da semeadura até as plantas atingirem 4 a 6 folhas definitivas. Para o plantio por mudas, este estádio ocorre 5 a 10 dias após o transplante. A deficiência de água pode prejudicar a germinação de sementes e o pagamento de mudas, comprometendo o estande e a produtividade. Irrigações em excesso, tanto neste quanto nos estádios subsequentes, favorecem a maior incidência de doenças de solo. Da semeadura até a emergência de plântulas, as irrigações devem ser leves e frequentes procurando manter a umidade da camada superficial do solo (0 a 15cm) próxima à capacidade de campo. Neste estádio, o turno de rega médio varia de 1 a 4 dias, dependendo do tipo de solo e condições climáticas. Em solos arenosos e sob condições de alta temperatura e baixa umidade relativa do ar, por exemplo, as irrigações devem ser diárias. Sob condições climáticas extremas, podem ser necessários vários parcelamentos diários da irrigação por gotejamento. No caso de transplante de mudas, o solo deve ser previamente irrigado, realizando uma segunda irrigação imediatamente a seguir. Daí até o estabelecimento das mudas, as irrigações devem ser realizadas a cada um a dois dias; em solos arenosos pode ser necessária mais de uma irrigação por dia. A primeira irrigação, realizada antes do plantio ou do transplante, deve ser suficiente para elevar a umidade do solo até a capacidade de campo nos primeiros 30cm do solo. A lâmina de água a ser aplicada, dependendo do tipo e da umidade inicial do solo, varia de 15 a 25mm para solos de textura grossa e de 30 a 50mm para os de texturas média ou fina. Estádio Vegetativo Compreende o período entre o estabelecimento inicial das plantas e o florescimento pleno. Limitações no desenvolvimento vegetativo das plantas, resultantes da ocorrência de déficit hídricos moderados, têm pequeno efeito na produção desde que o suprimento de água no estádio reprodutivo (floração e frutificação) seja adequado. Ademais, deficiência moderada de água favorece maior desenvolvimento em profundidade do sistema radicular das plantas. Irrigações excessivas, principalmente por aspersão, tanto neste quanto nos estádios seguintes, favorecem a maior ocorrência de doenças fúngicas e bacterianas, além de aumentar a lixiviação de nutrientes, especialmente de nitratos. Estádio Reprodutivo Estádio que vai da floração plena até o início da maturação de frutos. É comum, entre os diferentes tipos de pimentas, a ocorrência de um período onde existem flores, pimentas verdes e maduras, o que requer a realização de várias colheitas. Neste caso, o término do estádio reprodutivo deve ser estendido até o início da maturação das pimentas a serem apanhadas na colheita de maior produção. O estádio reprodutivo é o mais crítico em relação à deficiência de água, especialmente durante o florescimento e pagamento de fruto. A deficiência de água favorece a queda de flores e o abortamento de frutos, além de reduzir o tamanho de fruto e favorecer a ocorrência de podridão apical. Irrigações excessivas, em solos com drenagem deficiente, prejudica a aeração do solo e favorece doenças, comprometendo a produtividade e aspectos qualitativos dos frutos. Irrigações frequentes por aspersão devem ser evitadas em condições onde a podridão de frutos e doenças foliares são problemáticas. Estádio de Maturação Período entre o início da maturação de frutos e a última colheita. É o estádio menos sensível à deficiência de água no solo. Irrigações frequentes podem prejudicar a qualidade de frutos e favorecer maior incidência de doenças, principalmente quando realizada por aspersão. Melhor qualidade de frutos, como maior pungência em pimentas picantes, maior teor de sólidos solúveis em pimentas para molho líquido, maior teor de matéria seca e melhor coloração em pimentas para páprica e maior concentração na maturação, pode ser obtida submetendo as plantas a níveis moderados de deficiência de água no solo, por meio da adoção de turnos de rega mais espaçados que no estádio reprodutivo e/ou da antecipação do final das irrigações. Tabela 1. Eficiência de irrigação, custo inicial, uso de energia e mão-de-obra para diferentes sistemas de irrigação. Sistema Eficiênc ia1 (%) Custo (R$/h a) Energia 2 (kWh/ mm/ha) Mão-de- obra (h/ha/ irrigação ) Sulcos 40 - 70 800 - 1.500 0,3 - 3,0 1,0 - 4,0 Convencional portátil 60 - 75 1.000 - 2.000 3,0 - 6,0 1,5 - 3,0 Convencionalsemi-portátil 60 - 75 1.500 – 2.500 3,0 - 6,0 0,7 – 2,5 Convencional permanente 70 - 85 3.000 - 5.000 3,0 - 6,0 0,2 - 0,5 Autopropelido 60 - 70 3.000 - 5.000 6,0 - 9,0 0,5 - 1,0 Pivô central 75 - 90 3.000 - 5.000 2,0 - 6,0 0,1 - 0,7 Gotejamento 75 - 95 3.000 - 5.000 1,0 - 4,0 0,1 - 0,3 10. PLANTAS DANINHAS A interferência das plantas daninhas reduz a produtividade e qualidade dos frutos. Portanto, é necessário controlar as plantas daninhas, pelo menos durante o período crítico (cerca de dois terços do ciclo da cultura), ou seja, até que a cultura cubra suficientemente a superfície do solo, e não sofra mais interferência negativa delas. A necessidade de controle depende do grau de infestação e agressividade das plantas daninhas. As plantas daninhas interferem diretamente no desenvolvimento da pimenta, competindo por água, nutrientes, luz e liberando substâncias aleloquímicas, que afetam a germinação e o crescimento da pimenteira. O grau de competição que uma planta sofre depende da cultura (espécie, variedade/cultivar, densidade e espaçamento de plantio) e da população de plantas daninhas (espécie, densidade, distribuição e duração do período de competição). Esses fatores podem ser modificados pelas condições edáficas (tipo, textura, fertilidade e umidade do solo), climáticas e práticas culturais (rotação e consórcio de cultivos). O espaçamento e a densidade de plantio são fatores importantes no balanço competitivo, pois influenciam a precocidade e a intensidade do sombreamento promovido pela cultura. Plantios mais densos dificultam o desenvolvimento das plantas daninhas, as quais têm que competir mais intensamente com a cultura na utilização dos fatores de produção. Após o PCI até o final do ciclo (Figura 1, fases G-I), as plantas daninhas não interferem significativamente na produtividade, mas podem amadurecer e aumentar o banco de sementes no solo, bem como servir de hospedeiros de insetos-pragas, fitopatógenose nematóides, além de dificultar e onerar a colheita. Com a introdução da mosca-branca, que utiliza as plantas daninhas como hospedeiros, fonte de alimento e reprodução, a incidência de viroses na cultura tem crescido muito, reforçando a necessidade de adotar programas de manejo integrado de plantas daninhas. ANVISA: Sistema de Informações sobre Agrotóxicos. <http://www4.anvisa.gov.br/AGROISA/asp/frm_pesquisa_agrotoxico.asp>. As técnicas de manejo integrado de plantas daninhas são prevenção, erradicação e controle. A prevenção consiste em se evitar a introdução e/ou disseminação de sementes ou qualquer propágulo vegetativo de plantas daninhas em áreas não infestadas (Figura 1, fases C-I). As medidas de prevenção e controle devem ser eficientes de forma a prevenir o aumento do banco de sementes ou propágulos vegetativos no solo, evitando que plantas daninhas cresçam e amadureçam suas sementes em áreas limítrofes, além de hospedarem insetos-praga e patógenos, são fontes para outras infestações dentro ou fora das áreas cultivadas. As plantas daninhas podem ser distribuídas pelo vento, água, máquinas e implementos, matéria orgânica, animais e por meio do plantio de mudas com torrão e lotes de sementes de hortaliças que contenham misturas de sementes de plantas daninhas. Fundamentalmente, a introdução e a disseminação das plantas daninhas nas áreas agrícolas são evitadas quando os mecanismos de disseminação delas são rigorosamente observados. Erradicação é a eliminação de todas as estruturas de propagação de uma planta daninha de determinada área. Ela é, normalmente usada em áreas pequenas e recentemente infestada. Inspeções dos campos devem ser realizadas regularmente (Figura 1, fases C-I) para identificar focos iniciais e adotar medidas de controle dirigido de forma a erradicá-las. Muitas vezes a remoção mecânica é recomendada para eliminar plantas daninhas tolerantes ou resistentes a determinados herbicidas. O produtor deve ficar atento ao aparecimento de espécies novas (como por exemplo: a parasita Cuscuta spp.), devendo eliminá-las antes que produzam e disseminem suas sementes. controle é a supressão das plantas daninhas até um limiar de dano econômico, ou seja, até atingir um nível de controle onde a planta daninha remanescente não interfira significativamente na produtividade biológica da cultura (Figura 1, fases C-F). Esta é a prática de manejo mais comumente usada quando a planta daninha já está estabelecida. O controle e pode ser feito por meio de métodos culturais, mecânicos, químico (manejo direto, dirigido não seletivo) ou de forma integrada (Figura 1). A eficiência do controle dependerá do grau de infestação e agressividade das espécies de plantas daninhas, época do controle, estágio de desenvolvimento das plantas, condições climáticas, tipo de solo, disponibilidade de herbicidas, de mão-de- obra e de equipamentos e conhecimento da interação entre as plantas de pimenta e das plantas daninhas. 11. DOENÇAS Doenças de plantas são anormalidades provocadas geralmente por microrganismos, como bactérias, fungos, nematoides e vírus, mas podem ainda ser causadas por falta ou excesso de fatores essenciais para o crescimento das plantas, tais como nutrientes, água e luz. Neste caso, são também conhecidas como distúrbios fisiológicos. Várias são as medidas que podem ser adotadas para evitar a ocorrência de doenças em plantas ou mesmo reduzir seu impacto no produto comercial. A observação harmoniosa de um conjunto de medidas de controle, também conhecido como controle integrado, tem como objetivo principal a redução da necessidade do uso de agrotóxicos. Para que as doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja, que a planta não esteja sujeita a estresses provocados por fatores diversos, tais como época de plantio desfavorável, adubação desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com plantas daninhas e o uso de cultivares não adaptadas ao clima. Dentre estes fatores, deve ser dada atenção especial ao tipo de solo e modo de irrigação. Plantas de pimenta são muito sensíveis a solos encharcados e morrem prematuramente por esta causa. O controle de doenças de plantas é, mais que tudo, ‘medicina preventiva’, ou seja, a estrita observação de medidas que devem ser adotadas antes mesmo do plantio. A seguir, são mencionadas algumas medidas para evitar o aparecimento de doenças ou reduzir seu efeito: 1.Plantar sementes de boa qualidade, adquiridas de firmas idôneas. Em caso de produção própria, devem ser escolhidas as plantas saudáveis para se retirar sementes. Muitas doenças das pimentas são transmitidas pela semente; 2.Preferir variedades bem adaptadas ao clima local e à época de plantio, e que tenham resistência às principais doenças que ocorrem na região. Estas informações podem ser obtidas em catálogos de empresas de sementes; 3.Escolher para instalação da cultura uma área bem ventilada, que não tenha histórico de plantio recente com solanáceas (pimentão, tomate, berinjela, jiló), com solo bem drenado, não sujeita a empoçamento de água; 4.Fazer uma adubação balanceada, baseada em análise do solo. Falta ou excesso de nutrientes são causas frequentes de distúrbios fisiológicos graves; 5.Produzir ou adquirir mudas sadias. Infecções precoces, provocadas por semente contaminada ou substrato infestado, dificultam sobremaneira a manutenção da sanidade nas plantas adultas. Sementeiras devem ser feitas preferencialmente em telados instalados em locais separados do campo de cultivo, onde as mudas ficam protegidas de vetores de viroses; 6.Evitar o excesso de água na irrigação, pois este é o fator que mais afeta o desenvolvimento de doenças, em especial aquelas associadas ao solo; 7. Usar água de irrigação de boa qualidade, que não tenha sofrido contaminação antes de chegar à propriedade; 8. Controlar os insetos que são vetores de viroses e que provocam ferimentos nas plantas, principalmente nos frutos; 9. Evitar ferimentos à planta durante as operações de amarrio, capinas, irrigação ou outros tratos culturais; 10. Realizar as pulverizações de preferência de forma preventiva, quando as condições climáticas forem favoráveis a uma determinada doença. Após o seu estabelecimento, a maioria das doenças não pode mais ser controlada; 11. Evitar ao máximo o trânsito de pessoas e de máquinas que podem levar estruturas de patógenos de uma área para outra. Em cultivos protegidos, recomenda-se colocar uma caixa com cal virgem na entrada para desinfestação de calçados; 12. Destruir os restos culturais, que normalmente hospedam populações de patógenos e insetos. Esta destruição pode ser feita por enterrio profundo ou queima controlada; 13. Realizar rotação de culturas, de preferência com gramíneas, tais como milho, trigo, arroz, sorgo ou capim. Esta medida é muito importante para o controle de doenças de solo, mais difíceis de serem controladas; 14. Inspecionar a lavoura com frequência para identificar possíveis focos de doença, ainda em seu início. Principais doenças das pimentas As pimentas podem ser atacadas por muitas doenças, que assumem diferentes graus de importância dependendo principalmente da época de plantio. A seguir, são apresentadas as principais doenças das pimentas que ocorrem no Brasil, enfatizando algumas medidas específicas de controle. Doenças causadas por fungos Tombamento Murcha-de-fitóftora Mancha-de-cercóspora Antracnose Oídio Mancha-aveludada Doenças causadas por bactérias Murcha-bacteriana Mancha-bacteriana Talo-ocoDoenças causadas por vírus Doença causadas por nematóides Distúrbios fisiológicos e causados por artrópodes Podridão-apical Clorose-internerval Clorose-das-folhas Fumagina Doenças de pós colheita Doenças causadas por fungos Tombamento - Pythium spp., Phytophthoraspp. e Rhizoctonia solani É uma doença que afeta plantas jovens e ocorre em sementeiras, em copinhos, em bandejas ou em mudas recém transplantadas. É provocada por fungos de solo, que podem também estar presentes na água de irrigação. Com a crescente utilização de bandejas contendo substratos produzidos comercialmente, este problema tem se tornado cada vez menor. Mudas afetadas apresentam escurecimento ou apodrecimento na base do caule, provocando o tombamento da planta. Sob leve pressão, o topo da planta se desprende sem que a raiz seja arrancada. A doença evolui normalmente em reboleiras. Controle · Não fazer a sementeira em solo anteriormente cultivado com solanáceas; · Usar substrato comercial e bandejas de isopor novas ou desinfestadas com água sanitária para a produção de mudas; no caso de se usar saquinhos para produzir as mudas, utilizar solo esterilizado; · Irrigar com moderação, pois os fungos envolvidos no tombamento são favorecidos por alta umidade; · Produzir as mudas em local ventilado, de preferência em casa de vegetação ou telado. A bancada deve ser ripada ou telada, para permitir o escorrimento do excesso da água de irrigação; · Usar água de boa qualidade para irrigação, que não tenha possibilidade de ter sido contaminada até chegar à propriedade. Murcha-de-fitóftora (requeima, podridão-de-fitóftora, pé-preto) - Phytophthora capsici É uma das principais doenças das pimentas no Brasil. Provoca maiores perdas no verão, pois é favorecida por alta temperatura e alta umidade do solo. As plantas afetadas apresentam murcha repentina observada inicialmente nas horas mais quentes do dia. É comum aparecerem várias plantas murchas ao mesmo tempo, em fileiras ou em reboleiras. Poucos dias após o murchamento inicial, a planta morre, ocasião em que pode ser observado um escurecimento na base do caule. Sob alta umidade do ar, pode ocorrer também a infecção de partes aéreas da planta, com manchas escuras e amolecidas nas folhas e no caule. Controle · Usar solo ou substrato esterilizado para produzir mudas; · Evitar plantios em períodos quentes e úmidos do ano; · Plantar em local bem ventilado; · Plantar em solos bem drenados, não sujeitos a encharcamento; · Em época de chuvas, plantar em camalhões, que evitam o acúmulo de água no pé da planta; · Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando fornecer excesso de água à planta;· Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas. As cucurbitáceas (abóbora, moranga, melancia, melão) devem ser evitadas por serem também atacadas pelo patógeno. Mancha-de-cercóspora - Cercospora capsici É uma doença favorecida por temperatura acima de 25 °C e umidade do ar acima de 90%. Plantas com estresse nutricional são mais sensíveis à doença. Pode ser transmitida pelas sementes e pelo vento. Os sintomas ocorrem principalmente nas folhas, na forma de manchas circulares marrons, com o centro cinza claro, que às vezes pode rasgar ou se desprender da lesão, dando um aspecto de folha furada. As manchas podem alcançar um diâmetro superior a um centímetro. As folhas mais velhas podem amarelecer e cair em função do ataque da doença. Controle · Plantar sementes de boa qualidade, adquirida de firma idônea, ou mudas comprovadamente sadias; · Evitar o plantio próximo a culturas velhas; · Pulverizar preventivamente com fungicidas registrados para a cultura; · Adubar corretamente a plantação, com base em análise de solo; · Fazer um bom manejo da irrigação, evitando aplicar excesso de água, adotando-se o sistema de gotejamento; · Evitar plantios em épocas com alta intensidade de chuva, especialmente quando a temperatura for alta; · Eliminar os restos de cultura logo após a última colheita; · Fazer rotação de culturas por, pelo menos, um ano. Antracnose (Colletrotrichum spp.) Sua importância é reconhecida quase que exclusivamente pelas lesões que provoca em frutos, em campo ou após a colheita. É mais problemática em cultivos de verão, quando ocorrem temperatura e umidade altas. O patógeno é disseminado por sementes infectadas e por respingos de água de chuva ou irrigação. A doença se inicia como pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente e podem atingir todo fruto. Sob alta umidade, o centro das lesões fica recoberto por uma camada cor-de-rosa, formada por esporos do fungo. Os frutos atacados não caem e as lesões permanecem firmes, a não ser que haja invasão de organismos secundários que aceleram a sua deterioração. Controle · Fazer o plantio menos adensado em época favorável à doença, para permitir melhor ventilação entre as plantas; · Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando excesso de água. A irrigação por gotejamento, por não provocar o molhamento da parte aérea, reduz drasticamente a chance de aparecimento da doença; · Pulverizar preventivamente a cultura no início de frutificação com fungicidas registrados; · Destruir os restos culturais imediatamente após a última colheita; · Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas. Oídio - Oidiopsis taurica Ataca com maior intensidade os cultivos irrigados por gotejamento. Inicialmente, são observadas manchas cloróticas na superfície superior das folhas. Sob condições favoráveis à doença, estas manchas tornam-se necróticas ou com muitas pontuações negras, com formato pouco definido. A superfície inferior da folha fica recoberta com estruturas esbranquiçadas do fungo, podendo levar a uma clorose geral da folha. Entretanto, pode ocorrer clorose e necrose sem que se perceba claramente o ‘pó branco’, dificultando o diagnóstico da doença. Folhas muito atacadas podem cair, e os frutos não são atacados pela doença. Controle · Evitar plantar nas proximidades de plantas velhas de pimentão ou tomate; · Adubar corretamente as plantas, de acordo com análise do solo; · Fazer irrigação por aspersão, levando-se em conta que esta técnica pode intensificar o ataque de outras doenças; · Pulverizar preventivamente com fungicidas registrados; · Destruir os restos culturais logo após a última colheita. Mancha-aveludada - Phaeoramularia sp. Ocorre esporadicamente em algumas regiões do Brasil. Pode causar algum dano à planta somente em condição de alta umidade e alta temperatura, principalmente em locais sombreados. Os sintomas consistem inicialmente de manchas cloróticas arredondadas na superfície superior da folha. Com o desenvolvimento da doença, na parte inferior da folha surgem lesões acinzentadas devido à presença de esporos do fungo. As folhas velhas são as mais atacadas e podem cair sob alta infestação. Os frutos não apresentam sintomas desta doença. Controle · Fazer rotação de culturas, preferencialmente com gramíneas; · Evitar plantios em áreas pouco ventiladas; · Não plantar próximo a cultivos velhos de pimentão; · Adubar a planta com base em análise de solo; · Manejar a irrigação, evitando-se excesso de água. Doenças causadas por bactérias Murcha-bacteriana (murchadeira) - Ralstonia solanacearum Causa perdas em pimentas somente quando a temperatura e a umidade são muito altas, situação que é frequente em regiões Norte e Nordeste do Brasil e ainda em alguns polos de produção de terras baixas na Região Sudeste. A bactéria não é transmitida pela semente, mas pode ser introduzida em um campo através de mudas infectadas, água contaminada e solo infestadoaderido a máquinas agrícolas. Plantas afetadas podem não murchar, e apresentar apenas uma redução em crescimento. Quando murcham, os sintomas aparecem inicialmente nas horas mais quentes do dia. As folhas novas murcham primeiro, às vezes de um só lado da planta. O tecido exposto pelo descascamento da base do caule de planta murcha fica amarronzado. Na maioria das vezes, a doença só é percebida a partir do início da frutificação. Controle · Escolher a área de plantio, que não deve ter histórico da doença em solanáceas ou em outras hospedeiras de R. solanacearum; · Evitar a contaminação do solo através de pessoal e máquinas que transitam por áreas contaminadas; · Plantar em solos com boa drenagem, não sujeitos a encharcamento; · Plantar nas épocas menos quentes do ano; · Não irrigar em excesso; · Evitar ferimentos nas raízes e na base da planta; · Arrancar, colocar em saco de plástico e retirar do campo as plantas com sintomas iniciais de murcha, espalhando aproximadamente 100 gramas de cal virgem na superfície da cova vazia; · Evitar o uso de plástico preto como cobertura do solo durante o verão, porque mantém a temperatura e a umidade do solo excessivamente elevadas. Observação: O controle químico não é economicamente viável. As cultivares disponíveis não apresentam níveis satisfatórios de resistência. Mancha-bacteriana (pústula-bacteriana) - Xanthomonas campestris pv. vesicatoria É comum em locais onde prevalecem altas temperatura e umidade, como no período de verão. Chuvas de vento seguidas de nebulosidade prolongada favorecem a disseminação, a penetração e a multiplicação da bactéria, resultando em ataques severos da doença. Os sintomas mais visíveis aparecem em plantas adultas. As folhas mais velhas são as mais atacadas e apresentam lesões de formato irregular, de cor verde-escura e com aspecto encharcado. Sob condições favoráveis à doença, as lesões formam manchas grandes e com aspecto ‘melado’ nas folhas. As folhas atacadas amarelecem e caem, sendo esta uma das características mais marcantes da doença. A desfolha provocada pela doença ocorre de baixo para cima. Nos frutos, a bactéria causa manchas similares a verrugas, inicialmente esbranquiçadas e depois com os centros escurecidos. Controle · Plantar sementes e mudas isentas do patógeno, produzidas por firmas idôneas; · Evitar plantios em épocas quentes e sujeitas a chuvas frequentes; · Não usar sementes provenientes de lavouras em que houve ocorrência da doença; · Não irrigar em excesso, principalmente por aspersão; · Pulverizar preventivamente com fungicidas cúpricos, que também têm ação bactericida; · Destruir os restos culturais logo após a última colheita; · Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas. Talo-oco (podridão-mole) - Erwinia spp. Causa prejuízos somente em cultivos conduzidos sob alta temperatura e alta umidade. Nesta condição, caules e frutos com injúrias mecânicas ou provocadas por insetos, apodrecem rapidamente. Os pontos da planta mais sensíveis ao ataque inicial da doença são aqueles onde há um acúmulo de água, como as bifurcações do caule e a região peduncular dos frutos. O caule afetado escurece e seca devido ao apodrecimento da medula. Nos frutos, o ataque ocorre principalmente a partir de ferimentos causados por insetos. Após a colheita, a bactéria pode iniciar o apodrecimento mole em frutos contaminados externamente por ferimentos resultantes do manuseio inadequado durante a colheita, transporte e comercialização. Controle · Evitar plantio em locais muito úmidos, especialmente durante o verão; · Evitar o excesso de água na irrigação; · Evitar ferimentos na planta durante os tratos culturais e nos frutos na colheita, transporte e comercialização; · Adubar corretamente a cultura, de acordo com a análise do solo. O excesso de nitrogênio promove crescimento exagerado da folhagem, formando um ambiente favorável à doença; · Pulverizar com fungicidas cúpricos, principalmente quando houver ferimentos nas plantas, como após amarrio, desbrota ou a ocorrência de granizo; · Controlar insetos que provocam ferimentos nos frutos; · Após a colheita, manter os frutos secos e em local bem ventilado. Doenças causadas por vírus Vários vírus podem atacar os pimentais, como os tospovirus (vírus do vira-cabeça), transmitidos por algumas espécies de tripes, e os potyvirus (mosaicos), transmitidos por pulgões. Os sintomas são muito variáveis, dependendo da espécie e da variedade de pimenta, da espécie do vírus, do grau de virulência da estirpe do vírus, da época em que a planta foi infectada e das condições ambientais, principalmente da temperatura. A planta infectada normalmente tem o seu desenvolvimento retardado. As folhas mais novas ficam pequenas, deformadas e apresentam diferentes tonalidades de verde e amarelo, com pontuações necróticas, algumas vezes com pequenos anéis concêntricos. Nos frutos, também ocorrem deformações, mosaico, necrose e anéis, estes normalmente de tamanho maior que nas folhas. Na maioria das vezes, não é possível diagnosticar as espécies de vírus envolvidas, através dos sintomas, sendo necessários testes em laboratório. Controle · As medidas de controle de vírus são preventivas e devem ser seguidas por todos os produtores de uma região; · Medidas de higienização têm um efeito considerável na redução da incidência da doença: eliminar campos abandonados, erradicar plantas com sintomas no plantio quando a incidência for baixa, manter o campo e arredores livres de plantas daninhas; · Produzir mudas em local protegido de insetos vetores, afastado dos campos de produção e pulverizando-as periodicamente para evitar que se infectem precocemente; · Plantar as mudas no maior estádio de desenvolvimento possível, de modo a retardar as infecções precoces em campo pelo vetor; · Pulverizar contra o vetor somente nos primeiros dias após o transplante; · Plantar cultivares resistentes. Embora na atualidade praticamente não existam cultivares resistentes disponíveis, deve-se consultar as companhias de semente para novas cultivares com esta característica. Doença causadas por nematóides Nematóide-das-galhas - Meloidogyne incognita Ocorre com maior intensidade durante o período mais quente do ano. A doença é mais severa em solos arenosos. Pode se tornar limitante quando se planta pimenta sucessivamente na mesma área ou quando se faz rotação com outra cultura suscetível, como feijão de vagem, quiabo e tomate. A doença se manifesta normalmente em reboleiras. As plantas afetadas apresentam sintomas que sugerem a deficiência de água e de nutrientes, ou seja, desenvolvimento abaixo do normal, amarelecimento das folhas e murchamente. Estes sintomas se devem à formação de galhas (engrossamentos) e apodrecimento das raízes, que perdem a capacidade normal de absorver água e nutrientes do solo. Controle · Evitar os plantios em períodos quentes do ano, principalmente em terrenos sabidamente infestados; · Plantar em terreno sem o histórico da doença, ou seja, que não tenha sido plantado anteriormente com espécies suscetíveis; · Plantar mudas de boa qualidade, que não estejam infectadas pelo patógeno; · Fazer rotação de culturas com gramíneas; · Utilizar matéria orgânica no plantio, que favorece microrganismos antagônicos aos nematoides. Distúrbios fisiológicos e causados por artrópodes Podridão-apical - Deficiência de cálcio É causada pela deficiência de cálcio durante o desenvolvimento dos frutos. Ocorre em solos com baixo teor de cálcio ou em condições que dificultam a sua absorção, como irrigação deficiente e danos às raízes. A lesão inicia-se como uma área encharcadana região apical-lateral do fruto. À medida que o fruto cresce, a parte afetada vai se tornando amarronzada, endurecida, ressecada e deprimida, sendo comum o crescimento de fungos secundários na sua superfície. Frutos com podridão-apical amadurecem precocemente. Controle · Fazer adubação balanceada, baseada em análise do solo; · Manter as plantas bem irrigadas, evitando períodos com falta ou excesso de água. Clorose-internerval - Deficiência de magnésio Raramente ocorre em plantios bem conduzidos, quando a adubação é feita baseada em análise do solo. A calagem feita com calcário dolomítico normalmente evita este distúrbio porque contém magnésio. Os sintomas são mais visíveis após o início de frutificação, pois o magnésio é translocado para os frutos em desenvolvimento. As folhas mais velhas são as mais afetadas. O sintoma típico é a clorose entre as nervuras. Controle · Adubar corretamente as plantas, de acordo com análise do solo; · Controlar a água de irrigação, evitando falta ou excesso; · Utilizar calcário dolomítico na correção de acidez do solo; · Pulverizar com sulfato de magnésio na dosagem de 1,5%. Clorose-das-folhas - Deficiência de nitrogênio É de rara ocorrência em cultivos bem conduzidos, adubados corretamente. Como no caso do magnésio, deve-se levar em conta que este distúrbio pode ser devido a problemas fisiológicos ou patológicos no sistema radicular, que afetam a absorção de nutrientes pela planta, ou com o esgotamento deste nutriente em plantas com longo ciclo produtivo. Toda a folhagem fica amarelecida e a planta apresenta um desenvolvimento lento. A não ser por uma redução de tamanho, não se observam sintomas típicos de deficiência de nitrogênio nos frutos. Controle · Adubar as plantas com base em análise do solo, inclusive em cobertura; · Adotar medidas que mantenham o sistema radicular sadio; · Irrigar corretamente as plantas. Fumagina Ocorrem em consequência da infestação de pulgões, moscas brancas ou cochonilhas, que secretam substância adocicada na superfície de folhas e frutos, onde se desenvolve um fungo de cor escura. Este fungo não infecta nenhum órgão da planta, mas dá um aspecto estranho e desagradável e pode afetar a capacidade de fotossíntese. O nome da doença é devido ao aspecto de fuligem na superfície das folhas, ramos e frutos. Controle · Controlar insetos; · Evitar plantios adensados. Doenças de pós-colheita Doenças de pós-colheita em frutos de pimentas são provocadas principalmente pelo fungo Colletotrichum spp. (antracnose) e pela bactéria Erwinia spp. (podridão-mole) em períodos de alta umidade e no verão. As duas doenças podem provocar perdas significativas porque os frutos doentes são descartados durante a comercialização. Os fungos Geotrichum sp, e Rhizopus sp. Também podem causar podridão nos frutos principalmente após a ocorrência de ferimentos e danos mecânicos. O pedúnculo dos frutos pode ser atacado por fungos, como Alternaria alternata, Fusariumspp, e Cladosporium fulvum, e bactérias como Erwinia sp, comprometendo a qualidade visual dos frutos. Controle . Garantir, através de medidas de controle químico e/ou cultural, a sanidade dos frutos no período que antecede a colheita (caso seja feito o controle químico, o período de carência dos produtos deve ser rigorosamente observado); Colher os frutos quando estes estiverem secos; Colher, selecionar e transportar os frutos de maneira que ocorra o mínimo de ferimentos, que são as principais portas de entrada dos patógenos; . Usar contentores apropriados para colheita e transporte, fáceis de serem lavados e desinfestados, e que produzem menos injúrias nos frutos; . Quando os frutos são lavados, somente deve-se acondicioná-los nas embalagens depois que eles estiverem completamente secos; . A água usada para lavar os frutos deve ser isenta de agrotóxicos e de microrganismos; Os frutos comercializados em sacos de plástico, bandejas de isopor recobertas por filme plástico de PVC ou caixas plásticas do tipo ‘PET’, ou outras embalagens fechadas devem ser mantidos sob-refrigeração; Frutos comercializados a granel devem ser expostos em ambiente bem ventilado, evitando bolsões de umidade, onde podem iniciar-se focos de podridões; Frutos podres devem ser eliminados para evitar a contaminação de frutos vizinhos. 12. PRAGAS Vários artrópodes estão associados com pimenteiras desde a sementeira até a colheita dos frutos e a maioria das espécies não causam dano econômico, sendo algumas delas benéficas, pois tratam-se de predadores e parasitóides de outras espécies de insetos. As populações de insetos causam danos diretos ou indiretos às plantas quando fatores climáticos ou condições específicas do agroecossistema favorecem o crescimento destas populações, e aí sim, elas passam a causar danos econômicos que, para serem evitados, necessitam do uso de medidas de controle. A forma mais eficiente e econômica de prevenir os danos causados por insetos e ácaros é através do monitoramento da cultura, de modo que as populações possam ser detectadas no seu início. Isto pode ser feito através da determinação direta do número de insetos sobre as plantas ou de seus danos sobre estas, ou através de outros meios como a utilização de armadilhas adesivas para aprisionamento de moscas, pulgões e tripes, luz para a captura de mariposas ou água utilizada para coleta de pulgões. Com estas informações e outras sobre a biologia e ecologia das espécies pode-se estimar com bom nível de precisão as épocas mais favoráveis para sua ocorrência, frequência e densidade populacional, tipo e importância econômica dos danos causados. Ainda que em nossos sistemas de produção o controle químico, através da aplicação de inseticidas e acaricidas, seja o método empregado mais frequentemente, observa-se que na maioria das vezes esta prática é desnecessária e, portanto antieconômica e danosa aos homens, animais domésticos e ao meio- ambiente. A obediência às recomendações listadas a seguir tornaria mais racional e eficiente o controle de pragas na cultura da pimenteira: 1.O controle de insetos e ácaros deve ser feito de maneira integrada, onde práticas como a destruição de restos culturais, eliminação de plantas hospedeiras silvestres ou voluntárias, rotação de culturas, utilização de cultivares resistentes, utilização de mudas sadias, além de mecanismos que assegurem a presença de inimigos naturais nas áreas cultivadas, sejam combinadas com pulverizações de agrotóxicos seletivos e devidamente registrados para a cultura; 2. Inseticidas e acaricidas jamais devem ser aplicados preventivamente, mas somente ao se notar a presença de danos na cultura ou aumento das populações das pragas; 3. Familiaridade com os equipamentos de pulverização, que devem ser de boa qualidade e sujeitos à manutenção periódica. Principais insetos e ácaros que causam dano à pimenteira Vetores de viroses As principais espécies de vetores de viroses associadas com pimenteira são os pulgões Myzus persicae e Macrosiphum euphorbiaee os tripes Thrips tabaci e Frankliniella shulzei. Ainda que os danos diretos causados por estas espécies sejam de pouca importância, os danos indiretos causados através da inoculação de viroses têm importância econômica. Os pulgões, principalmente da espécie Myzus persicae, transmitem o vírus do mosaico do pimentão, enquanto que o vírus do vira-cabeça é transmitido pelas duas espécies de tripes. Tripes - Thrips tabaci, T. palmi e Frankliniella shulzei Nestas espécies, as formas ápteras têm corpo alongado medindo aproximadamente 1 a 2 mm de comprimento e mostramcoloração branco-hialino ou amarelo-claro. Os insetos podem ser encontrados na face inferior das folhas, brotações, primórdios florais e flores. Os tripes causam danos diretos às plantas pela sucção da seiva. Estes, porém são infinitamente menores do que aqueles produzidos indiretamente através da transmissão do vírus de vira-cabeça do tomateiro. Os tripes adquirem o vírus somente na fase larval, tornando-se capaz de transmiti-lo pelo resto da sua vida. Os sintomas mais comuns de vira-cabeça na cultura da pimenteira são: mosaico amarelo, faixa verde nas nervuras, anéis concêntricos, paralisação do crescimento e deformação dos frutos. As plantas infectadas na sementeira ou logo após o transplantio têm sua produção totalmente comprometida. Quando a contaminação ocorre tardiamente, a produção é menos afetada em quantidade e qualidade. Os insetos, particularmente o T. palmi, causam danos diretos nas plantas, levando a seu ‘enfezamento’ e retardando seu desenvolvimento. As folhas mostram-se ‘lanhadas’, retorcidas, de tamanho reduzido e, sobretudo, disformes. Os frutos apresentam-se com manchas de escurecimento, cicatrizes de vários tipos, deformações diversas e redução de tamanho. As flores sofrem danos diretos que causam abortamento que implica na redução da produção de frutos por planta sendo associada à presença do tripes com a incidência de vírus do vira-cabeça. Controle · Produzir mudas em viveiros construídos em local afastado dos campos de produção e protegido por telas que evitem a entrada dos tripes; · Erradicar plantas hospedeiras nativas, solanáceas silvestres e solanáceas cultivadas voluntárias; · Evitar plantios novos em área adjacente a plantios mais antigos; · Incorporar ou queimar restos culturais; · Se registrado o produto, recomenda-se o uso de inseticida de solo somente na fase de sementeira, além de pulverizações periódicas com produtos de ação sistêmica ou de contato, na sementeira e na fase inicial da cultura; · Intensificar as pulverizações durante os períodos imediatamente anterior e posterior ao transplante, quando as plantas são mais susceptíveis ao vírus. Besouros Diversos coleópteros danificam a pimenteira, como o burrinho, Epicauta suturalis (Coleoptera, Meloidae), crisomelídeos conhecidos como ‘vaquinha’ Diabrotica speciosa (Coleoptera, Chrysomelidae) que são as espécies mais importantes, além de ‘bicudos ou carunchos’ como Helipodus destructor e Faustinus cubae (Coleoptera, Curculionidae). Vaquinha - Diabrotica speciosa Os adultos têm 5-7 mm de comprimento, corpo ovalado e coloração geral verde brilhante, mostrando três manchas amarelo alaranjadas em cada élitro. As fêmeas fazem a postura no solo, próximo ao caule das plantas. As larvas são brancas e possuem no dorso do último segmento abdominal uma placa quitinosa de cor marrom ou preta. Os danos causados pelas larvas às raízes de pimenteira são em geral pouco importantes. Os adultos, contudo, podem produzir injúrias sérias quando se alimentam das folhas, principalmente em plantas nas sementeiras ou recém-transplantadas para o campo. Outros crisomelídeos como Systena tenuis, Epitrix parvula, Symbrotica bruchi e Diabrotica spp. são mencionados na literatura como pragas da pimenteira, principalmente das mudas recém-transplantadas, de cujas folhas se alimentam. Estes insetos perfuram as folhas causando atraso no desenvolvimento ou morte das plantas. Burrinho - Epicauta suturalis Os adultos são besouros polífagos, negros, revestidos de densa pilosidade cinza na cabeça, élitros e patas, medindo 8-17 mm de comprimento. As fêmeas ovipositam geralmente no solo, podendo alcançar 400-500 ovos durante sua existência. Os ovos eclodem após 10 dias, e deles originam-se larvas que são ativas, fortes e predadoras de outros insetos. O adulto é a única fase desta espécie que é prejudicial às plantas, porque se alimenta das folhas, ramos tenros e brotações da pimenteira e outras solanáceas. Controle · Práticas culturais como rotação de culturas, aração e gradagem do solo, pousio e queima dos restos culturais reduzem populações de burrinhos e vaquinhas; Lagarta Rosca - Agrotis ipsilon e Prodenia spp. Estas duas espécies são as mais comuns e os mais importantes tipos de lagartas denominadas ‘roscas’ que são encontradas nas lavouras. São confundidas erroneamente com algumas espécies do gênero Spodoptera, que também têm o hábito de se enroscarem ao serem tocadas. Os adultos da lagarta-rosca são mariposas grandes, de envergadura aproximada de 50 mm de comprimento e apresentam asas anteriores escuras e posteriores brancas ou cinzentas. As fêmeas podem fazer postura de até 1000 ovos, que são depositados em folhas e caules das plantas, isoladamente ou em massas. As lagartas possuem o hábito de cortar as plantas ao nível do solo durante a noite e, durante o dia, as lagartas podem ser encontradas a pouca profundidade do solo, bem próximo às plantas cortadas anteriormente. O prejuízo causado pela lagarta-rosca tem como consequência a redução do número de plantas, sendo que em alguns casos há exigência de replantio em até 50% da área. O período em que este inseto torna-se mais prejudicial à pimenteira é logo após o transplantio, quando as plantas estão em fase de pegamento, o que as tornam mais sensíveis. No entanto, mesmo com o crescimento das plantas e, consequentemente, com o aumento do diâmetro e da dureza do caule, os danos da lagarta-rosca podem ser observados, através do corte dos ponteiros, que são tenros e não oferecem resistência às suas mandíbulas. Por isso, o acompanhamento da cultura é fundamental para se evitar prejuízos em épocas onde o replantio já não é mais viável. Controle · Fazer uma aração profunda três a seis semanas antes do plantio, mantendo neste período a área livre de ervas daninhas e restos culturais; · Após o transplante, procurar manter a cultura limpa, evitando-se o uso de cobertura morta, restos culturais ou restos de capinas na área da cultura, que servem de abrigo para as lagartas, protegendo-as de eventuais predadores ou outras medidas de controle;· Fazer as pulverizações com inseticidas ao entardecer, dirigidas à base e na projeção da copa das plantas. Brocas do ponteiro e dos frutos da pimenteira - Tuta absoluta e Gnorimoschema barsaniella. São insetos de ampla distribuição no Brasil e têm importância econômica em algumas áreas localizadas, onde foram constatadas perdas de até 66% dos frutos. As mariposas são muito pequenas, de cor cinza-escura e cabeça marrom-clara, cujo comprimento pode alcançar até 6 mm. A postura é feita no interior dos botões florais ou extremidade das brotações e ponteiro, isoladamente ou em grupos de dois e três ovos. As larvas alimentam-se do interior das hastes ou ponteiro, perfurando galerias, e também das flores e frutos, onde se alimentam das sementes. Há registro de que uma só larva pode danificar vários frutos, antes de iniciar a fase de pupa no solo. Os orifícios da saída das larvas servem como via de entrada para moscas diversas, as quais ovipositam no interior dos frutos, e cujas larvas favorecem o apodrecimento deles. Geralmente os frutos atacados pela praga desprendem-se das plantas, tão logo é iniciada a maturação e, em certos casos, há formação de uma camada bastante espessa de frutos caídos sob a copa das plantas. Os frutos danificados que conseguem manter-se na planta, mesmo maduros, ou aqueles que são colhidos enquanto colonizados pelas larvas ou moscas, concorrem para a deterioração de partidas inteiras de frutos colhidos e embalados, causando grandes prejuízos. Controle · Destruir os frutos encontrados sob as plantas para se evitar novas infestações;· A aplicação de inseticidas realizadas ao entardecer proporciona eficiente controle destas espécies, podendo reduzir os danos em até 80%; · Não utilizar inseticidas granulados sistêmicos no solo por ocasião do transplante visando o controle deste inseto (esta prática não apresenta bons resultados). Minadores de folhas As espécies Liriomyza huidobrensis, Liriomyza sativae e Liriomyza spp. (Diptera, Agromyzidae) não são pragas em condições naturais ou onde hortaliças não são continuamente pulverizadas com pesticidas devido à ação eficiente de diversos parasitas e predadores. Estas espécies causam danos econômicos quando inseticidas são utilizados exageradamente, ocasionando assim a eliminação de seus inimigos naturais, as vespinhas e formigas. Os adultos são moscas muito pequenas e apresentam coloração geral amarelo- brilhante e parte do tórax de cor preta lustrosa. As fêmeas utilizam o ovipositor para auxiliar a alimentação e postura. A inserção do ovipositor no limbo foliar inicialmente libera o exsudato da planta do qual a fêmea se alimenta. Favorece também a postura e a proteção dos ovos de condições climáticas adversas e de inimigos naturais. Durante seu ciclo de vida as fêmeas colocam 300-700 ovos, viáveis na sua maioria. Mosca-do-mediterrâneo A mosca-do-mediterrâneo Ceratitis capitataé praga de diversas fruteiras e em geral está associada à cultura do pimenta a partir do início da frutificação. Os ovos são colocados diretamente sobre os frutos e as larvas se alimentam de sementes e da polpa de frutos verdes e pequenos, até frutos grandes e maduros sendo comum encontrar até 12 larvas por fruto. A pupação ocorre em geral no solo. Frutos danificados pela mosca-do-mediterrâneo podem ser aproveitados para produção de páprica, pois não caem das plantas, desde que não contaminados por bactérias. Perdas atribuídas à associação do inseto com a bactéria são estimadas entre 12-18%. Controle · Usar armadilhas tipo Jackson com isca de feromônio sexual Trimedilure; · Utilizar isca tóxica com uma mistura de substância atrativa, como proteína hidrolisada 5% ou melaço 10%, com inseticidas. Ácaros Os ácaros geralmente causam prejuízos em duas situações: (1) a combinação de fatores climáticos como a alta temperatura, baixa umidade e ausência de chuvas favorecem o crescimento populacional; (2) o desequilíbrio ambiental provocado pelo uso constante de inseticidas e fungicidas nas lavouras, que favorecem o crescimento populacional da praga. As espécies economicamente mais importantes são o ácaro rajado Tetranyuchus urticae e os ácaros vermelhos T. evansi e T. marianae(Acarina, Tetranychidae); o ácaro branco Polyphagotarsonemus latus (Acarina, Tarsonemidae) e ácaro plano Brevipalpus phoenicis (Acarina, Tenuipalpidae). Por serem muito pequenos, difíceis de se ver a olho nu, uma das maneiras de identificar a espécie é através da descrição da sintomatologia dos danos. O ácaro-rajado apresenta-se nas cores branca, verde, alaranjada e vermelha, e tem duas manchas pretas em seu dorso. O ácaro-vermelho possui coloração vermelha muito intensa, que o distingue facilmente dos outros ácaros. Ambos localizam-se na face inferior das folhasindependente da idade destas, causando danos caracterizados pelos seguintes sintomas: 1) clorose generalizada das folhas, sendo que as nervuras mantêm-se mais verdes; 2) aparecimento de teia envolvendo uma ou mais folhas; 3) queda acentuada das folhas e morte das plantas. O ácaro-branco localiza- se preferencialmente na parte apical das plantas, nos brotos terminais. Seus danos tornam as folhas endurecidas (‘coriáceas’), com os bordos recurvados ventralmente e de coloração bronzeada. O ácaro-plano localiza-se nas hastes e folhas mais tenras da planta e têm coloração amarelada. As plantas podem apresentar aparência bronzeada ou manchas cloróticas nas folhas. Controle . É feito através da aplicação de acaricidas específicos (ácaros vermelho, rajado e branco) ou enxofre, no caso do ácaro plano. Percevejos e cochonilhas Algumas espécies de percevejos como Acroleucus coxalis (Hemiptera Lygaeidae), Phthia picta e Corecoris fuscus (Hemiptera, Coreidae), Corythaica cyathicollis, C. monacha e C. passiflora (Hemiptera, Tingidae); e as espécies de cochonilhas Orthezia insignis e O. praelonga (Homoptera, Coccidae), eventualmente causam danos à pimenteira. Controle . As aplicações de inseticidas para o controle de outras pragas de importância mantêm as populações de percevejos e cochonilhas abaixo do nível de dano econômico. 13. COLHEITA As pimentas apresentam diferentes pontos de colheita, de acordo com cada tipo, região de cultivo e época do ano. O ciclo da cultura e o período de colheita são afetados diretamente pelas condições climáticas e pelos tratos culturais, como adubação, irrigação, incidência de pragas e doenças, e a adoção de medidas de controle fitossanitário. De uma maneira geral, as primeiras colheitas são feitas a partir de 90 dias após a semeadura para as pimentas mais precoces, como a ‘Murupi’, e após 120 dias para as mais tardias. O ponto de colheita ideal das pimentas é determinado visualmente, quando os frutos atingem o tamanho máximo de crescimento e o formato típico de cada espécie, com a cor específica demandada pelo mercado: verde para a pimenta ‘Cambuci’; vermelho para a ‘Malagueta’; amarela ou vermelha para a pimenta ‘Bode’; verde-claro para a ‘De Cheiro’; amarela para a ‘Cumari do Pará’; e amarelo-claro para a ‘Murupi’. As pimentas são mais difíceis de serem colhidas quando comparadas com pimentão devido ao menor tamanho dos frutos e a arquitetura da planta, principalmente aquelas de menor porte e com maior número de galhos. Para efetuar a colheita das pimentas com plantas de porte mais baixo, como a ‘Cumari do Pará’ e ‘Malagueta’, é necessário que os apanhadores fiquem agachados ou curvados, enquanto para aquelas pimentas com plantas mais altas, como a ‘Bode’, é possível fazer a colheita em pé, em uma posição mais confortável. A posição dos frutos das pimentas, seu tamanho e a resistência do pedúnculo também interferem na velocidade da colheita. As pimentas ‘Bode’ e ‘Dedo-de-Moça’ possuem frutos maiores e são mais fáceis de apanhar, sendo possível colher até 60kg/dia/operário, enquanto as pimentas ‘Malagueta’ e ‘Cumari do Pará’ possuem frutos menores, o que reduz a velocidade da colheita (aproximadamente 10kg/dia/operário). As pimentas são colhidas manualmente, arrancando-se os frutos das plantas com ou sem os pedúnculos, dependendo do tipo de pimenta e o uso do produto. Cada colhedor utiliza um recipiente pequeno, como uma lata, prato ou bolsa para recolher os frutos das plantas. Um recipiente adequado para a colheita das pimentas pode ser feito a partir de garrafas plásticas de refrigerante de 2L do tipo ‘PET’, cortando-se o terço superior da garrafa e colocando-se um cordão em duas extremidades laterais para pendurar no pescoço. Além de ser um recipiente barato e fácil de ser feito, o operário fica com as duas mãos livres para executar a colheita, sendo possível segurar os ramos e destacar os frutos sem quebrar a planta. Depois de cheios, estes recipientes são vertidos em baldes ou latas maiores (5-10L) ou então em caixas localizadas estrategicamente próximas do local de colheita. Quando as pimentas são destinadas especificamente para a indústria de conservas e molhos, podem ser apanhadas sem o pedúnculo diretamente no campo. Para aquelas pimentas com maior resistência do pedúnculo, como a ‘Bode’ e a ‘Dedo de Moça’, às vezes é necessária uma operação adicional no galpão de beneficiamento para retirar completamente o pedúnculo
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