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O Cultivo da Pimenta.pdf

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
CAMPUS BELO JARDIM – PERNAMBUCO 
CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO – 2º ANO “B” 
 
 
 
 
 
O CULTIVO DA PIMENTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO JARDIM – PE 
2017 
EMANUEL ISAQUE CORDEIRO DA SILVA 
GISELLE DA SILVA SOARES 
RENATA MORAES DE AMORIM 
RIQUELME ALEXANDRE DA COSTA 
WESLLEY NATÃ CALUMBY 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O CULTIVO DA PIMENTA 
 
 
 
 
 
 O seguinte trabalho tem como objetivo, ser apresentado e 
examinado pelo professor D. Sc. Fernando Ferreira da Cunha Filho, 
para as atribuições legais acerca da nota bimestral da IV unidade da 
disciplina de Olericultura. Seguem-se os parâmetros educacionais 
legais em relação ao trabalho em espécie de relatório em ideologia do 
que se foi pedido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BELO JARDIM – PE 
2017 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
2. ORIGEM HISTÓRICA 
3. BOTANICA E CULTIVARES 
3.1. PIMENTA MALAGUETA 
3.2. PIMENTA DEDO DE MOÇA 
3.3. PIMENTA CUMARI 
3.4. PIMENTA DE CHEIRO E DE BODE 
3.5. PIMENTA DOCE 
4. SOLO 
5. CLIMA 
5.1. CULTIVO PROTEGIDO 
6. PRODUÇÃO DE MUDAS 
6.1. EM BANDEIJA 
6.2. EM SEMENTEIRAS 
6.3. COMPRA EM MUDAS 
7. PLANTIO 
8. TRATOS CULTURAIS 
9. IRRIGAÇÃO 
10. PLANTAS DANINHAS 
11. DOENÇAS 
12. PRAGAS 
13. COLHEITA 
14. COMERCIALIZAÇÃO 
14.1. MERCADO PARA PIMENTA 
 
 
14.2. COMERCIALIZAÇÃO 
14.3. VARIAÇÃO ESTACIONAL DE PREÇO 
15. CONCLUSÃO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
As pimentas são partes da riqueza cultural brasileira e um valioso patrimônio de nossa biodiversidade. 
São cultivadas em todo o território nacional, desde o Rio Grande do Sul até Roraima, em uma imensa variação 
de tamanhos, cores sabores, e é claro muita picância ou ardume. 
‘Malagueta’, ‘Dedo-de-moça’, ‘Doce Americana’, ‘Chapéu de Bispo’, ‘Cumari Amarela’, ‘Bode’, ‘De 
Cheiro’, ‘tabasco’ ‘Murupi’, ‘Biquinho’ são apenas algumas das inúmeras pimentas cultivadas no Brasil, todas 
parentes muito próximas dos pimentões. O agronegócio das pimentas é muito mais relevante do que se 
imagina, e envolve diferentes segmentos, desde as pequenas fábricas artesanais caseiras de conservas até a 
exportação de páprica por empresas multinacionais que competem no mercado de exportação de especiarias 
e temperos. Nos últimos anos, as pimentas têm ganhado um espaço cada vez maior na mídia por sua 
versatilidade culinária e industrial e também por suas propriedades medicinais. O mesmo princípio que causa 
a ardência das pimentas – a capsaicina – também é usada para aliviar dores musculares, dores de cabeça e 
artrite reumatoide, entre outras. 
O Sistema de Produção de Pimentas (Capsicum spp.) certamente contribuirá para o desenvolvimento 
desta cultura no Brasil, e ajudar principalmente aos pequenos produtores familiares a melhorar sua 
produtividade. 
A produção de pimenta (Capsicum spp) para uso como condimento de mesa e de produtos alimentícios 
industrializados vem crescendo e, atualmente, é uma atividade olerícola bastante rentável, inclusive para 
pequenas indústrias de conservas (Quadro 1). Cinco espécies são comumente cultivadas no Brasil, 
principalmente no centro-sul e caracterizam-se pela pungência, coloração, formato e tamanho dos frutos. 
O sabor picante dos frutos provém da ação de uma substância denominada capsaicina que é acumulada 
pelas plantas no tecido da superfície da placenta e é liberada pelo dano físico às células quando se extraem 
sementes ou corta-se o fruto para qualquer fim. 
A importância das pimentas é atribuída às suas propriedades melhoradoras de sabor, aroma e cor dos 
alimentos. Embora tenha baixo valor nutritivo, pode-se destacar o teor vitamínico das pimentas malaguetas 
verde e vermelha que apresentam valores de 10.500 e 11.000 UI de vitamina A, respectivamente, próximo ao 
teor de 13.000 UI encontrado na cenoura, considerada uma das melhores fontes desta vitamina. Os teores de 
 
 
vitamina C total variam entre as espécies de pimenta, de 160 a 245mg/100g, valores estes comparáveis ao da 
goiaba (200 mg/100g) e superiores ao da laranja (60 mg/100g). Quanto à composição mineral, os teores de 
cálcio, ferro e fósforo são bem inferiores aos de outras hortaliças (Quadro 2). 
Algumas pimentas raramente são encontradas no comércio, mesmo de cidades interioranas, na forma 
de frutos "in natura" pois o processo de engarrafar a pimenta no meio rural está se tornando cada vez mais 
intenso. Em algumas regiões com tradição no cultivo destas espécies, existem pequenas indústrias que fazem 
o processamento utilizando, principalmente, o álcool e a cachaça. 
 
Quadro 1- Comercialização de pimenta durante o ano de 2016 na CEASA-MG 
Procedência Quantid
ade (kg) 
% Valor 
(R$) 
Preço médio 
ES 2 
Municípios 
684 0,12 6.325,35 9,23 
MG 40 
Municípios 
485.079 97,83 X 9,94 
SP 2 
Municípios 
10.204 2,05 158.400,
00 
15,51 
Fonte - Departamento Técnico - CEASA, MG 
Quadro 2 - Valores nutricionais da pimenta por 100 g de porção comestível crua 
Energia 
( Kcal ) = 40 
Na ( mg ) = 7 
Proteínas 
( g ) = 2,0 
K ( mg ) = 340 
Gordura 
(g ) = 0,2 
Tiamina ( mg ) = 0,09 
 
Carboidrat
o ( g ) = 9,5 
Riboflavina ( mg ) = 0,09 
Fibra ( g ) = 
1,8 
Niacina ( mg ) = 0,95 
 
 
Ca ( mg ) = 
18 
Vitamina B6 ( mg) = 0,28 
P ( mg ) = 
46 
Fe ( mg ) = 1,2 
Fonte: Knott’s Handbook for Vegetable Growers, 1988. Sementes Agroceres S.A. 
 
2. ORIGEM HISTÓRICA 
 
As pimentas (em inglês chile (chili ou chilli) pepper, do espanhol chile) são os frutos das plantas do 
gênero Capsicum, pertencentes a família Solanaceae. 
Atualmente existem em torno de 20 a 27 espécies catalogadas e são originárias das Américas do Sul e 
Central, das quais 5 domesticadas. Acredita-se que foram uma das primeiras plantas a serem domesticadas 
pelo homem, pois evidências encontradas em sítios arqueológicos em diversas regiões exibem vestígios de 
cultivo datando de 7500 A.C. aproximadamente. Supõe-se que o Méxicoe o Norte da América Central sejam 
os pontos de origem da espécie Capsicum annuum e que a América do Sul seja a origem da 
espécie Capsicum frutescens. São teorias que até o momento não possuem provas concretas e decisivas para 
torná-las uma afirmação. 
Cristóvão Colombo foi o primeiro europeu a encontrá-las, em sua primeira jornada ao novo mundo. 
Acreditando ter alcançado as Índias, nomeou os pequenos frutos vermelhos de "pimenta" devido a sua 
semelhança em sabor (não aparência) às Pimentas do Reino, mundialmente conhecidas na época e 
provenientes daquela região. Em 1493, Peter Martyr dAnghiera escreveu que Colombo trouxe para casa 
"pimentas mais picantes do que aquelas originárias do Cáucaso". 
 
3. BOTÂNICA E CULTIVARES 
 
As pimentas constituem um grupo de espécies botânicas com características próprias, que produzem 
frutos geralmente com sabor picante, embora também existam pimentas doces. A planta é arbustiva, atingindo 
120 cm de altura, com ampla formação de ramificações laterais e possibilidade de tornar-se perene. 
Normalmente é autopolinizada, todavia a polinização cruzada pode ocorrer. O banco de germoplasma de 
hortaliças da Universidade Federal de Viçosa, identificou as seis espécies mais comuns no Brasil, 
especialmente na região centro-sul. As cultivares apresentadas a seguir podem ser consideradas como um 
grupo, existindo diferenças às vezes marcantes entre as fontes das sementes que são utilizadas para cultivo.3.1 PIMENTA MALAGUETA (Capsicum frutescens) 
 
Apresenta plantas arbustivas, vigorosas, com altura de 0,9 a 1,2m e bastante ramificadas. Os frutos, 
quando maduros, são de coloração vermelha, bem picantes, com 1,5 a 3,5cm de comprimento e 0,3 a 0,5cm 
de diâmetro. 
 
 
 
 
 
 
3.2 DEDO DE MOÇA (Capsicum baccatum) 
 
Também é conhecida por "chifre de veado", ainda que esta denominação possa estar associada a um 
tipo de fruto de maior tamanho e, às vezes, de coloração vermelha mais intensa. A pimenta "dedo de moça" é 
arbustiva, com cerca de 1 m de altura. Os frutos medem cerca de 7,5cm de comprimento, 1 a 1,5cm de diâmetro 
e, quando maduros, são bem vermelhos. Neste grupo de pimentas a pungência é mais suave e o processo de 
murchamento do fruto pós-colheita é menos intenso que na malagueta. 
 
 
 
 
 
 
 
3.3 PIMENTA CUMARI (Capsicum praetermissum) 
 
 
 
As plantas possuem geralmente porte menor que as pimentas anteriormente caracterizadas e 
internódios mais curtos. Os frutos são arredondados com cerca de 0,5cm de diâmetro ou um pouco ovalados 
com 0,6 a 0,7cm de comprimento e diâmetro de 0,5cm. 
É encontrada em estado selvagem, crescendo sob árvores diversas e capoeiras. No meio rural e 
indígena, as plantas crescem formando verdadeiros arbustos, sendo colhidas por alguns anos. 
 
 
 
 
 
 
3.4 PIMENTA DE CHEIRO E PIMENTA DE BODE (Capsicum chinense) 
 
Na realidade pode ser considerada um grupo em razão da expressiva e bela variabilidade no formato 
e cor dos frutos. A denominação de pimenta de cheiro é utilizada para designar um maior número de tipos 
que a pimenta de bode? 
A pimenta de cheiro é encontrada existe em tom amarelo leitoso, amarelo-claro, amarelo forte, 
alaranjado, salmão, vermelho e até preto e predomina no nordeste, norte e centro-oeste do Brasil. 
Na região sudeste é mais comum o cultivo da pimenta de bode, cujas plantas produzem frutos 
arredondados com cerca de 1cm de diâmetro, e as cores creme e vermelho são as mais comuns. 
Tanto a pimenta de cheiro quanto a de bode possuem pungência e um aroma característico que 
permitem sua diferenciação das demais pimentas, sendo a razão da preferência dos consumidores que a 
apreciam. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.5 PIMENTA DOCE (Capsicum annuum) 
 
 São plantas de fácil cultivo, vigorosas e de ótima produtividade. Comercialmente é plantada a 
cultivar Agronômico 11, cujos frutos são de formato alongado e uniforme, sabor doce e coloração verde 
intensa e brilhantes na fase de colheita. A exigência no mercado desta hortaliça fica restrita a frutos com 
18cm de comprimento, 2cm de diâmetro e peso médio de 50 a 55g. A colheita pode iniciar-se aos 120 dias 
após a semeadura. 
Além das pimentas citadas, outras também cultivadas, às vezes com maior importância em algumas 
regiões são: comum, Redonda, cayenne long red, chapéu de frade ou cambucy, godê, pitanga e outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. SOLO 
 
 
 
Os solos utilizados para o cultivo de pimenta devem ser profundos, leves, drenados (com bom 
escoamento de água, não sujeitos a encharcamento), preferencialmente férteis, com pH entre 5,5 a 7,0. 
Devem ser evitados solos salinos ou com elevada salinidade, uma vez que as pimentas, assim como 
pimentão, são moderadamente sensíveis. Altas concentrações de sais no solo podem ser de origem natural 
ou resultante do uso excessivo de fertilizantes, localização inadequada de fertilizantes ou ainda do uso de 
água de irrigação com altas concentrações de sais. 
Do ponto de vista sanitário, recomenda-se que sejam evitadas áreas que tenham sido cultivadas nos 
últimos 3-4 anos com outras plantas da família das Solanáceas (como batata, tomate, berinjela, pimenta, 
jiló, fumo, Physalis) ou Cucurbitáceas (como abóbora, moranga, pepino, melão e melancia). Áreas com 
cultivos anteriores de gramíneas (milho, sorgo, arroz, trigo, aveia), leguminosas (feijão, soja) ou aliáceas 
(cebola, alho), são as mais indicadas. 
O preparo consiste de limpeza da área, aração a uma profundidade de 30 cm, seguida de gradagem 
de nivelamento. Logo após a primeira gradagem faz-se a calagem de acordo com a análise de solo. Uma 
segunda gradagem é feita para incorporar o calcário ao solo e adequá-lo a sulcagem. O plantio pode ser feito 
em canteiros, mas o mais comum é o plantio em sulcos, que devem ter 30 a 40 cm de largura e 20 a 25 cm 
de profundidade. A distância entre os sulcos deve ser de 80 cm e devem ter uma declividade de 0,2% a 0,5% 
para facilitar o escoamento da água sem causar erosão. Após a incorporação de matéria orgânica (uma 
semana antes do plantio) e dos fertilizantes (um dia antes do plantio), o sulco ficará com a forma de ‘U’. 
Em épocas chuvosas, recomenda-se a construção de canteiros com 20-25 cm de altura e 0,8-1,0 m de 
largura, para facilitar a drenagem e reduzir riscos de contaminação com murcha-de-fitóftora (Phytophhtora 
capsici). Se o plantio for feito em uma área 
 
 
5. CLIMA 
 
A pimenteira é uma planta exigente em calor, sensível a baixas temperaturas e intolerante a geadas, 
por isso deve ser cultivada preferencialmente nos meses de alta temperatura, condição que favorece a 
germinação, o desenvolvimento e a frutificação, obtendo-se assim, um produto de alto valor comercial com 
menor custo de produção. 
Para a pimenteira, as temperaturas médias mensais ideais situam-se entre 21oC a 30oC, sendo a 
média das mínimas ideal 18oC, e das máximas em torno de 35oC, sendo que temperaturas acima 35oC 
prejudicam a formação dos frutos. A germinação é favorecida por temperaturas do solo entre 25oC e 30oC, 
 
 
sendo 30oC a temperatura em que ocorre o menor intervalo de dias entre semeio e germinação, e 
temperaturas do solo iguais ou inferiores a 10oC inibem a germinação. Para as mudas, o melhor crescimento 
é alcançado com temperaturas entre 26oC e 30oC, sendo a temperatura de 27oC considerada como a ideal 
para favorecer o desenvolvimento das plantas. 
Baixas temperaturas inviabilizam a produção, provocando a queda de flores e frutos, além de 
influenciar negativamente a pungência e a coloração dos frutos, provocando redução do valor comercial, 
principalmente se o produto for destinado à industrialização. Estes fatos são facilmente verificados quando 
se compara plantios sob proteção plástica e em campo aberto. Além destes efeitos, as baixas temperaturas 
também podem ocasionar estiolamento de folhas maduras, murcha de partes jovens e crescimento lento. 
Não há informações sobre os efeitos do fotoperiodismo ou da termoperiodicidade em pimenteiras. 
 
 
 
 
 
5.1.Cultivo Protegido 
 A técnica de cultivo protegido é utilizada em locais ou épocas em que as condições climáticas, 
principalmente variações das temperaturas noturna e diurna, distribuição e intensidade das chuvas e ainda 
direção e velocidade dos ventos, podem interferir no desenvolvimento das plantas ou na qualidade dos 
produtos. Nestes casos, o cultivo é feito em casa-de-vegetação cujo teto, laterais, frente e fundos são de 
plástico, ou somente o teto é de filme e as laterais, frente e fundos de tela. A definição das características 
quanto às dimensões, tipo de teto, tipo do filme ou tela, direção do eixo longitudinal, é baseada em dados 
climáticos do local. 
 
 
6. PRODUÇÃO DE MUDAS 
 
 
6.1.EM BANDEIJA DE ISOPOR 
 
A produção de mudas em bandejas deve ser feita em ambiente protegido, como telados. A técnica 
mais recomendável para se produzir mudas é de semeio em bandejas de isopor de 128 células, preenchidas 
com substrato comercial ou preparado na propriedade, colocando uma semente porcélula. Caso haja 
comprometimento da germinação, o ideal é aumentar o semeio para três sementes / célula, procedendo-se 
 
 
a um desbaste posteriormente, se necessário, através do corte com tesoura, rente ao colo das mudas menos 
vigorosas quando estas apresentam pelo menos duas folhas definitivas. O arranquio das mudas germinadas 
em excesso não é recomendado pelo risco de comprometer o sistema radicular da muda remanescente na 
célula. 
As bandejas devem ser colocadas em suporte tipo bancadas, formada por tela de arame ou somente 
por fios de arame a 0,60-0,70 m do solo, a fim de que haja luz na parte inferior da bandeja . Este cuidado 
impede o desenvolvimento das raízes por baixo da bandeja, o que facilita a retirada das mudas por ocasião 
do transplante, evita injúrias às raízes novas e não cria condições para infecção das mesmas por fungos e 
bactérias do solo. 
As irrigações (duas vezes por dia , no máximo ) deverão ocorrer nas horas de temperaturas mais 
amenas, ou seja, no início da manhã e final da tarde, utilizando-se água fresca e em quantidade suficiente 
para que se verifique apenas o início da drenagem (gotejamento) na parte inferior da bandeja. O cuidado 
nas irrigações é fundamental para se obter mudas de boa qualidade. Em caso de necessidade, deve ser feita 
uma adubação foliar após o desbaste, pulverizando-se as mudas com uma solução de adubo foliar com uma 
formulação de macro + micronutrientes. Deve-se evitar o excesso de nitrogênio para não favorecer a 
proliferação de doenças fúngicas nos tecidos foliares. 
 
6.2. EM SEMENTEIRAS 
 
As sementeiras devem ser preparadas com revolvimento da terra, destorroamento e correção da 
fertilidade com base na análise química do solo. Os canteiros devem ter de 1,0 a 1,2 m de largura, 0,20 a 0,25 
m de altura e comprimento de acordo com a necessidade de mudas. As sementes devem ser distribuídas 
uniformemente em sulcos transversais ao canteiro, distanciados 0,10 m um do outro e com1,5 a 2,0 cm de 
abertura e 1,0 a 1,5 cm de profundidade. Gastam-se de 3 a 5 gramas de sementes por metro quadrado de 
sementeira. Após a distribuição, as sementes devem ser cobertas com terrado sulco. A colocação de uma 
cobertura com saco de aniagem sobre o canteiro evita que o impacto das gotas da água de irrigação ou de 
chuva desenterrem ou afundem as sementes, prejudicando a germinação ou a emergência. O número de 
sementes é de aproximadamente 200por grama. A área da sementeira deve ser calculada com base na área que 
será plantada e no espaçamento a ser utilizado 
 
6.3.COMPRA EM MUDAS 
 
 Atualmente é possível adquirir mudas ou contratar a produção das mesmas com profissionais 
que se dedicam a esta atividade. Este sistema é recomendado para cultivo em áreas maiores e apresenta como 
 
 
principais vantagens a rapidez na obtenção das mudas, assim como a boa qualidade das mesmas. O produtor 
pode fornecer ao viveirista suas próprias sementes ou indicar a cultivar ou variedade e adquirir as sementes 
no mercado. 
 
7. PLANTIO 
 
 O transplante é realizado quando as mudas apresentarem de 4 a 6 folhas definitivas ou 
aproximadamente 10cm de altura. No caso de terem sido formadas em sementeiras, as mudas devem ser 
retiradas com cuidado, preferencialmente com o torrão para se evitar danos às raízes. Os espaçamentos dos 
sulcos de plantio ou canteiros são definidos de acordo com a cultivar ou tipo de pimenta, região de plantio 
ou ciclo da cultura (Tabela 1). Em regiões de inverno rigoroso, a cultura é eliminada em meados de abril-
maio, com aproximadamente 150 dias de ciclo. O mesmo acontece com as culturas de pimenta destinadas 
à industrialização para páprica, quando o campo é eliminado após 2 a 3 colheitas. Em regiões onde o ciclo 
da cultura pode ser prolongado por até um ano, é necessário garantir espaço adequado para crescimento 
vegetativo da pimenteira. 
Tabela 1. 
Informações sobre 
espaçamentos, época 
de plantio e ciclo dos 
principais tipos de 
pimentas em diferentes 
regiões do país . Região 
Tipo 
de 
Pimenta 
Esp
açamento 
(m x 
m) 
Estan
de 
(nº 
plantas /ha) 
Épo
ca 
da 
sem
eadura 
Ciclo 
da 
cultura 
São Paulo ‘Dedo-de-
Moça’ 
1,50 
x 1,00 
6.500 deze
mbro 
a 
janei
ro 
12 
meses 
Goiás e DF ‘De Cheiro' 
'Bode', 
'Cumari do 
Pará' 
1,20 
x 0,80 
10.400 nove
mbro 
a 
janei
ro 
12 
meses 
 ‘‘Malagueta’
’ 
1,50 
x 1,00 
6.500 nove
mbro 
a 
janei
ro 
12 
meses 
 
 
Catalão-
GO 
‘Jalapeño’ 1,00 
x 0,33 
30.000 feve
reiro 
a 
mar
ço 
6 a 7 
meses 
Paraopeb
a - MG 
'Malagueta' 1,00 
x 0,80 
12.500 deze
mbro 
12 
meses 
Pelotas - 
RS 
‘Dedo-de-
Moça’ 
0,80 
x 0,50 
25.000 agos
to 
8 
meses 
Ceará ‘Tabasco’ 
 
 
 
 
 
 
8. TRATOS CULTURAIS 
 
 
 Durante o ciclo da pimenteira devem ser realizadas várias práticas culturais, tais como 
irrigação, manejo, controle de insetos, pragas e patógenos, adubação de cobertura, desbrota, tutoramento 
e ‘mulching’. 
 As plantas de pimentão são tutoradas tanto no sistema de cultivo protegido como em campo aberto. 
As hastes lenhosas da maioria dos tipos de pimenta dispensam tutoramento e desbrota. Entretanto, caso 
apareçam brotações na haste principal abaixo da primeira bifurcação , elas podem ser retiradas. Em locais 
de ventos fortes, pode ocorrer a necessidade de se fazer tutoramento da planta (colocando-se uma estaca 
de madeira ou bambu junto à planta) ou o plantio de quebra-vento em voltado campo(capim-elefante, 
milho, cana-de-açúcar). 
Para se evitar o aparecimento de plantas invasoras, a ocorrência de doenças de solo, manter a 
temperatura do solo e reduzir a evaporação da água do solo, pode-se colocar um filme de plástico de cor 
negra (‘mulching’) ou dupla-face, ou seja, negro de um lado e branco e outro. Neste caso, o lado branco deve 
ficar para cima para refletir a radiação, e assim evitar o aquecimento do solo. A colocação do filme pode ser 
feita antes ou após o transplante 
 
 
 
 
9. IRRIGAÇÃO 
 
 A produção de pimentas em regiões com chuvas regulares e abundantes pode ser realizada 
sem o uso da irrigação. Todavia, em regiões com precipitação mal distribuída ou deficitária, o uso da irrigação 
é decisivo para a obtenção de altos rendimentos em cultivos comerciais. 
 
 A deficiência de água, especialmente durante os estádios de floração e pagamento de frutos, reduz 
a produtividade em decorrência da queda de flores e abortamento de frutos. Todavia, plantas de pimenta 
submetidas a deficiência moderada de água no solo produzem frutos mais pungentes, com maior teor de 
sólidos solúveis e de matéria seca. O excesso de água no solo também pode comprometer a produção de 
pimentas. Irrigações excessivas, principalmente em solos de drenagem deficitária, prejudica a aeração do 
solo e favorece o desenvolvimento de várias doenças de solo, como a causada por Phytophhtora capsici. 
A produtividade, a qualidade de frutos e a ocorrência de doenças também podem ser afetadas pela 
forma com que a água é aplicada às plantas, ou seja, pelo método de irrigação utilizado. Assim, o suprimento 
de água às plantas no momento oportuno e na quantidade correta, além da forma que a água é aplicada às 
plantas, é decisivo para o sucesso da cultura. 
 
 Alguns problemas frequentemente observados, relacionados ao manejo inadequado da irrigação e 
à utilização de sistemas de irrigação não apropriados, são: baixa eficiência nouso de água, de energia e de 
nutrientes, maior incidência de doenças fúngicas e bacterianas, baixa produtividade e redução na qualidade 
de pimentas (pungência, coloração, etc.) 
 
 
 NECESSIDADE DE ÁGUA DA CULTURA 
 
A necessidade total de água da cultura de pimentas é variável, pois além das condições climáticas, 
depende grandemente da duração do ciclo de desenvolvimento de cada cultivar. Em termos gerais, varia de 
500 a 800mm, podendo ultrapassar os 1.000mm para cultivares de ciclo longo. A necessidade diária de água, 
também chamada de 
evapotranspiração da cultura, engloba a quantidade de água transpirada pelas plantas mais a água 
evaporada do solo, sendo expressa em mm/dia, varia de 4 a 10mm/dia no pico de demanda da cultura. 
 
 
A cultura da pimenta apresenta quatro estádios distintos de desenvolvimento com relação às 
necessidades hídricas. A duração de cada estádio depende da cultivar, condições edafoclimáticas e sistema 
de cultivo. 
Estádio Inicial 
 
O estádio inicial de estabelecimento da cultura, no caso de semeio direto no campo, vai da 
semeadura até as plantas atingirem 4 a 6 folhas definitivas. Para o plantio por mudas, este estádio ocorre 5 
a 10 dias após o transplante. A deficiência de água pode prejudicar a germinação de sementes e o pagamento 
de mudas, comprometendo o estande e a produtividade. Irrigações em excesso, tanto neste quanto nos 
estádios subsequentes, favorecem a maior incidência de doenças de solo. 
Da semeadura até a emergência de plântulas, as irrigações devem ser leves e frequentes procurando 
manter a umidade da camada superficial do solo (0 a 15cm) próxima à capacidade de campo. Neste estádio, 
o turno de rega médio varia de 1 a 4 dias, dependendo do tipo de solo e condições climáticas. Em solos 
arenosos e sob condições de alta temperatura e baixa umidade relativa do ar, por exemplo, as irrigações 
devem ser diárias. Sob condições climáticas extremas, podem ser necessários vários parcelamentos diários 
da irrigação por gotejamento. 
No caso de transplante de mudas, o solo deve ser previamente irrigado, realizando uma segunda 
irrigação imediatamente a seguir. Daí até o estabelecimento das mudas, as irrigações devem ser realizadas 
a cada um a dois dias; em solos arenosos pode ser necessária mais de uma irrigação por dia. 
A primeira irrigação, realizada antes do plantio ou do transplante, deve ser suficiente para elevar a 
umidade do solo até a capacidade de campo nos primeiros 30cm do solo. A lâmina de água a ser aplicada, 
dependendo do tipo e da umidade inicial do solo, varia de 15 a 25mm para solos de textura grossa e de 30 a 
50mm para os de texturas média ou fina. 
 
Estádio Vegetativo 
 
 Compreende o período entre o estabelecimento inicial das plantas e o florescimento pleno. 
Limitações no desenvolvimento vegetativo das plantas, resultantes da ocorrência de déficit hídricos 
moderados, têm pequeno efeito na produção desde que o suprimento de água no estádio reprodutivo 
(floração e frutificação) seja adequado. Ademais, deficiência moderada de água favorece maior 
desenvolvimento em profundidade do sistema radicular das plantas. 
Irrigações excessivas, principalmente por aspersão, tanto neste quanto nos estádios seguintes, 
favorecem a maior ocorrência de doenças fúngicas e bacterianas, além de aumentar a lixiviação de 
nutrientes, especialmente de nitratos. 
 
 
 
 
 Estádio Reprodutivo 
 
 Estádio que vai da floração plena até o início da maturação de frutos. É comum, entre os diferentes 
tipos de pimentas, a ocorrência de um período onde existem flores, pimentas verdes e maduras, o que 
requer a realização de várias colheitas. Neste caso, o término do estádio reprodutivo deve ser estendido até 
o início da maturação das pimentas a serem apanhadas na colheita de maior produção. 
O estádio reprodutivo é o mais crítico em relação à deficiência de água, especialmente durante o 
florescimento e pagamento de fruto. A deficiência de água favorece a queda de flores e o abortamento de 
frutos, além de reduzir o tamanho de fruto e favorecer a ocorrência de podridão apical. Irrigações excessivas, 
em solos com drenagem deficiente, prejudica a aeração do solo e favorece doenças, comprometendo a 
produtividade e aspectos qualitativos dos frutos. Irrigações frequentes por aspersão devem ser evitadas em 
condições onde a podridão de frutos e doenças foliares são problemáticas. 
 
 
 Estádio de Maturação 
 
 Período entre o início da maturação de frutos e a última colheita. É o estádio menos sensível à 
deficiência de água no solo. Irrigações frequentes podem prejudicar a 
qualidade de frutos e favorecer maior incidência de doenças, principalmente quando realizada por 
aspersão. 
 Melhor qualidade de frutos, como maior pungência em pimentas picantes, maior teor de sólidos 
solúveis em pimentas para molho líquido, maior teor de matéria seca e melhor coloração em pimentas para 
páprica e maior concentração na maturação, pode ser obtida submetendo as plantas a níveis moderados de 
deficiência de água no solo, por meio da adoção de turnos de rega mais espaçados que no estádio 
reprodutivo e/ou da antecipação do final das irrigações. 
 
Tabela 1. Eficiência de 
irrigação, custo inicial, uso de 
energia e mão-de-obra para 
diferentes sistemas de irrigação. 
Sistema 
Eficiênc
ia1 
(%) 
Custo 
(R$/h
a) 
Energia
2 
(kWh/
mm/ha) 
Mão-de-
obra 
(h/ha/ 
irrigação ) 
 
 
Sulcos 40 - 70 800 - 
1.500 
0,3 - 3,0 1,0 - 4,0 
Convencional portátil 60 - 75 1.000 
- 2.000 
3,0 - 6,0 1,5 - 3,0 
Convencionalsemi-portátil 60 - 75 1.500 
– 2.500 
3,0 - 6,0 0,7 – 2,5 
Convencional permanente 70 - 85 3.000 
- 5.000 
3,0 - 6,0 0,2 - 0,5 
Autopropelido 60 - 70 3.000 
- 5.000 
6,0 - 9,0 0,5 - 1,0 
Pivô central 75 - 90 3.000 
- 5.000 
2,0 - 6,0 0,1 - 0,7 
Gotejamento 75 - 95 3.000 
- 5.000 
1,0 - 4,0 0,1 - 0,3 
 
 
10. PLANTAS DANINHAS 
 
 A interferência das plantas daninhas reduz a produtividade e qualidade dos frutos. Portanto, é 
necessário controlar as plantas daninhas, pelo menos durante o período crítico (cerca de dois terços do ciclo 
da cultura), ou seja, até que a cultura cubra suficientemente a superfície do solo, e não sofra mais 
interferência negativa delas. A necessidade de controle depende do grau de infestação e agressividade das 
plantas daninhas. 
 As plantas daninhas interferem diretamente no desenvolvimento da pimenta, competindo por água, 
nutrientes, luz e liberando substâncias aleloquímicas, que afetam a germinação e o crescimento da 
pimenteira. O grau de competição que uma planta sofre depende da cultura (espécie, variedade/cultivar, 
densidade e espaçamento de plantio) e da população de plantas daninhas (espécie, densidade, distribuição 
e duração do período de competição). Esses fatores podem ser modificados pelas condições edáficas (tipo, 
textura, fertilidade e umidade do solo), climáticas e práticas culturais (rotação e consórcio de cultivos). 
O espaçamento e a densidade de plantio são fatores importantes no balanço competitivo, pois 
influenciam a precocidade e a intensidade do sombreamento promovido pela cultura. Plantios mais densos 
dificultam o desenvolvimento das plantas daninhas, as quais têm que competir mais intensamente com a 
cultura na utilização dos fatores de produção. 
 
 
 Após o PCI até o final do ciclo (Figura 1, fases G-I), as plantas daninhas não interferem 
significativamente na produtividade, mas podem amadurecer e aumentar o banco de sementes no solo, bem 
como servir de hospedeiros de insetos-pragas, fitopatógenose nematóides, além de dificultar e onerar a 
colheita. Com a introdução da mosca-branca, que utiliza as plantas daninhas como hospedeiros, fonte de 
alimento e reprodução, a incidência de viroses na cultura tem crescido muito, reforçando a necessidade de 
adotar programas de manejo integrado de plantas daninhas. 
 
 
 
 
 
 
ANVISA: Sistema de Informações sobre Agrotóxicos. 
<http://www4.anvisa.gov.br/AGROISA/asp/frm_pesquisa_agrotoxico.asp>. 
 
As técnicas de manejo integrado de plantas daninhas são prevenção, erradicação e controle. 
A prevenção consiste em se evitar a introdução e/ou disseminação de sementes ou qualquer 
propágulo vegetativo de plantas daninhas em áreas não infestadas (Figura 1, fases C-I). As medidas de 
prevenção e controle devem ser eficientes de forma a prevenir o aumento do banco de sementes ou 
 
 
propágulos vegetativos no solo, evitando que plantas daninhas cresçam e amadureçam suas sementes em 
áreas limítrofes, além de hospedarem insetos-praga e patógenos, são fontes para outras infestações dentro 
ou fora das áreas cultivadas. As plantas daninhas podem ser distribuídas pelo vento, água, máquinas e 
implementos, matéria orgânica, animais e por meio do plantio de mudas com torrão e lotes de sementes de 
hortaliças que contenham misturas de sementes de plantas daninhas. Fundamentalmente, a introdução e a 
disseminação das plantas daninhas nas áreas agrícolas são evitadas quando os mecanismos de disseminação 
delas são rigorosamente observados. 
 
 Erradicação é a eliminação de todas as estruturas de propagação de uma planta daninha de 
determinada área. Ela é, normalmente usada em áreas pequenas e recentemente infestada. Inspeções dos 
campos devem ser realizadas regularmente (Figura 1, fases C-I) para identificar focos iniciais e adotar 
medidas de controle dirigido de forma a erradicá-las. Muitas vezes a remoção mecânica é recomendada para 
eliminar plantas daninhas tolerantes ou resistentes a determinados herbicidas. O produtor deve ficar atento 
ao aparecimento de espécies novas (como por exemplo: a parasita Cuscuta spp.), devendo eliminá-las antes 
que produzam e disseminem suas sementes. 
 
 controle é a supressão das plantas daninhas até um limiar de dano econômico, ou seja, até atingir 
um nível de controle onde a planta daninha remanescente não interfira significativamente na produtividade 
biológica da cultura (Figura 1, fases C-F). Esta é a prática de manejo mais comumente usada quando a planta 
daninha já está estabelecida. O controle e pode ser feito por meio de métodos culturais, mecânicos, químico 
(manejo direto, dirigido não seletivo) ou de forma integrada (Figura 1). A eficiência do controle dependerá 
do grau de infestação e agressividade das espécies de plantas daninhas, época do controle, estágio de 
desenvolvimento das plantas, condições climáticas, tipo de solo, disponibilidade de herbicidas, de mão-de-
obra e de equipamentos e conhecimento da interação entre as plantas de pimenta e das plantas daninhas. 
 
 
11. DOENÇAS 
 
 Doenças de plantas são anormalidades provocadas geralmente por microrganismos, como 
bactérias, fungos, nematoides e vírus, mas podem ainda ser causadas por falta ou excesso de fatores 
essenciais para o crescimento das plantas, tais como nutrientes, água e luz. Neste caso, são também 
conhecidas como distúrbios fisiológicos. 
 Várias são as medidas que podem ser adotadas para evitar a ocorrência de doenças em plantas ou 
mesmo reduzir seu impacto no produto comercial. A observação harmoniosa de um conjunto de medidas 
 
 
de controle, também conhecido como controle integrado, tem como objetivo principal a redução da 
necessidade do uso de agrotóxicos. 
 Para que as doenças sejam bem controladas é necessário que a cultura seja bem conduzida, ou seja, 
que a planta não esteja sujeita a estresses provocados por fatores diversos, tais como época de plantio 
desfavorável, adubação desbalanceada, ferimentos nas plantas, competição com plantas daninhas e o uso 
de cultivares não adaptadas ao clima. Dentre estes fatores, deve ser dada atenção especial ao tipo de solo e 
modo de irrigação. Plantas de pimenta são muito sensíveis a solos encharcados e morrem prematuramente 
por esta causa. O controle de doenças de plantas é, mais que tudo, ‘medicina preventiva’, ou seja, a estrita 
observação de medidas que devem ser adotadas antes mesmo do plantio. 
A seguir, são mencionadas algumas medidas para evitar o aparecimento de doenças ou reduzir seu 
efeito: 
 
1.Plantar sementes de boa qualidade, adquiridas de firmas idôneas. Em caso de produção própria, 
devem ser escolhidas as plantas saudáveis para se retirar sementes. Muitas doenças das pimentas são 
transmitidas pela semente; 
2.Preferir variedades bem adaptadas ao clima local e à época de plantio, e que tenham resistência às 
principais doenças que ocorrem na região. Estas informações podem ser obtidas em catálogos de empresas 
de sementes; 
3.Escolher para instalação da cultura uma área bem ventilada, que não tenha histórico de plantio 
recente com solanáceas (pimentão, tomate, berinjela, jiló), com solo bem drenado, não sujeita a 
empoçamento de água; 
4.Fazer uma adubação balanceada, baseada em análise do solo. Falta ou excesso de nutrientes são 
causas frequentes de distúrbios fisiológicos graves; 
5.Produzir ou adquirir mudas sadias. Infecções precoces, provocadas por semente contaminada ou 
substrato infestado, dificultam sobremaneira a manutenção da sanidade nas plantas adultas. Sementeiras 
devem ser feitas preferencialmente em telados instalados em locais separados do campo de cultivo, 
onde as mudas ficam protegidas de vetores de viroses; 
6.Evitar o excesso de água na irrigação, pois este é o fator que mais afeta o desenvolvimento de 
doenças, em especial aquelas associadas ao solo; 
7. Usar água de irrigação de boa qualidade, que não tenha sofrido contaminação antes de chegar à 
propriedade; 
8. Controlar os insetos que são vetores de viroses e que provocam ferimentos nas plantas, 
principalmente nos frutos; 
 
 
9. Evitar ferimentos à planta durante as operações de amarrio, capinas, irrigação ou outros tratos 
culturais; 
10. Realizar as pulverizações de preferência de forma preventiva, quando as condições climáticas 
forem favoráveis a uma determinada doença. Após o seu estabelecimento, a maioria das doenças não pode 
mais ser controlada; 
11. Evitar ao máximo o trânsito de pessoas e de máquinas que podem levar estruturas de patógenos 
de uma área para outra. Em cultivos protegidos, recomenda-se colocar uma caixa com cal virgem na entrada 
para desinfestação de calçados; 
12. Destruir os restos culturais, que normalmente hospedam populações de patógenos e insetos. Esta 
destruição pode ser feita por enterrio profundo ou queima controlada; 
13. Realizar rotação de culturas, de preferência com gramíneas, tais como milho, trigo, arroz, sorgo 
ou capim. Esta medida é muito importante para o controle de doenças de solo, mais difíceis de serem 
controladas; 
14. Inspecionar a lavoura com frequência para identificar possíveis focos de doença, ainda em seu 
início. 
 
 Principais doenças das pimentas 
As pimentas podem ser atacadas por muitas doenças, que assumem diferentes graus de importância 
dependendo principalmente da época de plantio. A seguir, são apresentadas as principais doenças das 
pimentas que ocorrem no Brasil, enfatizando algumas medidas específicas de controle. 
 Doenças causadas por fungos 
Tombamento Murcha-de-fitóftora Mancha-de-cercóspora Antracnose Oídio Mancha-aveludada 
 Doenças causadas por bactérias 
Murcha-bacteriana Mancha-bacteriana Talo-ocoDoenças causadas por vírus 
 Doença causadas por nematóides 
Distúrbios fisiológicos e causados por artrópodes 
Podridão-apical Clorose-internerval Clorose-das-folhas Fumagina 
 Doenças de pós colheita 
 
 Doenças causadas por fungos 
 Tombamento - Pythium spp., Phytophthoraspp. e Rhizoctonia solani 
É uma doença que afeta plantas jovens e ocorre em sementeiras, em copinhos, em bandejas ou em 
mudas recém transplantadas. É provocada por fungos de solo, que podem também estar presentes na água 
 
 
de irrigação. Com a crescente utilização de bandejas contendo substratos produzidos comercialmente, este 
problema tem se tornado cada vez menor. 
Mudas afetadas apresentam escurecimento ou apodrecimento na base do caule, provocando o 
tombamento da planta. Sob leve pressão, o topo da planta se desprende sem que a raiz seja arrancada. A 
doença evolui normalmente em reboleiras. 
Controle 
· Não fazer a sementeira em solo anteriormente cultivado com solanáceas; · Usar substrato comercial 
e bandejas de isopor novas ou desinfestadas com água sanitária para a produção de mudas; no caso de se 
usar saquinhos para produzir as mudas, utilizar solo esterilizado; · Irrigar com moderação, pois os fungos 
envolvidos no tombamento são favorecidos por alta umidade; · Produzir as mudas em local ventilado, de 
preferência em casa de vegetação ou telado. A bancada deve ser ripada ou telada, para permitir o 
escorrimento do excesso da água de 
irrigação; · Usar água de boa qualidade para irrigação, que não tenha possibilidade de ter sido 
contaminada até chegar à propriedade. 
 
 Murcha-de-fitóftora (requeima, podridão-de-fitóftora, pé-preto) - Phytophthora capsici 
É uma das principais doenças das pimentas no Brasil. Provoca maiores perdas no verão, pois é 
favorecida por alta temperatura e alta umidade do solo. As plantas afetadas apresentam murcha repentina 
observada inicialmente nas horas mais quentes do dia. É comum aparecerem várias plantas murchas ao 
mesmo tempo, em fileiras ou em reboleiras. Poucos dias após o murchamento inicial, a planta morre, ocasião 
em que pode ser observado um escurecimento na base do caule. Sob alta umidade do ar, pode ocorrer 
também a infecção de partes aéreas da planta, com manchas escuras e amolecidas nas folhas e no caule. 
Controle 
· Usar solo ou substrato esterilizado para produzir mudas; · Evitar plantios em períodos quentes e 
úmidos do ano; · Plantar em local bem ventilado; · Plantar em solos bem drenados, não sujeitos a 
encharcamento; · Em época de chuvas, plantar em camalhões, que evitam o acúmulo de água no pé da 
planta; · Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando fornecer excesso de água à planta;· Fazer rotação 
de culturas, de preferência com gramíneas. As cucurbitáceas (abóbora, moranga, melancia, melão) devem 
ser evitadas por serem também atacadas pelo patógeno. 
 
 Mancha-de-cercóspora - Cercospora capsici 
É uma doença favorecida por temperatura acima de 25 °C e umidade do ar acima de 90%. Plantas 
com estresse nutricional são mais sensíveis à doença. Pode ser transmitida pelas sementes e pelo vento. Os 
sintomas ocorrem principalmente nas folhas, na forma de manchas circulares marrons, com o centro cinza 
 
 
claro, que às vezes pode rasgar ou se desprender da lesão, dando um aspecto de folha furada. As manchas 
podem alcançar um diâmetro superior a um centímetro. As folhas mais velhas podem amarelecer e cair em 
função do ataque da doença. 
Controle 
· Plantar sementes de boa qualidade, adquirida de firma idônea, ou mudas comprovadamente 
sadias; · Evitar o plantio próximo a culturas velhas; · Pulverizar preventivamente com fungicidas registrados 
para a cultura; · Adubar corretamente a plantação, com base em análise de solo; 
· Fazer um bom manejo da irrigação, evitando aplicar excesso de água, adotando-se o sistema de 
gotejamento; · Evitar plantios em épocas com alta intensidade de chuva, especialmente quando a 
temperatura for alta; · Eliminar os restos de cultura logo após a última colheita; · Fazer rotação de culturas 
por, pelo menos, um ano. 
 
 Antracnose (Colletrotrichum spp.) 
Sua importância é reconhecida quase que exclusivamente pelas lesões que provoca em frutos, em 
campo ou após a colheita. É mais problemática em cultivos de verão, quando ocorrem temperatura e 
umidade altas. O patógeno é disseminado por sementes infectadas e por respingos de água de chuva ou 
irrigação. A doença se inicia como pequenas áreas redondas e deprimidas, que crescem rapidamente e 
podem atingir todo fruto. Sob alta umidade, o centro das lesões fica recoberto por uma camada cor-de-rosa, 
formada por esporos do fungo. Os frutos atacados não caem e as lesões permanecem firmes, a não ser que 
haja invasão de organismos secundários que aceleram a sua deterioração. 
Controle 
· Fazer o plantio menos adensado em época favorável à doença, para permitir melhor ventilação 
entre as plantas; · Fazer um manejo adequado da irrigação, evitando excesso de água. A irrigação por 
gotejamento, por não provocar o molhamento da parte aérea, reduz drasticamente a chance de 
aparecimento da doença; · Pulverizar preventivamente a cultura no início de frutificação com fungicidas 
registrados; · Destruir os restos culturais imediatamente após a última colheita; · Fazer rotação de culturas, 
de preferência com gramíneas. 
 
 Oídio - Oidiopsis taurica 
Ataca com maior intensidade os cultivos irrigados por gotejamento. Inicialmente, são observadas 
manchas cloróticas na superfície superior das folhas. Sob condições favoráveis à doença, estas manchas 
tornam-se necróticas ou com muitas pontuações negras, com formato pouco definido. A superfície inferior 
da folha fica recoberta com estruturas esbranquiçadas do fungo, podendo levar a uma clorose geral da folha. 
 
 
Entretanto, pode ocorrer clorose e necrose sem que se perceba claramente o ‘pó branco’, dificultando o 
diagnóstico da doença. Folhas muito atacadas podem cair, e os frutos não são atacados pela doença. 
Controle 
· Evitar plantar nas proximidades de plantas velhas de pimentão ou tomate; · Adubar corretamente 
as plantas, de acordo com análise do solo; 
· Fazer irrigação por aspersão, levando-se em conta que esta técnica pode intensificar o ataque de 
outras doenças; · Pulverizar preventivamente com fungicidas registrados; · Destruir os restos culturais logo 
após a última colheita. 
 
 
 Mancha-aveludada - Phaeoramularia sp. 
Ocorre esporadicamente em algumas regiões do Brasil. Pode causar algum dano à planta somente 
em condição de alta umidade e alta temperatura, principalmente em locais sombreados. Os sintomas 
consistem inicialmente de manchas cloróticas arredondadas na superfície superior da folha. Com o 
desenvolvimento da doença, na parte inferior da folha surgem lesões acinzentadas devido à presença de 
esporos do fungo. As folhas velhas são as mais atacadas e podem cair sob alta infestação. Os frutos não 
apresentam sintomas desta doença. 
Controle 
· Fazer rotação de culturas, preferencialmente com gramíneas; · Evitar plantios em áreas pouco 
ventiladas; · Não plantar próximo a cultivos velhos de pimentão; · Adubar a planta com base em análise de 
solo; · Manejar a irrigação, evitando-se excesso de água. 
 
 Doenças causadas por bactérias 
 Murcha-bacteriana (murchadeira) - Ralstonia solanacearum 
Causa perdas em pimentas somente quando a temperatura e a umidade são muito altas, situação 
que é frequente em regiões Norte e Nordeste do Brasil e ainda em alguns polos de produção de terras baixas 
na Região Sudeste. A bactéria não é transmitida pela semente, mas pode ser introduzida em um campo 
através de mudas infectadas, água contaminada e solo infestadoaderido a máquinas agrícolas. Plantas 
afetadas podem não murchar, e apresentar apenas uma redução em crescimento. Quando murcham, os 
sintomas aparecem inicialmente nas horas mais quentes do dia. As folhas novas murcham primeiro, às vezes 
de um só lado da planta. O tecido exposto pelo descascamento da base do caule de planta murcha fica 
amarronzado. Na maioria das vezes, a doença só é percebida a partir do início da frutificação. 
Controle 
 
 
· Escolher a área de plantio, que não deve ter histórico da doença em solanáceas ou em outras 
hospedeiras de R. solanacearum; · Evitar a contaminação do solo através de pessoal e máquinas que 
transitam por áreas contaminadas; · Plantar em solos com boa drenagem, não sujeitos a 
encharcamento; · Plantar nas épocas menos quentes do ano; 
· Não irrigar em excesso; · Evitar ferimentos nas raízes e na base da planta; · Arrancar, colocar em 
saco de plástico e retirar do campo as plantas com sintomas iniciais de murcha, espalhando 
aproximadamente 100 gramas de cal virgem na superfície da cova vazia; · Evitar o uso de plástico preto como 
cobertura do solo durante o verão, porque mantém a temperatura e a umidade do solo excessivamente 
elevadas. 
Observação: O controle químico não é economicamente viável. As cultivares disponíveis não 
apresentam níveis satisfatórios de resistência. 
 
 Mancha-bacteriana (pústula-bacteriana) - Xanthomonas campestris pv. vesicatoria 
É comum em locais onde prevalecem altas temperatura e umidade, como no período de verão. 
Chuvas de vento seguidas de nebulosidade prolongada favorecem a disseminação, a penetração e a 
multiplicação da bactéria, resultando em ataques severos da doença. Os sintomas mais visíveis aparecem 
em plantas adultas. As folhas mais velhas são as mais atacadas e apresentam lesões de formato irregular, de 
cor verde-escura e com aspecto encharcado. Sob condições favoráveis à doença, as lesões formam manchas 
grandes e com aspecto ‘melado’ nas folhas. As folhas atacadas amarelecem e caem, sendo esta uma das 
características mais marcantes da doença. A desfolha provocada pela doença ocorre de baixo para cima. Nos 
frutos, a bactéria causa manchas similares a verrugas, inicialmente esbranquiçadas e depois com os centros 
escurecidos. 
Controle 
· Plantar sementes e mudas isentas do patógeno, produzidas por firmas idôneas; · Evitar plantios em 
épocas quentes e sujeitas a chuvas frequentes; · Não usar sementes provenientes de lavouras em que houve 
ocorrência da doença; · Não irrigar em excesso, principalmente por aspersão; · Pulverizar preventivamente 
com fungicidas cúpricos, que também têm ação bactericida; · Destruir os restos culturais logo após a última 
colheita; · Fazer rotação de culturas, de preferência com gramíneas. 
 
 Talo-oco (podridão-mole) - Erwinia spp. 
Causa prejuízos somente em cultivos conduzidos sob alta temperatura e alta umidade. Nesta 
condição, caules e frutos com injúrias mecânicas ou provocadas por insetos, apodrecem rapidamente. Os 
pontos da planta mais sensíveis ao ataque inicial da doença são aqueles onde há um acúmulo de água, como 
as bifurcações do caule e a região peduncular dos frutos. O caule afetado escurece e seca devido ao 
 
 
apodrecimento da medula. Nos frutos, o ataque ocorre principalmente a partir de ferimentos causados por 
insetos. Após a colheita, a bactéria pode iniciar o apodrecimento mole em frutos contaminados 
externamente por ferimentos resultantes do manuseio inadequado durante a colheita, transporte e 
comercialização. 
Controle 
· Evitar plantio em locais muito úmidos, especialmente durante o verão; · Evitar o excesso de água na 
irrigação; · Evitar ferimentos na planta durante os tratos culturais e nos frutos na colheita, transporte e 
comercialização; · Adubar corretamente a cultura, de acordo com a análise do solo. O excesso de nitrogênio 
promove crescimento exagerado da folhagem, formando um ambiente favorável à doença; · Pulverizar com 
fungicidas cúpricos, principalmente quando houver ferimentos nas plantas, como após amarrio, desbrota ou 
a ocorrência de granizo; · Controlar insetos que provocam ferimentos nos frutos; · Após a colheita, manter 
os frutos secos e em local bem ventilado. 
 
 Doenças causadas por vírus 
Vários vírus podem atacar os pimentais, como os tospovirus (vírus do vira-cabeça), transmitidos por 
algumas espécies de tripes, e os potyvirus (mosaicos), transmitidos por pulgões. Os sintomas são muito 
variáveis, dependendo da espécie e da variedade de pimenta, da espécie do vírus, do grau de virulência da 
estirpe do vírus, da época em que a planta foi infectada e das condições ambientais, principalmente da 
temperatura. A planta infectada normalmente tem o seu desenvolvimento retardado. As folhas mais novas 
ficam pequenas, deformadas e apresentam diferentes tonalidades de verde e amarelo, com pontuações 
necróticas, algumas vezes com pequenos anéis concêntricos. Nos frutos, também ocorrem deformações, 
mosaico, necrose e anéis, estes normalmente de tamanho maior que nas folhas. Na maioria das vezes, não 
é possível diagnosticar as espécies de vírus envolvidas, através dos sintomas, sendo necessários testes em 
laboratório. 
Controle 
· As medidas de controle de vírus são preventivas e devem ser seguidas por todos os produtores de 
uma região; · Medidas de higienização têm um efeito considerável na redução da incidência da doença: 
eliminar campos abandonados, erradicar plantas com sintomas no plantio quando a incidência for baixa, 
manter o campo e arredores livres de plantas daninhas; · Produzir mudas em local protegido de insetos 
vetores, afastado dos campos de produção e pulverizando-as periodicamente para evitar que se infectem 
precocemente; · Plantar as mudas no maior estádio de desenvolvimento possível, de modo a retardar as 
infecções precoces em campo pelo vetor; · Pulverizar contra o vetor somente nos primeiros dias após o 
transplante; · Plantar cultivares resistentes. Embora na atualidade praticamente não existam cultivares 
 
 
resistentes disponíveis, deve-se consultar as companhias de semente para novas cultivares com esta 
característica. 
 
 Doença causadas por nematóides 
 
 Nematóide-das-galhas - Meloidogyne incognita 
Ocorre com maior intensidade durante o período mais quente do ano. A doença é mais severa em 
solos arenosos. Pode se tornar limitante quando se planta pimenta sucessivamente na mesma área ou 
quando se faz rotação com outra cultura suscetível, como feijão de vagem, quiabo e tomate. A doença se 
manifesta normalmente em reboleiras. As plantas afetadas apresentam sintomas que sugerem a deficiência 
de água e de nutrientes, ou seja, desenvolvimento abaixo do normal, amarelecimento das folhas e 
murchamente. Estes sintomas se devem à formação de galhas (engrossamentos) e apodrecimento das 
raízes, que perdem a capacidade normal de absorver água e nutrientes do solo. 
Controle 
· Evitar os plantios em períodos quentes do ano, principalmente em terrenos sabidamente 
infestados; · Plantar em terreno sem o histórico da doença, ou seja, que não tenha sido plantado 
anteriormente com espécies suscetíveis; · Plantar mudas de boa qualidade, que não estejam infectadas pelo 
patógeno; · Fazer rotação de culturas com gramíneas; · Utilizar matéria orgânica no plantio, que favorece 
microrganismos antagônicos aos nematoides. 
 
 Distúrbios fisiológicos e causados por artrópodes 
 
 Podridão-apical - Deficiência de cálcio 
 
 É causada pela deficiência de cálcio durante o desenvolvimento dos frutos. Ocorre em solos com 
baixo teor de cálcio ou em condições que dificultam a sua absorção, como irrigação deficiente e danos às 
raízes. A lesão inicia-se como uma área encharcadana região apical-lateral do fruto. À medida que o fruto 
cresce, a parte afetada vai se tornando amarronzada, endurecida, ressecada e deprimida, sendo comum o 
crescimento de fungos secundários na sua superfície. Frutos com podridão-apical amadurecem 
precocemente. 
Controle 
· Fazer adubação balanceada, baseada em análise do solo; · Manter as plantas bem irrigadas, evitando 
períodos com falta ou excesso de água. 
 
 
 
 Clorose-internerval - Deficiência de magnésio 
Raramente ocorre em plantios bem conduzidos, quando a adubação é feita baseada em análise do 
solo. A calagem feita com calcário dolomítico normalmente evita este distúrbio porque contém magnésio. 
Os sintomas são mais visíveis após o início de frutificação, pois o magnésio é translocado para os frutos em 
desenvolvimento. As folhas mais velhas são as mais afetadas. O sintoma típico é a clorose entre as nervuras. 
Controle 
· Adubar corretamente as plantas, de acordo com análise do solo; · Controlar a água de irrigação, 
evitando falta ou excesso; · Utilizar calcário dolomítico na correção de acidez do solo; · Pulverizar com sulfato 
de magnésio na dosagem de 1,5%. 
 
 Clorose-das-folhas - Deficiência de nitrogênio 
É de rara ocorrência em cultivos bem conduzidos, adubados corretamente. Como no caso do 
magnésio, deve-se levar em conta que este distúrbio pode ser devido a problemas fisiológicos ou patológicos 
no sistema radicular, que afetam a absorção de nutrientes pela planta, ou com o esgotamento deste 
nutriente em plantas com longo ciclo produtivo. Toda a folhagem fica amarelecida e a planta apresenta um 
desenvolvimento lento. A não ser por uma redução de tamanho, não se observam sintomas típicos de 
deficiência de nitrogênio nos frutos. 
Controle 
· Adubar as plantas com base em análise do solo, inclusive em cobertura; · Adotar medidas que 
mantenham o sistema radicular sadio; · Irrigar corretamente as plantas. 
 
 Fumagina 
Ocorrem em consequência da infestação de pulgões, moscas brancas ou cochonilhas, que secretam 
substância adocicada na superfície de folhas e frutos, onde se desenvolve um fungo de cor escura. Este fungo 
não infecta nenhum órgão da planta, mas dá um aspecto estranho e desagradável e pode afetar a capacidade 
de fotossíntese. O nome da doença é devido ao aspecto de fuligem na superfície das folhas, ramos e frutos. 
Controle 
· Controlar insetos; · Evitar plantios adensados. 
 
 Doenças de pós-colheita 
 
Doenças de pós-colheita em frutos de pimentas são provocadas principalmente pelo fungo 
Colletotrichum spp. (antracnose) e pela bactéria Erwinia spp. (podridão-mole) em períodos de alta umidade 
e no verão. As duas doenças podem provocar perdas significativas porque os frutos doentes são descartados 
 
 
durante a comercialização. Os fungos Geotrichum sp, e Rhizopus sp. Também podem causar podridão nos 
frutos principalmente após a ocorrência de ferimentos e danos mecânicos. O pedúnculo dos frutos pode ser 
atacado por fungos, como Alternaria alternata, Fusariumspp, e Cladosporium fulvum, e bactérias como 
Erwinia sp, comprometendo a qualidade visual dos frutos. 
Controle 
. Garantir, através de medidas de controle químico e/ou cultural, a sanidade dos frutos no período 
que antecede a colheita (caso seja feito o controle químico, o período de carência dos produtos deve ser 
rigorosamente observado); Colher os frutos quando estes estiverem secos; Colher, selecionar e transportar 
os frutos de maneira que ocorra o mínimo de ferimentos, que são as principais portas de entrada dos 
patógenos; . Usar contentores apropriados para colheita e transporte, fáceis de serem lavados e 
desinfestados, e que produzem menos injúrias nos frutos; . Quando os frutos são lavados, somente deve-se 
acondicioná-los nas embalagens depois que eles estiverem completamente secos; . A água usada para lavar 
os frutos deve ser isenta de agrotóxicos e de microrganismos; Os frutos comercializados em sacos de 
plástico, bandejas de isopor recobertas por filme plástico de PVC ou caixas plásticas do tipo ‘PET’, ou outras 
embalagens fechadas devem ser mantidos sob-refrigeração; Frutos comercializados a granel devem ser 
expostos em ambiente bem ventilado, evitando bolsões de umidade, onde podem iniciar-se focos de 
podridões; Frutos podres devem ser eliminados para evitar a contaminação de frutos vizinhos. 
 
12. PRAGAS 
 
 Vários artrópodes estão associados com pimenteiras desde a sementeira até a colheita dos frutos e a 
maioria das espécies não causam dano econômico, sendo algumas delas benéficas, pois tratam-se de 
predadores e parasitóides de outras espécies de insetos. 
 
 As populações de insetos causam danos diretos ou indiretos às plantas quando fatores climáticos 
ou condições específicas do agroecossistema favorecem o crescimento destas populações, e aí sim, elas 
passam a causar danos econômicos que, para serem evitados, necessitam do uso de medidas de controle. A 
forma mais eficiente e econômica de prevenir os danos causados por insetos e ácaros é através do 
monitoramento da cultura, de modo que as populações possam ser detectadas no seu início. Isto pode ser 
feito através da determinação direta do número de insetos sobre as plantas ou de seus danos sobre estas, 
ou através de outros meios como a utilização de armadilhas adesivas para aprisionamento de moscas, 
pulgões e tripes, luz para a captura de mariposas ou água utilizada para coleta de pulgões. Com estas 
informações e outras sobre a biologia e ecologia das espécies pode-se estimar com bom nível de precisão as 
 
 
épocas mais favoráveis para sua ocorrência, frequência e densidade populacional, tipo e importância 
econômica dos danos causados. 
 
 Ainda que em nossos sistemas de produção o controle químico, através da aplicação de inseticidas 
e acaricidas, seja o método empregado mais frequentemente, observa-se que na maioria das vezes esta 
prática é desnecessária e, portanto antieconômica e danosa aos homens, animais domésticos e ao meio-
ambiente. A obediência às recomendações listadas a seguir tornaria mais racional e eficiente o controle de 
pragas na cultura da pimenteira: 
 
1.O controle de insetos e ácaros deve ser feito de maneira integrada, onde práticas como a destruição 
de restos culturais, eliminação de plantas hospedeiras silvestres ou voluntárias, rotação de culturas, 
utilização de cultivares resistentes, utilização de mudas sadias, além de mecanismos que assegurem a 
presença de inimigos naturais nas áreas cultivadas, sejam combinadas com pulverizações de agrotóxicos 
seletivos e devidamente registrados para a cultura; 
2. Inseticidas e acaricidas jamais devem ser aplicados preventivamente, mas somente ao se notar a 
presença de danos na cultura ou aumento das populações das pragas; 
3. Familiaridade com os equipamentos de pulverização, que devem ser de boa qualidade e sujeitos à 
manutenção periódica. 
 
 
Principais insetos e ácaros que causam dano à pimenteira 
 
 Vetores de viroses 
 As principais espécies de vetores de viroses associadas com pimenteira são os pulgões Myzus 
persicae e Macrosiphum euphorbiaee os tripes Thrips tabaci e Frankliniella shulzei. Ainda que os danos 
diretos causados por estas espécies sejam de pouca importância, os danos indiretos causados através da 
inoculação de viroses têm importância econômica. Os pulgões, principalmente da espécie Myzus persicae, 
transmitem o vírus do mosaico do pimentão, enquanto que o vírus do vira-cabeça é transmitido pelas duas 
espécies de tripes. 
Tripes - Thrips tabaci, T. palmi e Frankliniella shulzei 
Nestas espécies, as formas ápteras têm corpo alongado medindo aproximadamente 1 a 2 mm de 
comprimento e mostramcoloração branco-hialino ou amarelo-claro. Os insetos podem ser encontrados na 
face inferior das folhas, brotações, primórdios florais e flores. Os tripes causam danos diretos às plantas pela 
sucção da seiva. Estes, porém são infinitamente menores do que aqueles produzidos indiretamente através 
 
 
da transmissão do vírus de vira-cabeça do tomateiro. Os tripes adquirem o vírus somente na fase larval, 
tornando-se capaz de transmiti-lo pelo resto da sua vida. Os sintomas mais comuns de vira-cabeça na cultura 
da pimenteira são: mosaico amarelo, faixa verde nas nervuras, anéis concêntricos, paralisação do 
crescimento e deformação dos frutos. As plantas infectadas na sementeira ou logo após o transplantio têm 
sua produção totalmente comprometida. Quando a contaminação ocorre tardiamente, a produção é menos 
afetada em quantidade e qualidade. 
Os insetos, particularmente o T. palmi, causam danos diretos nas plantas, levando a seu 
‘enfezamento’ e retardando seu desenvolvimento. As folhas mostram-se ‘lanhadas’, retorcidas, de tamanho 
reduzido e, sobretudo, disformes. Os frutos apresentam-se com manchas de escurecimento, cicatrizes de 
vários tipos, deformações diversas e redução de tamanho. As flores sofrem danos diretos que causam 
abortamento que implica na redução da produção de frutos por planta sendo associada à presença do tripes 
com a incidência de vírus do vira-cabeça. 
Controle 
· Produzir mudas em viveiros construídos em local afastado dos campos de produção e protegido por 
telas que evitem a entrada dos tripes; · Erradicar plantas hospedeiras nativas, solanáceas silvestres e 
solanáceas cultivadas voluntárias; · Evitar plantios novos em área adjacente a plantios mais 
antigos; · Incorporar ou queimar restos culturais; 
· Se registrado o produto, recomenda-se o uso de inseticida de solo somente na fase de sementeira, 
além de pulverizações periódicas com produtos de ação sistêmica ou de contato, na sementeira e na fase 
inicial da cultura; · Intensificar as pulverizações durante os períodos imediatamente anterior e posterior ao 
transplante, quando as plantas são mais susceptíveis ao vírus. 
 
 Besouros 
 Diversos coleópteros danificam a pimenteira, como o burrinho, Epicauta suturalis (Coleoptera, 
Meloidae), crisomelídeos conhecidos como ‘vaquinha’ Diabrotica speciosa (Coleoptera, Chrysomelidae) que 
são as espécies mais importantes, além de ‘bicudos ou carunchos’ como Helipodus destructor e Faustinus 
cubae (Coleoptera, Curculionidae). 
 
 Vaquinha - Diabrotica speciosa 
 Os adultos têm 5-7 mm de comprimento, corpo ovalado e coloração geral verde brilhante, 
mostrando três manchas amarelo alaranjadas em cada élitro. As fêmeas fazem a postura no solo, próximo 
ao caule das plantas. As larvas são brancas e possuem no dorso do último segmento abdominal uma placa 
quitinosa de cor marrom ou preta. Os danos causados pelas larvas às raízes de pimenteira são em geral 
 
 
pouco importantes. Os adultos, contudo, podem produzir injúrias sérias quando se alimentam das folhas, 
principalmente em plantas nas sementeiras ou recém-transplantadas para o campo. 
Outros crisomelídeos como Systena tenuis, Epitrix parvula, Symbrotica bruchi e Diabrotica spp. são 
mencionados na literatura como pragas da pimenteira, principalmente das mudas recém-transplantadas, de 
cujas folhas se alimentam. Estes insetos perfuram as folhas causando atraso no desenvolvimento ou morte 
das plantas. 
 
 Burrinho - Epicauta suturalis 
 Os adultos são besouros polífagos, negros, revestidos de densa pilosidade cinza na cabeça, élitros e 
patas, medindo 8-17 mm de comprimento. As fêmeas ovipositam geralmente no solo, podendo alcançar 
400-500 ovos durante sua existência. Os ovos eclodem após 10 dias, e deles originam-se larvas que são 
ativas, fortes e predadoras de outros insetos. O adulto é a única fase desta espécie que é prejudicial às 
plantas, porque se alimenta das folhas, ramos tenros e brotações da pimenteira e outras solanáceas. 
Controle 
· Práticas culturais como rotação de culturas, aração e gradagem do solo, pousio e queima dos restos 
culturais reduzem populações de burrinhos e vaquinhas; 
 
 Lagarta Rosca - Agrotis ipsilon e Prodenia spp. 
 Estas duas espécies são as mais comuns e os mais importantes tipos de lagartas denominadas 
‘roscas’ que são encontradas nas lavouras. São confundidas erroneamente com algumas espécies do gênero 
Spodoptera, que também têm o hábito de se enroscarem ao serem tocadas. Os adultos da lagarta-rosca são 
mariposas grandes, de envergadura aproximada de 50 mm de comprimento e apresentam asas anteriores 
escuras e posteriores brancas ou cinzentas. As fêmeas podem fazer postura de até 1000 ovos, que são 
depositados em folhas e caules das plantas, isoladamente ou em massas. As lagartas possuem o hábito de 
cortar as plantas ao nível do solo durante a noite e, durante o dia, as lagartas podem ser encontradas a pouca 
profundidade do solo, bem próximo às plantas cortadas anteriormente. 
O prejuízo causado pela lagarta-rosca tem como consequência a redução do número de plantas, 
sendo que em alguns casos há exigência de replantio em até 50% da área. O período em que este inseto 
torna-se mais prejudicial à pimenteira é logo após o transplantio, quando as plantas estão em fase de 
pegamento, o que as tornam mais sensíveis. No entanto, mesmo com o crescimento das plantas e, 
consequentemente, com o aumento do diâmetro e da dureza do caule, os danos da lagarta-rosca podem ser 
observados, através do corte dos ponteiros, que são tenros e não oferecem resistência às suas mandíbulas. 
Por isso, o acompanhamento da cultura é fundamental para se evitar prejuízos em épocas onde o replantio 
já não é mais viável. 
 
 
Controle 
· Fazer uma aração profunda três a seis semanas antes do plantio, mantendo neste período a área 
livre de ervas daninhas e restos culturais; · Após o transplante, procurar manter a cultura limpa, evitando-se 
o uso de cobertura morta, restos culturais ou restos de capinas na área da cultura, que servem de abrigo 
para as lagartas, protegendo-as de eventuais predadores ou outras medidas de controle;· Fazer as 
pulverizações com inseticidas ao entardecer, dirigidas à base e na projeção da copa das plantas. 
 
 Brocas do ponteiro e dos frutos da pimenteira - Tuta absoluta e Gnorimoschema barsaniella. 
 São insetos de ampla distribuição no Brasil e têm importância econômica em algumas áreas 
localizadas, onde foram constatadas perdas de até 66% dos frutos. As mariposas são muito pequenas, de cor 
cinza-escura e cabeça marrom-clara, cujo comprimento pode alcançar até 6 mm. A postura é feita no interior 
dos botões florais ou extremidade das brotações e ponteiro, isoladamente ou em grupos de dois e três ovos. 
As larvas alimentam-se do interior das hastes ou ponteiro, perfurando galerias, e também das flores e frutos, 
onde se alimentam das sementes. Há registro de que uma só larva pode danificar vários frutos, antes de 
iniciar a fase de pupa no solo. Os orifícios da saída das larvas servem como via de entrada para moscas 
diversas, as quais ovipositam no interior dos frutos, e cujas larvas favorecem o apodrecimento deles. 
Geralmente os frutos atacados pela praga desprendem-se das plantas, tão logo é iniciada a maturação e, em 
certos casos, há formação de uma camada bastante espessa de frutos caídos sob a copa das plantas. Os 
frutos danificados que conseguem manter-se na planta, mesmo maduros, ou aqueles que são colhidos 
enquanto colonizados pelas larvas ou moscas, concorrem para a deterioração de partidas inteiras de frutos 
colhidos e embalados, causando grandes prejuízos. 
Controle 
· Destruir os frutos encontrados sob as plantas para se evitar novas infestações;· A aplicação de 
inseticidas realizadas ao entardecer proporciona eficiente controle destas espécies, podendo reduzir os 
danos em até 80%; · Não utilizar inseticidas granulados sistêmicos no solo por ocasião do transplante visando 
o controle deste inseto (esta prática não apresenta bons resultados). 
 
Minadores de folhas 
As espécies Liriomyza huidobrensis, Liriomyza sativae e Liriomyza spp. (Diptera, Agromyzidae) não 
são pragas em condições naturais ou onde hortaliças não são continuamente pulverizadas com pesticidas 
devido à ação eficiente de diversos parasitas e predadores. Estas espécies causam danos econômicos quando 
inseticidas são utilizados exageradamente, ocasionando assim a eliminação de seus inimigos naturais, as 
vespinhas e formigas. Os adultos são moscas muito pequenas e apresentam coloração geral amarelo-
brilhante e parte do tórax de cor preta lustrosa. As fêmeas utilizam o ovipositor para auxiliar a alimentação 
 
 
e postura. A inserção do ovipositor no limbo foliar inicialmente libera o exsudato da planta do qual a fêmea 
se alimenta. Favorece também a postura e a proteção dos ovos de condições climáticas adversas e de 
inimigos naturais. Durante seu ciclo de vida as fêmeas colocam 300-700 ovos, viáveis na sua maioria. 
 
Mosca-do-mediterrâneo 
 A mosca-do-mediterrâneo Ceratitis capitataé praga de diversas fruteiras e em geral está associada 
à cultura do pimenta a partir do início da frutificação. Os ovos são colocados diretamente sobre os frutos e 
as larvas se alimentam de sementes e da polpa de frutos verdes e pequenos, até frutos grandes e maduros 
sendo comum encontrar até 12 larvas por fruto. A pupação ocorre em geral no solo. Frutos danificados pela 
mosca-do-mediterrâneo podem ser aproveitados para produção de páprica, pois não caem das plantas, 
desde que não contaminados por bactérias. Perdas atribuídas à associação do inseto com a bactéria são 
estimadas entre 12-18%. 
 
Controle 
· Usar armadilhas tipo Jackson com isca de feromônio sexual Trimedilure; · Utilizar isca tóxica com 
uma mistura de substância atrativa, como proteína hidrolisada 5% ou melaço 10%, com inseticidas. 
 
Ácaros 
 Os ácaros geralmente causam prejuízos em duas situações: (1) a combinação de fatores climáticos 
como a alta temperatura, baixa umidade e ausência de chuvas favorecem o crescimento populacional; (2) o 
desequilíbrio ambiental provocado pelo uso constante de inseticidas e fungicidas nas lavouras, que 
favorecem o crescimento populacional da praga. As espécies economicamente mais importantes são o ácaro 
rajado Tetranyuchus urticae e os ácaros vermelhos T. evansi e T. marianae(Acarina, Tetranychidae); o ácaro 
branco Polyphagotarsonemus latus (Acarina, Tarsonemidae) e ácaro plano Brevipalpus phoenicis (Acarina, 
Tenuipalpidae). 
Por serem muito pequenos, difíceis de se ver a olho nu, uma das maneiras de identificar a espécie é 
através da descrição da sintomatologia dos danos. O ácaro-rajado apresenta-se nas cores branca, verde, 
alaranjada e vermelha, e tem duas manchas pretas em seu dorso. O ácaro-vermelho possui coloração 
vermelha muito intensa, que o distingue facilmente dos outros ácaros. Ambos localizam-se na face inferior 
das folhasindependente da idade destas, causando danos caracterizados pelos seguintes sintomas: 1) 
clorose generalizada das folhas, sendo que as nervuras mantêm-se mais verdes; 2) aparecimento de teia 
envolvendo uma ou mais folhas; 3) queda acentuada das folhas e morte das plantas. O ácaro-branco localiza-
se preferencialmente na parte apical das plantas, nos brotos terminais. Seus danos tornam as folhas 
endurecidas (‘coriáceas’), com os bordos recurvados ventralmente e de coloração bronzeada. O ácaro-plano 
 
 
localiza-se nas hastes e folhas mais tenras da planta e têm coloração amarelada. As plantas podem 
apresentar aparência bronzeada ou manchas cloróticas nas folhas. 
Controle 
. É feito através da aplicação de acaricidas específicos (ácaros vermelho, rajado e branco) ou enxofre, 
no caso do ácaro plano. 
 
 Percevejos e cochonilhas 
 Algumas espécies de percevejos como Acroleucus coxalis (Hemiptera Lygaeidae), Phthia picta e 
Corecoris fuscus (Hemiptera, Coreidae), Corythaica cyathicollis, C. monacha e C. passiflora (Hemiptera, 
Tingidae); e as espécies de cochonilhas Orthezia insignis e O. praelonga (Homoptera, Coccidae), 
eventualmente causam danos à pimenteira. 
 
 
Controle 
. As aplicações de inseticidas para o controle de outras pragas de importância mantêm as populações 
de percevejos e cochonilhas abaixo do nível de dano econômico. 
 
13. COLHEITA 
 
 As pimentas apresentam diferentes pontos de colheita, de acordo com cada tipo, região de cultivo e época 
do ano. O ciclo da cultura e o período de colheita são afetados diretamente pelas condições climáticas e pelos tratos 
culturais, como adubação, irrigação, incidência de pragas e doenças, e a adoção de medidas de controle 
fitossanitário. De uma maneira geral, as primeiras colheitas são feitas a partir de 90 dias após a semeadura para as 
pimentas mais precoces, como a ‘Murupi’, e após 120 dias para as mais tardias. O ponto de colheita ideal das 
pimentas é determinado visualmente, quando os frutos atingem o tamanho máximo de crescimento e o formato 
típico de cada espécie, com a cor específica demandada pelo mercado: verde para a pimenta ‘Cambuci’; vermelho 
para a ‘Malagueta’; amarela ou vermelha para a pimenta ‘Bode’; verde-claro para a ‘De Cheiro’; amarela para a 
‘Cumari do Pará’; e amarelo-claro para a ‘Murupi’. 
 
 As pimentas são mais difíceis de serem colhidas quando comparadas com pimentão devido ao menor 
tamanho dos frutos e a arquitetura da planta, principalmente aquelas de menor porte e com maior número de galhos. 
Para efetuar a colheita das pimentas com plantas de porte mais baixo, como a ‘Cumari do Pará’ e ‘Malagueta’, é 
necessário que os apanhadores fiquem agachados ou curvados, enquanto para aquelas pimentas com plantas mais 
altas, como a ‘Bode’, é possível fazer a colheita em pé, em uma posição mais confortável. A posição dos frutos das 
pimentas, seu tamanho e a resistência do pedúnculo também interferem na velocidade da colheita. As pimentas 
 
 
‘Bode’ e ‘Dedo-de-Moça’ possuem frutos maiores e são mais fáceis de apanhar, sendo possível colher até 
60kg/dia/operário, enquanto as pimentas ‘Malagueta’ e ‘Cumari do Pará’ possuem frutos menores, o que reduz a 
velocidade da colheita (aproximadamente 10kg/dia/operário). 
 
 As pimentas são colhidas manualmente, arrancando-se os frutos das plantas com ou sem os pedúnculos, 
dependendo do tipo de pimenta e o uso do produto. Cada colhedor utiliza um recipiente pequeno, como uma lata, 
prato ou bolsa para recolher os frutos das plantas. Um recipiente adequado para a colheita das pimentas pode ser 
feito a partir de garrafas plásticas de refrigerante de 2L do tipo ‘PET’, cortando-se o terço superior da garrafa e 
colocando-se um cordão em duas extremidades laterais para pendurar no pescoço. Além de ser um recipiente barato 
e fácil de ser feito, o operário fica com as duas mãos livres para executar a colheita, sendo possível segurar os 
ramos e destacar os frutos sem quebrar a planta. Depois de cheios, estes recipientes são vertidos em baldes ou latas 
maiores (5-10L) ou então em caixas localizadas estrategicamente próximas do local de colheita. 
 
 Quando as pimentas são destinadas especificamente para a indústria de conservas e molhos, podem ser 
apanhadas sem o pedúnculo diretamente no campo. Para aquelas pimentas com maior resistência do pedúnculo, 
como a ‘Bode’ e a ‘Dedo de Moça’, às vezes é necessária uma operação adicional no galpão de beneficiamento 
para retirar completamente o pedúnculo

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