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Apostila de Gerenciamento de Riscos Universidade Paulista

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Curso de Pós-Graduação em Engenharia de 
Segurança do Trabalho 
 
 
APOSTILA DE GERENCIAMENTO DE RISCO 
 
 
 
 
 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
 
 
 
 
 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho 
Disciplina: Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
castrorpc@yahoo.com.br 2 
 
1 PLANO DE CURSO ........................................................................................................................................... 6 
1.1 EMENTA .............................................................................................................................................................. 6 
1.2 CARGA HORÁRIA ................................................................................................................................................ 6 
1.3 OBJETIVOS GERAIS ............................................................................................................................................ 6 
1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................................................................... 6 
1.5 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO .............................................................................................................................. 6 
1.6 ESTRATÉGIA DE TRABALHO ................................................................................................................................ 6 
1.7 AVALIAÇÃO: ........................................................................................................................................................ 6 
1.8 BIBLIOGRAFIA: .................................................................................................................................................... 6 
2 CONCEITUAÇÃO, EVOLUÇÃO HISTÓRICA: DA PREVENÇÃO DE LESÕES À SEGURANÇA DE SISTEMAS ................... 7 
2.1 CONCEITUAÇÃO .................................................................................................................................................. 8 
ANTES DE PROSSEGUIRMOS EM NOSSOS ESTUDOS, VAMOS TRABALHAR ALGUNS CONCEITOS QUE SERÃO DE EXTREMA 
IMPORTÂNCIA AO LONGO DE NOSSO TRABALHO. ................................................................................................................ 8 
2.1.1 Risco ............................................................................................................................................................. 11 
2.1.2 Gerenciamento de Risco .............................................................................................................................. 12 
2.2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA ..................................................................................................................................... 15 
SEGUEM A SEGUIR ALGUNS MARCOS QUE PODEM SER RESSALTADOS AO LONGO DESSA EVOLUÇÃO: ............................... 16 
3 - A EMPRESA COMO SISTEMA, SUB-SISTEMAS EMPRESARIAIS, NATUREZA DOS RISCOS EMPRESARIAIS, RISCOS 
PUROS E ESPECULATIVOS. ..................................................................................................................................... 20 
3.1 A EMPRESA COMO SISTEMA ............................................................................................................................ 20 
3.1.1 O Processo Decisório segundo uma abordagem Sistêmica .......................................................................... 22 
3.2 SUB-SISTEMAS EMPRESARIAIS ......................................................................................................................... 23 
3.3 NATUREZA DOS RISCOS EMPRESARIAIS .......................................................................................................... 25 
3.3.1 Riscos Puros ................................................................................................................................................. 26 
3.3.2 Riscos Especulativos ..................................................................................................................................... 27 
3.3.3 Outras Classificações ................................................................................................................................... 28 
3.4 MAPEAMENTO DE RISCO ................................................................................................................. 29 
3.5 SINALIZAÇÃO E ROTULAGEM ........................................................................................................... 31 
3.6 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................. 33 
4 - FUNDAMENTOS MATEMÁTICOS: PREVISÃO DE PERDAS POR ESTATÍSTICA, PROBABILIDADE, CONFIABILIDADE, 
ÁLGEBRA BOOLEANA E A AVALIAÇÃO DO RISCO. ................................................................................................... 34 
4.1 APLICAÇÃO DA ESTATÍSTICA Á PREVISÃO DE PERDAS .................................................................................... 34 
4.1.1 Conceitos de Estatística ............................................................................................................................... 34 
4.1.2 Distribuição de Freqüência ........................................................................................................................... 37 
4.1.3 Exercícios ...................................................................................................................................................... 40 
4.1.4 Medidas de Tendência Central ..................................................................................................................... 41 
4.1.5 Medidas de Dispersão .................................................................................................................................. 43 
4.1.6 Conceitos de Engenharia de Segurança com aplicação estatística .............................................................. 47 
4.1.7 Exercícios ...................................................................................................................................................... 48 
4.2 APLICAÇÃO DA PROBABILIDADE Á PREVISÃO DE PERDAS ............................................................................... 48 
4.2.1 Conceitos ...................................................................................................................................................... 49 
4.2.2 Técnicas de Contagem ................................................................................................................................. 50 
4.2.3 Exercícios ...................................................................................................................................................... 51 
4.2.4 Distribuição de Probabilidade ...................................................................................................................... 53 
4.3 APLICAÇÃO DA CONFIABILIDADE Á PREVISÃO DE PERDAS .............................................................................. 60 
4.3.1 Tipos de Falhas ............................................................................................................................................. 62 
4.3.2 Falhas Operacionais ..................................................................................................................................... 63 
4.3.3 Exercício ....................................................................................................................................................... 64 
 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho 
Disciplina:Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
castrorpc@yahoo.com.br 3 
 
4.3.4 Funções de Confiabilidade ........................................................................................................................... 64 
4.3.5 Variáveis Quantitativas ................................................................................................................................ 65 
4.3.6 Análise de Sistemas de Confiabilidade ......................................................................................................... 66 
4.3.7 Tratamento de Falhas .................................................................................................................................. 67 
4.3.8 Exercícios ...................................................................................................................................................... 67 
4.4 AVALIAÇÃO DE RISCO ....................................................................................................................................... 70 
5 - TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS: ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS. ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E EFEITO. 
SÉRIE DE RISCO. ANÁLISE DE ÁRVORE DE FALHAS. .................................................................................................. 70 
5.1 TÉCNICAS DE IDENTIFICAÇÃO DE PERIGO ........................................................................................................ 72 
5.1.1 Técnica de Incidentes Críticos (TIC) .............................................................................................................. 72 
5.1.2 What-If (WI) ou E se...? ................................................................................................................................ 73 
5.1.3 Análise e Revisão de Critérios (ARC) ............................................................................................................. 74 
5.2 TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCOS .................................................................................................................. 75 
5.2.1 Análise Preliminar de Riscos (APR) ou Análise Preliminar de Perigos (APP) ou Preliminary Hazard Analysis 
(PHA) ..................................................................................................................................................................... 75 
5.2.2 Análise de Modos de Falha e Efeitos (AMFE) ou Failure Modes and Effects Analysis (FMEA) ..................... 77 
5.2.3 Análise de Operabilidade de Perigos (HAZOP) ............................................................................................. 84 
5.3 TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS .............................................................................................................. 91 
5.3.1 Análise de Árvore de Falhas (AAF) ............................................................................................................... 91 
5.3.2 Série de Risco (SR) ........................................................................................................................................ 96 
5.3.3 Análise de Árvore de Eventos (AAE) ............................................................................................................. 97 
5.3.4 Análise por Diagrama de Blocos (ADB) ........................................................................................................ 99 
5.3.5 Análise de Causas e Conseqüências (ACC) ................................................................................................. 100 
5.4 EXERCÍCIOS .................................................................................................................................................... 102 
6 - RESPONSABILIDADES PELO PRODUTO ........................................................................................................108 
6.1 RESPONSABILIDADE E QUALIDADE ................................................................................................................ 108 
6.2 RESPONSABILIDADE CÍVIL PELO PRODUTO ................................................................................................... 111 
6.3 RESPONSABILIDADE CRIMINAL PELO PRODUTO ............................................................................................ 112 
6.3.1 Tipos de danos e responsabilidade criminal............................................................................................... 113 
6.3.2 Alguns conceitos e definições de Direito .................................................................................................... 114 
6.3.3 Alguns crimes e penas ................................................................................................................................ 114 
6.4 PERÍCIAS TRABALHISTAS ............................................................................................................................... 115 
6.5 RESPONSABILIDADE AMBIENTAL PELO PRODUTO ......................................................................................... 116 
7 AVALIAÇÃO DE PERDAS DE UM SISTEMA: RECURSOS HUMANOS MATERIAIS E OPERACIONAIS. CONTROLE DE 
DANOS E CONTROLE TOTAL DE PERDAS ................................................................................................................116 
7.1 INTRODUÇÃO AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE PERDAS ................................................................................. 116 
7.1.1 Alguns Conceitos importantes ................................................................................................................... 117 
7.1.2 Circunstâncias que levam às perdas .......................................................................................................... 118 
7.2 AVALIAÇÃO DE PERDAS DE UM SISTEMA ....................................................................................................... 118 
7.2.1 Ausentismo ................................................................................................................................................ 119 
7.2.2 Paralisação de Equipamentos .................................................................................................................... 119 
7.2.3 Exercício ..................................................................................................................................................... 119 
7.3 SISTEMA DE CONTROLE DE DANOS ............................................................................................................... 120 
7.4 CONTROLE DE PERDAS .................................................................................................................................. 122 
8 - METODOLOGIA PARA ANÁLISE DE CUSTO DE ACIDENTES ............................................................................123 
8.1 ANÁLISE HISTÓRICA ....................................................................................................................................... 123 
8.2 DADOS ESTATÍSTICOS .................................................................................................................................... 123 
8.3 PANORAMA NACIONAL E INTERNACIONAL ...................................................................................................... 124 
 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho 
Disciplina: Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
castrorpc@yahoo.com.br 4 
 
8.4 QUEM PERDE COM OS ACIDENTES DE TRABALHO? ........................................................................................124 
8.5 CONCEITOS IMPORTANTES............................................................................................................................. 125 
8.6 TIPOS DE CUSTOS .......................................................................................................................................... 127 
8.6.1 Custos Diretos e Indiretos .......................................................................................................................... 127 
8.6.2 Custos Fixos e Variáveis ............................................................................................................................. 129 
8.6.3 Custos Quantificável e Não-quantificável .................................................................................................. 129 
8.7 FATOR ACIDENTÁRIO PREVIDENCIÁRIO ......................................................................................................... 130 
8.8 CUSTOS COM INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ....................................................................................... 131 
8.9 CUSTO DE ACIDENTE DE TRABALHO X INVESTIMENTO EM SEGURANÇA ....................................................... 131 
8.10 MÉTODOS DE CÁLCULO.................................................................................................................................. 132 
8.11 MÉTODOS EXISTENTES .................................................................................................................................. 132 
8.11.1 Método de Heinrich para o cálculo dos custos dos acidentes ............................................................... 132 
8.11.2 Método de Simonds para o cálculo dos custos dos acidentes ............................................................... 133 
8.11.3 Método de Bird para o cálculo dos custos dos acidentes ...................................................................... 133 
8.11.4 Método de Pharm para o cálculo dos custos indiretos dos acidentes ................................................... 134 
8.11.5 Método de Manuel Bestratén Bellovi para o cálculo dos custos dos acidentes .................................... 135 
8.11.6 Método desenvolvido pelo Health & Safety executive (HSE) para o cálculo dos custos dos acidentes . 135 
8.12 MÉTODO DA FUNDACENTRO .......................................................................................................................... 136 
8.13 MODELO DE FICHA PARA CÁLCULO DO CUSTO EFETIVO DE ACIDENTES ..................................................... 137 
9 - PROGRAMAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS ...............................................................................139 
9.1 PROGRAMA DE CONTROLE DE ACIDENTES COM DANOS À PROPRIEDADE ..................................................... 139 
9.1.1 Benefícios do Programa ............................................................................................................................. 140 
9.2 PROGRAMA DE PREVENÇÃO E CONTROLE DE PERDAS ................................................................................ 140 
9.2.1 Elementos Básicos de um Programa de Prevenção de Perdas ................................................................... 141 
9.2.2 Estrutura de um Programa de Prevenção de Perdas ................................................................................. 143 
9.2.3 Implantação de um Programa de Controle Total de Perdas ...................................................................... 144 
10 - NOÇÕES BÁSICAS DE SEGURO E PRINCÍPIOS DE ADMINISTRAÇÃO DE SEGUROS ...........................................147 
10.1 CONCEITO ....................................................................................................................................................... 147 
10.2 FINALIDADE E CARACTERÍSTICAS ................................................................................................................... 147 
10.3 CONCEITOS IMPORTANTES ............................................................................................................................. 148 
10.4 PRINCÍPIOS ..................................................................................................................................................... 148 
10.5 FRANQUIA ....................................................................................................................................................... 149 
10.5.1 Tipos de Franquia .................................................................................................................................. 149 
10.6 SEGUROS PROPORCIONAIS E NÃO PROPORCIONAIS .................................................................................... 149 
10.6.1 Seguros Proporcionais ........................................................................................................................... 149 
10.6.2 Seguros Não Proporcionais ................................................................................................................... 149 
10.7 VANTAGENS E DESVANTAGENS ..................................................................................................................... 149 
11 - RETENÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE RISCOS ...................................................................................................150 
11.1 RETENÇÃO DE RISCOS ................................................................................................................................... 151 
11.1.1 Auto-adoção .......................................................................................................................................... 151 
11.1.2 Auto-seguro ........................................................................................................................................... 152 
11.2 TRANSFERÊNCIA DE RISCOS .......................................................................................................................... 152 
11.3 DECISÃO ENTRE SEGURO E AUTO-SEGURO .................................................................................................. 153 
11.4 DEFINIÇÃO DO VALOR DA FRANQUIA ............................................................................................................. 154 
11.4.1 Regra do Menor Custo .......................................................................................................................... 154 
11.4.2 Modelo de Houston ............................................................................................................................... 154 
12 - PLANOS DE EMERGÊNCIA ..........................................................................................................................155 
12.1 NOÇÕES E CONCEITOS .................................................................................................................................. 155 
 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho 
Disciplina: Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
castrorpc@yahoo.com.br 5 
 
12.2 GRANDES ACIDENTES .................................................................................................................................... 156 
12.3 PLANO DE EMERGÊNCIA ................................................................................................................................. 157 
12.3.1 Interferências do ambiente de trabalho ................................................................................................ 158 
12.3.2 Metodologia .......................................................................................................................................... 158 
12.3.3 Objetivo .................................................................................................................................................158 
12.3.4 Características ....................................................................................................................................... 158 
12.3.5 Razões para a elaboração de um Plano de Emergência ....................................................................... 159 
12.3.6 Estrutura Organizacional ...................................................................................................................... 159 
12.3.7 Zonas de Trabalho ................................................................................................................................. 160 
12.3.8 Implantação e Manutenção .................................................................................................................. 160 
12.4 ESTRUTURA DE UM PLANO DE AÇÃO DE EMERGÊNCIA ................................................................................. 161 
12.4.1 Estrutura estabelecida pela CETESB ...................................................................................................... 161 
12.4.2 Estrutura estabelecida pelo CONAMA................................................................................................... 162 
12.4.3 Estrutura estabelecida pela ABNT ......................................................................................................... 162 
12.4.4 Estrutura estabelecida pelas NR´s ......................................................................................................... 163 
12.5 GUIA PARA ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE EMERGÊNCIA ............................................................................ 163 
12.6 SUB – PLANOS DO PLANO DE EMERGÊNCIA .................................................................................................. 171 
12.7 DIRETRIZES PARA PLANOS DE EMERGÊNCIA ................................................................................................. 173 
13 - MODELO DE UM PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS ...................................................................178 
13.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E DA REGIÃO ................................................................................ 179 
13.2 IDENTIFICAÇÃO DE PERIGOS E CONSOLIDAÇÃO DAS HIPÓTESES ACIDENTAIS ............................................... 180 
13.3 ESTIMATIVA DOS EFEITOS FÍSICOS ANÁLISE DE VULNERABILIDADE ............................................................... 180 
13.4 ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIA .......................................................................................................................... 182 
13.5 ESTIMATIVA E AVALIAÇÃO DE RISCOS ............................................................................................................ 182 
13.6 TRATAMENTO DOS RISCOS ............................................................................................................................. 182 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de Pós-Graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho 
Disciplina: Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
castrorpc@yahoo.com.br 6 
 
1 Plano de Curso 
 
1.1 Ementa: Apresentar e discutir aspectos teóricos e práticos sobre gerenciamento de riscos, quando 
assumi-los com recursos próprios e quando transferi-los para terceiros sob a ótica secundária. 
 
1.2 Carga Horária: 60 h/a 
 
1.3 Objetivos Gerais: 
- Conhecer e interpretar corretamente a natureza dos riscos empresariais; utilizar corretamente as modernas 
técnicas de análise de riscos. 
- Saber quando e como fazer um retenção ou transferência de riscos. 
 
1.4 Objetivos Específicos: 
- Analisar corretamente os fundamentos matemáticos e administrativos utilizados na avaliação de riscos e 
perdas. 
- Ter conhecimento das técnicas básicas de seguro. 
- Ter condições de planejar e executar um “programa de segurança de sistemas”. 
 
1.5 Conteúdo Programático: 
- Conceituação, Evolução Histórica: Da Prevenção de Lesões à Segurança de Sistemas. 
- A empresa como sistema, sub-sistemas empresariais, natureza dos riscos empresariais, Riscos Puros e 
Especulativos. 
- Fundamentos Matemáticos: Previsão de Perdas por Estatística, Probabilidade, Confiabilidade, Álgebra 
Booleana e a Avaliação do Risco. 
- Técnicas de Análise de Riscos: Análise Preliminar de Riscos. Análise de Modos de Falhas e Efeito. Série de 
Risco. Análise de Árvore de Falhas. 
- Responsabilidades pelo Produto. 
- Avaliação de Perdas de um Sistema: Recursos Humanos Materiais e Operacionais. Controle de Danos e 
Controle Total de Perdas. 
- Metodologia para Análise de Custo de Acidentes. 
- Programas de Prevenção e Controle de Perdas. 
- Noções Básicas de Seguro e Princípios de Administração de Seguros. 
- Retenção e Transferência de Riscos: Auto Adoção e Auto Seguro. 
- Planos de Emergência. 
- Modelo de Um Programa de Gerenciamento de Riscos. 
 
1.6 Estratégia de Trabalho 
- Aulas Expositivas com Apoio de Data Show, Diapositivos e Vídeos Relacionados ao Assunto. 
- Discussão de Casos. 
- Apostila Resumo das Aulas. 
- Bibliografia Básica. 
- Tabelas do Cronograma das Aulas. 
- Apresentação de um Programa de Gerenciamento de Risco. 
- Execução de Exercícios Práticos. 
 
1.7 Avaliação: 
- Elaboração de um Programa de Gerenciamento de Riscos. 
- Execução de exercícios práticos dados em aula. 
- Prova escrita embasada em questões (sem consulta) ou embasada em casos práticos (com consulta). 
 
1.8 Bibliografia: 
- Apostila de Gerenciamento de Risco do Professor Antônio Castellar, 2008. 
- http://www.eps.ufsc.br/disserta96/anete/cap1/cap1_ane.htm 
- http://www.eps.ufsc.br/disserta/evandro/capit_1/cap1_eva.htm 
 
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Disciplina: Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
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- Araújo,Vagner Pereira. Gestão de Riscos Operacionais. São Paulo – 2006. 
- Tavares, J. C., Noções de prevenção e controle de perdas em Segurança do Trabalho, Senac, São 
Paulo, 2007. 
- De Cicco, Francesco M. G. A. F. & Fantazzini, Fundacentro, 3ed, 1994. 
 
2 Conceituação, Evolução Histórica: Da Prevenção de Lesões à Segurança de Sistemas 
Para as antigas civilizações gregas, romanas e judaicas, o privilégio de antever o futuro era um 
dom destinado apenas aos oráculos e adivinhos que detinham um monopólio sobre todo o 
conhecimento humano e possuíam a capacidade de realizar previsões sobre possíveis eventos futuros. 
Porém uma idéia revolucionária que define a fronteira entre os tempos modernos e o passado foi a 
capacidade do ser humano em pensar, analisar e tomar suas próprias decisões e assumir as 
responsabilidades pelas conseqüências, fazendo com que o futuro da humanidade deixasse de ser um 
fruto do capricho dos deuses. 
O processo racional de enfrentar riscos mostrou ao mundo como compreender, medir e avaliar 
suas conseqüências, convertendo o ato de correr riscos em dos principais catalisadores do 
desenvolvimento. 
No mundo de hoje, sabe-se que com exceção da existência de impostos e da imutabilidade das 
leis fundamentais do universo, a única coisa realmente previsível é que tudo se modifica no decorrer 
do tempo. 
A disciplina de Gerenciamento de Risco está intimamente ligada aos conceitos de "Qualidade e 
Competitividade", que vem sendo difundidos e empregados por um número cada vez maior de 
empresas que descobriram aí uma fonte de ganhos sociais, econômicos e financeiros, e acima de tudo 
uma excelente forma de competitividade empresarial.Dentre todas as vertentes associadas à qualidade, existe uma que é a qualidade do público 
interno, dos colaboradores, e dentro desta categoria se encontra o aspecto da segurança no trabalho. E 
quem viabiliza a qualidade neste ambiente é a adoção de uma Política de Segurança no Trabalho que 
busque proteger e preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. O foco dessa política 
deve ser um Sistema de Prevenção, ou seja, a minimização dos erros e falhas (acidentes). 
Então, o que Gerenciamento de Risco busca é administrar as possibilidades de falhas, buscando 
evitar que essas aconteçam; caso aconteçam, que não se propaguem; caso as possibilidades de falhas 
sejam de difícil controle, decidir entre reter ou transferir. 
Resultados de investigações de grandes acidentes mostram que as falhas responsáveis pelos 
mesmos estão associadas a quatro fatores principais, a saber: tecnologia, sistemas de gerenciamento, 
fatores humanos e agentes externos. Deste modo, muitas indústrias têm se preocupado com a 
confiabilidade de seus equipamentos e investido em melhores tecnologias. Porém, uma análise mais 
detalhada acerca das causas que precedem estas situações mostra que o erro humano e a falta de 
sistemas de gerenciamento de riscos adequados são os contribuintes mais significativos para a 
concretização dos acidentes. 
O aumento dos riscos de acidentes industriais de grande periculosidade, provenientes da 
utilização de tecnologias mais avançadas e complexas, maior número de matérias primas e insumos, 
criação de novos processos e produtos, grandes capacidades de armazenamento e transporte de 
produtos perigosos, fez com que aumentasse a pressão sobre as empresas no sentido de reduzirem 
 
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Disciplina: Gerenciamento de Risco 
Professor: Roberto Portela de Castro 
 
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seus riscos, esclarecerem os cidadãos sobre os mesmos e adotarem medidas de emergência e 
contenção de riscos eficientes. Além do mais, com a evolução do tecido social, temas notadamente 
ligados às áreas ecológicas e de acidentes do trabalho passaram a preocupar o público ao redor das 
indústrias e, conseqüentemente, as autoridades governamentais. Como consequência, as indústrias 
foram obrigadas a examinar com mais acuidade os efeitos de suas operações intra e extra-muros. 
O grande número de variáveis que interagem dinamicamente no decurso de um processo 
operacional atribui uma elevada complexidade aos sistemas industriais atuais que, apesar de 
altamente automatizados, continuam dependentes do desempenho humano em diversos aspectos. 
Portanto, o desconhecimento dos riscos associados ao uso de novas tecnologias e a velocidade com 
que determinadas ações devem ser tomadas frente a problemas operacionais conduzem ao aumento 
da probabilidade de falha humana, podendo comprometer o bom andamento operacional e resultar 
em acidentes catastróficos, com elevadas perdas tanto materiais quanto humanas. 
Neste sentido, o gerenciamento de riscos surgiu como instrumento de mitigação e administração 
de riscos presentes no meio industrial, oferencendo filosofias e ferramental técnico que visam 
otimizar o uso da tecnologia, a qual sofre avanço acelerado e, não raramente, inconsistente com os 
padrões mínimos de segurança que devem estar presentes dentro de atividades industriais. O 
gerenciamento de riscos dentro de uma empresa representa a possibilidade de se atribuir segurança e 
confiabilidade aos processos e procedimentos, constituintes do seu ambiente operacional, permitindo 
a integração de dois pólos que, até então, se relacionavam indiretamente: a segurança do trabalho e a 
segurança patrimonial. 
 
2.1 Conceituação 
 Antes de prosseguirmos em nossos estudos, vamos trabalhar alguns conceitos que serão de 
extrema importância ao longo de nosso trabalho. 
a) Perigo: Fonte ou situação (condição) com potencial para provocar danos em termos de lesão, 
doença, dano à propriedade, dano ao meio ambiente, ou uma combinação destes. 
Uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos tais 
como: lesões pessoais, danos a equipamentos e instalações, meio ambiente, perda de material em 
processos ou redução da capacidade produtiva. 
b) Desvio: é qualquer ação ou condição que tem potencial para conduzir, direta ou indiretamente, a 
danos a pessoas, ao patrimônio ou causar impacto ambiental, que se encontre desconforme com as 
normas de trabalho, procedimentos, requisitos legais ou normativos, requisitos do sistema de gestão, 
ou boas práticas. O conceito de desvio é similar ao de perigo, mas com uma diferença sutil: um 
desvio está associado a uma não conformidade com requisitos pré-definidos, ou seja, é algo 
desconforme com o adequado. 
Todo desvio é um perigo, mas alguns perigos, no entanto, não são desvios: perigos naturais, 
ou aqueles oriundos de mudanças e processos inovadores, que (ainda) não estejam desconformes a 
normas e/ou requisitos. 
Desvios são usualmente evidenciados por inspeções in loco, sendo um importante conceito 
nas chamadas auditorias comportamental. 
Perigos podem ser identificados tanto in loco quanto por análise a priori (técnicas de análises 
de risco), que será vista nos próximos capítulos. 
 
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Quando ocorre um acidente, perigos ou desvios se tornam as causas do mesmo, que se 
encadeiam desde a origem das seqüências até o acidente em si e seus efeitos (danos ou perdas). 
c) Segurança: é a garantia de um estado de bem-estar físico e mental, traduzindo por saúde, paz e 
harmonia. Segurança do Trabalho: é a garantia de um estado de bem-estar físico e mental do 
empregado, no trabalho para a empresa e se possível, fora do ambiente dela (viagem de trabalho, lar, 
lazer, etc.). É um compromisso acerca de uma relativa proteção da exposição a perigos. 
d) Dano: É a conseqüência negativa do acidentes, ou seja, é o produto ou resultado negativo do 
acidente (prejuízo). Gravidade da perda humana, material ou financeira que pode resultar se o 
controle sobre um risco é perdido. A probabilidade e a exposição podem manter-se inalterados, e 
mesmo assim, existir diferença na gravidade do dano. 
Os danos podem ser: 
- Pessoais: lesões, ferimentos, perturbação mental 
- Materiais: danos em aparelhos, equipamentos 
- Administrativo: prejuízo monetário, desemprego em massa 
e) Causa: Origem, de caráter humano ou material, relacionada com o evento catastrófico (acidente) 
pela materialização de um perigo, resultando em danos. É aquilo que provocou o acidente, sendo 
responsável por sua ocorrência, permitindo que o risco se transformasse em danos. Antes do acidente 
existe o risco. Após o acidente existe a causa. 
 Existem três tipos de causas: Atos inseguros, Condições Inseguras e Fator Pessoal de 
Insegurança. 
f) Sinistro: Prejuízo sofrido por uma organização, com garantia de ressarcimento por seguro ou por 
outros meios. 
g) Incidente: Qualquer evento ou fato negativo com potencial para provocar danos, mas por algum 
fator não satisfeito, não ocorre o esperado acidente. Também denominado de “quase-acidente”. 
Muitas vezes atribuída ao anjo-da-guarda.
 
 
 
 
Os estudos dos incidentes trazem um conhecimento maior sobre as causas, que poderiam vir a 
tornar-se acidentes, além de conter estes. 
 h) Perdas: é o prejuízo sofrido por uma organização, sem garantia de ressarcimento através de 
segurosou outros meios. Prejuízos (materiais e/ou humano) ocorridos em uma organização, os quais 
são ressarcidos através de seguros ou de outros meios. Freqüentemente é associado com: desperdício, 
sobras, refugos, retrabalhos. 
 As perdas podem ser tangíveis, quando se referem a prejuízos mensuráveis, ou intangíveis, 
quando se referem a elementos de difícil mensuração como a imagem da empresa. 
i) Ato inseguro: É todo ato, consciente ou não, emitidos pelo trabalhador ou empresa, capaz de 
provocar dano ao trabalhador, a seus companheiros ou a máquinas, materiais e equipamentos, 
estando diretamente relacionado a falha humana. Os atos inseguros são cometidos por imprudência, 
imperícia ou negligência. Exemplo: A falta de treinamento, excesso de trabalho / pressa, teimosia, 
curiosidade, improvisação, autoconfiança, entre outros são fatores que levam à prática do ato 
inseguro. 
 
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j) Condição Insegura: Consiste em irregularidades ou deficiências existentes no ambiente de 
trabalho que constituem riscos para a integridade física do trabalhador e para a sua saúde, bem como 
para os bens materiais da empresa. A falta de limpeza e ordem no ambiente de trabalho, bem como 
máquinas e equipamentos sem proteção ou a segurança “jampeada” são fatores que produzem a 
condição insegura. 
l) Fator pessoal de Insegurança: Problema pessoal do indivíduo que pode vir a provocar acidentes: 
Problemas de saúde, Problemas familiares, Dívidas, Alcoolismo, Uso de Substâncias Tóxicas, etc. 
m) Nível de exposição: Relativa exposição a um risco que favorece a materialização do risco como 
causa de um acidente e dos danos resultantes deste. O nível de severidade varia de acordo com as 
medidas de controle adotadas, ou seja: 
Nível de Exposição = Risco/Medidas de Controle adotadas 
n) Acidente: toda ocorrência não programada que pode produzir danos. É um acontecimento que não 
prevemos, ou se prevemos, não sabemos precisar quando acontecer. Temos diferentes conceitos para 
acidente, os principais são o legal e o prevencionista. 
Conceito Legal: 
Acidente é aquele que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão 
corporal ou perturbação funcional que cause morte, perda ou redução permanente ou temporária da 
capacidade laboral para o trabalho. 
Conceito Prevencionista: 
Acidente é uma ocorrência não programada, inesperada ou não, que interrompe ou interfere no 
processo normal de uma atividade, ocasionando perda de tempo útil, lesões nos trabalhadores ou 
danos materiais. 
Outros Conceitos de Acidente do Trabalho 
É a ocorrência, uma perturbação no sistema de trabalho que, ocasionando danos pessoais ou 
materiais, impede o alcance do objetivo do trabalho. 
Qualquer evento não programado que interfere negativamente na atividade produtiva e que 
tem cobertura da seguradora. 
OBS: Em geral um acidente acontece em decorrência da conjunção de várias falhas, que possuem 
causa ou modo de falhas. Estas falhas possuem probabilidade ou chance de acontecerem, quando 
acontecem geram incidentes, também chamados de quase-acidente (sem danos tangíveis), ou 
acidentes que causam danos. Se os danos estão segurados chama-se de sinistro, quando não, houve 
perda para a empresa. A associação dos danos (efeitos adversos) com a probabilidade de 
acontecerem chama-se risco. Quando o acidente acontece o risco passa a chamar-se de causa. A 
exposição relativa ao risco é denominada perigo. Quando o perigo refere-se a procedimentos e 
regulamentos não atendidos, chama-se de desvio. 
 
o) Segurança e Prevenção de Acidentes 
Tradicional Segurança vista como sinônimo de 
prevenção de lesões pessoais 
Moderna Segurança voltada para prevenção de 
perdas e danos 
 
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Ações voltadas somente para a prevenção de 
acidentes fatais ou com lesões incapacitantes; 
Acidentes que não envolviam pessoas não 
tinham valor nenhum 
Ações voltadas não só para acidentes com 
pessoas, mas também com equipamentos, 
máquinas, instalações, meio ambiente, etc., ou 
seja, tudo o que interfira no processo produtivo 
 
p) Definição dos Acidentes 
Tradicional Abordagem Corretiva Moderna Abordagem Preventiva 
Acidentes considerados como fatos inesperados, 
com causas fortuitas e/ou desconhecidas. 
Ocorrências inevitáveis e incontroláveis. 
 
Acidentes considerados como fatos indesejáveis, 
com a maior partes das causas sendo conhecidas, 
previsíveis e controláveis. Os acidentes com 
causas fortuitas ou desconhecidas devem-se 
geralmente a fatores incontroláveis da natureza 
como terremotos, maremotos, raios, etc. 
q) Programas de SST 
Tradicional Abordagem Corretiva Moderna Abordagem Preventiva 
Enfoque corretivo, Espera pela ocorrência do 
acidentes para depois atacar as conseqüências ou 
evitar acidentes semelhantes 
Enfoque preventivo, Conceitos de ato e condição 
insegura, Maior preocupação com os acidentes 
pessoais e perdas a eles associados 
r) Atividades de Segurança 
Tradicional Responsabilidade centralizada Moderna Responsabilidade compartilhada 
Executantes com pouca informação e poder de 
ação preventiva, Impossibilidade de prevenção 
dos riscos inerentes aos processos produtivos, 
Falta de compromisso por parte dos executantes 
Integração da organização, Aumento da eficácia 
das medidas corretivas e preventivas, Maior 
conhecimento dos trabalhadores sobre os riscos 
aos quais estão expostos, bem como sobre sua 
redução ou eliminação 
 Após a apresentação destes conceitos básicos iremos detalhar um pouco mais os dois conceitos 
bases desta disciplina. O que é Risco? O que é Gerenciamento de Risco? 
2.1.1 Risco 
Como base na origem etmológica da palavra, “risco”, é uma derivação da antiga língua italiana 
denominada “risicare”, que representa evolução social, científica e tecnológica do ser humano em 
“ousar”, que possibilita uma “escolha” do homem e não um destino divinamente determinado. 
Alguns autores costumam definir risco como a possibilidade de um evento adverso que possa 
afetar negativamente a capacidade de uma organização para alcançar seus objetivos. Dentro dessa 
acepção o risco é considerado um evento indesejável. No entanto, dentro de uma visão macro, 
sabemos que ao apostar na Mega-Sena estamos correndo o risco de ganhar, o que, de forma alguma, 
é algo negativo ou indesejável. Para esses autores a possibilidade de um evento conduzir a um 
resultado favorável é chamada de Chance, enquanto a Possibilidade de um evento conduzir a um 
resultado desfavorável é de Risco. 
 
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O risco poderá ter pelo menos três significados: 
- Hazard: Uma ou mais condições de uma variável com potencial necessário para causar danos 
como: lesões pessoais, danos a equipamentos e instalações, danos ao meio-ambiente, perda de 
material em processo ou redução da capacidade de produção. A existência do risco implica na 
possibilidade de existência de efeitos adversos. 
- Risk: Expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período específico de tempo ou 
númerode ciclos operacionais, podendo ser indicado pela probabilidade de um acidente multiplicado 
pelo dano em valores monetários, vidas ou unidades operacionais. 
- Incerteza: Quanto à ocorrência de um determinado acidente. 
Para a Segurança do Trabalho o risco expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de 
um período específico de tempo ou número de ciclos operacionais, ou seja, representa o potencial de 
ocorrência de conseqüências indesejáveis. 
O Risco pode ser calculado através da identificação dos efeitos adversos potenciais de um 
fenômeno a ser analisado, com a compreensão da estimativa de sua probabilidade e da magnitude de 
seus efeitos. 
Risco = Probabilidade x Impacto 
 
2.1.2 Gerenciamento de Risco 
A gerência de riscos pode ser definida como a ciência, a arte e a função que visa proteger a 
empresa (recursos humanos, materiais e financeiros) das conseqüências de eventos aleatórios que 
possam reduzir sua rentabilidade, sob forma de danos físicos, financeiros ou responsabilidades para 
com terceiros. A proteção fornecida pela Gerência de Risco compreende esforços na tentativa de 
eliminar, reduzir, controlar ou ainda financiar os riscos, caso seja economicamente viável. 
O gerenciamento de riscos pode, ainda, ser definido como um processo formal no qual fatores de 
incerteza presentes em determinado contexto são sistematicamente identificados, analisados, 
estimados, categorizados e tratados. Procura-se alcançar um equilíbrio entre a concretização de 
oportunidades de ganhos e a minimização de perdas. Trata-se de atividade interativa que permite o 
aprimoramento contínuo do processo de decisão e a melhora crescente do desempenho da 
organização. 
O processo envolve a criação de infra-estrutura e cultura adequadas, com aplicação de método 
sistemático, a fim de permitir que as decisões sejam tomadas mediante o conhecimento dos riscos 
associados às atividades da organização. 
O Gerenciamento de Risco é ainda definido como a área de atuação que busca administrar as 
possibilidades de falhas, buscando evitar que essas aconteçam; caso aconteçam, que não se 
propaguem; caso as possibilidades de falhas sejam de difícil controle, decidir entre reter ou transferir. 
Compreende toda uma metodologia que visa aumentar a confiança na capacidade de uma 
organização de prever, priorizar e superar obstáculos para obtenção de suas metas, e visa, ainda, 
proteger a empresa das conseqüências de eventos aleatórios que possam reduzir sua rentabilidade, 
sob forma de danos físicos, financeiros ou responsabilidades para com terceiros. 
 
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A finalidade da Gerência de Riscos é prevenir todos os fatos negativos que distorcem um 
processo de trabalho, impedindo que se cumpra o programado, podendo provocar danos e/ou perdas 
às pessoas, materiais, instalações, equipamentos e meio ambiente. 
Outra forma de compreender o Gerenciamento de Risco é através dos seus objetivos, entre os 
quais, podemos citar fornecer orientações a fim de possibilitar que as organizações: 
- tomadas de decisão com confiabilidade; 
- identificar melhor as ameaças, oportunidades, pontos fortes e fracos (matriz swot); 
- tirar proveito de incertezas e variabilidade; 
- gestão pró-ativa e não reativa; 
- torna a alocação de recursos mais eficaz; 
- reduzir perdas e custos (prêmios, indenizações, etc.); 
- atender as exigências legais; 
- melhorar a qualidade de vida através da redução de acidentes. 
 
2.1.2.1 Conceitos 
Além dos conceitos básicos já vistos anteriormente referentes à disciplina, veremos a seguir 
outros conceitos, mais específicos, referentes à metodologia de gerenciamento de risco. 
a) Análise de riscos: processo sistemático de entendimento da natureza e do nível de risco. 
b) Avaliação do risco: processo de comparação do nível de risco em relação a determinados 
critérios. 
c) Conseqüência: resultado ou impacto de um evento. 
d) Critério de risco: termo de referência pelo qual a significância do risco é estimada. 
e) Estimativa de risco: processo global de identificação, análise e avaliação do risco. 
f) Evento: ocorrência de um conjunto particular de circunstâncias. 
g) Evitar o risco: decisão de não se envolver ou de se retirar de uma situação de risco. 
h) Freqüência: medida do número de ocorrências por unidade de tempo. 
i) Identificação do risco: processo para determinar o que, onde, quando, por que e como algo 
poderia ocorrer. 
j) Expectativa de ocorrência de evento: chance de algo ocorrer, seja ela definida, medida ou 
estimada de modo objetivo ou subjetivo. É expressa em termos de freqüência, de probabilidade ou 
por meio de um descritor. 
k) Monitorar: verificar, supervisionar, observar criticamente e medir o progresso de uma atividade, 
ação ou sistema de maneira regular, a fim de identificar mudanças no nível de desempenho requerido 
ou esperado. 
l) Organização: grupo de pessoas e de instalações submetidos a um arranjo de responsabilidades, 
autoridades e relacionamentos. 
 
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m) Perigo: fonte de dano em potencial. 
n) Perda: qualquer conseqüência negativa. 
o) Probabilidade: medida da chance de ocorrência expressa por um número entre 0 e 1. 
p) Processo de gerenciamento de riscos: aplicação sistemática de gerenciamento de políticas, 
procedimentos e práticas às tarefas de comunicar, estabelecer o contexto, identificar, estimar, tratar, 
monitorar e rever os riscos. 
q) Risco: chance de que algo ocorra, causando impacto nos objetivos. 
r) Risco residual: risco remanescente após implementação do tratamento. 
s) Stakeholders: pessoas e organizações que podem afetar, serem afetadas ou possuírem a percepção 
de serem afetadas por uma decisão, atividade ou risco. 
t) Tratamento do risco: processo de seleção e implementação de ações para modificar o risco. 
u) Risco aceitável: é o que foi reduzido a um nível aceito pela organização. 
 
2.1.2.2 Metodologia 
As melhores práticas indicam que o gerenciamento de riscos se dá por meio de método 
sistemático que estabelece um contexto para depois identificar, analisar, estimar, tratar, monitorar e 
comunicar os riscos associados a alguma atividade, função ou processo da organização (Figura 1). 
Tal gerenciamento deve ser visto como parte da cultura interna, tomando lugar em sua filosofia, 
práticas e processos, a fim de se tornar parte da gestão estratégica. Organizações que gerenciam 
riscos de maneira eficaz e eficiente tendem a alcançar seus objetivos com menores custos. 
 
Figura 1 – Processo de Gerenciamento de Risco 
Simplificadamente, o processo envolve a definição do contexto no qual a organização atua, ou 
seja, objetivos, estratégias, valores e cultura, estabelecendo-se, assim, a estrutura sobre a qual as 
decisões se apóiam. Então, passa-se à identificação dos Perigos análise dos riscos, estimando-se a 
 
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expectativa de ocorrência dos eventos e os impactos que estes causam à organização. Concluída a 
análise, os riscos são avaliados e categorizados para que lhes seja dado o tratamento adequado.Essa abordagem exige que os administradores da organização conheçam a natureza e a 
magnitude dos riscos, identificados e analisados em um processo sistemático, evitando-se abstrações 
ee complexidades que dificultem seu entendimento. Entenda-se que, em alguns casos, se torna 
necessário utilizar técnicas mais sofisticadas para a adequada análise dos riscos. 
A fase de análise dos riscos pode ser feita de forma quantitativa ou qualitativa. Em muitas 
situações, quantificar os riscos é uma tarefa árdua e incerta, até mesmo para especialistas. Nesses 
casos, a solução adotada é o emprego de métodos qualitativos. Um consenso para a análise 
qualitativa dos riscos pode ser obtido por meio de técnicas adequadas, como o método Delphi. 
Após a categorização dos riscos, deve-se decidir qual tratamento a dar e quais recursos alocar. 
Conceitualmente, quatro opções estão disponíveis: 
� evitar o risco, pela modificação do sistema, de modo que desapareça; 
� reduzir o risco, atuando-se sobre os fatores que influenciam a expectativa de ocorrência ou as 
conseqüências; 
� transferir o risco, por meio de seguros, cooperação ou outro ato; e 
� reter o risco, quando for impossível ou economicamente inviável tratá-lo de modo diferente. 
As três primeiras opções são medidas preventivas, enquanto a última é de caráter contingencial 
ou mitigatório. 
 
2.2 Evolução Histórica 
A origem da Gerência de Riscos se confunde com a própria evolução do prevencionismo. Dentro 
da gerência de riscos estão aglutinados todos os aspectos apresentados por diversas filosofias 
prevencionistas que surgiram ao longo dos tempos, sob uma ótica gerencial e objetiva. Nos Estados 
Unidos e em alguns países europeus, a Gerência de Riscos (Risk Management) surgiu há 
aproximadamente 40 anos, logo após a Segunda Guerra Mundial, e vem sendo sustentada e 
aprimorada pela ação conjunta de empresários, trabalhadores e organizações governamentais. 
Na América Latina, os primeiros sinais do prevencionismo foram motivados pelos movimentos 
sociais iniciados na década de 20. Em 1947, vários países implantaram serviços de higiene e 
segurança, incentivados pelo programa de ajuda norte-americana, iniciado em Lima e dirigido pelo 
engenheiro John J. Bloomfield. 
No Brasil, os primeiros passos prevencionistas surgiram com a criação do Ministério do 
Trabalho, na década de 30. No entanto, desde 1919, com Rui Barbosa, o país contava com uma lei de 
acidentes do trabalho, a qual foi reformulada em 1934, mas continuou deficiente em termos 
prevencionistas, pois preocupava-se apenas com a compensação do acidentado e não com a 
prevenção de lesões. Apenas em 1941 foi incluído um capítulo sobre prevenção de acidentes e, em 
1943, foi lançada a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes. Porém, somente em fins da 
década de 70 e início da década de 80, é que trabalhos sobre prevenção e controle de perdas 
começaram a ser divulgados, impulsionados por órgãos como a Fundacentro. 
 
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Já a Gerência de Riscos foi introduzida, no Brasil, pelas filiais de empresas multinacionais com o 
objetivo de reduzir os custos relativos ao pagamento de seguros e, ao mesmo tempo, aumentar a 
proteção do patrimônio e dos trabalhadores. Porém, somente em finais da década de 80 e início da 
atual década é que o gerenciamento de riscos começou a ser divulgado e utilizado de forma mais 
ampla por um número maior de empresas. 
Com a evolução das políticas prevencionistas, passou-se a analisar mais criteriosamente os riscos 
industriais e os métodos para reduzir os mesmos, valendo-se da filosofia de prevenção de perdas para 
a tomada de decisões técnicas e gerenciais, tanto a nível de prevenção de acidentes do trabalho, como 
de acidentes catastróficos envolvendo as instalações, o meio ambiente e o público em geral. 
Sob esta ótica, a prevenção de perdas e, consequentemente, a Gerência de Riscos, são 
caracterizadas pelo seu envolvimento com a evolução da tecnologia e com os riscos associados a este 
desenvolvimento, conferindo uma abordagem gerencial e sistêmica ao tratamento de problemas 
relativos a acidentes e riscos industriais. 
Seguem a seguir alguns marcos que podem ser ressaltados ao longo dessa evolução: 
O cenário que permitiu o surgimento dos primeiros estudos de risco aconteceu entre os séculos 
XIV e XVI, época do Renascimento. Nesse período histórico ocorreram grandes transformações 
sociais, científicas, culturais, religiosas e políticas, as pessoas começassem a se libertar e desafiar as 
crenças consagradas, prevalecendo uma época de grande turbulência religiosa, de capitalismo 
nascente e uma abordagem vigorosa da ciência e do futuro. 
Com o renascimento, o desenvolvimento das civilizações foi ganhando mais força, fazendo com 
que o misticismo cedesse espaço ao desenvolvimento científico e lógico, abrindo as portas para a 
Reforma Protestante, que enfraqueceu o domínio da Igreja Católica sobre os povos, o que significou 
mais que uma mera mudança da relação da humanidade com Deus. Com a extinção da confissão, as 
pessoas dali em diante, tiveram que caminhar com os próprios pés e se responsabilizar pelas 
conseqüências das próprias decisões. A partir de então os conceitos de fragilidade e abstinência 
foram substituídos pela importância crescente sobre o futuro em relação ao presente, abrindo uma 
série de opções e decisões, fazendo com que os povos reconhecessem que o futuro oferecia, além de 
perigos, grandes oportunidades, e que era ilimitado e cheio de promessas. O resultado de tudo isso, 
não poderia ser diferente, trouxe a era do capitalismo, a necessidade de correr riscos. 
Em 1760, surgem os primeiros indícios de ações prevencionistas na Inglaterra, após o 
nascimento da Revolução Industrial. As profundas alterações tecnológicas provocadas pela revolução 
industrial, lançada com o aparecimento da primeira máquina de tear e marcada pela invenção da 
máquina a vapor (em 1781) por James Watts, deram início aos grandes processos de industrialização, 
que prosseguiram até nossos dias, substituindo o trabalho humano pela máquina. 
A existência de duas novas classes sociais caracterizou as sociedades pós-revolução industrial: a 
classe dos patrões (empregadores) e a classe dos trabalhadores, que se enfrentavam direta e 
individualmente, não existindo qualquer organização, por parte dos trabalhadores, para proteger os 
seus interesses. Portanto, as massas trabalhadoras foram impiedosamente exploradas durante o início 
da revolução industrial, pagando o custo social desta mudança. 
Ainda no século XVIII, Através da publicação do livro “De Morbis Artificum Diatriba” (A 
Doença dos Trabalhadores), o médico Bernadino Ramazzini relaciona as doenças desenvolvidas por 
trabalhadores de 50 profissões. 
 
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No entanto, nesta fase inicial, a segurança foi criada e desenvolvida para fazer frente aos 
excessos praticados pelas empresas contra a força de trabalho. A preocupação em termos de 
segurança era totalmente voltada para morte ou lesões incapacitantes permanentes dos trabalhadores. 
A partir de acordos e algumas leis específicas foram criados alguns planos de assistência, 
beneficiando o empregado e sua família. Porém, essa legislação não resolvia senão uma parcela 
mínima dos problemas e, portanto, foi seguida por leis complementares, em geralpouco eficientes 
devido à pressão dos empregadores. 
Com o passar do tempo e com os avanços das lutas sociais, além dos planos de assistência, os 
trabalhadores passaram a ser cobertos por seguros e outros dispositivos que os protegia não apenas 
contra as lesões incapacitantes permanentes, mas também pela perda momentânea da capacidade de 
trabalho. Mais tarde, tiveram atenção especial outras formas de lesões pessoais, inclusive as que não 
afastavam o indivíduo do trabalho. 
Foram necessárias gerações para que estes homens começassem a se organizar. Porém, em 
meados do século XIX, quase meio século após o início da revolução industrial, ainda na Inglaterra, a 
preocupação com a prevenção de acidentes do trabalho e de outros fatores de risco, que eram 
freqüentes no ambiente das primeiras fábricas, gerou a união de trabalhadores e homens públicos 
para a concretização das bases da política prevencionista. Através das campanhas de melhoramento 
social, que surgiram com as leis de segurança social, foram introduzidos o trabalho sistemático e a 
legislação fabril. 
O fato das empresas adotarem planos para reduzir as lesões dos trabalhadores não aconteceu de 
forma voluntária, mas devido à pressão dos altos gastos financeiros oriundos das indenizações e 
seguros, às reivindicações sociais e à discriminação caso não acompanhassem os novos rumos da 
segurança. 
Desta forma, apesar dos avanços, os acidentes que não envolvessem pessoas não tinham valor 
nenhum, embora muitos destes acidentes possuíssem as mesmas causas ou causas semelhantes aos 
acidentes com pessoas. O motivo deste desinteresse, talvez fosse devido ao simples desconhecimento 
do alto índice de ocorrência dos acidentes, bem como dos custos que acarretavam. 
Apesar da evolução em que chegamos atualmente, em termos de engenharia e segurança do 
trabalho, esta filosofia perdura até hoje em grande parte das empresas e órgãos do governo, 
principalmente nos países subdesenvolvidos, sendo que grande parte dos acidentes como: quebra de 
equipamentos, interrupção do processo produtivo e agressões ao meio ambiente, não são nem mesmo 
registrados e muito menos analisados ou divulgados. 
Após seu surgimento na Inglaterra, a revolução industrial espalhou-se pela Europa Ocidental e, 
atravessando o Atlântico, desembarcou nos Estados Unidos da América, país este onde o movimento 
prevencionista se radicou e se desenvolveu devido às ações conjuntas entre governo, empresários e 
especialistas. 
Em 1928, o American Engineering Councill já fazia referência à relação existente entre os custos 
indiretos (não segurados) e os custos diretos (segurados) dos acidentes, e atribuía aos custos indiretos 
o pagamento de salários improdutivos, perdas financeiras, redução de rendimento da produção, falhas 
no cumprimento de prazos de entrega de produtos, etc. 
Em 1931, o americano H. W. Heinrich, que pertencia a uma companhia de seguros dos Estados 
Unidos, publicou um estudo onde afirmava existir uma relação de 4:1 entre os custos indiretos e os 
 
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custos diretos dos acidentes, sendo sua pesquisa fundamentada em dados médios da indústria 
americana da década de 20, demonstrou ainda que o desenvolvimento de ações prevencionistas seria 
a saída para redução desses custos. No mesmo estudo, Heinrich lançou a idéia de acidentes com 
danos à propriedade, ou melhor, acidentes sem lesão. Heinrich é considerado o pai do 
prevencionismo, e foi ele quem definiu acidente como todo evento não planejado, não controlado e 
não desejado que interrompe uma atividade ou função. 
Posteriormente, R.P. Blake analisou os resultados e, junto com Heinrich, formulou alguns 
princípios e sugestões, dentre elas a de que as empresas deveriam promover medidas tão importantes 
ou mais do que aquelas que visassem apenas à proteção social dos seus empregados, ou seja, as 
empresas deveriam, efetivamente, partir para evitar a ocorrência de acidentes. 
Em 1947, R.H. Simonds propôs um método para cálculo do custo de acidentes, que enfatizava a 
necessidade de se realizar estudos-pilotos, em todas as empresas, sobre os custos associados a quatro 
tipos de acidentes: lesões incapacitantes, casos de assistência médica, casos de primeiros socorros e 
acidentes sem lesões. Simonds também propôs a substituição dos termos custo direto e custo indireto 
por custo segurado e custo não-segurado, respectivamente, muito utilizados hoje em dia em 
gerenciamento de riscos. 
Durante a década de 50, desenvolveu-se, nos Estados Unidos, uma conscientização no sentido de 
se valorizar os programas de prevenção de riscos de danos materiais procurando reduzir suas 
despesas com seguros passam a definir metodologias no sentido de aumentar o seu grau de proteção 
em relação aos seus riscos associados. Esta idéia de aumentar a proteção e diminuir as despesas com 
seguros, foi chamada de Gerência de Riscos. 
Em 1965, o Conselho Nacional de Segurança dos EUA concluiu que o país havia perdido U$ 7,2 
bilhões em acidentes com danos materiais e U$ 7,1 bilhões em acidentes com danos pessoais nos 
últimos dois anos, sendo que, em 1964, os danos materiais resultantes de acidentes no trânsito e, em 
1965, os danos materiais resultantes de acidentes nas empresas somavam juntos U$ 2,8 bilhões. 
Em 1966 o engenheiro americano Frank Bird Jr., propõe o Loss Control ou Controle de Perdas, 
que era uma visão mais abrangente da prevenção, que tinha como objetivo principal a redução das 
perdas oriundas de danos materiais, sem no entanto se descuidar dos acidentes com danos pessoais. 
Os quatro aspectos principais em que se baseava o desenvolvimento de programas de controle de 
perdas eram: informação, investigação, análise e revisão do processo. Mais tarde, Bird, já com fortes 
influências do trabalho apresentado por J.A.Fletcher e H.M.Douglas, nomeou a sua teoria como 
Controle de Perdas e o procedimento gerencial como Administração do Controle de Perdas. 
Após os estudos anteriores, Frank Bird foi nomeado diretor de segurança de serviços de 
engenharia da ICNA. Introduziu o conceito de “quase acidentes”, que demonstram que, se o acidente 
quase ocorreu , também a perda ou dano quase ocorreu , e poderia ser tanto material quanto pessoal. 
Em 1970, os engenheiros canadenses John Fletcher e Hugh M. apresentaram um trabalho, 
baseado nos estudos de Bird, onde aplicavam os princípios do Controle de Danos de forma extensiva 
a todos os acidentes passíveis de ocorrência dentro de um sistema, ou seja, acidentes com máquinas, 
materiais, instalações, meio ambiente, etc. E acabam por acrescentar a palavra total e propõe o Total 
Loss Control, Controle Total de Perdas. Os programas de Controle Total de Perdas têm o objetivo de 
reduzir ou eliminar todos os acidentes que possam interferir ou paralisar o processo produtivo, 
 
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abordam todo e qualquer tipo de evento que interfira negativamente no mesmo, prejudicando a 
utilização plena de pessoal, máquinas, materiais e instalações. 
Os estudos desenvolvidos, até então, tanto por Bird quanto por Fletcher, constituíam-se apenas 
de práticas administrativas, sendo negligenciados os problemas que exigiam uma análise técnica mais 
acurada. 
Partindo desta observação, em 1972, Willie Hammer, engenheiro especialista em Segurança de 
Sistemas, área intimamente relacionadaà Engenharia de Confiabilidade, e com larga experiência em 
projetos aeroespaciais dos EUA, ampliou os conceitos, com relação ao estabelecimento de segurança 
de sistemas, defendendo a previsão de acontecimentos para organizar a identificação e o manejo de 
riscos, ao invés da análise de eventos a posteriori. Desta forma, Hammer alertou para a necessidade 
de se incluir um reforço complementar, do ponto de vista da engenharia, nos programas de 
administração e controle de riscos desenvolvidos até então. Segundo Hammer, as atividades 
administrativas eram muito importantes, mas existiam problemas técnicos que teriam 
obrigatoriamente que ter soluções técnicas. Os estudos de Hammer ajudaram a compreender melhor 
os chamados erros humanos, muitas vezes provocados por projetos deficientes e que, por isso, 
deveriam ser debitados à organização e não ao executante. O enfoque sistêmico apresentado por 
Hammer estabelece a responsabilidade, quando da elaboração de um produto, para prevenir riscos 
inerentes aos bens e serviços que farão uso deste produto, evitando o transpasse de possíveis danos 
aos usuários do mesmo. 
A corrida espacial e a guerra fria criam na década de 70 a Engenharia de Segurança de Sistemas. 
Esta engenharia desenvolveu várias técnicas de avaliação de riscos através de metodologias oriundas 
da indústria militar e aeroespacial americanas. Willie Hammer foi o responsável por trazer e adaptar 
estas metodologias para a área da indústria civil. 
A Grã-Bretanha, através do BSI – British Standards Instituction, que é o organismo normalizador 
que produz as normas naquele país, equivalente à nossa ABNT – Associação Brasileira de Normas 
Técnicas, publica em 1979 a BS 5750, sobre sistemas de qualidade. Esta norma deu origem à série 
ISO 9000, que foi editada oficialmente em 1987. 
Em 1992 o BSI edita a norma BS 7750 revisada em 1994, que dá origem à série ISO 1400 sobre 
sistemas de gestão ambiental, editada oficialmente em 1996. 
Em 1994, sai a primeira revisão da ISO 9000, já incorporando a visão de gestão. 
Na área de Segurança e Saúde Ocupacional é publicada em 1995 a BS 8750, revisada em 1996 e 
publicada como BS 8800. Devido a questões econômicas e políticas a BS 8800 ainda não se 
transformou em ISO 18000. 
Porém em 1999, após um acordo entre várias instituições de diversos países ( National Standards 
Authority of Ireland; South African Bureau of Standards; British Standards Institution; Bureau 
Veritas Quality International; Det Norske Veritas; Lloyds Register Quality Assurance; National 
Quality Assurance; SFS Certification; SGS Yarsley International Services; Asociación Española de 
Normalización y Certificación; International Safety Management Organisation Ltd; Standards and 
Industry Resaerch Institute of Malasya; International Certification Services) e a urgente demanda de 
clientes por uma norma reconhecida para Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho são 
publicadas as diretrizes OHSAS– Occupational Helth and Safety Assessment Series, OHSAS 18001- 
 
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Especificações para Sistemas de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho e OHSAS 18002 –
Diretrizes para Implantação da OHSAS 18001. 
A OHSAS 18001 é um padrão internacional que estabelece requisitos relacionados à Gestão da 
Segurança e Saúde Ocupacional, por meio do qual é possível melhorar o conhecimento dos riscos 
existentes na organização, atuando no seu controle em situações normais e anômalas. Este padrão é 
aplicáveis aos mais diversos setores e atividades econômicas, orientando tais organizações sobre 
como promover a melhoria contínua do desempenho de Segurança e Saúde Ocupacional, com os 
benefícios para as organizações: 
� Melhoria na cultura de segurança, na eficiência e, conseqüente redução de acidentes na produção; 
� Incremento no controle de perigos e redução de riscos; 
� Demonstração do atendimento das exigências legais e aumento da reputação no gestão da SSO; 
� Redução de prêmios de seguros; 
� Constituição de uma parte integral de sua estratégia de desenvolvimento sustentável; 
� Demonstração do seu compromisso com a proteção do seu pessoal e dos ativos fixos; 
� Promoção das comunicações internas e externas. 
Em 2004, na área de Gestão de Risco foi publicada a primeira norma do mundo sobre Gestão de 
Riscos: a AS/NZS 4360:2004. Ela fornece um modelo genérico do processo de Gestão de Riscos, que 
pode ser utilizado por organizações de qualquer tipo, tamanho e setor de atividade. 
 A AS/NZS 4360:2004 (base da futura ISO 31000) dá ênfase à inserção da Gestão de Riscos na 
filosofia, nas práticas e nos processos de negócio da organização, em vez de ser vista ou praticada 
como uma atividade separada. Embora o conceito de risco seja freqüentemente interpretado em 
termos de perigo ou impacto negativo, a norma vê os riscos como a exposição às conseqüências da 
incerteza ou como potenciais desvios do que foi planejado ou do que é esperado. 
 
3 - A empresa como sistema, sub-sistemas empresariais, natureza dos riscos 
empresariais, Riscos Puros e Especulativos. 
 
3.1 A Empresa como Sistema 
É comum nos dias de hoje a divisão do trabalho dentro de uma organização. Porém é necessária 
a completa integração entre os vários elementos. Esta integração, por sua vez, pode ser realizada 
eficazmente ao se adotar uma abordagem sistêmica. 
Visão sistêmica significa entender e interligar todos os processos empresariais (cadeia de 
suprimento, produção, distribuição e planejamento) de forma que a tomada de decisão leve em 
consideração a otimização de todo o sistema. A soma dos resultados de áreas isoladas (marketing, 
finanças, produção...) não é o resultado do todo. 
Sob o ponto de vista sistêmico, qualquer organização é um sistema composto de partes, cada 
uma com metas próprias. Para alcançar as metas globais, deve-se visualizar todo o sistema e procurar 
compreender e medir as inter-relações e integrá-las de modo que capacite a organização a buscar suas 
metas eficientemente. 
 Um sistema pode ser considerado como um conjunto de elementos inter-relacionados que 
interagem entre si e com outros sistemas, de modo a cumprir um certo objetivo que evolui no tempo 
 
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num determinado ambiente. Pode ser definido, literalmente, como um todo organizado ou complexo, 
um agrupamento ou combinação de coisas ou partes que formam um todo complexo ou unitário. 
 A empresa na concepção sistêmica (Figura 2) é tratada como um sistema de entradas e saídas, 
que transforma e combina os fatores de produção, suas entradas, através de um processo tecnológico 
de produção, dando origem a outros produtos ou serviços, que se constituem nas saídas. As entradas 
são os insumos necessários à produção (materiais, informação, recursos financeiros e humanos), o 
processamento são as operações necessárias à construção de um bem ou serviço (manufatura, 
atendimento, logística...) e as saídas são os bens e serviços ofertados aos mercados consumidores. 
 
Figura 2 – Ambiente Sistêmico 
 A abordagem sistêmica teve sua origem na junção dos estudos de dois pesquisadores: O 
americano, Norbert Wiener, em 1946 e o alemão Von Bertallanfy. Enquanto este, desenvolveu estudo 
na forma de abordagem dos estudos de todas as ciências; aquele, desenvolveu o conceito de feedback 
ou retroalimentação. 
 Teoricamente

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