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ESTRUTURA E ELABORAÇÃO DE LAUDOS E PARECERES POLÍCIA FEDERAL Academia Nacional de Polícia Curso de Formação de Peritos Criminais Federais Maio/2014 PCF JESUS ANTONIO VELHO Definição de Laudo O laudo pericial é a peça escrita por perito oficial onde são documentados todos os exames realizados, os resultados obtidos e as conclusões. São apresentadas ainda as respostas aos quesitos porventura formulados pela autoridade policial, judiciária ou Ministério Público. Legislação relacionada O QUE DIZ A LEI: Código de Processo Penal Art. 160 – Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28/03/1994) Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28/03/1994) Características do Laudo DETALHADO e COMPLETO, contendo todas as constatações feitas pelos peritos, por meio dos exames realizados no local e das análises dos vestígios encontrados. CLARO e de FÁCIL COMPREENSÃO aos seus principais usuários diretos: delegados de polícia, magistrados, promotores de justiça, defensores públicos e advogados. Estrutura do Laudo Qual a estrutura mínima que um Laudo deve ter? Que capítulos deve possuir? Como inserir todas as informações? REQUISITOS ESSENCIAIS DE UM LAUDO PERICIAL Estrutura do Laudo A maioria dos doutrinadores concordam que o laudo pericial de deve ser elaborado com, no mínimo, as seguintes partes: Título Preâmbulo Histórico Objetivo dos Exames Exames Conclusão Estrutura do Laudo Art. 19. § 1º. São elementos obrigatórios nos laudos, na ordem de aparecimento no texto: preâmbulo; objeto; objetivo; exame; e conclusão. (…) § 3º. É elemento facultativo: histórico, que deve aparecer após o preâmbulo. § 4º. A seção objeto de perícia pode ser: material; veículo; local, etc. (...) § 5º. O item exame pode ser subdividido, por exemplo, em análise ou método e resultado. • E o Parecer Técnico, o que é? 30/10/13 Segundo, Ascendido Cavalcante (1995), em seu livro Criminalística Básica: • Parecer técnico é o documento que expressa uma resposta a uma consulta feita por interessado sobre fatos referentes a uma questão a ser esclarecida. Pode tratar-se de um exame propriamente dito ou de uma opinião a respeito do valor científico de um trabalho anteriormente produzido, quer seja por peritos oficiais, ou não; assim sendo, é um documento particular que é aceito ou faz fé, pelo renome, competência e qualidade morais de quem o subscreve. 30/10/13 LAUDO DE LOCAL DE CRIME Preâmbulo Data da emissão do Laudo Peritos que elaboraram o Laudo Nome da autoridade e do órgão solicitante da perícia Tipo de procedimento (inquérito policial, processo, etc) Tipo de exame solicitado Número e data de registros e protocolos Quesitos, caso haja Preâmbulo Em 25 de agosto de 2011, no SETOR TÉCNICO-CIENTÍFICO da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio Grande do Norte, designados pelo Chefe do Setor, Perito Criminal Federal JOSÉ TALEIRES, os Peritos Criminais Federais CÉSAR DE MACÊDO RÊGO e KARINA ALVES COSTA elaboraram o presente Laudo pericial, a fim de atender a solicitação da Delegada de Polícia Federal OHARA COSTA FERNANDES, contida no Memorando nº 000/2011 SR/DPF/RN de 22/08/2011, protocolado no SIAPRO sob o nº 0000.00000/2011-31 e registrado no Sistema de Criminalística sob o nº 000/2011 – SETEC/SR/DPF/RN em 23/08/2011, descrevendo com verdade e com todas as circunstâncias tudo quanto possa interessar à Justiça e respondendo ao expediente formulado, abaixo transcrito: Preâmbulo - Quesitos “Solicito a Vossa Senhoria que encaminhe a esta Delegacia o Laudo Pericial de Local, realizado no dia 20 de agosto de 2011, no Hospital Universitário Onofre Lopes.” Histórico Quem solicitou a perícia e meio pelo qual foi feito o acionamento (contato telefônico, memorando, etc.); Providências iniciais adotadas pelo perito, como: contato com o solicitante da perícia ou com responsável pelo local para obtenção de maiores informações, etc; Nome e matrícula dos integrantes da equipe policial; Nome e documento de identificação dos responsáveis pelo local; Histórico Informações repassadas pelos responsáveis do local, funcionários ou por policiais que o preservavam; A data e hora de início e fim dos exames; Estado de preservação do local (pode ser elencado em item próprio ou em outra seção do Laudo); INFORMAÇÕES SUBJETIVAS Preservação do local O QUE DIZ A LEI: Código de Processo Penal Art. 169 – Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28/03/1994) E SE O LOCAL NÃO ESTIVER PRESERVADO? Preservação do local Na prática, nem sempre um local de crime não isolado ou não preservado adequadamente prejudica o trabalho da perícia. Quando a falta de preservação adequada do local resultar em prejuízo para a sua análise, deve-se consignar isso no laudo. MAS COMO AVALIAR ISSO NO LOCAL? I – HISTÓRICO No dia 20/08/2011, por volta das 20h, o primeiro signatário foi acionado pelo Serviço de Plantão - SERPLAN desta SR/DPF/RN, para atender ocorrência de local de crime, face à comunicação feita pelo Coordenador de Segurança da UFRN, Sr. José Anchieta de Freitas, de ter sido encontrado um corpo de uma enfermeira, evidenciando sinais de morte, no Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). Ato contínuo, o primeiro signatário juntamente com a PCF Karina e uma equipe de investigação chefiada pela DPF Ohara se dirigiu ao local. Histórico Lá chegando, de início, foram entrevistadas pessoas que primeiro tomaram conhecimento do fato, como a técnica em enfermagem Vanisse Kalyne de Medeiros, com RG sob n.º 001.672.198 – SSP/RN, que registrou por escrito os últimos contatos com a vítima, e todo o histórico do ocorrido, como mostra a figura a seguir: Histórico Histórico - exemplo Figura 1 – Documento contendo o relato feito pela enfermeira Vanisse Kalyne de Medeiros. De acordo com a servidora, por volta das 18h30, a porta da sala onde se encontrava o corpo da vítima, teve que ser arrombada para se ter acesso ao interior daquele ambiente. Segundo informações relatadas, a vítima teria sido originalmente encontrada sentada à beira da cama, com o tronco curvado e cabeça pendendo para baixo. Posteriormente o corpo teria sido estendido sobre a cama em posição de decúbito dorsal e coberto parcialmente por um lençol. Em seguida, a equipe de perícia procedeu ao levantamento fotográfico e exame do local, sendo auxiliados por dois servidores, dentre eles a chefe da enfermagem Neuma Oliveira de Medeiros, RG. N.º 472.662 SSP/RN. Histórico Histórico Os exames se iniciaram às 22h15 e foram finalizados por volta das 23h05, quando o corpo foi novamente coberto e deixado no mesmo local e posição onde foi encontrado pelos signatários. Após o término dos exames a perícia comunicou a liberação do local à autoridade policial que deu por encerrado os trabalhos no local. Em seguida, a equipe retornou à SR/DPF/RN.Objeto Nesta seção, descreve-se o objeto dos exames pericias, que no caso do Laudo de Local de crime, é o próprio Local. No Laudo de local, muitas vezes, grande parte dessa caracterização é feita na seção EXAMES. IT no 09/2010 – DITEC/DPF. Objeto II - LOCAL O local dos exames trata-se da sala de REPOUSO presente na ala “Térreo Enfermarias” do Edifício Central de Internação do Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), com endereço à Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis, nesta cidade de Natal/RN, como mostram as figuras a seguir: Objeto Figura 2 - Vista interna do Edifício Central de Internação (anexo do HUOL). Figura 3 - Vista do acesso à ala “Térreo Enfermarias”. Figura 4 - Mostra o corredor da ala “Térreo Enfermarias”. A porta da sala de repouso está destacada pelo retângulo. Figura 5 - Mostra a porta de entrada do local examinado (sala de repouso). Objeto – Local A referida sala de repouso continha dois cômodos, caracterizando dois ambientes distintos, separados por uma parede de alvenaria, incluindo: • Uma área reservada para descanso contendo: uma janela com quatro divisões e abertura tipo basculante (encontrava-se fechada no momento dos exames), um aparelho condicionador de ar, uma cama, um armário de duas portas com prateleiras, uma escrivaninha, uma cadeira giratória e uma lixeira. • Um banheiro completo, com pia lavatória, sanitário e chuveiro. Objeto Figura 6 - Visão geral da área de descanso da sala de repouso. Figura 7 - Visão geral de parte do banheiro da sala de repouso Objeto Na ala denominada “Térreo Enfermaria” - havia uma espécie de gaveteiro contendo alguns medicamentos e componentes próprios aos procedimentos de enfermagem. No momento dos exames, o gaveteiro encontrava-se próximo ao Posto de Enfermaria e estava lacrado com o lacre nº 0021768 (figura 8B). Segundo informações de funcionários do local, naquele dia o gaveteiro teria sido lacrado posteriormente aos acontecimentos envolvendo a funcionária Rossana Andrea Varela Gonçalves. Segundo informado, não teria havido um controle da quantidade de medicamentos presentes no gaveteiro naquele dia. Salienta-se que os signatários solicitaram o rompimento do referido lacre para examinar o conteúdo das gavetas Objeto Figura 8 - Gaveteiro de equipamentos e medicamentos (A). O lacre é indicado pela seta e mostrado em detalhe em B. A gaveta onde ficava guardada a medicação FENTANEST (localização indicada pelo retângulo) é visualizada em C. A B C Objetivo Descreve-se a finalidade dos exames realizados, que deve estar alinhada com a solicitação de perícia ou com os quesitos apresentados. Objetivo III – OBJETIVO Visam os exames atender ao memorando de solicitação de perícia, identificando e caracterizando o local do evento e os vestígios materiais presentes, com a finalidade de esclarecer a dinâmica dos fatos e elucidar a causa e as circunstâncias em que ocorreu a morte, para bem assim acatar aos interesses da Justiça. Exames Este é um dos principais capítulos do laudo. Caracterização minuciosa do local periciado e dos vestígios constatados. Apresenta-se as metodologias e técnicas empregadas. Exames Caracterização do Local Localização e Acesso Descrição do Local A. Contextualização B. Descrição externa C. Descrição interna Sistemas de Segurança Vestígios Exames Complementares IT 09/2010 – DITEC/DPF Exames IV – EXAMES Foram realizados os exames preconizados pela Criminalística para os casos em espécie, por intermédio da técnica de observação direta, seguida de levantamento fotográfico e busca de vestígios, seguindo-se os procedimentos técnico-normativos sistematizados pelo Instituto Nacional de Criminalística – INC/DPF. Exames IV.1 - Vestígios materiais e estado de preservação do local Na ocasião da chegada da perícia, observou-se que a porta de entrada da sala de repouso apresentava sinais de arrombamento, com amassamento localizado e rompimento da fechadura da porta, como mostram as imagens a seguir: Objeto Figura 9 - Mostra os sinais de arrobamento: A - amassamento nas proximidades da maçaneta da porta da sala; B - detalhe do portal da porta, na região da fechadura; C - detalhe da fechadura da porta da sala de repouso, danificada. A B C Exames - Vestígios Foram encontrados no interior da sala de repouso os seguintes vestígios: • Uma mancha de líquido viscoso no chão, com coloração esbranquiçada situada ao lado da cama, próxima aos pés da vítima (fig. 10); • Um pedaço de papel manchado de sangue localizado no chão, próximo à extremidade da cama (do lado dos pés da vítima); Exames - Vestígios • Pequenos respingos de sangue em vários locais da sala de repouso: 1) Próximo à beira da cama; 2) No interior da pia do banheiro; 3) No chão próximo à porta de entrada para a área do vaso sanitário; 4) Sobre a tampa do vaso sanitário, que se encontrava fechada no momento dos exames. 5) Na região da dobradiça da tampa do vaso havia uma mancha de sangue pálida e esmaecida com aspecto de resultar do espalhamento por se esfregar uma pequena quantidade de sangue; Objeto Figura 10 – Visão geral da área de descanso da sala de repouso (A), ilustrando o cadáver da forma como foi encontrado e a localização de alguns vestígios (nº 01): mancha esbranquiçada, respingos de sangue e papel manchado de sangue. Em B e C, visão ampliada desses vestígios. A B C Objeto Figura 11 – Respingos de sangue encontrados no interior da pia do banheiro. Figura 12 – Respingos e manchas de sangue encontrados sobre a tampa do vaso sanitário. Objeto Figura 11 – Respingos de sangue encontrados no interior da pia do banheiro. Figura 12 – Respingos e manchas de sangue encontrados sobre a tampa do vaso sanitário. Exames - Vestígios • No interior da bolsa (localizada sobre a mesa) havia objetos e documentos pessoais da vítima e foram encontradas um total de seis ampolas injetáveis da medicação “FENTANEST”1 , marca Cristália, todas vazias, sendo três ampolas de 10 mL e três ampolas de 5 Ml, todas com a dosagem de 0,0785 mg/mL figura 12; • Além das ampolas, havia também uma seringa munida com agulha com resíduos de sangue, seis agulhas com resíduos de sangue e um pedaço de papel absorvente com um pouco de sangue (figura 13). Objeto Figura 13 – Ampolas de FENTANEST, seringa e agulhas encontradas dentro da bolsa da vítima (A). Abaixo (B), detalhe do rótulo. B A Exames IV.2 – Cadáver IV.2.1 - Identificação O cadáver era de pessoa adulta, do sexo feminino, de cor branca, cabelos curtos castanhos com reflexos dourados, identificado como sendo ROSSANA ANDREA VARELA GONÇALVES, portadora do CPF n.º 897.850.964-91. O corpo da vítima apresentava várias tatuagens, ilustradas pelas figuras abaixo: Objeto Figura 14 – Face da vítima (A) e tatuagens localizadas: no punho esquerdo (B); no tornozelo esquerdo (C) e direito (D). Do lado direito da região abdominal (E) e nas costas (F). B A C D E F Exames IV.2.2 - Posição O cadáver foi encontrado pelos signatários em decúbito dorsal, corpo parcialmente coberto por um lençol branco, com membros superiores e inferiores estendidos, cabeça voltada para a extremidade da cama mais distante da porta de entrada da sala. Conforme mencionado na seção I – HISTÓRICO,segundo informações de funcionários, a vítima teria sido originalmente encontrada sentada à beira da cama, com o tronco curvado e cabeça pendendo para baixo. Os vestígios encontrados no local corroboram esse fato, uma vez que foram encontrados, ao lado da cama, próximo aos pés da vítima, respingos de sangue e uma mancha de líquido viscoso no chão, com coloração esbranquiçada, de aspecto compatível com saliva. Objeto Figura 15 – Corpo da vítima na posição em que foi encontrado. Exames IV.2.3 - Vestes A vítima trajava roupas íntimas (calcinha e sutiã) na cor bege. Na parte interna da calcinha, na região frontal que fica em contato com os pêlos pubianos e virilha, foram detectadas pequenas manchas de sangue (figura 16). Figura 16 – Trajes da vítima. À direita detalhe da mancha de sangue no inter ior da calcinha. Exames Foram encontradas na sala de repouso algumas peças de roupa, típicas do uniforme de profissionais da saúde, quais sejam: BANHEIRO: • Uma blusa tipo bata na cor branca e uma calça branca, ambas penduradas em um suporte presente no interior do banheiro (figura 17D); • Um lençol branco com a inscrição HUOL pendurado na parede do Box (figura 17B). Exames DORMITÓRIO: • Um jaleco branco pendurado no encosto da cadeira giratória localizada próxima à porta de entrada da sala de repouso (figura 17A); • Um par de tênis branco e duas meias rosas localizadas próximo à cadeira (figura 17C). Objeto Figura 17 – Vestes encontradas nos dois ambientes da sala de repouso. B C D Exames IV.2.4 – Exames perinecroscópicos Através dos exames no cadáver foram verificados a ocorrência de fenômenos cadavéricos e a presença de lesões, ambos descritos a seguir. IV.2.4.A – Fenômenos cadavéricos O exame perinecroscópico atestou a incidência dos seguintes fenômenos cadavéricos: • Esfriamento do corpo; • Rigidez da mandíbula; • Presença de livores de hipóstase, em especial na parte posterior do corpo: nádegas, parte de trás das pernas e braços, região superior das costas. Objeto Figura 18 – Vista da parte posterior do corpo ilustrando os livores. Exames IV.2.4.A – Lesões Os exames externos no corpo revelaram a presença dos seguintes ferimentos: • Feridas punctórias (causadas por instrumento perfurante, compatíveis com agulha) localizadas: 1) no dorso das duas mãos; 2) no dorso dos dois pés; • Duas equimoses no braço esquerdo (figura 21); • Havia ainda duas cicatrizes, com características de serem antigas, de lesões incisas (causadas por instrumento cortante) na região dos dois punhos, atestando que outrora eles haviam sido cortados transversalmente (figura 20). Objeto Figura 19 – Lesões punctórias no dorso dos pés esquerdo (A) e direito (B). Figura 20 – Cicatrizes antigas de cortes transversais nos pulsos esquerdo (A) e direito (B). A B Objeto Figura 21 – Equimoses encontradas no braço esquerdo. Exames complementares Os exames complementares podem ser: exames balísticos, laboratoriais, de DNA, exame necroscópico etc. Os resultados deverão retornar aos peritos de local e serão citados, discutidos e explorados no laudo. Quando for o caso, o perito pode anexar, ao laudo de local, os laudos complementares. Considerações técnico-periciais Serve para tratar de forma mais aprofundada assuntos de cunho técnico e científico, que podem ser explorados e esclarecidos de forma a facilitar o entendimento dos destinatários do laudo pericial. Considerações técnico-periciais V - CONSIDERAÇÕES TÉCNICO-PERICIAIS O FENTANEST (citrato de fentanila) é um analgésico narcótico que se caracteriza por possuir as seguintes propriedades: rápida ação, curta duração, elevada potência (100 vezes maior que a da Morfina). A duração da analgesia obtida com o Fentanest depende da intensidade do estímulo doloroso, injetando 2 a 4 ml por via endovenosa, obtém-se ação analgésica quase imediata com seu efeito instalando-se dentro de 2 a 3 minutos e com duração média de meia hora para procedimentos cirúrgicos com dor de baixa intensidade. Para a duração de 1 hora pode-se administrar 10 ml em procedimentos cirúrgicos com dor de intensidade média. Uma dose de 50 mcg/kg (0,05 mg/kg ou 1 ml/kg) proporciona profunda analgesia durante 4 a 6 horas para dor de elevada intensidade. EFEITOS COLATERAIS: Em alguns casos, o FENTANEST pode determinar efeitos colaterais, notadamente, depressão respiratória, rigidez muscular e bradicardia. Outros efeitos colaterais descritos incluem hipotensão, tonturas, embaçamento da visão, náusea, vômito, laringoespasmo e sudorese. Fonte: http://www.medicinanet.com.br/bula/2441/fentanest.htm Análise e interpretação dos vestígios Uma vez que todos os vestígios foram caracterizados individualmente, tanto por meio do exame de local, quanto pelos exames complementares (quando for o caso), o perito possuirá condições de fazer uma ANÁLISE GLOBAL e INTERLIGADA de tudo o que foi examinado. Dinâmica dos fatos Todo o trabalho realizado pela perícia até então se justifica e deve ter como meta central oferecer à justiça meios de visualizar como o fato ocorreu. Representa como o evento provavelmente ocorreu, nem sempre é possível determinar a sequência ou concomitância de eventos. Em algumas situações, pode ter caráter parcial, ou seja, são relatadas apenas informações que deixaram vestígios possíveis de ser mensurados durante os exames. VI – DISCUSSÃO VI.1 – Dinâmica do evento A análise dos vestígios do local do crime, bem como tudo quanto foi exposto neste Laudo, possibilitam aos signatários sugerir a seguinte dinâmica dos fatos: • Rossana Andrea Varela Gonçalves, enfermeira do Hospital Universitário Onofre Lopes, teria comparecido para trabalhar normalmente no dia 20/08/2011. • Em razão das suas atribuições, a vítima teria acesso aos medicamentos do hospital e teria pego seringa e agulhas, além de ampolas da medicação FENTANEST. Não foi possível determinar se todas as seis ampolas foram obtidas no mesmo dia, ou se algumas foram recolhidas em dias anteriores. Dinâmica dos fatos • Num dado momento, a enfermeira se dirigiu à sala de repouso, trancando a porta. Uma vez no interior da sala, após despir-se, a vítima teria permanecido apenas com as peças de roupa íntima. Teria ainda deixado sua bolsa sobre a mesa localizada ao lado da cama. • A vítima então teria injetado em si mesma a medicação, utilizando a região do dorso das mãos e dos pés. • Provavelmente houve o deslocamento da vítima, tanto na área de repouso quanto no banheiro, durante ou após a execução das injeções, resultando no respingamento de sangue nos locais mencionados. A vítima tentou ainda conter o sangue com pedaços de papel e cobriu a lesão punctória do dorso de sua mão esquerda com um pedaço de esparadrapo. Dinâmica dos fatos • Por fim, a injeção de uma quantidade significativa da medicação FENTANEST, pode ter sido determinante ou contribuído para levar a vítima a óbito. Contudo, a causa mortis deve ser confirmada através de exames toxicológicos e pela necropsia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML). • Salienta-se que não havia no local sinais de violência, como desalinho de objetos, entre outros. Também não foram observadas na vítima lesões que indiquem que ela tenha sofrido violência, como lesões de defesa, etc. As feridas encontradas no cadáver restringiram-se às lesões punctórias provavelmente causadas pela injeção da medicação citada. Dinâmica dos fatosConclusão e Respostas aos Quesitos CLARA e OBJETIVA e deve ser representada em capítulo próprio, juntamente, com as repostas aos quesitos, caso haja. Na ausência de quesitos a serem respondidos, a conclusão será emitida alinhando-se aos objetivos dos exames. Nos crimes contra a vida, é importante se apresentar na conclusão a causa jurídica da morte através do diagnóstico diferencial entre homicídio, suicídio, acidente ou causa natural. Conclusão VII CONCLUSÃO Tendo em vista tudo quanto foi exposto, os signatários concluem que o quadro é característico de uma morte sem elementos caracterizadores de violência, onde a vítima Rossana Andrea Varela Gonçalves injetou em si mesma uma quantidade significativa da medicação FENTANEST, que pode ter sido determinante ou contribuído para levá-la a óbito. Impossibilidade de Conclusão A impossibilidade de conclusão categórica deve ser justificada e fundamentada: escassez de vestígios, falta de preservação, dentre outros. Alternativas (auxiliam a delimitação do trabalho da investigação): Conclusão parcial Exclusão de hipóteses ALTERNATIVAS ?? Fecho Os signatários consideram esclarecido o assunto e, nada mais havendo a lavrar, encerram o presente Laudo, elaborado em dezesseis folhas que, lido e achado conforme, assinam acordes. CÉSAR DE MACÊDO RÊGO PERITO CRIMINAL FEDERAL Classe Especial - Matrícula: 0000 KARINA ALVES COSTA PERITA CRIMINAL FEDERAL 1ª Classe - Matrícula: 15.535 Anexos Sempre que necessário à complementação do laudo pericial. Outros laudos, relatórios ou informações técnicas Plantas Mapas Mídias ópticas com imagens gravadas por câmeras de vídeos Anexos Foi realizado levantamento de impressões papilares no local mas não foram encontradas impressões em condições de confronto e individualização, conforme indicado na Informação Técnica nº 00/2013 - NID/DREX/SR/DPF/RN (em anexo). Vestígios O QUE DIZ A LEI: Código de Processo Penal Art. 175 – Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da infração, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência. Vestígios Figura 1 – Alavanca metálica encontrada no local. Tratava-se de uma alavanca metálica, com 1,80 m (um metro e oitenta centímetros) de comprimento, com massa de 6kg (seis quilogramas), que apresentava deposição de sangue e de fios de pelo na sua estrutura. Vestígios O QUE DIZ A LEI: Código de Processo Penal Art. 171 – Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. Vestígios Vestígio 12 Marcas de escalada no muro externo de fundos, pertencente aos domínios das Lojas Americanas e limítrofe com os correios. Ali havia marcas de escalada no muro e nas grades de um portão (figuras 16 e 17). Vestígios Figura 16 – Visão geral da parte externa dos fundos da agência dos correios e do muro limítrofe das Lojas Americanas onde foram encontradas marcas de escalada (setas). Marcas de escalada Lojas Americanas Correios Vestígios Figura 17 – Vestígio 12 – marcas de escalada (círculos) no muro das Lojas Americanas, que é limítrofe com a agência dos correios em questão. No detalhe, marcas de escalada numa das grades da porta. Vestígios Vestígio 11 Danos na fechadura da porta de grade que dá acesso à sala de escoamento (figura 15). Essa fechadura apresentava sinais de corte com instrumento compatível com alicate. Esse corte fez com que o cadeado que fechava a tranca caísse. No entanto, não foi possível proceder à abertura da porta pois o dano provocado na tranca levou ao seu travamento, impossibilitando a abertura da porta e o acesso ao interior da sala de escoamento que, por sua vez, dava acesso ao interior da agência por meio de uma porta de rolo, que estava trancada e sem sinais de dano. Vestígios Figura 15 – Vestígio 11 – Quebramento da tranca da porta de grade da sala de escoamento. A ação fez o cadeado cair no chão (seta), mas travou a tranca impedindo a abertura da porta. No detalhe, vista ampliada da tranca danificada. Cadeado no chão Tranca quebrada Sistemas de segurança Descrever os itens de segurança presentes, consignando suas características, posição, se estavam íntegros, ligados. Caracterizar os danos ou sinais de violação se houver. Identificar área de cobertura de câmeras de vídeo, além de proceder à descrição das imagens que porventura estiverem armazenadas. A análise do conteúdo das câmeras de segurança pode ser tratada na seção VESTÍGIOS, uma vez que é mais correlacionada aos vestígios da ação criminosa do que propriamente à descrição do local. Sistemas de segurança Sistemas de segurança O sistema de segurança da agência dos Correios em questão consistia de sensores de presença/movimento e alarmes sonoros (sirenes). Havia ainda uma câmera de monitoramento (webcam) no guichê de atendimento. Não havia danos nos sensores de presença e sirenes. A sua localização na agência de correios em questão é enumerada a seguir: • 1 sensor de movimento atrás do balcão de atendimento; • 1 sensor de movimento na área de atendimento, próximo às cadeiras de espera; • 1 sensor de movimento na área de triagem / do carteiro; • 1 sensor de movimento e 1 sirene na sala do cofre. Sistemas de segurança Figura 1 – Croqui mostrando o posicionamento dos elementos de segurança do local. Sistemas de segurança Figura 1 – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na compreensão da dinâmica do evento. Figura 12 – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na compreensão da dinâmica do evento. (09:26:14). Iminência do início da ação. Os três vigilantes entram na agência, nomeados S1 (carregador do malote), S2 e S3 (armados com escopetas e revólveres). Os autores do assalto estão identificados pelas setas vermelhas (A1, A2 e A3). Há ainda outro componente (A4), alguns metros atrás de A1, não identificado na imagem. Câmera 7: (09:26:15). Início da ação: Vigilante S2 sendo atingido por disparo de arma de fogo por A2. Câmera 7: (09:26:30). S3 combate com arma curta (em direção coerente com a posição de A1), deitado no chão. Senhora protege-se atrás de S3. Câmera 9: (09:27:02). Evasão de A4,com o malote de valores nas costas. Mais atrás outra pessoa (P1, suspeito) também corre em direção à porta. Câmera 7: S1 S2 A1 A2 A3 S3 V2 S2 V2 A1 V2 A2 V2 A3 V2 S1 V2 S3 V2 V1 A4 V2 A2 V2 S2 A3 V2 V1 P1 V2 Sistemas de segurança Figura 1 (continuação) – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na compreensão da dinâmica do evento. Figura 12 – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na compreensãoda dinâmica do evento. (09:26:14). Iminência do início da ação. Os três vigilantes entram na agência, nomeados S1 (carregador do malote), S2 e S3 (armados com escopetas e revólveres). Os autores do assalto estão identificados pelas setas vermelhas (A1, A2 e A3). Há ainda outro componente (A4), alguns metros atrás de A1, não identificado na imagem. Câmera 7: (09:26:15). Início da ação: Vigilante S2 sendo atingido por disparo de arma de fogo por A2. Câmera 7: (09:26:30). S3 combate com arma curta (em direção coerente com a posição de A1), deitado no chão. Senhora protege-se atrás de S3. Câmera 9: (09:27:02). Evasão de A4,com o malote de valores nas costas. Mais atrás outra pessoa (P1, suspeito) também corre em direção à porta. Câmera 7: S1 S2 A1 A2 A3 S3 V2 S2 V2 A1 V2 A2 V2 A3 V2 S1 V2 S3 V2 V1 A4 V2 A2 V2 S2 A3 V2 V1 P1 V2 Vestígios A descrição dos vestígios pode ser apresentada juntamente com a descrição do local ou em um item específico do laudo. A caracterização dos vestígios leva em consideração suas especificidades: vestígios biológicos, físicos, morfológicos, etc. Documentação detalhada por meio de descrição, fotografias e posicionamento no croqui. QUAL A IMPORTÂNCIA DA EXTENSA DOCUMENTAÇÃO DO VESTÍGIO NO LAUDO? Vestígios III.2 – Vestígios Os vestígios encontrados no local foram: Vestígio 1 Duas luvas encontradas próximas ao muro (internamente) e ao portão de entrada lateral da agência (figuras 5 e 7). Vestígio 2 Uma chave de fenda próxima ao mesmo muro citado anteriormente, a alguns metros das luvas (figuras 5 e 8). Vestígios Câmera Vestígio 1 Vestígio 2 Figura 5 – Vista, por outro ângulo, do pátio lateral da agência, do muro e portão de acesso lateral. Ali havia outra câmera de monitoramento (círculo). Junto ao muro (internamente) foram encontradas duas luvas (vestígio 1) e uma chave de fenda (vestígio 2). Ver também figuras 7 e 8. Figura 7 – Vestígio 1 – Luvas encontradas no pátio junto ao muro (internamente) e próximos ao portão lateral de entrada na agência (ver também figura 5). A escala (marcador de vestígio) tem 10 cm. Figura 8 – Vestígio 2 – Chave de fenda encontrada no pátio junto ao muro (ver também figura 5). Vestígios Vestígio 3 Dois pés-de-cabra, uma chave de fenda e um pedaço da porta de grade da sala de escoamento (figuras 6 e 9). Vestígio 4 Um pé-de-cabra e uma chave de fenda na entrada do corredor de fundos da agência, próximos da entrada da sala de escoamento (figuras 6 e 10). Vestígios Sala de escoamento Vestígio 3 Vestígio 4 Corredor de fundos da agência Figura 6 – Visão geral mostrando a sala de escoamento, guarnecida por grades e o corredor de fundos da agência (seta). Nesses locais foram encontradas vários vestígios. Ver também figuras 9 e 10. Vestígios Figura 9 – Vestígio 3 – Encontrados junto à grade da sala de escoamento: pés-de-cabra, chave de fenda e pedaço da tranca da porta de acesso à sala de escoamento (ver também figura 6). Pedaço da tranca da porta de grade Vestígios Figura 10 – Vestígios 4 e 5 – Chave de fenda e pé-de-cabra (vestígio 4). Cadeados e tampa da caixa de disjuntores aberta (vestígio 5) localizados próximos à entrada para o corredor de fundos da agência.). Vestígios Vestígios 7 a 10 Pegadas no estreito corredor lateral externo da agência, do lado que faz limite com as Lojas Americanas (figuras 13 e 14). Vestígios Figura 14 – Detalhe de uma das pegadas. Figura 13 – Vestígios 7 a 10 – pegadas encontradas no corredor lateral da agência. Tranca quebrada Perguntas ? Cabeçalho, número do laudo e título 1 a Folha: Preâmbulo Preâmbulo Em 30 de janeiro de 2014, no SETOR TÉCNICO-CIENTÍFICO da Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio Grande do Norte, designados pelo Chefe do Setor, Perito Criminal Federal JOSÉ TALEIRES, os Peritos Criminais Federais KARINA ALVES COSTA e AILTON QUEIROZ elaboraram o presente Laudo pericial, no interesse do Inquérito Policial nº 000/2013-4 – DPF/MOS/RN, a fim de atender a solicitação do Delegado de Polícia Federal BRENO RODRIGO DE MORAIS, contida no Memorando nº 000/2013 – DPF/MOS/RN de 17/12/2013 e registrado no Sistema de Criminalística sob o nº 000/2013 – SETEC/SR/DPF/RN, em 17/12/2013, descrevendo com verdade e com todas as circunstâncias tudo quanto possa interessar à Justiça e respondendo aos quesitos formulados, abaixo transcritos. Preâmbulo - Quesitos Comunico a Vossa Senhoria o furto à Agência dos Correios de Baraúna/RN, ocorrido no dia 21/01/2013, portanto, solicito que seja realizado exame pericial no local de crime. Visando instruir os autos do Inquérito Policial nº 000/2013-4 – SR/DPF/RN, requisito a Vossa Senhoria apresentar Informação Técnica ou Laudo Pericial referente ao assalto aos Correios de Angicos/RN, em 25/07/2013, ocorrência essa registrada no livro de plantão sob o nº 000/2013 (PCF Karina). Histórico Histórico - exemplo I - HISTÓRICO No dia 17 de julho de 2013, em atendimento ao acionamento do sobreaviso, a signatária, juntamente com o Perito Criminal Federal (PCF) Ailton, deslocou-se em viatura discreta até a cidade de Mossoró/RN, com o objetivo de realizar exames em local de explosão de caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal (CEF). Os peritos chegaram ao local por volta das 17h e foram recebidos pelo Delegado de Polícia Federal Breno e equipe de policiais que cuidavam da preservação do local. Posteriormente, juntaram-se à equipe os PCFs Abdalla e César, que compuseram a equipe pericial que processou o local. Os exames iniciaram às 17h20 e finalizaram por volta das 20h. Objeto Local examinado O local em questão trata-se da agência dos Correios do município de Pedro Avelino/RN, situada na Rua Ricardo Luiz Cavalcante, 64. Centro. A agência se constituía por uma edificação de alvenaria de um pavimento e era vizinha a dois estabelecimentos comerciais: “Mercadinho São José” e “Gabi Modas & Variedades” (figura 1). Figura 1 – Visão geral parte externa da agência de correios de Pedro Avelino/RN. Objetivo - exemplo II – OBJETIVO DOS EXAMES Os exames ora realizados têm como objetivo fazer a caracterização do local periciado, bem como identificar a ocorrência de atividade delituosa e sua dinâmica com base nos vestígios examinados. Nesta seção, deve-se descrever em detalhe: Localização Vias e rotas de acesso Distâncias percorridas Pontos de referência Coordenadas geográficas Utilizar recursos como: imagens de satélite, mapas, dentre outros Atenção especial a Zonas Rurais LOCAL - Localização e Acesso LOCAL - Localização e Acesso Localização e acesso O local em questão consistia em uma edificação que abrigava dois caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal (CEF) e situava-se na praça de convivência de Mossoró, localizada na Avenida Rio Branco, Centro, conforme ilustrado pela figura 1, a seguir.LOCAL - Localização e Acesso Figura 1 – Localização da área objeto de exames (caixas eletrônicos da CEF), situado na praça de convivência de Mossoró/RN. A localização aproximada dos caixas da CEF na praça de convivência é indicada. Fonte: Google Maps. CEF 50 m 0 N 20 m 0 NNN CEF LOCAL - Localização e Acesso LOCAL Localização e acesso O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. O acesso foi feito partindo-se da sede da Polícia Federal em Porto Velho, situada no bairro de Tanques. Inicialmente deslocou-se pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou- se então a linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. LOCAL - Localização e Acesso Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. LOCAL 1 – Localização e acesso O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. Ponto de partida Local questionado Trajeto Porto Velho UC Federal UC Estadual Terras indígenas A B Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. LOCAL 1 – Localização e acesso O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. Ponto de partida Local questionado Trajeto Porto Velho UC Federal UC Estadual Terras indígenas A B LOCAL - Localização e Acesso Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. LOCAL 1 – Localização e acesso O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. Ponto de partida Local questionado Trajeto Porto Velho UC Federal UC Estadual Terras indígenas A B Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. LOCAL 1 – Localização e acesso O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. Ponto de partida Local questionado Trajeto Porto Velho UC Federal UC Estadual Terras indígenas A B Área na qual se situa o local, ou seja: se em área residencial, comercial, industrial, rural, etc; Caracterização da região circunvizinha: identificação dos vizinhos laterais e de fundos (se residências, comércio etc); Nome das ruas que cercam o local, quando em área urbana; Pontos de referência próximos; Presença de equipamentos públicos, como: redes de energia elétrica (indicando se se encontravam-se ou não em funcionamento no momento dos exames), malha viária, pontos de paradas de ônibus etc; Descrição do local A. Contextualização Descrição do local - Contextualização Caracterização do local O local em questão trata-se da agência dos Correios do município de Parnamirim/RN, situada na Rua Tenente Aurélio, 78. Centro. A agência se constituía por uma edificação de alvenaria de um pavimento e seus vizinhos laterais eram os estabelecimentos comerciais: “JP Esquadrias” e um depósito das “Lojas Americanas” (figura 1). Figura 1 – Visão geral da parte externa da agência de correios de Parnamirim/RN, mostrando sua localização no contexto da vizinhança. Descrição do local - Contextualização Local O local periciado tratava-se de uma área erma, aberta, de terra batida/cascalho, com terreno acidentado, margeada por vegetação de cerrado nativo, desprovida de iluminação pública. A área em questão localizava-se aproximadamente 75 m após uma bifurcação, seguindo pela pista da esquerda (oeste), que por sua vez situava-se a aproximadamente 45 m do entroncamento daquela estrada de terra com a BR-251. A partir daquela rodovia, não era possível observar o local dos exames. BR-251 Figura 1 – Local periciado. ÁREAS URBANAS - Exames em imóveis Delimitação do local (cercas, muros, paredes, etc) e suas características (altura, presença de ofendículos como cerca eletrificada, etc), além de mencionar se há sinais de escalada ou dano; Tipo de edificação periciada (prédio ou casa), a sua destinação (residencial, comercial, mista), tipo de construção (madeira, alvenaria, etc), número de pavimentos, dentre outras características; Descrição do local B. Descrição externa ÁREAS NÃO URBANAS Descrever as característicasfísicas do local tais como vegetação, tipo de solo, topografia etc. A luminosidade e visibilidade do local, indicando se os dispositivos de iluminação encontravam-se em funcionamento no momento dos exames; As vias de acesso do local (portões, portas de entrada, janelas etc) e suas características: Tipo de material utilizado para a sua confecção (madeira, metal, etc), Presença ou não de gradis, o tipo de sistema de trancamento, etc. Indicar se, no momento dos exames, as portas e janelas estavam abertas ou fechadas; trancadas ou destrancadas; se os sistemas de trancamento apresentavam-se em funcionamento, se havia sinais de arrombamento etc. Descrição do local B. Descrição externa Descrição externa do local Figura 1 – Visão externa da parte frontal da edificação periciada. Os exames se concentraram no Lote 24- B, que era totalmente ocupado por uma edificação que se encontrava em construção (fase de acabamento), de um pavimento, construída em alvenaria, que tinha a parte anterior voltada para a Avenida Inundado. O acesso ao interior daquela edificação se dava a partir da porção direita do limite anterior, por meio de uma porta de vidro, corrediça, com sistema de trancamento constituído de uma fechadura do tipo Yale, na qual não foram observadas irregularidades e que se encontrava trancada no momento dos exames. Descrição do local C. Descrição interna Indicação do número de cômodos, sua disposição, dimensões e áreas de circulação Localização das portas e janelas em relação aos respectivos cômodos Componentes internos de cada cômodo Mencionar se os móveis e objetos encontravam-se alinhados ou em desalinho Se apresentavam sinais de que foram movidos ou retirados (como marcas de limpaduras) Aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos ligados ou desligados no momento dos exames Descrição interna do local Caracterização do local A residência periciada localizava-se na lateral esquerda da edificação e era dividida em quatro cômodos distribuídos em uma sala, um banheiro e um quarto, localizados na parte interna, além de uma área de serviço, observada na parte externa. A residência em apreço apresentava, como meio de acesso, uma porta metálica, do tipo veneziana, voltada para a sala, e com sistema de trancamento constituído de uma fechadura do tipo Yale, na qual não foram observadas irregularidades. O quarto era provido de um rack confeccionado em madeira, localizado no limite anterior-esquerdo; um guarda-roupas, rente à parede posterior; uma cama de solteiro, na porção medial direita; uma mesa metálica e, sobre ela, um aparelho de teclado (instrumento musical), outro rack confeccionado, também em madeira e, sobre ele, um aparelho de televisão, todos rentes à parede esquerda. Sobre a cama, observavam-se objetos diversos em desalinho. LOCAL - Localização e Acesso Figura 1 – Croqui do local examinado. Figura 2 – Objetos em desalinho, sobre a cama do quarto. Exames complementares Ressalta-se que, dos vestígios encontrados, as duas luvas (vestígio 1) foram encaminhadas para o laboratório de Genética Forense do INC para pesquisa de DNA. Os demais vestígios (ferramentas etc) são devolvidos à autoridade solicitante dos exames periciais. Exames complementares Foram encontrados alguns vestígios que provavelmente estão relacionados ao artefato explosivo utilizado, conforme descrito e ilustrado pelas figuras a seguir: (...) Os vestígios ora descritos: fragmentos de plásticos e fita adesiva, amostras da substância líquida, bem como as plaquetas de metal do caixa 1, foram coletados e enviados para análises no Instituto Nacional de Criminalística (INC/DITEC/DPF) objetivando a identificação do explosivo utilizado. Vestígios Figuras 22 A e B – Detalhe de fragmento plástico (A) e de fita adesiva tipo silver tape (B). A B Figura 23 – Fragmentos plásticos e de fita adesiva tipo silver tape coletados no local. Análise e interpretação dos vestígios Análise e Interpretação dos Vestígios 1. O quadro de lesões observadas no cadáver, são compatíveis com uma queda a partir de altura X. 2. Existem no cadáver lesões associadas diretamente à luta ou à resistência oposta pela vítima a violência sofrida em momentos anteriores à queda (...). Análise e interpretação dos vestígios Figura 1 – Lesão observada no cadáver. Figura 2 – Canivete recolhido durante os exames. Análise e Interpretação dos Vestígios O canivete recolhido durante os exames era eficiente para produzir lesões com as mesmas características das observadas no cadáver. Dinâmica dos fatos Face a tudo quanto foi exposto, aos exames realizados e vestígios encontrados, propõe-se a seguinte dinâmica para a ação: • A entrada no interior do terreno da agência dos correios em questão provavelmente se deu por meio de escalada do muro de fundos das Lojas Americanas, na área adjacente à agência dos correios. Por ali o(s) invasor(es) tiveram acesso aos fundos da agência. • Uma vez no interior do terreno, o(s) indivíduo(s) caminharam pela lateral da agência deixando ali pegadas. • O(s) infrator(es) cortaram a fiação elétrica e mexeram na caixa de disjuntores externa da agência. Dinâmica dos fatos • Para acessar o interior da edificação o(s) indivíduo(s) realizaram tentativa de rompimento de obstáculo, por meio da quebra da tranca da porta de grade que dá acesso à sala de escoamento. Essa operação provocou a queda do cadeado da tranca, porém levou ao seu travamento, impossibilitando a abertura da porta e acesso ao interior da edificação. • Uma vez que o(s) infrator(es) não lograram êxito no acesso ao interior da agência, se evadiram do local deixando pra trás várias ferramentas. Dinâmica dos fatos DINÂMICA DO EVENTO Ante o estudo e a interpretação dos elementos materiais consignados e expostos, assim os peritos criminais reconstituem a provável dinâmica parcial do evento: XXXX encontrava-se no local objeto dos exames, em pé ou em posição semelhante, quando foi atingido por ao menos um projétil expelido por arma de fogo. Depois de inicialmente ferida, a vítima tombou no passeio no qual foi encontrada, em decúbito prono (ventral) momento em que foram produzidas as escoriações assinaladas. Ao todo, XXXX foi atingido por onze projéteis expelidos por arma(s) de fogo, sendo que, ao menos parte deles, quando já se encontrava tombado no passeio e veio a óbito em consequência da gravidade das feridas experimentadas. Pelo menos dois dos disparos foram efetuados a curta distância. Durante o evento: a) a vítima foi mudada da sua posição de repouso final (decúbito prono), provavelmente por equipe(s) especializada(s) em prestação de socorro; b) foram efetuados ao menos quinze disparos de arma(s) de fogo compatível(eis) com o calibre .380”. Dinâmica dos fatos Em determinadas situações, os elementos materiais constatados na cena de crime e os resultados dos exames realizados são insuficientes para o estabelecimento de uma dinâmica dos fatos. Face a tudo quanto foi exposto, a signatária ressalta inicialmente que esse tipo de ação delituosa (roubo), dependendo do modus operandis, muitas vezes deixa poucos vestígios, como é o caso em tela e, portanto, não é possível concluir de forma inequívoca pela dinâmica dos fatos. Conclusão Conclusão Em face do analisado e exposto, os peritos criminais concluem tratar- se de homicídio, levado a efeito contra XXXXX, com emprego de duas armas de fogo compatíveis com o calibre .380”. Impossibilidade de Conclusão QUANDO OCORRE? O QUE FAZER? Revisão didática