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ESTRUTURA E ELABORAÇÃO DE 
LAUDOS E PARECERES 
 
 
POLÍCIA FEDERAL 
 
Academia Nacional de Polícia 
 
Curso de Formação de Peritos Criminais Federais 
Maio/2014 
PCF JESUS ANTONIO VELHO 
 
 
Definição de Laudo 
O laudo pericial é a peça escrita por perito oficial onde são documentados 
todos os exames realizados, os resultados obtidos e as conclusões. São 
apresentadas ainda as respostas aos quesitos porventura formulados pela 
autoridade policial, judiciária ou Ministério Público. 
 
Legislação relacionada 
 
O QUE DIZ A LEI: 
Código de Processo Penal 
Art. 160 – Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão 
minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. 
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28/03/1994) 
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a 
requerimento dos peritos. 
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28/03/1994) 
 
Características do Laudo 
 DETALHADO e COMPLETO, contendo todas as constatações feitas 
pelos peritos, por meio dos exames realizados no local e das análises dos 
vestígios encontrados. 
 
 CLARO e de FÁCIL COMPREENSÃO aos seus principais usuários 
diretos: delegados de polícia, magistrados, promotores de justiça, 
defensores públicos e advogados. 
 
Estrutura do Laudo 
 Qual a estrutura mínima que um Laudo deve ter? 
 Que capítulos deve possuir? 
 Como inserir todas as informações? 
REQUISITOS ESSENCIAIS DE UM LAUDO PERICIAL 
Estrutura do Laudo 
A maioria dos doutrinadores concordam que o laudo pericial de 
deve ser elaborado com, no mínimo, as seguintes partes: 
 
 Título 
 Preâmbulo 
 Histórico 
 Objetivo dos Exames 
 Exames 
Conclusão 
Estrutura do Laudo 
Art. 19. 
§ 1º. São elementos obrigatórios nos laudos, na ordem de aparecimento 
no texto: preâmbulo; objeto; objetivo; exame; e conclusão. 
(…) 
§ 3º. É elemento facultativo: histórico, que deve aparecer após o preâmbulo. 
§ 4º. A seção objeto de perícia pode ser: material; veículo; local, etc. (...) 
§ 5º. O item exame pode ser subdividido, por exemplo, em análise ou 
método e resultado. 
 
 
• E o Parecer Técnico, o que é? 
30/10/13 
 
 
Segundo, Ascendido Cavalcante (1995), em seu livro Criminalística Básica: 
 
• Parecer técnico é o documento que expressa uma resposta a uma 
consulta feita por interessado sobre fatos referentes a uma questão a 
ser esclarecida. Pode tratar-se de um exame propriamente dito ou de 
uma opinião a respeito do valor científico de um trabalho 
anteriormente produzido, quer seja por peritos oficiais, ou não; assim 
sendo, é um documento particular que é aceito ou faz fé, pelo renome, 
competência e qualidade morais de quem o subscreve. 
30/10/13 
LAUDO DE LOCAL DE CRIME 
Preâmbulo 
 Data da emissão do Laudo 
 Peritos que elaboraram o Laudo 
 Nome da autoridade e do órgão solicitante da perícia 
 Tipo de procedimento (inquérito policial, processo, etc) 
 Tipo de exame solicitado 
 Número e data de registros e protocolos 
 Quesitos, caso haja 
Preâmbulo 
Em 25 de agosto de 2011, no SETOR TÉCNICO-CIENTÍFICO da 
Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio 
Grande do Norte, designados pelo Chefe do Setor, Perito Criminal Federal JOSÉ 
TALEIRES, os Peritos Criminais Federais CÉSAR DE MACÊDO RÊGO e KARINA 
ALVES COSTA elaboraram o presente Laudo pericial, a fim de atender a solicitação 
da Delegada de Polícia Federal OHARA COSTA FERNANDES, contida no 
Memorando nº 000/2011  SR/DPF/RN de 22/08/2011, protocolado no SIAPRO sob 
o nº 0000.00000/2011-31 e registrado no Sistema de Criminalística sob o nº 000/2011 
– SETEC/SR/DPF/RN em 23/08/2011, descrevendo com verdade e com todas as 
circunstâncias tudo quanto possa interessar à Justiça e respondendo ao expediente 
formulado, abaixo transcrito: 
Preâmbulo - Quesitos 
“Solicito a Vossa Senhoria que encaminhe a esta Delegacia o 
Laudo Pericial de Local, realizado no dia 20 de agosto de 
2011, no Hospital Universitário Onofre Lopes.” 
 
Histórico 
 Quem solicitou a perícia e meio pelo qual foi feito o 
acionamento (contato telefônico, memorando, etc.); 
 Providências iniciais adotadas pelo perito, como: contato com o 
solicitante da perícia ou com responsável pelo local para obtenção 
de maiores informações, etc; 
 Nome e matrícula dos integrantes da equipe policial; 
 Nome e documento de identificação dos responsáveis pelo local; 
Histórico 
 Informações repassadas pelos responsáveis do local, 
funcionários ou por policiais que o preservavam; 
 A data e hora de início e fim dos exames; 
 Estado de preservação do local (pode ser elencado em item 
próprio ou em outra seção do Laudo); 
 
INFORMAÇÕES SUBJETIVAS 
Preservação do local 
 
O QUE DIZ A LEI: 
Código de Processo Penal 
Art. 169 – Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das 
coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na 
dinâmica dos fatos. 
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28/03/1994) 
E SE O LOCAL NÃO ESTIVER PRESERVADO? 
 
Preservação do local 
 Na prática, nem sempre um local de crime não isolado ou não 
preservado adequadamente prejudica o trabalho da perícia. 
 Quando a falta de preservação adequada do local resultar em prejuízo 
para a sua análise, deve-se consignar isso no laudo. 
MAS COMO AVALIAR ISSO NO LOCAL? 
 
I – HISTÓRICO 
No dia 20/08/2011, por volta das 20h, o primeiro signatário foi acionado 
pelo Serviço de Plantão - SERPLAN desta SR/DPF/RN, para atender ocorrência 
de local de crime, face à comunicação feita pelo Coordenador de Segurança da 
UFRN, Sr. José Anchieta de Freitas, de ter sido encontrado um corpo de uma 
enfermeira, evidenciando sinais de morte, no Hospital Universitário Onofre Lopes 
(HUOL). 
Ato contínuo, o primeiro signatário juntamente com a PCF Karina e uma 
equipe de investigação chefiada pela DPF Ohara se dirigiu ao local. 
Histórico 
Lá chegando, de início, foram entrevistadas pessoas que primeiro 
tomaram conhecimento do fato, como a técnica em enfermagem Vanisse Kalyne 
de Medeiros, com RG sob n.º 001.672.198 – SSP/RN, que registrou por escrito os 
últimos contatos com a vítima, e todo o histórico do ocorrido, como mostra a 
figura a seguir: 
Histórico 
Histórico - exemplo 
Figura 1 – Documento contendo o relato feito pela enfermeira Vanisse Kalyne de Medeiros. 
 
De acordo com a servidora, por volta das 18h30, a porta da sala onde se 
encontrava o corpo da vítima, teve que ser arrombada para se ter acesso ao interior 
daquele ambiente. Segundo informações relatadas, a vítima teria sido originalmente 
encontrada sentada à beira da cama, com o tronco curvado e cabeça pendendo para 
baixo. Posteriormente o corpo teria sido estendido sobre a cama em posição de 
decúbito dorsal e coberto parcialmente por um lençol. 
Em seguida, a equipe de perícia procedeu ao levantamento fotográfico e 
exame do local, sendo auxiliados por dois servidores, dentre eles a chefe da 
enfermagem Neuma Oliveira de Medeiros, RG. N.º 472.662 SSP/RN. 
Histórico 
Histórico 
Os exames se iniciaram às 22h15 e foram finalizados por volta das 23h05, 
quando o corpo foi novamente coberto e deixado no mesmo local e posição onde foi 
encontrado pelos signatários. 
Após o término dos exames a perícia comunicou a liberação do local à 
autoridade policial que deu por encerrado os trabalhos no local. Em seguida, a equipe 
retornou à SR/DPF/RN.Objeto 
 Nesta seção, descreve-se o objeto dos exames pericias, que no caso do 
Laudo de Local de crime, é o próprio Local. 
 No Laudo de local, muitas vezes, grande parte dessa caracterização é feita 
na seção EXAMES. 
 IT no 09/2010 – DITEC/DPF. 
Objeto 
II - LOCAL 
O local dos exames trata-se da sala de REPOUSO presente na ala “Térreo 
Enfermarias” do Edifício Central de Internação do Hospital Universitário Onofre 
Lopes (HUOL), com endereço à Av. Nilo Peçanha, 620 – Petrópolis, nesta cidade 
de Natal/RN, como mostram as figuras a seguir: 
Objeto 
 
Figura 2 - Vista interna do Edifício Central de 
Internação (anexo do HUOL). 
 
 
Figura 3 - Vista do acesso à ala “Térreo 
Enfermarias”. 
 
Figura 4 - Mostra o corredor da ala “Térreo 
Enfermarias”. A porta da sala de repouso está 
destacada pelo retângulo. 
 
Figura 5 - Mostra a porta de entrada do local 
examinado (sala de repouso). 
 
Objeto – Local 
A referida sala de repouso continha dois cômodos, caracterizando 
dois ambientes distintos, separados por uma parede de alvenaria, incluindo: 
• Uma área reservada para descanso contendo: uma janela com 
quatro divisões e abertura tipo basculante (encontrava-se fechada no 
momento dos exames), um aparelho condicionador de ar, uma cama, um 
armário de duas portas com prateleiras, uma escrivaninha, uma cadeira 
giratória e uma lixeira. 
• Um banheiro completo, com pia lavatória, sanitário e chuveiro. 
Objeto 
 
Figura 6 - Visão geral da área de descanso da 
sala de repouso. 
Figura 7 - Visão geral de parte do banheiro da 
sala de repouso 
 
Objeto 
Na ala denominada “Térreo Enfermaria” - havia uma espécie de gaveteiro 
contendo alguns medicamentos e componentes próprios aos procedimentos de 
enfermagem. No momento dos exames, o gaveteiro encontrava-se próximo ao 
Posto de Enfermaria e estava lacrado com o lacre nº 0021768 (figura 8B). 
Segundo informações de funcionários do local, naquele dia o gaveteiro 
teria sido lacrado posteriormente aos acontecimentos envolvendo a funcionária 
Rossana Andrea Varela Gonçalves. Segundo informado, não teria havido um 
controle da quantidade de medicamentos presentes no gaveteiro naquele dia. 
Salienta-se que os signatários solicitaram o rompimento do referido lacre para 
examinar o conteúdo das gavetas 
Objeto 
 
 
 
 
Figura 8 - Gaveteiro de equipamentos e medicamentos (A). O lacre é indicado pela seta e 
mostrado em detalhe em B. A gaveta onde ficava guardada a medicação FENTANEST 
(localização indicada pelo retângulo) é visualizada em C. 
 
A B 
C 
Objetivo 
 Descreve-se a finalidade dos exames realizados, que deve estar 
alinhada com a solicitação de perícia ou com os quesitos 
apresentados. 
Objetivo 
III – OBJETIVO 
Visam os exames atender ao memorando de solicitação de perícia, 
identificando e caracterizando o local do evento e os vestígios materiais 
presentes, com a finalidade de esclarecer a dinâmica dos fatos e elucidar a causa 
e as circunstâncias em que ocorreu a morte, para bem assim acatar aos interesses 
da Justiça. 
Exames 
 Este é um dos principais capítulos do laudo. 
 Caracterização minuciosa do local periciado e dos vestígios constatados. 
 Apresenta-se as metodologias e técnicas empregadas. 
 
Exames 
 Caracterização do Local 
Localização e Acesso 
Descrição do Local 
A. Contextualização 
B. Descrição externa 
C. Descrição interna 
 Sistemas de Segurança 
 Vestígios 
 Exames Complementares 
 
IT 09/2010 – DITEC/DPF 
Exames 
IV – EXAMES 
Foram realizados os exames preconizados pela Criminalística 
para os casos em espécie, por intermédio da técnica de observação direta, 
seguida de levantamento fotográfico e busca de vestígios, seguindo-se os 
procedimentos técnico-normativos sistematizados pelo Instituto Nacional 
de Criminalística – INC/DPF. 
Exames 
IV.1 - Vestígios materiais e estado de preservação do local 
Na ocasião da chegada da perícia, observou-se que a porta de 
entrada da sala de repouso apresentava sinais de arrombamento, com 
amassamento localizado e rompimento da fechadura da porta, como 
mostram as imagens a seguir: 
 
Objeto 
 
Figura 9 - Mostra os sinais de arrobamento: A - amassamento nas proximidades da maçaneta da porta 
da sala; B - detalhe do portal da porta, na região da fechadura; C - detalhe da fechadura da porta da 
sala de repouso, danificada. 
 
A B C 
Exames - Vestígios 
Foram encontrados no interior da sala de repouso os seguintes 
vestígios: 
• Uma mancha de líquido viscoso no chão, com coloração 
esbranquiçada situada ao lado da cama, próxima aos pés da vítima (fig. 10); 
• Um pedaço de papel manchado de sangue localizado no chão, 
próximo à extremidade da cama (do lado dos pés da vítima); 
 
Exames - Vestígios 
• Pequenos respingos de sangue em vários locais da sala de repouso: 
1) Próximo à beira da cama; 
2) No interior da pia do banheiro; 
3) No chão próximo à porta de entrada para a área do vaso sanitário; 
4) Sobre a tampa do vaso sanitário, que se encontrava fechada no momento 
dos exames. 
5) Na região da dobradiça da tampa do vaso havia uma mancha de sangue 
pálida e esmaecida com aspecto de resultar do espalhamento por se esfregar 
uma pequena quantidade de sangue; 
Objeto 
 
 
 
 
Figura 10 – Visão geral da área de descanso da sala de repouso (A), ilustrando o cadáver da 
forma como foi encontrado e a localização de alguns vestígios (nº 01): mancha esbranquiçada, 
respingos de sangue e papel manchado de sangue. Em B e C, visão ampliada desses vestígios. 
 
A 
B 
C 
 
Objeto 
 
Figura 11 – Respingos de sangue encontrados no interior da pia do banheiro. 
 
Figura 12 – Respingos e manchas de sangue encontrados sobre a tampa do vaso sanitário. 
 
Objeto 
 
Figura 11 – Respingos de sangue encontrados no interior da pia do banheiro. 
 
Figura 12 – Respingos e manchas de sangue encontrados sobre a tampa do vaso sanitário. 
 
Exames - Vestígios 
• No interior da bolsa (localizada sobre a mesa) havia objetos e 
documentos pessoais da vítima e foram encontradas um total de seis 
ampolas injetáveis da medicação “FENTANEST”1 , marca Cristália, todas 
vazias, sendo três ampolas de 10 mL e três ampolas de 5 Ml, todas com a 
dosagem de 0,0785 mg/mL  figura 12; 
 
• Além das ampolas, havia também uma seringa munida com 
agulha com resíduos de sangue, seis agulhas com resíduos de sangue e um 
pedaço de papel absorvente com um pouco de sangue (figura 13). 
Objeto 
 
 
 
Figura 13 – Ampolas de FENTANEST, seringa e agulhas encontradas dentro da bolsa da 
vítima (A). Abaixo (B), detalhe do rótulo. 
 
B 
A 
Exames 
IV.2 – Cadáver 
IV.2.1 - Identificação 
O cadáver era de pessoa adulta, do sexo feminino, de cor branca, 
cabelos curtos castanhos com reflexos dourados, identificado como sendo 
ROSSANA ANDREA VARELA GONÇALVES, portadora do CPF n.º 
897.850.964-91. 
O corpo da vítima apresentava várias tatuagens, ilustradas pelas 
figuras abaixo: 
Objeto 
 
 
 
Figura 14 – Face da vítima (A) e tatuagens localizadas: no punho esquerdo (B); no tornozelo 
esquerdo (C) e direito (D). Do lado direito da região abdominal (E) e nas costas (F). 
 
B A 
C D 
E F 
Exames 
IV.2.2 - Posição 
O cadáver foi encontrado pelos signatários em decúbito dorsal, corpo 
parcialmente coberto por um lençol branco, com membros superiores e inferiores 
estendidos, cabeça voltada para a extremidade da cama mais distante da porta de 
entrada da sala. 
Conforme mencionado na seção I – HISTÓRICO,segundo informações de 
funcionários, a vítima teria sido originalmente encontrada sentada à beira da cama, 
com o tronco curvado e cabeça pendendo para baixo. Os vestígios encontrados no 
local corroboram esse fato, uma vez que foram encontrados, ao lado da cama, 
próximo aos pés da vítima, respingos de sangue e uma mancha de líquido viscoso no 
chão, com coloração esbranquiçada, de aspecto compatível com saliva. 
Objeto 
 
Figura 15 – Corpo da vítima na posição em que foi encontrado. 
 
Exames 
IV.2.3 - Vestes 
A vítima trajava roupas íntimas (calcinha e sutiã) na cor bege. Na parte 
interna da calcinha, na região frontal que fica em contato com os pêlos pubianos e 
virilha, foram detectadas pequenas manchas de sangue (figura 16). 
 
Figura 16 – Trajes da vítima. À direita detalhe da mancha de sangue no inter ior da calcinha. 
 
Exames 
Foram encontradas na sala de repouso algumas peças de roupa, típicas do 
uniforme de profissionais da saúde, quais sejam: 
BANHEIRO: 
• Uma blusa tipo bata na cor branca e uma calça branca, ambas penduradas em 
um suporte presente no interior do banheiro (figura 17D); 
• Um lençol branco com a inscrição HUOL pendurado na parede do Box 
(figura 17B). 
Exames 
DORMITÓRIO: 
• Um jaleco branco pendurado no encosto da cadeira giratória localizada 
próxima à porta de entrada da sala de repouso (figura 17A); 
• Um par de tênis branco e duas meias rosas localizadas próximo à cadeira 
(figura 17C). 
Objeto 
 
 
Figura 17 – Vestes encontradas nos dois ambientes da sala de repouso. 
 
B 
C D 
Exames 
IV.2.4 – Exames perinecroscópicos 
Através dos exames no cadáver foram verificados a ocorrência de fenômenos 
cadavéricos e a presença de lesões, ambos descritos a seguir. 
 
IV.2.4.A – Fenômenos cadavéricos 
O exame perinecroscópico atestou a incidência dos seguintes fenômenos 
cadavéricos: 
• Esfriamento do corpo; 
• Rigidez da mandíbula; 
• Presença de livores de hipóstase, em especial na parte posterior do corpo: 
nádegas, parte de trás das pernas e braços, região superior das costas. 
Objeto 
 
Figura 18 – Vista da parte posterior do corpo ilustrando os livores. 
Exames 
IV.2.4.A – Lesões 
Os exames externos no corpo revelaram a presença dos seguintes ferimentos: 
• Feridas punctórias (causadas por instrumento perfurante, compatíveis com 
agulha) localizadas: 1) no dorso das duas mãos; 2) no dorso dos dois pés; 
• Duas equimoses no braço esquerdo (figura 21); 
• Havia ainda duas cicatrizes, com características de serem antigas, de lesões 
incisas (causadas por instrumento cortante) na região dos dois punhos, atestando que 
outrora eles haviam sido cortados transversalmente (figura 20). 
Objeto 
 
Figura 19 – Lesões punctórias no dorso dos pés esquerdo (A) e direito (B). 
 
 
Figura 20 – Cicatrizes antigas de cortes transversais nos pulsos esquerdo (A) e direito (B). 
 
A B 
Objeto 
 
Figura 21 – Equimoses encontradas no braço esquerdo. 
 
Exames complementares 
 Os exames complementares podem ser: exames balísticos, laboratoriais, 
de DNA, exame necroscópico etc. 
 Os resultados deverão retornar aos peritos de local e serão citados, 
discutidos e explorados no laudo. 
 Quando for o caso, o perito pode anexar, ao laudo de local, os laudos 
complementares. 
Considerações técnico-periciais 
 Serve para tratar de forma mais aprofundada assuntos de cunho técnico 
e científico, que podem ser explorados e esclarecidos de forma a facilitar o 
entendimento dos destinatários do laudo pericial. 
Considerações técnico-periciais 
V - CONSIDERAÇÕES TÉCNICO-PERICIAIS 
O FENTANEST (citrato de fentanila) é um analgésico narcótico que se caracteriza 
por possuir as seguintes propriedades: rápida ação, curta duração, elevada potência (100 vezes 
maior que a da Morfina). A duração da analgesia obtida com o Fentanest depende da intensidade 
do estímulo doloroso, injetando 2 a 4 ml por via endovenosa, obtém-se ação analgésica quase 
imediata com seu efeito instalando-se dentro de 2 a 3 minutos e com duração média de meia hora 
para procedimentos cirúrgicos com dor de baixa intensidade. Para a duração de 1 hora pode-se 
administrar 10 ml em procedimentos cirúrgicos com dor de intensidade média. Uma dose de 50 
mcg/kg (0,05 mg/kg ou 1 ml/kg) proporciona profunda analgesia durante 4 a 6 horas para dor de 
elevada intensidade. 
EFEITOS COLATERAIS: Em alguns casos, o FENTANEST pode determinar efeitos 
colaterais, notadamente, depressão respiratória, rigidez muscular e bradicardia. Outros 
efeitos colaterais descritos incluem hipotensão, tonturas, embaçamento da visão, náusea, 
vômito, laringoespasmo e sudorese. 
Fonte: http://www.medicinanet.com.br/bula/2441/fentanest.htm 
Análise e interpretação dos vestígios 
 Uma vez que todos os vestígios foram caracterizados individualmente, 
tanto por meio do exame de local, quanto pelos exames complementares 
(quando for o caso), o perito possuirá condições de fazer uma ANÁLISE 
GLOBAL e INTERLIGADA de tudo o que foi examinado. 
Dinâmica dos fatos 
 Todo o trabalho realizado pela perícia até então se justifica e deve ter 
como meta central oferecer à justiça meios de visualizar como o fato 
ocorreu. 
 Representa como o evento provavelmente ocorreu, nem sempre é 
possível determinar a sequência ou concomitância de eventos. 
 Em algumas situações, pode ter caráter parcial, ou seja, são relatadas 
apenas informações que deixaram vestígios possíveis de ser mensurados 
durante os exames. 
VI – DISCUSSÃO 
VI.1 – Dinâmica do evento 
A análise dos vestígios do local do crime, bem como tudo quanto foi exposto 
neste Laudo, possibilitam aos signatários sugerir a seguinte dinâmica dos fatos: 
• Rossana Andrea Varela Gonçalves, enfermeira do Hospital Universitário 
Onofre Lopes, teria comparecido para trabalhar normalmente no dia 20/08/2011. 
• Em razão das suas atribuições, a vítima teria acesso aos medicamentos do 
hospital e teria pego seringa e agulhas, além de ampolas da medicação FENTANEST. 
Não foi possível determinar se todas as seis ampolas foram obtidas no mesmo dia, ou 
se algumas foram recolhidas em dias anteriores. 
Dinâmica dos fatos 
• Num dado momento, a enfermeira se dirigiu à sala de repouso, trancando a 
porta. Uma vez no interior da sala, após despir-se, a vítima teria permanecido apenas 
com as peças de roupa íntima. Teria ainda deixado sua bolsa sobre a mesa localizada 
ao lado da cama. 
• A vítima então teria injetado em si mesma a medicação, utilizando a região 
do dorso das mãos e dos pés. 
• Provavelmente houve o deslocamento da vítima, tanto na área de repouso 
quanto no banheiro, durante ou após a execução das injeções, resultando no 
respingamento de sangue nos locais mencionados. A vítima tentou ainda conter o 
sangue com pedaços de papel e cobriu a lesão punctória do dorso de sua mão 
esquerda com um pedaço de esparadrapo. 
Dinâmica dos fatos 
• Por fim, a injeção de uma quantidade significativa da medicação FENTANEST, 
pode ter sido determinante ou contribuído para levar a vítima a óbito. Contudo, a 
causa mortis deve ser confirmada através de exames toxicológicos e pela necropsia 
realizada pelo Instituto Médico Legal (IML). 
• Salienta-se que não havia no local sinais de violência, como desalinho de objetos, 
entre outros. Também não foram observadas na vítima lesões que indiquem que ela 
tenha sofrido violência, como lesões de defesa, etc. As feridas encontradas no cadáver 
restringiram-se às lesões punctórias provavelmente causadas pela injeção da 
medicação citada. 
Dinâmica dos fatosConclusão e Respostas aos Quesitos 
 CLARA e OBJETIVA e deve ser representada em capítulo próprio, 
juntamente, com as repostas aos quesitos, caso haja. 
 Na ausência de quesitos a serem respondidos, a conclusão será emitida 
alinhando-se aos objetivos dos exames. 
 Nos crimes contra a vida, é importante se apresentar na conclusão a 
causa jurídica da morte através do diagnóstico diferencial entre homicídio, 
suicídio, acidente ou causa natural. 
Conclusão 
VII  CONCLUSÃO 
Tendo em vista tudo quanto foi exposto, os signatários concluem que 
o quadro é característico de uma morte sem elementos caracterizadores de 
violência, onde a vítima Rossana Andrea Varela Gonçalves injetou em si 
mesma uma quantidade significativa da medicação FENTANEST, que pode 
ter sido determinante ou contribuído para levá-la a óbito. 
 
 
Impossibilidade de Conclusão 
 A impossibilidade de conclusão categórica deve ser justificada e 
fundamentada: escassez de vestígios, falta de preservação, dentre outros. 
Alternativas (auxiliam a delimitação do trabalho da investigação): 
 Conclusão parcial 
 Exclusão de hipóteses 
ALTERNATIVAS ?? 
Fecho 
Os signatários consideram esclarecido o assunto e, nada mais 
havendo a lavrar, encerram o presente Laudo, elaborado em dezesseis 
folhas que, lido e achado conforme, assinam acordes. 
CÉSAR DE MACÊDO RÊGO 
PERITO CRIMINAL FEDERAL 
Classe Especial - Matrícula: 0000 
 
KARINA ALVES COSTA 
PERITA CRIMINAL FEDERAL 
1ª Classe - Matrícula: 15.535 
 
Anexos 
Sempre que necessário à complementação do laudo pericial. 
 Outros laudos, relatórios ou informações técnicas 
 Plantas 
 Mapas 
 Mídias ópticas com imagens gravadas por câmeras de vídeos 
Anexos 
Foi realizado levantamento de impressões papilares no local mas não foram 
encontradas impressões em condições de confronto e individualização, conforme 
indicado na Informação Técnica nº 00/2013 - NID/DREX/SR/DPF/RN (em anexo). 
Vestígios 
 
O QUE DIZ A LEI: 
Código de Processo Penal 
Art. 175 – Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a 
prática da infração, a fim de se lhes verificar a natureza e a eficiência. 
 
Vestígios 
Figura 1 – Alavanca metálica encontrada no local. 
 
Tratava-se de uma alavanca 
metálica, com 1,80 m (um metro 
e oitenta centímetros) de 
comprimento, com massa de 6kg 
(seis quilogramas), que 
apresentava deposição de sangue 
e de fios de pelo na sua 
estrutura. 
Vestígios 
 
O QUE DIZ A LEI: 
Código de Processo Penal 
Art. 171 – Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de 
obstáculo a subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, 
além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, por que 
meios e em que época presumem ter sido o fato praticado. 
 
Vestígios 
Vestígio 12  Marcas de escalada no muro externo de fundos, 
pertencente aos domínios das Lojas Americanas e limítrofe com os correios. Ali 
havia marcas de escalada no muro e nas grades de um portão (figuras 16 e 17). 
 
Vestígios 
Figura 16 – Visão geral da parte externa dos fundos da agência dos correios e do muro 
limítrofe das Lojas Americanas onde foram encontradas marcas de escalada (setas). 
 
Marcas de escalada 
Lojas Americanas 
Correios 
Vestígios 
Figura 17 – Vestígio 12 – marcas de escalada (círculos) no muro das 
Lojas Americanas, que é limítrofe com a agência dos correios em 
questão. No detalhe, marcas de escalada numa das grades da porta. 
 
Vestígios 
Vestígio 11  Danos na fechadura da porta de grade que dá acesso à sala 
de escoamento (figura 15). Essa fechadura apresentava sinais de corte com 
instrumento compatível com alicate. Esse corte fez com que o cadeado que 
fechava a tranca caísse. No entanto, não foi possível proceder à abertura da porta 
pois o dano provocado na tranca levou ao seu travamento, impossibilitando a 
abertura da porta e o acesso ao interior da sala de escoamento que, por sua vez, 
dava acesso ao interior da agência por meio de uma porta de rolo, que estava 
trancada e sem sinais de dano. 
Vestígios 
Figura 15 – Vestígio 11 – Quebramento da tranca da porta de 
grade da sala de escoamento. A ação fez o cadeado cair no chão 
(seta), mas travou a tranca impedindo a abertura da porta. No 
detalhe, vista ampliada da tranca danificada. 
Cadeado no chão 
Tranca quebrada 
Sistemas de segurança 
 Descrever os itens de segurança presentes, consignando suas 
características, posição, se estavam íntegros, ligados. 
 Caracterizar os danos ou sinais de violação se houver. 
 Identificar área de cobertura de câmeras de vídeo, além de proceder à 
descrição das imagens que porventura estiverem armazenadas. 
 A análise do conteúdo das câmeras de segurança pode ser tratada na 
seção VESTÍGIOS, uma vez que é mais correlacionada aos vestígios da ação 
criminosa do que propriamente à descrição do local. 
Sistemas de segurança 
Sistemas de segurança 
O sistema de segurança da agência dos Correios em questão consistia de 
sensores de presença/movimento e alarmes sonoros (sirenes). Havia ainda uma 
câmera de monitoramento (webcam) no guichê de atendimento. 
Não havia danos nos sensores de presença e sirenes. A sua localização na 
agência de correios em questão é enumerada a seguir: 
• 1 sensor de movimento atrás do balcão de atendimento; 
• 1 sensor de movimento na área de atendimento, próximo às cadeiras de 
espera; 
• 1 sensor de movimento na área de triagem / do carteiro; 
• 1 sensor de movimento e 1 sirene na sala do cofre. 
Sistemas de segurança 
Figura 1 – Croqui mostrando o posicionamento dos elementos de segurança do local. 
Sistemas de segurança 
Figura 1 – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na 
compreensão da dinâmica do evento. 
 
 
Figura 12 – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na 
compreensão da dinâmica do evento. 
 
 
 
(09:26:14). Iminência do início da ação. Os três 
vigilantes entram na agência, nomeados S1 
(carregador do malote), S2 e S3 (armados com 
escopetas e revólveres). Os autores do assalto 
estão identificados pelas setas vermelhas (A1, A2 
e A3). Há ainda outro componente (A4), alguns 
metros atrás de A1, não identificado na imagem. 
Câmera 7: 
 
 
 
(09:26:15). Início da ação: Vigilante S2 sendo 
atingido por disparo de arma de fogo por A2. 
Câmera 7: 
 
 
 
(09:26:30). S3 combate com arma curta (em 
direção coerente com a posição de A1), deitado 
no chão. Senhora protege-se atrás de S3. 
Câmera 9: 
 
 
 
 
(09:27:02). Evasão de A4,com o malote de 
valores nas costas. Mais atrás outra pessoa (P1, 
suspeito) também corre em direção à porta. 
Câmera 7: 
S1 
 
 
 S2 
 
 
 
A1 
 
 
 
A2 
 
 
 
A3 
 
 
 
S3 
 
 
 
 
 
V2 
S2 
 
 
 
 
 
V2 
A1 
 
 
 
 
 
V2 
A2 
 
 
 
 
 
V2 
A3 
 
 
 
 
 
V2 
S1 
 
 
 
 
 
V2 
S3 
 
 
 
 
 
V2 
V1 
 
 
 
 
A4 
 
 
 
 
 
V2 
A2 
 
 
 
 
 
V2 
S2 
 
 
 
 
 
A3 
 
 
 
 
 
V2 
V1 
 
 
 
 
P1 
 
 
 
 
 
V2 
Sistemas de segurança 
Figura 1 (continuação) – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua 
importância na compreensão da dinâmica do evento. 
 
 
Figura 12 – Ilustra a análise de imagens de câmeras de segurança do local e sua importância na 
compreensãoda dinâmica do evento. 
 
 
 
(09:26:14). Iminência do início da ação. Os três 
vigilantes entram na agência, nomeados S1 
(carregador do malote), S2 e S3 (armados com 
escopetas e revólveres). Os autores do assalto 
estão identificados pelas setas vermelhas (A1, A2 
e A3). Há ainda outro componente (A4), alguns 
metros atrás de A1, não identificado na imagem. 
Câmera 7: 
 
 
 
(09:26:15). Início da ação: Vigilante S2 sendo 
atingido por disparo de arma de fogo por A2. 
Câmera 7: 
 
 
 
(09:26:30). S3 combate com arma curta (em 
direção coerente com a posição de A1), deitado 
no chão. Senhora protege-se atrás de S3. 
Câmera 9: 
 
 
 
 
(09:27:02). Evasão de A4,com o malote de 
valores nas costas. Mais atrás outra pessoa (P1, 
suspeito) também corre em direção à porta. 
Câmera 7: 
S1 
 
 
 S2 
 
 
 
A1 
 
 
 
A2 
 
 
 
A3 
 
 
 
S3 
 
 
 
 
 
V2 
S2 
 
 
 
 
 
V2 
A1 
 
 
 
 
 
V2 
A2 
 
 
 
 
 
V2 
A3 
 
 
 
 
 
V2 
S1 
 
 
 
 
 
V2 
S3 
 
 
 
 
 
V2 
V1 
 
 
 
 
A4 
 
 
 
 
 
V2 
A2 
 
 
 
 
 
V2 
S2 
 
 
 
 
 
A3 
 
 
 
 
 
V2 
V1 
 
 
 
 
P1 
 
 
 
 
 
V2 
Vestígios 
 A descrição dos vestígios pode ser apresentada juntamente com a 
descrição do local ou em um item específico do laudo. 
 A caracterização dos vestígios leva em consideração suas especificidades: 
vestígios biológicos, físicos, morfológicos, etc. 
 Documentação detalhada por meio de descrição, fotografias e 
posicionamento no croqui. 
 QUAL A IMPORTÂNCIA DA EXTENSA DOCUMENTAÇÃO DO VESTÍGIO NO LAUDO? 
 
Vestígios 
III.2 – Vestígios 
Os vestígios encontrados no local foram: 
Vestígio 1  Duas luvas encontradas próximas ao muro (internamente) e 
ao portão de entrada lateral da agência (figuras 5 e 7). 
Vestígio 2  Uma chave de fenda próxima ao mesmo muro citado 
anteriormente, a alguns metros das luvas (figuras 5 e 8). 
Vestígios 
Câmera 
Vestígio 1 Vestígio 2 
Figura 5 – Vista, por outro ângulo, do pátio lateral da agência, do muro e portão de acesso 
lateral. Ali havia outra câmera de monitoramento (círculo). Junto ao muro (internamente) foram 
encontradas duas luvas (vestígio 1) e uma chave de fenda (vestígio 2). Ver também figuras 7 e 8. 
Figura 7 – Vestígio 1 – Luvas encontradas no 
pátio junto ao muro (internamente) e próximos 
ao portão lateral de entrada na agência (ver 
também figura 5). A escala (marcador de 
vestígio) tem 10 cm. 
Figura 8 – Vestígio 2 – Chave de fenda 
encontrada no pátio junto ao muro (ver também 
figura 5). 
Vestígios 
Vestígio 3  Dois pés-de-cabra, uma chave de fenda e um pedaço da 
porta de grade da sala de escoamento (figuras 6 e 9). 
Vestígio 4  Um pé-de-cabra e uma chave de fenda na entrada do 
corredor de fundos da agência, próximos da entrada da sala de escoamento 
(figuras 6 e 10). 
Vestígios 
 
Sala de escoamento 
Vestígio 3 Vestígio 4 
Corredor de fundos 
da agência 
Figura 6 – Visão geral mostrando a sala de escoamento, guarnecida por grades e o corredor de fundos 
da agência (seta). Nesses locais foram encontradas vários vestígios. Ver também figuras 9 e 10. 
Vestígios 
Figura 9 – Vestígio 3 – Encontrados junto à grade da sala de escoamento: pés-de-cabra, chave de 
fenda e pedaço da tranca da porta de acesso à sala de escoamento (ver também figura 6). 
 
Pedaço da tranca 
da porta de grade 
Vestígios 
Figura 10 – Vestígios 4 e 5 – Chave de fenda e pé-de-cabra (vestígio 4). Cadeados e tampa da 
caixa de disjuntores aberta (vestígio 5) localizados próximos à entrada para o corredor de fundos da 
agência.). 
 
Vestígios 
Vestígios 7 a 10  Pegadas no estreito corredor lateral externo da 
agência, do lado que faz limite com as Lojas Americanas (figuras 13 e 14). 
Vestígios 
 
 
Figura 14 – Detalhe de uma das pegadas. 
Figura 13 – Vestígios 7 a 10 – pegadas 
encontradas no corredor lateral da agência. 
 
 
 
 
Tranca quebrada 
Perguntas ? 
Cabeçalho, número do laudo e título 
1
a
 Folha: 
Preâmbulo 
Preâmbulo 
Em 30 de janeiro de 2014, no SETOR TÉCNICO-CIENTÍFICO da 
Superintendência Regional do Departamento de Polícia Federal no Estado do Rio 
Grande do Norte, designados pelo Chefe do Setor, Perito Criminal Federal JOSÉ 
TALEIRES, os Peritos Criminais Federais KARINA ALVES COSTA e AILTON 
QUEIROZ elaboraram o presente Laudo pericial, no interesse do Inquérito Policial 
nº 000/2013-4 – DPF/MOS/RN, a fim de atender a solicitação do Delegado de 
Polícia Federal BRENO RODRIGO DE MORAIS, contida no Memorando nº 
000/2013 – DPF/MOS/RN de 17/12/2013 e registrado no Sistema de Criminalística 
sob o nº 000/2013 – SETEC/SR/DPF/RN, em 17/12/2013, descrevendo com 
verdade e com todas as circunstâncias tudo quanto possa interessar à Justiça e 
respondendo aos quesitos formulados, abaixo transcritos. 
Preâmbulo - Quesitos 
Comunico a Vossa Senhoria o furto à Agência dos Correios de Baraúna/RN, 
ocorrido no dia 21/01/2013, portanto, solicito que seja realizado exame pericial no 
local de crime. 
Visando instruir os autos do Inquérito Policial nº 000/2013-4 – SR/DPF/RN, 
requisito a Vossa Senhoria apresentar Informação Técnica ou Laudo Pericial 
referente ao assalto aos Correios de Angicos/RN, em 25/07/2013, ocorrência essa 
registrada no livro de plantão sob o nº 000/2013 (PCF Karina). 
Histórico 
Histórico - exemplo 
I - HISTÓRICO 
No dia 17 de julho de 2013, em atendimento ao acionamento do 
sobreaviso, a signatária, juntamente com o Perito Criminal Federal (PCF) Ailton, 
deslocou-se em viatura discreta até a cidade de Mossoró/RN, com o objetivo de 
realizar exames em local de explosão de caixas eletrônicos da Caixa Econômica 
Federal (CEF). 
Os peritos chegaram ao local por volta das 17h e foram recebidos pelo 
Delegado de Polícia Federal Breno e equipe de policiais que cuidavam da 
preservação do local. Posteriormente, juntaram-se à equipe os PCFs Abdalla e 
César, que compuseram a equipe pericial que processou o local. 
Os exames iniciaram às 17h20 e finalizaram por volta das 20h. 
Objeto 
Local examinado 
O local em questão trata-se da agência dos Correios do município de 
Pedro Avelino/RN, situada na Rua Ricardo Luiz Cavalcante, 64. Centro. 
A agência se constituía por uma edificação de alvenaria de um 
pavimento e era vizinha a dois estabelecimentos comerciais: “Mercadinho São 
José” e “Gabi Modas & Variedades” (figura 1). 
Figura 1 – Visão geral parte externa da agência de correios de Pedro Avelino/RN. 
 
Objetivo - exemplo 
II – OBJETIVO DOS EXAMES 
Os exames ora realizados têm como objetivo fazer a caracterização do 
local periciado, bem como identificar a ocorrência de atividade delituosa e sua 
dinâmica com base nos vestígios examinados. 
Nesta seção, deve-se descrever em detalhe: 
 Localização 
 Vias e rotas de acesso 
 Distâncias percorridas 
 Pontos de referência 
 Coordenadas geográficas 
 
 Utilizar recursos como: imagens de satélite, mapas, dentre outros 
 Atenção especial a Zonas Rurais 
 
LOCAL - Localização e Acesso 
LOCAL - Localização e Acesso 
Localização e acesso 
O local em questão consistia em uma edificação que abrigava dois caixas 
eletrônicos da Caixa Econômica Federal (CEF) e situava-se na praça de 
convivência de Mossoró, localizada na Avenida Rio Branco, Centro, conforme 
ilustrado pela figura 1, a seguir.LOCAL - Localização e Acesso 
 
 
Figura 1 – Localização da área objeto de exames (caixas eletrônicos da CEF), situado na praça de 
convivência de Mossoró/RN. A localização aproximada dos caixas da CEF na praça de convivência é 
indicada. Fonte: Google Maps. 
 
CEF 
50 m 0 
N 
20 m 0 
NNN 
CEF 
LOCAL - Localização e Acesso 
LOCAL 
Localização e acesso 
O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto 
Velho, distando cerca de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. 
O acesso foi feito partindo-se da sede da Polícia Federal em Porto Velho, 
situada no bairro de Tanques. Inicialmente deslocou-se pela BR-364 percorrendo 
cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km até 
alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-
se então a linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, 
situado nas coordenadas: [...]. 
LOCAL - Localização e Acesso 
 
Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. 
 
LOCAL 
1 – Localização e acesso 
O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca 
de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. 
O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se 
pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km 
até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a 
linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. 
 
Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do 
estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). 
 
 
Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da 
BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de 
bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. 
 
Ponto de partida 
Local questionado 
Trajeto 
Porto Velho 
UC Federal 
UC Estadual 
Terras indígenas 
 
 A 
 
 B 
 
 
Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. 
 
LOCAL 
1 – Localização e acesso 
O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca 
de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. 
O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se 
pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km 
até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a 
linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. 
 
Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do 
estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). 
 
 
Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da 
BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de 
bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. 
 
Ponto de partida 
Local questionado 
Trajeto 
Porto Velho 
UC Federal 
UC Estadual 
Terras indígenas 
 
 A 
 
 B 
 
LOCAL - Localização e Acesso 
 
Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. 
 
LOCAL 
1 – Localização e acesso 
O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca 
de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. 
O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se 
pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km 
até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a 
linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. 
 
Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do 
estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). 
 
 
Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da 
BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de 
bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. 
 
Ponto de partida 
Local questionado 
Trajeto 
Porto Velho 
UC Federal 
UC Estadual 
Terras indígenas 
 
 A 
 
 B 
 
 
Figura 3 – Exemplifica a descrição da localização e acesso a um local situado em área rural. 
 
LOCAL 
1 – Localização e acesso 
O local questionado situa-se na região sudoeste do município de Porto Velho, distando cerca 
de 28 km da sede distrital de Mutum Paraná. 
O acesso foi feito partindo-se do bairro de Tanques, Porto Velho. Inicialmente deslocou-se 
pela BR-364 percorrendo cerca de 147 km até a Linha F-Eixão. Lá chegando, percorreu-se 8,5 km 
até alcançar a Linha G, onde andou-se 4 km até o cruzamento com a linha F. Acessou-se então a 
linha F, percorrendo um trecho de 1,3 Km até o local dos exames, situado nas coordenadas: [...]. 
 
Imagens 1 A-B – Localização e acesso à área periciada (ponto amare lo) no contexto do 
estado de Rondônia (A) e do municíp io de Porto Velho (B). 
 
 
Imagem 2 – Detalhe do acesso ao local dos exames a partir da 
BR-364. Imagem Landsat 5 TM 233/067, com composição de 
bandas RBG 543, data da imagem: 25/05/2011. 
 
Ponto de partida 
Local questionado 
Trajeto 
Porto Velho 
UC Federal 
UC Estadual 
Terras indígenas 
 
 A 
 
 B 
 
 Área na qual se situa o local, ou seja: se em área residencial, comercial, industrial, 
rural, etc; 
 Caracterização da região circunvizinha: identificação dos vizinhos laterais e de 
fundos (se residências, comércio etc); 
 Nome das ruas que cercam o local, quando em área urbana; 
 Pontos de referência próximos; 
 Presença de equipamentos públicos, como: redes de energia elétrica (indicando se 
se encontravam-se ou não em funcionamento no momento dos exames), malha viária, 
pontos de paradas de ônibus etc; 
Descrição do local 
A. Contextualização 
Descrição do local - Contextualização 
Caracterização do local 
O local em questão trata-se da agência dos Correios do município de Parnamirim/RN, situada na 
Rua Tenente Aurélio, 78. Centro. 
A agência se constituía por uma edificação de alvenaria de um pavimento e seus vizinhos laterais 
eram os estabelecimentos comerciais: “JP Esquadrias” e um depósito das “Lojas Americanas” 
(figura 1). 
Figura 1 – Visão geral da parte externa da agência de correios de Parnamirim/RN, mostrando 
sua localização no contexto da vizinhança. 
 
Descrição do local - Contextualização 
Local 
O local periciado tratava-se de uma área 
erma, aberta, de terra batida/cascalho, com 
terreno acidentado, margeada por 
vegetação de cerrado nativo, desprovida de 
iluminação pública. 
A área em questão localizava-se 
aproximadamente 75 m após uma 
bifurcação, seguindo pela pista da esquerda 
(oeste), que por sua vez situava-se a 
aproximadamente 45 m do entroncamento 
daquela estrada de terra com a BR-251. 
A partir daquela rodovia, não era possível 
observar o local dos exames. BR-251 
Figura 1 – Local periciado. 
 
ÁREAS URBANAS - Exames em imóveis 
 Delimitação do local (cercas, muros, paredes, etc) e suas características (altura, 
presença de ofendículos como cerca eletrificada, etc), além de mencionar se há sinais 
de escalada ou dano; 
 Tipo de edificação periciada (prédio ou casa), a sua destinação (residencial, 
comercial, mista), tipo de construção (madeira, alvenaria, etc), número de pavimentos, 
dentre outras características; 
Descrição do local 
B. Descrição externa 
ÁREAS NÃO URBANAS 
 Descrever as característicasfísicas do local tais como vegetação, tipo de solo, 
topografia etc. 
 A luminosidade e visibilidade do local, indicando se os dispositivos de iluminação 
encontravam-se em funcionamento no momento dos exames; 
 As vias de acesso do local (portões, portas de entrada, janelas etc) e suas 
características: 
 Tipo de material utilizado para a sua confecção (madeira, metal, etc), 
 Presença ou não de gradis, o tipo de sistema de trancamento, etc. 
 Indicar se, no momento dos exames, as portas e janelas estavam abertas ou 
fechadas; trancadas ou destrancadas; se os sistemas de trancamento 
apresentavam-se em funcionamento, se havia sinais de arrombamento etc. 
Descrição do local 
B. Descrição externa 
Descrição externa do local 
Figura 1 – Visão externa da parte frontal da edificação periciada. 
 
Os exames se concentraram no Lote 24-
B, que era totalmente ocupado por uma 
edificação que se encontrava em 
construção (fase de acabamento), de um 
pavimento, construída em alvenaria, que 
tinha a parte anterior voltada para a 
Avenida Inundado. 
O acesso ao interior daquela edificação 
se dava a partir da porção direita do 
limite anterior, por meio de uma porta de 
vidro, corrediça, com sistema de 
trancamento constituído de uma 
fechadura do tipo Yale, na qual não 
foram observadas irregularidades e que 
se encontrava trancada no momento dos 
exames. 
Descrição do local 
C. Descrição interna 
 Indicação do número de cômodos, sua disposição, dimensões e áreas de circulação 
 Localização das portas e janelas em relação aos respectivos cômodos 
 Componentes internos de cada cômodo 
 Mencionar se os móveis e objetos encontravam-se alinhados ou em 
desalinho 
 Se apresentavam sinais de que foram movidos ou retirados (como marcas 
de limpaduras) 
 Aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos ligados ou desligados no 
momento dos exames 
Descrição interna do local 
Caracterização do local 
A residência periciada localizava-se na lateral esquerda da edificação e era 
dividida em quatro cômodos distribuídos em uma sala, um banheiro e um quarto, 
localizados na parte interna, além de uma área de serviço, observada na parte 
externa. A residência em apreço apresentava, como meio de acesso, uma porta 
metálica, do tipo veneziana, voltada para a sala, e com sistema de trancamento 
constituído de uma fechadura do tipo Yale, na qual não foram observadas 
irregularidades. 
O quarto era provido de um rack confeccionado em madeira, localizado no 
limite anterior-esquerdo; um guarda-roupas, rente à parede posterior; uma cama de 
solteiro, na porção medial direita; uma mesa metálica e, sobre ela, um aparelho de 
teclado (instrumento musical), outro rack confeccionado, também em madeira e, 
sobre ele, um aparelho de televisão, todos rentes à parede esquerda. 
Sobre a cama, observavam-se objetos diversos em desalinho. 
 
LOCAL - Localização e Acesso 
Figura 1 – Croqui do local examinado. 
Figura 2 – Objetos em desalinho, sobre a cama do quarto. 
Exames complementares 
Ressalta-se que, dos vestígios encontrados, as duas luvas (vestígio 1) 
foram encaminhadas para o laboratório de Genética Forense do INC para pesquisa 
de DNA. Os demais vestígios (ferramentas etc) são devolvidos à autoridade 
solicitante dos exames periciais. 
Exames complementares 
Foram encontrados alguns vestígios que provavelmente estão 
relacionados ao artefato explosivo utilizado, conforme descrito e ilustrado pelas 
figuras a seguir: 
(...) 
 Os vestígios ora descritos: fragmentos de plásticos e fita adesiva, 
amostras da substância líquida, bem como as plaquetas de metal do caixa 1, foram 
coletados e enviados para análises no Instituto Nacional de Criminalística 
(INC/DITEC/DPF) objetivando a identificação do explosivo utilizado. 
Vestígios 
Figuras 22 A e B – Detalhe de fragmento plástico (A) e de fita adesiva tipo silver tape (B). 
 
A 
 
B 
 
Figura 23 – Fragmentos plásticos e de fita adesiva tipo silver tape coletados no local. 
 
Análise e interpretação dos vestígios 
Análise e Interpretação dos Vestígios 
1. O quadro de lesões observadas no cadáver, são compatíveis com uma queda 
a partir de altura X. 
 
2. Existem no cadáver lesões associadas diretamente à luta ou à resistência 
oposta pela vítima a violência sofrida em momentos anteriores à queda (...). 
Análise e interpretação dos vestígios 
Figura 1 – Lesão observada no cadáver. 
Figura 2 – Canivete recolhido durante os exames. 
Análise e Interpretação dos Vestígios 
O canivete recolhido durante os 
exames era eficiente para produzir 
lesões com as mesmas características 
das observadas no cadáver. 
Dinâmica dos fatos 
Face a tudo quanto foi exposto, aos exames realizados e vestígios 
encontrados, propõe-se a seguinte dinâmica para a ação: 
• A entrada no interior do terreno da agência dos correios em questão 
provavelmente se deu por meio de escalada do muro de fundos das Lojas 
Americanas, na área adjacente à agência dos correios. Por ali o(s) invasor(es) 
tiveram acesso aos fundos da agência. 
• Uma vez no interior do terreno, o(s) indivíduo(s) caminharam pela 
lateral da agência deixando ali pegadas. 
• O(s) infrator(es) cortaram a fiação elétrica e mexeram na caixa de 
disjuntores externa da agência. 
Dinâmica dos fatos 
• Para acessar o interior da edificação o(s) indivíduo(s) realizaram 
tentativa de rompimento de obstáculo, por meio da quebra da tranca da porta de 
grade que dá acesso à sala de escoamento. Essa operação provocou a queda do 
cadeado da tranca, porém levou ao seu travamento, impossibilitando a abertura 
da porta e acesso ao interior da edificação. 
• Uma vez que o(s) infrator(es) não lograram êxito no acesso ao interior 
da agência, se evadiram do local deixando pra trás várias ferramentas. 
Dinâmica dos fatos 
DINÂMICA DO EVENTO 
Ante o estudo e a interpretação dos elementos materiais consignados e expostos, 
assim os peritos criminais reconstituem a provável dinâmica parcial do evento: XXXX 
encontrava-se no local objeto dos exames, em pé ou em posição semelhante, quando foi 
atingido por ao menos um projétil expelido por arma de fogo. 
Depois de inicialmente ferida, a vítima tombou no passeio no qual foi encontrada, em 
decúbito prono (ventral) momento em que foram produzidas as escoriações assinaladas. 
Ao todo, XXXX foi atingido por onze projéteis expelidos por arma(s) de fogo, sendo 
que, ao menos parte deles, quando já se encontrava tombado no passeio e veio a óbito em 
consequência da gravidade das feridas experimentadas. Pelo menos dois dos disparos foram 
efetuados a curta distância. 
Durante o evento: 
a) a vítima foi mudada da sua posição de repouso final (decúbito prono), 
provavelmente por equipe(s) especializada(s) em prestação de socorro; 
b) foram efetuados ao menos quinze disparos de arma(s) de fogo compatível(eis) 
com o calibre .380”. 
Dinâmica dos fatos 
 Em determinadas situações, os elementos materiais constatados na cena de crime e 
os resultados dos exames realizados são insuficientes para o estabelecimento de 
uma dinâmica dos fatos. 
Face a tudo quanto foi exposto, a signatária ressalta inicialmente que 
esse tipo de ação delituosa (roubo), dependendo do modus operandis, muitas 
vezes deixa poucos vestígios, como é o caso em tela e, portanto, não é possível 
concluir de forma inequívoca pela dinâmica dos fatos. 
Conclusão 
Conclusão 
Em face do analisado e exposto, os peritos criminais concluem tratar-
se de homicídio, levado a efeito contra XXXXX, com emprego de duas armas 
de fogo compatíveis com o calibre .380”. 
Impossibilidade de Conclusão 
 QUANDO OCORRE? O QUE FAZER? 
 
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