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* * CONTROLE DE QUALIDADE MICROBIOLÓGICO Prof.MSc Vicente Senna Jr * * Conteúdo Contaminação e comportamento O mundo dos minúsculos seres Boas práticas de Laboratório Micro Análise de não estéreis ( produtos e matérias-primas) Análise de Monitoramento Ambiental Análise de estéreis / endotoxina bacteriana Estudo de caso * * Contaminação e Comportamento Você sabia que ao mesmo tempo em que você pode causar uma contaminação microbiológica, você pode prevení-la? Sabe onde está a diferença? Nas suas atitudes e nas suas ações. * * Minúsculos seres - Vírus São microorganismos com capacidade de permanecer inativos durante muito tempo e se reativar ao contaminar uma pessoa. Ao entrar no corpo o vírus invade as células e se divide formando centenas de novos vírus. * * * * Minúsculos seres - Bactérias * * Salmonella Gastroenterite: salmonelose mais frequente, a sua sintomatologia surge 6 a 48h após ingestão de alimentos ou água contaminados; os sintomas mais comuns são: diarréia não sanguinolenta, náuseas, dores abdominais tipo cólica e cefaleias. Febre entérica: vulgarmente conhecida por febre tifóide (diferente do tifo), infecção sistémica febril caracterizada por febre gradual constante 10 a 14 dias após a infecção. Septicemia: Todas as espécies de Salmonella podem causar bacteremia- Infecção generalizada. * * Pseudomonas Patogênico de indivíduos com sistema imunológico comprometido, a P. aeruginosa normalmente infecta o aparelho respiratório, aparelho urinário, queimaduras, e também causa outras infecções sanguíneas. Em raras circunstâncias pode causar pneumonia por contágio entre humanos.É a causa mais comum de infecções no ouvido e por queimaduras, e é o mais frequente colonizador de equipamentos médicos. Se a infecção ocorrer em áreas vitais ela pode ser fatal. Estafilococos Foliculite: é uma infecção com pus de um folículo piloso. Pode progredir para furúnculo com nódulo grande e vermelho e depois para carbúnculo e estender-se para o tecido cutâneo. Em feridas pode causar infecções se houver material estranho onde esteja em reserva alimentando-se do sangue da hemorragia. Endocardite: infecção no coração após circulação pelo sangue (bacteremia). Mortalidade de 50%. Febre, dores no tórax. Osteomielite: infecção da matriz interna óssea. * * Minúsculos seres Fungos e Leveduras * * Prevenção Contaminantes principais de uma área limpa: Operador, Superfícies (piso, paredes, maquinários) e o Ar Vestimentas adequadas: PROTEGEM O AMBIENTE DAS PARTÍCULAS GERADAS PELO OPERADOR PROTEGEM O PROCESSO DAS PARTÍCULAS GERADAS PELO OPERADOR PROTEGEM O OPERADOR DAS PARTÍCULAS GERADAS PELO AMBIENTE E PROCESSO Higienização dos operadores Lavagem das mãos: Microbiota normal = 10.000 a 100.000 bactérias / cm2 Microbiota após lavagem = 100 a 1000 bactérias / cm2 Higienização dos equipamentos e do ambiente Sanitização das áreas ( piso/paredes), assepsia de bancadas e utensilios que fiquem dentro de uma área limpa/produtiva. * * Gráf1 500 191 7 0 500 98 3 0 500 154 2 1 500 101 6 0 500 119 2 0 mãos mãos com assepsia luvas luvas com assepsia Plan1 Operador mãos mãos com assepsia luvas luvas com assepsia A 500 191 7 0 B 500 98 3 0 C 500 154 2 1 D 500 101 6 0 E 500 119 2 0 Plan1 mãos mãos com assepsia luvas luvas com assepsia Plan2 Plan3 * * Boas Práticas * * * * Lavando as mãos coretamente * * A higienização se divide em 2 etapas: Limpeza Remoção de resíduos, sujidades, detritos e outras substâncias através da utilização de água e detergentes. Desinfecção Redução ou eliminação de microrganismos ( exceto os esporulados) por método físico e/ou agentes químicos (sanitizantes). * * Boas Práticas de Microbiologia Técnicas assépticas Uso de luvas estéreis e uniformes apropriados Fluxo laminar e/ou bico de bunsen Materiais estéreis ou descartáveis Uso de Alcool 70% Desinfecção do ambiente de trabalho antes e após o uso. * * Instrumentos Calibrações Qualificações e validações Manutenções preventivas Plano de calibrações / qualificações * * Treinamento de Pessoal As atividades realizadas devem estar descritas em procedimentos e todos os colaboradores devem estar treinados eos treinamentos registrados. Aptidão para técnicas assépticas, concentração e paciência são habilidades requeridas O treinamento e a capacitação “on the job” são importantes para garantir a confiabilidade dos resultados. * * Rastreabilidade e Registros Os boletins de análise devem conter: Material analisado Data Analista responsável Material utilizado Resultado Duplo check / revisão * * Meios de Cultura Meios Líquidos Meios Sólidos Utilizados para verificação qualitativa de crescimento microbiológico. Possuem Agar. Utilizados para verificação quantitativa de crescimento microbiológico. * * Controle e Registros de preparo de meios de cultura Meios devem ser liberados por lote de preparo quanto a esterilidade e Fertilidade Capítulo 1117 da USP 35: * * Meios de cultura – controle Marcas confiáveis: Merck, Difco, Oxoid ou marca validada Utilizar água purificada para seu preparo Volume de água e peso do meio devem ser registrados O meio deve ser identificado com nome, data de preparo e validade. A vidraria deve estar bem limpa e livre de resíduos A medição de pH é importante Os meios devem ser liberados frente ao resultado de esterilidade e fertilidade. A estabilidade dos meios de cultura deve ser validada. * * Cultivo de cepas padrões Fatores importantes para o cultivo: nutrientes, temperatura, pH, umidade O fornecedor deve ser confiável e enviar o certificado de controle de qualidade da cepa incluindo a origem ( ATCC) e a passagem O máximo de 5 passagens ( repiques) são aceitas * * Preparação do inóculo Utilizar solução tampão de cloreto de sódio peptona pH 7.0 ou tampão fosfato de sódio pH 7.2 Para suspensão de esporos de A.brasiliensis adicionar 0,05% de polissorbato 80 ( tween). Utilizar dentro de 2 horas ou em até 24 horas se armazenado entre 2ºC -8ºC * * Preparação e uso dos microrganismos teste * * Padronização do inóculo Solução tampão 10 mL 1 mL 1 mL 1 mL 1 mL 1 mL 1 mL 1:10 1:100 1:1.000 1:10.000 1:100.000 1:1.000.000 * * Fertilidade em meios de cultura Pipetar 1 mL da diluição que contemple até 100 UFC/mL Para líquidos verificar a turvação Para sólidos verificar a recuperação (> 70%) e a morfologia característica OBS.: Para meios seletivos realizar o controle negativo com as cepas não indicativas de crescimento no meio específico. * * Análise de Não estéreis Contagem de Microrganismos aeróbicos Preparo da Amostra Utilizar solução tampão de cloreto de sódio peptona pH 7.0 ou tampão fosfato de sódio pH 7.2 ou Caldo Caseina Soja. Diluição / preparo da amostra precisa ser validado No mínimo 10 g ou 10 mL da amostra são requeridos para preparo inicial Cap. 61 USP * * Agentes neutralizantes podem ser usados para neutralizar agentes antimicrobianos. Indicações USP: * * 1- Filtração por membrana Utilizar membrana de 0,45µm Para contagem de bactérias ( TAMC) inocular em Agar Soja Para contagem de fungos e leveduras ( TYMC) inocular em Agar Sabouraud 2 – Pour Plate ou Método em Profundidade Utilizar placas de 9 cm de diâmetro Adicionar 1 mL em duplicata Para contagem de bactérias (TAMC) adicionar 15 a 20 mL de Agar Soja Para contagem de fungos e leveduras ( TYMC) adicionar 15 a 20 mL de Agar Sabouraud Homogenizar em forma de 8. * * Incubação e Leitura dos Resultados 30ºC a 35ºC – bactérias de 3 a 5 dias 20ºC a 25ºC – fungos e leveduras de 5 a 7 dias Resultados em UFC / g ou mL = média aritmética das contagens das placas x fator de diluição do preparo da amostra * * Análise de Não estéreis Pesquisa de Patógenos – E.coli Pode ser utilizado o mesmo preparo da amostra para contagem total diluição 1:10 ( não menos que 1 grama da amostra) 10 g ou 10 mL da amostra diluída em 90 mL de TSB 30º a 35º 18 a 24 hrs 1mL do TSB em 90 mL de Caldo MacConkey 42º a 44º 18 a 24 hrs Repicar em Agar MacConkey 30º a 35º 18 a 72 hrs * * Análise de Não estéreis Pesquisa de Patógenos – Salmonella Pode ser utilizado o mesmo preparo da amostra para contagem total – 10 g ou 10 mL da amostra original em 90 mL de TSB 30º a 35º 18 a 24 hrs 0,1mL do TSB em 10 mL de Caldo Rappaport 30º a 35º 18 a 24 hrs Repicar em Agar XLD 30º a 35º 18 a 48 hrs * * Análise de Não estéreis Pesquisa de Patógenos – Pseudomonas aeruginosa Pode ser utilizado o mesmo preparo da amostra para contagem total diluição 1:10 ( não menos que 1 grama da amostra). 10 g ou 10 mL da amostra diluída em 90 mL de TSB 30º a 35º 18 a 24 hrs Repicar em Agar Cetrimide 30º a 35º 18 a 72 hrs * * Análise de Não estéreis Pesquisa de Patógenos – S.aureus Pode ser utilizado o mesmo preparo da amostra para contagem total diluição 1:10 ( não menos que 1 grama da amostra) 10 g ou 10 mL da amostra diluída em 90 mL de TSB 30º a 35º 18 a 24 hrs Repicar em Agar Manitol Salgado 30º a 35º 18 a 72 hrs * * USP 1111 - Especificações * * Análise de Água * * USP 1231 * * Monitoramento ambiental * * Pessoas e vestimentas * * Microrganismos comumente encontrados em áreas limpas * * Referências limites microbiológicos * * Procedimento que defina pontos, frequência e especificação + Estipulação de limite de alerta + avaliação anual de dados = TREND ANALYSIS * * Teste de esterilidade Conceito O teste de esterilidade visa verificar com mais segurança e qualidade o processo esterilizante, empregado durante a fabricação de medicamentos estéreis * * Fonte: www.millipore.com * * Condições de Trabalho Controle e cuidados do ambiente de trabalho Parâmetros: temperatura e pressão Limpeza da sala limpa e dependências do laboratório Monitoramento Ambiental: viáveis e não viáveis Vidraria e materiais auxiliares Pessoal: treinamento Equipamentos: calibração, qualificação, manutenção FALSO POSITIVO * * Métodos de Inoculação Direta Indireta Oficial 1932 – largo histórico Simples e fácil Recursos intermediários para amostras Introdução em 1957 Sistema aberto ou fechado Membrana 0,22 µm e 0,45 µm Treinamento Técnico Limitação no uso natureza da amostra * * 1936 Inoculação direta 1938 1940 1942 1944 1946 1948 1950 1960 1970 1980 Inoculação indireta Inoculação Indireta em sistema fechado Caldo peptonado + gelatina + solução de Litmus Meio Tioglicolato Caldo peptonado + mel Caldo Sabouraud 5 dias 07 dias 14 dias 10 dias A partir de 2000, 14 dias 14 dias * * Interpretação dos Resultados 1932 BP - Observação de meio de cultura com turvação, característica de contaminação 1961 USP – Contaminação cumulativa (até 10% tubos) teste e reteste erro técnico 1977 FDA – 1 tubo contaminado reteste * * Liberação Paramétrica A liberação paramétrica é definida como a liberação de cargas ou lotes de produtos submetidos à esterilização terminal através do cumprimento de parâmetros críticos do processo de esterilização, sem a necessidade de realização do teste de esterilidade. * * Interesses econômicos Interesses políticos Tradição Há contrapontos??? * * Validação ampla e criteriosa Qualificação das áreas e equipamentos Pessoal qualificado Contaminação do produto antes da esterilização, além do todo o processo Uma vez concedida a liberação paramétrica,não poderá lançar mão do teste de esterilidade para reteste. * * Teste de endotoxina Detecção de endotoxinas bacterianas de bactérias gram negativas utilizando um lisado do amebócito (Limulus) Gel clot Turbidimétrica Colorimétrica * * Gel clot Material despirogenizado no mínimo por 30 minutos a 250ºC Descartáveis apirógenos MVD (máxima diluição do produto) = LE / λ λ = sensibilidade do lisado utilizada * * USP < 85> Resultado esperado: B e C – positivos D – negativo A – negativo ( satisfatório); positivo ( não atende aos padrões) * * Curiosidades * * Crescimento de colônias de bactérias após toque de mão com luva suja. Mesmo uma luva não estéril ou suja oferece contaminação aos nossos processos. * * * * * * EUROPEAN Pharmacopeia 7, 2010. Farmacopéia Brasileira 5 ed., 2010. UNITED States Pharmacopeia 35, 2011. PINTO, T.J.A.; KANEKO, T.M.; PINTO, A.F. Controle biológico de qualidade de produtos farmacêuticos, correlatos e cosméticos. 3. ed., São Paulo: Atheneu , 2010. ISO 14644 – 2000 WHO Thecnical report series - 2002 * * * * * * * * * * * * * * *
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