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Incidente de Falsidade

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Incidente de Falsidade 
	A qualquer tempo e grau de jurisdição, as partes poderão arguir a falsidade de documento que tenha sido juntado por seu adversário, predomina o entendimento de que somente a falsidade material pode ser objeto do incidente, no qual se necessário será realizado exame pericial. 
A fé do documento publico ou particular cessa com a declaração judicial de sua falsidade (art.387), consistindo tal falsidade em formar documento não verdadeiro ou em alterar documento verdadeiro. O incidente de arguição de falsidade pode surgir em qualquer tempo e grau de jurisdição , incumbindo à parte contra quem foi produzida a prova arguir sua falsidade na contestação, ou num prazo de dez dias da intimação de sua juntada aos autos (art.390), (Alexandre Freitas Câmara, 2011, p.413).
A lei processual trata a arguição do incidente de falsidade como uma verdadeira ação declaratória de falsidade de documento, de natureza incidental, o seu ajuizamento resultará na existência de mais uma ação, que correrá incidentalmente, em autos apartados ou em apensos próprios sem a formação de um novo processo, o ônus de provar a falsidade cabe à parte que arguiu o incidente (art. 389, I, do CPC). 
A doutrina amplamente vencedora sustenta que a arguição de falsidade só tem cabimento nos casos de falsidade material do documento, isto é , o suporte físico ou material do próprio documento , não nas hipóteses de falsidade ideológica, isto é, do próprio conteúdo do documento, cuja impugnação impõe a tomada de outras medidas ao longo do próprio processo (prova em sentido contrario) e, até mesmo, se este for o caso, uma renovada provocação do estado-juiz com vistas à prestação de tutela jurisdicional tendente à declaração de nulidade ou à desconstituição do ato jurídico corporificado no documento. (Cassio Scarpinella Bueno, 2 tomo, p.287)
Segundo o art. 392 a parte que arguiu a falsidade do documento será intimada para oferecer resposta no prazo de dez dias, devendo o órgão jurisdicional, a seguir, determinar realização de prova pericial. Uma decisão interlocutória, recorrível mediante agravo, e a outra é de que trata-se de uma verdadeira sentença que será uma, decidirá a “ação declaratória incidental” e a ação principal (art. 469,III, e 470 do CPC), sendo assim por sentença única, o juiz decidirá a demanda principal e a demanda incidental de declaração de falsidade do documento. 
De acordo com o art. 395 a sentença que resolver o incidente, declarará falsidade ou autenticidade do documento. 
Podem ser objeto de uma ação incidental todos os documentos, públicos ou particulares, que tenham sido trazidos ao processo. A falsidade, nos termos do CPC, art. 387, pode constituir em formar um documento não verdadeiro ou em alterar documento verdadeiro. (Marcus V. R. Gonçalves, 2013, p.435).
As partes podem qualificar um documento como falso, em suas manifestações, sem arguir o incidente de falsidade, neste caso, o juiz poderá reconhecer que o documento é falso, o fala incidenter tantum, na fundamentação da sentença, sem força de coisa julgada material. Ao motivar a Sentença o juiz negará valor probatório aquele documento, reputando-o falso. Mas se for interposta a ação declaratória de falsidade, a questão de falsidade constituiu verdadeira questão de mérito, objeto da ação incidente, que será decidida na parte do dispositivo da sentença, produzindo coisa julgada material, impedindo que se venha discutir novamente a autenticidade do documento em ações futuras.
O que qualifica uma ação declaratória incidental de falsidade, é que nela se discuti a autenticidade de um documento no mesmo processo em que ele foi produzido, no entanto nada impede que a falsidade do documento seja objeto de uma ação declaratória autônoma, não incidental, em outro processo. 
A finalidade da ação, portanto, é decidir sobre um fato (trata-se da única espécie de ação declaratória que tem como objeto a discussão a respeito de um fato), qual seja, a autenticidade ou não de um documento. Não se discuti aqui, como ocorre nas demais ações declaratórias, a existência ou não de uma relação jurídica. (Marcus V. R. Gonçalves, 2013, p.435).
Conforme o art. 390, O incidente de falsidade pode ser arguido em qualquer grau de jurisdição, incumbindo a parte contra quem foi produzido o documento, fomenta na contestação no prazo de dez dias, contados da intimação da sua juntada aos autos.
Caso o documento tenha sido juntado na inicial, o réu ajuizará a ação junto com a contestação. Do contrário as partes, farão, no prazo de dez dias, a contar da data em que tenham sido intimados. Se ultrapassar este prazo, não se poderá mais ajuizar a ação declaratória incidental, pois se trata de um prazo, preclusivo, poderá apenas postular o reconhecimento da falsidade, sem força de coisa julgada, ou ajuizar ação declaratória autônoma. 
A ação ocorrerá de acordo com a forma que o documento for oferecido, sendo o mesmo oferecido antes ou depois ou depois da instrução, se antes a ação correrá-nos mesmos autos da ação originária, sendo arguido em petição dirigida ao juiz da causa, expondo os motivos em que funda a sua pretensão e os meios com que provará o alegado. (art.391), o juiz determinará a intimação da parte contraria que terá o prazo de dez dias para oferecer resposta. A prova pericial só será realizada caso a parte se oponha a retirar a prova dos autos, em caso de impugnação ao pedido o juiz poderá ordenar a pericia, se não houver oposição a ação será extinta, mas caso ocorra a ação prosseguira, e o documento permanecerá nos autos, determinando-se a realização da pericia. No caso de omissão da parte que apresentou o documento no prazo de dez dias, não se presumirá que é verdadeira a falsidade do documento, devendo o juiz determinar a prova pericial. 
No caso do documento ser juntado depois do encerramento da instrução, o incidente de falsidade correrá em apenso aos autos principais, a parte será intimada para se manifestar no prazo de dez dias, e depois o juiz decidirá sobre a necessidade de produção de provas. 
Conforme art. 393, quando o processo já estiver no tribunal, o incidente correrá perante o relator, observando o mesmo procedimento. 
Em qualquer hipótese, o ajuizamento do incidente de falsidade implicará a suspensão do processo principal, sendo que o juiz não poderá proceder o julgamento do pedido, porque no resultado do incidente pode interferir no resultado do principal. 
Bibliografia: 
Alexandre Freitas Câmara, Lições de Direito Processual Civil, 21ª edição, Editora Lumen Juris, 2011. 
Marcus Vinicius Rios Gonçalves, Novo Curso de Direito Processual Civil, 10ª Edição, 1ª Parte, Editora Saraiva, 2013
Cassio Scarpinella Bueno, Direito Processual Civil, 2 tomo 1, Editora Saraiva, 5° ed. 2012.

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