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Contabilidade Unidade de Aprendizagem 8b DRE – Lucro Operacional: 2ª parte Ao final da aula, você conhecerá o Lucro Operacional, bem como os grupos de contas que o compõem e estará apto a calculá-lo. Identificar e interpretar as contas que compõem a DRE, contextualizar os fatos contábeis e classificá-los de acordo com o Plano de Contas, extrair do Balanço Patrimonial informações para a elaboração e cálculo da DRE. Preparar a DRE, organizar os dados, registrar, classificar, interpretar os fatos contábeis, aplicar a Lei e sintetizar as informações para elaboração do Relatório. 1 Contabilidade Apresentação Como temos visto nas últimas aulas, a Demonstração do Resultado do Exercício é um instrumento muito importante para a tomada de decisão nas organizações, pois ela apresenta de maneira estruturada tudo pelo qual a empresa passou durante o exercício. Por esse motivo deve ser elaborada com muito cuidado, para que possa realmente dar informações úteis e acertadas. Agora que você conheceu o lucro operacional bruto, ou lucro bruto, que é a primeira parte da ‘Rota do Ouro’. Veremos a segunda parte do caminho até o lucro líquido, representado pelo Lucro Operacional. Para se chegar ao lucro operacional, devemos deduzir as despesas operacionais do lucro bruto. É exatamente esse o assunto dessa segunda parte da “Rota do Ouro”. Pronto para iniciar? Agora você já identificou o primeiro momento da ‘rota do ouro’, o ‘Lucro Bruto’, porém a rota ao ouro não para por aí. Neste capítulo você chegará mais próximo do ‘ouro’ com o cálculo do Lucro Operacional. Para isso será preciso entender o que ele representa para a empresa e como ele é composto. Até aqui já é do seu conhecimento os conceitos dos grupos de contas 1, 2, 3, 4 e 5. Partiremos para o grupo 6, que representa as Despesas Operacionais, as quais são subtraídas do Lucro Bruto para se chegar ao grupo 7, que representa o Lucro Operacional da empresa.Observe na estrutura da DRE abaixo. 2 Contabilidade Para chegarmos ao Lucro Operacional, precisamos conhecer todas as despesas da empresa representadas pelas: • Despesas de Vendas; • Despesas Administrativas; e • Despesas Financeiras. Vamos lá! 3 Contabilidade Despesas Operacionais – Representa todas as despesas necessárias para vender os produtos, administrar a empresa e financiar as operações. Portanto, são todas as despesas que contribuem para a manutenção da atividade operacional da empresa. Atenção Para melhor entendimento será necessário conhecer os principais grupos de Despesas Operacionais especificados em: • Despesas de Vendas; • Despesas Administrativas; • Despesas Financeiras; e • Outras Despesas. Observe abaixo, cada uma das Despesas Operacionais: • Despesas de Vendas – envolve desde a promoção do produto até sua colocação no mercado, para ser adquirido pelo consumidor final. Exemplos: São consideradas as despesas com o pessoal de vendas, como também as comissões sobre vendas, a propaganda e publicidade, o marketing, a estimativa de perdas com as duplicatas oriundas das vendas a prazo (provisão para devedores duvidosos) etc. 4 Contabilidade • Despesas Administrativas – representam as despesas necessárias par gerir o negócio. De modo geral são os gastos nos escritórios que visam à direção ou a gestão da empresa. Exemplos: honorários administrativos, salários e encargos sociais do pessoal administrativo, aluguéis de escritórios, material de escritório, seguro de escritório, depreciação de móveis e utensílios e assinaturas de jornais etc. • Despesas Financeiras – são as remunerações aos capitais de terceiros. Exemplo: Juros pagos ou incorridos, comissões bancárias, descontos concedidos, juros de mora pagos etc. As Despesas Financeiras deverão ser compensadas com as Receitas Financeiras (previstas em Lei), isto é, estas receitas são deduzidas daquelas despesas, havendo indicação de cada uma delas. As receitas de natureza financeira são as derivadas de: aplicações financeiras, juros de mora recebidos, descontos obtidos etc. Caso o montante de Receita Financeira seja maior que o da Despesa Financeira, haverá uma dedução em outras Despesas Operacionais. Para sua apreciação, verifique o exemplo a seguir. Exemplo: Despesa Financeira é maior que a Receita Financeira e Despesa financeira menor que Receita Financeira. Despesa Financeira > Receita Financeira Desp. Financeiras ....................R$ 320.000,00 Rec. Financeiras.......................R$150.000,00 Resultado Financeiro............(- R$170.000,00) Despesas Operacionais De vendas.................................R$ 315.000,00 Administrativas.........................R$ 512.000,00 Financeiras............................. R$ 170.000,00(1) R$ 997.000,00 (1) NOTA: observe que o resultado financeiro foi negativo em (- R$ 170.000,00) mas, foi adicionado pois, os outros valores (despesas) também representam valores negativos. Despesa Financeira < Receita Financeira Desp. Financeiras .....................R$ 320.000,00 Rec. Financeiras .......................R$ 450.000,00 R$ 130.000,00 Despesas Operacionais De Vendas.............................. R$ 315.000,00 Administrativas..................... R$ 512.000,00 Financeiras............................ R$ 130.000,00(2) R$ 697.000,00 5 Contabilidade (2) NOTA: observe que o resultado financeiro em R$ 130.000,00 mas, nós subtraímos pois, estamos adicionando com valores negativos (despesas). • Variações Monetárias – Pela Legislação brasileira são as variações cambiais. Devem ser classificadas num subgrupo de Despesas Operacionais. Exemplo: A empresa JK S.A. assumiu um empréstimo em 200.000 dólares. A uma cotação de R$ 2,00, sua dívida será igual a R$ 400.000,00. No final do período, com a desvalorização do real, o dólar passou a ser cotado a R$ 2,15. Passando a dívida ser de R$ 430.000,00, ocorrendo aí uma variação cambial de $ 30.000,00, que será contabilizada como despesa para a empresa. Este acréscimo nominal será contabilizado como Variação Cambial no subgrupo Variação Monetária, no grupo de Despesas Financeiras. Veja como fica esse lançamento na DRE: Chegamos ao grupo 4, que representa o Lucro Bruto. O que vem a ser o Lucro Bruto? • Outras Despesas e Receitas Operacionais – são utilizadas para contabilizar despesas operacionais não enquadradas no grupo de vendas, administrativas e financeiras. Exemplo: Despesas Tributárias como IPTU, IPVA, Multas Fiscais etc. Não são consideradas aquelas que resultam de deduções de vendas, prejuízos oriundos das aplicações em outras empresas, assim como as Receitas, Lucros de participações em outras sociedades, vendas de sucatas etc. Com mais essas informações você pode identificar o caminho para chegar ao Lucro Operacional. Observe a DRE abaixo: 6 Contabilidade7 Contabilidade O Lucro Operacional é resultante da atividade operacional da empresa, isto é, representa o lucro proveniente das atividades principais da empresa. A atividade operacional da empresa consta no contrato ou estatuto social de forma precisa e completa. Calcula-se o Lucro Operacional pela seguinte equação: Lucro Operacional = Lucro Bruto - Despesas Operacionais Quando uma empresa participa no capital de outras sociedades, os rendimentos dessa aplicação serão incorporados ao Lucro Operacional. Até 2007, as Doações e Subvenções de investimentos recebidas pela empresa do governo ou de outras entidades eram contabilizadas diretamente no Ativo e como Reserva no Patrimônio Líquido. Pela Lei 11.638/07, essas doações e subvenções deverão constar no Ativo, mas devendo transitar pela DRE. Assim, todas as doações e subvenções para investimentos serão Receitas não Operacionais, aumentando o Lucro Líquido. 8 Contabilidade Variações Monetárias – São as variações cambiais. Despesas Operacionais – São todas as despesas necessárias para que a empresa possa funcionar. Agora a visão se tornou bem mais ampla em relação aos grupos de contas que formam a estrutura da DRE, além das informações sobre os fatos contábeis e como classificá-los de acordo com o Plano de Contas. Você também se familiarizou com as Despesas Operacionais e como elas se classificam. E por fim já conhece o caminho da “rota do ouro” de uma empresa. No próximo capítulo chegaremos de fato ao “ouro” da empresa, isto é o seu Lucro Líquido. ABREU, A. F. Fundamentos de contabilidade: utilizando Excel. São Paulo/SP: Saraiva, 2009. CRUZ, J A W.; ANDRICH, E G.; SCHIER, C U C. Contabilidade Introdutória Descomplicada. Curitiba/PR: Juruá, 2010. MARION, J. C.; IUDICIBUS, S. Curso de Contabilidade para não contadores. São Paulo/ SP: Atlas, 2009. MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. São Paulo/SP: Atlas, 2009. 9 Contabilidade Até a próxima aula! Não esqueça: continue estudando, aproveite para recordar os conceitos até aqui aprendidos. 10 Contabilidade 11
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