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INTERDISCIPLINAR 2017.2 CURSO DECURSO DE NUTRIÇÃO CIRURGIA BARIÁTRICA: PÓS CIRÚRGICO TARDIO Alunos: Amanda Veríssimo, Bianca Maria Araújo ,Jaize Beatriz,Klarysa Holanda, Luciana Nunes, Patrícia Souza, Rayssa Kelly, Roberta Gomes. Professora Fomentadorada Turma: Lisianny Ferreira Turma: Nutrição 4MB E-mail do responsável: raayssakc@outlook.com Centro Universitário Brasileiro (UNIBRA) Curso de Nutrição–Interdisciplinar 2017.2 Recife, PE. Palavras-chave: Cirurgia Bariátrica. Obesidade. Avaliação Nutricional. Introdução A cirurgia bariátrica é o procedimento mais indicado em casos de obesidade severa, com indicação nos casos em que técnicas conservadoras obtiveram insucesso. Com a cirurgia, é possível além da perda de peso, apresentar melhora nos quadros de comorbidades e normalizar os padrões alimentares disfuncionais e a qualidade de vida do paciente (LEMOS, 2006). Os pré-requisitos para a realização da cirurgia, de acordo com o conselho federal de medicina (resolução n° 1.766/05) são: ter idade superior a 18 anos, apresentar IMC igual ou superior a 40kg/m² ou igual ou superior a 35kg/m² associado a comorbidades (SILVA apud KELLES, 2017). A cirurgia bariátrica pode ser realizada por técnicas restritivas, mal absortivas ou mistas. Este procedimento altera o processo digestivo normal (SANCHES; et al, 2007). As complicações cirúrgicas dependem dos tipos utilizados, no Bypass Gástrico utilizada no caso clínico, deve-se considerar o efeito restritivo da cirurgia, associado à absorção comprometida (FERREIRA, 2016). Essa técnica é feita como um atalho no caminho do estômago para o intestino delgado, esse processo é feito através do ressecamento de uma porção do estômago, restando um espaço de aproximadamente 30 a 60ml e posteriormente ligada a uma parte do jejuno (FERREIRA, 2016). Os pacientes submetidos à cirurgia devem fazer uso de poli vitamínicos e minerais, para prevenir possíveis carências, pois tais distúrbios nutricionais são muito presentes nesses casos (GIRALDI, 2015). Este trabalho tem como objetivo analisar o caso clínico de uma paciente pós-cirúrgica, observando o perfil nutricional e o estilo de vida. Resultados e Discussão L.N.P., 38 anos e 1,69m e IMC 37,1/m² (Obesidade grau II), foi submetida a uma avaliação pré-operatória que foi realizada através de exames de imagens, exames bioquímicos e IMC. Foi constatada discreta hiperlipidemia, esteatose hepática, apneia do sono (leve), diabetes tipo II e hipertensão arterial. Detectou-se ausência de hipovitaminose ou deficiência de macro nutriente. Também foi relatado pela paciente que o quadro de obesidade já ocorria há mais de 10 anos, com fracasso em outros procedimentos para perda de peso. A cirurgia foi realizada no dia 01/10/2015, a paciente apresentou perda regular de peso e melhora metabólica. O procedimento cirúrgico ao qual foi submetida envolve a técnica mista (BYPASS GASTRICO). Na maioria dos casos de pacientes submetidos à técnica bypass, as deficiências nutricionais mais comuns são: de vitamina B12, ácido fólico, ferro e desnutrição proteica. É muito importante que após a cirurgia, o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar (SANCHES; et al, 2017) No caso da paciente em estudo, foi prescrito um reforço no estoque de vitamina B12, em três dosagens, no quarto, quinto e sexto mês pós-cirurgia e até o momento não foi necessárias mais reposições. Além disso, também houve suplementação de poli vitamínico em pó, dissolvido em suco (de imediato) e por volta de 30 dias foi substituído por cápsula. E também foi necessário um ajuste de vitamina D, a paciente tem sido acompanhada a cada três meses. Ela é submetida a uma bateria de exames, onde são analisadas as dosagens das vitaminas, dos sais minerais e também é feito as avaliações físicas e antropométricas pela nutricionista. Ao comparar as medidas anteriores de L.N.P com as atuais – pré-cirúrgico: Quadril: 116cm, circunferência da cintura: 110cm, peso 106kg e IMC 37,1kg/m² – Pós cirúrgico: Quadril: 97cm, circunferência da cintura: 85cm, peso 71kg e IMC 24,9kg/m², foi constatado que após a cirurgia bariátrica ela passou do quadro de obesidade grau II para o peso normal. Atualmente a alimentação de L.N.P é baseada em alimentos ricos em vitaminas do complexo B, também em vitaminas E, D e ferro. O seu plano alimentar tem função antioxidante, também é rico em fibras e proteína, visando prevenir as carências nutricionais da paciente. Cardápio Atual Opção 1 Opção 2 Café da manhã Ovo; Rodela de inhame; Fruta; Café. Mingau de Aveia Mamão c/chia; Café; Lanche da manhã Iogurte natural desnatado c/ Farinha de linhaça; Fruta. Bolachas de arroz Com geleia de Kiwi artesanal. Almoço Feijão; Arroz 7grãos; Peixe; Salada verde e brócolis; Rodela de abacaxi. Feijão; Arroz integral; Peito de frango; Salada verde e brócolis; Laranja. Lanche da tarde Mix de oleaginosas; Damasco desidratado; Iogurte natural desnatado; Fruta. Jantar Sopa de legumes; Carne; Torrada integral. Batata doce; Frango ou atum; Fruta; Salada. Ceia Fruta Chá Foi desenvolvida para a paciente uma geleia artesanal de Kiwi por ser enquadrada como um produto de fruta de acordo com a resolução nº 272/2005 da ANVISA. Com o objetivo de usar tecnologias de aproveitamento, conservas adequadas e fontes de nutrientes (KROLOW, 2005). Os frutos foram selecionados por ser ricos em vitaminas do complexo B, A, C e E, além de conter ferro e oferecer em torno de 3 a 4 gramas de fibras por fruta. Essas fibras vão auxiliar no transito intestinal, as frutas terão função antioxidante e também auxiliarão no controle da glicemia (COZZOLINO, 2012). A pectina é utilizada para que haja uma combinação com os ácidos dos frutos, principalmente o limão, adequando o ph para chegar ao ponto de geleia (DANIEL; GHISLENI, 2016). Utilizou-se o stevia e eritritol para substituir o açúcar e manter uma apresentação sensorial e física semelhante às geleias convencionais; o que torna a mesma hipocalórica e de baixo índice glicêmico (TONETTO; et al., 2008). O armazenamento foi feito a vácuo, em embalagens de vidro, pois o vidro será mais eficiente na conservação da atividade de água da geleia e no sistema de fechamento por oferecer menor interação com o ambiente (CARNEIRO; et al., 2016). Após o envase e fechamento, foi feito o resfriamento: Primeiro em água morna em uma panela para evitar o choque térmico, depois deixando a água correr dentro da panela. Após quase esfriar totalmente, retirar o produto e secar com um pano limpo e seco (KROLOW, 2005). Conclusões Foi observado que após a cirurgia as comorbidades da paciente foram tratadas, hoje a paciente leva uma vida saudável, sem apresentar carências nutricionais, sempre com o acompanhamento médico e nutricional, para prevenir possíveis e complicações. Referências. CARNEIRO, L.M.; PIRES, C.R.F.; LIMA, .J.P.; PEREIRA, P.P.A.; LIMA, L.C.O. Avaliação da estabilidade de geleia de amora preta acondicionadas em diferentes embalagens. Journalofbioenergyandfood Science, v.3, n.2, p.89-102, 2016. COZOLLINO, S.M.F. Biodisponibilidade de nutrientes, 4ª edição, Barueri – SP: Editora Manolo, 2012. 1334p. DANIEL, B.I.; GHISLENI, C.P. Desenvolvimento de um produto alimentício com aproveitamento integral do alimento. Revista da associação brasileira de nutrição, ano 7, n.2, p. 43-49, 2016. FERREIRA, D.V.M.; Estado nutricional e prevalência de deficiências nutricionais de pacientes submetidos bypass gástrico em y-de-roux, com 10 anos de seguimento. 2016. Dissertação (mestrado em ciências da saúde) – UniversidadeCatólica de Campinas, Campinas-SP, 2016. GIRALDI, T. Deficiências nutricionais em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica. Monografia (mestrado em terapias intensivas) – Sociedade Brasileira de terapia intensiva, Brasília-DF, 2015. KROLOW, A.C.R. Preparo artesanal de geleias e geleiadas. Embrapa (empresa brasileirade pesquisa agropecuária), 29p., 2005. LEMOS, M.C.M. Qualidade de vida de pacientes submetidos a cirurgia bariátrica no município de Cascavel/PR. Arq. Ciência saúde Unipar, v.10, n.3, p.155-163, 2006. SANCHES, G.D.; GAZONI,F.M.; KONISHI R.K.; GUIMARÃES, H.P.; VENDRAME, L.S.; LOPES, R.D. Cuidados intensivos para pacientes em pós-operatório de cirurgia bariátrica. Revista brasileira de terapia intensiva, v.19, n.2, 2007. SILVA, C.D.A.; FIGUEIRA, M.A.; MACIEL, M.C.S.P.G.; GONÇALVES, R.L.; SANCHEZ, F.F. Perfil clínico de pacientes candidatos à cirurgia bariátrica. Revista brasileira de obesidade, nutrição e emagrecimento, v.11, n.64, p.211-216, 2017. TONETTO, A.; HUANG, A.; YOKO, J.; GONÇALVES, R.; O uso de aditivos de cor e sabor em produtos alimentícios. Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, 2008.
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