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Curso de Cardiologia Aplicada a Fisioterapia MÓDULO V Ventilação Mecânica Pós-operatório Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na Bibliografia Consultada. 197 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores MÓDULO V Ventilação Mecânica/noções básicas É necessário entender a fisiologia da mecânica respiratória para que se possa compreender a ventilação mecânica. Mecânica Respiratória Propriedades elásticas do pulmão: relações volume – pressão (Complacência) As relações volume – pressão (VXP) descrevem as propriedades elásticas do pulmão. Suas medidas são feitas, na prática, em condições estáticas, quando o fluxo aéreo é temporariamente interrompido em volumes pulmonares sucessivos (Fig. 01). Para cada volume pulmonar é determinada uma pressão transpulmonar (PT), pela diferença entre a pressão alveolar e pleural. Com volumes pulmonares perto da CRF, a distensibilidade pulmonar ou complacência é relativamente grande; a complacência é medida a partir da inclinação da curva volume-pressão (V x P). No entanto, suas características não são lineares. A complacência diminui progressivamente com a aproximação da CPT, e conseqüentemente serão necessárias maiores pressões para se produzir uma determinada mudança no volume. A complacência é representada, então, pela seguinte equação: C = variação de volume/Pressão. FIGURA 1 Fonte: Autor. Essa curva possui características especiais por ação das forças elásticas do pulmão e da tensão superficial do líquido que reveste a superfície interna das paredes dos alvéolos. As primeiras forças se dão pela presença de fibras elásticas e colágenas entremeadas no parênquima pulmonar. Quando o pulmão está em deflação, tais fibras encontram-se relaxadas, dobradas. Por outro lado, quando o pulmão está expandindo, tais fibras apresentam-se estiradas, sem dobras e, portanto, alongadas, mas ainda exercendo força elástica para retornar a seu estado natural. No caso das forças elásticas causadas pela tensão superficial sabemos que elas são as mais importantes. Elas agem no sentido de contração. Entretanto, tais forças são “amenizadas” pela ação do surfactante mantendo os alvéolos abertos. O resultado da ação das duas forças é uma dificuldade maior de ocorrência da 198 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores inspiração quando comparada à expiração. O fenômeno que traduz o fato de as curvas de inspiração e expiração não se sobreporem é denominado histerese. Um teste que consiste em anular a tensão superficial pode ser realizado através da aplicação de solução salina nos alvéolos. Sem a tensão superficial não haverá interface ar/líquido na superfície dos alvéolos e a histerese é desfeita, permitindo que a curva de inspiração passe a se sobrepor à da expiração. Em pessoas com fibrose, o tecido conjuntivo fibroso impede que o pulmão se expanda como deveria e, por isso, sua complacência é menor que a normal. Em idosos ou pessoas com enfisema pulmonar, há perda de fibras elásticas, e uma vez expandidas, o pulmão não volta à posição inicial levando a uma variação de volume maior com conseqüente maior complacência. FIGURA 2 Fonte: http://www.anestesiologia.com.br/mostraimagem.php?id=176 199 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 200 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O volume pulmonar em qualquer pressão dada durante a desinflação é maior que na inflação e o pulmão sem qualquer pressão de expansão possui ar dentro dele, isso é devido ao fechamento das vias aéreas que aprisiona o ar dentro delas na periferia. Como já dito, as propriedades elásticas do pulmão dependem das características físicas dos tecidos pulmonares (forças teciduais) e da tensão superficial da película que reveste as paredes alveolares (forças superficiais). As forças teciduais representam a elasticidade do tecido pulmonar que origina das fibras de colágeno e elastina; as forças superficiais (Surfactante) que agem na interface ar – líquido contribuem para a retração elástica pulmonar, isso porque a tensão superficial é a força que atua na superfície do líquido agindo de acordo com a lei de Laplace: Pressão= (4 x tensão)/raio. O surfactante entra então na redução desta tensão superficial do líquido de revestimento alveolar influenciando na área de superfície. Observe que, quando a tensão superficial é constante, a pressão necessária para manter uma bolha insuflada é inversamente proporcional ao quadrado do raio. Os alvéolos pulmonares estão em comunicação entre si através de ductos alveolares, poros de Kohn e canais de Lambert; caso suas tensões superficiais fossem iguais, teríamos que os alvéolos menores (de menor raio) se esvaziariam nos alvéolos maiores (figura3), já que a pressão do ar em seu interior seria maior. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a cada respiração o ar inspirado seguiria preferencialmente para os alvéolos de maior tamanho, os quais teriam maior facilidade de expansão, já que a pressão em seu interior seria menor. Esse comportamento não é visto nos alvéolos, nos quais a pressão do gás em seu interior é constante dentro de uma estreita faixa fisiológica, qualquer que seja o raio alveolar, isto se deve ao fato de os pneumócitos II elaborarem uma curiosa substância tensioativa capaz de reduzir essa tensão superfcial a valores desprezíveis. Essa substância surfactante ("sobre a superfície") age de modo tal que o colabamento alveolar é evitado e o alvéolo é expandido a pressões muito mais baixas que as que seriam necessárias caso ela não existisse. FIGURA 3 Fonte: http://www.anestesiologia.com.br/images/artigos/ANESTESIOLOGIA_79624.gif Embora alvéolos de diferentes tamanhos possam ter iguais quantidades de surfactante, a ação desta substância tensioativa é mais notável nos alvéolos menores, nos quais se distribui numa área menor e, conseqüentemente, apresenta- se numa concentração maior. A lesão dos pneumócitos II produtores de surfactante leva a um quadro de grave instabilidade alveolar, com colabamento alveolar (atelectasia) progressivo e maciço que poderá levar ao "pulmão branco" ou "pulmão de choque" (modernamente chamada Síndrome de Angústia Respiratória do Adulto, ou SARA). O fosfolipídeo "dipalmitoil-lecitina", sintetizado pelo pneumócito a partir de ácidos graxos de rápido "turnover" (meia vida de 12 horas), exerce esse papel de "substância tensioativa", já que revelou a mais baixa tensão superficial de qualquer substância até o momento estudada. O dipalmitoil-lecitina corresponde a cerca de 80% do surfactante; o colesterol corresponde de 10 a 15%, sendo o restante formado por proteínas da mais variada composição, das quais a mais conhecida é a proteína surfactante.201 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Diferenças regionais de ventilação De acordo com a região pulmonar a ventilação sofre diferenças: as regiões inferiores ventilam melhor que as superiores. Isso é explicado pela pressão intrapleural menos negativa nas zonas inferiores proporcionando baixo volume pulmonar por unidade. A complacência é maior a baixos volumes (base), pois a altos volumes o pulmão se torna mais rígido (ápice). FIGURA 4 A relação entre as concentrações de Nitrogênio (N2) em regiões pulmonares (no alto) e os resultados do teste “Single-breath N2 washout” de distribuição da Ventilação é representada graficamente. A figura no alto mostra uma unidade ventilatória próxima ao ápice pulmonar (em preto) e outra unidade ventilatória próxima à base pulmonar (cinza) interligadas por uma via aérea comum. A intensidade da mistura de cores resultante reflete a concentração inspiratória final do gás residente (N2) ao final de uma única inspiração máxima de O2 (até atingir a Capacidade Pulmonar Total – CPT). As diferenças das concentrações de Nitrogênio (N2) em cada unidade resultam das diferenças regionais de Volumes Residuais (VR) e na distribuição do gás inspirado Fonte: http://www.anestesiologia.com.br/artigos.php?itm=18 202 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 203 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Propriedades elásticas da parede torácica Quando a parede torácica esta na CRF sua retração elástica é dirigida para fora e auxilia na inspiração. Nesta mesma posição o pulmão toma direção oposta à parede torácica e auxilia na expiração. Essas forças opostas é que proporcionam a pressão subatmosférica intrapleural, deste modo quando há um desequilíbrio nestas forças (pneumotórax) a parede torácica salienta-se para fora e o pulmão para dentro. A capacidae residual funcional (CRF) representa a posição de equilíbrio do sistema respiratório, assim qualquer volume acima da CRF torna a pressão global de retração do sistema respiratório maior que a pressão atmosférica tendendo à redução do volume pulmonar e o oposto ocorre com diminuição do volume abaixo da CRF. Propriedades não elásticas dos pulmões e Resistência ao fluxo aéreo Enquanto que as forças elásticas do pulmão se opõem á expansão pulmonar, as forças viscosas e de atrito impedem o fluxo aéreo para dentro e para fora do pulmão. • Fluxo aéreo São basicamente dois tipos de fluxos: Laminar e turbulento. O fluxo laminar se caracteriza por linhas de fluxo organizadas e paralelas ao tubo, o turbulento é caracterizado por desorganização das linhas de fluxo formando redemoinhos. Se o fluxo será laminar ou turbulento depende do número de Reynolds = 2rvd/n, onde r é o raio, v a velocidade, d a densidade e n a viscosidade. Assim quanto maior o número de Reynolds, maior a turbulência. O gás Hélio é exemplo de gás de baixa densidade que diminui o número de Reynolds, sendo usado em ventilação mecânica objetivando reduzir a resistência das vias. 204 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Resistência Quanto mais avançada a geração da via aérea maior a área de secção transversal e menor a resistência. O volume pulmonar é outro fator que exerce um efeito importante na resistência das vias aéreas. Os brônquios são suportados pela tração radial do tecido pulmonar circundante, e o seu calibre é aumentado à medida que o pulmão se expande. O tônus das células musculares lisas que circundam as vias aéreas, afeta seu calibre e, conseqüentemente, a resistência ao fluxo aéreo. O músculo liso brônquico está sob controle do sistema nervoso autônomo e sofre influência também de hormônios circulantes (acetilcolina e norepinefrina), de partículas inaladas (fumaça, poeira) e de substâncias químicas liberadas por células da árvore traqueobrônquica (histamina, prostraglandina E). O calibre das vias aéreas também é influenciado pela pressão transpulmonar ou transmural das vias aéreas. Pressões durante o ciclo respiratório espontâneo e sob ventilação mecânica Os gráficos da respiração espontânea e da respiração sob ventilação mecânica (VM) são totalmente opostos, contrapondo a fisiologia respiratória normal. Na inspiração espontânea a pressão alveolar é negativa enquanto que na VM ela é positiva. Analise a figura 5. FIGURA 5 Respirações espontâneas (Esp) e sob ventilação mecânica (VM). Fonte: Autor. Relações fluxo - volume Um indivíduo inspira até a capacidade pulmonar total (CPT) e a seguir exala até o volume residual (VR), registra-se uma curva fluxo – volume: 205 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores FIGURA 6 O fluxo aéreo atinge um pico perto da expiração forçada para um volume pulmonar aproximado da CPT. Conforme o volume diminui, a retração elástica do pulmão diminui a pressão transpulmonar (PT) também, as vias aéreas sofrem estreitamento e a resistência aumenta em conseqüência a velocidade do fluxo cai por todo o resto da expiração forçada. A porção descendente da curva toma o mesmo caminho independente do esforço, isso se dá pela compressão dinâmica das vias pela pressão intratorácica (aumento da positividade da pressão pleural). Porém a volumes acima de 50% da capacidade vital (CV), os fluxos aéreos expiratórios continuam aumentando com o aumento do esforço até ser empreendido um esforço plenamente máximo. 206 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 207 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Relações dinâmicas Pressão – volume: Constantes de tempo A distribuição da ventilação para as unidades pulmonares em paralelo depende do produto da resistência (R) pela complacência (C) e este seja aproximadamente igual para todas as unidades alveolares. O produto da C x R é a constante de tempo, que representa uma medida necessária para um sistema ir de um estado de equilíbrio para outro. As constantes dividem-se em curta e longa: Constante de tempo CURTA: BAIXA Resitência e Complacência Constante de tempo LONGA: ALTA R e C Trabalho da Respiração Os músculos respiratórios realizam trabalho mecânico para vencer a retração elástica do pulmão e a resistência elástica das vias aéreas e dos tecidos durante a respiração. Trabalho é definido como o produto da pressão pelo volume. O trabalho mecânico utilizado para superar a retração elástica e expandir o pulmão durante a inspiração é armazenado parcialmente como energia potencial. Essa energia é liberada durante a expiração, sendo usada para vencer a resistência das vias aéreas e dos tecidos. Para qualquer nível de ventilação, o trabalho dependerá do padrão respiratório:Assim pacientes que possuem complacência reduzida tendem a tomar respirações rápidas e curtas para que possam diminuir seu trabalho elástico, opostamente pacientes obstruídos assumem respiração lenta diminuindo o trabalho resistivo. FIGURA 7 Fonte: http://www.anestesiologia.com.br/mostraimagem.php?id=176 Princípio Básico da Ventilação Mecânica (VM) A Ventilação Mecânica (VM) vem sendo amplamente difundida e estudada nos últimos anos e seu estudo é cada vez mais minucioso, tanto assim, que os botões do ventilador não servem apenas para regular os gases arteriais, mas servem para evitar um processo silente e perigoso a se desenvolver na intimidade dos pulmões de todo paciente submetido à VM, preservando a microestrutura pulmonar e evitando a famosa “lesão pulmonar induzida pela VM”. Pressão nas Vias aéreas e nos alvéolos Para se obter um fluxo (ύ) em vias aéreas é necessário se aplicar uma pressão maior ou igual ao ύ versos a resistência do sistema respiratório (Rsr), e para 208 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores se insulflar um volume deve-se aplicar uma pressão maior ou igual ao volume (V) dividido pela complacência do sistema respiratório (Csr): Equação fundamental do movimento de ar no sistema respiratório: Pva = (ύ.Rsr + V / Csr) Pressão resistiva= ύ.Rsr Pressão elástica= V / Csr Durante a ventilação mecânica uma quantidade de gás deve ser ciclicamente transportada através do sistema respiratório, desde as vias aéreas superiores até os alvéolos. Sabemos que a distensão alveolar é representada pela pressão transpulmonar (PT), está é igual à pressão alveolar (Palv) menos a pressão pleural (Ppl). FIGURA 8 Fonte: http://www.anestesiologia.com.br/artigos.php?itm=18 Assim a Palv irá sofrer alterações dependendo das pressões externas: • Tosse: Há um aumento da pressão alveolar acima de 200cmH2O que é neutralizado pela contração da musculatura expiratória que aumenta a pressão pleural, limitando a expansão e distensão alveolar. 209 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 210 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores • Cinta torácica: Há aumento de Ppl gerada pela expansão pulmonar contra um arcabouço torácico rígido isso neutraliza um possível aumento de Palv sob a VM. • Laparotomia: As pressões intra-abdominais elevadas se opõem a distensão alveolar. • Atelectasia: Esta situação será oposta as anteriores. Aqui a Ppl diminui, devido diminuição do conteúdo pulmonar dentro da área total da caixa torácica, ocasionando um aumento perigoso das pressões transalveolares das zonas aeradas. A Ppl é determinada pela relação entre complacência da caixa torácica (Ccx) e complacência pulmonar (Cp). Deste modo se diminuímos a Ccx diminuímos a Ppl aumentando a Cp. O ciclo respiratório na VM O ciclo respiratório de um pcte sob VM obedece a quatro fases interligadas: O disparo (tempo, pressão e fluxo), a inspiração onde o pulmão é insulflado, vencendo as propriedades elásticas e resistivas do sistema respiratório, a ciclagem onde há mudança da fase inspiratória para expiração (pressão, fluxo, tempo e volume) e a expiração onde há esvaziamento dos pulmões contra um peep ou até a pressão atmosférica. FIGURA 9 As forças elásticas que o pulmão tem que vencer para insulflar são: A tensão superficial, a retração elástica do tecido pulmonar, o recolhimento elástico da caixa torácica e a pressão intra-abdominal se opondo ao diafragma. As forças resistivas são a resistência das vias aéreas e a resistência de componentes viscosos e viscoelásticos do parênquima. Disparos Os mecanismos que interrompem a fase expiratória e iniciam a inspiração geralmente são ativados por: TEMPO: O aparelho inicia a inspiração após tempo estipulado, a partir do ajuste da freqüência respiratória. É uma ventilação totalmente controlada pelo VM, a sensibilidade do VM não tem função. Ex: modos controlados 211 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 212 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores PRESSÃO: Modo de ventilação espontânea ou assistida-controlada que funciona através de um sensor de pressão que detecta a queda da pressão expiratória (abaixo da peep externa) representada pelo valor preestabelecido na sensibilidade do VM e varia entre - 0.5 cmH2O a - 20.0 cmH2O. Quanto menor este valor (0,5 a 1) menor será o esforço inspiratório capaz de disparar o aparelho e mais sensível estará o VM. Após a detecção deste nível de pressão a inspiração se inicia. Problemas como o autodisparo podem ocorrer por excesso de sensibilidade, por presença de vazamentos, água no circuito e espaço morto acentuado. Atrasos no disparo podem ocorrer por esforço exagerado e tubo orotraqueal obstruído. Ex.: modos assistido-controlado (A/C). FLUXO: Modo de ventilação espontânea ou assistida-controlada que detecta pequena movimentação de ar dentro do pulmão. É o tipo de disparo mais sensível que existe, sendo mais comumente para crianças e neonatos. Sua sensibilidade é dada em l/min, ou seja, quando o VM detecta a mínima variação de fluxo no circuito ele inicia a fase inspiratória. Ex.: pressão de suporte ventilatório (PSV). Ciclagens A ciclagem do aparelho estabelece a mudança da fase inspiratória para a fase expiratória e apresentada sob 4 formas: TEMPO: As mudanças de fases ocorrem após período de tempo pré-fixado e ajustável no VM. O volume será conseqüência do tempo inspiratório e da impedância do sistema respiratório. Geralmente são respiradores geradores de pressão constante ou limitado a pressão, como o inter 3 e 5, Secrist, respiradores infantis e PCV. São ideais compensadores de vazamentos pelo motivo de crianças (menores que 20 kg) não poderem utilizar sistema de cuff no tubo orotraqueal (TOT). 213 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores VOLUME: As mudanças de fase ocorrem após se atingir um volume (V) pré- fixado. São geradores de fluxo, assim o tempo inspiratório vai ser conseqüência dos valores de volume e fluxo programados: TI = ∆V(volume) / ύ (fluxo) A pressão inspiratória não é controlada sendo conseqüência da complacência (C) e resistência (R) do sistema respiratório. Só que nem todo volume pré-fixado é garantido, pois há a perda de 20% pelo volume compressível (a pressão positiva faz com que um volume de gáz seja comprimido dentro do circuito sem chegar às vias superiores) do circuito do aparelho. São aparelhos como os da linha Bird , Newport, Bennet, Servo da siemens,... PRESSÃO: As mudanças de fases ocorrem após se atingir uma pressão inspiratória (PI) preestabelecida, os outros parâmetros dependerão da C e R do sistema. Se a C diminui e a R aumenta a PI será mais alta e entrará mais rápido,diminuindo o tempo inspiratório (TI) e o fluxo (V). Os aparelhos ciclados a pressão são ótimos como mecanismo de segurança. São aparelhos como o inter 5, Mark 7,14,... FLUXO: São modalidades geralmente espontâneas (PSV, BIPAP), onde o fim da fase inspiratória ocorrerá a partir do momento em que o fluxo caia a níveis críticos. A grande característica é que ele permite o controle pelo paciente dos demais parâmetros do VM (V, TI, FR). O nível de fluxo que desativa a fase inspiratória é 25% do pico de fluxo inspiratório. Este tipo de modalidade encontra-se aparelhos geralmente ciclados a volume como os da linha Bird, Servo,... Diretrizes do II consenso brasileiro de ventilação mecânica, adaptada pelo autor. Fonte: http://www.ucb.br/sites/000/54/imagens_fisio/novapasta/consenso_ventmecanica_2000_02.pdf PEEP e AUTO PEEP O esvaziamento dos pulmões geralmente se dá contra uma pressão positiva expiratória final (PEEP) que tem como funções básicas: a expansão alveolar, a 214 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores melhora da troca gasosa (pela diminuição da membrana alvéolo–capilar), melhora da oxigenação, melhora da pós-carga do ventrículo direito, diminuição do consumo de oxigênio pelo miocárdio pela diminuição do fluxo coronariano diminuindo a demanda celular. Esses efeitos benéficos são claros e dependentes do nível de peep adequado a cada patologia. O uso exagerado de valores de peep pode levar a efeitos prejudiciais como: diminuição do retorno venoso e débito cardíaco, hipotensão, aumento da pressão intracraniana, hipertensão pulmonar, aumento da resistência vascular pulmonar com conseqüente colapso de capilares. A peep mínima que se deve existir na via aérea é o valor de peep fisiológica que é 5 cmH2O. Esse nível empedirá o colabamento alveolar em pacientes entubados onde o fechamento glótico é eliminado zerando a peep fisiológica. POSSÍVEIS BENEFÍCIOS DA PEEP EM DIFERENTES CONDIÇÕES ASSOCIADAS OU NÃO AO PÓS-OPERATÓRIO SÍNDROME DO DESCONFORTO RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) E LESÃO PULMONAR AGUDA (LPA) ? Melhora da oxigenação. ? Diminuição da lesão pulmonar causada pelo ventilador. DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) ? Diminuição do trabalho ventilatório imposto pela PEEP intrínseca. Valor de PEEP: 85% da auto-PEEP ASMA ? Diminuição da resistência das vias aéreas. ? Diminuição do trabalho ventilatório imposto pela PEEP intrínseca. ? A ventilação mecânica na asma, na maioria das vezes, dar-se-á por curtos períodos, estando o paciente, parte destes períodos, sedado e até mesmo curarizado. Questionamos a validade de se tentar combater a auto-PEEP para diminuir o trabalho ventilatório, sob o risco de hiperinsuflação. Não recomendamos a utilização de PEEP acima de 5 cmH2O (PEEP mínima após intubação traqueal). 215 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores EDEMA AGUDO DE PULMÃO CARDIOGÊNICO ? Diminuição do retorno venoso. ? Aumento da pressão intra-alveolar. ? Diminuição da pressão transmural do ventrículo esquerdo, favorecendo seu desempenho. ? Níveis de pressão expiratória: máximo de 10 cmH2O. PÓS-OPERATÓRIO DE CRM ? Recrutamento alveolar de áreas atelectasiadas pós CEC prolongada. ? Diminuição da pressão transmural do ventrículo esquerdo, favorecendo seu desempenho. ESCOLHA DA PEEP PELA CURVA PEEP X COMPLACÊNCIA (MÉTODO DE SUTER OU PEEP CRESCENTE). Procedimentos: — Sedação e curarização — Posição supina e aspiração de secreções — Verificar a presença de vazamentos no circuito — Considerar a complacência do circuito quando o volume é medido na expiração — Homogeneização do pulmão com utilização de manobras de recrutamento (exemplo: CPAP de 40 cmH2O durante 40 segundos) — Ventilação controlada — FIO2 = 1; onda de fluxo quadrada, fluxo de 60 L/min — Volume corrente: 4 ml/kg — Pausa inspiratória: 2 seg. — Freqüência respiratória: 10 rpm — Iniciar com PEEP de 5 cmH2O, com incrementos 2 cmH2O, mantendo- a aproximadamente por 10 ciclos — Pressão de platô máxima: 45 cmH2O 216 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores — A PEEP “ideal” será encontrada somando-se 2 cmH2O ao valor da PEEP que determinou a melhor complacência; — Monitorizações: SaO2, pressão arterial, freqüência e ritmo cardíaco Obs.: Cuidado nas contra-indicações de hipercapnia (monitorização com capnografia). Exemplo: Tabela 1- dados para desenvolvimento da curva PEEPX Complacência. PEEP Pressão platô Complacência estatica 5 8 133 7 9 200 9 10 400 11 12 400 13 16 133 PEEP IDEAL: 13 +2= 15 15 19 100 17 17 0 19 19 0 DADOS: C estática = Volume P platô – peep Volume = 400ml GRÁFICO 1 Produzido com dados da tabela 1. Complacência X PEEP. Fonte: Autor. Auto-peep O auto-peep (ou peep oculto ou peep intrínseco) é o resultado do esvaziamento incompleto dos pulmões ao final da expiração, promovendo um represamento de ar não detectado nas vias respiratórias, ou seja, a pressão alveolar permanece com valor positivo e superior ao das vias aéreas ao final da expiração. Este dado não pode ser detectado normalmente pelos ventiladores. As causas gerais de auto-peep são: tempo expiratório curto, C e R aumentadas, atividade da musculatura inspiratória durante a expiração. Apesar de ser um fenômeno silencioso ele pode ser medido a beira do leito no paciente sob VM: Oclui-se a válvula expiratória logo antes do início da próxima inspiração com abortamento do ciclo respiratório seguinte, com o paciente relaxado e ou sedado. 217 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores FIGURA 10 Fonte: Autor. A persistência de uma pressão alveolar residual significa uma sobrecarga de trabalho à musculatura inspiratória, considerando-se que os músculos respiratórios deverão exercer um trabalho extra para que a Palv caia abaixo de zero e o fluxo inspiratório (ou o disparo do VM) se inicie. Qualquer paciente com obstrução das vias aéreas torna-se forte candidato ao auto-peep. Outro fator é a relação direta do auto-peep e o barotrauma que pode ser causado pela hiperinsulflação desnecessária das unidades alveolares. Trata-se a peep intrínseca com um peep de 85% do auto-peep. Finalmente existem situações em que o auto-peep é usado para tratamento previnindo o colapso alveolar e melhorando a troca gasosa. Nestas condições ele é 218 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 219 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores obtido por: diminuição do TE, aumento do TI e aumento da FR. Deve-se sempre atentar aos efeitos cardiovasculares do peep. Recrutamento Alveolar Tratamento realizado sob ventilação mecânica que visa a reexpansão alveolar e o recrutamento de alvéolos fechados através do uso de altas pressões (inspiratórias ou expiratórias).Tipos: • PC 40, 50, 60; 6 segundos cada; monitorando a Pressão de platô. • PEEP 20 a 35; 1 min. • Controle hemodinâmico. • 4 dias de 3 em 3 horas ou a cada desconexão do VM. • PEEPs 25, 30, 35, 40; 6seg cada. • Manter o PEEP ideal continuamente fora dos horários do recrutamento. Modalidades da Ventilação Mecânica As modalidades dividem-se em três basicamente: Controlada (C), assistido- controlada (AC) e espontânea (E). Na modalidade controlada não há qualquer participação do paciente no ciclo respiratório (disparo a tempo), o paciente não tem qualquer tipo de drive respiratório. O volume-minuto é completamente dependente da freqüência e do volume corrente do respirador. Nenhum esforço respiratório do paciente irá contribuir para o volume-minuto. Na assistido-controlada o paciente começa a apresentar algum drive irregular e intercalar ciclos assistidos pelo ventilador com ciclos totalmente controlados. No modo assisto-controlado, o ventilador “percebe” o esforço inspiratório do paciente e “responde” oferecendo-lhe um volume corrente predeterminado. Esse esforço inspiratório deve ser o necessário para vencer o limiar de sensibilidade da válvula de demanda do ventilador, desencadeando, a partir daí, a liberação do volume corrente. Assim, o paciente “trabalha” para ciclar o respirador e realizar a inspiração. Na modalidade assistida ou espontânea (SIMV, PSV) o paciente tem autonomia de disparo em todos os ciclos respiratórios e já é capaz de gerar seu próprio volume corrente, pressão, fluxo e freqüência respiratória. FIGURA 11 Nos gráficos representativos de pressão alveolar a modalidade espontânea apresenta curva de Palv mais baixa em relação às outras modalidades, pois geralmente nos outros modos o volume e/ou pressão dado pelo VM é maior que o fisiológico gerado por cada paciente. MÉTODOS ATUALMENTE ACEITOS Os métodos de suporte ventilatório mais praticados na rotina assistencial e, por isso, considerados convencionais, são os seguintes: 220 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 221 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores — ventilação com pressão positiva intermitente, assistida e/ou controlada, ciclada a volume ou pressão (RPPI); — ventilação a pressão controlada (PCV); — ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV); — ventilação com suporte pressórico (PSV); — pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP); — associações: SIMV + PSV, PSV + CPAP. Assim, temos como técnicas essenciais de suporte ventilatório aquelas que têm demonstrado melhorar a condução das insuficiências respiratórias, principalmente na SDRA, isto é, as técnicas de suporte ventilatório total ou parcial, com respiradores de pressão positiva ciclados a tempo, pressão, volume ou fluxo, PEEP, CPAP, SIMV, suas associações, PCV, VAPSV (ventilação com suporte pressórico e volume garantido). Técnicas que ainda não se tornaram convencionais, mas tem seguidores e indicações, também devem ser consideradas como recursos de suporte ventilatório. Entre elas estão a hipercapnia permissiva e a relação I:E invertida. VENTILAÇÃO MANDATÓRIA INTERMITENTE (IMV, SIMV) A ventilação mandatória intermitente (IMV-SIMV), o grau de suporte ventilatório é determinado pela freqüência do IMV. Nos intervalos regulares, o respirador libera um volume previamente determinado. Fora destes ciclos, o paciente respira espontaneamente através do circuito do ventilador, portanto, com freqüência e volume corrente que variarão de acordo com a necessidade e capacidade individuais. São misturas de disparos por tempo e por pressão ou fluxo. Os ciclos controlados serão mecanismos de segurança que são ativados quando o ciclo espontâneo não ocorre. Por exemplo, tendo-se uma freqüência mandatória de 20 respirações por minuto (rpm) a cada 3 segundos uma incursão é realizada pelo VM, mas se o paciente estiver com um drive de 30 rpm, ou seja, a cada 2 seg ele respira a mandatória nunca vai atuar. A SIMV representa a sincronização com o movimento inspiratório; essa modificação, entretanto, cria a necessidade de uma modalidade de “disparo”, seja uma válvula de demanda ou um mecanismo de flow-by. Ambas as 222 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores situações aumentam o trabalho respiratório. São vantagens do SIMV em relação à ventilação assisto-controlada: — melhor sincronismo com o ventilador; — menor necessidade de sedação; — menor tendência a alcalose respiratória; — menor pressão média de vias aéreas, com redução dos riscos de barotrauma e comprometimento hemodinâmico, especialmente na vigência de PEEP; — manutenção da resistência muscular possibilitada pela respiração espontânea. A diferença entre a IMV e a SIMV é que a primeira não é sincronizada com o paciente e ela é geralmente usada em ventiladores neonatais. PRESSÃO DE SUPORTE VENTILATÓRIO Modo de VM que melhora o conforto e a sincronia paciente-VM durante a ventilação assistida. Alivia uma respiração trabalhosa poupando a musculatura quando necessário. Modalidade ciclada a fluxo, em que, uma vez disparada pela válvula de demanda, uma pressão predeterminada é mantida até que caia o fluxo inspiratório do paciente, habitualmente 25% do seu valor máximo. Tende a ser muito confortável, uma vez que o paciente detém o controle sobre o ciclo respiratório (seu fluxo, volume e freqüência respiratória), assim o volume não será garantido. Pode ser adicionada ao suporte ventilatório total ou parcial (SIMV), vencendo a resistência do tubo e do circuito durante a respiração espontânea. A resistência ao tubo endotraqueal é função do diâmetro do tubo e do fluxo inspiratório. Valores superiores a 10 cmH2O podem ser necessários para vencer esta resistência, particularmente naqueles tubos de menor calibre (7 mm ou inferior) ou em pacientes com DPOC. Sua aplicação possibilita o aumento do volume corrente e a redução da freqüência respiratória. 223 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores O suporte ventilatório total exige altos valores de pressão de suporte (27 ± 5 cmH2O). Valores baixos aumentam o risco de colabamento alveolar, pois o trabalho muscular aumenta na proporção que se decai o valor de PS. A monitorização cuidadosa é necessária, uma vez que nem volumes corrente ou minuto são garantidos por esta modalidade. Valores de PS acima de 15 cmH2O reduzem quase que por completo o trabalho muscular respiratório e valores abaixo disto aumentam progressivamente o uso desta musculatura. Assim como ocorre na ventilação A/C e SIMV, pode ocorrer assincronia, durante o uso de PSV na modalidade total de assistência ventilatória. No momento, a PSV não constitui uma modalidade adequada para a abordagem da insuficiência respiratória aguda, entretanto, esforços têm sido feitos para contornar estes problemas, para que a PSV possa ser utilizada em maior escala no futuro (ventilação assistida proporcional e PSV com volume garantido). Monitorização do paciente em VM O controle do paciente em VM deve ser criterioso para que os resultados sejam satisfatórios. RECOMENDAÇÕES PARA UMA ADEQUADA MONITORIZAÇÃO DE PACIENTESOB VENTILAÇÃO MECÂNICA Todo paciente sob VM deve ser submetido à radiografia de tórax diariamente. Assim, a ficha de avaliação dos pacientes submetidos à VM deve conter os seguintes dados (quando uma gasometria for colhida) para podermos aperfeiçoar ao máximo a monitorização dos parâmetros respiratórios: — FIO2 — Freqüência respiratória — Volume corrente — Modo ventilatório — Pico de pressão inspiratória — Pressão de platô 224 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores — PEEP e auto-PEEP — Fluxo inspiratório — Hemoglobina — Gasometria. Monitorização da troca gasosa Índices de oxigenação 1) Oximetria de pulso. 2) Pressão arterial de oxigênio (PaO2) = 109 – (0,43 x id). 3) Pressão Alveolar de oxigênio (PAO2) = (PB – PH2O) FiO2 – PaCO2/R, onde PB de Uberlândia por exemplo = 685mmhg, PH2O = 47mmhg, FiO2 é dada em 0,... e R é o quociente respiratório = 0,8. Valor normal = 50 a 150. Acima disto significa difusão anormal e abaixo grave hipoxemia. 4) Conteúdo arterial de oxigênio (CaO2) = [hb x SaO2 x 1,36] + [0,0031x PaO2] onde a SaO2 é dada em 0,... Valor normal = 16 a 22 ml/dl. 5) Diferença alvéolo arterial de oxigênio [P (A- a)O2] = PAO2 - PaO2. valor normal = <10 a 35 para FiO2 de 21% e < 300 para FiO2 100%. 6) Relação PaO2 / FiO2 =>200%. 7) Relação PaO2 / PAO2 => 0,35, quando alterado trocas ineficazes. 8) Consumo de oxigênio (VO2) = C (a - v)O2 x DC x 10; N= 180 – 280 ml/min. 9) Oferta de O2 aos tecidos (D’O2) = CaO2 x DC x 10. Índices de ventilação 1) Pressão arterial de gás carbônico (PCO2). 2) Capnografia, mede a pressão de CO2 no ar expirado PECO2 = 28mmhg. 3) Índice de TOBIN = f / VC x 1000; N =<105% sucesso; 105 a 120 precaução; <200% insucesso. 225 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 4) Volume minuto = f x VC. 5) Índice de NEMER = (Cstat x SaO2) / (FR / VC); N = > 25. 6) Volume do espaço morto total (VD / VT) = (PaCO2 – PECO2) / PaCO2; N= 0,5. Monitorização da Mecânica respiratória A monitorização da mecânica já é um pouco mais complexa. Fica claro que dos parâmetros a ser monitorados durante a VM, isoladamente, o mais importante é a pressão das vias aéreas (Pva): • Pressão de via aérea Pva = VC / Csr + Rsr x fluxo; onde P elástica = VC/ Csr e P resistiva = Rsr. Fluxo. Durante a fase inspiratória, à medida que o fluxo de ar vai distendendo os pulmões e parede torácica, a pressão na via aérea registrada no manômetro ou na tela do aparelho, vai se elevando. Ao final quando o pico de pressão inspiratória é atingido, sabemos que este foi o valor necessário para vencer os componentes elásticos e resistivos do sistema. Assim: Pva = Ppico inspiratória (PPI) PPI = Pel + Pres A técnica de oclusão rápida da via aérea ao final da insulflação (EIOM) é a que tem sido utilizada com maior freqüência para os estudos de mecânica em pacientes entubados. Ao interromper-se o fluxo em vias aéreas, mantendo-se o mesmo volume no sistema, as forças dissipativas relacionadas ao fluxo deixam de existir restando apenas às forças relacionadas à elasticidade do sistema. Pva = Pel + Pres Se Pres = zero, pois o fluxo foi interrompido, temos Pva = Pel (Pplatô), observada na figura 10. 226 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Comercialmente existem equipamentos que facilitam as medidas: Bicore CP- 100 (monitor respiratório com transdutores adaptáveis aos circuitos do VM), Intertrace (tela adaptada com software). • Medidas de Complacência Complacência estática (Cstat) = Volume Corrente (VC) / (Pplatô - peep) Complacência dinâmica (Cdyn) = VC/(Ppico – peep); Normal (N)= 50 a 100 (tanto estática quanto dinâmica sendo que a dinâmica sempre será menor que a estática). • Resistência (R) R = (Ppico – Pplatô) / fluxo; N= 2 a 5 cmH. • Índices de trabalho (WOB) Trabalho muscular (WOBmus) = VCpcte / (VCVM / PiVM) / Pimax; N = < 1.4 cmH2O. WOB musc (mensurado em monitores computadorizados) = 0,3 a 0,7j. Índice pressão tempo (IPT) = (Pi/ Pimax) x (Ti / Ttot); N = < 0,20. Pressão inspiratória (Pi); pressão inspiratória máxima (Pimax); tempo inspiratório (Ti); tempo respiratorio total (Ttot). • Curva PEEP x complacência estática (Cstat) Como dito anteriormente, plota-se Peeps progressivos de 2 em 2 cmH2O e calcula a Cstat para cada um, interromper o processo quando os valores de complacência começarem a despencar. O peep correspondente à melhor complacência é o peep ideal para expansão. • Índices de Força: Pimáx = valores acima de 30 cmH2O (manovacuômetro). Capacidade vital (CVital) = acima de 10 a 15 ml/kg (Ventilômetro). Pressão de boca no primeiro milésimo de segundo (P0, 1) = 2 a 4 cmH2O (manovacuômetro). 227 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Coeficiente de esforço = P0, 1/ Pimáx; N = 0,15 a 0,23. Índice CROP = Cdyn x Pimáx x (PaO2/ PAO2) x (1/f); N = > 13. Legenda: Complacência dinâmica (Cdyn); pressão arterial de oxigênio (PaO2); pressão alveolar de oxigênio (PAO2). PARÂMETROS PROGRAMÁVEIS DO VM FREQÜÊNCIA RESPIRATÓRIA A freqüência respiratória deve ser ajustada de acordo com a pressão arterial de gás carbônico (PaCO2) e pH desejados, e dependerá do modo de ventilação escolhido, da taxa metabólica, do nível de ventilação espontânea e do espaço morto. Em geral, recomenda-se a freqüência respiratória de 8-12 rpm, para a maioria dos pacientes estáveis. Deve-se ficar atento para o desenvolvimento de auto-PEEP com altas freqüências respiratórias, geralmente acima de 20 rpm. VOLUME CORRENTE Na ventilação mecânica volume controlado, o volume corrente (VC) é mantido constante, sendo o fator de ciclagem do respirador. Um VC inicial de 6 – 10 ml/kg (baseando-se no peso ideal) são geralmente adequados. Ajustes subseqüentes devem ser considerados, baseando-se inicialmente na pressão parcial de gás carbônico no sangue arterial (PaCO2). Na SDRA ou em estratégias protetoras é recomendado o uso de VC de 5 a 8 ml/kg. A necessidade de ajustar o VC para se obter uma determinada PaCO2 deve-se às variações na produção do CO2 pelo paciente, principalmente, no volume do espaço morto. O espaço morto anatômico, durante a ventilação mecânica, é acrescido dos volumes da cânula traqueal, do circuito do respirador e do volume que se perde na distensão do circuito. Estes volumes variam entre os diferentes circuitos e podem levar à necessidade de ajustes no VC. Além disso, durante a ventilação mecânica, pode-se aumentar o espaço mortofisiológico, principalmente com grandes volumes correntes, em função da 228 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores diminuição do retorno venoso e da hiperdistensão alveolar, com compressão de capilares pulmonares. Em algumas situações específicas, a normalização da PaCO2 não é o parâmetro para se ajustar o volume corrente. Em pacientes obstrutivos (asma e DPOC), volumes correntes menores podem ser necessários para evitar a hiperdistensão pulmonar, comconseqüente geração de auto-PEEP. Especificamente nos pacientes com DPOC com retenção crônica de CO2, o VC ajustado deve manter os níveis elevados de CO2 para que não se alterem os mecanismos de retenção de bicarbonato. A normalização da PaCO2 nesses pacientes promoverá a diminuição dos níveis de bicarbonato, sendo causa de acidose respiratória e dificuldade de retirada do suporte ventilatório, quando se tentar o desmame. Dessa forma, deve-se estar atento aos valores do pH arterial. Em pacientes com complacência pulmonar diminuída (principalmente na SDRA), ao se ajustar o volume corrente, deve-se evitar a hiperdistensão alveolar. Embora haja controvérsias, a manutenção da pressão de platô abaixo de 35 cmH2O (ou 40 cmH2O em pacientes obesos, com ascite ou distensão abdominal, ou em outras condições de diminuição da complacência da parede torácica) constitui medida segura para se evitar esta hiperdistensão. FLUXO INSPIRATÓRIO A importância da escolha do pico de fluxo inspiratório é diferente entre os ciclos assistidos e os ciclos controlados. Nos ciclos controlados, a escolha do pico de fluxo determinará a velocidade com que o volume corrente será ofertado, determinando, conseqüentemente, à relação inspiração/expiração, para aquela freqüência respiratória, e o pico de pressão nas vias aéreas. Sendo assim, para um dado ajuste de volume corrente e freqüência respiratória, um maior pico de fluxo se correlaciona com o menor tempo inspiratório e maior pico de pressão nas vias aéreas. Nos ciclos controlados, um pico de fluxo entre 40 e 60 l/min é, em geral, suficiente, procurando-se manter a pressão inspiratória positiva (PIP) menor que 40 cmH2O. 229 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Durante os ciclos assistidos, na escolha do pico de fluxo inspiratório, deve- se considerar também a demanda ventilatória do paciente. Um fluxo inspiratório insuficiente determina desconforto e maior trabalho respiratório para o paciente, em função da manutenção do esforço inspiratório ao longo da inspiração. Em função disso, o pico de fluxo inspiratório, nos ciclos controlados, necessitará ser maior, em geral entre 60 e 90 l/min. Outra possibilidade de evitar um maior trabalho respiratório pelo paciente, nos ciclos assistidos, é a combinação de um fluxo de demanda à modalidade volume controlado (VAPSV), conforme descrito por Bonassa e Amato. ONDAS DE FLUXO Os ventiladores, na modalidade volume controlado, podem ofertar o fluxo inspiratório em quatro formas (onda de fluxo): quadrada (ou constante), acelerada, desacelerada. As ondas de fluxo de padrão acelerado ou sinusoidal são menos utilizadas, não trazendo vantagens em relação às demais. Entre as duas ondas de fluxo mais freqüentemente usadas, a quadrada e a desacelerada, concentram-se os principais estudos. Em relação ao fluxo quadrado, o desacelerado apresenta menor pico de pressão nas vias aéreas e melhor distribuição da ventilação (diminuição do espaço morto fisiológico) quando o tempo inspiratório é mais prolongado. Não existem trabalhos que demonstrem, de forma definitiva, a superioridade de uma destas ondas de fluxo, desde que ajustadas para o mesmo volume corrente, a mesma relação entre tempo inspiratório e tempo total, e o mesmo fluxo médio. RELAÇÃO INSPIRAÇÃO: EXPIRAÇÃO — I:E A relação I:E, durante respiração espontânea normal, é de 1:1,5 à 1:2 com tempo inspiratório de 0,8 a 1,2 s. Durante a ventilação mecânica, ela dependerá do volume corrente, da freqüência respiratória, do fluxo inspiratório e da pausa inspiratória. Em pacientes com obstrução do fluxo expiratório e hiperinsuflação, recomenda-se uma relação I:E maior que 1:3, objetivando aumento no tempo de exalação. 230 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Em pacientes hipoxêmicos, relações I:E mais próximas de 1:1 aumentam o tempo de troca alvéolo-capilar, trazendo, conseqüentemente, melhora na oxigenação. Uma relação I:E > 1:1 pode predispor ao desenvolvimento de auto-PEEP, embora possa melhorar a troca gasosa na hipoxemia refratária. Nos pacientes com síndrome hipoxêmica grave, podemos chegar a relações I:E = 3:1. SENSIBILIDADE A sensibilidade deve ser compreendida como o esforço despendido pelo paciente para disparar uma nova inspiração assistida pelo ventilador. O sistema de disparo por pressão é encontrado na maioria dos ventiladores, sendo recomendado o valor de -0,5 a -2,0 cmH2O. O sistema de disparo a fluxo pode ser encontrado em ventiladores mais novos, e parece proporcionar melhor interação com o paciente. PEEP Define-se como sendo a manutenção da pressão alveolar acima da pressão atmosférica ao final da expiração. Será descrito mais adiante. Manômetro de pressão Representam a cada ciclo respiratório a pressão em vias aéreas superiores (Ppico). É onde também se pode medir a P platô (=<35 cmH2o na criança e =< 45 no adulto). DEVE SER CRITERIOSAMENTE MONITORADO PARA QUE NÃO ACONTEÇA A LESÃO PULMONAR INDUZIDA PELA VENTILAÇÃO MECÂNICA. UMIDIFICADOR O valor de temperatura ideal é aquele que acarretará proteção ciliar = 30 a 32ºC na cânula orotraqueal. A verificação é feita com o termômetro próximo da cânula traqueal. Ver capítulo específico. 231 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores CONCENTRAÇÃO DE OXIGÊNIO NO AR INSPIRADO (FIO2) É recomendável que se inicie a ventilação mecânica com FIO2 = 1,0 ou 100%, procurando-se reduzir progressivamente este valor a concentrações mais seguras, objetivando uma FIO2 menor que 0,5 ou 50%. O ideal é manter uma FIO2 suficiente para obter uma SaO2 maior que 90 %, sem expor o paciente ao risco de toxicidade pelo oxigênio. Entretanto, em casos graves de SDRA, com o objetivo de evitar altas concentrações de oxigênio, pode ser tolerada uma SaO2 maior que 85%. Ficar sempre atento aos efeitos nocivos e tóxicos do oxigênio. Exemplos de efeitos da inalação de O2 a 100% são: convulsões por estimulação excessiva do SNC, lesão pulmonar tecidual, atelectasia de absorção e lesão ocular. Volume compressível, Umidificadores e Circuito Volume compressível Por mais preciso que seja um VM, este é incapaz de liberar um VC constante sob todas as condições de ventilação. Pacientes com grande impedância do sistema respiratório sempre receberão menores valores de volume. Esta imprecisão pode chegar a 20% do VC planejado e isso se dá pelo chamado volume compressível (Vcompress) do circuito do aparelho. Durante a inspiração, a pressão positiva faz com que um determinado volume de gás seja comprimido dentro do circuito, sem chegar às vias aéreas do paciente. Este fenômeno faz com que os valores de VC indicados na maioria dos ventiladores sejam na verdade uma superestimação do volume que efetivamente entrou em vias aéreas (a menos que se coloque um fluxômetro próximo do tubo orotraqueal (TOT)). Este problema só pode ser contornado através do cálculo do Vcompress: Vcompress = Ppico x complacência do circuito (Ccircuito) 232 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A complacência do circuito depende da elasticidade dos materiais e de seu volume interno.Circuitos longos, umidificadores com grandes reservatórios são causas de complacência excessiva. Deve-se ter em mente que quanto maior a PI e maior a Ccircuito, maior o valor de Vcompress. Umidificação e umidificadores A produção de surfactante, a mecânica pulmonar, as trocas gasosas, e o clearance mucociliar podem ser drasticamente afetados pelo ressecamento ou resfriamento das vias aéreas. Assim sendo, o circuito dos ventiladores deve dispor de algum mecanismo para condicionar estes gases antes de sua entrada nas vias respiratórias. Isso é feito pelo umidificador com água aquecida, capazes de prover uma umidade relativa do ar próxima de 100º, e temperaturas de 30 - 35ºC. Apesar das vantagens há também as desvantagens: Aumento do Vcompress do circuito, elevado custo, condensação de vapor dentro do circuito causando autodisparo, má função da válvula exalatória e contaminação por bactérias patogênicas, aumento do espaço morto e da resistência do conjunto paciente-TOT. Na tentativa de evitar estes problemas, há no mercado os chamados narizes artificiais ou HME que funcionam como trocadores de vapor e calor descartáveis. Porém estes dispositivos possuem menor capacidade umidificadora do que os umidificadores convencionais. Opta-se então pelo uso de umidificadores convencionais (desligando-se o aquecimento elétrico para prevenir a condensação de vapor) com HMEs, mas isso também implica num aumento brutal do Vcompress. ATENÇÃO: O superaquecimento faz cair à umidade relativa do ar, eliminando a condensação, gerando ressecamento da via aérea. FIGURA 12 HME. Fonte: http://www.deasnet.it/images/filtro_HMEF6.jpg Troca dos Circuitos Há controvérsias quanto ao tempo de troca dos circuitos durante a VM. Recentes estudos concluem que as trocas de circuito podem ser feitas a intervalos semanais sem qualquer prejuízo ao paciente. Apesar dos circuitos se contaminarem com os patógenos do paciente, eles não parecem ser a fonte de infecção dos mesmos. “Quando o circuito se contamina, o paciente já está pesadamente colonizado”. INDICAÇÕES DA VM A ventilação mecânica é um método de suporte para o paciente durante uma enfermidade, não constituindo, nunca, uma terapia curativa. O emprego da ventilação mecânica implica riscos próprios, devendo sua indicação ser prudente e criteriosa, e sua aplicação cercada por cuidados específicos. 233 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 234 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 1) INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA (IResA) A insuficiência respiratória não se caracteriza por ser um achado clínico exclusivo. A dispnéia pode ser o principal sintoma apresentado, cuja intensidade, rapidez de aparecimento e evolução fornecem dados importantes para o diagnóstico e a terapêutica. Outros sinais e sintomas devem ser analisados com cautela. A cianose, considerada um dos grandes sinais da hipoxemia, tem o seu aparecimento dependente da presença de 5 g/dL de hemoglobina reduzida no sangue arterial. Portanto, em caso de anemia, mesmo discreta (hemoglobina = 10 g/dL), o grau de hipoxemia severa deverá ser relativamente acentuado para que este sinal seja aparente (SaO2 e PaO2 capilar respectivamente de 50% e 25 mmHg). Sendo assim, a cianose, quando presente, constitui um importante sinal de hipoxemia, porém a sua ausência não exclui a possibilidade de uma situação clínica grave. Apesar desses fatores, na maioria das vezes, o diagnóstico de insuficiência respiratória aguda é fácil em virtude da intensidade dos sinais e sintomas. O quadro clínico pode ser alarmante e não deixar dúvidas em relação às condutas que devem ser assumidas. Outras vezes, porém, necessita-se de um cuidado extremo no acompanhamento destas manifestações clínicas, pois, mesmo na vigência de hipoxemia importante, elas podem ser mínimas ou até ausentes. Manifestações Clínicas SNC: Agitação, cefaléia, tremores, alucinações, convulsões. Respiração: Amplitude, freqüência, ritmo, padrão, expiração prolongada, respiração paradoxal. Ausculta: Roncos, sibilos, estertores, ausência de murmúrio vesicular. Aparência: Sudorese, cianose, resp. agônica, uso da musculatura acessória. Hemodinâmica: Taquicardia, bradicardia, arritmia, hipertensão, hipotensão. O diagnóstico laboratorial e definitivo da IResA é realizado através da gasometria arterial. Se aceita que a PaO2 inferior a 55-60 mmHg e a saturação arterial de oxigênio inferior a 90% ou a PaCO2 superior a 45-50 mmHg com pH 235 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores inferior a 7,30-7,35 expressam a disfunção respiratória que permite o diagnóstico de insuficiência respiratória aguda. O gradiente alvéolo-arterial de oxigênio [P(A-a)O2] e outros indicadores da eficiência das trocas [como a relação PaO2/FIO2] permitem diferenciar os tipos de hipoxemia. Os valores do P(A-a)O2 aumentam com a idade do paciente e são considerados os indicadores mais sensíveis e simples na avaliação do comprometimento da hematose. Hipoxemia com gradiente aumentado indica defeito nas trocas alvéolo-capilares (insuficiência respiratória hipoxêmica). Hipoxemia com gradiente normal é compatível com hipoxemia por hipoventilação alveolar (insuficiência respiratória ventilatória). Hipoxemia, hipercapnia e gradiente elevado são compatíveis com o mecanismo combinado de hipoxemia e de insuficiência respiratória ventilatória (insuficiência respiratória combinada). O cálculo do gradiente é útil na abordagem inicial do paciente com IResA e no seu seguimento pré-oxigenoterapia. A oferta de concentrações elevadas de oxigênio aumenta paralelamente o gradiente, tornando menos fidedigna a avaliação de seu resultado, em face de concentrações inaladas diferentes. Assim, sob oxigenoterapia, outros indicadores da eficiência da transferência de oxigênio e da evolução dos mecanismos responsáveis pela IResA têm sido usados, destacando-se a relação PaO2/FIO2; seu valor normal, em ar ambiente (FIO2 = 0,21), é acima de 400, e sob oxigênio puro, é superior a 500. Esta relação é útil na quantificação da gravidade da lesão pulmonar, na comparação evolutiva e na predição dos câmbios na PaO2 se a FIO2 for elevada. Valores abaixo de 300 indicam deterioração de trocas e, abaixo de 200, indicam a extrema gravidade do quadro respiratório. AGUDIZAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA CRÔNICA Em casos de agudização de pneumopatia crônica ou de doença neuromuscular com disfunção ventilatória crônica, os estados de descompensação devem ser considerados através de comprometimento do estado mental, hipoxemia 236 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores grave e refratária e acidose respiratória progressiva, e não apenas pelos valores numéricos estáveis dos parâmetros já descritos, que podem ser encontrados em condições usuais. Na asma aguda, que habitualmente cursa com hiperventilação alveolar e hipocapnia (além de hipoxemia corrigível com oxigenoterapia), valores de normalidade numérica da PaCO2 e do pH são sinônimos de insuficiência ventilatória virtual por falência muscular. Acidose respiratória, em crisede asma aguda, é um indicador da extrema gravidade da crise. A decisão de iniciar a ventilação mecânica depende do julgamento clínico. Frente a um quadro de insuficiência respiratória aguda, as indicações incluem a presença de importantes alterações gasométricas, inadequada resposta ao tratamento clínico e o excessivo trabalho respiratório com evidência de fadiga da musculatura respiratória. Excetuando-se os casos de falência cardiorrespiratória, proteção de vias aéreas e/ou apnéia, nos quais a indicação de suporte ventilatório é indiscutível, não existem outras situações em que a indicação de ventilação mecânica não mereça uma avaliação crítica pelo médico. Qualquer outro critério de indicação do suporte ventilatório não deve ser considerado absoluto ou infalível. Porém, alguns parâmetros objetivos podem auxiliar na decisão da indicação de ventilação mecânica. 237 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Tabela 2- Parâmetros. Tabela 2 * Este valor da fR não se aplica em pacientes pediátricos. 2) REVERSÃO DA FADIGA Recomenda-se após fadiga no mínimo 48 horas de repouso muscular sobre ventilação mecânica. 3) SEDAÇÃO, ANESTESIA OU USO DE BLOQUEADORES MUSCULARES Parâmetros Auxiliares para Indicação de Ventilação Mecânica Parâmetros Normal Indicação de VM Freqüência respiratória (fR) * CAPACIDADE VENTILATÓRIA Volume corrente (mL/kg) Volume-minuto (L/min) Pressão inspiratória máxima (cmH2O) GASOMETRIA ARTERIAL PaCO2 (mm Hg) PaO2 (mmHg) (FIO2 = 0,21) PaO2/FIO2 12-20 5-8 5-6 (80- 120) 35-45 > 75 > 500 > 35 < 5 10 >60 50-55 < 50 < 200 238 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Nestas situações o paciente não possui drive respiratório ou este ainda está irregular impossibilitando o mesmo em sustentar sua ventilação. 4) INTRA E PÓS-OPERATÓRIO Nestes casos o paciente também estará sob efeito de sedação, anestesia e ou bloqueadores neuromusculares. OBJETIVOS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA Os principais objetivos a serem atingidos, no processo inicial da instalação da ventilação e em sua manutenção, têm sido alvo de sistematizações consensuais. Os objetivos fundamentais do suporte ventilatório foram divididos em fisiológicos e clínicos. OBJETIVOS FISIOLÓGICOS • Manter ou modificar a troca gasosa pulmonar Ventilação Alveolar (PaCO2 e pH) O suporte ventilatório tem como objetivo intervir na ventilação alveolar. Em certas circunstâncias, o objetivo pode ser aumentar a ventilação alveolar (hiperventilação para reduzir a pressão intracraniana) ou reduzir a ventilação alveolar de maneira controlada (hipercapnia permissiva); porém, o objetivo usualmente adotado é normalizar a ventilação alveolar. Oxigenação Arterial (PaO2, SaO2 e CaO2) O objetivo é atingir e manter valores aceitáveis de oxigenação arterial (PaO2 maior que 60 mmHg, SaO2 maior que 90%). A oferta de oxigênio aos tecidos (D’O2) deve ser considerada, corrigindo fatores como o conteúdo arterial de oxigênio (hemoglobina) e o débito cardíaco. • Aumentar o volume pulmonar Insuflação pulmonar inspiratória final: Visa prevenir ou tratar atelectasia. 239 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Melhorar a Capacidade Residual Funcional (CRF): Utilizar a PEEP em situações em que a redução na CRF pode ser prejudicial (redução da PaO2, maior injúria pulmonar), como na SDRA e em pós-operatório com dor. • Reduzir o trabalho muscular respiratório OBJETIVOS CLÍNICOS Reverter hipoxemia: aumentando a ventilação alveolar, aumentando o volume pulmonar, diminuindo o consumo de oxigênio e aumentando a oferta de oxigênio. • Reverter à acidose respiratória aguda. • Reduzir o desconforto respiratório. • Prevenir ou reverter atelectasias. • Reverter fadiga dos músculos respiratórios. • Permitir sedação, anestesia ou uso de bloqueadores neuromusculares. • Reduzir consumo de oxigênio sistêmico e miocárdico. • Reduzir pressão intracraniana. • Estabilizar parede torácica. Desmame “A ventilação mecânica, apesar de ser uma intervenção terapêutica fundamental no paciente com insuficiência respiratória aguda, é um procedimento invasivo e não isento de complicações, o que torna oportuno o rápido reconhecimento da reversibilidade do processo agudo e o retorno à ventilação espontânea. A prática contemporânea leva a questões em que o empirismo torna-se inadequado e insuficiente, e as decisões clínicas, principalmente nos pacientes criticamente enfermos, devem ter uma resposta categórica, tal como retirar ou não um paciente do suporte ventilatório artificial e extubá-lo ou não. A resposta para estas questões deriva de estudos populacionais, e os resultados podem ser inconclusivos, contraditórios, mas, certamente, nunca definitivos”. 240 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores A maioria dos pacientes submetidos a VM, podem ser facilmente retirados da mesma, assim que a condição crítica responsável, seja estabilizada. Este é o caso de indivíduos submetidos à cirurgia simples, ou indivíduos previamente sadios necessitando de VM por poucos dias. A dificuldade de desmame do VM reside em porcentagem de pacientes que não conseguem ser removidos do VM. Numa primeira ou segunda tentativas, consecutiva, geralmente correspondendo a um grupo particular de pacientes com patologias pulmonares prévias, cardiopatias, cirurgias de grande porte (torácicas e abdominais), ou ainda doenças neurológicas e debilitantes. É justamente nestes casos que se faz necessário um perfeito entendimento de todos os fatores ligados ao sucesso/insucesso do desmame. O processo de transição da ventilação mecânica para a ventilação espontânea chama-se desmame. A identificação de estratégias para reduzir o tempo de ventilação mecânica e restabelecer a autonomia ventilatória torna-se prioritário, apesar de ainda não ter se estabelecido o melhor método. A causa fundamental do insucesso está na demanda ventilatória aumentada. Os principais fatores que determinam a demanda do paciente são: 1. A produção de CO2 (hipertermia, septicemia, dor e sobrecarga calórica). 2. O espaço morto (broncoobstruções, edema pulmonar, oclusões vasculares, hipotensão, circuitos). 3. Drive respiratório (estímulos neurogênicos, psicogênicos e metabólicos). 4. Mecânica (C, R, WOB e força). Um dos fatores importantes também do insucesso é a diminuição da força e endurance da musculatura respiratória. Suas causas são as seguintes: Diminuição da massa muscular, devido desnutrição e atrofia por desuso, hipocontratilidade muscular devido distúrbios metabólicos (diminuição de fosfato e cálcio, aumento de magnésio e CO2), diminuição do fluxo sanguíneo diafragmático (DC), problemas neuromusculares (polineuropatia) e fadiga. A relação entre demanda ventilatória e a capacidade do paciente é predita pelo índice pressão tempo (IPT). CONDIÇÕES As principais condições para seiniciar o desmame são a estabilidade cardiovascular, hidroeletrolítica, mecânica, trocas gasosas eficientes e estabilidade do centro respiratório. A seguir estão algumas tabelas úteis: Tabela 3- Componentes da estratégia. Tabela 3 Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/rbti/v19n1/a14tab1.gif 241 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/rbti/v18n4/06f.gif Como proceder com o desmame Interrupção da Ventilação Mecânica A interrupção abrupta da ventilação artificial é a técnica mais comum de desmame. Faz-se permitindo que o paciente ventile espontaneamente através do tubo endotraqueal conectado a uma peça em forma de “T” com uma fonte 242 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 243 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores enriquecida de oxigênio. Demonstrou-se que um teste de duas horas de ventilação espontânea em tubo T(teste de respiração espontânea) foi útil para selecionar os pacientes prontos para extubação. Essa técnica é útil em avaliar a mudança abrupta de uma situação cardiopulmonar em pressão positiva (VM) para uma situação com pressão negativa (respiração espontânea) onde há retorno abrupto do fluxo sanguíneo pulmonar. Durante este período, o paciente deve ser monitorizado de forma contínua quanto às variáveis clínicas, às alterações na troca gasosa e as variáveis hemodinâmicas. Caso apresente algum sinal de intolerância, o desmame será suspenso e haverá o retorno às condições ventilatórias prévias. Aqueles pacientes que não apresentarem sinais de intolerância deverão ser extubados e observados (monitorizados) pelo período de 24 horas em um modo ventilatório que ofereça conforto. Técnicas que podem ser utilizadas na rápida desconexão da ventilação mecânica 1) TUBO T. 2) PSV: Implica colocação de uma pressão de suporte de 7 cmH2O, que corresponde ao nível de pressão inspiratória considerada satisfatória para compensar o trabalho adicional imposto pelo tubo endotraqueal e pela válvula de demanda do ventilador artificial. Método de desmame gradual a) PSV: Nesta forma de desmame gradual, a pressão de suporte é inicialmente ajustada para que o ventilador forneça todo o volume corrente desejado. Progressivamente, esta pressão de suporte vai sendo reduzida (2 a 4 cmH2O, a cada duas horas), transferindo o trabalho gradual para o paciente até alcançar 7 cm H2O. A velocidade do desmame poderá ser acelerada se a freqüência respiratória não se elevar acima de 35 ipm ou outro sinal de fadiga muscular, quando se deve interromper e reiniciar a partir de 24 horas. 244 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores b) TUBO EM T: pode ser realizada intercalando-se períodos de ventilação assistida com períodos progressivamente maiores de ventilação espontânea através de tubo T. Aos 30 minutos de ventilação espontânea e gasometria arterial satisfatória, prolonga-se a ventilação espontânea por duas horas, e assim sucessivamente. Se a nova reavaliação (clínica e hemogasométrica) for satisfatória, dá-se por concluído o desmame. c) SIMV: Este modo ventilatório intercala ventilações espontâneas do paciente com períodos de ventilação assisto-controlada do ventilador mecânico. O desmame com este método é realizado reduzindo-se progressivamente a freqüência mandatória do ventilador artificial. Em dois estudos recentes, prospectivos, foi consenso ter sido este o método menos adequado empregado, pois induzia a um maior tempo de ventilação mecânica. d) CPAP/PEEP em associação aos outros métodos. A utilização deste método durante o desmame promove aumento na capacidade residual funcional e estabilização das unidades alveolares. Fonte: http://www.ucb.br/sites/000/54/imagens_fisio/novapasta/consenso_ventmecanica_2000_02.pdf Ventilação não invasiva (VNI) A Ventilação não invasiva (VNI) por pressão positiva tem sido usada como recurso para tratamento da hipoxemia refratária e para prevenir a entubação endotraqueal. Ela é definida como uma técnica de ventilação mecânica onde não é empregado qualquer tipo de prótese traqueal, sendo a conexão entre o paciente e o ventilador feita por interfaces como máscaras. A pressão positiva é transferida, através das vias aéreas superiores aos alvéolos, causando aumento da pressão transpulmonar, inflando os pulmões e auxiliando a ventilação alvéolar. A tabela 4 mostra alguns estudos feitos com essa técnica e suas respectivas conclusões. Seus objetivos são basicamente: Fornecer adequada troca gasosa e reduzir o trabalho da respiração. As interfaces podem ser de vários tipos, mas as mais comuns são as máscaras nasais e faciais. 245 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores TABELA 4- Estudos feitos com uso de VNI, mostrando o tipo de paciente estudado, a eficácia do resultado e ano de estudo. Pacientes estudados resultados ano BARACH e cols) IR positivos 1930 DEHAVEN e cols Hipoxemia pós-extubação em pós-cirúrgicos torácicos e abdominais positivos 1985 PINILLA e cols Pós CC Sem resultados 1990 GUST e cols Aumento de volume vascular pulmonar no pos CC positivos 1996 ISHIKAWA e cols) IR no pós CC positivos 1997 METHA e cols Edema agudo de pulmão positivos 1997 YAMAMOTO e cols Pós-operatórios de CC positivos 1999 KINDGEN- MILLES e cols IR pós-cirurgias abdominais e vasculares positivos 1999 MATTE e cols Pós-operatórios de CC positivos 2000 CARLUCCI e cols IR geral positivos 2000 Os primeiros a estudarem as máscaras como forma de aplicação de ventilação mecânica, foram Motley e Barach, em 1930, em pacientes que apresentavam insuficiência respiratória. Após esta data, os estudos foram avançando e em 1940, Poulton observou o sucesso da VNI em pacientes com edema agudo de pulmão. Nos dias atuais a VNI já atinge o âmbito hospitalar e domiciliar. A VNI veio para reduzir as complicações causadas pela intubação e melhorar o prognóstico de pacientes ventilador-dependentes. Para aplicar a VNI é necessário um ventilador de pressão positiva conectado a uma interface para impulsionar o ar através das vias aéreas superiores até os pulmões. As interfaces disponíveis em nosso meio são: ? Máscaras faciais; ? Máscaras nasais; ? Bocais; ? Fullface ou total face; ? Capacete helmet ? Prongas ou cânulas nasais. FIGURA 13 Máscara facial. Fonte: http://www.oxisono.com.br/loja/images/ultraMirageFullFace.gif 246 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores FIGURA 14 Máscara nasal. Fonte: http://www.dentistasemmedo.kit.net/bosco.jpg FIGURA 15 Full face Fonte: http://interfisio.locaweb.com.br/bimagens/MascFull.jpg 247 Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos
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