Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS CURRAIS NOVOS CURSO DE TECNOLOGIA EM ALIMENTOS DISCIPLINA: BIOLOGIA PROFESSOR: ANGELO GURGEL Mayara Lucyanne Gomes Medeiros VITAMINAS Conceituação, Classificação e Descrição CURRAIS NOVOS 2015 VITAMINAS 1. CONCEITUAÇÃO Cassimir Frunk foi quem começou a chamar as vitaminas com tal nome ao perceber a riqueza de amina em películas e cascas do grão de arroz em experimentos em que verificou a eficácia para o tratamento sintomático de beribéri. Criando assim o termo completo por ser um composto essencial à vida (lat. vita, vital). Elas são moléculas orgânicas essenciais aos seres humanos, ou seja, por não serem sintetizadas no corpo humano, mas serem necessárias para o seu funcionamento e manutenção – funcionando principalmente como catalisadores – entram no sistema via alimentação. Caracterizam-se como micronutriente – junto aos minerais – por sua quantidade de ingestão necessária ser muito pequena. Sendo assim, como tudo no mundo necessita de equilíbrio para estar em normalidade, harmonia, evitando excessos ou carências – que podem causar doenças ou disfunções dificultando ou impedindo reações no organismo. Portanto é aconselhável uma dieta variada e equilibrada. São compostos bastante sensíveis a certos fatores, sendo desnaturadas (perdendo suas funções) através de meio ácido, calor, luz e alguns metais. Observe: Tabela 1.1 Resumo da estabilidade das proteínas Nutriente Neutro Ácido Alcalino Ar ou oxigênio Luz Calor Perda máxima na cocção (%) Vitamina A E I E I I I 40 Ácido ascórbico I E I I I I 100 Biotina E E E E E I 60 Carotenos E I E I I I 30 Colina E E E I E E 5 Vitamina B12 E E E I I E 10 Vitamina D E E I I I I 40 Folato I I I I I I 100 Vitamina K E I I E I E 5 Niacina E E E E E E 75 Ácido pantotênico E I I E E I 50 Vitamina B6 E E E E I I 40 Riboflavina E E I E I I 75 Tiamina I E I I E I 80 Tocoferóis E E E I I I 55 FONTE: Adaptada por Damodaran, Parkin e Fennema (2010, p. 347, apud Harris, R. S., 1971) 2. CLASSIFICAÇÃO Mesmo existindo diversas funções para diversas vitaminas, a classificação é feita a partir de sua solubilidade. 2.1 HIDROSSOLÚVEIS São vitaminas solúveis em água, o que facilita o transporte – pela grande circulação – e absorção no organismo. Podem atuar como coenzimas ou agente estruturante e antioxidante. 2.1.1 Ácido ascórbico, C a. FUNÇÃO * Substância intercelular; * Antioxidante; * Atua na manutenção dos tecidos, principalmente colágeno. b. FONTE * Natural: frutas cítricas, tomate, hortaliças verdes com folhagem. * Industrializado: Figura 1 Mistura para gelatina. FONTE: Acervo do autor. Figura 2 Mistura para mingau a base de milho. FONTE: Acervo do autor. Figura 3 Geleia de Mocotó. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Estável apenas em meio ácido; e instável em meio neutro, alcalino, ou através do ar (O2), luz, calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Escorbuto, ausência da formação de fibras do tecido conjuntivo. 2.1.2 Tiamina, B1 a. FUNÇÃO * Formação de enzima envolvida no ciclo de Krebs; * Implicado com descarboxilações (auxilia na liberação de energia); * Mantém o bom funcionamento dos sistemas circulatório e nervoso. b. FONTE * Natural: cérebro, rim, fígado, coração, cereal, pão, carne, arroz, levedura, milho, nozes, vegetais de folhas, berinjela, cogumelos, atum. * Industrializado: Figura 5 Mistura para mingau de arroz.com banana e maçã. FONTE: Acervo do autor. Figura 4 Achocolatado instantâneo Italac. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Apresenta estabilidade tanto em meio ácido quanto na presença de luz; mas instável em meio neutro ou alcalino, e em contato com o ar (O2) ou calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Beribéri, neurite, insuficiência cardíaca, distúrbio mental. 1.3.4 Riboflavina, B2 a. FUNÇÃO * Flavoproteínas no transporte de elétrons, previne catarata, auxilia na reparação e manutenção da pele, como também na produção da adrenalina. b. FONTE * Natural: leite, queijo, ovos, fígado, cereais não beneficiados, vegetais, ervilhas, carnes. * Industrializado: Figura 6 Mistura para mingau de arroz Mucilon. FONTE: Acervo do autor. Figura 7 Flocos de cereais. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Mantêm-se estável em meios ácido ou neutro, como também em contato com ar (O2); e instável em meio alcalino, em contato com luz ou calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Fotofobia, queilose, glossite, dermatite seborreica. 1.3.4 Niacina, B3 a. FUNÇÃO Parte das coenzimas NAD, NADP e CoA, reduz triglicérides e colesterol, auxilia nos sistemas imunológico e nervoso. b. FONTE Figura 8 Fórmula infantil para lactantes. FONTE: Acervo do autor. Figura 9 Achocolatado instantâneo Toddy. FONTE: Acervo do autor. * Natural: levedura, cereais não beneficiados, vegetais de folhas, leite, gema de ovos, aspargos, cenoura, batata-doce, frutas secas, tomate, abacate, fígado e outras carnes. * Industrializado: Figura 5 Mistura para mingau de arroz.com banana e maçã. FONTE: Acervo do autor. Figura 4 Achocolatado instantâneo Italac. FONTE: Acervo do autor. Figura 10 Cereal matinal. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Estável em meios neutro, ácido e alcalino, e ainda quando em contato com ar (O2), luz ou calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Pelagra, lesões da pele, distúrbios digestivos, confusão mental, neurite. 1.3.4 Ácido pantotênico, B5 a. FUNÇÃO Forma parte da coenzima A (CoA), ajuda a desintoxicação química, auxilia na produção de células vermelhas do sangue, participa da formação de anticorpos, previne degeneração de cartilagens. b. FONTE * Natural: nos diversos tipos de alimentos maioria e sintetizado por bactérias intestinais. * Industrializado: Figura 3 Geleia de Mocotó. FONTE: Acervo do autor. Figura 4 Achocolatado instantâneo Italac. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Possui estabilidade em meio neutro, com o ar (O2) ou luz; tornando-se instável por meios ácido ou alcalino e por calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Distúrbios neuromotores, gastrintestinais e cardiovasculares; cefaleia; câimbra; náuseas. 1.3.4 Piridoxina, B6 a. FUNÇÃO Coenzima para metabolismo de aminoácido e ácidos graxos – atua no metabolismo de proteínas e lipídeos. Minimiza o risco de doenças cardiovasculares, auxilia no sistema nervoso central e linfático. Alivia enxaquecas e náuseas. b. FONTE * Natural: cereais não beneficiados, semente de girassol, feijões, aves, fígado, rim, peixe, arroz, manteiga, soja, carnes orgânicas, espinafre, banana, tomate, abacate. Figura 18 Mistura para mingau de arroz Nutrilon. FONTE: Acervo do autor. * Industrializado: c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Instável por meio da luz ou calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Dermatite, distúrbios nervosos, anemia, irritabilidade, convulsões. 1.3.4 Biotina, B7 a. FUNÇÃO Relacionada com a síntese de proteínas, fixação de CO2 transaminação, promove o crescimento celular, auxilia na produção de ácidos graxos e na diminuição de carboidratos no sangue, previne calvice, diminui dores musculares, b. FONTE * Natural: ovos, carne de aves,rins, fígado, couve-flor, ervilha, síntese por bactérias intestinais. Figura 10 Cereal matinal. FONTE: Acervo do autor. Figura 3 Mistura para mingau a base de milho. FONTE: Acervo do autor. Figura 7 Flocos de cereais. FONTE: Acervo do autor. * Industrializado: c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Instabilidade através de calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Dermatite escamosa, dores musculares, fraqueza. Figura 8 Fórmula infantil para lactantes. FONTE: Acervo do autor. Figura 4 Achocolatado instantâneo Italac. FONTE: Acervo do autor. Figura 11 Achocolatado instantâneo Showcau. FONTE: Acervo do autor. 1.3.4 Ácido fólico, B9 a. FUNÇÃO Síntese de nucleoproteínas, formação de hemácias, fornece nutrientes para o bom funcionamento de alguns sistemas (imunológico, circulatório e nervoso), combate o câncer de mama e de cólon. b. FONTE * Natural: fígado, verduras com folhas, carnes, peixes, grãos integrais. * Industrializado: c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Não possui considerável nível de instabilidade em qualquer meio (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Anemia, lesões de mucosas, alterações na morfologia nuclear celular, má formação do tubo neural, problemas de crescimento. Figura 12 Farinha de trigo. FONTE: Acervo do autor. Figura 10 Cereal matinal. FONTE: Acervo do autor. Figura 3 Geleia de Mocotó. FONTE: Acervo do autor. 1.3.4 Cianocobalamina, B12 a. FUNÇÃO Síntese de nucleoproteínas (RNA), previne anemia perniciosa, coenzima na produção do grupo heme das hemoglobinas. b. FONTE * Natural: fígado, rim, cérebro, ovos, aves domésticas, leite. * Industrializado: c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Apresenta instabilidade por ar (O2) e luz (vide Tabela 1.1). Figura 6 Mistura para mingau de arroz Mucilon. FONTE: Acervo do autor. Figura 13 Achocolatado instantâneo Nescau. FONTE: Acervo do autor. Figura 4 Mistura para mingau a base de milho. FONTE: Acervo do autor. d. DOENÇAS RELACIONADAS Alterações neurológicas, anemia (perniciosa e megaloblástica), hemácias malformadas, distúrbios gastrintestinais. 3.2 LIPOSSOLÚVEIS São vitaminas solúveis em lipídeos, presentes principalmente em alimentos mais lipídicos. Sua absorção acontece com auxílio da bile e transportadas através do sistema linfático. Sua principal função é estrutural. 2.3.3 Caroteno, A a. FUNÇÃO Formação de pigmentos visuais; manutenção da estrutura epitelial normal; crescimento, desenvolvimento e manutenção da pele. b. FONTE * Natural: Gema de ovo, hortaliças verdes ou amarelas, frutas, fígado, manteiga. * Industrializado: Figura 5 Mistura para gelatina. FONTE: Acervo do autor. Figura 14 Margarina. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Estabilidade apenas em meios alcalino e neutro; instabilidade por luz, ar (O2), calor ou meio ácido (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Cegueira noturna, pele seca (escamosa). 1.3.4 Calciferol, D3 a. FUNÇÃO Aumento na absorção intestinal do cálcio, importante na formação de ossos e dentes b. FONTE * Natural: óleos de peixe, fígado, leite e outros produtos da pecuária, ação do sol sobre os lípides da pele. * Industrializado: Figura 15 Leite em pó.Molico FONTE: Acervo do autor. Figura 9 Achocolatado instantâneo Toddy. FONTE: Acervo do autor. Figura 16 Leite em pó Ninho. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Mantém estabilidade apenas em meios neutro ou ácido; e instabilidade por luz, ar (O2), calor ou meio alcalino (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Raquitismo, osteoporose, osteomalácia. 1.3.4 Tocoferol, E a. FUNÇÃO Mantém a resistência das hemácias à hemólise, defesa contra efeitos nocivos de radicais. b. FONTE * Natural: hortaliças verdes folhosas, grãos integrais, óleo de milho, oleaginosas, óleo de soja, gérmen de trigo. * Industrializado: Figura 6 Mistura para gelatina. FONTE: Acervo do autor. Figura 10 Cereal matinal. FONTE: Acervo do autor. Figura 17 Mistura para gelatina. FONTE: Acervo do autor. c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Mantém instabilidade apenas por luz, ar (O2) e calor (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Anemia hemolítica, fragilidade das hemácias, estresse oxidativo, câncer, doença cardiovascular, distúrbios neurológicos, neuropatia periférica, miopatia esquelética, 1.3.4 Naftoquinona, K a. FUNÇÃO Permite a síntese de protombina pelo fígado, importante para uma boa coagulação do sangue. b. FONTE * Natural: sintetizada por bactérias intestinais, hortaliças folhosas. Figura 18 Mistura para mingau de arroz Nutrilon. FONTE: Acervo do autor. * Industrializado: c. CONDIÇÕES DE ESTABILIDADE Permanece estável em meios neutros, em contato com ar (O2) ou calor; apresentando instabilidade por meio de luz, meios ácido ou alcalino (vide Tabela 1.1). d. DOENÇAS RELACIONADAS Ausência de coagulação sanguínea levando a tendências hemorrágicas. REFERÊNCIAS CURTIS, Helena. Biologia. Trad. Heni Sauaia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. HAINFELLNER, Christian; ZAGOLIN, Gustavo. Dossiê: Vitaminas. FOOD INGREDIENTS BRASIL. P. 58-88, n. 29, 2014. Disponível em: <www.revista-fi.com/materias/378.pdf>. Acesso em 12, jul. 2015. DAMODARAN, Srinivasan; PARKIN, Kirk L.; FENNEMA, Owen R. Química de Alimentos de Fennema. São Paulo: Artmed Editora, 2009. SÓ NUTRIÇÃO. Micronutrientes. Disponível em: <http://www.sonutricao.com.br/conteudo/micronutrientes>. Acesso em 12, jul. 2015. Figura 8 Fórmula infantil para lactantes. FONTE: Acervo do autor.
Compartilhar