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(w = − 2,22 kJ). Como a variação de energia interna é zero, o calor flui para o sistema para manter constante a temperatura e a energia interna. Assim, q = + 2,22 kJ. (b) No caminho irreversível, o trabalho realizado também é igual ao inverso da área sob a curva e, para esse caminho ele é relativamente pequeno (w = − 1,46 kJ). O calor que flui do sistema, levando em conta a saída de calor na etapa de resfriamento e a entrada de calor na expansão, é q = + 1,46 kJ. SOLUÇÃO (a) De inicial ifinal V V lnnRTw −−−−==== ( ) ( ) ( ) ××⋅⋅×−= −− 8,00 20,00 lnKmolKJmol 2923145,800,1 11w = − 2,22 × 103 J = − 2,22 kJ Capítulo VI - Termodinâmica 248 (b) De ∆U = q + w = 0, q = − w = 2,22 kJ Etapa 1 O volume não muda. w = 0 Etapa 2 De w = − Pext∆V, w = (1,20 atm) × (20,00 − 8,00) L = − 14,4 L⋅atm Converta litro-atmosfera para joules. ( ) kJJ atmL atmL 46,11046,14,14 3 −=×−= ⋅ ×⋅−= 1 J101,325 w Calcule o trabalho total para o caminho B. w = 0 + (− 1,46) kJ = − 1,46 kJ De ∆U = q + w = 0, q = − w = − 1,46 kJ Menos trabalho é feito no caminho B do que no caminho A, porque a força em oposição é maior durante a expansão reversível do que durante a expansão em pressão constante. O fato de o trabalho ser diferente confirma que trabalho não é uma função de estado. Da mesma forma, o fato de o calor absorvido em cada caminho ser diferente confirma que o calor transferido não é uma função do estado. No todo, a mudança de estado que ocorre no caminho B é a mesma que ocorre no caminho ª sabemos que ∆U = 0, independentemente do caminho, desde que o gás seja ideal. Em resumo, ∆∆∆∆U q w Pelo caminho reversível: 0 + 2,22 kJ − 2,22 kJ Pelo caminho irreversível: 0 + 1,46 kJ − 1,46 kJ Uma função de estado depende somente do estado em que se encontra o sistema. A mudança na função de estado entre dois estados é independente do caminho entre eles. A energia interna é uma função de estado. O trabalho e o calor não são. 6.1.8 Interlúdio Molecular: A Origem da Energia Interna A energia interna é a energia armazenada em um sistema como energia cinética e energia potencial. A energia cinética decorre do movimento, isto é, quanto mais rapidamente a molécula se mover, maior será sua energia cinética. Ao aquecer um gás, a velocidade média das moléculas aumenta. Ao realizar trabalho contra um gás em um recipiente isolado, as moléculas também passam a se mover mais rapidamente. O Capítulo VI - Termodinâmica 249 aumento da velocidade média das moléculas do gás corresponde a um aumento da energia cinética total das moléculas e, portanto, a um aumento da energia interna do gás. A velocidade média das moléculas de um gás é uma indicação da temperatura; logo, o aumento da energia interna corresponde a uma elevação da temperatura. Um sistema em temperatura mais alta tem sempre energia interna maior do que o mesmo sistema em uma temperatura mais baixa. As moléculas de um gás podem se mover de várias maneiras diferentes e cada modo de movimento contribui para a energia. A energia cinética de um átomo ou molécula ao se deslocar através do espaço é chamada de energia cinética translacional. As moléculas (mas não os átomos) também podem armazenar energia cinética rotacional, originaria do movimento de seus átomos uns em relação aos outros. Essa contribuição é chamada de energia cinética vibracional. Como, porém, a maior parte das moléculas não está vibracionalmente excitada na temperatura ambiente, podemos ignorar esse modo, por exemplo. A contribuição dos movimentos translacionais e rotacionais para a energia interna pode ser estimada a partir da temperatura. COMO FAZEMOS ISSO? Para estimar a contribuição de um modo de movimento à energia cinética de um gás real, usamos um teorema da mecânica clássica. Em primeiro lugar, temos que saber que uma “contribuição quadrática” para a energia é uma expressão que depende do quadrado da velocidade ou de um deslocamento, como em 2 1mv2 para o caso da energia translacional. O teorema da eqüipartição (que não será deduzido aqui) estabelece que o valor médio de cada contribuição quadrática para a energia de uma molécula de uma amostra na temperatura T é igual a 2 1kT. Nessa expressão simples, k é a constante de Boltzmann, uma constante fundamental cujo valor é 1,38066 × 10−23 J⋅K−1. A constante de Boltzmann está relacionada com a constante dos gases por R = NAk, em que NA é a constante de Avogadro. O teorema de eqüipartição é um resultado da mecânica clássica, portanto podemos usá-lo para movimentos translacional e rotacional das moléculas na temperatura ambiente e acima dela, onde a quantização não é importante, mas não podemos usá-lo com segurança para o movimento vibracional, exceto em altas temperaturas. Os próximos comentários, portanto, aplicam-se somente aos movimentos translacional e rotacional. Uma molécula pode se mover através do espaço ao longo de qualquer uma de três dimensões e, por isso, dizemos que ela tem três graus de liberdade de translação, cada um dos quais dá uma contribuição quadrática para a energia. Em conseqüência do teorema da eqüipartição, a energia média translacional de uma molécula em uma amostra na temperatura T é 3 × 2 1kT = 2 3kT. A contribuição para a energia interna molar é, portanto, NA vezes esse valor, ou Um (translação) = 2 3 NAkT = 2 3RT Como RT = 2,48 kJ⋅mol−1, em 25°C, o movimento translacional das moléculas de gás contribui com cerca de 3,72 kJ⋅mol−1 para a energia interna molar da amostra, em 25°C. Além das energias devidas à estrutura interna dos átomos, essa é a única contribuição de um movimento à energia interna de um gás monoatômico, como o argônio ou outro gás nobre. Capítulo VI - Termodinâmica 250 As moléculas lineares, como o dióxido de carbono e o etino (acetileno), bem como quaisquer moléculas diatômicas, podem rotar em torno dos dois eixos perpendiculares à linha que une os átomos e têm, portanto, dois modos de movimento de rotação. Sua energia rotacional média é, portanto, 2 × 2 1kT = kT e a contribuição para a energia interna molar é NA vezes esse valor: Um (rotação, linear) = RT Ou cerca de 2,48 kJ⋅mol−1, em 25°C. A concentração total do movimento para a energia interna de um gás de moléculas lineares é a soma das contribuições dos movimentos translacional e rotacional, ou RT2 5 , isto é, cerca de 6,20 kJ⋅mol−1, em 25°C. Moléculas não-lineares, como a água, o metano ou o benzeno, podem rodar em torno de qualquer um dos três eixos perpendiculares; logo, têm três modos de movimento de rotação. A energia rotacional média dessas moléculas é, portanto, 3 × 2 1kT = 2 3kT. A contribuição da rotação para a energia interna molar do gás de moléculas não-lineares é, portanto, Um (rotação, não-linear) = 2 3RT Em 25°C, a contribuição da rotação para a energia é 3,72 kJ⋅mol−1 (igual à do movimento de translação) e a contribuição total do movimento para as moléculas não- lineares é, portanto 3RT, ou cerca de 7,44 kJ⋅mol−1, em 25°C. Também podem ocorrer mudanças de energia interna quando a energia potencial dos átomos e moléculas varia. A molécula de um gás ideal tem energia potencial zero, porque sua energia não é afetada pela distância de outras moléculas da amostra. Portanto, a compressão e a expansão de um gás ideal não modificam a energia potencial das moléculas. Assim, para um gás ideal, a energia interna é independente do volume é só depende da temperatura. Segue-se que para um processo isotérmico, ∆U = 0 para um gás ideal. As moléculas de um gás real, de um líquido ou de um sólido, entretanto, interagem com seus vizinhos e a energia potencial contribui para a energia interna. Quando