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Pró-reitoria de EaD e CCDD 1 Teoria da Comunicação Aula 6 Prof. Alexandre Correia dos Santos Pró-reitoria de EaD e CCDD 2 Conversa Inicial Olá! Como vai você? O nosso objetivo é compreender a comunicação e suas teorias, agora trabalhando exclusivamente estas e suas aplicações práticas! Aprofundaremos as nossas teorias, abordando cinco temas que abrangem tudo o que vimos até agora nas diferentes escolas e práticas comunicacionais! Boa leitura e ótimos trabalhos! Tema 1: Estudos Culturais Vamos perceber agora a comunicação sob o ponto de vista dos estudos culturais. É notória a capacidade intrínseca da cultura nas múltiplas possibilidades de controle e regramento do comportamento do indivíduo, afinal, os indivíduos comportam-se segundo práticas inerentes e comuns a uma sociedade. Desse modo, fica claro que nossas atitudes e/ou comportamentos pouco têm a ver apenas com nossas próprias ações ou preferências. Todo grupo a que pertencemos exerce um conjunto primário e importante de controles ou culturas e práticas sobre nós. Em muitos grupos (seja de amigos, de família, de escola, de trabalho), ainda que possamos desgostar de determinadas práticas ou experiências, tendemos a aderir às normas daquele grupo se decidirmos permanecer participando daquela sociedade e desempenhando o papel que nos fora atribuído. São fatores como esses que modelam nossos comportamentos culturais e sociais, sobressaindo aos comportamentos básicos como: sentimentos, preferências ou atitudes íntimas individuais, que se apequenam frente às expectativas e exigências dos outros da sociedade em que estamos inseridos. Para alguns pesquisadores, são as atitudes, compreensões e aceitações dos indivíduos com as premissas e atitudes culturalmente aprovadas de conduta daquela sociedade que nortearão e delimitarão sua presença e ação Pró-reitoria de EaD e CCDD 3 em todo um contexto social. Na comunicação, sabemos que o importante é dar vistas às diferentes culturas que compõem o tecido social. É essa pluralidade que certamente poderá ligar o indivíduo à comunicação, à mídia, formando-o e preparando-o para a constituição da subjetividade daquela pessoa. É sabido que as culturas, por suas características mutáveis e de constante renovações, sempre exigem novas formas de análise e mensuração. A comunicação dentro desse campo assume o papel de mediadora social, que constitui na prática um novo modelo de espaço público: o midiático. Acredita-se na interação da mídia com seu público, com a sociedade, apostando no fator cultural como o principal e, portanto, mais importante elemento norteador do posicionamento do cidadão frente aos produtos da indústria cultural. Assim, a diversidade cultural passa a ter grande representatividade na formação de distintas formas e maneiras de apropriação e – obviamente – do consumo da grande massa. Eis a grande particularidade da indústria cultural: verificar-se e mensurar como ocorre – justamente – essa apropriação do discurso difundido pela mídia em suas mais diferentes formas. Diferentes focos de análise deslocam-se na atenção dispensada na cultura, passando pela metodologia para só então chegar à comunicação ou ao objeto que se quer analisar. Assim, a comunicação ganha status de objeto central da pesquisa, tendo na dinâmica cultural seu principal ativo. Saiba mais Estudo de pelo menos três hábitos culturais que nortearam comportamentos individuais e foram importantes no desenvolvimento de toda uma sociedade. Exemplos práticos: 1. Cultura da Alimentação 2. Cultura da Higiene Pró-reitoria de EaD e CCDD 4 3. Datas Culturais Tema 2: Comunicação de Massa Devemos imaginar a comunicação de massa – conforme já vimos anteriormente – não apenas como uma evolução das antigas formas de comunicar, buscando acréscimos de experiência em sociedade, mas também como processos de mudanças. Cada um dos veículos de comunicação de massa está ligado à estimulação de inovações de comportamentos, hábitos e costumes. Seus modelos de adoção são justos e provenientes das variáveis sociais e culturais ligadas à sua disseminação e propagação, podendo relevar e destacar algumas das maneiras pelas quais uma sociedade pode – ou deve – intervir e influir nos seus veículos de massa, moldando-os. O próprio jornal moderno é uma combinação de elementos que compuseram uma sociedade e uma reunião de histórias e períodos distintos. A primeira ideia de veículo de massa surgiu nos primeiros anos do século XVII, na Alemanha, e muitos estudiosos atestam que diferentes traços do jornal moderno, com seu editorial, matérias e artigos sobre política, economia, esportes e até charges, surgiram muito antes de a própria imprensa de massa nascer. Pró-reitoria de EaD e CCDD 5 Saiba mais Com base em estudos de comunicação de massa, explique o surgimento de um dos meios de comunicação de massa citados a seguir, levando em consideração a seguinte pergunta: “Que elementos tecnológicos ou outros traços culturais se acumularam para serem combinados em novos complexos culturais de massa como o jornal impresso, o cinema, o rádio, a televisão e a Internet?” Tema 3: Nova Mídia Atualmente é complicado analisar separadamente e descobrir distinções objetivas acerca do mundo da mídia, do mundo da comunicação, das culturas de massa, do jornalismo e da publicidade. Alguns autores preferiram estabelecer métricas de distinção, chamando cada instância de esferas da comunicação, as quais se conceituavam autônoma e independentemente, sendo: a) Esfera da informação: imprensa, programas de rádio, agências de notícias, noticiários em veículos, blogs informacionais etc. b) Esfera da comunicação institucional: publicidade e propaganda em Pró-reitoria de EaD e CCDD 6 todas as instâncias, mas com um único objetivo: a política. c) Esfera da cultura de massa: a comunicação aparece sob sua forma mais ampla: na telenovela, nos quadrinhos, nos livros, nas revistas, no cinema etc. No mundo de hoje, é comum haver organizações de comunicação que atuam indistintamente nessas três esferas, englobando diversas empresas em um único grupo comunicacional. Sob o ponto de vista da comunicação, isto é importante para tentarmos entender o quanto os grandes grupos influenciam as pessoas ao redor do mundo. Poucos grupos, com poucos donos, influenciam milhões de pessoas diariamente. Pensar exclusivamente na área da comunicação é motivo para uma análise aprofundada dos verdadeiros detentores da mídia no mundo. O que temos na nossa frente, na verdade, é um complexo universo de empresas que são atores globalizados, desempenhando um papel muito importante na vida da grande maioria das pessoas, o qual vai além do papel social ou do campo da informação. Como um dos muitos exemplos, podemos citar o Grupo Rede Brasil Sul de Comunicação (RBS), que conta hoje com os seguintes veículos (atualização em 5/6/2016): Jornais TV Rádio __________________________________________________________ __ Zero Hora RBS TV Gaúcha Diário Gaúcho TV Com Atlântida Pioneiro OCTO TV Itapema FM Diário de Santa Maria Farroupilha Diário Catarinense CBN RS Pró-reitoria de EaD e CCDD 7 Hora de Santa Catarina CBN Diário A notícia Jornal de Santa Catarina Saiba mais Para melhor compreender os impactos das novas formas e meios de comunicação, procureanalisar e mapear um grande grupo de comunicação – nacional ou internacional – e faça uma rápida busca de cada uma das empresas que integram o grupo de comunicação que você escolheu. Se tiver sorte, verá a complexidade e o porte desses grandes complexos comunicacionais. Tema 4: Estratégicas Práticas para a Persuasão Muito antes da Era da Comunicação de Massa, houve uma época em que a voz humana era o único veículo de comunicação passível, por meio do diálogo, de convencimento das pessoas. Era o único “veículo” para persuadir ou convencer as pessoas a alterar suas convicções e ações, sendo assim importante para o intento de aliciar, incitar as massas. Até hoje, existem vários estudos que ainda visam compreender os princípios da persuasão dentro do contexto das comunicações de massa. Existe o emprego premeditado em forma e texto, para convencer imperativamente as pessoas enquanto audiências: a) Votem em tal candidato político! b) Comprem já determinado produto! c) Assistam agora a tal filme! d) Doem para aquela instituição! Assim, entendemos que também há diferentes formas de comportamento capazes de sucumbir a esses apelos imperativos e urgentes. Depende tão somente da forma por meio da qual a comunicação Pró-reitoria de EaD e CCDD 8 pretende atingir o seu intento e incitar, persuadir, convencer o seu público-alvo. Porém, outras formas mais sutis de persuasão também são sentenças aplicáveis e válidas: mudanças que exijam troca de crenças, opiniões ou atitudes subjetivas são suposições que merecem igual estudo e respeito. O comportamento ostensivo da mídia com critério de persuasão também é válido. Campanhas políticas, propagandas institucionais, matérias tendenciosas muitas vezes lançam mão de artifícios persuasivos com o único intento de convencer determinados grupos, culturas ou sociedades a participar ativamente e partilhar suas convicções. A verdade é que algumas dessas ações conseguem resultados inimagináveis, enquanto outras falham no desenvolvimento, pois a persuasão pode ser considerada uma arte praticada há séculos, a qual a ciência ainda procura entender em teorias apoiadas em bases científicas, mas também em puro achismo. Há quem diga que a persuasão, academicamente, é um estudo inacabado, ou até mesmo um beco sem saída. Saiba mais Escolha a manchete de um JORNAL IMPRESSO diário, na qual fique clara a intenção da Editora Jornalística em persuadir, convencer, aliciar os leitores segundo sua base ideológica ou linha editorial, provavelmente clara e perceptível por meio de sua prática cotidiana. Para tanto, recorte a manchete e analise o porquê daquele título ou matéria e, além disso, qual o intento do jornal ao veicular tal notícia. Tema 5: O Controle da (IN)visibilidade Falar de (in)visibilidade é renegar uma posição na própria sociedade de modo paradoxal, se analisarmos que todos – pelo menos – deveríamos ser Pró-reitoria de EaD e CCDD 9 visíveis aos olhos dela, afinal, somos números, em permanência, nos impostos, na seguridade, nos bancos etc. Além disso, somos vigiados por celulares, GPS, câmeras de controle, entre outras. Nesse caso, a invisibilidade parece melhor, porém, os novos desejos sociais respondem por essas diferentes características. A (in)visibilidade pode ser analisada de diferentes formas, sob sentidos distintos: a) No sentido de clandestinidade. b) No anonimato. c) Na exclusão, segregação ou rejeição da sociedade. Assim, a (in)visibilidade pode ser uma estratégia ou tática de subversão a esta que chamamos de sociedade pós-moderna. A própria mass media gera sistemas como o sistema sinóptico, em que – em tese – todos veem a mesma coisa simultaneamente. Maffesoli (1988) chamou esses movimentos de “tribos pós-modernas”. Para ele, a noção de tribo designa de maneira ideal a união de grupos à volta de imagens que agem como possíveis vetores da comunidade. Esses grupos reúnem-se em redes informais que, mesmo não sendo políticas (na maioria das vezes), podem manifestar-se dessa forma em diferentes meios de comunicação de massa. Já a exclusão ou segregação também existe nos diferentes meios e comunidades. Basta olhar à sua volta e notará que existem muitas pessoas nessa condição na região em que você vive. O grupo exclui – por si só – o ambiente social e, como contrapartida, a sociedade exclui o grupo. A tênue separação entre sociedade e grupo se torna a expressão de um valor comum, mas que para os excluídos, nesse caso, tem sabor e cheiro de “liberdade”. É, porém, uma autonomia que muitas vezes se isola na anarquia. Pró-reitoria de EaD e CCDD 10 Saiba mais Escolha um grupo ou movimento social que se enquadre em uma das características inerentes à (in)visibilidade e analise esse caráter de exclusão sob a ótica das teorias da comunicação. Referência MAFFESOLI, M. Le temps des tribus. Paris: Libraire dos Méridiens, KC, 1988. ATÉ LOGO! Foi um grande prazer estar com todos vocês ao longo dessas seis rotas temáticas de aprendizagem. O jornalismo é um campo fascinante da comunicação e exige de todos vocês muito estudo, prática e resiliência às agruras inerentes a qualquer profissão. O jornalismo é especial pela velocidade dos fatos, pela adaptação às mudanças e, principalmente, pelas pessoas maravilhosas que têm o dom de comunicar. Estudem, leiam muito. Exercitem. Jornalismo não é para qualquer um. É para pessoas excepcionais! Um abração e ATÉ LOGO! Prof. Alexandre Correia dos Santos UNINTER
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