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Psicologia Hospitalar e Atendimento Multidisciplinar

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Aula 8: A Psicologia Hospitalar e o atendimento multidisciplinar 
 
 Inserção do psicólogo no âmbito hospitalar * 
Vamos iniciar esta aula com um breve histórico do cenário hospitalar no século XVII. 
 
Meados do século XVIII 
.Até meados do século XVIII, o psicólogo era visto no hospital como um profissional 
que “tratava os loucos”, focado apenas nas psicopatologias e em intervenções em 
pacientes psiquiátricos que apresentavam casos graves. 
. Nesta mesma época, os hospitais eram interpretados como depósitos de insanos 
nas suas mais diferentes patologias. Todos aqueles que tinham um comportamento 
considerado desviante da norma eram inseridos nos hospitais como forma de serem 
excluídos da sociedade e não contaminarem os “saudáveis”. Então, eram inseridos 
ali leprosos junto com idosos, loucos, tuberculosos etc 
 
 Após o século XVIII 
.Após o século XVIII, o hospital passou a ser interpretado como um espaço de 
assistência, separação, pois cada patologia ou comportamento anormal tinha seu 
espaço separado. Mas por outro lado, os doentes permaneciam isolados, pois esta 
medida não tinha a intenção de inseri-los novamente na sociedade. 
. Medicina e hospital, então, tinham funções diferentes. O médico não tinha seu 
espaço no hospital para tratar o paciente e promover-lhe a cura. 
 
Mudança de postura 
.A mudança ocorrida no século XVIII foi tornando os hospitais superlotados, havendo 
a necessidade de criar uma medida que interviesse neste problema. Foi preciso 
então começar a mudar a postura dos profissionais neste espaço. 
 
Sobre isto, Salto (2007, p.12) afirma que: 
.A partir do momento em que o hospital foi concebido como um instrumento de cura, 
e que a distribuição do espaço tornou-se terapêutica, o médico passou a ser o 
principal responsável pela organização do local. Aparece assim o personagem do 
médico de hospital. 
 
Equipe multidisciplinar. 
.Além do médico no hospital, surgiu toda uma equipe multidisciplinar para prestar 
atendimento ao paciente na sua totalidade, tais como médicos, psicólogos, 
assistentes sociais, enfermeiros, entre outros. 
.A resistência dos outros profissionais da saúde, principalmente dos médicos, para 
com o trabalho do psicólogo foi muito grande no começo. 
.Não se sabe se por receio, desconhecimento ou por não acreditar nos resultados, 
mas isto já tem sido vencido com os grandes resultados que a Psicologia tem trazido 
aos hospitais. 
.De acordo com Laloni e Fernandes (in: BAPTISTA, 2010, p.105): “na década de 
1960, quando a Psicologia Clínica entrou nos hospitais, o psicólogo fazia o papel de 
avaliador, como provedor de serviços de psicometria, tanto em nível clínico como de 
pesquisa, e sua atenção era exclusivamente às doenças mentais”. 
 Ou seja, apesar de entrar no hospital, o psicólogo ainda enfrentou muitas barreiras 
quanto à sua atuação neste contexto. 
 
Atuação da Psicologia Clínica nos hospitais 
A Psicologia Clínica tem uma vasta atuação no ambiente hospitalar. Ela procura, 
entre outras funções: 
 
 
 
 
 
Percebe-se, portanto, que “o psicólogo no ambiente hospitalar trabalha com o direito 
do ser humano que lhe foi tirado, sendo este a saúde. Ainda aborda as aceitações do 
paciente em relação às agressões recebidas pelo ambiente da saúde” (Salto, 2007). 
 Conscientizar pacientes quanto ao uso de cigarros e bebidas alcóolicas e seus 
riscos à saúde. 
Ajudar o médico na identificação de doenças sem diagnóstico clínico, conhecidas 
como psicossomáticas 
Fazer levantamentos sobre atendimentos no ambiente hospitalar 
Presar resultados para melhorar as medidas de intervenção de todos os profissionais 
que trabalham neste espaço 
 
Analisando o comportamento de pacientes 
Se o psicólogo quiser analisar o comportamento de indivíduos com patologias físicas 
e que não são vistas nos exames, mas que têm indícios de fundamentação 
psicológica, deve levar em consideração as seguintes possibilidades, segundo 
Baptista (2010, p. 108): 
Comportamentos que, direta e indiretamente, diminuem ao aumentam a 
probabilidade de contrair uma doença; 
Comportamentos que aumentam o risco de contrais uma doença ou de agravar um 
estado patológico já existente; 
Comportamentos que reduzem o risco de contrais uma doença ou ajudam no seu 
tratamento e podem até contribuir para uma remissão total, 
Comportamentos que podem produzir patologias direta ou indiretamente 
Comportamentos diretamente relacionados a doenças são aqueles que produzem 
contato direto com o agente patogênico (acidentes, contato com agente infeccioso, 
contato agentes tóxicos); 
Comportamentos indiretos são comportamentos que não produzem contato direto, 
mas aumentar a vulnerabilidade do organismo (abuso de automedicação, fumar, 
beber, dietas exageradamente restritivas ou abusivas, excesso de exercícios físicos) 
Ausência de comportamentos de autoproteção, comportamentos de redução de 
exposição do organismo a agentes ou contingências 
 
Atuação do psicólogo hospitalar 
A atuação do psicólogo hospitalar não deixa de ser uma atuação da saúde, mas tem 
obrigações diferentes de outros espaços também voltados para o bem-estar do 
paciente. 
 
Castro (2004) define dois campos da psicologia (e consequentemente o tipo de 
atuação em cada uma delas): 
 
Segundo Castro (2004, p. 49): a Psicologia da Saúde é uma “especialização da 
Psicologia que aplica seus princípios, técnicas e conhecimentos científicos para 
avaliar, diagnosticar, tratar, modificar e prevenir os problemas físicos, mentais ou 
qualquer outro relevante para os processos de saúde e doença”. 
 
A Psicologia Hospitalar é definida também por Castro (2004, p. 51) como: 
Um conjunto de contribuições cientificas, educativas e profissionais que as diferentes 
disciplinas psicológicas fornecem para dar melhor assistência aos pacientes no 
hospital. O psicólogo hospitalar é aquele que reúne esses conhecimentos e técnicas 
 
 
 
 
 
 
 
Para aplicá-los de maneira coordenada e sistemática, visando à melhora da 
assistência integral do paciente hospitalizado, sem se limitar, por isso, ao tempo 
especifico da hospitalização. 
 
Assistência integral do paciente 
. Castro (2004) afirma que o objetivo da Psicologia Hospitalar é melhorar a 
assistência integral do paciente que se encontra hospitalizado, com controle dos 
sintomas que causam o mal-estar. 
 .A Psicologia Hospitalar surge com o intuito de prestar uma atenção ao paciente que 
se encontra na situação de doença. 
.Ouvi-lo, ouvir sua família, comunicar-se com os outros profissionais para que as 
necessidades básicas sejam atendidas, são algumas das ajudas prestadas pelo 
psicólogo. 
 
Tarefas do psicólogo no hospital 
 Rodriguez-Marín (2003 apud Castro, 2004, p.51) apresenta seis tarefas básicas do 
psicólogo que trabalha em hospital, que poderão ser entendidas a seguir: 
1. Coordenação: relativa às atividades com os funcionários do hospital; 
2. Ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do processo de 
adaptação e recuperação do paciente internado; 
3. Interconsulta: atua como consultor, ajudando outros profissionais a lidarem com o 
paciente; 
4.Enlace: intervenção, através do delineamento e execução de programas junto com 
outros profissionais, para modificar ou instalar comportamentos adequados dos 
pacientes; 
5. Função assistencial direta: atua diretamente com o paciente; 
6. Gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos profissionais da 
organização. 
 
 Humanização no ambiente hospitalar 
 . A humanização no espaço hospitalar tem buscado trazer uma maior proximidade 
entre as equipes de saúde e os pacientes. 
. Visa um atendimentode qualidade, não focando somente nas doenças, mas nas 
necessidades do cliente e da equipe de saúde de maneira ampla, de forma que todos 
se sintam assistidos com a devida atenção. 
 De acordo com Romano (1999 apud Dias, Coloniesi, Moreira e Radomile, 2007, 
p.31): 
“Humanizar abarca uma noção de atendimento individualizado, voltado às 
necessidades particulares e individuais de cada sujeito envolvido neste contexto. 
Assim, humanizar o atendimento é estar atento e disponível às necessidades do 
outro, e, neste contexto, insere-se a necessidade de tornar também mais humana as 
condições de trabalho da equipe de saúde. Humanizar envolve mudanças 
importantes na cultura institucional e, como consequência, nos relacionamentos 
interpessoais estabelecidos dentro do hospital.” 
 
Preocupação com a mente do indivíduo 
. O médico não deve ficar restrito apenas às teorias sobre o funcionamento do corpo 
humano. Ele deve preocupar-se com o funcionamento da mente e procurar entender 
sobre os diferentes tipos de personalidade. 
. Várias são as pesquisas no campo da humanização hospitalar, com o intuito de 
tornar este ato mais constante dentro dos hospitais e comprovar que um atendimento 
 
 
 
 
mais voltado para as necessidades do outro traz resultados satisfatórios ao 
tratamento. 
 
Funções da Psicologia na área Hospitalar 
Conclui-se, portanto, que a Psicologia deve: 
 Atuar preparando os profissionais para dar suporte aos pacientes; 
 Preparar-se para lidar com os diversos sofrimentos; 
 Gerenciamento e manutenção de fácil acesso; 
 Promover projetos que venham implantar cada vez mais seus serviços dentro dos 
hospitais 
 Fazer pesquisas com levantamentos sobre as melhorias dos pacientes que foram 
atendidos pela Psicologia em comparação com os que não foram;