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O psicólogo não está habituado a discorrer sobre as necessidades emocionais dos pacientes e identificar as contribuições possíveis somente com a descrição do hospital onde o doente se encontra. Para tal, é necessário a compreensão do objetivo a que se destina cada área do hospital. Têm-se uma ideia diferente da psicologia clínica, onde o paciente tem que buscar o atendimento; no hospital, é necessário buscar o sujeito e suas demandas, além das formas de amenizar o sofrimento psíquico de maneira ágil ou até mesmo antecipando a necessidade. - Ambulatório Destina-se ao atendimento de pacientes para diagnóstico e tratamento quando não é necessária a internação. Os profissionais podem acompanhar o ciclo do doente e aumentar as possibilidades de ações preventivas. Existem vários motivos patológicos para se ir ao hospital, e também há diversos aspectos emocionais. A atenção psicológica será diferente dependendo do momento e do motivo pelo qual o paciente encontra-se no ambulatório. O psicólogo do ambulatório não deve se restringir à assistência ao paciente que não terá continuidade de atendimento nesse local. Também sugere-se que o psicólogo somente acompanhe pacientes cujos problemas emocionais principais tenham estreita ligação com sua patologia orgânica. Uma forma de viabilizar a tarefa do psicólogo é estabelecer propostas a serem atingidas a partir de determinadas características, o que permite uma integração multiprofissional , otimiza a tarefa, dimensiona o quadro de psicólogos necessários e garante a clareza do compromisso com o paciente. No ambulatório, o médico é a principal fonte de encaminhamento para o psicólogo. Faz parte do trabalho do psicólogo esclarecer quais devem ser os motivos para tal encaminhamento. -Unidade de emergência Há poucos estudos e até mesmo a possibilidade de exercer prevenção psicológica com os pacientes deste setor. Por concentrar vítimas de acidentes ou patologias que trazem um risco de morte, essas pessoas muitas vezes apresentam demandas psicológicas e sociais. Muitos utilizam a emergência como ambulatório com pronto atendimento, indo para realizar exames e outros serviços sem lidar com as longas filas. Atualmente, a emergência é a principal forma de acesso à serviços e muito buscado por portadores de doenças crônicas. A inabilidade familiar traz um aumento de responsabilidades para os profissionais do hospital, que passam a ter que solucionar discussões, e tal tratamento tende a ter uma evolução no caso clínico por conta de tal rejeição. A demanda do psicólogo neste ambiente resume-se a contingências, como entregar notícias negativas e lidar com crises emocionais, trabalhos que ninguém conseguiu cumprir. O psicólogo trabalha integralmente com a equipe de saúde, e sua colaboração traz diversos benefícios como diminuição da procura inadequada da emergência, remaneja os recursos para onde são mais necessários e mantém o entrosamento grupal. Sua atuação permite a identificação correta do problema e acompanhamento dos casos. O psicólogo na unidade de emergência precisa de rapidez de raciocínio, perícia em ações e contar com recursos. Deve buscar que o paciente se expresse, participe do processo terapêutico de maneira ativa. -Unidade de internação (enfermaria) Conta com pacientes que necessitam de assistência médica e de enfermagem 24/7. O psicólogo deve avaliar personalidade, modificar comportamento, ter acesso a paciente e agregados, trazendo assim uma semelhança com a atuação clínica. O paciente deve dirigir-se voluntariamente ao atendimento e pode dispensá-lo quando quiser. O internado, mesmo se não quiser atenção psicológica, ainda poderá ser observado e orientado através da equipe e dos outros pacientes que estão sendo assistidos. Existe a possibilidade do paciente ir ao atendimento através de um encaminhamento de outros profissionais ou até do próprio psicólogo, mas o indivíduo ainda está assegurado do direito de abrir mão do processo. O psicólogo precisa estar no ambiente onde os acontecimentos se desenvolvem e não dentro de uma sala esperando pacientes para um atendimento. O profissional também deve expor seus métodos de trabalho e sensibilizar o cliente para continuar o atendimento psicológico após a alta. Deve-se ter o atendimento grupal como escolha oreferencial, visto que o mesmo permite conhecer um maior número de pacientes, selecionar os que serão acompanhados individualmente, facilita a criação de laços entre os pacientes, alem de se conhecer os assuntos que cada indivíduo gostaria de abordar com relação `internação. O psicólogo deve ser flexível, utilizando dos recursos disponíveis e respeitar os limites em harmonia com toda a equipe. -Unidade de Terapia Intensiva Destinam-se a receber pacientes em estado grave, com possibilidade de recuperação, exigindo permanente assistência médica e equipamentos especializados. Dessa forma, a principal diferença com a Unidade de Emergência é que a última tem um afluxo de problemas sociais muito maior, tratando-se de pacientes com doenças crônicas-degenerativas. A UTI tem como característica a rotatividade na ocupação dos leitos, com pacientes que necessitam de cuidados intensos. Nos últimos anos, a UTI modernizou-se em termos tecnológicos e de intervenção, também aumentando a preocupação pela humanização e pelo atendimento personalizado ao indivíduo. Observam-se diversos fatores que trazem o mal estar psíquico aos pacientes da UTI, como interferência no sono, dificuldade de se comunicar, dor, gravidade da doença e o barulho. As patologias mais comuns durante a estadia na UTI são ansiedade, depressão e delírio. Entende-se que a intervenção precoce interfere positivamente no prognóstico. Para o êxito do tratamento, deve basear-se na avaliação da natureza das patologias a fim da origem dos sintomas, com início não farmacológico. Deve-se empregar esforços para diminuir o barulho, presença de janelas com visão exterior, relógios visíveis, garantias de sono regular e outros. Todas essas ações fazem parte da concepção de humanização do ambiente físico, das ações execultadas. Deve-se também esplorar a natureza da "Síndrome da UTI", onde o psicólogo deve conversar com os pacientes, criar condições de comunicação, colocar-se no lugar dele. O psicólogo deve também atuar com as famílias, garantindo a comunicação entre a mesma e o paciente. Deve realizar reuniões didáticas sobre tópicos de sua especialidade. Todas as atividades devem visar o paciente e suas famílias.
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