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Potencialidade dos locais físicos do hospital em desencadear reações psíquicas (1)

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O psicólogo não está habituado a discorrer sobre as necessidades emocionais dos
pacientes e identificar as contribuições possíveis somente com a descrição do hospital onde
o doente se encontra. Para tal, é necessário a compreensão do objetivo a que se destina
cada área do hospital. Têm-se uma ideia diferente da psicologia clínica, onde o paciente
tem que buscar o atendimento; no hospital, é necessário buscar o sujeito e suas demandas,
além das formas de amenizar o sofrimento psíquico de maneira ágil ou até mesmo
antecipando a necessidade.
- Ambulatório
Destina-se ao atendimento de pacientes para diagnóstico e tratamento quando não é
necessária a internação. Os profissionais podem acompanhar o ciclo do doente e aumentar
as possibilidades de ações preventivas.
Existem vários motivos patológicos para se ir ao hospital, e também há diversos aspectos
emocionais. A atenção psicológica será diferente dependendo do momento e do motivo pelo
qual o paciente encontra-se no ambulatório. O psicólogo do ambulatório não deve se
restringir à assistência ao paciente que não terá continuidade de atendimento nesse local.
Também sugere-se que o psicólogo somente acompanhe pacientes cujos problemas
emocionais principais tenham estreita ligação com sua patologia orgânica.
Uma forma de viabilizar a tarefa do psicólogo é estabelecer propostas a serem atingidas a
partir de determinadas características, o que permite uma integração multiprofissional ,
otimiza a tarefa, dimensiona o quadro de psicólogos necessários e garante a clareza do
compromisso com o paciente.
No ambulatório, o médico é a principal fonte de encaminhamento para o psicólogo. Faz
parte do trabalho do psicólogo esclarecer quais devem ser os motivos para tal
encaminhamento.
-Unidade de emergência
Há poucos estudos e até mesmo a possibilidade de exercer prevenção psicológica com os
pacientes deste setor. Por concentrar vítimas de acidentes ou patologias que trazem um
risco de morte, essas pessoas muitas vezes apresentam demandas psicológicas e sociais.
Muitos utilizam a emergência como ambulatório com pronto atendimento, indo para realizar
exames e outros serviços sem lidar com as longas filas. Atualmente, a emergência é a
principal forma de acesso à serviços e muito buscado por portadores de doenças crônicas.
A inabilidade familiar traz um aumento de responsabilidades para os profissionais do
hospital, que passam a ter que solucionar discussões, e tal tratamento tende a ter uma
evolução no caso clínico por conta de tal rejeição.
A demanda do psicólogo neste ambiente resume-se a contingências, como entregar
notícias negativas e lidar com crises emocionais, trabalhos que ninguém conseguiu cumprir.
O psicólogo trabalha integralmente com a equipe de saúde, e sua colaboração traz diversos
benefícios como diminuição da procura inadequada da emergência, remaneja os recursos
para onde são mais necessários e mantém o entrosamento grupal. Sua atuação permite a
identificação correta do problema e acompanhamento dos casos.
O psicólogo na unidade de emergência precisa de rapidez de raciocínio, perícia em ações e
contar com recursos. Deve buscar que o paciente se expresse, participe do processo
terapêutico de maneira ativa.
-Unidade de internação (enfermaria)
Conta com pacientes que necessitam de assistência médica e de enfermagem 24/7. O
psicólogo deve avaliar personalidade, modificar comportamento, ter acesso a paciente e
agregados, trazendo assim uma semelhança com a atuação clínica.
O paciente deve dirigir-se voluntariamente ao atendimento e pode dispensá-lo quando
quiser. O internado, mesmo se não quiser atenção psicológica, ainda poderá ser observado
e orientado através da equipe e dos outros pacientes que estão sendo assistidos. Existe a
possibilidade do paciente ir ao atendimento através de um encaminhamento de outros
profissionais ou até do próprio psicólogo, mas o indivíduo ainda está assegurado do direito
de abrir mão do processo.
O psicólogo precisa estar no ambiente onde os acontecimentos se desenvolvem e não
dentro de uma sala esperando pacientes para um atendimento. O profissional também deve
expor seus métodos de trabalho e sensibilizar o cliente para continuar o atendimento
psicológico após a alta.
Deve-se ter o atendimento grupal como escolha oreferencial, visto que o mesmo permite
conhecer um maior número de pacientes, selecionar os que serão acompanhados
individualmente, facilita a criação de laços entre os pacientes, alem de se conhecer os
assuntos que cada indivíduo gostaria de abordar com relação `internação. O psicólogo deve
ser flexível, utilizando dos recursos disponíveis e respeitar os limites em harmonia com toda
a equipe.
-Unidade de Terapia Intensiva
Destinam-se a receber pacientes em estado grave, com possibilidade de recuperação,
exigindo permanente assistência médica e equipamentos especializados. Dessa forma, a
principal diferença com a Unidade de Emergência é que a última tem um afluxo de
problemas sociais muito maior, tratando-se de pacientes com doenças
crônicas-degenerativas. A UTI tem como característica a rotatividade na ocupação dos
leitos, com pacientes que necessitam de cuidados intensos.
Nos últimos anos, a UTI modernizou-se em termos tecnológicos e de intervenção, também
aumentando a preocupação pela humanização e pelo atendimento personalizado ao
indivíduo. Observam-se diversos fatores que trazem o mal estar psíquico aos pacientes da
UTI, como interferência no sono, dificuldade de se comunicar, dor, gravidade da doença e o
barulho.
As patologias mais comuns durante a estadia na UTI são ansiedade, depressão e delírio.
Entende-se que a intervenção precoce interfere positivamente no prognóstico. Para o êxito
do tratamento, deve basear-se na avaliação da natureza das patologias a fim da origem dos
sintomas, com início não farmacológico. Deve-se empregar esforços para diminuir o
barulho, presença de janelas com visão exterior, relógios visíveis, garantias de sono regular
e outros. Todas essas ações fazem parte da concepção de humanização do ambiente físico,
das ações execultadas.
Deve-se também esplorar a natureza da "Síndrome da UTI", onde o psicólogo deve
conversar com os pacientes, criar condições de comunicação, colocar-se no lugar dele. O
psicólogo deve também atuar com as famílias, garantindo a comunicação entre a mesma e
o paciente. Deve realizar reuniões didáticas sobre tópicos de sua especialidade. Todas as
atividades devem visar o paciente e suas famílias.

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