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Introdução à eclesiologia “Eclesiologia (do grego ekklesia e logos) é o ramo da teologia cristã que trata da doutrina da Igreja: seu papel na salvação, sua origem, sua disciplina, sua forma de se relacionar com o mundo, seu papel social, as mudanças ocorridas, as crises enfrentadas, suas doutrinas, a relação com outras denominações e sua forma de governo.” A palavra Igreja tem mais de uma centena de citações no Novo testamento, sendo a imensa maioria nas cartas dos apóstolos, sendo apenas citadas três vezes nos Evangelhos. “Pois também eu te digo, tu é Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela, E eu te darei as chaves do Reino do Céus, e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares a terra será desligado no ceu” (Mateus 16:18-19) Isso se dá por que a igreja passou a se reunir e desenvolver sua doutrina a partir do Pentecostes, que foi quando se cumpriu a profecia do profeta Joel e o Espirito Santo foi derramado sobre a igreja. A igreja tem algumas características como: - É visível ou invisível - E universal e é local - É divina, e também humana Tais qualidades fazem dela uma instituição especial e torna os cristãos um povo especial, escolhido por Deus. “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz.” (1 Pe 2.9) - A igreja não é um prédio Quando Paulo se refere a Priscila e Áquia em Romanos 16:5ª: “Saudai também a igreja que está em sua casa” - A igreja é a casa de Deus “Mas, se tardar, para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade. (1 Tm 3:15) - É o santuário e habitação do Senhor “No qual odo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós justamente sois edificados para moradia de Deus no Espírito.” (Ef 2:21-22) - É uma casa espiritual “Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo” (1 PE, 2:5 a) - Deus habita e mantém comunhão com aqueles que fazem a vontade dele. Ou seja, Deus habita na sua igreja, no meio do seu povo. “Jesus respondeu e disse-lhe: e alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada” (Jo 14:23). “Eis que estou a porta e bato, se alguém ouvir minha voz e abrir a posta, entrarei em sua casa e com ele cearei, e ele, comigo” (Ap 3:20) Igreja apostólica Jesus formou uma sociedade de seguidores, os doutrinou quanto ao seu propósito, prometeu dar a sua igreja vitalidade. O seu maior presente foi o dom dele próprio, pois nEle a igreja teria de encontrar seus princípios, objetivos e seu poder. O seu maior proposito era ter em sua vida o Salvador e ser espelho dEle. Ele deixou sua igreja livre quanto a sua forma de culto e organização. - O início da igreja apostólica e sua extensão Em certo sentido a igreja teve seu início quando Jesus chamou os seus discípulos, porém é comum dizer que a história da igreja teve início no dia de Pentecostes, quando após a ressurreição e ascensão de Jesus aos céus, a igreja se reuniu em Jerusalém para orar e esperar o prometido poder que viria do alto. Após o Espirito Santo vir sobre ele, se iniciou a obra de pregação do evangelho e conversão. No início a pregação era restrita aos judeus, mas a perseguição foi o meio em que a igreja se expandiu levando sua obra missionária para diversos locais da Palestina, isso se deu após o primeiro mártir da igreja, Estevão. Na cidade de Antioquia, na Síria, foram pela primeira vez chamados de Cristãos. Eram também conhecidos como “da seita do caminho” Essa igreja, enviou Paulo e Barnabé, responsáveis por uma maciça obra missionara no meio dos gentios, sendo a partir dai que o Cristianismo começou a ser pregados a todos indistintamente. Podemos entender a grande importância disso com a passagem de Atos 10, onde Deus dá uma visão a Pedro. Atavés dessa obra missionára, por volta de 100d.C havia igrejas em cidades da ária Menor, Paltestina, Síria, Grécia, Roma, Itália, Alexandria, etc. A vida da igreja Dentro da igreja primitiva existia um grande número de pobres, muitos ex escravos e alguns poucos cristãos da classe alta, mas não havia distinção dentro da igreja. Eram geralmente pequenos grupos dentro de comunidades pagãs, conhecidos por sua moral polida e pura. Parte desse vigor era devido a grande expectativa quando a vinda do Senhor, essa predominante crença da igreja apostólica nunca deve ser esquecida. Os cristãos estavam em constante perseguição por parte dos judeus, e também eram odiados pelos pagãos devido a sua conduta moral, que era condenação as práticas e condutas pagãs, ou seja, o mundo odiava a igreja. A partir de Nero (54 a 68d.C), o governo romano começou a hostilizar o cristianismo, tentando eliminá-lo, promovendo uma cruel e sangrenta perseguição. O culto na igreja A pobreza e a perseguição não permitiram que a igreja primitiva construísse templos, sendo assim as reuniões e cultos se davam em casa. Através das epistolas de Paulo, especialmente as enviadas aos coríntios, é deduzido que havia dois tipos de culto. Um era o culto de oração, e o outro era a Festa do amor. No culto de oração havia: - Oração - Hinos - Leitura e explicação das escrituras do AT. - Citações dos atos de Jesus - Leitura das cartas enviadas pelos Apóstolos. Nesses cultos era comum muito entusiasmo, que muitas vezes resultava em certa desordem, como vemos nas cartas aos coríntios. Não crentes também eram aceitos nesses cultos, e neles alguns confessavam a Cristo. Na festa do Amor, ou Fraternidade, o que acontecia era uma refeição comum, muito alegre, simbolizando o amor fraternal cristão. Desta somente os cristãos podiam participar. Cada um trazia uma parte da refeição. No final, era celebrada a Ceia do Senhor, e então era servido uma parte do pão que tinha sido consumido na Festa. Essa reunião acontecia no chamado “Dia do Senhor”, o primeiro dia da semana, que os cristãos guardavam como a Festa em memória da ressureição do Messias. A crença e o governo da igreja Eles criam em Deus Pai, Filho e Espirito Santo. Criam no perdão dos pecados. A base do seu ideal moral era o ensino de Jesus sobre o amor a todos os homens. Aguardavam a volta de Cristo para exercer o julgamento final e dar vida eterna a todos que nele creem. Todos seus pensamentos sobre a vida religiosa tinham como centro a pessoa de Cristo. Suas ideias doutrinárias eram simples. As heresias enfrentadas pela igreja foram: Os Judaizantes e o Gnosticismo. As igrejas primitivas eram independentes e tinham governo próprio, e os cristãos sempre afirmavam fazer parte de uma punica igreja universal, pois eram um em Cristo. Os Apóstolos, devido ao contato que tiveram com Cristo exerciam certa autoridade, como podemos ver na reunião de Atos 15. A autoridade desses homens não era derivada de seus cargos, nem se expressava numa organização formal. Existia uma organização eclesiástica, profetas e mestres. Os profetas e mestres esclareciam o significado do evangelho aos membros da igreja. O ministério desses oficiais não se restringia a uma congregação só, vemos casos de viagens e ação deles a serviço da Causa. É também citado um ministério a respeito dos negócios das congregações, emboranão se saiba muita coisa a cerca disso, parece que não havia um padrão de organização para todas as igrejas. Em algumas igrejas existiam dois grupos de oficiais, os anciãos ou presbíteros e os diáconos. Declínio da igreja antiga Em 313 d.C foi estabelecida total liberdade religiosa no império romano, cessando a perseguição, o que permitiu a construção de templos e obras de caridade por parte da igreja, que era ajudada através do Império, com ofertas e com isenção se impostos. Nesse ponto a religião Cristã já era extensa Antes a igreja vivia em conflito com o mundo, com Constantino ela passou a ter domínio sobre o mundo. Constantino começou a se envolver nos assuntos da igreja, apesar de não tornar o Cristianismo a religião oficial de Roma. Com isso o Cristianismo se desenvolveu rapidamente através da obra missionária, mas de outro lado, isso trouxe grande malefícios que culminaram em seu declínio. O poder oficial contribuiu para que o número de Cristãos aumentasse. Logo que Constantino se constituiu patrono do Cristianismo, entraram na igreja heresias. Os sucessores do imperador tomaram seu exemplo, e era frequente a intervenção do império nos negócios da igreja. O Cristianismo começava aos poucos a se tornar a religião oficial do império romano. Quando o Cristianismo veio ser uma parte da lei imperial, por volta de 400, o culto pagão e seus templos foram destruídos. O que parecia uma vitória, foi a derrocada do Cristianismo, pois adentraram a igreja multidões de pessoas que nada conheciam de Cristo e que carregavam o paganismo. É certo que fora dos territórios Romanos houveram comunidades cristãs genuínas que experimentavam um Cristianismo profundo e pleno, diferente do Cristianismo superficial que se via em outras partes, como no caso de Clovis (496), rei dos francos, que obrigou seu povo a aceitar o Cristianismo após um voto feito antes de uma batalha. Surgimento dos monges, monarquismo. No meio dessa situação caótica da igreja e da sociedade, onde haviam guerras constantes, práticas pagãs, existiam pessoas sedentas por uma vida mais elevada, piedosa, santa, ansiosos pela salvação. A vida dos monges era uma vida separada do mundo, pois eles pensavam que longe da sociedade seria mais fácil conseguir o que buscaram, a salvação. Chegou-se assim, a penar, que a verdadeira vida religiosa era renunciar todos os bens, moram em alojamentos pobres, vestir-se com simplicidade, alimentar-se pouco, dormir pouco, flagelar-se em penitencia e viver em celibato. Crença da igreja Nessa época se iniciou os concílios. Um dos prejuízos foi a tendência de se pensar que a coisa mais importante do Cristianismo era defender e guardar as definições corretas da verdade cristã. A prova da fé cristã e uma pessoa não era tanto sua lealdade a cristo em espirito e pelo comportamento moral, senão sua sujeição ao que a Igreja declarava ser a doutrina correta. Aqueles que discordavam eram vistos como hereges e expulsos da igreja, mesmo que sua vida fosse um exemplo de testemunho. Culto da igreja: Surgiram muitas liturgias e formas de oração, o elemento musical do culto tornou-se mais notável, com coros, cânticos, hinos. Os templos tornaram-se maior, mais cheios, com arquitetura mais rebuscada. A celebração da eucaristia tornou-se cerimônia imponente com formas fixas. Mas o paganismo afetou o culto cristão. O culto aos santos é um exemplo, pois ao povo pagão foi muito fácil começar a venerar os mártires. Os santos passaram a ser considerados pequenas divindades, cuja interseção era valiosa diante de Deus, os lugares onde viveram e nasciam passaram a ser considerados santos e objetivos de peregrinação. Objetos como relíquias passaram a ser venerados e a receber atributos sobrenaturais. A ideia do culto aos santos foi mais assentada no caso da Virgem Maria. Organização: Pode-se destacar a centralização do poder e o engradecimento do bispo de Roma como argumento de que Jesus elevou Pedro sobre todos os apóstolos, tendo ele uma autoridade superior, daí veio o Papado. A situação foi se agravando com o tempo, o conhecimento das escrituras foi ficando restrito a certos cargos elevados, o corpo eclesiástico da igreja entrou em total depravação, a igreja se fundiu ao Estado passando a perseguir e matar opositores, a igreja passou por uma real “idade das trevas”. A era da reforma (1517-1648) - Lutero Descendente de camponeses, tornou-se monge pois como já dito, para um homem medieval e o caminho para a salvação era a vida monástica. Lutero tinha como uma de suas características principais a autocrítica por causa do pecado, ele vivia uma vida perturbada por achar que estava constantemente sobre a Ira de Deus. Lutero também teve uma vida bem religiosa no sentido de venerar relíquias, pagar penitências, subir uma escadaria para tirar seu pai do purgatório, etc. É importante saber disso pois essa vivência religiosa de Lutero o diferenciou de outros reformadores mais radicais. Através do vigário-geral da sua ordem, Stauptiz, aprendeu que Deus era misericordioso e aprendeu a verdade sobre a Graça divina, se livrando a angustia a qual vivia, pensando que Deus só fazia castigar o homem pelos seus pecados. No final de 1512 enquanto lia Romanos, encontro ua seguinte frase “O justo viverá pela fé” (Rm 1:17), que foi a base para sua luta pela reforma. Contra essa verdade pairava a tradição da igreja medieval, onde o homem só pode alvcançar a salvação pelas obras e sacramentos que a igreja prescrevia, pela compra de indugências, etc. Lutero resolveu enfrentar esse grande erro, colocando ás portas da igreja de ittenberg, as 95 teses. Nelas ele declarava que as indugências eram nulas para feito de remover a culpa ou afetar a situação das almas no purgatório, e que o cristão arrependido tinha o seu perdão vindo diretamente de Deus, sem a intervenção de indulgências. Lutero também provava que todos os cristãos são sacerdotes, tendo acesso à presença de Deus mediante a fé em Cristo. Negou que somente o papa pudesse interpretar as escrituras e afirmou que todo crente sincero podia as interpretar através da iluminação da fé, por elas conhecer a vontade de Deus. Começou a denunciar a corrupção do papado e a falibilidade dos concílios, começando então a organizar a igreja Alemã. “É impossível retratar-me, a não ser que me provem que estou laborando em erro, pelo testemunho das escrituras ou por uma razão evidente; não posso confiar nas decisões dos concílios e dos papas, pois é evidente que eles não somente tem errado, mas te têm contradito uns aos outros. Minha consciência está alicerçada na Palavra de Deus, e não é seguro nem honesto agir contra a própria consciência. Assim, Deus me ajude, amém.” Lutero conseguiu grande apoio da população, o que permitiu reformar a igreja alemã mesmo com o Papa querendo sua cabeça. Ele ainda traduziu a bíblia inteira na linguagem do seu povo, fazendo com que a frente da igreja estivessem ministros munidos da palavras e chagando a ter influência para fora da Alemanha. Grande parte da sua influência se deu ao seus hinos. - Zuínglío Foi um reformador suíço. Se diferenciou de Lutero por causa de algumas características básicas: Foi educado por mestres humanistas que nutriram nele um pensamento revolucionário e não teve nenhuma experiência religiosa profunda na sua mocidade. Tinha como base para luta reformista o princípio fundamental dareforma: O sacerdócio de todos os cristãos. - Os homens são salvos pela fé em Deus, por meio de Cristo e não pelas obras exigidas pela Igreja Romana. - Exaltou a autoridade da Bíblia acima da autoridade da Igreja Papal. Ele realizou na Suiça modificações no tocante ao culto muito maiores e radicais do que as de Lutero, que era mais conservador. Zuínglio procurava remover tudo que cheirasse à velha ordem religiosa e não tivesse apoio bíblico. Lutero e Zuínglio sivergim em algumas ideias. Sendo assim, çor volta de 1529 se reuniram e concordoram em catorze dos 15 artigos que definiam os assuntos básicos da fé cristã. Eles discordaram entre si a cerca da Ceia do Senhor, Zuínglui defendia que o sacramento era apenas um memoriam da morte do Senhor e que sua presenã era unicamente espiritual. Já litero, mesmo rejeitando a ideia medieval da transubistanciação, ainda sustentava que o verdadeiro corpo e sangue era recebido pelos comungantes. Isso foi o suficiente para não haver uma aliança entre luteranos e zuingluanos. Ai teve início uma das muitas divisões do Protestantismo nos ramos “Luterano” e “Reormado”. Eles chegaram a se aliar na guerra contra Carlos V, mas nunca se uniram, sempre caminhando paralelamente. Zuínglio morreu em campo de batalha contra os católicos. - Calvino Pouco depois da morte de Zuíngluo, surgiu um grande reformador na França. Vindo de uma família rica, ligada a nobreza, teve uma educação de ponta. Os meios pelos quais se propusera tornar Genebra uma comunidade Cristã eram: uma igreja totalmente reorganizada, leis que expressassem a moral bíblica e um sistema educacional de primeira ordem. Calvino criou o cargo do moderno ministro protestante, também do presbítero, cujo dever era vigiar a conduta do povo e dos ministros, logo depois cuidou da administração da beneficência da igreja por meio de diáconos. Teve grande importância na educação da igreja, pois pensava que a verdadeira religião e a educação estavam intimamente relacionadas. Seus planos resultaram no estabelecimento de um sistema escolar livre e completo, culminando na Academia, que é a universidade, onde não faltavam cursos de teologia. Por sua obra em Genebra, Calvino obteve três benefícios para o Protestantismo em geral. A vida moral da cidade foi um exemplo do que a fé reformada podia realizar, e daí o poder de sua propaganda. Genebra foi a cidade refúgio para os perseguidos. Foi também um lugar de preparo sólido para os líderes do Protestantismo. Pilares da reforma : As 5 Solas 1 - Soli Deo Gloria (Glória somente a Deus) A igreja romana ensinava e exigia uma devoção ao clero e aos homens santos que poderiam interferir diante de Deus para perdão de pecados e obtenção de bênçãos para os homens. Quando se estava na presença do papa e dos cardeais a reverência deveria ser tamanha, beirando as raias de adoração, onde se demonstraria uma total submissão a estes. Fundamentado nas Escrituras Ef 2. 1-10; Jo 4.24; Sl 90.2; Tg 1.17 e tantos outros textos, os Reformadores concluem que somente a Deus devemos dar glória. Não podemos dispensar glórias a homens, pois não passam de míseros pecadores e são como trapos imundos e carecem da misericórdia e da gloria de Deus. 2 - Sola Fide (Somente a Fé) O homem só pode ser salvo mediante a fé (a exclusividade da ação pela fé), sua alma só poderá ser liberta das chamas do inferno e das garras de Satanás mediante a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Não são penitências, sacrifícios ou compra de indulgências, que livrarão o homem da condenação eterna, mas a salvação é através da fé (Ef 2.8). Após meditar no texto que diz: "O justo viverá da fé", Martinho Lutero percebeu que a justiça de Deus nessa passagem, é a justiça que o homem piedoso recebe de Deus, pela fé como dádiva. 3 - Sola Gratia (Somente a Graça) A única causa eficiente da salvação é a graça de Deus. Ninguém pode ser salvo por mérito próprio, por obras, sacrifícios penitências ou compra de indulgências. A única causa eficaz da salvação é a graça de Deus sobre o pecador, (Ef 2.8). Pela graça somos salvos mediante a fé, e isso não vem do homem é dom de Deus. Nenhuma obra por mais justa e santa que possa parecer poderá dar ao homem livre acesso a salvação e ao reino dos céus, ocorrerá isso somente pela graça de Deus. "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se gloria". Ef 2.8 e 9 4 - Sola Christus (Somente Cristo) Esse "somente" mostra a suficiência e exclusividade de Cristo no processo de salvação. Desde a eternidade Deus promove a aliança da redenção, onde o beneficiário seria o homem e o executor dessa aliança seria seu Filho unigênito "Jesus Cristo, o Messias prometido", portanto somente Cristo é o instrumento de nossa salvação. O homem nada poderá fazer para sua salvação, pois Jesus Cristo realizou a obra da redenção ao ser sacrificado na cruz do calvário, vertendo o seu sangue como sacrifício por nossos pecados. "E não há salvação em nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dentre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos" At 4.12. 5 - Sola Scriptura (Somente as Escrituras) Somente as Escrituras são regra de fé e prática para o crente. As tradições as bulas e os escritos papais mão têm, não podem ser ou mesmo servirem de instrumento de fé e prática para o rebanho de Cristo, somente as Escrituras Sagradas. Elas foram escritas por homens inspirados por Deus, são instrumentos de revelação da vontade de Deus para nossa vida. Ao lê-la somos iluminados pelo Espírito Santo para entendê-la. Martinho Lutero escreve: "Então, achei-me recém-nascido e no paraíso, toda as Escrituras tinham para mim outroaspecto, perscrutava-as para ver tudo quanto ensinam sobre a justiça de Deus" Podemos ler em 2Tm 3. 16-17: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" Grupos e doutrinas importantes nos tempos da reforma: Não demorou muito para haver divisões mais fortes dentro da reforma, principalmente devido a busca por uma doutrina polida em detrimento de uma experiência pessoal com o cristianismo. Muitas discursões teológicas vãs culminaram para um declínio pós reforma. Calvinismo x Arminianismo 1 – Depravação total – Todos os homens nascem totalmente depravados, incapazes de se salvar ou de escolher o bem em questões espirituais; 2 – Eleição incondicional– Deus escolheu dentre todos os seres humanos decaídos um grande número de pecadores por graça pura, sem levar em conta qualquer mérito, obra ou fé prevista neles; 3 – Expiação limitada – Jesus Cristo morreu na cruz para pagar o preço do resgate somente dos eleitos; 4 – Graça Irresistível – A Graça de Deus é irresistível para os eleitos, isto é, o Espírito Santo acaba convencendo e infundindo a fé salvadora neles; 5 – Perseverance of Saints (Perseverança dos Santos) – Todos os eleitos vão perseverar na fé até o fim e chegar ao céu. Nenhum perderá a salvação. O Arminianismo é o sistema de Teologia formulado por Jacobus Arminius (1560 - 1609), teólogo da Igreja holandesa, que resolveu refutar o sistema de Calvino. Armínio apresentou seu sistema em 5 pontos: 1 – Capacidade humana, Livre-arbítrio - Todos os homens embora sejam pecadores, ainda são livres para aceitar ou recusar a salvação que Deus oferece (por meio da Graça Preveniente); 2 – Eleição condicional - Deuselegeu os homens que ele previu que teriam fé em Cristo; 3 – Expiação ilimitada – Cristo morreu por todos os homens e não somente pelos eleitos; 4 – Graça resistível – Os homens podem resistir à Graça de Deus para não serem salvos; 5 – Decair da Graça (remonstrantes que propuseram isso, Armínio acreditava na doutrina da Perseverança dos Santos) – Homens salvos podem perder a salvação caso não perseverem na fé até o fim. Após o Sínodo de Dort se reunir em 154 Sessões num “completo exame das doutrinas de Arminius e comparar cuidadosamente seus ensinos com os ensinos das Escrituras Sagradas, chegaram à conclusão que os ensinos de Arminius eram heréticos”. “E não somente isto, mas o Concílio impôs censura eclesiástica aos ‘remonstrantes' depondo-os dos seus cargos, e a autoridade civil (governo) os baniu do país por cerca de seis anos”. Hoje o Arminianismo é o sistema teológico adotado pela maior parte das igrejas evangélicas Puritanismo Ênfase principal: preocupação com a pureza e integridade da igreja, do indivíduo e da sociedade. Movimento muito influente na Inglaterra; principal tradição religiosa na história dos Estados Unidos, era em prol da reforma completa da Igreja da Inglaterra que teve início no reinado de Elizabete I (1558) e continuou por mais de um século como uma grande força religiosa na Inglaterra e também nos Estados Unidos. O movimento foi calvinista quanto à teologia e presbiteriano ou congregacional quanto ao governo eclesiástico. O puritanismo influenciou a tradição reformada no culto, governo eclesiástico, teologia, ética e espiritualidade. Quatro convicções básicas: (1) a salvação pessoal vem inteiramente de Deus; (2) a Bíblia constitui o guia indispensável para a vida; (3) a igreja deve refletir o ensino expresso das Escrituras; (4) a sociedade é um todo unificado. A Bíblia, interpretada no espírito dos teólogos reformados continentais, era considerada a única fonte legítima para a doutrina, liturgia, governo eclesiástico e espiritualidade pessoal. Incentivavam a leitura doméstica da Bíblia de Genebra (1560), uma edição comentada. Além da pregação expositiva regular aos domingos, havia a instrução dos membros em seus lares durante a semana. Deram grande ênfase à preparação de ministros pregadores A ênfase prática da teologia puritana levou-a a dar grande atenção à ética pessoal e social em casos de consciência, discussões sobre vocação e o relacionamento entre a família, a igreja e a comunidade no propósito redentor de Deus. Presbiterianismo O termo presbiteriano foi adotado pelos reformados nas Ilhas Britânicas (Escócia, Inglaterra e Irlanda). Isso se deve ao contexto político-religioso em que o protestantismo foi introduzido naquela região, no qual a forma de governo da igreja teve uma importância preponderante. Os reis ingleses e escoceses preferiam o sistema episcopal, ou seja, uma igreja governada por bispos e arcebispos, o que permitia um maior controle da igreja pelo estado. Já o sistema presbiteriano, isto é, o governo da igreja por presbíteros eleitos pela comunidade e reunidos em concílios, significava um governo mais democrático e autônomo em relação aos governantes civis. Das Ilhas Britânicas, o presbiterianismo foi para os Estados Unidos e dali para muitas partes do mundo, inclusive o Brasil. Reformados e calvinistas. Batismo infantil Se o batismo é símbolo da fé, então como entender Romanos 4.11. A circuncisão é vista como o símbolo da fé que Abraão teve, e este símbolo foi aplicado aos bêbes do V.T, logo, a criança deve ser batizada. O batismo é o cumprimento da circuncisão. Paulo no N.T diz que o “batismo” é a “circuncisão de Cristo” Colossenses 2.11-12. O apóstolo Base na eclesiologia: IRINEU( do 1 século) - Escreveu sobre o batismo infantil dizendo que Cristo mandou a igreja batizar todos os que foram alvos do evangelho, e assim, as criancinhas deveriam ser batizadas, ele declara isso em seu livro “Contra as Heresias, Livro III, Capítulo 9”. JUSTINO, O MARTIR – Confirma o testemunho de Irineu dizendo que ele está referindo-se ao batismo de Criancinhas, ele diz isso no seu livro “Apologia I”. TERTULIANO – Ele é um teólogo do 3 século, defendia que seria melhor aos homens serem batizados mais tarde, pois, entendia que o batismo perdoa os pecados, e assim diz que as criancinhas deveriam ser batizadas mais tarde. Pelo testemunho de Tertuliano percebemos que o batismo de Crianças era uma prática comum na história da Igreja Lembremos que isso não é do período da Igreja Católica Romana, mas é muito antes. ORIGENES – Escreve dizendo que a “Igreja tinha dos apóstolos a tradição(ordem) para administrar o batismo as criancinhas”. As tradições não devem ser abandonadas, especialmente, aquelas advindas dos apóstolos 2 Tess. 2.15;3.6 O CONCILIO DE CATARGO – Esse concílio responde a uma carta de Fido sobre que tempo deve-se esperar para batizar uma criancinha, o concílio com 66 bispos, decidiram unanimente que a Criança poderia ser batizada antes do oitavo dia de nascido. PELÁGIO – No ano 350 escreveu o seguinte: “Nunca tive conhecimento de alguém, nem mesmo o mais ímpio herege, que negasse o batismo às criancinhas”. AGOSTINHO – Conhecido como o doutor da graça escreveu defendendo o Batismo infantil como sendo a fonte de redenção dos pequeninos. Anabatistas Os Anabatistas era um grupo de cristãos que se levantaram contra algumas doutrinas da Igreja Católica. Entre essas doutrinas, estava a do batismo infantil. Por considerar o batismo infantil sem qualquer base bíblica, os Anabatistas batizavam os convertidos que tivessem idade adulta. O nome "anabatista" surgiu por causa do costume de "rebatizar" os seus seguidores. O ideal deles era se organizar em sociedades de cristãos verdadeiramente convertidos, em bases voluntárias. Essas sociedades seriam santos agrupamentos que seguiriam os ensinos do novo testamento, e particularmente os do Sermão do Monte. Nelas seriam reproduzidos o modo de viver dos cristãos primitivos. Todos os membros deveriam viver segundo o evangelho. Não lançariam mão da força, ou seja, não iriam à guerra. Em decorrência da ideia que tinham sobre a igreja, não admitiam a existência de uma Igreja oficial, reconhecida pelo Estado. Uma igreja sobre o controle do poder civil, que poderia ser ou deixar de ser cristão, diziam eles, não poderia ser a verdadeira igreja, por essa razão se separaram e não queriam aproximação com as igrejas reformadas, que eram reconhecidas pelo Estado. Zuinglio desistiu da sua primitiva concepção da falta de fundamento bíblico para o batismo infantil visto que com isso muitas pessoas perderiam sua cidadania garantida pelo batismo na infância. Mas, luteranos e Zuínglianos, enquanto protestavam na dieta de 1529, concordaram com a perseguição aos anabatistas. A igreja católica os massacrou e muitos morreram nas mãos dos próprios protestantes. Mas o movimento resistiu e em 1611 foram fundadas em londres as primeiras igrejas batistas. O modelo de igreja anabatista ou batista está ligado ao congregacionalismo é o regime de governo eclesiástico conhecido onde cada congregação local é autônoma e independente. A igreja local possui autonomia para sua própria reflexão teológica, expansão missionária, relação com outras congregações e seleção de seu ministério. O congregacionalismo está baseado nos seguintes princípios: Cada congregação de fiéis, unida pela adoração, observação dos sacramentos e disciplina cristã, é uma Igreja completa, não subordinada em sua administração a qualquer outra autoridade eclesiástica senãoa de sua própria assembleia, que é a autoridade decisória final do governo de cada igreja local. Não existe nenhuma outra organização ou entidade maior ou mais extensa do que uma Igreja local a quem pode ser dada prerrogativas eclesiásticas ou ser chamada de Igreja. As igrejas locais estão em comunhão umas com as outras, são interdependentes e estão Inter comprometidas no cumprimento de todos os deveres resultantes dessa comunhão. Por isso, se organizam em concílios, sínodos ou associações. Entretanto, essas organizações não são Igrejas, mas são formadas por elas e estão a serviço delas. Pietismo (1680) Insistia na verdade da regeneração, insistia no fato de que, ser nascido de Deus e levar uma vida de santidade e serviço, era infiitamente mais importante do que ter pontos de vista ortodoxos quanto à doutrina. Embora seja difícil de acreditar, essa ideia era, então, nova e muito estranha. Encontrou resistência dos teólogos ortodoxos e inspirou crentes à realização de obras cristãs e as missões, tendo certa influência em grandes missionários como Jon Wesley. Pentecostalismo O pentecostalismo é um movimento de renovação de dentro do cristianismo que coloca ênfase especial em uma experiência direta e pessoal de Deus através do Batismo no Espírito Santo.1 Tem sua origem nos Estados Unidos e o termo Pentecostal é derivado de Pentecostes, um termo grego que descreve a festa judaica das semanas. Para os cristãos, este evento comemora a descida do Espírito Santo sobre os seguidores de Jesus Cristo, conforme descrito no Atos 2.2 Pentecostais tendem a ver que seu movimento reflete o mesmo tipo de poder espiritual, estilo de adoração e ensinamentos que foram encontrados na Igreja primitiva. Por este motivo, alguns pentecostais também usam o termo Apostólica ou Evangelho Pleno para descrever seu movimento Tem como bases bíblicas: - A promessa do derramamento do Espirito Santo feita por Joel - A revelação a João Batista a cerca do que viria para batizar com o Espirito Santo - A promessa de Cristo quanto ao revestimento de poder e dons. - A manifestação dos dons contidas em Atos, como exemplo a passagem da casa de Cornélio, da igreja em Éfeso e da Igreja que estava em Samaria. O avivamento na rua Azusa foi o primeiro avivamento pentecostal moderno a receber atenção significativa, e muitas pessoas de todo o mundo tornaram-se atraídas por ele. A imprensa de Los Angeles deu muita atenção ao aviamento de Seymour, o que ajudou a alimentar o seu crescimento Pentecostais enfatizam o ensino do "evangelho pleno" ou "evangelho quadrangular". O termo "quadrangular" refere-se as quatro crenças fundamentais do pentecostalismo: Jesus salva, conforme João 3:16; batiza com o Espírito Santo, conforme Atos 2:4; cura o corpo, conforme Tiago 5:15; e está vindo novamente para aqueles que foram salvos, conforme I Tessalonicenses 4:16–17. Eles são evangélicos na medida em que enfatizam a confiabilidade da Bíblia e a necessidade de transformação de vida do indivíduo por meio da fé em Jesus. A crença central do pentecostalismo é que através da morte, sepultamento e ressurreição de Jesus Cristo, os pecados podem ser perdoados e a humanidade reconciliada com Deus. Este é o Evangelho ou "boa notícia". A exigência fundamental do pentecostalismo é que as pessoas sejam nascidas de novo. O novo nascimento é recebido pela graça de Deus mediante a fé em Cristo e a sua aceitação como Senhor e Salvador pessoal.62 No nascer de novo, o crente é regenerado, justificado, adotado na família de Deus, e santificado.63 A soteriologia pentecostal é geralmente mais arminiana que calvinista.64 A segurança do crente é uma doutrina realizada dentro do pentecostalismo, no entanto, fé e arrependimento são necessários para a salvação e continuam a ser necessários para a continuação dessa salvação. Pentecostais acreditam em um céu e um inferno literais, o primeiro para aqueles que aceitaram o dom divino da salvação, e o segundo para aqueles que o têm rejeitado. Também, a maioria não acredita que o batismo no Espírito ou falar em línguas seja necessário para a salvação; contudo, os crentes são incentivados a procurar essas experiências De acordo com os pentecostais, todas as manifestações do Espírito devem ser julgadas pela igreja. Isto é possível, em parte, pelo dom de discernimento de espíritos, que é a capacidade de discernir a se fonte de uma manifestação espiritual é o Espírito Santo, um espírito maligno, ou o espírito humano Cessacionalismo É a visão cristã de teólogos reformados e batistas fundamentalistas, geralmente de origem puritana. Formulam que alguns dons do Espírito Santo foram úteis apenas para os primórdios da igreja cristã, tendo cessado essa manifestação no período da Igreja Primitiva. .Os cessacionistas mais radicais não aceitam o dom de curas na igreja moderna. Outros cessacionistas defendem a tese de que o dom de profecia cessou na boca de profetas humanos, sendo restrita à manifestação da profecia escrita na Bíblia Sagrada. 4 É unânime entre os cessacionistas que o dom de línguas, nos moldes do falar em línguas, se encerrou nos tempos apostólicos. Entendem os cessacionista que tais e restritos dons serviam a um propósito, a fundação da Igreja Primitiva, em momento que os apóstolos teriam que cumprir o ide sem possuir qualificação de doutores ou mestres. O encerramento do livro teria fechado toda profecia fora da palavra.
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