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4. Radiologia II

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Diagnosticar vários exemplos de patologia é sempre limitado. Nós, na Radiologia, vemos o 
doente todo, fazemos uma projeção, fazemos cortes do doente. Na Anatomia e na Patologia usam-se 
imagens que nem sempre são completamente ajustadas àquilo que é real, nós tentamos então obter o 
máximo de informação anatómica e patológica existente para poder fornecer diagnósticos 
diferenciais, estadiamentos, diagnósticos clínicos, quer seja desde o ortopedista, o ginecologista, o 
pneumologista, o cardiologista, o otorrinolaringologista… A nossa obrigação é tentar pegar em 
imagens e chegar ao diagnóstico mais provável. 
Isto é a imagem de uma radiografia do tórax, radiografia que já não usa o detetor eletrónico, 
e o que nós vemos aqui, reparem, é que nós estamos a pegar num corpo que é tridimensional de 
uma pessoa que tem um tumor, e estamos a reproduzir o tumor numa imagem de 2D que tem um x 
e um y, estando ele numa imagem única. De qualquer das formas percebam que tem de se explicar 
radiografia porque a TAC se baseia em raio x, e vou já explicar qual é a diferença da TAC. Mas na 
radiografia nós temos densidades básicas que corresponde ao ar, depois temos outra densidade que 
é a gordura do nosso corpo, que pode estar mais localizada, pode ser muscular ou torácica. Temos 
densidade dos tecidos moles, não conseguimos diferenciar, pelo menos, o que é o istmo do que é o 
músculo, por isso é que quando ele projeta aqui esta zona da silhueta diafragmática, a silhueta 
cardíaca, a crossa da aorta, não se distingue. Temos densidade de osso, temos densidade metálica… 
E só quando as estruturas têm diferença de densidades entre si é que nós as conseguimos 
diferenciar. Reparem, nós não conseguimos diferenciar o coração da veia cava inferior no 
diafragma, porque tem uma densidade semelhante. Mas conseguimos diferenciar muito bem o 
diafragma do pulmão porque tem uma diferença do número atómico das estruturas. Isto é uma pedra 
nos rins na imagem, e se nós fizermos uma radiografia vamos ver que o ar ficará preto e a pedra 
ficará mais clara, tem a ver com a diferença do número atómico. O que é que é um raio x? É uma 
descarga elétrica de eletrões, de radiação ionizante que vai passar pelo corpo e formam uma única 
imagem. O problema é quando há uma grande sobreposição das estruturas, que são tridimensionais, 
e em que, muitas vezes, grande parte das estruturas vão ficar representadas na imagem, como neste 
caso da caixa torácica. Reparem aqui nesta zona do esterno e dos corpos vertebrais, vocês quase que 
não conseguem distinguir o corpo esternal do manúbrio do esterno porque está sobreposto também 
em relação aos corpos vertebrais. 
TAC 
Este aqui é o Sr. Hansel que era engenheiro e ficou conhecido por uma técnica chamada IMI 
(imagens médicas integradas?), e ele, graças ao dinheiro que estes 4 homens fizeram com esta 
técnica, ganharam balúrdios, então teve dinheiro para fazer aquilo que queria, e então o que é que 
ele queria? Ele pensou que se nós pegássemos num feixe de raio x a atravessar um objeto e se 
fizéssemos várias projeções numa imagem única, íamos ter uma imagem 3D, íamos ter mais 
informação. Se vocês pegarem uma imagem de um carro e virem de frente vão ver faróis, se 
 
 MCD 
S4 - Radiologia II 
Turma 13/15 
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pegarem numa zona lateral vão ver 2 pneus de lado, vão ver informação mais pormenorizada. E 
então isto é o protótipo, é o primeiro treino de TAC, baseou-se em objetos reais, esta associa-se a 
um movimento de translação e cada vez que se fazia uma translação também se fazia uma rotação e 
obteve-se a primeira imagem de TAC. Mais tarde, no segundo objecto, que já tinha um feixe de 
raio-x, esteve durante 9 dias a obter esta imagem, demorou 9 dias para ter esta imagem do TAC. 
Fazemos a ampola mexer à volta do doente, nós precisamos apenas de aproximadamente 180º, 
porque o feixe passa e após 180º a informação começa a ser redundante. E nós adquiríamos, 
imaginemos, fazíamos uma imagem por cada grau, 180 imagens e depois por equações complexas 
temos uma imagem do corpo. E o que é que isto é? (…) estamos neste caso a fazer cortes axiais e 
vamos fazer vários cortes por exemplo ao longo do tórax e cada corte corresponde a uma fatia do 
corpo. Imaginem um bocado de fiambre! E nós estamos a cortar o doente às fatias. Se eu quiser uma 
fatia de 10mm eu nessa imagem tenho toda uma informação de densidades desses 10mm, se eu fizer 
de 3mm tenho informação de densidades de 3mm e por isso uma imagem de 3mm é uma 
aproximação melhor do real (…). 
Este foi o primeiro aparelho de TAC, demorava 10 a 15 min e se o doente se mexesse a 
imagem ficava estragada, agora em 20segundos é possível fazer uma imagem do crânio à ponta dos 
pés. Enquanto que aqui era imagem a imagem, corte a corte, demorava um bocadinho… e se fosse 
preciso imobilizar o doente a tortura ainda era maior. E pronto, isto foi uma das primeiras imagens 
de patologias, um tumor; o que é que se fez inicialmente? Pôs-se o doente numa gantre, a gantre 
tem uma ampola, tem um detetor, e por isso demorava muito tempo (…). 
Porque é que era preciso fazer este para a frente e para trás? Porque isto está ligado a fios 
elétricos e sendo assim se andasse sempre à volta os fios iam arrancar e ia estragar (…). Até que se 
conseguiu obter a informação sem recorrer a essa modelagem e convencionou-se a TAC fazer 
cortes com (…). Reparem! Deixamos de ter cortes transversais ao doente e passamos a ter espirais. 
E o que é que isso quer dizer? O primeiro avanço foi ter TAC´s helicoidais o que permitia fazer 
TAC´s muito mais rápidas. E porque é que nós temos necessidade de ter velocidades diferentes? 
Porque nem todo o organismo está “parado”, nós não podemos pedir a um tórax para estar parado, 
nem um abdómen para estar parado – temos pulsatilidade dos vasos, temos peristaltismo… temos 
mesmo que fazer cortes rápidos a bem da qualidade da imagem. Depois uma das coisas que vos vou 
mostrar, nós ao darmos o contraste endovenoso, nós dependendo do timing após o contraste, a 
informação diagnóstica é completamente diferente. Portanto isto é uma TAC moderna. Se temos 
uma imagem, podemos cortar uma imagem aos pedaços e ver segmentos da imagem com maior 
qualidade. 
Pronto, isto será uma imagem anatómica e isto é o doente “cortado às fatias” – reparem na 
semelhança. A diferença que nós temos aqui é que este doente está vivo, estamos a dar contraste 
(que penetra nas câmaras cardíacas, na aorta, nos vasos aórticos e quase que estamos a preencher os 
rins). Qual é a diferença entre estas duas imagens agora? É que esta é mais tardia. Reparem que 
enquanto nesta temos contraste no córtex, nesta já temos contraste em todo o rim (homogéneo). 
Temos também um baço mais homogéneo. Numa não temos qualquer contraste nas veias supra-
hepáticas e na outra já temos. Se eu administrar contraste num determinado momento e recolher 
uma imagem aos 30 segundos, terei uma imagem. Se recolher 30 segundos depois, terei a outra 
imagem. E isso é importante, porque posso por exemplo ter lesões tumorais que aparecem numa 
imagem e não aparecem noutra. Por isso é que a informação que um médico dá a um radiologista é 
extremamente importante para ele poder planear o exame. Por exemplo, se tiver um paciente com 
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uma suspeita de melanoma, terei que fazer a recolha numa altura específica, já que este é um tumor 
intervascular, que capto na fase arterial. 
Claro que, daquelas imagens rudimentares, passamos para no dia de hoje conseguir fazer 
imagens em cortes axiais, mas nós neste momento conseguimos fazer cortes tão finos (cortes a 
0,6mm ou menos), que desta forma o computador fica com um volume de informação que nos faz 
brincar comela, usando construções 3D, podendo retirar ou acrescentar o osso, podendo avaliar o 
batimento cardíaco. Foi, por isso, um mundo novo da informação médica que se abriu com a TAC. 
O que é esta imagem? Estamos a ver o tórax. Cortes axiais do tórax, com as estruturas a 
poderem ser visualizadas. E podemos manipular aquilo que conseguimos ver, isto porque nós 
estamos a projetar as imagens numa janela e temos aquilo a nós chamamos “nível de janela”, ou 
nível de amplitude de janela, podendo centrar a densidade ao tipo de órgão que nós queremos 
visualizar. Se quisermos ver o osso, centramos o nível de janela no osso. Reparem que nós aqui não 
temos qualquer definição óssea... 
E até conseguimos perceber (…). Nós aqui até conseguimos estabelecer as (…) das apófises 
transversas de arcos costais. E por isso cada uma das imagens, nós, no computador (…). Reparem, 
aqui vemos (…) mais densa, e por isso nem sequer se aperceberam dos vasos. Reparem numa coisa 
que também é importante saberem, nós quando vemos uma TAC, pensamos num doente, nós vemos 
um plano axial, estamos aos pés do doente, a sua cabeça está à nossa frente e por isso isto é sempre 
um plano anterior. O canto superior da imagem é sempre anterior e o canto inferior da imagem é 
sempre posterior. O direito da imagem é sempre o esquerdo do doente. As imagens são, entre si, 
diferentes, porque geralmente os cortes que estudamos são de 85 (?) mm de espessura, são ótimos 
para avaliar se tem nódulos, neoplasias… Mas nós quando queremos estudar mesmo a 
microanatomia, não é bem micro, é macro, mas são pormenores da anatomia mais pequena temos 
aquilo a que chamamos a TAC de alta resolução, que são cortes finos (…) cortes de 1 mm, cortes de 
5 mm, e é mais para estudar a arquitetura do parênquima pulmonar em situações patológicas como 
tromboses pulmonares, sarcoidose… 
Reparem na diferença entre (…). Reparem neste corte da bacia, que é uma janela da parte 
mole em que nós já vemos realmente o abdómen. Esta imagem não nos permite definir alterações 
porque tudo o que é acima de uma densidade (…). Nós para centrarmos a janela numa densidade 
superior nós conseguimos definir alterações (…). 
Portanto o que é que nós fazemos? Nós ao cortarmos um doente às fatias, essas fatias têm 
uma espessura, essa espessura vai corresponder a isto. Vocês já ouviram falar nos pixéis? Cada 
quadradinho do ecrã da televisão é um pixel certo? Nós de facto trabalhamos com a imagem em 
termos de pixéis. Esses pixéis são no fundo a formação de densidades. Se nós fizermos um corte de 
10 mm, 10 mm do doente são representados por 10 (?) de pixéis. Em vez de pixéis chamamos 
hounsfield (?). Porque é que eu quero dizer isto? Reparem, se eu apanhar este nódulo no limite ele 
vai aparecer-me como mais pequeno, certo? (?) Se eu apertar o nódulo no centro, o nódulo vai 
aparecer maior e mais denso. Isso faz com que quanto mais finos sejam os cortes, maior a 
representação da imagem. Se eu tiver dois cortes contínuos muito largos o nódulo pode nem sequer 
aparecer porque como eu estou a fazer uma mega densidade, a parte do parênquima e do nódulo 
quase não aparecem na representação, se eu fizer cortes mais finos eu tenho maior representação. 
Por exemplo, cortes de 10 mm ou cortes de 5 mm, eu aqui nem consigo perceber que existe uma 
articulação sacroilíaca enquanto no corte mais fino já consigo perceber. Porquê? Porque há menos 
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sobreposição de estruturas. Portanto se eu fizer cortes mais grossos vai haver sobreposição de 
estruturas. 
Outra coisa importante, em termos de imagem, é que nós damos mais doses de radiação, 
temos melhor qualidade de imagem, mas, existe sempre, sobretudo para grávidas, nós tentamos 
sempre dar a menor radiação possível que nos permita uma capacidade de diagnóstico. Dar muito 
menos radiação, com muito menos perigo. Aqui estão a ver o mesmo doente com três aquisições 
diferentes. Um estudo sem contraste endovenoso, temos uma fase em que vemos contraste numa 
fase arterial, portanto temos contraste na aorta, na mesentérica, na artéria esplénica, na artéria 
hepática comum, temos contraste na fase do córtex do rim, esta é a face cortico-medular, depois, se 
esperarmos no rim 30 segundos, temos contraste já das medulas. Reparem que se nós fizermos uma 
fase inicial, este baço parece ter uma massa, podemos dizer que não vimos massas esplénicas, e isto 
tem a ver apenas com uma fase muito precoce de captação, em que o baço não capta de forma 
homogénea. Outra coisa que têm de ter uma noção, a maior parte dos órgãos captam numa fase 
arterial, porque a sua irrigação é por uma artéria; porque é que o fígado não capta numa fase 
arterial? Porque 75% da irrigação hepática é pela porta e 25% é pela artéria hepática. Nós sabemos, 
portanto, que há tumores que captam, cuja vascularização tumoral é pelas artérias, e, por isso, nós 
devemos fazer aquisições nesses tumores, ou na suspeita desses tumores, numa fase arterial. 
(...) 
E qual é a importância disto? Vou-vos dizer que estes dois exames parecem dar mais, este 
doente é um doente com uma neoplasia da mama e este doente é um doente com uma neoplasia do 
rim. Se ele não tivesse feito as fases arteriais, ele não tinha visto esta metástase, nem tinha visto esta 
metástase. Aqui ele até podia suspeitar de uma ligeira alteração, mas nós, numa fase inicial, não 
teríamos visto a lesão (...) porque este nódulo capta apenas na fase arterial. (...) Esta doente foi fazer 
uma TAC, porque tinha suspeita de uma lesão hepática numa ecografia... vêem alguma lesão? (...) 
Portanto, estão a ver, numa fase arterial, nós vemos o córtex da lesão esplénica, e vemos que esta 
lesão (...) é uma lesão benigna. (...) Fizemos a TAC para caracterizá-la e passou totalmente por 
despercebida (...) em termos de densidade é claramente intermédia muito semelhante (...) cora 
sobretudo em fase arterial. Por isso reparem: rins sem contraste, rins com contraste numa fase 
precoce e rins numa fase mais tardia. Com isto quero dizer: nós não queremos fazer imagens, não 
queremos fazer cortes, muitos cortes, não queremos fazer muitas aquisições para todos os doentes; 
mas, dependendo dos doentes, pode ser importante fazer uma ou outra imagem, ou todas, está bem? 
Tentando fazer sempre o número mínimo de imagens. Este doente veio fazer uma TAC com 
suspeita de hematúria, e com suspeita de hematúria nós vamos sempre, no caso de hematúria, 
vamos pensar sempre nos tumores do sistema excretor, não do próprio córtex renal, mas do 
excretor. E o que é que vemos aqui? Quando ele começa a excretar, temos o contraste, e há aqui 
uma zona polipóide. 
 Como há uma suspeita de hematúria e uma das principais causas são os tumores do sistema 
excretor, não do próprio córtex ou parênquima renal, mas do sistema excretor. Então o que é que 
nós vemos quando ele começa a excretar? Vemos com o contraste que há aqui uma zona polipóide 
no bacinete. 
 Outro protocolo típico dirigido à informação clínica de suspeita de tromboembolismo 
pulmonar. O que é que nós estamos a estudar? As artérias pulmonares. E então temos que ver a 
aquisição mais precoce de todas. Reparem: temos contraste nas artérias pulmonares, mas não temos 
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na aorta. (…) mais tardio, vamos ter um contraste no tronco da artéria pulmonar e na crossa da 
aorta, mas aí tem umas imagens arteriais pulmonares mais (…). Tenho o tronco da artéria pulmonar, 
a artéria pulmonar esquerda, a artéria pulmonar direita. Para o que é que as setas apontam? Para as 
áreas que devíamos ter contraste e não temos. Isto são tudo êmbolos. (…) coágulos das veias da 
perna que migraram e que acabaram por entupir aqui. Por isso é que se chama trombo em sela. E 
este doente vem à Urgência com dispneia súbita e às vezes com síncope em casosmais graves. 
Reparem que a nossa capacidade (…) reparem não vemos um único artefacto. Este exame 
provavelmente foi feito por (…) cardíaco com (…) seriadas, por exemplo, apenas na fase da 
diástole. Vemos muito bem a aorta, o seio de Valsalva e artérias pulmonares. (…) As calcificações 
das artérias pulmonares e daí inferir o risco de enfarte e avaliar (…). Temos aqui o estudo das 
câmaras cardíacas, vemos aqui os vasos coronários. Temos uma reconstrução 3D que não é mais 
que a soma de todas as imagens axiais. Isto é um estudo angioTAC. O que é uma angioTAC? É 
uma TAC em que pomos em evidência as estruturas vasculares. Isto é uma angioTAC com 
reconstruções 3D que acabam por dar, que acabam por dar menos informação que estas. São mais 
bonitas, mas são menos anatómicas. Vemos aqui, por exemplo, a aorta descendente, os vasos das 
artérias ilíacas comuns. Vemos muito bem o tronco celíaco, os ramos do tronco celíaco, a artéria 
mesentérica superior, as artérias renais. Claro que, como é 3D, nós depois temos dificuldade em 
perceber se isto é uma artéria renal, se isto é uma segunda artéria renal. Precisamos muitas vezes de 
ir à fonte, às imagens que nós tínhamos. Neste doente estamos a estudar a artéria mesentérica 
superior (…). Estamos a estudar o tronco celíaco, a artéria esplénica, a artéria gástrica, a artéria 
hepática comum, a artéria hepática própria com o ramo esquerdo e o ramo direito. (…) O que é que 
estamos a estudar? Estamos a por em evidência, já não as artérias, mas o sistema porta. Por isso 
dependendo do que queremos estudar, se quisermos ver o sistema porta não precisamos de fazer 
esta imagem, basta esta. 
 Esta doente veio para avaliar uma prótese aórtica (…) Esta doente é uma doente que veio 
fazer uma avaliação pré transplante de rim. O que nós vemos é que a artéria renal esquerda tinha 
uma (…) muito precoce e por isso é mais difícil transplantar este rim porque eu tenho que ter a 
artéria mesmo junta à aorta, porque se eu tiver a artéria mais distal, em vez de ter uma anastomose 
(…) ao recetor de transplante tinha que ter duas, com maior risco. Esta é uma imagem de TAC, 
também. Esta é uma imagem de ????, que é uma projeção que nós temos quando vemos as imagens 
com maior densidade. Temos aqui a artéria mesentérica superior e temos aqui uma massa que 
envolve a terceira porção do duodeno e que envolve, também, a cabeça do pâncreas. 
Temos aqui a artéria mesentérica superior e temos aqui uma massa que envolve a 3ª porção 
do duodeno e que envolve também a cabeça do pâncreas. 
AngioTAC, o que é que é isto? O que é que nós estamos a estudar aqui? Estamos a estudar o 
sistema excretor renal e portanto em vez de se chamar angioTAC, chama-se uroTAC. São nomes 
distintos, mas na verdade às vezes são mal utilizados. As pessoas quando pedem “Quero um 
uroTAC para estudar a litíase renal” é um disparate! Os cálculos renais são densos, não precisam de 
contraste. Conseguem-se ver os cálculos renais até sem contraste. Fazer um uroTAC para ver litíase 
renal é má prática. Eu posso ter uma dezena de cálculos, se o contraste for da mesma densidade dos 
cálculos, eu não os vejo. 
Peço um uroTAC para avaliar, por exemplo, as alterações anatómicas dos rins. O que é que 
se mantém? O que é nos chama a atenção? Cortes coronais do abdómen. O que é que nós vemos? 
Os dois ureteres estão a ir para o mesmo rim! Portanto, o que nós temos é um rim único que resulta 
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da fusão dos dois rins, certo? Temos uma variante anatómica em que o rim direito está à esquerda. 
Portanto, tem uma ectopia renal cruzada (cruzou a linha média) e com fusão. Há pessoas que têm 
implicação renal sem ectopia, ou seja, têm um rim à direita e um rim à esquerda, mas um dos rins 
tem dois sistemas excretores. Dizemos que um doente têm ectopia renal quando tem 2 sistemas 
excretores. 
Este é outro uroTAC, normal, em que introduzimos uma sofisticação que é aquilo que é 
mais denso, aparece a transparente e vemos muito bem os cálices. Estão a ver a anatomia? Vemos 
os pequenos cálices a convergirem nos cálices major, grupo calicial superior, médio e inferior, e 
depois convergem no bacinete. 
Mostrei-vos angioTACs, uroTACs e agora o que é que nós estamos a ver aqui? É o 
intestino, que eu estou a distender com contraste. Se eu der água, eu distendo bem o estômago, mas 
não distendo bem o íleo, porquê? Porque é absorvida! Então como é que nós fazemos? Temos que 
dar água com algo soluto que não seja absorvido, que é para manter a água nos intestinos. Por 
exemplo, se dermos manitol (que é um soluto não absorvido), esse soluto fica lá dentro do intestino 
(dentro das ansas) e não permite absorção de água. Este não é o melhor caso de distensão das ansas, 
mas é um caso que tem patologia. É um doente com Doença de Crohn, em que está marcado o 
espessamento das ansas do íleo terminal, e neste caso até tem fístulas entre as ansas. 
Nós também utilizamos ar, mas o ar é absorvido e muitas vezes até é menos bem tolerado. 
Se nós tivermos de introduzir ar para distender um intestino delgado, o doente vai ter dor e não 
melhora a qualidade. O nosso ideal é introduzir o contraste… 
Uma imagem de TAC axial, o que é que nos vemos aqui? Atentando à anatomia, temos a 
aorta, a cava, o cólon ascendente, o cólon descendente, o rim direito, o rim esquerdo. Aquilo que 
nós vemos muitas vezes não depende só da imagem, depende do doente (…) 
Como é que nós conseguimos distinguir gordura dita normal de gordura que não era suposto 
encontrar-se no sítio onde está? Vamos ver, aqui na fossa ilíaca direita, temos a coluna, um 
apêndice com gordura, e temos aqui outro apêndice com gordura. Qual é aqui o apêndice ou a 
situação anormal? Esta gordura aqui neste apêndice é igual à gordura subcutânea e está 
perfeitamente normal. E aqui a gordura à volta do apêndice está um pouco mais clara, temos uma 
densificação da gordura que é indicativo de patologia. Temos aqui agora um cólon descendente, 
situamo-nos na fossa ilíaca esquerda, e conseguimos ver aqui um divertículo, e à volta deste 
divertículo temos uma densificação da gordura e espessura da fáscia lateroconal, indicativo de 
diverticulite aguda. Nesta imagem vemos também uma diverticulite aguda, mas esta perfurou e 
originou um pneumoperitoneu, indicação para cirurgia urgente. 
Outra coisa que podemos ver aqui, temos o contraste, isto aqui é o antro gástrico, e o que 
nos chama a atenção aqui é que o contraste separa a própria parede, o que nos diz que temos aqui 
uma úlcera, que está a ser preenchida pelo contraste. O pessoal mais experiente poderá conseguir 
distinguir que quando encontramos uma imagem semelhante, esta não seria indicativa de uma 
úlcera, a densidade não era devida à presença de contraste, mas sim a uma espinha ou a um osso. 
(…) duodeno e a vesicula e não se vê mais nada. É melhor assumir o risco e não fazer nada 
do que operar uma doente nesta idade enquanto está bem. Mas pronto quando nós fazemos a 
imagem com o contraste nós podemos não ter noção do que pode estar no (…). Portanto a anatomia 
para nós é importante, qualquer radiologista tem que saber bem anatomia porque se eu souber que á 
frente do cólon existe o grande omento, se tiver uma massa à frente do cólon tenho uma massa no 
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grande omento e essas são quase sempre lesões de carcinomas no peritoneu e isto é um doente com 
carcinoma do cólon com implantes(?) peritoneais. Outra coisa que vemos aqui é que ao lado do 
cólon nós temos os apêndices epiplóicos. Estes doentes com dor nesta área, antes da imagiologia, 
provavelmente eram operados por suspeitas de apendicite aguda pois é uma dor tipo apendicite 
aguda e a única coisa que tem que fazer a estes doentes é nada. 
Outra coisa que é importante, na avaliação de qualquer imagem é (…).Vou vos mostrar uma 
imagem de uma aorta e temos a veia cava, neste espaço temos uma imagem nodular. O que poderá 
ser para além da cisterna. O que mais existe no espaço inter-aorto-cava são gânglios. Vemos que 
nesta imagem temos o corpo e que mais a cima a imagem se continua e acima também. O que é? O 
pilar direito do diafragma. Por tanto se ver as imagens em sequência impeço-me de fazer disparates. 
Se considerar isto uma adenopatia vou pedir uma biópsia e vai sair músculo do diafragma. 
Outra coisa que é importante em termos de semiologia é perceber como é que nós sabemos 
se uma lesão é de um órgão ou de outro. Esta lesão é mais provavelmente do fígado do que uma 
metástase pois está completamente contida no fígado. Podem ver que é uma lesão mais excêntrica, 
ela invade mas não está englobada pelo fígado portanto é uma lesão extraparenquimatosa, extra-
hepática, provavelmente é uma massa do peritoneu ou costela que invade, e é importante saber a 
diferença pois, no caso de uma massa do peritoneu, se a retirarmos e não fizermos quimioterapia 
vamos ter milhões de células não removíveis lá presentes. 
Outra coisa que é importante saber é a topografia das lesões, saber de onde elas vem, se são 
intra-peritoneais ou retro-peritoneais, se veem do fígado ou se veem do rim. Uma mesma lesão, uma 
lesão com gordura no retro-peritoneu, se for supra-renal pode ser um mielolipoma, se for no rim 
um angiomiolipoma, se não for nem da supra-renal, nem do rim, se for apenas gordura no retro-
peritoneu, é um liposarcoma. É importantíssimo saber de onde é que vem a lesão! Por exemplo, 
neste doente, esta lesão aparentemente cística está onde? Qual é o nome do espaço que está entre o 
estômago e o pâncreas? Isto é uma lesão na retrocavidade do epíplon, podem ser apenas áreas 
ocupadas por ascite. Esta lesão, numa mulher, cística, esta lesão pode ser do ovário? Não! Esta 
lesão envolve a aorta, empurra os vasos mesentéricos, é uma lesão muito grande, esta é uma lesão 
mais característica dos linfomas e dos cancros, podem ser grandes, empurrar a aorta mas, 
normalmente, respeitam a anatomia. Aqui uma pancreatite, uma lesão do pâncreas, uma inflamação, 
a medula está preta, com espessamento daquela fáscia, no espaço peri-renal anterior, pela fáscia 
inter-(??). 
Aqui também temos um doente que tem uma pancreatite, em que o pâncreas deixou de 
captar por trás e está necrótico. Tem uma interposição gasosa com ar à volta da cápsula, tem ar no 
espaço peri-renal inferior, na segunda porção do espaço retro-peritoneal, mas depois acabou com a 
evolução. Um corte oblíquo, com a cavidade coronal. Estamos a ver dois exames e estamos a ver o 
estômago. Isto é um carcinoma gástrico, ou não? Temos ar no estômago, isto aqui parece uma 
massa a ocupar uma parte do estômago. 
Portanto o que é que isto quer dizer? A TAC foi uma revolução na radiografia, porque 
permitiu fazer cortes (…) avaliar de múltiplas maneiras, fazer cortes mais grossos, cortes mais 
finos… O princípio é o mesmo, ou seja, nós baseamo-nos na densidade intrínseca de estruturas, 
naquilo que é mais denso em comparação àquilo que é menos denso. Que o contraste é importante 
para avaliar, ajuda-nos a maximizar a diferença de densidade entre as estruturas, porque as 
estruturas não captam da mesma forma, aquilo que é patológico não capta da mesma forma que 
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aquilo que é normal. E que nós baseamos os nossos diagnósticos sabendo anatomia, sabendo o que 
é mais provável em cada sítio ser e tendo por base as densidades, se é no peritoneu se é na supra-
renal, se é no pulmão. 
O que é que nós vemos aqui por exemplo? A mesma patologia, exames diferentes. Este 
doente está ictérico, amarelado, esverdeado. O nosso objetivo enquanto radiologista é saber qual é a 
causa, se é um cálculo que está a obstruir, se é uma massa na via biliar, se é um carcinoma, se é uma 
massa da cabeça do pâncreas, se é uma massa da ampola de Vater, se é um gânglio. E daí definir 
qual a melhor abordagem do ponto de informação diagnóstica, o estudo histológico (…). Outra 
coisa que quero que reparem nas densidades? Porque é que este sítio é tão pouco denso? Tão preto? 
Esteatose. Está infiltrado de gordura. Mas tem uma densidade claramente abaixo, e isso é 
patológico. Reparem que a densidade dele é bem abaixo dos próprios vasos. Que é que neste fígado 
vos chama a atenção? É um fígado cirrótico. Há uma distorção da arquitetura, que faz com ele tenha 
este padrão micronodular e também uma coisa que é característica que é este aumento (…). 
 Outra coisa importante para nós, as densidades. Mais uma vez, (…) a densidade de uma 
estrutura. Estou a dizer que estes dois doentes tiveram trauma (…) e aparecem no hospital com dor 
abdominal (…) porque é que este hematoma é tão denso? Está sem contraste (…). Se o doente tiver 
muita agonia este nível é mais baixo […]. Nós olhando para um doente, por exemplo, para uma 
TAC torácica, se virmos que a densidade do sangue das câmaras cardíacas para baixo […]. Isto é 
um hematoma e quando temos estas áreas de maior densidade, muitas vezes é quando temos 
traumatismos, temos líquido, sangue e depois um círculo de sangue […]. Reparem vocês sabem de 
certeza isto, a projeção do rim direito é abaixo do rim esquerdo, supostamente por causa do fígado 
não é? Por isso nós temos aqui o rim esquerdo e o rim direito está ali a aflorar ainda […]. Deste 
lado, onde devíamos ter supra-renal, temos um nódulo […]. 
Estão a ver este contorno do fígado? (…) irregular, quando eles são multinodulares, tem 
uma cirrose. Não tão exuberante como aquela que vimos ao bocado, mas o fígado deve ser regular e 
não assim nodular. Claro que quando uma pessoa faz um diagnóstico destes e diz que o fígado tem 
estigmas de cirrose às vezes tem queixas dos doentes, porque dizem que não tem cirrose nenhuma 
(…). 
Mais anatomia, aqui este vaso (…) com saída das supra-hepáticas não preenchidas, isto é a 
cauda do pâncreas, isto é o tronco celíaco, a porta à frente da cava, o pilar do diafragma … que 
estrutura é esta aqui, nesta seta? Uma estrutura que existe no centro do pâncreas e que drena no 
duodeno - o canal pancreático. Aqui será o ducto colédoco, nós sabemos que o ducto pancreático 
principal drena na ampola de Vater e aqui à frente temos uma metástase, uma massa pancreática 
que envolve completamente… vocês nem vêem a veia cava (…) ,reparem que a artéria mesentérica 
está completamente ”embrenhada”. Este doente (…) com o plexo celíaco e por isso vem com dores 
enormes… 
O que é que vemos mais? O que é que vocês vêem de diferente de até agora? Vêem aqui 
vasos mais proeminentes, são (…) num doente com cirrose. 
E pronto desde aquelas imagens arcaicas da TAC até se conseguir fazer coisas 
absolutamente monstruosas que não tem piada nenhuma, mas que fica sempre bem pôr a rodar. E 
pronto é isto. 
 
9 
 
 
[A primeira parte é difícil de ouvir, no entanto é maioritariamente a descrição de imagens 
projetadas] 
É necessário fazer distinção de massa, e para isso vamos ter ondas ultrassónicas e vamos ter 
uma forma muito eficaz de distinguir o que é solido, do que é gasoso, é isto que vêm nesta imagem. 
Isto é a pele, estamos no hipocôndrio direito, percebemos o fígado, pois é uma imagem sólida. A 
mesma coisa aqui, agora estamos numa região epigástrica vemos pele, gordura. É necessário saber 
de anatomia. Aqui temos o fígado indo pelo hipocôndrio direito passando pela região epigástrica. 
 Outra vantagem que temos é podermos ir ao bloco ajudar o cirurgião que está a operar, 
sendo possível usar sondas que nos permitem uma melhor visibilidade. As sondas são bastantes 
úteis para descobrir metástases hepáticas. O Ecodoppler mostrou-se muito útil na leitura dos vasos 
do pescoço – calcificações,estenoses, etc. 
 Ultrassonografia 
 Para fazer ultrassonografia precisamos de um ultrassom de 15 a 20Hz – é o mais utilizado 
em diagnóstico. No entanto também é possível usar sondas de 20kHz ou mais, não sendo normal de 
prática clínica. Se estivermos acima de 20 kHz, usamos a ultrassonografia terapêutica mas em 
termos de métodos de diagnóstico normalmente usamos 1 a 20 mHz. As nossas sondas... usamos 
muito poucas vezes. 
 
 Frequências: 
 Infrasom: <15kHz 
 Audível: 15-20 kHz 
 Ultrasom: >20 kHz 
 Uso médico: 1-20mHz] 
Trabalhamos muito... material é elástica. Se o material não for elástico ...imagem ecográfica. 
[Enquanto o som passa por um meio elástico, vai passar por ciclos de compressão e de 
rarefação do tecido o que vai levar à imagem]. 
Em relação aos ultrassons...paralelas a direção da sonda, e implica quando se trabalha o 
diagnostico que entre a sonda e o pele haja um meio de contacto, muito das vezes um gel que passa 
através... O que nos fazemos... pegamos na sonda, colocamos um bocadinho de gel... 
As ondas ultrassónicas têm determinados comprimentos de ondas, têm... usos diferentes 
consoante as suas características. 
10 
 
...entre 2 e 20 mHz.... Isto é importante por uma razão, pois maior a frequência de sonda, 
melhor é a caracterização dos lesões, mas quanto menor for a frequência ultrassónica, menor esta 
caracterização. Por exemplo, se tiver um doente gordo e se quiser estudar o fígado e quiser estudar 
o fígado em toda a sua extensão, aquilo que vai acontecer é que com uma sonda de, por exemplo, 25 
ou 27 mHz, eu não posso ver a parte mais posterior do fígado, nestes doentes gordos temos que usar 
pelo menos uma sonda de 13 megahertz. Se quiser estudar... o interior, usamos uma sonda de 15 
mHz porque... 
A frequência dos ultrassons não é... de um lado para outro. Mas a velocidade é constante... E 
a tradução de nossa imagem em determinadas circunstâncias, depende dessa velocidade. ... A 
velocidade média dos tecidos moles... [1540m/s] 
E portanto é a velocidade ...e portanto, perante (?). 
[No osso tem uma velocidade muito grande, e enquanto no ar esta velocidade atenua 
muito]... perante estes critérios... 
[A velocidade (v) é igual à frequência (f) multiplicada pelo comprimento da onda (λ).] 
Quanto a atenuação, é um bocadinho diferente da velocidade... A sonda a água, é ao 
contrário... 
A resolução espacial é determinado pelo comprimento da onda. Quanto maior o resolução, 
menor o poder. [e portanto, menor a profundidade]. 
Coração... radiológicas (?) 
Aqui temos a necessidade fazer uma outra coisa que é o tempo de profundidade. Isto é, 
quando um som sai da sonda e vai até um determinado tecido, ele gasta ...mas depois temos que 
esperar que o som volte a sonda, e portanto, nós determinamos a distancia onde está a lesão que nos 
vimos ... e o som reflete o que nós temos com a entrada dos tecidos. 
E agora reparem o mais engraçado: temos aqui uma ecografia dentro de fígado, portanto 
estamos com a sonda colocada na parede anterior do abdómen, portanto o que nós temos é a pele 
(com os seus tecidos subcutâneos, a gordura, o músculo), e depois começa o fígado. E agora temos 
a imagem típica do fígado: homogénea, com ecos, portanto esta é uma imagem isoecóica e depois 
que tem esta estrutura (professora questiona os alunos), tubular, sem ecos no seu interior, portanto 
aparece na imagem a preto, é um vaso, e agora vamos ver que tipo de vaso: reparem que nós temos, 
depois da imagem do fígado, temos esta estrutura que é muito ecogénica, na parte posterior do 
fígado: o diafragma (está logo junto à parte posterior do fígado), e se vocês repararem o diafragma 
em condições normais tem esta linha curva completamente lisa e quando chega aqui parece que o 
diafragma rompeu, e não rompeu: o que aconteceu? No trajeto dos ultrassons fomos encontrar esta 
imagem hiperecóica, que tem uma velocidade de passagem dos ultrassons que é diferente do resto 
do fígado, demora mais tempo a passar aqui e portanto vai projetar o diafragma um bocadinho mais 
à frente, e isto tem apenas a ver com a diferença de velocidade com que vêm os ultrassons, portanto 
este é um aspeto normal, a que nós chamamos um artefacto da ecografia, e tem apenas a ver com 
isto: a velocidade aqui foi menor, e quando a velocidade é menor vai-nos projetar aquilo que está 
para trás numa posição diferente. Quando vocês fazem uma ecografia num doente têm de ter sempre 
em consideração que podem existir artefactos e têm que ver toda a imagem partindo destes 
artefactos. 
11 
 
 Outra coisa que nós fazemos é o Doppler. O princípio do Doppler é muito simples: é aquele 
princípio que vocês todos conhecem do som das ambulâncias: quando vocês estão aqui no hospital 
e, á porta da urgência, chega uma ambulância, vocês sabem que a ambulância vai chegar porque a 
ambulância vai-se aproximando de vocês e o som vai aumentando de frequência à medida que se 
aproxima; quando a ambulância vai embora e ainda vai a tocar, o que acontece é que há uma 
diminuição da frequência e vocês conseguem, pelo som, dizer que a ambulância vai embora: Isto é 
o efeito Doppler. Quando nós temos qualquer coisa em movimento, por exemplo, os eritrócitos 
dentro dos vasos, se se aproximam da sonda, aumenta a frequência, e quando se afastam da sonda, 
diminui a frequência. Portanto é aquilo que vocês vêm aqui: A frequência de transmissão e a 
frequência de receção, se o eritrócito estiver parado é exatamente igual, mas se ele se movimentar 
em direção à sonda, aumenta, e se se afastar da sonda, diminui. Depois, quando nós fazemos 
doppler, podemos fazer ecografia pulsátil e ecografia contínua. Quando é que nós fazemos 
ecografia contínua? Por exemplo, os cirurgiões vasculares usam muito a ecografia contínua: fazem 
usando uma sonda que está permanentemente a emitir pulsos e isso permite-lhes, não ter imagem, 
mas terem a possibilidade de ouvirem os vasos, o bater do vaso, em toda a sua extensão, durante 
todo o tempo. Utilizam um equipamento muito pequenino, muito fácil de usar, portátil, e isto é a 
ecografia contínua, mas não tem imagem. Na ecografia pulsátil o que fazemos é mandar um pulso 
de ultrassons e depois esperar que este pulso de ultrassons volte à sonda e a partir daí nós podemos 
construir a imagem. Portanto, o equipamento é o quê? É um transmissor e uma sonda que faz passar 
os pulsos e os recebe, mandando outra vez para o transmissor inicial . 
E este resultado(?) aqui transforma energia elétrica em energia mecânica (…) que permite 
ser comprimido e estendido e criar assim os ultra-sons (…). Podemos no enquadramento das sondas 
… indicar uma série de aparelhos, mas normalmente (…) confirmados (…) de modo a que 
possamos usar a potência que nós quisermos (…). Nós podemos retomar o nível de voltagem(…) e 
não saber continuar aumentar, isto por uma questão de proteção. Tanto quanto sabemos a ecografia 
diagnóstica é inócua… tanto quanto sabemos hoje. Mas quando usamos com voltagens maiores, 
como acontece quando usamos em terapêutica… A pediatria usa muito na (???) do fígado para 
terapêutica. Aí sabemos que umas das coisas que nós fazemos é fazer a vacuolização das células e 
os ??? que tivemos a fazer em termos de células centrais pode ser classificado, sobretudo quando 
nós trabalhamos (…) e trabalhamos muito em Neonatologia, o que nós fazemos muitas vezes é 
Ecografias Trans-fontanelares e, portanto, há os tais (???). Outra coisa que é importante para nós é a 
qual é a velocidade com que nós envíamos os pulsos. (…) Nós vamos ter aquisição de imagem. 
Portanto, esta frequência de deteção de pulso tem que ser estudada caso a caso conforme a 
probabilidade dos órgãos que estamos a estudar… portanto ter a certeza que obtemos todaa 
informação. 
Como vos disse as sondas têm ??? elétricos que transformam a energia elétrica em energia 
mecânica. E como é que são as sondas ? As sondas podem ser de determinada potência (…). Nós 
hoje podemos ter sondas que têm várias potências na própria sonda. Preciso de uma frequência 
baixa, vou transformar a sonda numa sonda de 2 ou 3 Mhz. Vou alterar a frequência numa6 ou 7 
MHz. São as chamadas Sondas Multi-Frequências. Elas podem ainda ser Lineares ou (???). Este é o 
cabo elétrico que liga depois ao equipamento. Para quem faz ecografias durante muitas horas e tem 
um cabo que está sempre a cair e o doente muitas vezes não está numa posição ideal (…) E as 
Sondas podem ser também Eléctricas ou (???)… num conjunto de cristais e podem ter aspetos 
12 
 
diferentes.A sondas a trabalhar têm assim pouca validade, se caírem ao chão partem-se. Basta bater 
no carro, a sonda cai e tem de se substituir a sonda. 
Estas sondas são sondas lineares, pois onde a sonda vai tocar na pele tem este aspecto linear 
e dá para “agarrar” bem algumas superfícies. Na ecografia é muito fácil usar a sonda linear. 
Algumas vezes, não basta ser linear. Ser linear permite na imagem, na superfície, ver uma parte 
maior do trajeto desde a sonda à imagem. Estas sondas são ideiais para observar as carótidas. 
Algumas zonas podem não ser possíveis de observar no pescoço sendo necessário usar sondas com 
superfícies mais pequenas. 
Para alem destas sondas, é preciso saber focar, sendo os radiologistas os que reforçam a 
imagem consoante algum objetivo clínico. Nós vemos assim um aspeto granulado, mas nós depois 
podemosreforçar, ou 2 cm, ou 3 cm… Ou seja, é possivel reforçar as zonas que nós queremos. 
Depois para obter a imagem? 
O modo B corta a imagem e vemos o orgão como um todo, tendo um alcance diferente. 
(há varios modos mas foram inaudíveis) 
Quando nós queremos obter a imagem como vêem agora, usamos a escala cinzenta e aqui 
formam estes pontinhos. Também podemos observar a imagem em tempo real temos uma imagem 
funcional em que vemos o movimento, que nos permite mexer num doente consoante o que 
pesquisamos. Uma desvantagem é que o exame não é percetivo em grande parte do estudo 
funcional dos orgãos em ambulatório. 
Contrastes 
Utilizamos uma cápsula, utilizamos muito o gás quando estamos a trabalhar em ecografia, 
usamos métodos consoante o que é necessário estudar. 
Finalmente, é preciso saber ler as imagens. E para isso é preciso saber anatomia. 
Eu dou uma ajuda: Estamos no hipocôndrio direito. O que é que nós temos? Temos 2 
transformações (… pessoal a falar…) Estão a ver esta setinha aqui? É esta seta que posso 
movimentar para cima e para baixo, conforme o que quero mostrar. Vimos nitidamente uma 
imagem sólida que tem de ser removida. Agora vamos ver porque tem de ser removida. É uma 
imagem do hipocôndrio direito, mas uma imagem feita a um nível bem alto do hipocôndrio direito. 
Portanto dá-nos visibilidade para estas duas estruturas que são vasos. Os vasos que estão na parte 
posterior do fígado são as artérias supra-hepáticas. Portanto vê-se a supra-hepática direita, média e 
esquerda. Depois temos outros tipos de vasos. É uma imagem transversal. 
Agora temos uma imagem com áreas brancas e áreas híper-heterogénicas que estão à volta 
do diafragma. Esta é uma imagem longitudinal. A professora refere depois que algo está muito 
grande, e depois ouvem-se colegas a discutir que algo era quadrado segundo a professora. (….) 
As coisas para que vocês têm sempre que olhar é para esta distância aqui. Isto aqui estava 
projetado para um espaço muito pequeno, agora este espaço é maior. Isto significa que esta imagem 
está numa ampliação maior do que a anterior. Nesta imagem vê-se um baço com ou um tronco ou 
uma placa que tanto pode ser calcificada ou não. (...) No rim, a mesma coisa. 
Esta imagem é um corte longitudinal do córtex renal. Aqui temos o hilo renal e podem ver 
que o córtex é extremamente homogéneo. Aquilo era um corte longitudinal, aqui é mesma coisa, o 
13 
 
córtex, a parte do bacinete e vimos aqui uma artéria renal. E os rins também podem ser vistos 
quando se faz ecografia obstétrica. 
Agora temos um corte axial do corpo do feto: Temos aqui a coluna, um membro de um lado 
e do outro (?), o que nos permite fazer um diagnóstico muito precoce de, por exemplo, dilatação da 
árvore pielocalicial. E assim, algumas vezes, esta até pode ser tratada intrauterinamente através 
descompressão do bacinete. 
Relativamente à bexiga, em princípio se tem líquido tem uma imagem preta. No caso de não 
ter líquido, veem-se zonas turva. Tem uma (?), está turva, tem pequenas celulazinhas no seu 
interior. Depois têm a imagem da (…) e da vagina, onde conseguimos ver bem o útero através 
daquilo a que se chama ‘janela da bexiga’. Pode-se fazer uma ecografia endovaginal, em que não se 
precisa da bexiga cheia ou uma ecografia transabdominal, na qual é necessária a bexiga cheia. 
E como podemos ver a vascularização do rim? É possível saber qual a velocidade do fluxo 
sanguíneo em determinada artéria no rim e para isso usa-se este tipo de doppler, o doppler pulsado. 
Para compreender como se faz a vascularização do rim, sem obter informação da direção e 
velocidade do fluxo, utiliza-se o doppler a cor, isto é, este permite obter uma imagem para ver se 
todo o rim é vascularizado ou não. Com o doppler cor também se vê muito bem artérias e, muitas 
vezes, também fístulas. 
Nas criancinhas, podemos ver praticamente tudo na ecografia obstétrica. Isto é a parede 
uterina, aqui está o feto, o fígado, o intestino e isto aqui são as costelas… 
Fazemos também a ecografia transfontanelar, já que as fontanelas ainda não estão fechadas, 
para conseguir ver todo o parênquima cerebral: ver, por exemplo, os plexos coroideus e verificar se 
há hemorragias… (mostra cortes transfontanelares axial e longitudinal). 
Depois também se pode a ver a face do bebée verificar se há alterações da face e fazer o 
diagnóstico de algumas malformações da face…, permitindo diagnósticos em útero. Isto é um corte 
axial da pelve em que se vê muito bem a imagem…(???) e, é um rapaz. 
Outra coisa que nós fazemos na ecografia musculosquelética, que é muito importante e que 
nos identifica muitos diagnósticos e alguns…(???)das ecografias…(???),mas sobretudo na gente 
jovem que faz muito desporto, muitas vezes têm problemas. Reparem naquilo que nós vemos: 
vemos a cintura escapular, vemos o bicípite…(???). Quando há lesões ou há calcificações ou há 
separação do tendão, por exemplo uma rotura do tendão, nós temos possibilidade de fazer este 
diagnóstico. Aqui temos a cartilagem, o tendão…(???). Podemos modificar a posição da nossa 
sonda em cortes longitudinais e em cortes transversais. Também fazemos ecografia de pavimento… 
(???). Esta aqui é uma imagem do coração com os quatro pavimentos. Há uma coisa que também 
faz a ecografia muito boa, que não justifica utilizar outra técnica…(???) e às vezes temos na parte 
inferior do hemitórax pulmonar…(???) do lado direito vocês vêm que tem uma imagem de grande 
densidade, sobretudo na parte inferior, com uma linha na parte superior…(???). Depois, em baixo, a 
“coisinha” preta que está a seguir…(???) é o diafragma. Temos o fígado, depois a parte mais 
ecogénica, mais branca da imagem é o diafragma. Por baixo do diafragma há uma zona 
preta…(???). Temos o fígado e, esta zona aqui é imagem de líquido. Uma pequena quantidade de 
líquido pode ser diagnosticada pela ecografia, quando a radiografia ainda não a consegue ver. 
Sublinho que, os seios costofrênicos anterior e posterior podem não ter ainda visibilidade na 
radiografia e já se vêm na ecografia com muita facilidade. Pequenas quantidades de líquido que 
14vêm aqui, que vêm na ecografia. Não justifica por nada que se faça uma ecografia ??? só para ver se 
há liquido ou não ???. Depois podemos estudar os vasos em toda a sua extensão, por isso é que a 
cirurgia vascular utiliza muito o doppler para estudar ??? O doppler é fácil de usar mas ???. Há 
radiologistas que trabalham muito com a ecografia e há radiologistas e outros médicos que não têm 
jeito para fazer ecografia (…). 
Depois, indicações (…) sobretudo nas crianças (…) devemos fazer também ecografia 
masculina através de (…), bastante mais difícil de fazer e no fundo não é nada de especial. 
Depois, pescoço(…) feito essencialmente por ecografia. No fundo, as massas cervicais, que 
também é muito importante, e à procura de …que são massas um pouco mais específicas. 
Agora,cavidade pleural e condições clínicas cardíacas. Abdómen, com líquido, ascite. Pequenas 
quantidades de líquido no abdómen podem ser vistas muito bem por ecografia. Neuropatias, 
carcinomatose peritonealque é um diagnóstico relativamente fácil por ecografia (…) todos os 
órgãos que são sólidos que depois é (…) pelo nosso desempenho e enquanto passamos muito tempo 
no estudo da presença de (…) também por ecografia e exactamente sítios são também (…) por 
ecografia porinspiração?. Lesões futuras, lesões focais e pelve?, portanto, dado que o tratamento 
(…). Baço, sobretudo metástases, ou (…), doenças inflamatórias, massas e pronto. Isto aparece 
sobretudo nos órgãos (…). Na pelveestudamos sobretudo cancro do útero, na obstetrícia, na 
presença de fibro… ou outro tipo de tumores (…). Nos ovários, os quistos que todas as mulheres 
têm cistos nos ovários que se não tiverem dimensões no teto?, se forem cistos (…), se ao 
abortarem? retiverem (…) funcionais mas nada (…) nas ecografias (…). Os cistos que são 
complexos, portanto os cistos que são (…), os cistos (…), esses são depois retirados cirurgicamente. 
Pergunta de colega: (…) qual é o tratamento médico de referência? 
R: Aquilo que nós fazemos é que numa cirurgia acima do (…) e que se mantenham durante 
muito tempo (…). 
(Outra pergunta não perceptível) 
R: Não, estes (…) ováricos (…) que só depois é que se tira (…). 
(…) estruturas e (…), estruturas musculares (…) e afins, estruturas que nós hoje em 
nefropatia? (…) que já conseguimos fazer (…).

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