Buscar

2 - PROCESSO ADMINISTRATIVO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

17 de agosto de 2010
PROCESSO ADMINISTRATIVO
CONCEITO
Os atos administrativos são resultado de um processo (não há ato solto na Administração Pública), o processo administrativo é condição de forma do ato. 
Cuidado! Concurso de Procuradorias cai muito essa matéria, da mesma forma que revisão de ato administrativo.
A competência para legislar sobre processo administrativo é de cada ente da federação, contudo os entes ainda não legislaram sobre o assunto, eles acabam utilizando a lei 9784/99, que trata do processo administrativo no âmbito federal.
Conceito de processo administrativo: é o conjunto de atos que levam a um provimento final (ato administrativo). O resultado desse conjunto de atos é o ato administrativo. O conjunto de formalidades para realizar os atos do processo é denominado de procedimento. 
A lei 9784/99 não fez essa distinção técnica entre processo e procedimento, os administrativistas também não utilizam muito essa separação. Processo é o conjunto de atos com finalidade a prática de um ato administrativo, já o procedimento é o meio por meio do qual se realiza o processo.
Finalidade do processo administrativo: tem por finalidade de registro, é um mecanismo de documentação. Se destina também para fundamentar o ato, justificá-lo, é mecanismo de legitimação do ato. Pode se destinar também como mecanismo de defesa. 
A finalidade precípua do processo é PREPARAR a prática de atos administrativos: assim, um decreto expropriatório deve ser guardado dentro do processo administrativo, e não solto, desvinculado a ele. Podem ser realizadas cópias para organizar melhor os atos, mas os originais devem ser vinculados ao processo.
Observação: antes de 1988 existia a possibilidade de se punir um servidor pelo instituto da “VERDADE SABIDA” – situação em que o chefe, autoridade competente, caso presenciasse a prática de uma infração poderia punir o servidor sem a necessidade de processo administrativo. Hoje para se punir um servidor é indispensável o processo administrativo.
Somente com o advento da CF de 1988, moldou-se um formato constitucional de processo administrativo, cada vez mais forte, vinculado a princípios do contraditório e ampla defesa, legalidade, moralidade, impessoalidade, publicidade e eficiência.
PRINCÍPIOS REGENTES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
Hoje o processo administrativo tem papel muito importante na jurisprudência do STF. O processo administrativo é o mecanismo de legitimação do ato do administrador, é elemento de transparência. 
O processo administrativo não pode ser de qualquer forma, deve seguir o modelo constitucional.
Todos os princípios do Direito Administrativo se aplicam ao processo administrativo. Desse modo, somente serão abordados os princípios estritamente ligados ao Processo Administrativo.
19 de agosto de 2010
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL
Esse princípio está previsto no art. 5 LIV CF e, segundo a doutrina majoritária, é decorrência do princípio da legalidade, é processo conforme determina a lei, vedando ao administrador realizar o processo ao seu bel prazer, sem qualquer formalidade legal.
O Estado é politicamente organizado e obedece suas próprias leis. Assim, fica proibido a junção ou criação de procedimentos, devendo ser aplicados estritamente aqueles previstos em lei.
Tal postulado evita os abusos do administrador, e objetiva afastar as condutas ilegais, evitando a arbitrariedade. Como desdobramento do devido processo legal surgem os princípios do contraditório e ampla defesa.
Esse processo deve seguir o modelo constitucional, assim devem ter contraditório a ampla defesa e recursos cabíveis. 
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA.
Esses princípios são novos no processo administrativo, de modo que começaram a ser exigidos após a CF88. Hoje a maioria das nulidades em processo administrativo decorre da inobservância desses dois princípios.
Contraditório é dar ciência a existência do processo. Por meio do contraditório é que se constitui a bilateralidade da relação jurídica processual (art. 5 LV CF), permitindo a aplicação da isonomia entre as partes.
A ampla defesa significa oportunidade para que a parte se defenda, mas não é somente permitir de forma inerte que a parte se defenda, dependendo de várias exigências para que ela efetivamente seja aplicada:
Oportunidade de informação: a parte deve ter direito a informação do processo, ex: direito de cópia do processo, mesmo que a parte pague as despesas. 
P: Mas o processo administrativo não é público?
R: Sim, mas excepcionalmente, por determinação legal, ele poderá ser sigiloso, ex: processo ético-disciplinar (só se publica a decisão final), ex: processo disciplinar da lei 8112/90.
A Administração deve oportunizar todos os meios para que o interessado se defenda no processo, mas o exercício dessa ampla defesa é faculdade da parte, de modo que se optar por não exercê-la não nulificará o processo.
Observação: Resolução 80 CNJ – trata do procedimento de declaração de vacância das serventias públicas. Ocorre que em muitos Estados, os respectivos TJ encaminharam a documentação das serventias ao CNJ que declarou a vacância sem oportunizar às partes vistas ao processo.
Garantia de produção de provas: não basta a parte produzir as provas, essas devem interferir no convencimento do julgador. O julgamento deve estar compatível com as provas produzidas. A lei é pobre quanto à matéria de provas, ela admite todas as provas permitidas em direito. Conseqüentemente estão proibidas as provas ilícitas, ex: interceptação telefônica sem determinação judicial.
A garantia de produção de provas e de defesa, de uma forma geral, deve ser realizada PREVIAMENTE ao julgamento, sob pena de sua inocuidade.
Observação: email institucional - P: esse pode ser utilizado como prova? A Administração Pública pode acompanhar os emails institucionais? R: A jurisprudência afirma que a Administração Pública pode ter acesso, pois o material é da Administração e está sendo cedido ao agente para fins exclusivamente profissional, nunca pessoal (se o servidor utiliza para fins pessoais, corre o risco de sua intimidade ser objeto de prova contra ele). 
P: Mas e o sigilo de correspondência? 
R: Não há violação a esse princípio, pois o material é da Administração Pública e não do servidor em particular.
Máfia dos Fiscais: No RJ quando veio à tona a máfia dos fiscais, muitos fiscais corruptos além de serem sujeitos passivos de PAD, foram presos em razão de as condutas serem também infrações penais. Ocorre que para serem realizadas oitivas das testemunhas e depoimento pessoal ou a Administração iria até o acusado ou deveria ser solicitado aparato policial para deslocamento do preso à Administração. Foi optada a primeira opção, sendo que muitas testemunhas com receio de depor nos presídios, se ausentaram, atrasando o PAD. O grande problema é que o PAD tem prazo certo de término, de modo que o atraso excessivo acarreta sua extinção.
Procedimento pré-estabelecido: O pré-conhecimento das etapas do processo permite ao acusado uma estratégia de defesa. Essa estratégia da parte, garantida em razão do prévio conhecimento do procedimento a ser adotado pela Administração, é meio de garantia da ampla defesa.
Um exemplo claro ocorre no Processo Penal, em que as teses principais são clarificadas nas alegações finais e não nas defesas prévias, tendo em vista que as partes sabem que serão oportunizadas posterior momento para sua defesa.
Como as partes já têm conhecimento das posteriores fases do procedimento, podem elas formular estratégias de defesa, de modo a efetivar o princípio da ampla defesa.
Direito de Recurso: é conseqüência da ampla defesa. Não há em processo administrativo os recursos típicos (recursos cabíveis em situações determinadas), mas eles podem ser exercidos.
Em decorrência da garantia de recurso, deve a administração motivar adequadamente a decisão, de modo apto a permitir que a parte conheça inteiramente das fundamentações da Administração para repudiá-las.Nas hipóteses de omissão, haverá ofensa à ampla defesa, pois não permite à parte conhecer das razões que negaram ao requerimento do administrado, impossibilitando seu recurso (não há ampla defesa quando a parte recorre sem saber sobre o que está recorrendo).
P: E o depósito o prévio para recorrer é possível? 
R: Essa discussão foi grande na jurisprudência, principalmente em matéria tributária, em que se exigia que a parte depositasse o valor da multa para recorrer. A jurisprudência afirmou que não se pode condicionar o recurso a um depósito prévio, até porque a parte perderia o direito de recorrer caso não tivesse dinheiro. Hoje a interpretação da decisão é que se aplica a todo processo administrativo.
SÚMULA VINCULANTE Nº 21	
É INCONSTITUCIONAL A EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO OU ARROLAMENTO PRÉVIOS DE DINHEIRO OU BENS PARA ADMISSIBILIDADE DE RECURSO ADMINISTRATIVO.
Observação: Res. 75 CNJ - Prova Oral: não há direito de recurso em face da prova oral. Os autores estão criticando muito essa proibição, pois não se adéqua ao regime constitucional. A prova oral será gravada. Essa discussão já era corrente nos concursos que proibiam a direito de recurso. 
P: Concursando que faz concurso, mas o candidato não tem direito de vista de prova, ou tempo limitado para verificar a prova para embasar o recurso. Isso é possível? 
R: Como a fundamentação é parte indispensável ao recurso, a jurisprudência afirma que a motivação é elemento indispensável ao recurso, assim esse acesso restrito da prova ou não ter acesso a prova é indevido. A Administração Pública deve dar acesso a prova a todos os candidatos, evidenciando todas as correções.
P: Considerando que ao Poder Judiciário não é permitido realizar a recorreção de provas já feitas pela Administração, pode o Judiciário anular correção da Administração quando ela fornece “espelho de prova”, mas não corrige as provas conforme tal espelho?
R: Sim, para a jurisprudência, a Administração tem liberdade para definir o espelho de prova, mas uma vez definido o ato de correção será vinculado, sendo que eventual desconformidade da correção em face do espelho acarretará sua nulo. O controle do Judiciário nesse caso é de Legalidade.
Presença do Advogado no Processo Administrativo: A regra no processo administrativo é que a defesa técnica é facultativa. 
Com o passar do tempo se verificou que a presença do advogado no processo administrativo ajudava a legalidade do processo (o advogado contribui para que muitas nulidades não ocorram dentro do processo administrativo, exigindo que a Administração obedeça aos princípios constitucionais – ampla defesa, contraditório, devido processo legal etc). Assim, a jurisprudência do STJ se consolida, após uma evolução paulatina ao longo dos anos, afirmando que a presença do advogado é obrigatória no processo administrativo disciplinar, editando a S. 343 STJ. 
STJ Súmula nº 343 - 12/09/2007 - DJ 21/09/2007
Obrigatoriedade - Presença de Advogado - Processo Administrativo Disciplinar
    É obrigatória a presença de advogado em todas as fases do processo administrativo disciplinar.
Desta forma, havendo demissão de servidor, sem a presença de advogado, o ato é reputado ilegal, dando ao servidor direito a reintegração, com direito a todas as vantagens do período em que estava afastado. 
Em função disso, o STF, com razões econômicas e políticas, edita a súmula vinculante 5, afirmando que a falta de advogado em processo administrativo disciplinar não ofende a CF, assim a defesa técnica volta a ser facultativa.
Súmula Vinculante 5
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.
É possível verificar que essa súmula vinculante não adveio de uma grande quantidade de julgamentos, surgindo apenas para evitar grandes “rombos” aos cofres públicos em virtude das inúmeras reintegrações que foram requeridas. A súmula tem conteúdo intimamente político e econômico, e não jurídico.
Para Professora Marinela, a solução deveria ser a modulação de efeitos da decisão, e não enterrar a súmula 343 do STJ, cunhada ao longo de muitos anos.
Da mesma forma que existe o chamado “advogado de porta de cadeia” e “advogado de check-in de aeroporto” surgiu o “advogado de porta de licitação”, sendo que o STJ julgou ilegal a representação realizada por um mesmo advogado a mais de 1 empresa interessada na mesma licitação.
Súmula Vinculante 3: 
Súmula Vinculante 3
Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.
Essa súmula discute o papel do Tribunal de Contas, afirmando que caso a decisão do TCU lese direito do administrado, esse terá direito de participar do ato. Nos processos perante o TCU que possam alunar ou revogar ato que lese interessado, esse poderá participar do processo.
Contudo, a parte final da súmula fala que o ato de concessão de aposentadoria não terá direito de participar do processo. Isso se dá porque o ato de concessão inicial de aposentadoria é ato administativo complexo (há duas manifestações de vontade). Nesse caso o TCU faz um controle de legalidade. P: Qual o momento na realização do ato é que o direito a aposentadoria irá existir? R: O aperfeiçoamento do ato irá ocorrer com a análise do TCU. P: Quando o TCU controla esse ato ele poderá lesar o interessado? R: Não, pois ainda está dentro da formação do ato, está no processo de aperfeiçoamento do ato (ele ainda não tem o direito). O servidor poderá recorrer, contudo perante a Adm Pub.
PRINCÍPIO DA VERDADE FORMAL X VERDADE REAL
Verdade formal é a verdade produzida no processo, já a verdade real é a aquilo que efetivamente ocorreu. A doutrina critica essas duas formas de verdade, pois a formal não satisfaz e a real é impossível de se atingir. 
Assim, a doutrina deixa de discutir se há verdade real ou formal. O que se deseja no processo é a verossimilhança, é a maior aproximação da verdade possível. Para o processo administrativo aplica-se a verdade real.
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE 
Oficialidade significa, em uma primeira idéia, impulso oficial. Independentemente da provocação da parte o processo irá se movimentar.
Esse princípio obedece a duas regras precípuas: a) tanto a administração como o interessado pode dar início ao processo administrativo (diversamente do princípio da inércia da jurisdição no âmbito do Judiciário) e; b) vale, ainda, a idéia do informalismo, mas com ressalva, uma vez que essa regra é aplicável apenas para o administrado.
Observação: para o administrado vale o informalismo, já para o administrado vale a formalidade.
PRINCÍPIO DA CELERIDADE DO PROCESSO ADMINISTRATIVO 
Hoje esse princípio é regra constitucional expressa (art. 5 LXXVII CF). Contribuem para a celeridade os prazos rígidos etc. No processo administrativo disciplinar os prazos são mais rigorosos.
Art. 5, LXXVIII a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
P: O que é um prazo razoável?
R: A expressão é subjetiva, não sendo um conceito pré-definido. Para os procedimentos administrativos, muitas vezes, a própria lei que os disciplinam já determina qual o prazo de duração do processo administrativo, sendo este o prazo razoável de duração. 
LEI 9784/99 - LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.
Essa não é só uma lei de processo, ela traz soluções também para o tema atos administrativos (leitura obrigatória).
A competência para legislar sobre processo administrativo será de cada ente. Observação: A maioria dos entes não possuem tal lei própria, geralmente eles adotam a lei 9784/99. 
A lei 9.784 é uma lei geral que regula o processo administrativo no âmbito federal.
Art. 1o Esta Lei estabelece normasbásicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
        § 1o Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
CARACTERÍSTICAS:
Subsidiariedade (art. 69): a lei tem aplicação subsidiária, ela só se aplica no silêncio da norma específica, ex: o processo administrativo de transito é regulada pela lei específica, caso não haja norma específica se aplica a lei 9784/99.
Lei 9.784, Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria, aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
Caso histórico: A EBCT (empresa brasileira de correios e telégrafos) só começou a fazer processo administrativo quando estourou a CPI dos Correios que deflagrou a existência do “mensalão”.
Publicidade: Processo administrativo é público, salvo nos casos previstos em lei, de modo a resguardar a instrução do processo ou a intimidade do adminstrado.
Despesas processuais: a cobrança das despesas processuais está proibida no processo administrativo, salvo aquelas previstas em lei (despesas legais).
Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
XI - proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
Contagem de prazo em processo administrativo: não se conta o dia do começo, mas se conta o dia do final. O prazo processual não se inicia ou termina em dia não-útil. Dia útil para o direito administrativo é o dia em que a Administração Pública está funcionando (se fechou por algum motivo não será dia útil). 
Observação: ponto facultativo - normalmente não é dia útil. Cuidado! Vários prazos na administração são contados em dias úteis e não em dias corridos, como nas demais legislações.
Atos processuais: eles devem ser praticados na repartição e no horário de funcionamento da repartição. Realizar ato fora da repartição e fora do horário pode ocorrer desde que devidamente justificado. 
Lei 9.784, Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de funcionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à Administração.
Lei 9.784, Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cientificando-se o interessado se outro for o local de realização.
Observação: sessão de licitação - o ato pode ser praticado fora da repartição e além do horário quando isso causar prejuízo para o processo, tendo em vista que nesses casos há maior quantidade de pessoas participando, exigindo lugar mais amplo, demandando também mais tempo.
No silêncio da lei os atos deverão de praticados no prazo de 5 dias.
Observação: intimação no processo administrativo: em processo administrativo não há diferenciação entre intimação e citação, tudo é chamado de notificação ou intimação, a lei não faz uma distinção técnica. A notificação pode ser feita por todas as formas permitidas em Direito, ex: AR, publicação em diário oficial, etc. 
A intimação para comparecimento deve ocorrer com 3 dias úteis de antecedência (só se torna obrigatório se ocorrer com 3 dias úteis de antecedência), isso ocorrendo será possível a condução coercitiva (feita pela Polícia).
Art. 26, § 2o A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento (Atenção: a lei fala em dias ÚTEIS e não são dias corridos!).
Observação: Revelia: não tem a conseqüência da confissão ficta. Se não comparece reabre-se o prazo de defesa e nomeia-se um defensor dativo (não precisa ser advogado, podendo ser um servidor).
FASES DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
1) INSTAURAÇÃO DO PROCESSO
A instauração pode ocorrer com o auto de infração (processo administrativo fiscal), portaria (processo administrativo disciplinar – não é faculdade, mas obrigação da Administração), representação do administrado ou por mero requerimento. Assim, o processo administrativo pode se iniciar tanto com ato da administração, ou com ato de particular. 
Observação: portaria em processo administrativo disciplinar - havia na jurisprudência discussão sobre a tipificação da infração funcional na portaria. A Administração Pública deve na portaria apresentar os fatos, não havendo importância a sua tipificação. Se a portaria traz uma conduta tipificada, e depois se descobre que o tipo é outro, não haverá prejuízo (é mais simples que no Processo Penal).
Nessa fase de instauração de processo, se houver necessidade de instaurar uma COMISSÃO, é nessa fase que será ela instaurada.
A partir dessa fase, todas as demais serão realizadas por essa Comissão.
2) INSTRUÇÃO: 
É a fase de produção de prova. Pode ser produzida qualquer prova, salvo as ilícitas. Não há definição minuciosa sobre isso. Encerrada a instrução a autoridade deverá definir qual a infração foi praticada.
No processo administrativo, há uma inversão da fase de instrução e defesa, de modo que a instrução ocorrerá antes da realização de defesa. A despeito dessa inversão, a parte fará parte da instrução, sendo necessária a realização do contraditório e da ampla defesa, podendo arrolar testemunhas etc.
Nas leis processuais civis e penais há uma limitação ao número de testemunhas que podem ser arroladas, não havendo igual disposição nas leis processuais. Em face a isso, houve um caso em que o acusado arrolou 60 testemunhas, as quais foram indeferidas. O acusado, por sua vez, ingressou com ação de nulidade visando a desconstituição do processo em virtude de suposta ofensa ao contraditório e ampla defesa. Para o STJ, em razão do silêncio da lei, o número de testemunhas obedece à razoabilidade, e 60 testemunhas é irrazoável, aceitando a oitiva de 8 testemunhas, como processo penal (considerando que o caso concreto era um PAD).
3) OPORTUNIDADE DE DEFESA: 
A parte terá, em regra, 10 dias para se defender, podendo leis específicas proporcionar prazos diversos.
Lei 9.784,  Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
4) RELATÓRIO: 
Recebida a defesa, a autoridade (comissão instaurada na 1ª fase) irá elaborar o relatório. 
Em processo administrativo uma autoridade instaura o processo e nomeia a comissão, normalmente a comissão instrui, recebe a defesa, e faz o relatório. Geralmente o trabalho de comissão termina com o relatório.
O relatório na via administrativa, diversamente do relatório na via judicial, não só relato somente os fatos ocorridos ao longo do processo, ela deverá sugerir um resultado ao caso, o relatório deve ser conclusivo. Esse relatório será encaminhado à primeira autoridade, aquela que instaurou o processo. 
P: Esse relatório produz efeito vinculante? 
R: Em regra, o relatório não vincula a autoridade julgadora.
Exceção: Em PAD (processo administrativo disciplinar) A autoridade está vinculada ao relatório, somente sendo possível julgar diversamente ao relatório, se o relatório for contrário às provas dos autos.
Observação: Os trabalhos realizados pela COMISSÃO (fases 2, 3 e 4) em PAD é chamado de INQUÉRITO ADMINISTRATIVO.
Inquérito administrativo é diferente do inquérito civil e penal, é uma expressão utilizada em processo administrativo disciplinar. É aquilo que a comissão realiza do processo administrativo disciplinar (instrução, defesa, e relatório). A investigação preliminar, em processo administrativo, é a chamada sindicância (é o paralelo ao IP).
Inquérito Administrativo
Inquérito Policial e Civil
5)DECISÃO FINAL
Lei 9.784, Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
6) RECURSOS
Proferida a decisão passa a possibilidade de recurso. Recurso administrativo é gênero, do qual são espécies a reconsideração e o recurso hierárquico. 
P: até que instância pode-se recorrer? 
R: Depende da estrutura administrativa, mas pode-se chegar a 3 instâncias.
A primeira forma de recorrer é o pedido de reconsideração, esse será endereçado a própria autoridade julgadora. O mesmo pedido de reconsideração será convertido em recurso hierárquico. A autoridade tem 5 dias para reconsiderar a decisão, caso isso não ocorra ele será convertido em recurso hierárquico.
Dessa forma, verifica-se que ambos os recursos são elaborados em uma só peça, devendo ser requerido de forma alternativa sucessiva a conversão do pedido de reconsideração em recurso hierárquico, caso não seja revista a decisão do julgador a quo.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.
§ 1o O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Se a autoridade superior está dentro da própria estrutura, dentro do próprio órgão, ele será chamado de recurso hierárquico próprio. Se ele estiver em outra estrutura ele será chamado de recurso hierárquico impróprio. 
Observação: o endereçamento do recurso dependerá da lei de organização do ente. Assim, se interposto o recurso em face de autoridade incompetente, essa irá remeter o recurso à autoridade competente.
Não há caução para interposição de recurso, conforme dito anteriormente, nos termos da súmula vinculante 21, STF.
O prazo para interposição de recurso será de 10 dias, e a autoridade terá 30 dias para julgar esse recurso.
       
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso administrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
§ 1o Quando a lei não fixar prazo diferente, o recurso administrativo deverá ser decidido no prazo máximo de trinta dias, a partir do recebimento dos autos pelo órgão competente.
§ 2o O prazo mencionado no parágrafo anterior poderá ser prorrogado por igual período, ante justificativa explícita.
P: Admite-se reformatio in pejus em recurso administrativo? 
R: Sim, é possível.
Por isso deve-se tomar cuidado em concurso público. Ex: candidato tira 6 em prova subjetiva (nota mínima) sendo aprovado, mas decide recorrer e a Administração lhe dá nota 5, reprovando-o.
A reformatio in pejus é possível em RECURSO ADMINISTRATIVO, mas não em REVISÃO ADMINISTRATIVA.
P: Recurso tem efeito suspensivo? 
R: A regra é de que o recurso não tenha efeito suspensivo, salvo em alguns casos em que haverá, ex: licitação.
P: E o direito as contra-razões? 
R: Sempre que possível e necessária terá direito as contra-razões.
Coisa Julgada Administrativa: decisão administrativa que não mais permite recurso na instância administrativa. Esse termo é diverso da coisa julgada do Poder Judiciário, pois representa apenas que foram obedecidas as etapas recursos no âmbito administrativo, de modo que não mais é cabível recurso administrativo, mas sendo possível a revisão pelo Judiciário.
Desse modo a coisa julgada administrativa é coisa julgada apenas para Administração que não tem legitimidade ad causam para recorrer via judicial de uma decisão proferida por ela mesma. Não criando óbice ao principio da inafastabilidade da jurisdição.
Revisão do processo: é um instrumento utilizado quando ocorre um fato novo (semelhante à ação rescisória), podendo ser interposta a qualquer tempo. A revisão não permite a reformatio in pejus.
ANULAÇÃO E REVOGAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO
Caso encerrado o processo, constar-se uma ilegalidade poderá haver anulação. 
P: Quem pode anular o processo administrativo? 
R: A própria Administração Pública ou o Poder Judiciário. Essa anulação será comprovada em processo administrativo. 
Observação: investidura de servidores - servidores nomeados em 1989 sem concurso público, portanto uma nomeação ilegal. O STJ, em nome da segurança jurídica, manteve os servidores no cargo em que ocupavam. Assim, a doutrina e a jurisprudência, em favor da ponderação do interesses entre a legalidade e a segurança jurídica, afirmam que deve se manter o servidor no cargo a depender do tempo transcorrido. A doutrina vem chamando isso de estabilização de efeitos do ato administrativo.
Observação: se na via administrativa não houver mais recurso se formará a coisa julgada administrativa. É uma intangibilidade somente na via administrativa (não é uma verdadeira coisa julgada).
ALGUNS ELEMENTOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR DA LEI 8.112/90
A lei 8.112/90 traz dois tipos de procedimento: sumário, e ordinário. 
O processo administrativo sumário se divide em sindicância, e acumulação ilegal. 
A sindicância nasceu como investigação prévia, mas com o passar dos anos mudou de característica. Hoje ela pode ser utilizada como o próprio processo, instaurada a sindicância é possível que se verifique que a infração não existiu, assim será arquivado. Se houve uma infração leve comprovada (punível com advertência, ou suspensão de até 30 dias) a sanção será aplicada na própria sindicância. 
P: Essa sindicância precisa dar contraditório e ampla defesa? 
R: Se ela for aplicar pena ela deverá ter contraditório e ampla defesa. Se instaurada a sindicância se verifica uma infração mais grave, necessariamente, precisará se instaurar o processo administrativo propriamente dito, ou ordinário (nesse caso a sindicância será uma investigação prévia).
A sindicância tem prazo de 30 dias, prorrogável por mais 30, por isso é chamado de sumário.
A acumulação ilegal está disposta no art. 133 da lei 8112/90, esse deve ser elaborado no prazo de 30 dias prorrogável por mais 15 dias. O servidor, em regra, não pode cumular mais de um cargo, salvo as exceções expressamente previstas em lei. 
A acumulação é infração grave punível com demissão. Assim, antes de instaurar o processo de acumulação deve se chamar o servidor para que exerça a opção de escolha, no prazo de 10 dias. Feita a escolha o servidor será exonerado de um dos cargos (não é pena, não há processo). Quando o servidor não escolhe é que se instaurará o processo. Sendo processado, durante o processo, o servidor terá mais uma chance de escolher que será até o prazo para a defesa sendo este de 5 dias. Se ele fizer a escolha até a defesa o servidor será exonerado (não há punição). Se ele não escolheu nesse prazo ocorrerá a demissão de TODOS os cargos.
O processo administrativo propriamente dito, ou ordinário terá prazo de 60 dias prorrogável por mais 60 dias. Durante o PAD o servidor pode ser afastado, é o afastamento preventivo, o servidor ficará afastado pelo prazo do processo recebendo remuneração.
P: E se Administração Pub não acabar o processo no prazo? 
R: O processo deverá ser extinto, mas pode ser instaurado outro e se aproveitar as provas. Isso pode ocorrer até a prescrição da punição.

Outros materiais