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86 Anexo V: Questionário Sobre o Estado de Saúde(QES)....................................... 87 Anexo VI: Avaliação do Nível de Atividade Física ................................................. 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 90 AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 4 INTRODUÇÃO A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA 1 INTRODUÇÃO O objetivo do presente trabalho é discutir como um programa de medidas e avaliação pode assumir um papel de capital importância no processo de ensino aprendizagem, como e quando empregar técnicas e instrumentos para medir e avaliar determinadas características ou habilidades com precisão, resultando em um processo calcado em bases científicas, dando, desta forma, origem a um trabalho mais credível. Com o aumento de informação sobre atividade física, cada vez mais pessoas descobrem que o exercício é um meio saudável, para ajudar a evitar doenças hipocinéticas (coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e etc), se obter o máximo das capacidades mentais e se sentir bem, energético, alegre e etc. A Avaliação da Aptidão Física vem sendo amplamente estudada, tanto para fornecer informações e/ou classificações e, como forma de desenvolver uma melhor análise dos efeitos de treinamento com particular atenção ao crescimento e desenvolvimento do ser humano através da determinação dos índices de Aptidão Física Geral. Com a nossa pesquisa aplicada à avaliação da aptidão física, procuramos selecionar dentre os inúmeros protocolos, testes e medidas, AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 5 aqueles que pelas suas características tivessem uma maior adequação às condições de trabalho dos profissionais de educação física. Para uma boa avaliação física temos de analisar muitas variáveis: antropométricas; composição corporal; análise postural; avaliações metabólicas e neuromusculares; avaliações nutricionais, psicológica e social. Estas duas últimas são essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso, porque nos dão acesso aos hábitos e à personalidade da pessoa. Uma avaliação bem feita é aquela em que utiliza critérios e protocolos bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique, através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o avaliado. Em meio a tanto conhecimento técnico-científico, não se pode mais permitir a utilização do protocolo do "achismo", ainda empregado por alguns profissionais em suas avaliações. Só é possível fazer um programa de exercícios com qualidade e segurança com uma avaliação física em que se utilize metodologia, protocolos e critérios de avaliação adequados. Além disso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas, permitindo uma comparação para que possamos acompanhar o progresso do avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Dessa forma, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas. AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 6 2 APTIDÃO: SIGNIFICADOS E APLICAÇÕES De acordo com FERNANDES FILHO (2003, p.231) desde o surgimento dos conceitos de habilidade motora e de aptidão, nos anos 20, ênfases diversas vêm sendo dadas ao assunto, conforme a visão de homem, de aptidão e do próprio sentido que a educação física e o movimento vêm tendo ao longo dos anos. Na década de 40, a aptidão foi inicialmente qualificada como física, e significativa tão somente à capacidade de se realizar esforços com um mínimo de gasto de energia e de fadiga. Nesta linha, a aptidão foi e é usada, tendo como meta a afirmação política de nações e a supremacia de raças e ideologias, seja na área militar, seja na esportiva. Na área militar os testes de aptidão, sobretudo os cardiovasculares, desenvolveram-se a partir da necessidade dos combatentes da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), onde os soldados deveriam estar preparados o combate e na utilização da performance nos esportes de alto rendimento, como fator de afirmação política das nações e visão de homem como ser dual: corpo e mente, devendo as performances máximas, absolutas, deriva sobretudo de um treinamento, com técnicas e táticas que lhes são impostam para um melhor AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 7 rendimento; é máquina de resultados, engrenagem substituível no mecanismo do triunfo esportivo nacional. Nos anos do pós 2a Guerra Mundial, sobretudo a partir da segunda metade dos anos 50, a ênfase na aptidão física voltada para a saúde, numa dimensão profilática de patologias classificadas como hipocinéticas, ganhou incremento nos países do primeiro mundo, por questões meramente econômicas: a hipocinesia, gerada pelos avanços da tecnologia e da maquinaria, gerou prejuízos às nações desenvolvidas, que precisaram ser prevenidos e superados pela atividade. Enfatizaram-se a aptidão física, mesmo entre não atletas, surgindo diferentes movimentos em todo o mundo, que conduziriam a esta direção. Entrou em jogo um novo fator: a busca da aptidão qualificada, física ou fisiológica, e que ganhou terreno entre nós a partir de 1968 quando COOPER publicou o livro “Aeróbics”, traduzido para o português com o título “Aptidão Física em Qualquer Idade”, onde ele desafia as pessoas a tomarem conta de seus estilos de vida para combater as doenças coronarianas, a obesidade e os estresses da vida moderna. Após a Copa do Mundo do México, em 1970, coincidindo com a publicação por COOPER do livro “Capacidade Aeróbica” que deu origem a impulso inicial ao movimento de aptidão física que se alastrou pelo mundo e a difusão da palavra aeróbica, representada pela corrida de longa distância, que AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA: Projeto de elaboração de sistema de informações Leonardo de Arruda Delgado 8 geram marcações dos percursos em praias e parques, sobretudo nos grandes centros. Correr havia virado panacéia: era bom para tudo. Todos corriam mesmo quem não podia, por contra-indicação médica, resultando deste hábito, em abusos e mortes desnecessárias. A indispensável avaliação médica era esquecida em troca de uma pretensa aptidão. Corriam o sedentário, o atleta e o doente. Era a época do “mexa-se“, do “esporte para todos”, dos circuitos, das corridas de longa distância e etc., explorados pelo regime político então vigente. A avaliação concentrou-se no VO2Max, que passou a ser considerado índice mágico. Quanto maior melhor, e para melhorá-lo, valia tudo em matéria de esforço, aeróbico e anaeróbico. Era a época do boom das Escolas de Educação Física, do crescimento das academias, da ênfase, nas equipes, da figura do chamado “Preparador Físico ou Instrutor de Condicionamento Físico”, que surgiu na seleção Brasileira de Futebol em 1968, na Copa da Suécia, mas que, nos anos 70, foi assumida por todas as equipes de futebol, e mesmo de outros esportes. O mercado de trabalho do profissional de educação física atingiu até as clínicas, onde se fazia a recuperação e a prevenção dos coronariopatas. Em 1968, a então “Associação Americana para Saúde, Educação Física e Recreação” (AAHPER), citada por BARROW E McGEE (1971,p.131) apud FERNANDES FILHO (op. cit.,p.234), definiu a aptidão como total, afirmando que AVALIAÇÃO DA APTIDÃO