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O quinto Portugal havia determinado que um quinto de todo o ouro extraído deveria ser remetido a metrópole. Para isso foram estabelecidas as casas de fundição. Nelas o ouro extraído era derretido, transformado em barras e quintado, ou seja, tinha um quinto de seu peso separado como imposto. Aquele que fosse pego negociando com o ouro em forma de pó ou pedras respondia por crime, pagando pesadas multas e podendo ser preso. As casas de fundição funcionavam, portanto, como um mecanismo de controle fiscal da Coroa, evitando o nao pagamento dos impostos. A cidade mineira de Vila Rica, atual Ouro Preto, era então um dos principais centros urbanos da região. Insatisfeitos com a cobrança de impostos e o monopólio de alguns gêneros como a aguardente, os colonos se sublevaram, tendo como líder Felipe dos Santos Freire. Embora nao exista muitas duvidas sobre o papel de liderança exercido por Felipe dos Santos – a revolta de Vila Rica também e conhecida como revolta de Felipe dos santos – muito pouco sde sabe sobre a sua vida. Alguns historiadores afirmam sua origem humilde, descrevendo-o como negro ou pardo. Outros o localizam como um tropeiro de possesd. È provável que ele tenha sido, realmente, um homem do povo, mas possuidor de um grande carisma, tendo conseguido liderar parte da população para reivindicar o fim dos direitos abusivos metropolitanos. A repressão e a punição sofrida por Felipe corroboram a ideia de que este fosse oriundo das classes populares, já que a Coroa não tinha por habito condenar a morte homens ricos. A revolta durou cerca de trinta dias. O governador da região, o Conde de Assumar, convocou os lideres revoltosos para depor armas e negociar um acordo de rendição. Apesar de ter aparentemente se comprometido a atender as demandas da população, o conde mandou invadir Vila Rica com tropas portuguesas. As casas dos lideres foram queimados e Felipe dos santos foi preso e esquartejado, para servir de exemplo. Como resultado, a fiscalização da Coroa tornou-se ainda mais rigorosa e as casas de fundição se tornaram um dos principais órgãos do fisco português e também motivo de outras revoltas na região das minas, como a Inconfidência Mineira, ocorrida em 1789 e a primeira revolta separatista do período colonial. Durante o ciclo dom ouro, no século XVIII, a região das minas era rigidamente vigiada pela coroa portuguesa, como pudemos perceber quando falamos da revolta de Felipe dos santos. Ainda assim, mesmo tendo que enviar boa parte dos minérios preciosos para Portugal a região era rica e prospera, atraindo um grande numero de negociantes. Cidades como Vila Rica e mariana possuíam uma elite local e intelectual composta por nomes como Tomas Antonio Gonzaga e Claudio Manuel da Costa. Cabe lembrar que vigorava no Brasil a lei que proibia a imprensa e a circulação de qualquer impresso, incluindo livros. Mas ainda assim, os livros chegavam ao Brasil. Vinham nas malas dos filhos das famílias bastadas que iam estudar na Europa, preferencialmente na França, considerada então, o símbolo da civilização ocidental. Dessa maneira, mesmo proibidas, aos poucos, as ideias que eram difundidas na Europa chegavam a colônia. Os princípios iluministas de liberdade e cidadania que nortearam a Revolução Francesa – ocorrida no mesmo ano da inconfidência mineira – encontraram eco em uma colônia que vivia sob o jugo metropolitano.
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