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Aula 8 As Caravanas e a Burguesia Tela 11

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As Caravanas e a Burguesia 
A classe mais diretamente interessada era, sem duvida, a burguesia. Mas esse 
processo não se resume aos interesses entre governo e burgueses. Ele envolve 
a nobreza, que concede apoio politico, a população em geral, em busca de 
ocupação e meios de prosperar e, é claro, a igreja interessada na expansão do 
catolicismo. 
A igreja ocupa um papel determinante nas navegações, sobretudo pelo 
fundamento ideológico que ela concede. Se, por um lado, havia o desejo de 
enriquecer, por outro, expandir a fé católica era um motivo mais do que legitimo 
para organizar as expedições. Vejam, não usamos a palavra pretexto. 
A religião não é um pretexto para as navegações pois pretexto nos remete a ideia de 
algo usado para um determinado fim, mas que não possui, necessariamente, um 
fundamento sólido. Neste caso, a religião funciona como motor e impulso as grandes 
navegações pois tanto os navegadores como Cristóvão Colombo quanto os reis 
espanhóis eram católicos fervorosos e acreditavam realmente no ideal de salvação 
das lamas cristas. Essa ideia também não é nova, pois as cruzadas medievais foram 
organizadas exatamente com este mesmo fim. 
Portugal já era um reino independente desde o século XII e no século XIV, com a 
revolução de Avis, Dom João I assume o trono, apoiado, sobretudo, pela burguesia 
mercantil. Esta burguesia havia acumulado grande capital, pois tinha intensas 
relações com as regiões de Flandres e Genova, dois dos maiores centros mercantis da 
época. Além disso, Portugal tinha uma localização geográfica privilegiada, com saída 
direta para o Atlântico. Para melhor explorar os recursos marítimos, Dom Henrique, 
no século XV, criou a Escola de Sagres, que reunia vários estudiosos que se dedicaram 
a estudos náuticos. A Escola de sagres não era um local, ela não possuía um prédio, 
como o que conhecemos tradicionalmente como escola. O termo “Escola de Sagres” 
refere-se, na verdade, ao conjunto do conhecimento produzido por estes estudiosos. 
Portugal desejava chegar ao Oriente contornando a África. Em 1415, a conquista de 
Ceuta mostrou que este era um objetivo possível. Em 1487, Bartolomeu Dias cruzou o 
cabo das Tormentas, mais uma denominação que foi guiada pela superstição, que 
depois disso se chamou cabo da Boa Esperança. Os portugueses estavam muito perto 
de seu intento, mas só em 1498 ele foi realizado, com a chegada de Vasco da gama 
ás Índias. 
 
 
Os lucros da expedição de Vasco da gama foram enormes. Muito maiores do que 
qualquer outra caravana que tivesse feito o caminho pela via terrestre. Isso 
estimulou a organização de novas expedições, como a de Pedro Alvares Cabral que, 
como sabemos, acabou por chegar aos Brasil, em 1500. 
Neste contexto, a chegada do Brasil se tornou algo menor, pois o comercio com o 
Oriente já era lucrativo o suficiente. Só com a decadência deste comercia e com a 
concorrência de outros países europeus que Portugal iniciou de fato um projeto 
colonial, em 1530.

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