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1 Química dos Compostos Orgânicos I Prof. Paulo Cesar de Lima Nogueira ALCANOS - Parte I 2 Introdução: • Alcanos são hidrocarbonetos alifáticos contendo apenas ligações σ C—C e C—H. Podem ser classificados como acíclico ou cíclico. • Alcanos Acíclicos possui a fórmula molecular CnH2n+2 (onde n= um inteiro) e contêm apenas cadeia de átomos de carbono linear e ramificada. São chamados hidrocarbonetos saturados devido possuírem o número máximo de “H” por “C”. • Ciclo-Alcanos contêm carbonos unidos em um ou mais anéis. Em virtude de sua fórmula geral ser CnH2n, possuem dois “H” a menos que um alcano acíclico com o mesmo número de carbonos. Alcanos 3 Alcanos Classificação: linear ramificado cíclico 2-metilpropano, C4H10 (isobutano) ciclo-butano, C4H8butano, C4H10 Alcanos lineares formam uma série homóloga H-(CH2)n-H alcanos ramificados são isômeros constitucionais de alcanos lineares: a partir de 4 “C” há 2 ou mais isômeros possíveis. 4 • Todos “C” num alcano são rodeados por quatro grupos, tornando- os hibridizados sp3 e tetraédricos, com ângulos de ligação de 109,5°. • As representações 3D para estes alcanos indicam a geometria tetraédrica do “C”. No entanto, as estruturas de Lewis não são adequadas para ilustrar o arranjo 3D. Introdução: Alcanos 5 • Além disso, no propano e alcanos de massa molecular maior, o esqueleto carbônico pode ser desenhado numa variedade de formas representando a mesma molécula. • O propano CH3CH2CH3, o alcano com 3 “C”, têm uma fórmula molecular C3H8. Note no desenho 3D que cada “C” tem duas ligações no plano (linhas sólidas), uma ligação para frente (numa cunha) e uma ligação atrás do plano (numa linha tracejada). Introdução: Alcanos 6 Alcanos Nomenclatura: alcanos lineares No. “C” Fórmula Molecular Nome (n-alcanos) No. isômeros constitucionais 1 CH4 metano - 2 C2H6 etano - 3 C3H8 propano - 4 C4H10 butano 2 5 C5H12 pentano 3 6 C6H14 hexano 5 7 C7H16 heptano 9 8 C8H18 octano 18 9 C9H20 nonano 35 10 C10H22 decano 75 7 Alcanos Nomenclatura: alcanos lineares No. Átomos “C” Fórmula Molecular Nome (n-alcanos) 11 C11H24 undecano 12 C12H26 dodecano 13 C13H28 tridecano 14 C14H30 tetradecano 15* C15H32 pentadecano 16 C16H34 hexadecano 17 C17H36 heptadecano 18 C18H38 octadecano 19 C19H40 nonadecano 20* C20H42 eicosano * No isômeros constitucionais possíveis: C15=4.347; C20 =366.319 8 • O numero máximo de isômeros constitucionais possíveis aumenta dramaticamente quando o número de “C” no alcano aumenta. Por exemplo, existe 75 isômeros possíveis para um alcano com 10 “C”, mas 366.319 isômeros possíveis para um com 20 carbonos. • O sufixo “ano” identifica uma molécula como um alcano. • Aumentando o número de “C” num alcano linear por um grupo CH2, obtem-se uma “série homóloga” de alcanos. O grupo CH2 é chamado “metileno.” Introdução: Alcanos 9 • Existe duas maneiras diferentes de arranjar 4 carbonos, dando dois compostos com fórmula molecular C4H10, chamados butano e isobutano. • Butano e isobutano são isômeros: dois compostos diferentes com a mesma fórmula molecular. Especificamente, eles são isômeros constitucionais ou estruturais. • Isômeros constitucionais diferem na ordem em que átomos estão conectados entre sí. Alcanos Introdução: alcano linear alcano ramificado dois isômeros constitucionais C4H10 butano isobutano (2-metilpropano) 10 Alcanos Classificação: Exemplo: pentanos isoméricos, C5H12 2-metilbutano (isopentano) pentano 2,2-dimetilpropano (neopentano) Exemplo: classificação de “C” e “H” 3-metilpentano 11 O nome de toda molécula orgânica tem 3 partes: 1. O nome principal indica o número de carbonos na cadeia contínua mais longa. 2. O sufixo indica qual grupo funcional está presente. 3. O prefixo nos diz a identidade, localização e número de substituintes ligados a cadeia carbônica. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados Quem são e onde estão os substituintes? Qual é o grupo funcional? Qual é a cadeia carbônica mais longa? prefixo sufixonomeprincipal 12 • Os substituintes carbônicos ligados a cadeia principal são chamados grupos alquila. • Um grupo alquila é formado pela remoção de um “H” a partir de uma alcano. • Para nomear um grupo alquila, troque o final –ano do alcano por –il. Assim, metano (CH4) torna-se metil (CH3-) e etano (CH3CH3) torna-se etil (CH3CH2-). Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados 13 Nomear grupos alquilas com três ou quatro carbonos é mais complicado porque o substituinte pode ter formas isoméricas. Exemplo: propano tem “H” 1ários e 2ários, e a remoção de cada um deles forma um grupo alquila diferente com nome diferente, propil ou isopropil. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados grupo propil grupo isopropil propano 14 Exemplo: butano tem “H” 1ários e 2ários, e a remoção de cada um deles forma um grupo alquila diferente com nome diferente, butil ou sec-butil. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados grupo butil grupo sec-butil butano 15 Exemplo: isobutano tem “H” 1ários e 3ários e a remoção de cada um deles forma um grupo isobutil e terc-butil. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados grupo terc-butil grupo isobutil isobutano 16 1. Encontre a cadeia carbônica principal e adicione o sufixo ano. A cadeia principal é cadeia carbônica contínua mais longa. Regra 1: Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados 17 1b) Se existir duas cadeias de igual comprimento, escolha a cadeia contínua mais longa que resulte no maior número de substituintes. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados 18 2. Numere a cadeia carbônica pela extremidade para dar o menor número ao primeiro substituinte. Regra 2: Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados início da numeração primeiro substituinte em C-2 primeiro substituinte em C-3 CORRETO! INCORRETO 19 2a) Se o primeiro substituinte está a mesma distância de ambas extremidades, numere a cadeia para dar o menor número ao segundo substituinte. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados Exemplo: atribua o menor número ao segundo substituinte numerando da esquerda para direita numerando da direita para esquerda grupos CH3 em C-2, C-3 e C-5 menor número para o segundo substituinte grupos CH3 em C-2, C-4 e C-5 número maior INCORRETO!CORRETO! 20 2b) Quando a numeração da cadeia a partir de qualquer extremidade resultar no mesmo número, assinale o menor número ao primeiro substituinte por ordem alfabética. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados Exemplo: dois grupos diferentes equidistante das extremidades numerando da esquerda para direita numerando da direita para esquerda etil em C-3 metil em C-5 menor número para letra anterior INCORRETO!CORRETO! grupo metil grupo etil metil em C-3 etil em C-5 21 3. Nomeie e numere os substituintes. • Nomeie os substituintes como grupos alquila. • Todo carbono é parte da cadeia mais longa ou uma parte de um substituinte, não de ambos. • Cada substituinte precisa ter seu próprio número. • Se dois ou mais substituintes idênticos estão ligados a cadeia mais longa, use prefixos para indicar a quantidade: di- para dois grupos, tri- para três grupos, tetra- para quatro grupos, etc. Regra 3: Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados cadeia mais longa octano metil em C-2 metil em C-6 etil em C-5 22 4. Finalmente, escreva o nome. • Nomes e números de substituintes precedem o nome principal. • Liste substituintes em ordem alfabética, ignorando todos os prefixos exceto iso, como em isopropil e isobutil. • Separe números por vírgulae separe números de letras por hífen. O nome de um alcano é uma única palavra, sem espaços após hífen e vírgulas. Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados oct ano5-etil-2,6-dimetil alfabetize 8 “C” um alcano 8 “C” octano 5-etil-2,6-dimetiloctano 23 Alcanos Nomenclatura: alcanos ramificados Exercício: nomeie os compostos abaixo 5-terc-butil-3-metilnonano 2,3,5-trimetil-4-propilheptano 4-etil-5-metiloctano 4-etil-3,4-dimetiloctano 2,3-dimetilpentano a) b) c) d) e) 24 Alcanos Classificação: 25 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: alcanos possuem ligações covalentes C-H e C-C • Não polares. • Insolúveis em água. • Menos densos que água. • Flamáveis ao ar. Alcanos com 1-4 carbonos são: • metano, etano, propano, e butano. • gases à temperatura ambiente. • Usados como combustíveis de aquecimento. Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos Lineares: 26 Propriedades Físicas dos Alcanos Lineares: Alcanos com 5-8 carbonos são: • líquidos à temperatura ambiente. • pentano, hexano, heptano e octano. • muito voláteis. • são componentes da gasolina. Alcanos com 9-17 carbonos • são líquidos à temperatura ambiente. • Possuem p.e. mais elevados. • São encontrados em querosene, diesel e combustíveis para aviação. 27 Alcanos Alcanos com 18 ou mais carbonos: • Têm massas molares maiores. • são sólidos cerosos à temperatura ambiente. • uso em ceras para revestimento de frutas e legumes, parafinas, asfalto, óleos lubrificantes, etc. 28 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos Lineares: 29 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: Lineares: aumento regular dos p.f., p.e. e densidade qto. maior o no “C”. 30 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: 31 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: 32 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: 33 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: 34 Alcanos Propriedades Físicas dos Alcanos: 35 Métodos de Obtenção de Alcanos Alcanos 36 Fonte natural de alcanos – Combustíveis Fósseis Muitos alcanos ocorrem na natureza, principalmente no gás natural e petróleo. Gás natural é composto em grande parte de metano, com menor quantidade de etano, propano e butano. Petróleo: mistura complexa de compostos, sendo a maioria hidrocarbonetos contendo 1 a 40 átomos de carbono. Destilação do petróleo bruto (refino): separa-o em frações úteis que diferem no ponto de ebulição. gasolina: C5H12 a C12H26 querosene: C12H26 a C16H34 diesel: C15H32 a C18H38 Alcanos 37 Métodos de obtenção: Alcanos � Chamados de parafinas (compostos de baixa afinidade) devido não reagirem como a maioria dos reagentes químicos. Os hidrocarbonetos no petróleo bruto são separados por destilação (diferença nos valores de ponto de ebulição). 38 Fonte natural de alcanos – Combustíveis Fósseis Alcanos 39 Alcanos Alcanos Interessantes: feromônio de agregação de baratas componente de mangas undecano C11H24 ciclo-hexano C6H12 um alcano acíclico um ciclo-alcano polímero - polietileno 40 • Um grupo significativo de reações envolve intermediários radicalares. • Um radical é um intermediário reativo com um único elétron desemparelhado, formado pela quebra homolítica de uma ligação covalente. • Um radical contêm um átomo que não possui um octeto de elétrons. • Meia-setas curvadas são usadas para mostrar o movimento de elétrons num processo radicalar. Introdução: Reações Radicalares 41 • Radicais são formados a partir da quebra homolítica de ligações covalentes pela adição de energia na forma de calor (∆) ou luz (hν). • Algumas reações radicalares são feitas na presença de um iniciador radicalar. • Iniciadores radicalares contem uma ligação especialmente fraca que serve como uma fonte de radicais. • Peróxidos, compostos contendo a estrutural geral RO—OR, são os iniciadores radicalares mais comumente usados. • Aquecendo um peróxido facilmente causa homólise da ligação fraca O—O, formando dois radicais RO• • Radicais sofrem dois principais tipos de reações: reagem com ligações σ , e se adicionam a ligações pi. Características Gerais: Reações Radicalares 42 • Um radical X• abstrai um “H” de uma ligação σC—H para formar H—X e um carbono radical. Reação de um radical X• com uma ligação C-H • Um radical X• também se adiciona a uma ligação pi de uma ligação dupla carbono—carbono. Reação de um radical X• com uma ligação C=C: Reações Radicalares 43 • Dois radicais X• reagindo entre sí formam uma ligação σ. Reação entre dois radicais • O2 é um diradical em seu estado fundamental e, neste caso, a reação com X• forma um novo radical, prevenindo assim que X• reaja com substratos orgânicos. Exemplo: reação de um radical com oxigênio Reações Radicalares 44 • Radicais de carbono são classificados como 1ário, 2ário ou 3ário • Um carbono radical é hibridizado sp2 e trigonal planar. • O orbital p não hibridizado contêm o elétron desemparelhado e se estende acima e abaixo do plano do carbono trigonal planar. Introdução: Reações Radicalares Classificação de radicais de carbono orbital p contendo um único elétron hibridizado sp2 45 Exemplo: A estabilidade relativa de radicais de carbonos 1ários e 2ários Reações Radicalares Introdução: 46 Exemplo: A estabilidade relativa de radicais de carbonos 1ários, 2ários e 3ários HIPERCONJUGAÇÃO 47 • Na presença de calor ou luz, alcanos reagem com halogênios para formar haletos de alquila. • Halogenação de alcanos é uma reação de substituição radicalar. • Halogenação de alcanos é útil apenas com Cl2 ou Br2. A reação com F2 é muito violenta, e a reação com I2 é muito lenta para ser viável. • Com um alcano que possui mais que um tipo de hidrogênio, pode resultar numa mistura de haletos de alquila. Halogenação: Reação dos Alcanos 48 • Quando um único hidrogênio num carbono é substituído por um halogênio, ocorre monohalogenação. • Quando excesso de halogênio é usado, é possível substituir mais que um “H” num único carbono por halogênios. • Monohalogenação pode ser obtida experimentalmente pela adição de halogênio X2 a um excesso de alcano. • Quando se pedir para desenhar os produtos de halogenação de um alcano, desenhe apenas os produtos da monohalogenação, a menos que seja direcionado a fazer especificamente o contrário. Exemplo: Halogenção completa do CH4 usando excesso Cl2 Halogenação: Reação dos Alcanos 49 • Três fatos sobre halogenação sugerem que o mecanismo envolve radicais, intermediários não iônicos: Halogenação: Mecanismo Reação dos Alcanos FATO EXPLICAÇÃO 1) Luz, calor ou adição de peróxidos é necessário para a reação. - Luz ou calor fornece energia necessária para clivagem homolítica gerando radicais. Quebrando a fraca ligação O-O dos peróxidos inicia-se também as reações radicalares. 2) Oxigênio (O2) inibe a reação. - O diradical O2 remove radicais da mistura reacional, impedindo assim a reação. 3) Não se observa rearranjos. - Radicais não rearranjam. 50 • Halogenação radicalar tem três etapas distintas. • um mecanismo (tal como observado na halogenação radicalar) que envolve duas ou mais etapas que se repete é chamado mecanismo em cadeia. • A etapa mais importante da halogenação radicalar é aquela que leva a formação do produto: a etapa de propagação. Halogenação: Mecanismo Reação dos Alcanos Iniciação: dois radicais são formados por homólise de uma ligação σ e, assim, a reação se inicia. Propagação: um radical reage com outro reagente para formar uma nova ligação σ e outro radical. Terminação: dois radicais se combinam para formar uma ligação estável. Removendo radicais da meioreacional sem gerar novos radicais interrompe a reação. 51 Reação dos Alcanos Halogenação: Mecanismo 1- Iniciação: clivagem da ligação formando dois radicais 2- Propagação: um radical reage e um novo radical é formado 3-Terminação: dois radicais reagem para formar uma ligação σ 52 ETAPA 1: Propagação CH4 + X· => CH3· + H-X Dissociação Ligação ∆H Ea kcal/mol kcal/mol kcal/mol kcal/mol F +104 -136 -32 ~ 1.2 Cl +104 -103 +1 ~ 4 Br +104 -88 +16 ~ 18 I +104 -71 +33 ~ 34 Halogenação do Metano Reação dos Alcanos 53 ETAPA 2: Propagação CH3· + X2 ==> CH3-X + X· Dissociação Ligação ∆H Ea kcal/mol kcal/mol kcal/mol kcal/mol F +38 -109 -71 ~ 1 Cl +58 -84 -26 ~ 1 Br +46 -70 -24 ~ 1 I +36 -56 -20 ~ 1 Halogenação do Metano Reação dos Alcanos 54 SOMA DAS ETAPAS 1 + 2: Propagação etapa 1 etapa 2 ∆H kcal/mol kcal/mol kcal/mol F -32 -71 -103 Cl +1 -26 -25 Br +16 -24 -8 I +33 -20 +13 Halogenação do Metano - Termodinâmica Reação dos Alcanos 55 GRÁFICO DAS ETAPAS 1 + 2: Valores em Kcal/mol F Cl Br I +1.2 +4 +18 +34 Ea -103 -25 -8 +13 ∆H Halogenação do Metano - Energética Reação dos Alcanos 56 Exemplo: mudanças de energia na etapa de propagação durante a cloração do etano Halogenação: Mecanismo Reação dos Alcanos 57 Diagrama de energia para a etapa de propagação na cloração do etano Halogenação: Mecanismo Reação dos Alcanos 58 • Cloração do CH3CH2CH3 fornece uma mistura 1:1 de CH3CH2CH2Cl e (CH3)2CHCl. • Lembre-se: CH3CH2CH3 tem seis “H” 1ários e apenas dois “H” 2ários, assim a razão esperada dos produtos CH3CH2CH2Cl e (CH3)2CHCl (assumindo que todos “H” tem reatividade igual) é 3:1. Halogenação: cloração do propano Reação dos Alcanos menos deste produto mais deste produto 59 • Uma vez que a razão observada entre CH3CH2CH2Cl e (CH3)2CHCl é 1:1, as ligações C—H 2ário devem ser mais reativas que as ligações C—H 1ário. • Assim, quando alcanos reagem com Cl2, resulta numa mistura de produtos, com mais produtos formados pela clivagem das ligações C—H “mais fraca” que se esperaria pela estatística (probabilidade). Halogenação: Reação dos Alcanos 60 • Embora alcanos sofram substituições radicalares com Cl2 e Br2, cloração e bromação exibe duas importantes diferenças. 1. Cloração é mais rápida que bromação. 2. Cloração é menos seletiva, produzindo uma mistura de produtos, enquanto bromação é mais seletiva, normalmente produz um produto majoritário. Halogenação: cloração versus bromação Reação dos Alcanos cloração é mais rápida e não seletiva bromação é mais lenta e seletiva 61 • A diferença na cloração e bromação pode ser explicada considerando a termodinâmica de cada tipo de reação. • Calculando ∆H0 usando energias de dissociação da ligação revela que abstração de um “H” 1ário ou 2ário pelo Br• é endotérmico, mas requer menos energia para formar o radical 2ário mais estável. Halogenação: cloração versus bromação Reação dos Alcanos 62 Conclusão: Devido a etapa determinante da velocidade ser endotérmica, o radical mais estável é formado mais rápido, e normalmente o produto de halogenação de um único radical predomina. Exemplo: Diagrama de energia para a reação endotérmica: CH3CH2CH3 + Br •→ CH3CH2CH2• or (CH3)2CH • + HBr Halogenação: cloração versus bromação Reação dos Alcanos 63 • Calculando ∆H° usando energias de dissociação de ligação para cloração revela que abstração de um “H” 1ário ou 2ário pelo Cl• é exotérmico. • Uma vez que a cloração tem uma etapa determinante da velocidade exotérmica, o estado de transição forma ambos radicais que se assemelham ao mesmo material de partida, CH3CH2CH3. Assim, a estabilidade relativa dos dois radicais é menos importante, e ambos radicais são formados. Halogenação: cloração versus bromação Reação dos Alcanos 64 Conclusão: Devido a etapa determinante da velocidade na cloração ser exotérmica, o estado de transição se assemelha ao material de partida, ambos radicais são formados e resulta numa mistura de produtos. Exemplo: Diagrama de energia para a reação exotérmica: CH3CH2CH3 + CI •→ CH3CH2CH2• or (CH3)2CH • + HCI Halogenação: cloração versus bromação Reação dos Alcanos 65 • Reatividade: A tendência de um reagente para reagir com um dado composto. Cloro é mais reativo frente a alcanos que bromo. • Seletividade: A escolha do sítio de reação pelo reagente. Bromo é mais seletivo na reação com alcanos que cloro. • Regiosseletividade: A preferência de um produto sobre outros numa reação onde existem múltiplos sítios de reação. Bromo é regiosseletivo, mas cloro não. Halogenação: Termos Reação dos Alcanos 66 Pirólise (Craqueamento): útil para conversão do petróleo Reação dos Alcanos Exemplo: pirólise do hexano Recombinações: 67 Oxidação de Alcanos: • Alcanos são a única família de moléculas orgânicas que não possui grupo funcional. Consequentemente, eles sofrem muito poucas reações. • Uma das reações que alcanos sofrem é combustão. • Combustão é uma reação de oxidação-redução. • Lembre-se: oxidação é a perda de elétrons e redução é o ganho de elétrons. • Para determinar se um composto orgânico sofre oxidação ou redução, nos concentramos nos “C” do material de partida e produto, e comparamos o número relativo de ligações C—H e C—Z, onde Z = um elemento mais eletronegativo que carbono (usualmente O, N ou X). Alcanos 68 Oxidação de Alcanos: • Oxidação resulta num aumento no número de ligações C—Z; ou • Oxidação resulta numa diminuição no número de ligações C—H. • Redução resulta numa diminuição no número de ligações C—Z; ou • Redução resulta num aumento no número de ligações C—H. Exemplo: A oxidação e redução de um composto de carbono Alcanos 69 Combustão de Alcanos: • Alcanos sofrem combustão — isto é, eles queimam na presença de O2 para formar CO2 e H2O. • Esta é uma reação de oxidação. Toda ligação C—H e C—C no material de partida é convertido à ligação C—O no produto. Alcanos 70 Combustão de Alcanos: • Reação útil para estimar o conteúdo energético e determinar a estabilidade relativa de moléculas orgânicas. Alcanos
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