Buscar

RESUMO DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

RESUMO DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
Capítulo 1
Pressupostos e Metodologia científica
Podemos definir a Metodologia Científica como um conjunto de abordagens, técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição objetiva do conhecimento, de uma maneira sistemática.
Ao relatar seus resultados, o cientista deve também contar como chegou a eles, qual caminho seguiu para alcançá-los. Trata-se, pois, da apresentação do que se chama de método científico. O método, em ciência, não se reduz a uma apresentação dos passos de uma pesquisa. Não é, portanto, apenas a descrição dos procedimentos, dos caminhos traçados pelo pesquisador para a obtenção de determinados resultados. Quando se fala em método, busca-se explicitar quais são os motivos pelos quais o pesquisador escolheu determinados caminhos e não outros. São estes motivos que determinam a escolha de certa forma de fazer ciência.
Existem, genericamente, dois termos envolvidos na produção do conhecimento: o homem (que se propõe a conhecer algo) e o aspecto da realidade a ser conhecido.
Na história da epistemologia (disciplina que toma as ciências como objeto de investigação) surgiram três perspectivas a respeito da relação entre cientista e seu objeto de estudo. A primeira - chamada de empirismo – supõe a primazia do objeto em relação ao sujeito, isto é, o conhecimento deve ser produzido a partir da forma como a realidade se apresenta ao cientista. Neste quadro, o papel do sujeito é passivo, dado que a fonte principal do conhecimento está no objeto. A segunda perspectiva – chamada de racionalismo – aponta a primazia do sujeito em relação ao objeto, uma vez que toma a razão, isto é, a capacidade humana de pensar, avaliar e estabelecer relações entre determinados elementos, como fonte principal do conhecimento. Assim, por exemplo, a ideia de causa estaria situada na razão e seria a partir dela que se poderia produzir um conhecimento seguro da realidade. A terceira posição sobre o papel do pesquisador na produção do conhecimento – o interacionismo – afirma que o conhecimento é produzido na interação entre sujeito e objeto. Nesta perspectiva, os produtos da ciência seriam os resultados das inter-relações que mantemos com a realidade, a partir de nossas práticas sociais.
Um outro aspecto importante da ciência é o princípio da falseabilidade Karl Popper, que se refere à possibilidade de uma teoria poder ser refutada. Isto quer dizer que o fato de uma teoria não poder ser submetida a testes que a refutem não é uma prova de sua veracidade. Ao contrário, a testagem de uma teoria deve implicar em condições similares de se poder confirmá-la ou refutá-la, ou, podemos correr o risco de estar falando de dogmas e não de teorias. Assim, os testes empíricos de uma teoria devem ser uma tentativa genuína de refutá-la.
Falseabilidade: é a tentativa de refutar as teorias propostas. Remete ao aspecto mais marcante de sua epistemologia: o princípio de falsificabilidade como critério de demarcação.
Falsificabilidade: é o critério metodológico de cientificabilidade. Para objetivar resultados, se constrói uma teoria em que se tenta falsificar o que possa ser refutada. É o verdadeiro critério que divide o científico do não científico.
O Nascimento da Psicologia como disciplina científica
Costuma-se afirmar que o nascimento da Psicologia como ciência deveu-se ao trabalho de Wilhelm Wundt (1832-1920), que criou o primeiro projeto de Psicologia como ciência independente, além de fundar o primeiro Laboratório de Psicologia. Segundo ele, o objeto de estudo da Psicologia deveria ser a experiência subjetiva imediata, ou a experiência tal como o sujeito a vive antes de se pôr a pensar sobre ela, antes de comunicá-la, antes de conhecê-la. E para abordar este objeto, o melhor método deveria ser o método experimental, cujo objetivo seria exatamente o de pesquisar os processos elementares da vida mental; os elementos da experiência imediata. Segundo Wundt, para se entender a subjetividade precisaríamos nos aproximar das ciências naturais e as ciências culturais. Neste sentido, ele lançou mão do método introspectivo que seria, na essência, a auto-observação realizada pelo sujeito de pesquisa
Defendendo um ponto de vista diferente, o behaviorismo argumenta que a vida mental é vivida uma invenção. Segundo Skinner (2006), pensar é comportar-se. O equívoco consiste em localizar o comportamento na mente. Porque os estados mentais não são possíveis de serem observados, devemos nos concentrar na observação do comportamento. 
O behaviorismo caracteriza-se por ser uma teoria que evita tratar conceitos relacionados aos estados mentais, desde uma perspectiva introspectiva ou subjetivista. Segundo essa doutrina, os estados mentais são construções lógicas formadas por disposições comportamentais. Por adotar essa postura empírica, o behaviorismo pôde ser associado ao positivismo lógico, corrente filosófica para a qual os acontecimentos mentais não deveriam ser alvo de uma ciência natural, por serem fatos "inobserváveis", do ponto de vista científico
O behaviorismo propõe restaurar a introspecção dentro dos limites daquilo que pode ser observado dentro da pele humana. Nesse sentido, busca observar o corpo e sua interação com o meio ambiente, equilibrando os acontecimentos externos antecedentes e os ocorridos no mundo privado, interno de cada um. A influência cultural é assim admitida como um dos aspectos importantes da interpretação comportamental e todos os termos mentalistas são traduzidos na linguagem behaviorista. O vocabulário mental é considerado algo que pode ser superado com o esclarecimento do papel do meio ambiente, devendo ser admitido apenas como uma linguagem popular a ser superada com a divulgação adequada das conclusões científicas.
Assim, o comportamento, para Watson, é interpretado em termos físicos, determinados a priori. Ele se opunha à ideia de que as pessoas são responsáveis por suas ações. Ele acreditava que a ciência, como o behaviorismo, deveria preparar as pessoas para compreenderem os princípios que regem seu comportamento. Por outro lado, Watson acreditava que o meio exercia um papel fundamental na formação do comportamento, apesar de não negar a importância das características herdadas, que, para ele, seriam universais e semelhantes. Porém, acreditava que o meio atuava sobre estas estruturas herdadas geneticamente. Com esta visão, ele enfatizou e deu base à compreensão da grande variedade de comportamentos humanos.
O Behaviorismo Metodológico
 Watson propôs que o behaviorismo, tal como ele a via, deveria seguir os seguintes postulados:
 •  O comportamento é composto por elementos, ou respostas, e pode ser analisado por métodos científicos, naturais e objetivos;
 •  O comportamento é composto por secreções glandulares e movimentos musculares; 
•  Todo estímulo físico elicia uma resposta. Assim, todo comportamento segue um determinismo causa-efeito;
 •  Os processos conscientes se existem, não podem ser estudados cientificamente e, portanto, devem ser ignorados.
Com relação a processos cognitivos, como o pensamento, Watson alega que este consistiria em tendências a movimentos musculares e secreções glandulares que não poderiam ser observados diretamente, que foram sendo inibidos, mas que ainda se mantêm de forma implícita, posição de Watson inclui:
 •  Estudar o comportamento por si mesmo;
 •  Opor-se ao Mentalismo e ignorar fenômenos, como consciência, sentimentos e estados mentais;
 •  Aderir ao evolucionismo biológico e estudar tanto o comportamento humano quanto o animal, considerando este último mais fundamental;
 •  Adotar o determinismo materialístico;
 •  Usar procedimentos objetivos na coleta de dados, rejeitando a introspecção;
 •  Realizar experimentação controlada
; •  Realizar testes de hipótese, de preferência com grupo controle; 
•  Observar consensualmente; 
•  Evitar a tentação de recorrer ao sistema nervoso para explicar o comportamento, mas estudar atentamente a ação dos órgãos periféricos,dos órgãos sensoriais, dos músculos e das glândulas.
Portanto, para o behaviorismo, o seu objeto de estudo primordial é o comportamento porque o mesmo é observável, e, então, pode ser medido de maneira objetiva e com a utilização do método científico (semelhante às outras ciências) pelos estudiosos do comportamento. Esta é a essência do Behaviorismo Metodológico.
O Behaviorismo Radical
O behaviorismo radical pode ser considerado um caso especial da filosofia da ciência, a filosofia da ciência do comportamento humano, que busca compreender questões humanas, como comportamento, cultura, e outros, dentro do modelo de aprendizagem por consequências, e rejeitando o uso de variáveis não físicas. Um behaviorista radical defende que as diferentes explicações sobre o comportamento humano deveriam ser estabelecidas com base em evidências refutáveis, e não em especulações abstratas. O behaviorismo radical foi concebido em experimentos realizados sob o rigor da produção de conhecimento científico. Desenvolvido dentro de um laboratório, em condições controladas, é um método passível de reaplicação. 
Observemos as frases abaixo:
 1. Eu estou digitando um texto. 
2. Eu estou com sono. 
3. Eu estou almoçando.
 Para os behavioristas, em suas vertentes metodológica e radical, as frases 1 e 3 referem-se a comportamentos observáveis, sendo por isto passíveis de serem medidos cientificamente, seja em sua frequência, intensidade, ou alguma outra dimensão. Já a frase 2 se refere a um conteúdo interno, não observável, não podendo ser medido, a menos que ele possa ser transformado em comportamentos observáveis, como: vou me deitar e fechar os olhos. Assim sendo, esta frase não implica num comportamento passível de ser objeto de estudo científico.
Formas de conhecimento:
CONHECIMENTO VULGAR OU POPULAR É utilizado por meio do senso comum, geralmente passado de geração em geração, disseminado pela cultura baseada na imitação e experiência pessoal;
CONHECIMENTO FILOSÓFICO Não é passível de observações sensoriais, utiliza o método racional, no qual prevalece o método dedutivo antecedendo a experiência
CONHECIMENTO RELIGIOSO OU TEOLÓGICO É incontestável em suas verdades, por tratar de revelações divinas; não é colocado à prova e nem pode ser verificado.
CONHECIMENTO CIENTÍFICO Por meio da ciência, busca um conhecimento sistematizado dos fenômenos, obtido segundo determinado método, que aponta a verdade dos fatos experimentados e sua aplicação prática. O conhecimento científico pode ser: contingente (hipóteses traduzem resultado através da experimentação); sistemático (procedimento ordenado forma um sistema encadeado de ideias); verificável (afirmações podem ser comprovadas); falível (novas proposições podem mudar as teorias existentes).
RESUMO DE ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO
Capítulo 2
Definição de análise experimental do comportamento
A análise experimental do comportamento busca a explicação do comportamento de um sujeito (ou organismo) com base na descrição das relações que tal comportamento mantém com outros comportamentos, presentes ou passados. O que define a análise do comportamento é essa investigação dos efeitos (consequências) cumulativos (dimensão histórica) de contingências ou interações (antecedentes passados ou atuais) sobre o desempenho atual do organismo
Vejamos exemplos dos efeitos de contingências sobre o comportamento de uma pessoa e as consequências do comportamento: 
• Se decido deixar meu guarda-chuva em casa em um dia chuvoso (contingência), então talvez tome chuva (consequência).
 • Se sempre estou no ponto do ônibus antes de sua chegada (contingência), quase nunca me atraso para a Faculdade (consequência).
A análise científica do comportamento começa pelo isolamento das partes simples de um evento complexo, de modo que essas partes possam ser melhor compreendidas, com o auxílio de experimentos. Os resultados dos experimentos podem ser verificados independentemente, repetidos por outros analistas, e suas conclusões podem ser confrontadas com os dados registrados, para confirmação de sua validade. 
Assim, fazer análise do comportamento é determinar as características/dimensões da ocasião em que o comportamento ocorre, identificar as propriedades públicas e privadas da ação e definir as mudanças produzidas pela emissão das respostas (no ambiente, no organismo). A essa tríade chama-se contingência tríplice, a unidade funcional da análise do comportamento.
SITUAÇÃO - RESPOSTAS - CONSEQUÊNCIAS
Sendo mais técnicos, diríamos que a análise experimental do comportamento se baseia na identificação de relações funcionais, na identificação e descrição do efeito comportamental, na busca de relações ordenadas entre variáveis ambientais e a ação de um organismo, na formulação de predições confiáveis baseadas nas descrições dessas relações e na produção controlada de efeitos previsíveis.
O objeto de estudo da análise do comportamento é o comportamento, sendo este o produto da relação entre o organismo e seu meio. Considera-se também o mundo privado do sujeito, e não somente o público, este último, aquele observável por todos. O mundo privado, sentido apenas pelo indivíduo e relatado ao mundo externo pelos mais diversos meios, da fala sistemática à arte, pode ser entendido, por outras abordagens, como a subjetividade humana.
Para os analistas do comportamento, explicar significa estabelecer relações entre eventos. Assim, tanto o comportamento visível quanto os eventos psicológicos não observáveis devem ser compreendidos através de suas relações com os eventos ambientais.
Analisar o comportamento é, portanto, selecionar um desempenho de um organismo em particular e procurar suas relações com o ambiente imediato (físico e social), levando em consideração variáveis históricas, como por exemplo a “experiência” que o organismo já teve com aquele tipo de situação em particular e com situações similares. Ao analisarmos o comportamento é, portanto, fundamental identificar as interações que ocorrem, num determinado período de tempo, entre um organismo e seu ambiente. A palavra interação é muito importante aqui porque estamos falando de uma dupla influência: mudanças no ambiente produzindo mudanças de comportamento e o comportamento dos organismos produzindo mudanças no ambiente que podem repercutir sobre o comportamento. Assim, o comportamento de um organismo não só é afetado por alterações que ocorrem nesse ambiente, mas também altera as condições do ambiente.
Eventos ambientais e eventos comportamentais
Os eventos ambientais são as alterações que ocorrem no ambiente. O escurecimento ou iluminação de uma sala, som de uma campainha, o cheiro de uma flor, pessoas trabalhando, uma dor de cabeça são exemplos de eventos ambientais. Eles antecedem e/ou seguem os eventos comportamentais no tempo e no espaço. Os eventos comportamentais são as ações promovidas pelo organismo cujo comportamento estamos analisando/observando; são os eventos comportamentais que nós queremos explicar.
Ex1.Um mesmo evento pode ser considerado ambiental ou comportamental, dependendo de qual organismo (sujeito) está sob análise. Para que fique mais claro, considere o seguinte exemplo. “Um grupo de colegas de classe estava reunido em frente ao Laboratório de Psicologia. Pedro contou uma piada. Todos riram ruidosamente.” Se estivermos analisando o comportamento de Pedro, podemos dizer que o grupo reunido é um evento ambiental (antecedente) ao evento comportamental “contar uma piada”, e que os risos são um evento ambiental (consequente) ao evento comportamental promovido por Pedro. Se resolvermos analisar o comportamento de outro membro do grupo, a piada contada por Pedro passa a ser um evento ambiental antecedente ao evento comportamental “rir”, promovido por todos os membros do grupo.
Ex2.“Considere o comportamento de Mariana.” Ela está tomando remédios para gastrite, de acordo com uma receita médica. Às cinco horas da tarde, o despertador tocou (evento ambiental antecedente externo). Ela, então, tomou um comprimido(evento comportamental) e sua mãe a elogiou pelo autocuidado (evento ambiental consequente externo).Juliana também está fazendo um tratamento para gastrite, mas frequentemente deixa de tomar os remédios na hora certa. Um dia, ela estava assistindo a um filme na TV quando de alguma maneira detectou excesso de acidez no seu estômago (evento ambiental antecedente interno). Ela tomou o remédio (evento comportamental) e a acidez começou a diminuir e finalmente acabou (evento ambiental consequente interno).
Também é possível que o efeito dos eventos sobre o comportamento resulte não apenas de suas propriedades físicas, mas também do “significado” que esse evento tem num contexto histórico e cultural, ou seja, alguns eventos podem exercer funções sociais. Os eventos sociais são uma categoria de eventos físicos que são produzidos pelo comportamento de outras pessoas (que não o sujeito sob análise) e cujo efeito sobre o comportamento do sujeito não resulta apenas de suas propriedades físicas, mas de convenções estabelecidas pelos grupos sociais.
 Ex.Uma luz de sinal de trânsito, vermelha, não impede os carros de prosseguirem por sua intensidade (ou por qualquer outra propriedade física intrínseca), mas por convenção social
A análise funcional do comportamento
CINCO PASSOS BÁSICOS PARA A REALIZAÇÃO DE UMA ANÁLISE FUNCIONAL DO COMPORTAMENTO.
 1. Definir precisamente o comportamento de interesse.
 2. Identificar e descrever o efeito comportamental.
 3. Identificar relações ordenadas entre variáveis ambientais e o comportamento de interesse. Identificar relações entre o comportamento interesse e outros comportamentos existentes.
 4. Formular predições sobre os efeitos de manipulações dessas variáveis e desses outros comportamentos sobre o comportamento de interesse.
 5. Testar essas predicações.
A análise funcional do comportamento, diferentemente da análise experimental do comportamento, ocorre em situações do cotidiano, onde o comportamento do indivíduo em questão não está submetido a procedimentos experimentais para fins de pesquisa.
Assim, embora um problema possa ser relatado por um indivíduo, um grupo ou uma organização, em qualquer destes casos, é possível realizar uma análise funcional do comportamento, e o procedimento é o mesmo: decidir qual informação coletar, delinear o problema, decidir que ações proceder e avaliar as mudanças.
Identificar um comportamento significa compreender sua função, que pode variar de um indivíduo para outro, entre situações e no tempo. De forma geral, as funções dizem respeito à obtenção de estímulos prazerosos ou à evitação de estímulos aversivos. 
Em relação à análise funcional, podem ser destacadas as seguintes características:
 a) são mais probabilísticas que deterministas; 
b) são transitórias e podem variar com o tempo (por exemplo, as variáveis relacionadas ao início de um problema podem não ser aquelas relacionadas a seu desenvolvimento posterior ou manutenção atual);
 c) são não excludentes, ou seja, a relação entre duas variáveis não impede a relação entre essas e outras variáveis;
 d) podem ser de nível macro (como etnia ou classe social) ou de nível micro (como frequência de criticismo social);
 e) requerem que as variáveis causais sempre precedam o evento causado; esta é uma condição necessária, mas não suficiente para causalidade; 
f) eventos privados podem entrar na análise funcional em diferentes vias: podem ser o comportamento-alvo, podem ser antecedentes ou podem ser consequentes
 g) identificar as variáveis que atualmente causam um problema clínico pode ser muito difícil, já que no ambiente natural há muitas outras variáveis que estão correlacionadas com a causa verdadeira; 
h) podem ter limites; uma importante limitação é que relações funcionais são difíceis de serem comprovadas.
Análise funcional idiográfica (a análise de casos individuais) e nomotética (análise funcional de uma categoria diagnóstica, como a exemplo análise funcional da depressão). A essas duas categorias, podemos adicionar outras duas: análise funcional de processos psicológicos (como imitação, desenvolvimento infantil, entre outros) e análise funcional de sistemas complexos (como organizações, ambiente terapêutico, prisões).
Além de especificar o comportamento-alvo, uma análise funcional adequada deve:
 a) especificar os comportamentos substitutos, ou seja, os comportamentos adaptativos que podem ser efetivos em servir àquela mesma função; 
b) especificar em termos funcionais as consequências que mantêm o comportamento-alvo (podem incluir tanto reforço positivo como negativo);
 c) especificar as contingências que têm falhado em manter a resposta adaptativa (pode ser que a pessoa nunca tenha aprendido comportamento apropriado; que o comportamento apropriado tenha uma frágil história de aprendizagem; ou que atualmente haja pouco reforço ou haja punição para a resposta adaptativa).
Exemplo de análise funcional: análise funcional da fobia social
Definição de Fobia Social de acordo com o DSM-V (p.242): “Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas
Análise Funcional: “As variáveis externas, das quais o comportamento é função, dão margem ao que pode ser chamado de análise causal ou funcional.
 Tentamos prever e controlar o comportamento de um organismo individual. Esta é a nossa ‘variável dependente’ - o efeito para o qual procuramos causa. 
Nossas ‘variáveis independentes’ - as causas do comportamento - são as condições externas das quais o comportamento é função. Relações entre as duas - as ‘relações de causa e efeito’ no comportamento - são as leis de uma ciência. ” (Skinner, 1994)
Esquema SD - R - SR, onde:
 SD (situação social, percepção dos sinais de ansiedade), 
 R (evitação/ fuga)
 SR (diminuição temporária da ansiedade).
 Contingências que favorecem o surgimento da fobia social
a) restrições de oportunidades de experiências em diferentes grupos culturais devido à pobreza ou a normas e valores da subcultura grupal (grupos fechados) que dificultam os contatos sociais).
 b) Relações familiares empobrecidas, com pais agressivos ou pouco empáticos que fornecem modelos inapropriados de interações 
c) Dificuldades para resolver problemas;
 d) Práticas parentais que premiam dependência e obediência e que punem ou restringem iniciativas de contato social pela criança 
 e) Presença de dificuldades nas habilidades sociais.
 Contingências punitivas: Quais foram os eventos punitivos na história de vida familiar e social do meu cliente? 
SD - R - SR
Situações sociais se tornaram SD (antecedentes) para SR- (consequências) críticas, humilhação, julgamento, retaliação, etc. 
 Intervenções
:• Treino de Habilidades Sociais (THS):
 • Reformulação de conceito; 
• Relaxamento progressivo; 
• Dessensibilização sistemática;
 • Ensaio comportamental.
Aspectos éticos da análise experimental do comportamento
No Brasil, os aspectos éticos envolvidos em atividades de pesquisa que envolvam seres humanos são regulados pelas Diretrizes e Normas de Pesquisa em Seres Humanos, através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, estabelecida em outubro de 1996. Entretanto, novas resoluções estão sendo elaboradas para tratar de áreas temáticas especiais.
 O objetivo maior da avaliação ética de projetos de pesquisa é garantir os seguintes princípios básicos:
PRINCÍPIO DA NÃO MALEFICIÊNCIA O pesquisador tem o dever de não causar mal e/ou danos ao indivíduo. 
PRINCÍPIO DA BENEFICÊNCIA o pesquisador deve contribuir para o bem-estar dos indivíduos, avaliando a utilidade de seus atos, e pesando os riscos e custos. 
PRINCÍPIO DO RESPEITO À AUTONOMIA O pesquisador deve atuar no sentido de preservar os direitos fundamentais do homem, principalmente seu direito a ter seus pontos de vista, opiniões e convicções.
 PRINCÍPIO DA JUSTIÇA O pesquisador deve garantir aos indivíduos garantias de igualdade de direitos e de liberdade de expressão.
A qualificação da equipe de pesquisadoresdeve avaliar a competência dos seus membros para planejar, executar e divulgar adequadamente um projeto de pesquisa. A adequação metodológica do projeto de pesquisa é fundamental. Um projeto inadequado acarreta riscos e custos sem que seus resultados possam ser utilizados, devido a deficiências no método. Devem ser esgotadas todas as possibilidades de obter dados por outros meios, utilizando simulações, animais, culturas de células, antes de utilizar seres humanos. Os pesquisadores devem dar garantias de que os dados serão utilizados apenas para fins científicos, preservando a privacidade e a confidencialidade.

Outros materiais