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Intervenção Federal Art. 21, V da CRFB Conceito “Procedimento político-administrativo de afastamento, temporário e excepcional, da autonomia política de determinada entidade federativa, com fundamento em hipóteses de cabimento enumerada taxativamente na Constituição da República, instaurado de ofício pelo Chefe do Executivo [art. 84, X], assim como a requerimento ou requisição de qualquer Poder do Estado” (Amílcar Gonçalves) Natureza Jurídica e Características Natureza jurídica procedimento político-administrativo Características excepcionalidade e temporariedade Garantia da Lei e da Ordem – GLO: Lei Complementar 97/99 “Não se confunde a intervenção federal com o emprego das Forças Armadas no território nacional para os objetivos do art. 142 da CRFB. Nesta, há a atribuição de ação tópica à força federal sobre fatos perturbadores da lei e ordem. Naquela, há a assunção do controle político- administrativo do Estado ou do Distrito Federal pela União” (Guilherme Peña de Moraes) Extensão Subordinada a pressupostos materiais e requisitos formais expressos na Constituição e, limitada ao tempo necessário para afastar as causas justificadoras de sua decretação, a intervenção pode alcançar todos os órgãos administrativos, legislativos e judiciais, no âmbito dos Estados, Distrito Federal e Municípios localizados em Território Federal. Nota: Os Municípios só podem sofrer intervenções por parte dos Estados (art. 34 e 35 da CRFB) Pressupostos e Requisitos Pressupostos materiais Art. 34 da CRFB Requisitos formais Art. 36 da CRFB (observar parágrafos) Arts. 89 e 90, I da CRFB Conselho da República Art. 91, § 1º, II da CRFB Conselho de Defesa Nacional - intervenção espontânea (de ofício) = art. 34, I, II, III e V ( manejada pelo Presidente) - intervenção provocada = art. 34, IV, VI, VII e art. 36, I, II e III (manipulada pelo Presidente) Observação sobre os Órgãos Superiores de Consulta (Vitor Rolf Laubé) Controle e Responsabilidade Político Art. 36, § 1º e 2º através de Decreto Legislativo (art. 49, IV; art. 57, § 6º, I; e art. 85, II da CRFB) Judicial Art. 5º XXXV da CRFB (abuso de poder e desvio da finalidade), seja por ADI, ADPF ou Mandado de Segurança (lei em tese!) * São controles posteriores e concomitante Responsabilidade civil Art. 35, § 6º “Pelas perdas e danos resultantes de atos ilegais ou inconstitucionais praticados pelo interventor, responde a União, e não os Estado-membro” (Pontes de Miranda) Emendas à Constituição Art. 60, § 1º “limitações circunstanciais” Conforme o texto constitucional, não é possível votar qualquer Emenda, isso porque, o que está em jogo é a vulnerabilidade do momento, a instabilidade institucional que o país se encontra, portanto, ainda que se diga que a promulgação e a publicação serão posteriores, o ato de aprovação foi contaminado pela ameaça institucional instalada, ou seja, toda tramitação do processo legislativo deve ser paralisada. Qualquer suspensão casuística do decreto interventivo, que vise a votação de uma EC em tramite afronta a constituição por “desvio de finalidade” do ato Em posição contrária quanto a tramitação, José Afonso da Silva, entende que não vigendo Estado de Defesa ou Estado de Sítio é possível ser aprovada Emenda Constitucional. Observações específicas Não existe intervenção “na segurança”, mas no Estado como todo; O Decreto dá prazo (31/12/18) e amplitude (na segurança pública) O interventor tem natureza civil, porém, no art. 2º, Paragrafo único: “O cargo de interventor é de natureza militar” “o que me parece nesse artigo 2º é que ele denomina a atividade do interventor como atividade militar. Me parece um equívoco porque claramente a função é desempenhada por estatuto civil; o cargo de secretário de estado é um cargo civil, ainda que seja exercido por um militar. O que me parece que está por detrás disso são algumas questões: por exemplo, militarizar esse cargo é também trazer para a Justiça Militar o julgamento dos atos praticados. Isso pode levar a um deslocamento da jurisdição civil para a militar” (Luiz Guilherme Arcaro Conci) “A intervenção federal permite a substituição da autoridade política estadual pela federal, mas não a substituição da autoridade política civil por uma militar. O interventor adotará atos de governo e, por isso, a natureza do cargo é civil, ou seja, o interventor pode até ser militar, mas este ocupa temporariamente um cargo de natureza civil” (Eloísa Machado) Observações específicas Não foram ouvidos os Órgãos Superiores de Consulta: Conselhos da República e de Defesa Nacional; Impossibilidade de tramitação, promulgação e publicação de Emenda Constitucional; suspenção do Decreto interventivo para aprovar EC é inconstitucional Perigosa “mexicanização” ou ”colombiação” das Forças Armadas – funções específicas no art. 142 da CRFB Arts. 124 da CRFB - Competência da Justiça Militar, porém, quando praticados contra civis, a Justiça própria é a Federal (Tribunal do Júri), todavia, conforme a Lei 13.491/17, os crimes dolosos contra a vida cometidos no contexto de atribuições destinadas pelo Presidente ou de GLO, afastam a competência do Tribunal do Júri , remetendo para a Justiça Militar da União.
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