Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 FACULDADES INTEGRADAS DE ARACRUZ DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA BIANCA LANGA SCALZER MAISA REBONATO MARIANA BISI COMETTI NATALIA FERREIRA YASMIN BASTOS DE ARAÚJO PRÁTICA 7 ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO EM PROVETA ARACRUZ 2016 2 BIANCA LANGA SCALZER MAISA FERREIRA REBONATO MARIANA BISI COMETTI NATÁLIA FERREIRA YASMIN BASTOS DE ARAÚJO PRÁTICA 7 ENSAIO DE SEDIMENTAÇÃO EM PROVETA ARACRUZ 2016 Relatório apresentado ao departamento de Engenharia Química, como pré-requisito de avaliação da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I, do 7° período do curso de Engenharia Química das Faculdades Integradas de Aracruz. Professor: Uara Sarmenghi Cabral M. Sc. 3 Sumário 1. OBJETIVO ................................................................................................... 4 2. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 2.1. CÁLCULO DA ÁREA DE SEDIMENTAÇÃO ......................................... 5 2.2. MÉTODO DE KYNCH ........................................................................... 7 2.3. CÁLCULO DA ALTURA DO SEDIMENTADOR .................................... 8 3. PROCEDIMENTOS ................................................................................... 10 3.1. MATERIAIS ......................................................................................... 10 3.2. MÉTODOS .......................................................................................... 10 4. RESULTADOS .......................................................................................... 11 4.1. CLORETO FÉRRICO .......................................................................... 11 4.2. CAL ..................................................................................................... 12 6. DIMENSIONAMENTO DO SEDIMENTADOR ........................................... 16 7. CONCLUSÃO ............................................................................................ 22 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 23 4 1. OBJETIVO Dimensionar sedimentadores contínuos com base no ensaio de sedimentação em proveta visando separar uma suspensão diluída e um lodo com a maior parte sólida. 2. INTRODUÇÃO As presentes e inúmeras partículas sólidas encontradas nas indústrias químicas permitem obter Processos de Separação vocacionados para lidar com a separação das partículas sólidas (fase dispersa) da fase contínua. Muitas vezes, esses mesmos processos, também se podem adaptar à separação de duas fases líquidas de densidades diferentes, uma das quais constitui a fase dispersa. Dentre outros processos existentes, temos em foco a sedimentação. A sedimentação é um dos processos de separação sólido-líquido baseados na diferença entre as densidades dos constituintes de uma suspensão; a remoção das partículas sólidas presentes em uma corrente líquida se dá pela ação do campo gravitacional, o que oferece ao processo as características de baixo custo e grande simplicidade operacional. A larga utilização industrial dos sedimentadores promove um crescente interesse no conhecimento do dimensionamento e operação desses equipamentos, com a finalidade de melhorar a sua utilização e eficiência no atendimento aos objetivos operacionais (CETEM, 2004). Dentre os processos de sedimentação as operações realizadas podem ser divididas em clarificação onde o produto desejado é o líquido clarificado e se caracterizam pela produção de espessados com baixas concentrações de sólidos ou espessamento onde o produto de interesse é o sólido e são caracterizados pela produção de espessados com alta concentração de sólidos, são os mais utilizados industrialmente e operam geralmente em regime contínuo. Do ponto de vista de Engenharia Química, o projeto de um sedimentador consiste no cálculo da área de sedimentação e da altura do espessamento; neste sentido, o clássico ensaio de proveta (figura 1) mostra ainda hoje seu valor. 5 Figura 1 – Zonas durante um experimento de sedimentação realizado em proveta Onde, A- Líquido clarificado; B- Suspensão com concentração uniforme, igual à inicial; C- Zona de transição e concentração não-uniforme, aumentando de cima para baixo; D- Zona de compressão, que aumenta com o passar do tempo. O mecanismo acima mostrado pode ser descrito da seguinte maneira: Inicialmente a suspensão é homogênea e a concentração da fase particulada é constante em todos os pontos ao longo da altura do sedimentador. Ao decorrer do tempo, as partículas mais densas começam a sedimentar e a formar uma fina camada de partículas no fundo do sedimentador. Inicia-se então durante a sedimentação a formação de uma região de líquido clarificada com ausência de sólidos. Assim, atinge-se uma situação em que existe apenas a região de compactação e de líquido clarificado. A partir de então a sedimentação consiste em uma compressão lenta da fase particulada, que expulsa o líquido existente entre as partículas para a fase clarificada. 2.1. CÁLCULO DA ÁREA DE SEDIMENTAÇÃO Os sedimentadores podem ser classificados como descontínuos – são tanques cilíndricos com a solução em repouso por um determinado tempo – e 6 contínuos – são tanques rasos de grande diâmetro, em que operam grades com função de remover a lama e alimentação é feita pelo centro do tanque. No estabelecimento do balanço de massa das fases sólida e líquida no sedimentador contínuo, considera-se que o extravasante não contenha partículas sólidas. Para os balanços de massa de sólidos e líquidos temos: sólidos: 𝜌 𝑠 . 𝐿𝑎. 𝑐𝑎 ∗ = 𝜌 𝑠 . 𝐿. 𝑐∗ = 𝜌 𝑠 . 𝐿𝑙. 𝑐𝑙 ∗ (1) Assim, temos: 𝐿𝑙 = 𝐿.𝑐∗ 𝑐𝑙 ∗ (2) Líquidos: (entre um nível qualquer do sedimentados e a descarga do lodo) 𝜌. 𝐿. (1 − 𝑐∗) = 𝜌. 𝑉 + 𝜌. 𝐿𝑙 . (1 − 𝑐𝑙 ∗) (3) Resultando das equações (1) e (3): 𝑉 = 𝐿𝑎. 𝑐𝑎 ∗ . ( 1 𝑐∗ − 1 𝑐𝑙 ∗) (4) Onde para as equações acima, temos: a= índice referente à alimentação de suspensão; l= índice referente ao lodo; L= vazão de suspensão descendente numa seção transversal do sedimentador (L³/ɵ); ρ= densidade do líquido (M/L³); ρS = densidade do sólido (M/L³); 7 c* = concentração volumétrica de sólidos na seção transversal do sedimentador (L³ sólidos/L³ suspensão). 2.2. MÉTODO DE KYNCH A relação c x v é específica para o sistema sólido-fluido e pelo ensaio de proveta por der obtido. Esse ensaio é conduzido com a suspensão na concentração inicial ca e para (c, v) é calculado a partir da curva de sedimentação resultante do deslocamento da interface entre as regiões clarificada e de sedimento que se estabelecem na proveta. Biscaia Jr. (1982) mostrou que Kynch elaborou um método de dimensionamento de sedimentadores que requer apenas um ensaio que forneça a curva de decantação (Z x ɵ), mostrando também a minimização de La/A nas figuras abaixo: Figura 2 – Ensaio na proveta pelo método de Kynch Os valores de c e v podem ser obtidos atravésdos gráficos, onde uma curva tangente é traçada em diversos pontos e determinam-se os valores de Ɵ, Zi e Z e assim seus valores são encontrados. Os cálculos para obtenção de c e v são descritos pelas seguintes equações: 8 𝑐 = 𝑐𝑎.𝑧𝑜 𝑧𝑖 (5) 𝜐 = 𝑧𝑖−𝑧 ɵ (6) Onde, C= Concentração mássica de sólido (M/L³); Ca = concentração inicial da suspensão (t/m³); Zo= Altura inicial da suspensão (m); Zi= Altura do lodo (m); 𝜐= Velocidade (m/s²); ɵ= Tempo (s). 2.3. CÁLCULO DA ALTURA DO SEDIMENTADOR Tendo em base um decantador ideal, existem três zonas distintas com alturas específicas para se obter melhor desempenho. Pavlov, Romankov e Noskov (1981) propuseram para a altura do sedimentador, a soma de três parcelas indicadas na figura abaixo: Figura 3- Alturas das regiões de espessamento Assim, o cálculo da altura total é dado por: 𝐻 = 𝐻1 + 𝐻2 + 𝐻3 (7) 9 Onde, H1 = Altura da região clarificada, que pode variar entre 0,45 e 0,75m; H2= Altura da região de espessamento; H3= Altura do fundo do sedimentador, sendo D seu diâmetro e seu valor estipulado é de 7,3 x10-2 D. 10 3. PROCEDIMENTOS 3.1. MATERIAIS Proveta de 1000 mL com tampa Água destilada Cloreto férrico (FeCl3) Cal (CaO) Béquer de 100 mL Balança Sulfato de alumínio Hidróxido de amônia Densímetro 3.2. MÉTODOS Iniciou-se o procedimento pesando em uma balança analítica 4 g de cloreto férrico e 8 g de cal para preparação de duas soluções distintas. Primeiramente, colocou-se a cal em uma proveta de 1000 mL, completou- se o volume com água e, em seguida, adicionou-se 2 mL de sulfato de alumínio (floculante) e tampou-se a proveta adequadamente para permitir movimentos semicirculares e misturá-los. Imediatamente após agitação da solução com o floculante, colocou-se a proveta destampada em cima da bancada, evitando-se vibrações, e iniciou-se o ensaio, registrando-se o tempo e altura entre a região clarificada e a região de sedimentação. Repetiu-se o procedimento para a solução de cloreto de férrico, adicionando-se 14 mL do floculante hidróxido de alumínio, e registraram-se os dados. O procedimento foi realizado em duplicata, porém registrou-se no relatório apenas o melhor resultado para cada floculante. 11 4. RESULTADOS Os valores obtidos experimentalmente foram transformados para o Sistema Internacional de Unidades (SI) e dispostos nas Tabelas 1 e 2. Em seguida, montaram-se os gráficos da altura em função do tempo para ambas as soluções, representados pelas Figuras 1 e 2. 4.1. CLORETO FÉRRICO Durante 23 minutos e 30 segundos, observou-se o seguinte comportamento: TABELA 1 – Ensaio de sedimentação para a solução de cloreto férrico. Tempo (s) Altura (m) Tempo (s) Altura (m) Tempo (s) Altura (m) Tempo (s) Altura (m) 0 0,320 360 0,145 720 0,094 1080 0,080 30 0,315 390 0,135 750 0,092 1110 0,080 60 0,305 420 0,127 780 0,091 1140 0,078 90 0,285 450 0,122 810 0,090 1170 0,078 120 0,275 480 0,115 840 0,088 1200 0,077 150 0,255 510 0,113 870 0,086 1230 0,077 180 0,240 540 0,109 900 0,085 1260 0,077 210 0,215 570 0,105 930 0,083 1290 0,074 240 0,200 600 0,103 960 0,083 1320 0,074 270 0,188 630 0,099 990 0,083 1350 0,074 300 0,167 660 0,097 1020 0,082 1380 0,074 330 0,155 690 0,096 1050 0,080 1410 0,074 12 Figura 4 – Gráfico da curva de sedimentação para a solução de cloreto férrico. 4.2. CAL Durante 21 minutos e 30 segundos, observou-se o seguinte comportamento: TABELA 2 – Ensaio de sedimentação para a solução de Cal. Tempo (s) Altura (m) Tempo (s) Altura (m) Tempo (s) Altura (m) Tempo (s) Altura (m) 0 0,319 330 0,084 660 0,049 990 0,043 30 0,305 360 0,073 690 0,048 1020 0,043 60 0,292 390 0,067 720 0,047 1050 0,042 90 0,273 420 0,064 750 0,047 1080 0,041 120 0,240 450 0,062 780 0,046 1110 0,041 150 0,220 480 0,058 810 0,045 1140 0,041 180 0,197 510 0,056 840 0,045 1170 0,041 210 0,175 540 0,054 870 0,045 1200 0,041 240 0,140 570 0,053 900 0,045 1230 0,040 270 0,124 600 0,051 930 0,044 1260 0,040 300 0,102 630 0,050 960 0,043 1290 0,040 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 A lt u ra (m ) Tempo (s) Cloreto Férrico 13 Figura 5 – Gráfico da curva de sedimentação para solução de Cal. 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 1200 1300 A lt u ra (m ) Tempo (s) Cal 14 5. DISCUSSÃO Tanto para a solução de cal quanto para a de cloreto, a curva apresentou- se visualmente satisfatória tendo em vista o tempo em que ficaram em repouso. Para melhor visualização e discussão dos resultados, comparou-se os dados das Tabelas 1 e 2, construiu-se um único gráfico, representado a seguir: Figura 6 – Gráfico da curva de sedimentação para as soluções de cloreto e cal. Observando-se a Figura 6, nota-se que a solução de Cal sedimenta mais rapidamente do que a solução de cloreto férrico. Isso ocorre porque as soluções formam diferentes produtos, de diferentes características físico-químicas. O cloreto férrico sofre hidrólise e libera calor. Quando entra em contato com o hidróxido de amônia (floculante), ocorre a formação de hidróxido de ferro III e cloreto de amônio. A reação é dada por: FeCl3 (aq) + 3 NH4OH (aq) → Fe(OH)3 (s) + 3 NH4Cl (aq) O hidróxido de ferro III formado é muito solúvel em água e, por isso, o precipitado formado é dissolvido pela água de forma rápida e não pode ser observado com clareza. 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 A lt u ra (m ) Tempo (s) Cloreto x Cal Cloreto Cal 15 Já o óxido de cálcio, reage com a água produzindo hidróxido de cálcio: CaO (s) + H2O (l) → Ca(OH)2 (aq) Com a adição do sulfato de alumínio (floculante), ocorre a formação de hidróxido de alumínio. A reação é dada a seguir: 3 Ca(OH)2 (aq) + Al2(SO4)3 (aq) → 2 Al(OH)3 (s) + 3 CaSO4 (aq) Por ser um sólido insolúvel em água, o hidróxido de alumínio é facilmente a observado. 16 6. DIMENSIONAMENTO DO SEDIMENTADOR É possível determinar o diâmetro e altura de um sedimentador com os dados obtidos no ensaio de sedimentação em proveta através do método de Biscaia Jr.. Primeiramente, calculamos a altura mínima de sedimentação, a partir da Equação 8: 𝑧𝑚𝑖𝑛 = 𝑧0 𝐶𝑣 𝐶𝑣𝑢 (8) Onde: 𝑧0 = altura inicial; 𝐶𝑣 = concentração da suspensão na entrada do sedimentador; 𝐶𝑣𝑢 = Concentração da suspensão na saída. 𝑧𝑚𝑖𝑛 = 0,320 𝑚 ∗ 4 𝑔/𝑙 25 𝑔/𝑙 𝑧𝑚𝑖𝑛 = 0,0512 𝑚 Depois, traça-se uma reta horizontal no ponto do 𝑧𝑚𝑖𝑛,até que ela encontre a curva de sedimentação, onde é traçada uma reta vertical que indica o tempo mínimo de sedimentação. Figura 7- Gráfico para obtenção de 𝑡𝑚𝑖𝑛 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 A lt u ra ( m ) Tempo (s) Cloreto 17 Como é possível observar no gráfico, o valor de 𝑧𝑚𝑖𝑛 obtido na equação 8 acima, não foi suficiente para que a reta traçada encontrasse a curva em um determinado ponto, tornando impossível a determinação de 𝑡𝑚𝑖𝑛. Para melhorar os cálculos, foi necessário diminuir a concentração de lodo pela metade, para que o valor de 𝑧𝑚𝑖𝑛 obtido nos cálculos fosse condizente com o gráfico. 𝑧𝑚𝑖𝑛 = 0,320 𝑚 ∗ 4 𝑔/𝑙 12,5 𝑔/𝑙 𝑧𝑚𝑖𝑛 = 0,1024 𝑚 Figura 8 -gráfico para obtenção de 𝑡𝑚𝑖𝑛com outra concentração O valor de 𝑡𝑚𝑖𝑛 de acordo com o a figura 8 é de aproximadamente 630 s ou 0,175 h. Utilizando a equação abaixo, é possível também calcular a área mínima (𝐴𝑚í𝑛) do sedimentador, que possui como parâmetros 𝑡𝑚𝑖𝑛, altura inicial (𝑧0) e vazão volumétrica (𝑉). 𝐴𝑚í𝑛 = 𝑉 ×𝑡𝑚í𝑛 𝑧0 (9) O valor da vazão fornecida está em unidade mássica (18 ton/h ou 18.000 kg/h). No entanto, para que os cálculos sejam realizados de forma correta, este 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 A lt u ra (m ) Tempo (s) Cloreto 𝑧𝑚𝑖𝑛 𝑡𝑚𝑖𝑛 18 parâmetro deve estar em unidade volumétrica. Para esta conversão, utilizamos a equação 10, apresentada abaixo. 𝑉 = �̇� 𝜌 (10) Onde: �̇� = vazão mássica do sistema; V = vazão volumétrica do sistema; ρ = densidade da suspensão. A densidade aferida em laboratório, com auxílio do densímetro, foi de 0,995 g/cm3 ou 995 kg/m3. 𝑉 = 18000 𝑘𝑔/ℎ 995 𝑘𝑔/𝑚3 𝑉 = 18,1 𝑚3/ℎ Após a mudança de unidades, podemos determinar a área mínima. 𝐴𝑚í𝑛 = 18,1 𝑚3 ℎ × 0,175 ℎ 0,320 𝑚 𝐴𝑚𝑖𝑛 = 9,893 𝑚 2 Tendo determinado 𝐴𝑚𝑖𝑛, pode-se calcular o diâmetro mínimo (𝐷𝑚𝑖𝑛) do sedimentador, através da equação 11. 𝐷𝑚í𝑛 = √ 4𝐴𝑚í𝑛 𝜋 (11) 𝐷𝑚í𝑛 = √ 4 𝑋 9.893 𝑚2 𝜋 𝐷𝑚í𝑛 = 3,55 𝑚 Os valores de 𝐴𝑚𝑖𝑛e 𝐷𝑚í𝑛 não podem ser considerados como valores reais para o dimensionamento do sedimentador, Segundo PERRY (2007), a área real do projeto é determinada através da equação 12, a seguir. 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 = 𝑓1 × 𝑓2 × 𝐴𝑚í𝑛 (12) 19 Os parâmetros de correção 𝑓1 e 𝑓2 são necessários para uma melhor precisão nos cálculos. Tais parâmetros apresentam algumas particularidades a serem seguidas, como descritas abaixo: 𝑠𝑒 𝐷𝑚í𝑛 ≥ 30 𝑚 → 𝑓2 = 1,2 𝑠𝑒 5 < 𝐷𝑚í𝑛 < 30 𝑚 → 1,2 < 𝑓2 < 1,5 𝑠𝑒 𝐷𝑚í𝑛 ≤ 30 𝑚 → 𝑓2 = 1,5 1,10 < 𝑓1 < 1,25 Segundo o valor de 𝐷𝑚í𝑛 obtido para este experimento, utilizaremos a terceira particularidade apresentada, onde 𝑓2 = 1,5 e 𝑓1 = 1,2. 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 = 1,2 × 1,5 × 9,893 𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 = 17,81 𝑚 2 Com isso, calculamos 𝐷𝑝𝑟𝑜𝑗 : 𝐷𝑝𝑟𝑜𝑗 = √ 4𝐴𝑝𝑟𝑜𝑗 𝜋 𝐷𝑝𝑟𝑜𝑗 = √ 4 ∗ 17,81 𝑚2 𝜋 𝐷𝑝𝑟𝑜𝑗 = 4,76 𝑚 Além do diâmetro, foi necessário definir também a altura do sedimentador. Esta pode ser calculada pela soma das parcelas de altura, como demonstrado na equação 7. Segundo PERRY, há algumas recomendações para determinação de H1 e H3, como mostrado a seguir. Submersão da alimentação: 47< H1< 75 cm Usa-se H1 (60 cm) Capacidade de armazenamento: 30 < H2 < 60 cm Usa-se H2 (45 cm) Para o cálculo da altura da região de espessamento, foi utilizada a equação 13, apresentada abaixo. 𝐻2 = 4 ∗ 𝑉 ∗ (𝑡𝑢 − 𝑡𝑐) ∗ 𝑐𝑣 3 ∗ 𝐴𝑚𝑖𝑛 ∗ 𝑐𝑣𝑢 (13) 20 Onde: 𝑉 = vazão volumétrica; 𝑡𝑢= tempo útil; 𝑡𝑐= tempo crítico; 𝐶𝑣 =concentração da suspensão na entrada do sedimentador; 𝐶𝑣𝑢 =concentração da suspensão na saída; 𝐴𝑚𝑖𝑛= área mínima. Primeiramente, a definição dos parâmetros tempo útil (tu) e tempo crítico (tc) são fundamentais. Foi utilizado o método de Biscaia Jr a fim de estimar valores para essas incógnitas, como descrito a seguir. Utilizando por base o gráfico da curva de sedimentação do cloreto férrico, e traçando as retas tangentes à curva, tornou-se possível encontrar o tempo crítico. Inicialmente, traçou-se uma reta tangente à curva de sedimentação partindo de Zo. Após isso, foi necessário traçar uma reta originária do Zmin até que a mesma tocasse a reta tangente. O terceiro passo foi traçar uma bissetriz no ponto de encontro entre ambas. O ponto de contato da bissetriz com a curva de sedimentação corresponde ao valor de tc, como apresentado na figura abaixo: Figura 9 - Gráfico para obtenção de tc 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 A lt u ra (m ) Tempo (s) Cloreto 𝑧𝑚𝑖𝑛 tc 21 De acordo com o gráfico, o tc equivale a aproximadamente 400 s ou 0,111 h. Na determinação do parâmetro tempo útil, utilizamos de igual o gráfico da curva de sedimentação do cloreto férrico. Foi traçada uma reta tangente à curva, tomando como ponto de partida zmin. O ponto onde a reta tangente toca à curva é o valor desejado de tu. Figura 10- Gráfico para obtenção de tu De acordo com o gráfico, o valor de tu é de aproximadamente 950 s ou 0,2638 h. Com os valores obtidos de tu e tc, determinamos H3. 𝐻3 = 4 ∗ ,18,1 𝑚3 ℎ ∗ (0,2683 ℎ − 0,111 ℎ) ∗ 0,004 𝑘𝑔/𝑙 3 ∗ 9,893 𝑚2 ∗ 0,0125 𝑘𝑔/𝑙 𝐻3 = 0,123 𝑚 Finalmente, determinamos o valor de H, como a seguir. 𝐻 = 0,6 𝑚 + 0,45 𝑚 + 0,123 𝑚 𝐻 = 1,173 𝑚 0,000 0,050 0,100 0,150 0,200 0,250 0,300 0,350 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 A lt u ra (m ) Tempo (s) Cloreto 22 7. CONCLUSÃO Através do experimento foi possível realizar todos os cálculos necessários para dimensionar um sedimentador dentre eles área, altura e diâmetro, tendo como base o ensaio de sedimentação em proveta visando separação de uma suspensão diluída e um lodo com a maior parte sólida. Os gráficos mostraram que as soluções cal e cloreto férrico, apresentaram curvas satisfatórias quanto a sua redução da altura x tempo. Foi possível perceber que a Cal por ter maior concentração e utilização de sulfato de alumínio apresentou mais rápida sedimentação formando hidróxido de alumínio no qual é insolúvel em água sendo assim mais perceptível, já a solução de Cloreto Férrico com menor concentração e utilização de hidróxido de amônia apresentou mais longa sedimentação formando hidróxido de ferro III e cloreto de amônio. Observando a evolução da decantação e a velocidade de sedimentação com o tempo, percebeu-se que a medida que o tempo passou, o valor da velocidade diminuiu, ou seja, conforme decantou, a velocidade de sedimentação tendeu ao valor 0 enquanto sua concentração tendeu ao valor máximo. 23 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. PERRY, James O., Doon W. GREEN, e Robert H. MALONEY. Perry’s Chemical Engineers’ Handbook. 8ª Edição. New York: Editora McGraw- Hill, 2007; 2. disponível em <http://www.cetem.gov.br/publicacao/CTs/CT2004-189- 00.pdf> - acesso em 28 de abril de 2016; 3. Disponível em< https://moodle.ufsc.br/course/view.php?id=40465>- acesso em 28 de abri de 2016;
Compartilhar