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Revista ISSN 1806-1877 nº 86 - Março de 2017 Artigos do XXIII SNPTEE, do XI SIMPASE e da Bienal 2016 Usina de Foz do Areia Foto Marcio Geraldo Antunes - acervo da COPEL 2017 Março 15 E 16 - RIO DE JANEIRO - RJ WORKSHOP - EXPANSÃO DO SISTEMA INTEGRADO NACIONAL: COMO ATENUAR DESCOMPASSOS ENTRE G & T? - C1 16 - SÃO PAULO - SP WORKSHOP GESTÃO DE RISCOS NO MERCADO DE ENERGIA ELÉTRICA - C5 Abril 04 E 05 - RIO DE JANEIRO - RJ TUTORIAL E WORKSHOP 2017 - APLICAÇÕES DE HVDC E SEUS DESAFIOS NO SISTEMA BRASILEIRO - B4 11 E 12 - BRASÍLIA - DF MINICURSO DE SINCRONISMO DE REDES DE TELECOMUNICAÇÕES E AUTOMAÇÃO - D2 Maio 09 E 10 - BELO HORIZONTE - MG CONDUTORES NÃO CONVENCIONAIS: EXPERIÊNCIA COM INSTALAÇÃO E DESEMPENHO EM LINHAS AÉREAS DE TRANSMISSÃO - B2 21 A 25 - PARAGUAI ERIAC - XVII ENCONTRO REGIONAL IBERO AMERICANO DO CIGRÉ Agosto 14 A 16 - RIO DE JANEIRO - RJ XII SIMPASE – SIMPÓSIO DE AUTOMAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS - B5, C2 E D2 23 E 24 – SÃO PAULO – SP IV SINREM - SIMPÓSIO NACIONAL DE REGULAÇÃO, ECONOMIA E MERCADOS DE ENERGIA ELÉTRICA – C5 Setembro 16 A 20 - RECIFE -PE CIGRÉ SC B3 COLLOQUIUM - CHALLENGES AND TRENDS TO THE NEXT YEARS - B3 Outubro 22 A 25 - CURITIBA - PR XXIV SNPTEE – SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - CIGRÉ-BRASIL Dezembro 04 A 07 - RIO DE JANEIRO – RJ INTERNATIONAL SEMINAR ON POLICIES, INCENTIVES, TECHNOLOGY AND REGULATION OF SMART GRIDS - B5, C2, C6 E D2 CALENDÁRIO DE EVENTOS Para mais informações eventos@cigre.org.br • Tel.: (21) 2556-5929 Revista do CIGRÉ-Brasil de publicação trimestral nos meses de Março, Junho, Setembro e Dezembro para profissionais que atuam em Sistemas Elétricos de Potência. A Revista publica artigos de alta qualidade, apresentados em eventos nacionais e internacionais do CIGRÉ e do CIGRÉ-Brasil, artigos escritos por Grupos de Trabalho e Comitês Técnicos do CIGRÉ-Brasil, além de artigos convidados. A revista tem circulação nacional e no âmbito do Mercosul. Tem uma tiragem de 1.000 exemplares e está disponível para download pelos associados. Os seus leitores estão espalhados por cerca de 60 empresas e universidades e mais de 600 especialistas do setor. A data para envio de Anúncios é até o primeiro dia do mês anterior ao da publicação. Os custos para publicação de anúncios em 4 cores na Revista EletroEvolução são os seguintes: Página Inteira (220mmx307mm) R$ 4.000,00 Meia página (210 mmx 50,5mm) R$ 3.000,00 Contracapa R$ 5.000,00 Verso Capa R$ 4.500,00 Verso Contracapa R$ 4.300,00 Data para envio: Até o primeiro dia do mês anterior ao da publicação. eletroevolucao@cigre.org.br PUBLICAÇÃO DE ANÚNCIOS NA ELETROEVOLUÇÃO – Sistemas de Potência EletroEvolução - Sistemas de Potência ISSN 1806-1877 - nº 86 - Março de 2017 CONSELHO EDITORIAL: Antonio Simões Pires (PR) - CIGRÉ-Brasil/Eletronorte Saulo José Nascimento Cisneiros - CIGRÉ-Brasil/ONS José Henrique Machado Fernandes - Eletronorte João Guedes de Campos Barros - CEPEL Jerzy Zbigniew Leopold Lepecki - CIGRÉ Dourival de Souza Carvalho Junior - EPE Paulo Gomes - ONS José Sidnei Colombo Martini - USP/POLI José Wanderley Marangon Lima - UNIFEI João Batista Guimarães F. da Silva - Furnas Transmissão Paulo Cesar Fernandez - Eletrobras Márcio Rezende Siniscalchi - CEs A José Antonio Jardini - CEs B/USP/POLI Luiz Augusto Barroso - CEs C/PSR Marcelo Costa de Araújo - CEs D/Eletronorte Ricardo Cavalcanti Furtado - Consultor Natasha de Decco - CIGRÉ-Brasil PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO: Flávia Guimarães IMPRESSÃO: Rona Editora TIRAGEM: 1.000 exemplares ELETROEVOLUÇÃO – SISTEMAS DE POTÊNCIA é publicada pelo Comitê Nacional Brasileiro de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (CIGRÉ-Brasil) DIRETORIA CIGRÉ-BRASIL: Josias Matos de Araujo Diretor-Presidente Saulo José Nascimento Cisneiros Diretor Técnico Antonio Simões Pires Diretor de Assuntos Corporativos Jocílio Tavares de Oliveira Diretor Financeiro ENDEREÇO: CIGRÉ-Brasil Praia do Flamengo, 66 – Bloco B – Sala 408 – Flamengo Rio de Janeiro – RJ – CEP 22210-903 – Tel: (21) 2556.5929 cigre@cigre.org.br su m ár io 75 Lista dos Comitês de EstudoRepresentantes Brasileiros 4 EDITORIAL 8 MEMÓRIA 37 XXIII SNPTEEData Envelopment Analysis (DEA): O Benchmarking do Setor Elétrico Brasileiro e a Árvore de Custos e Perdas 44 XXIII SNPTEEModernização do Sistema de Excitação em uma Termelétrica a Ciclo Combinado Utilizando Tecnologia Nacional 50 XI SIMPASEOs Processos de Validação e Documentação em Sistemas Digitais de Automação de Subestação 58 BIENAL 2016Remote Monitoring System and Analysis of Equipment Performance for Asset Management 65 BIENAL 2016HVDC ±800 kV Transmission Line Associated to the Belo Monte Hydroelectric Power Plant - Studies and Definitions for The Basic Design – Innovation and Challenges for a New Level of Voltage in Brazil 30 CONSTATAÇÕES TÉCNICASSessão Bienal 2016 – Constatações Técnicas 16 NOTÍCIAS Revista ISSN 1806-1877 nº 86 - Março de 2017 Artigos do XXIII SNPTEE, do XI SIMPASE e da Bienal 2016 Usina de Foz do Areia Foto Marcio Geraldo Antunes - acervo da COPEL 4 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 EDITORIAL Política de Integridade – Uma realidade no CIGRÉ-Brasil É indiscutível a importância da transparência das Organizações nos dias atuais. O contexto da sociedade requer que as administrações atuem com clareza nos processos. Isso indica que a introdução de um programa de integridade passa a ser uma exigência natural para as organizações. Quais os fatores fundamentais para a adoção de um programa de integridade? Em primeiro lugar está a disposição da organização em, espontaneamente, declarar à sociedade a sua abertura do comportamento empresarial no sentido de explicitar os seus propósitos de seriedade com o tratamento dos processos. Em segundo lugar a alta administração se dispõe a atuar com o compromisso de agir de forma célere no combate a qualquer atitude ilícita combatendo todas as possibilidades de atos de corrupção ou falhas profissionais não condizentes com a lisura dos procedimentos associados ao ambiente interno ou nos relacionamentos com os clientes e parcerias. Vale destacar que essa atitude empresarial converge com os instrumentos regulatórios que regem o tema de corrupção no Brasil. Assim, seguindo os procedimentos de outras empresas que atuam no Brasil, após a sansão da Lei anticorrupção, n°. 12.846, de 01 de agosto de 2013, conhecida como lei da empresa limpa e sua Regulamentação através do Decreto n°. 8.420, de 18 de março de 2015, o CIGRÉ-Brasil decidiu adotar as políticas de integridade com vistas ao combate à corrupção. Um programa de integridade associado a um código de conduta e ética são fundamentais e devem estar presentes em todas as ações realizadas pela empresa incluindo o relacionamento com outras entidades e em especial com empresas públicas. Com esse espirito a Direção do CIGRÉ-Brasil agindo em conformidade com o CIGRÉ Paris e buscando explicitar o seu compromisso com os que fazem o CIGRÉ-Brasil, seja funcionários, Diretores, parceiros, associados e a sociedade em geral, elaborou o Programa de Integridade Empresarial referente à Política de Combate à Corrupção, instrumento que operacionaliza a Política de Combate à Corrupção. Além da transparência que esse processo requer o objetivo do Programa é garantir o cumprimento da legislação anticorrupção por parte do CIGRÉ- Brasil, seus Colaboradores, Representantes e fornecedores de bens e serviços. Essa Política também reflete o compromisso do CIGRÉ-Brasil em aderir às normas relevantes estipuladas em tratados internacionaiscontra a Corrupção, o Guia de Compliance do Cigré Paris e à Lei brasileira nº 12.846/2013. Além disso, estabelece que todos os fornecedores de bens e serviços e parceiros de negócios do CIGRÉ-Brasil observem as mesmas leis, regulamentações, normas e práticas éticas de negócios. Os princípios que embasam essa política são a prevenção, a detecção e a resposta a qualquer ato inadequado à organização. Sendo a prevenção o mais importante desses princípios. Destaca-se nesse contexto que não se tem conhecimento de atos ilícitos existentes na organização e isso dá mais suporte ao Programa visto que não se busca corrigir atitudes inadequadas, mas prevenir a ocorrência de atos lesivos ao CIGRÉ-Brasil e à sociedade. Com a introdução de um Programa de Integridade espera-se entre outros benefícios os seguintes: • Prevenção e detecção de riscos de Compliance; • Proteção à marca, à imagem e reputação da entidade; Jocílio Tavares de Oliveira – Diretor Financeiro do CIGRÉ-Brasil ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 5 EDITORIAL • Proteção a perdas, fraudes e abusos; • Alinhamento aos objetivos estratégicos; • Boas práticas de governança É importante salientar que um Programa de Integridade tem relevante importância nas relações com entidades e empresas visto que as exigências que estão nesses relacionamentos, especialmente quando se trata de empresas estatais são fundamentais para se viabilizar as transações comerciais tendo em vista que a cada dia são constatados requisitos que requerem a adoção de políticas de combate à corrupção entre as partes relacionadas. O Programa de Integridade referente à política de combate à corrupção do CIGRÉ-Brasil considera o seguinte contexto ilustrado na figura abaixo: Contexto do programa de Integridade Os aspectos acima consideram a seguinte abrangência e significado: 1. Políticas de combate à corrupção: O CIGRÉ-Brasil tem o compromisso de manter os mais altos níveis de padrões profissionais e éticos na condução de seus negócios; O CIGRÉ-Brasil não tolera qualquer forma de corrupção, suborno, pagamentos ilícitos ou concessão de vantagens indevidas, tanto no âmbito público como no privado. Todos os fornecedores de bens e serviços e parceiros de negócios do CIGRÉ Brasil devem observar as mesmas leis, regulamentações, normas e práticas éticas de negócios; Todos os seus fornecedores, parceiros comerciais e Representantes contratados, ficam proibidos de se envolver em qualquer atividade corrupta e, de forma direta ou indireta, oferecer, prometer, fornecer ou autorizar qualquer pessoa a fornecer dinheiro ou qualquer coisa de valor a algum agente público, ou pessoa a ele relacionada, ou a qualquer pessoa física ou pessoa jurídica com o propósito de obter ou acumular qualquer vantagem indevida. 2. Introdução do Manual de integridade: É o Instrumento construído para auxiliar as pessoas a entenderem as políticas anticorrupção e como a corrupção pode afetar a imagem da entidade e suas atividades, as consequências para condutas inadequadas e o que deve ser feito para combater e evitar a corrupção. 3. Estabelecimento da Gerência de Compliance O Gerente de Compliance terá como atribuição a contínua implantação, avaliação e fiscalização do cumprimento desse programa atuando com independência e respondendo diretamente ao Conselho Administrativo. 4. Elaboração do Plano de Comunicação: A estratégia de comunicação do Programa de Integridade deve abranger dois aspectos principais, a saber: a divulgação das informações e a acessibilidade. Assim, é preciso que os Colaboradores, a alta direção e intermediários, fornecedores e prestadores de serviços conheçam seu conteúdo integral, incluindo atualizações ou modificações que venham a ser feitas ao longo do tempo e possam acessá-las facilmente. 6 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 EDITORIAL 5. Formalização de um plano de treinamento: A alta direção, Colaboradores e até mesmo terceiros (intermediários, fornecedores, prestadores de serviços, etc.) vinculados ao CIGRÉ-Brasil devem ter amplo acesso às informações sobre o Programa de Integridade e receber adequado treinamento, com vistas a promover a consciência a respeito da integridade empresarial e, pois, a responsabilidade pelo cumprimento das regras estabelecidas é de todos na organização. O CIGRÉ-Brasil deverá dispor de um programa de comunicação e treinamento específico, com cronograma de realização anual, para todos seus Colaboradores, Representantes e fornecedores de bens e serviços. 6. Ativação de um canal exclusivo de denúncia: Todas as denúncias que se referem às questões cobertas por esse Programa devem ser conduzidas pelo canal de denúncia disponível no portal do CIGRÉ-Brasil através do endereço denuncia@cigre.org.br e será gerenciado pela estrutura de Compliance da entidade ficando garantido o sigilo do denunciante bem como será assegurado retorno das denúncias apresentadas. Esse canal é o meio pelo qual os Colaboradores, terceiros, Representantes e o público em geral podem entrar em contato para relatar suas preocupações e denúncias de forma confidencial ou anônima de acordo com as leis em vigor. 7. Avaliação dos fornecedores: Os Colaboradores e Representantes têm como compromisso de CONDUTA: Atuar de acordo com as políticas do CIGRÉ-Brasil, sem concessões a ingerências de interesses e favorecimentos particulares, partidários ou pessoais, tanto nas decisões empresariais quanto na ocupação de cargos; A integridade profissional é um pré- requisito para a seleção e contratação de Representantes; 8. Estabelecimento de procedimento de Auditoria e Monitoramento: O Programa de Integridade deve ser constantemente auditado e monitorado, para garantir sua efetividade. Caso fique evidente, por meio das atividades de monitoramento e auditoria, que determinados processos ou elementos do programa não estão funcionando, ou apresentam falhas, os mesmos devem ser revistos e ajustados. É atribuição da área de Compliance o monitoramento contínuo do Programa de Integridade visando seu aperfeiçoamento na prevenção, detecção e combate à ocorrência de atos lesivos. Ainda dentro do contexto do Programa de Integridade do CIGRÉ-Brasil uma importante preocupação que foi incluída se refere aos cuidados com doação e brindes. Nesses aspectos o CIGRÉ-Brasil, comprometido com a integridade nos negócios deve estar atento para os critérios para doações e recepção de brindes para evitar possíveis associações de sua imagem com fraudes ou corrupção. O Programa de Integridade do CIGRÉ-Brasil está suportado em seis pilares que são os componentes imprescindíveis para a perenização de um Programa de integridade levando em conta a transversalidade desse processo. Esses pilares dão a sustentação necessária ao Programa. A figura abaixo ilustra esses pilares: O comprometimento da Alta administração é fundamental. Esse comprometimento se reflete nas ações da Diretoria tanto no apoio como no efetivo envolvimento com o Programa garantindo a sua funcionalidade; Os riscos existentes na organização devem ser continuamente avaliados visando o seu mapeamento e assim reduzindo as possibilidades de impactos negativos; ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 7 EDITORIAL Pilares do Programa de Integridade O Código de conduta e ética é um instrumento estritamente necessário para o Programa e atua como alicerce para o atingimento dos objetivos do Programa de integridade; O canal de denúncia é um fator de transparência importante para que sejam abertos os espaços para a comunicação de possíveis falhas, o que permitirá a atuação da Gerência de Compliance na apuração; O Monitoramento e a auditoriado Programa são de extrema importância considerando a necessidade da manutenção desse processo atuando dentro dos requisitos estabelecidos; Um Programa de Integridade só terá o êxito esperado quando todos os envolvidos conheçam efetivamente todos os procedimentos e entender os objetivos do Programa e seu papel para garantir o sucesso do Programa. Para isso um programa de treinamento e um processo de comunicação são essenciais no desenvolvimento do Programa de Integridade. O CIGRÉ-Brasil com esse Programa entra efetivamente no ambiente alinhado com a modernidade das organizações dando um passo espetacular na gestão empresarial. Vamos em frente. A nova realidade já está presente no CIGRÉ -Brasil. 8 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 MEMÓRIA Com a criação da Copel, o Paraná começaria a solucionar na segunda metade dos anos 50 um dos seus maiores e mais graves problemas: o da falta de um sistema de energia elétrica capaz de sustentar o processo de industrialização e diversificação da economia, e de tornar acessível à população um benefício essencial para a melhoria da qualidade de vida, além de oferecer a perspectiva de um desenvolvimento em bases sustentáveis no futuro. Àquela época, a economia do Estado baseava-se exclusivamente na atividade agrícola e era necessidade inadiável instalar em seu território a infraestrutura básica para atrair empreendimentos industriais. Em termos de energia elétrica, o Paraná era servido por sistemas isolados cuja abrangência limitava-se a algumas poucas cidades e que eram propriedade de empresas particulares – muitas, de capital estrangeiro. Com interesses tão localizados, era impossível pensar então num sistema elétrico verdadeiramente estadual, onde regiões de grande potencial energético pudessem transferir ao restante do Paraná a eletricidade ali produzida. Com sede e administração em outros estados, as empresas elétricas existentes, além de distantes da realidade e necessidades do Paraná, enfrentavam problemas como o esgotamento da capacidade de expansão e insuficiências crônicas de caixa. Além disso, a maior parte da energia gerada era proveniente de custosos motores a diesel, o que certamente ajudava a inviabilizar grandes investimentos no reforço e ampliação dos sistemas elétricos. Preso a essa realidade, o poder público via- Os últimos quatro anos marcaram uma revolução na Copel. A Companhia rompeu as fronteiras do Paraná para empreender em outros nove estados, retomou o ímpeto para construir grandes usinas, tornou- se um grande player na promissora fonte eólica, participou de leilões de transmissão que vão dobrar seus ativos no segmento no médio prazo, e logrou ampliar investimentos ano após ano depois de 2011. Vistos em perspectiva, os marcos deste período constituem o capítulo mais recente de uma missão iniciada em outubro de 1954, na capital paranaense, por obra e necessidade de um Estado carente de energia. se diante de um sério obstáculo aos planos de crescimento econômico e social traçados para o estado. E caberia à Copel a tarefa de superá-lo. Plano Hidrelétrico Ainda antes da existência da Copel, os serviços elétricos a cargo do Governo Estadual estavam confiados ao Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE, instituído em outubro de 1948. Sua criação assinalou o início de grande movimentação na área, pois foi praticamente contemporânea à elaboração do primeiro Plano Hidrelétrico do Estado. Ao mesmo tempo em que dava início às obras de sua primeira etapa, o DAEE passou a instalar motores e conjuntos a diesel com capacidade entre 70 e 154 kVA em muitas localidades, em caráter de emergência, para atender o crescimento que todo o interior já experimentava. Como as obras maiores eram de construção mais demorada e exigiam muito capital, a solução possível foi esta. Em 1953, uma lei estadual criou a Taxa de Eletrificação, proporcionando novos recursos financeiros para a execução do Plano. Viabilizada pela nova fonte de recursos, no ano seguinte seria criada a Copel, com a missão de assumir gradativamente a responsabilidade pelos serviços até então a cargo do DAEE, prefeituras e concessionárias particulares. O Departamento ainda continuou a atuar no setor por algum tempo, tendo construído as usinas de Ocoí (em Foz do Iguaçu), Cavernoso (em Laranjeiras do Sul) e Melissa (em Cascavel). As usinas Chopim I e Mourão I foram por ele iniciadas, A Copel em sua melhor idade ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 9 MEMÓRIA e depois concluídas pela Copel. Transferindo à nova empresa suas instalações e sistemas de atendimento, o DAEE pôde se dedicar à administração dos recursos hídricos, realizando importantes estudos de base para o Estado. Primeira sede Em ritmo discreto por conta das dificuldades financeiras, a Copel conquistaria em 1955 sua primeira sede. O aluguel de 12 salas no oitavo andar do Edifício José Loureiro, no calçadão da Rua XV de Novembro, foi a primeira casa da Companhia, seguida da aquisição de móveis e utensílios e da abertura da primeira conta no antigo Banco do Estado do Paraná, no valor de 200 cruzeiros. Os primeiros empregados contratados foram os engenheiros Walfrido Strobel e Herbert Leyser. No mesmo ano foram realizadas as primeiras reuniões da Companhia, que procuraram analisar o vasto trabalho de produção elétrica a ser desenvolvido no Paraná e as dificuldades que deveriam ser dribladas. Eram tempos incertos, com um futuro desafiador pela frente. Com pouco menos de dois anos de idade, em 1º de agosto de 1956 a Copel começou a abastecer algumas cidades paranaenses, onde a geração local apoiava-se no uso de geradores a diesel, tão problemáticos e vulneráveis quanto às próprias redes de distribuição. Rapidamente a Copel cuidou de remodelar e modernizar os sistemas, conseguindo reforçar e adequar os serviços elétricos naquelas cidades. Maringá, a primeira a ter seu sistema de distribuição assumido, contava à época com uma população de cerca de 15 mil habitantes e pouco mais de 1.700 ligações elétricas. Junto com a rede, a Copel assumiu também a usina a diesel que abastecia a cidade. Logo após a “Cidade Canção”, vieram Apucarana, Campo Mourão, Mandaguaçu e Pirapó. Eram tempos de conquista do Noroeste do Estado, quando a Copel enfrentava elevados índices de furto de energia e precariedade no fornecimento. Em 1958, a jovem Copel assumiu o desafiador atendimento à cidade portuária de Paranaguá, povoada há mais de 400 anos. A cidade sabia o que era eletricidade desde 1903, quando se acenderam as primeiras lâmpadas, abastecidas por geradores a óleo. Mais de meio século depois, no entanto, pouco havia mudado. A estrutura era precária. Os copelianos instalaram uma usina a diesel e, ao longo dos seis anos seguintes, uma rede de distribuição – além da Usina Marumbi, construída junto ao Rio Ipiranga (o paranaense). Ao levar energia para o Frigorífico Baggio, em Paranavaí, a Copel conquistou o memorável número de mil consumidores industriais. Mais do que isso, a Companhia se desdobrava para atender a um crescimento no fornecimento de energia a indústrias de 48% ao ano, a maior taxa dentre as empresas elétricas na época. No ano anterior, cada indústria havia consumido 60 mil KWh, três vezes mais do que em 1960. Também muito cedo a Copel demonstrou que tinha talento para pesquisa e tecnologia. Com apenas cinco anos de idade, uniu-se à Universidade Federal do Paraná (UFPR) para criar o Centro de Estudos e Pesquisas de Hidráulica e Hidrologia – depois batizado de CEHPAR (Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza). Idealizado pelo futuro presidente da Companhia e governador Parigot de Souza, este foi um passo determinante para o estudo e desenvolvimento de hidrelétricas nas décadasseguintes em todo o Estado. O CEHPAR foi o embrião dos atuais Institutos Lactec, organização de referência em inovação e soluções em ciência e tecnologia. Integração e confiabilidade Em 1960, o potencial energético instalado no Paraná para uso público totalizava 163 mil quilowatts. Disso, apenas 22.800 eram de responsabilidade do Governo do Estado, sendo que a participação da Copel restringia-se a 11.600 quilowatts. Mais de 90% de toda essa energia vinha de usinas geradoras a diesel, de altos custos de produção e manutenção. Ou 10 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 MEMÓRIA seja, a eletricidade, além de bastante escassa, era consideravelmente cara. Depois de passar seis anos estruturando-se e realizando estudos e projetos de atendimento a um mercado altamente reprimido, a Copel iniciou a execução efetiva dos planos de obras em 1961, lançando as bases do que viria a ser o sistema elétrico estadual. De imediato, planejou-se um programa emergencial destinado a atenuar a crônica crise energética do Paraná, ao mesmo tempo em que traçavam as linhas de uma estratégia de longo prazo. Tendo tais diretrizes como norte, implementou-se um programa segredo de obras que alterou rapidamente o perfil energético do Estado, evoluindo de uma situação de estrangulamento para um modelo de integração e alta confiabilidade. Na área de geração, foram construídas e colocadas em operação a usina termelétrica de Figueira (a carvão, com 20 mil quilowatts, em 1963), e as hidrelétricas de Salto Grande do Iguaçu (15.200 quilowatts, desativada em 1980 para dar lugar ao reservatório da usina de Foz do Areia), Julio de Mesquita Filho (44 mil quilowatts, inaugurada em 1970) e Capivari-Cachoeira, usina foi oficialmente batizada com o nome do falecido governador Parigot de Souza, numa homenagem ao engenheiro que por quase uma década presidiu a Copel, moldando-a como empresa e lançando e executando as bases do sistema elétrico paranaense. A primeira das grandes A Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, a GPS, lançou a Copel e o Paraná no rol dos grandes projetos hidrelétricos. Com barragem de 370 m de comprimento e 74 m de altura, as águas, represadas no Rio Capivari, foram desviadas para o rio Cachoeira, com um desnível de 740 m, e conduzidas por incríveis 15 km de um túnel subterrâneo que atravessa a Serra do Mar. A usina ainda foi responsável por dois recordes na época: maior avanço médio mensal em escavação subterrânea em obras do gênero e maior volume de concretagem mensal no interior de túneis. Se os dados não fazem sentido para quem não entende de engenharia, para uma empresa jovem como a Copel, com apenas 17 anos de idade, era como passar em primeiro lugar no vestibular. Atualmente, a usina possui potência de 260 MW, o que representa uma pequena porcentagem no conjunto de geração da Copel, especialmente se comparada às grandes usinas do Rio Iguaçu. Mas para a época era uma obra que permitia o desenvolvimento e o crescimento do Paraná e abria caminhos para uma geração de grandes usinas. Expansão A década de 1970 foi marcada por uma enorme variedade de ações que ampliaram a atuação da Copel. Uma delas foi a criação da primeira área de telecomunicações da empresa. Outra foi o investimento em tecnologia e pesquisa, em parcerias com universidades. Diante da crise do petróleo, a Companhia também iniciou sua atuação para disseminar o uso eficiente de energia e desenvolveu os primeiros projetos de Pedro Viriato Parigot de Souza – Governador do estado do Paraná e Presidente da Copel de 10.02.1961 a 02.06.1970. ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 11 MEMÓRIA inclusão energética. Aos quinze anos de idade a Companhia já começava a alcançar a atuação expressiva no Estado: mais de 200 cidades paranaenses já eram atendidas nesse período pelo seu braço de distribuição. Já na geração, durante a década de 70 a experiência acumulada pela Copel na construção de usinas passou a ser usada na execução de aproveitamentos de outra ordem de grandeza, as chamadas usinas de grande porte, todas com potência instalada superior a mil megawatts. Assim foi com Salto Osório, usina de 1.050 megawatts construída pela Copel para a Eletrosul no rio Iguaçu e inaugurada em meados da década. No mesmo período a empresa colocaria em operação suas primeiras linhas de transmissão de 230 kV, precursoras das redes de 500 kV que mais tarde interligariam a quase totalidade do território brasileiro. Empresa energética Em 1974, já com 20 anos de idade, a Copel adentrou a vida adulta. Em duas décadas, sete presidentes passaram pela empresa e seu crescimento foi notável. Neste ano a Copel incorporou a Companhia Força e Luz do Paraná e seu capital social elevou-se de CrS 1.400 para CrS 1.300.000.000, conferindo à concessionária a posição de primeira empresa do Paraná e uma das maiores entre as suas congêneres estaduais. Além disso, ganhou de presente de aniversário uma sede própria, onde permanece até hoje, na Rua Coronel Dulcídio, em Curitiba. Ao final da década, foi inaugurado o Centro de Operação do Sistema (COS), que colocou em funcionamento o primeiro Sistema de Supervisão e Controle digital do país. Projetado para controlar, em um primeiro momento, 68 unidades, entre usinas e subestações, permitia supervisionar remotamente todo o sistema de geração e transmissão da Copel e programar a produção diária nas diversas usinas da Companhia espalhadas pelo Estado. Atualmente, a Companhia conta com dois centros de operação, sendo um específico para geração e transmissão e outro para distribuição de energia, que operam remotamente unidades espalhadas por todo o Paraná. Transformada em empresa energética em 1979 – o que implicou na retirada do termo “Elétrica” de seu nome – a Copel passou a dedicar-se também a pesquisar e fomentar o uso de outras fontes de energia dentro do Paraná. Entre elas destaca-se o gás canalizado, para cuja comercialização e distribuição foi constituída a Compagás - Companhia Paranaense de Gás, sob controle da Copel. Grandes usinas A construção de empreendimentos de grande porte na Copel teria seu ápice nos anos 80 e 90, com a hidrelétrica de Foz do Areia, com 1.676 megawatts no mesmo rio Iguaçu. Inaugurada em 1980, foi oficialmente denominada Governador Bento Munhoz da Rocha Neto, homenagem ao governador do Estado na época de criação da Copel. Esta central estava equipada com as maiores unidades geradoras até então existentes no Brasil (4 x 419 megawatts), barragem de concreto de 160 metros de altura e vertedouro com capacidade para vazão de 11 mil m³/s. Os números fazem dela, ainda hoje, a maior Atual sede em Curitiba 12 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 operando como uma “unidade flutuante”. Do outro lado do rio, Porto Vitória não teve a mesma sorte. Com a destruição da linha que a abastecia, sua população ficou 20 dias sem energia. Apesar disso, mutirões de civis e eletricistas se mobilizaram para abrir picadas e ajudar a Copel a erguer uma outra linha, num episódio marcante para a história da empresa. Ney Braga e Caxias Em outubro de 1986, a Copel alcançou a significativa marca de 1,5 milhão de clientes no Paraná. A Companhia levara 27 anos (1954 a 1981) para alcançar a marca de 1 milhão de consumidores e somente cinco para aumentar outros 500 mil. A conquista se deu em meio ao racionamento de energia decorrente da forte estiagem que chegou a secar o reservatório da Usina Capivari-Cachoeira (GPS). Na geração, contudo, seu desempenho ia de vento em popa. Com a conclusão de Foz do Areia, a produção própria de energia pela Copel subiu de 1,9 bilhão de quilowatts-horas em 1979 para 2,9 bilhões no ano seguinte.Doze anos depois, seria colocada em operação a segunda maior central geradora da empresa, a Usina de Segredo (oficialmente, Governador Ney Braga), também no Iguaçu e com 1.260 megawatts de potência. Esta obra marcaria a publicação do primeiro Relatório de Impacto hidrelétrica do Rio Iguaçu e da Copel. Desde sua concepção em 1973 o projeto de Foz do Areia era grandioso. A região em que foi construída, no município de Pinhão, a 240 km de Curitiba, tinha grande potencial hidrelétrico, mas o local exato de construção da usina apresentava o ponto de maior potencial isolado, com características geográficas e topográficas ideais. A construção começou em 1975 e foi concluída quatro anos depois. Para mobilizar milhares de trabalhadores, entre próprios e terceirizados, a Copel construiu uma verdadeira cidade a 12 km da barragem. A vila de Faxinal do Céu oferecia 1,6 mil residências, escola, hospital, clube esportivo e um centro comercial para os empregados. A Companhia também investiu na pavimentação com asfalto de quase 100 km, ligando a usina à cidade de Guarapuava. Atualmente, a vila da usina, que já sediou eventos educacionais importantes, se transformou em uma atração turística, especialmente pela beleza natural, pelo horto ambiental e um dos principais jardins botânicos do sul do Brasil. A Enchente de 83 A enchente de julho de 1983 deixou 80% de União da Vitória submersa por 45 dias. Foram mais de 800 mm de chuva em menos de duas semanas, água prevista para cair em seis meses. Poucas vezes o sistema elétrico da Copel enfrentara prova tão dura. Com uma vazão inédita de 10,5 mil m³/s, a água do Rio Iguaçu invadiu as casas de máquinas de Salto Santiago, Foz de Chopim e Chopim I, que tiveram que ser desativadas. Outras dez usinas da Copel foram parcialmente inundadas. Em Foz do Areia, ondas de quatro metros de altura arrebentaram janelas e tiveram que ser contidas por sacos de areia colocados pelos operadores. Intacta, a maior usina do Iguaçu sustentou o fornecimento para toda a Região Sul nas semanas seguintes. Mesmo com a rede de distribuição bastante avariada e a Subestação de União da Vitória parcialmente sob a água, a arte de seus técnicos e engenheiros permitiu que esta continuasse MEMÓRIA Usina de Segredo - Governador Ney Braga ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 13 Sustentabilidade O novo milênio teve início com o fracasso no processo de privatização da empresa, decorrente principalmente da crise econômica mundial que se seguiu ao ataque às Torres Gêmeas em Nova York. O processo de privatização deixaria cicatrizes profundas: o maior prejuízo da história em 2002, mais de 200 agências fechadas, e a perda de inúmeros profissionais de ponta para a iniciativa privada. Os anos seguintes seriam de renovação, com uma ampliação significativa dos investimentos da empresa em projetos de responsabilidade socioambiental e de desenvolvimento sustentável, seguindo uma tendência mundial. Já no início da década, lançou o programa Luz das Letras, com voluntários e equipamentos da própria empresa dedicados a um premiado programa de alfabetização de adultos. Ao longo dos anos seguintes, deu os primeiros passos rumo à governança corporativa e teve suas ações incluídas no novo Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da Bovespa. No campo da geração, a Companhia mergulhou na pesquisa para diversificar a matriz energética, iniciando projetos com o bagaço da cana de açúcar, biodigestão de dejetos animais, biocombustíveis e com a matriz eólica. Na esfera ambiental, a Copel intensificou seus projetos para reduzir impactos e envolver as comunidades próximas às suas usinas. A Companhia também seria pioneira na assinatura do Pacto Global da ONU, dos Objetivos do Milênio e na adoção de práticas efetivas em prol da ética e transparência na administração empresarial. Em 2004, foi criado o Departamento de Gestão de Riscos e Controles Internos na Diretoria Financeira. No ano seguinte, foram dados passos decisivos na implantação da governança: a criação do Comitê de Auditoria e do Canal de Comunicação Confidencial, além da reformulação do Conselho de Orientação Ética. As práticas de governança foram instituídas como decorrência direta dos escândalos de fraude financeira e contábil na bolsa de valores norte-americana em 2001. Empresas listadas na NYSE, como a Copel, tiveram que se adequar às Ambiental (Rima) para obras de geração no Brasil, sem que houvesse a obrigatoriedade legal para tanto – as obras já estavam em andamento, em 1986, quando foi criada a atual e rigorosa legislação ambiental. Duas outras obras conduzidas na década de 90 ampliaram consideravelmente o parque gerador próprio da Copel: a derivação do rio Jordão e a Usina de Salto Caxias. A derivação do Jordão complementou o empreendimento de Segredo adicionando ao seu reservatório, no Iguaçu, parte da vazão daquele. A interligação entre os cursos foi feita por meio de um túnel de 4.703 metros, o que permitiu ampliar em 10% a capacidade de produção da hidrelétrica a partir de 1997. Em 1999 entraria em operação a Usina de Salto Caxias (oficialmente, Governador José Richa), o quinto grande aproveitamento no curso do rio Iguaçu, e que agregou 1.240 megawatts ao potencial de geração da empresa. Vanguardas A entrada em operação das usinas de Segredo e Caxias marcaram, respectivamente, o início e o fim dos anos 1990. Mas isso representou apenas uma parte dos acontecimentos da Companhia na década. Foi nesse período que a Copel abriu seu capital na Bovespa, chegou à Bolsa de Nova York e foi a primeira empresa do setor elétrico a fechar contratos na China. A vanguarda também seguiu em outras áreas, fazendo da Companhia a primeira do setor elétrico a criar uma intranet e a primeira empresa de energia a obter autorização da Aneel para atuar no setor de telecomunicações. Em 2003, com a automação da subestação Jardim Tropical, em Sarandi, no noroeste do Estado, a Copel se tornaria a primeira empresa do setor elétrico brasileiro a automatizar todas as suas subestações de transmissão. Utilizando sistemas informatizados desenvolvidos na própria Companhia, 125 subestações do sistema de transmissão (acima de 69 mil volts) passaram a ser comandadas remotamente, evitando deslocamento de equipes e conferindo grande eficiência na operação do sistema. MEMÓRIA 14 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 opera e mantém uma estrutura que compreende um parque gerador de eletricidade próprio composto de 30 usinas, sendo 18 hidrelétricas, cuja potência instalada totaliza 5.682 MW; um sistema de transmissão com quase 3,8 mil km de linhas, 350 subestações e 200 mil km de linhas de distribuição – a terceira maior rede de distribuição do Brasil, suficiente para circundar quase cinco vezes o planeta pela linha do equador. Em 2014, a Copel deu início a um ambicioso programa piloto de redes inteligentes (smart grid) envolvendo três bairros de Curitiba, em uma das mais avançadas iniciativas do gênero no Brasil. O programa em curso abriga projetos de automação da rede, medição remota de água, luz e energia, além de geração distribuída a partir de múltiplas fontes. Outro grande destaque é o programa Mais Clic Rural, lançado em 2015, que está investindo R$ 500 milhões na modernização de redes rurais, priorizando em sua primeira fase pólos de criação de aves e suínos e cultivo de tabaco. Em 2016, pela quarta vez em seis anos, a satisfação expressa pelos paranaenses em relação aos serviços da Copel rendeu à sua distribuidora o principal reconhecimento do setor elétrico na América Latina. O Prêmio de Qualidade da exigências da Lei Sarbanes-Oxley (Sox), lançada para recuperar a confiança da população no desempenho relatadopelas corporações. Em 2016, a empresa também inovaria com a criação de uma Diretoria de Governança, Riscos e Compliance, que vai colaborar para intensificar ainda mais a cultura de transparência e sustentabilidade na empresa no futuro. Distribuição Em 2012, o Paraná alcançou oficialmente a universalização do fornecimento de energia. Isso não impediu que a Copel continuasse a empenhar todos os esforços para levar atendimento aos recônditos do Estado. No litoral, naquele mesmo ano, a Companhia lançou 22 km de cabos submarinos para integrar várias ilhas do Litoral ao Sistema Interligado Nacional, e iniciou a instalação de painéis fotovoltaicos para levar energia a todas as comunidades insulares isoladas. A empresa hoje atende a 4,4 milhões de unidades consumidoras. São 3,6 milhões de lares, 85 mil indústrias, 380 mil estabelecimentos comerciais e 365 mil propriedades rurais. Para atender a todo esse mercado, a Copel construiu, MEMÓRIA Usina de Salto Alto Caxias - Governador José Richa ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 15 MEMÓRIA Comisión de Integración Energetica Regional (CIER), sediada no Uruguai, atesta a importância que a marca Copel usufrui junto aos clientes, e também o padrão de excelência que se consolida na gestão na empresa nos anos recentes. Modernização Em seis décadas, o Paraná viu a energia elétrica se transformar de problema em solução. Graças ao empenho de mais de 54 mil copelianos – número de contratados desde aquele distante 26 de outubro de 1954 – o Estado foi integrado pelos fios da Copel, que possibilitam o desenvolvimento da economia e o acesso de todos os paranaenses aos confortos da modernidade. A Copel vem apresentando desempenho robusto em meio à crise, graças a uma boa gestão de custos e ao seu programa de investimentos, que vem se ampliando desde 2011, quando a companhia deu início à sua expansão por dez estados brasileiros. No período, o investimento ultrapassou R$ 14 bilhões em todas as suas áreas de atuação. O programa de expansão começou a colher seus frutos em 2016, com a conclusão parcial de seus três maiores empreendimentos de transmissão no país. Realizados em parceria com outras empresas – como a chinesa State Grid – somam 2.572 km de linhas de transmissão que reforçam a conexão entre todas as cinco regiões brasileiras, ao mesmo tempo em que dobram os ativos da empresa no segmento. Olhando para o futuro e para a necessidade de diversificar a matriz energética com a adoção de fontes limpas e renováveis, a Copel também está investindo R$ 2 bilhões em quatro complexos eólicos no Rio Grande do Norte, que representarão, até 2018, 700 MW de potência instalada – suficiente para atender cerca de 1,5 milhão de pessoas. A conclusão de três destes complexos no último ano fez com que o parque gerador da empresa se fizesse constituir por nada menos que 93% de fontes renováveis. Na geração hidráulica, a Copel prevê concluir em 2017 a Usina Colíder, na região amazônica, com 300 MW de potência. No Paraná, também está em construção a Usina Baixo Iguaçu, empreendimento em parceria com a Neoenergia, de 350,2 MW. Telecomunicações Aos 62 anos, a Copel consolida-se também no competitivo mercado de telecomunicações com a Copel Telecom. Ao levar sua rede de fibra óptica para Ventania, em dezembro de 2012, a Copel Telecom fez do Paraná o primeiro estado brasileiro a ter todos os seus 399 municípios alçados numa rede digital. Atualmente, são 29 mil quilômetros de fibras ópticas que oferecem serviços de conectividade para empresas, órgãos públicos e para o cidadão comum. A expansão dos planos de internet fixa de banda extralarga para clientes residenciais e pequenas e médias empresas atingiu 63 municípios em 2016, em comparação às seis localidades atendidas em 2013. A meta é ampliar progressivamente a oferta de banda extralarga e outras soluções de conectividade para um número cada vez maior de paranaenses, e dar caminho à sua vocação desenvolvimentista através do Programa Paraná Conectado, que promove a inclusão digital por meio da oferta de internet a baixo custo em municípios de baixo IDH. Os números e conquistas da Copel nestas seis décadas espelham a dedicação de milhares de empregados que, espalhados por todo o Paraná e por outros nove estados, colaboraram para construir uma empresa que é referência de competência e profissionalismo para todo o Brasil. Centro de Operação do Sistema 16 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 NOTÍCIAS Minicurso Usinas Reversíveis e os Múltiplos Usos da Água O Setor Elétrico Brasileiro vem passado por um difícil período devido à estiagem que durou de 2012 até 2015. Assim, aspectos que receberam atenção dos agentes foram a falta de armazenamento energético e a necessidade de potência para geração de ponta. O Plano Decenal de Expansão de Energia 2024 feito pela EPE aponta, com urgência, a necessidade de aumentar a capacidade de armazenamento energético do país. A ANEEL promoveu em 2016 a criação de dois programas de P&D Estratégico de interesse para o tema de usinas reversíveis. A chamada 20 com o objetivo de reformular as regras da estruturação do setor elétrico e a chamada 21 com o objetivo de estudar tecnologias de armazenamento energético e possíveis regulações para a sua implementação no país. O minicurso em Usinas Reversíveis - os Múltiplos Usos da Água - foi então proposto e realizado entre os dias 19 a 21 de outubro de 2016, no auditório do IVIG/COPPE/UFRJ. O evento, que contou com o apoio do IVIG – Instituto Virtual Internacional de Mudanças Globais, teve o objetivo de apresentar as usinas hidrelétricas reversíveis e demonstrar os possíveis benefícios e desafios que a tecnologia trará para o setor elétrico brasileiro. Focando especialmente nos agentes do setor elétrico e acadêmico nas áreas de operação, regulação e planejamento, com interesse em usinas hidrelétricas reversíveis, novas tecnologias, novos paradigmas do setor elétrico e os múltiplos usos da água. Uma das propostas do minicurso era de juntar diferentes setores, como planejamento, regulação, academia e fabricantes para fomentar a discussão em torno do tema. Com a participação da EPE, ANEEL, UFRJ, Furnas, Light, Secretaria de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul, GE, Andritz Hydro, Voith Hydro, e empresas de consultoria, o curso resultou em um interessante debate sobre a inserção da tecnologia no Brasil. Com entusiasmo, cada palestrante trouxe uma abordagem diferente ao tema. A Regina Toledo, Superintendência de Projetos de Geração da EPE, apresentou os desafios de reduzir o déficit de geração e como as usinas reversíveis podem colaborar. Hermani Vieira, Superintendente de Meio Ambiente da EPE, detalhou os impactos socioambientais da construção e operação de UHR e os passos para o licenciamento ambiental. Arthur Leotta, Diretor Técnico da Andritz Hydro, apresentou as diversas tecnologias de armazenamento e detalhou o funcionamento das usinas reversíveis. Marcos Freitas, professor e coordenador do IVIG/COPPE/UFRJ, compartilhou a sua experiência com a criação da ANA e os desafios de conciliar os múltiplos interesses do uso da água em rios e reservatórios. O Dr. Julian Hunt, pós-doutorado no PPE/COPPE/UFRJ, apresentou as experiências com usinas reversíveis diárias e sazonais no mundo e possibilidades no Brasil, incluindo os múltiplos usos da água. O Sergi Auditório IVIG/COPPE/UFRJ ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 17 NOTÍCIAS Zuculin, Assessor da Diretoria da CESP, e, Mirian Adelaide, consultora de projetos de P&D ANEEL, apresentaram os resultados do projeto de P&D em usinas reversíveis da CESP em 2012 e as usinas hidrelétricas reversíveis sazonais. Rafael Lopes, gerente de engenhariade propostas e orçamento da Voith Hydro, e Everton Torquato, Centro Global de Tecnologia em Hydro da GE, detalharam os aspectos sobre os mecanismos e hidráulicos da construção e operação de turbinas reversíveis. Amaro Pereira, professor do PPE/COPPE/UFRJ, mostrou a regulação vigente do setor elétrico, novas propostas de regulação e como cada fonte de energia contribui para o setor elétrico. As usinas hidrelétricas reversíveis vêm então como uma alternativa para ajustar a as diversas fontes de geração de eletricidade com demanda por eletricidade. Armazenando energia em períodos com excedente de geração para momento com escassez de geração. Nesse sentido, as usinas hidrelétricas reversíveis podem gerar eletricidade durante a ponta, reduzir a intermitência de fontes de geração intermitentes como eólica e solar, armazenar a geração hidrelétrica de forma sazonal, aumentar os ganhos energéticos com a redução do vertimento nas usinas hidrelétricas, aumentar a segurança energética do país, reduzir investimentos com transmissão, controlar a frequência, tensão e outros aspectos da corrente elétrica no Sistema Interligado Nacional. Algumas sugestões dos participantes incluem a inserção de material didático para acompanhamento das apresentações, uma melhor organização do material a ser apresentado, aumentar a participação sobre a parte de operação. A visão do operador nacional é essencial para avançarmos nas discussões e isso não foi incluído neste evento. O evento foi passo importante para reabrir a discussão e dar subsídios para a inclusão das usinas hidrelétricas reversíveis no Setor Elétrico Brasileiro. A EPE está dando continuidade a estudos sobre o assunto e diversas empresas estão desenvolvendo um projeto de P&D na chamada 21 estudando o tema. Futuros eventos são crucias para dar continuidade e aprimorar o conhecimento sobre a tecnologia. Ao centro: Márcio Siniscalchi – Coordenador do CE A1 – Máquinas Rotativas e Julian Hunt, do PPE/COPPE/UFRJ 18 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 NOTÍCIAS INNOVATION. This is the word that will support organizations in the future. He who does not innovate will die. Not only innovation based on technology and disruptive products, such as those full of new technologies, etc., but also those innovations which change the way we do businesses, such as service innovation, incremental innovation, and models of business innovation among others. Forty-five years after its foundation, CIGRÉ-Brasil is reinventing itself in order to continue being the most-respected and technically knowledgeable organization in the Brazilian Electric Sector. The crisis Brazil is facing now brings with it excellent opportunities for those who “think outside of the box”. In this context, for the first time CIGRÉ-Brasil will organize and promote an international seminar totally designed and executed in Brazil for Brazilians and supported by CIGRÉ-Paris. Execution of the International Seminar on Policies, Incentives, Technology and Regulation of Smart Grids is a bold decision from the CIGRÉ-Brasil board of directors and will be supported by four Study Committees (C2, B5, C6 and D2). The event will take place in Rio de Janeiro, the newest Olympic City in the world, between 04 and 07 December 2017. A Seminar will happen during the first three days, consisting of six sessions and the presentation of up to 48 papers. Four international speakers will participate too. On December 7 will be presented a short training: Cybersecurity. All parts of the event, including site, papers and presentations will be prepared in English. Besides that, in conjunction with a short training, will be organized the 1st Young Engineer CIGRÉ-Brasil Meeting, one more innovation, which intends to attract more young engineers to be new CIGRÉ-Brasil members. Registration is already open to receive abstracts to be evaluated by the Technical Committee. It is a great opportunity to visit the event site (www. cigrebrazilrio2017.net). CIGRÉ-Brasil counts on your participation and dissemination of the event. INOVAÇÃO. Está é a palavra que sustentará as organizações a partir de agora. Quem não inovar vai morrer. Não somente a inovação tecnológica e disruptiva, com produtos cheios de tecnologias, etc., mas também aquela que altera a forma com que fazemos negócios, ou seja, inovação em serviços, inovação incremental, inovação em modelo de negócios, entre outras. Após 45 anos de sua criação, o CIGRÉ-Brasil está se reinventando para que possa continuar sendo a organização mais respeitada e conhecida tecnicamente no Setor Elétrico Brasileiro. A crise que atravessamos no país traz consigo excelentes oportunidades para “quem pensar fora da caixa”. Neste contexto, pela primeira vez o CIGRÉ- Brasil organizará e promoverá um seminário internacional, totalmente desenhado e executado no Brasil e com o apoio do CIGRÉ-Paris. A realização do “International Seminar on Policies, Incentives, Technology and Regulation of Smart Grids” é uma decisão ousada da Diretoria do CIGRÉ-Brasil e conta com o apoio técnico de 4 Comitês de Estudos (B5, C2, C6 e D2). O evento ocorrerá entre os dias 04 e 07 de dezembro de 2017, no Rio de Janeiro, a mais nova Cidade Olímpica do Mundo. O Seminário será realizado nos três primeiros dias, com 6 sessões e apresentação de até 48 artigos. 4 palestrantes internacionais também deverão participar. Dia 7 será realizado o minicurso Cybersecurity. Todo o evento será desenvolvido em inglês, desde o site, os resumos, os artigos e as apresentações. Além disso, conjuntamente com o minicurso, será realizado o 1º. Encontro de Jovens Engenheiros do CIGRÉ-Brasil, mais uma inovação, que visa atrair os jovens engenheiros para fazerem parte dos Associados do CIGRÉ-Brasil. Já estão abertas as inscrições para envio de resumos para serem avaliados pela Comissão Técnica. Aproveite a oportunidade, visite o site do evento (www.cigrebrazilrio2017.net) e envie seu resumo. O CIGRÉ-Brasil conta com sua participação e divulgação do evento. International Seminar on Policies, Incentives, Technology and Regulation of Smart Grids Luis Cláudio S. Frade – Coordenador do Comitê Organizador ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 19 NOTÍCIAS Foi um sucesso a realização do XIV EDAO - Encontro para Debates de Assuntos de Operação. Promovido pelo CIGRÉ-Brasil e pelo ONS e organizado por FURNAS, este importante evento do setor elétrico aconteceu em São Paulo, SP, no Hotel Pullman Olympia, de 21 a 23 de novembro de 2016. Com o Tema “Operação do Sistema Elétrico e das Instalações de Geração e Transmissão: Desafios, Caminhos e Soluções”, o XIV EDAO teve 36 trabalhos apresentados durante o evento, que contou com profissionais de diversas empresas do setor elétrico nacional, Centros de Pesquisa, Universidades e fornecedores do setor, além de Paineis, Visitas Técnicas e Minicursos. O EDAO é o principal fórum de debates da operação do sistema elétrico e de suas instalações, em seus aspectos técnicos e de gestão. O evento proporciona o intercâmbio de experiências e conhecimentos por meio da apresentação de trabalhos especialmente selecionados, painéis de debates, conferências proferidas por especialistas convidados e cursos de curta duração indicados pelo Comitê Técnico. As melhores práticas e propostas inovadoras na área de operação - o coração do sistema elétrico - são sempre discutidas por profissionais e empresas do setor. Dentre os Temas Preferenciais do XIV EDAO destacamos: - Análise de confiabilidade e gerenciamento de riscos aplicados aos processos operacionais elétricos; - Sistemas de gestão para incremento da segurança operacional; - Consciência situacional e prontidão das equipes; - Integraçãodas funções operação e manutenção nas instalações, a viabilidade econômica, inovações técnicas, metodológicas e a segurança operacional; - Resultados e ensinamentos dos processos técnico-operacionais e de gestão decorrentes das análises de grandes ocorrências. Visitas Técnicas e Minicursos O XIV EDAO contou com três Visitas Técnicas e dois Minicursos. Uma Visita Técnica ao Centro de Operação do Sistema AES Eletropaulo e duas Visitas Técnicas ao Centro de Controle do Tráfego Aéreo do Aeroporto de Congonhas. Um Minicurso, com o título “Estabilidade Eletromecânica”, foi ministrado pelo eng. Lucas Thadeu Orihuela da Luz, Diretor Executivo da Empresa LuzCP Consultoria e Participações Ltda. O outro Minicurso, intitulado “Nivelamento sobre a Resolução Normativa ANEEL nº 729/2016” foi ministrado pelo eng. Wilkens Geraldes Filho, do ONS. As Visitas Técnicas e os Minicursos obtiveram excelentes avaliações dos participantes do XIV EDAO. Cerimônia da Abertura A Cerimônia da Abertura contou com as presenças do Secretário de Energia Elétrica do MME, Fábio Lopes Alves; do Diretor Geral do ONS, Luiz Eduardo Barata Ferreira; do Diretor de Operação e Manutenção de Furnas, Djair Roberto Fernandes; do Diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, Amílcar Guerreiro; do Superintendente de Fiscalização dos Serviços de Geração da ANEEL, Alessandro D’Afonseca Cantarino; do Diretor- Presidente do CIGRÉ-Brasil, Josias Matos de Araújo; do Coordenador do Comitê Organizador do XIV EDAO, Antonio Carlos Barbosa Martins, de Furnas e do Coordenador do Comitê Técnico do XIV EDAO, Braz Campanholo Filho do ONS. Painel de Debates Após a Cerimônia de Abertura, o XIV EDAO XIV EDAO Cerimônia de Abertura do XIV EDAO 20 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 NOTÍCIAS “Inserção da Geração Eólica e da Geração Distribuída na Operação do Sistema Interligado Nacional”. Os seguintes Painelistas fizeram apresentações: Flávio Guimarães Lins - Gerente de Tempo Real do ONS; Gabriela Desirê - Gerente de Relacionamento Operacional da FEB; Juan Roncero Vilanova - Gerente de Operações da Enerfin; e Rafael Moya - Analista de Projetos de Inovação da CPFL. A Organização do XIV EDAO realizou quatro sorteios de mochilas e malas com rodinhas aos participantes que estivessem presentes no início da manhã e no início da tarde dos dias 22 e 23/11, com o intuito de não atrasar as respectivas Sessões de Apresentações de artigos e Paineis. Os participantes gostaram dos sorteios e as Sessões começaram sempre no horário previsto. Jantar de Confraternização O Jantar de Confraternização foi realizado na noite do dia 22 de novembro, terça-feira, no Espaço L´Atelier, no Hotel Sheraton WTC, patrocinado pela TAESA. Primeiramente foi servido um Coquetel à beira da piscina e, após, foi servido um jantar em um salão decorado, com duas opções de prato, e diversas opções de bebidas e de sobremesa. A aprovação do local e do Jantar foi unânime. apresentou um Painel de Debates com o título “Operação do Sistema Elétrico e das Instalações de Geração e Transmissão: Desafios, Caminhos e Soluções”. Os seguintes Painelistas participaram: o Secretário de Energia Elétrica do MME - Fábio Lopes Alves; o Diretor Geral do ONS - Luiz Eduardo Barata Ferreira; o eng. Delfim Maduro Zaroni, representando o Diretor de Operação do ONS - Ronaldo Schuck; o Diretor de Operação e Manutenção de Furnas - Djair Roberto Fernandes, que mediou o Painel; o Diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE - Amílcar Guerreiro; e o Superintendente de Fiscalização dos Serviços de Geração da ANEEL - Alessandro D’Afonseca Cantarino. Após o Painel de Debates, foi oferecido um Coquetel aos participantes do XIV EDAO com a inauguração dos estandes dos eventos. Painel Tecnológico Na terça-feira, dia 22 de novembro, foi apresentado o Painel Tecnológico, com o Tema Painel de debates - Operação do Sistema Elétrico e das Instalações de Geração e Transmissão: Desafios, Caminhos e Soluções Painel Tecnológico - Inserção da Geração Eólica e da Geração Distribuída na Operação do Sistema Interligado Nacional Jantar de Confraternização do XIV EDAO no espaço L´Atelier ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 21 NOTÍCIAS Cerimônia de Encerramento A Cerimônia de Encerramento contou com as presenças do eng. Antonio Carlos Barbosa Martins - Coordenador do Comitê de Organização do XIV EDAO, do eng. Delfim Maduro Zaroni - Secretário Executivo do XIV EDAO e do eng. Patrick Bandeira Alcântara, da Taesa. Foram distribuídas Placas do XIV EDAO aos autores das 5 melhores apresentações, votadas pelos participantes ao longo dos 3 dias do evento. O eng. Antonio Barbosa mostrou os números do evento, o eng. Delfim apresentou as Constatações Técnicas do XIV EDAO, levantadas pelo Comitê Técnico, e o eng. Patrick, recebeu o bastão para a organização do XV EDAO, em 2018, agradecendo a oportunidade, e prometendo um evento com o mesmo brilho da organização de FURNAS e contando com o apoio da Coordenação Técnica do ONS, nas pessoas do Coordenador Técnico, eng. Braz Campanholo Filho e do Secretário Executivo, eng. Delfim Zaroni. FURNAS se sentiu honrada com a organização do XIV EDAO, que se constituiu um sucesso de público, técnico e financeiro, e agradece o apoio do ONS e do CIGRÉ-Brasil. A TAESA, o CIGRÉ-Brasil e o ONS estarão esperando por você no XV EDAO em novembro de 2018. Até lá! No dia 23 de novembro, quarta-feira, foi oferecida uma Palestra Motivacional, com o Prof. Marcelo Os números do XIV EDAO O XIV EDAO teve 218 participantes inscritos, sendo 3 estudantes, 152 Não Sócios Cigré, e 63 Sócios Cigré, e contou com participantes do Brasil e do Paraguai. O Evento contou com 11 empresas patrocinadoras, sendo 5 expositores em estandes: Petrobras, InForma, ONS, Itaipu Binacional (Patrocinadores Ouro) e FURNAS (Patrocinador Diamante). O XIV EDAO inovou, oferecendo gratuitamente um App para os participantes, onde foi possível enviar perguntas aos palestrantes, votar nas melhores apresentações, avaliar o evento e acompanhar a grade do evento. Foram feitos 164 downloads, 172 perguntas realizadas, 986 notas das apresentações e 53 avaliações do evento. O Site do evento - www.edao.com.br - apresenta o temário completo e tópicos preferenciais, o Caderno de Patrocínios, informações de hospedagem, área do autor, área do Comitê Técnico, oferece o Certificado de Participação, oferece as fotos do evento, oferece os Artigos apresentados, bem como as apresentações dos artigos. Sessões Técnicas Coffee-break Entrega das placas aos autores ganhadores das melhores apresentações, votadas pelos participantes. 22 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 NOTÍCIAS alguns consumidores já estariam aptos a participar deste programa, ficando sob responsabilidade do ONS a gestão dos consumidores devidamente cadastrados de forma voluntária. O Superintendente de Regulação dos Serviços de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel, Christiano Vieira, apontou como benefícios: o deslocamento da demanda para fora dos horários de ponta, a postergação de investimento na rede e o aumento da confiabilidade do sistema elétrico. Recomendou ainda algumas rotas para implementação da resposta da demanda, como projetos pilotos, precificação em base diária/horária e extensão de programas que se mostrarem viáveis. Rafael Ferreira, assessor da Presidência da Empresa de Pesquisas Energéticas - EPE, apresentou a resposta da demanda no planejamento, indicando oportunidades como mecanismos de diminuição da carga, novas tecnologias facilitadoras, contratação de longo prazo e incentivos financeiros para rápida implementação. Como cases internacionais, apresentou a Colômbia, cujo programa éorientado para condições de escassez; e o caso do México, no qual a formação de preços é baseada em custos. Este Painel teve a moderação de João Carlos Mello, Presidente da Thymos Energia e Coordenador do CE C5. Desafios, oportunidades, perspectivas e visão da distribuidora Joisa Dutra, diretora do Centro de Regulação em Infraestrutura da FGV, destacou que um programa de resposta da demanda oferece um novo produto atrelado à energia elétrica, a ser ofertado pelo consumidor final. Porém, para que o país consiga obter bons resultados, serão necessárias grandes mudanças regulatórias e novos modelos de negócios para as empresas. A diretora também citou a necessidade de se obter uma melhor consistência nos sinais de preços, pois uma melhora na sinalização para o consumidor é um dos fatores de sucesso para implementação dos programas. O gerente de tecnologia da distribuição da AES Eletropaulo, Antonio Almeida, discorreu sobre a criação de plataformas inteligentes de gestão de energia e a implementação de redes inteligentes (Smart Grids). Na visão da AES Eletropaulo, a resposta da demanda reduz o custo da integração das energias renováveis, permite a introdução de recursos distribuídos, contribui para a liquidez dos mercados O CIGRÉ-Brasil, em parceria com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE e a Thymos Engenharia, realizou o 1º Workshop CIGRÉ- Brasil de Resposta da Demanda. Organizado pelo Comitê de Estudos C5 - Mercados de Eletricidade e Regulação, o evento aconteceu em São Paulo no dia 15 de dezembro, contando com a presença de especialistas nacionais e internacionais de renome para discutir o tema. O evento recebeu, ainda, apoio institucional e patrocínio de diversas empresas, associações de classe e instituições setoriais. Tema em destaque no mercado brasileiro de energia, a resposta da demanda agrega importante flexibilidade à operação das fontes intermitentes, além de contribuir no atendimento à ponta do sistema, na prestação de serviços ancilares, na eficiência econômica do despacho energético (tanto no mérito como fora do mérito), na formação de preço e na segurança energética, estando prevista inclusive na Lei 13.360/2016 (MP 735). Confira a seguir alguns destaques da discussão: Visão regulatória e institucional O Conselheiro de Administração da CCEE, Roberto Castro, comentou sobre o papel do comercializador varejista, da geração distribuída e do smart grid como impulsionadores, além de apresentar possibilidades de incentivo ao gerenciamento pelo lado da demanda no mercado brasileiro, apontando a necessidade de aprimoramento nas regras de apuração de insuficiência de lastro de potência. Já o assessor da Diretoria Geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, Marcelo Prais, enfatizou que a Redução Remunerada de Demanda é um fator de modicidade tarifária e de aumento da eficiência na alocação de recursos. Atualmente, Workshop sobre resposta da demanda discute oportunidades para o mercado brasileiro Apresentação do Roberto castro – Conselheiro de Administração da CCEE ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 23 NOTÍCIAS Destacou a necessidade de um programa flexível, com a oferta de diferentes produtos, assim como a duração da parada voluntária e o tempo de espera de notificação para parada. Resposta da demanda industrial e sua influência na formação do PLD Dorel Ramos, professor da USP, observou que a resposta da demanda pode contribuir para o despacho otimizado do SIN, reduzindo o custo de operação das térmicas e melhorando a segurança do sistema. Segundo Dorel, a implementação deste mecanismo tem a vantagem de não depender de grandes investimentos e de prazos alongados para construção de projetos de reforço da oferta. Ele cita um estudo que aponta a sensibilidade do atual modelo de formação de preços à incorporação da Oferta de Redução de Carga (ORC), sendo avaliado os efeitos no longo prazo e curto prazo através dos modelos computacionais NEWAVE e DECOMP. Como resultado, a incorporação desses mecanismos apresentou uma redução nos picos de preços. O estudo também aponta que produtos como o ORC devem ser atrativos, para que o consumidor visualize potenciais ganhos de receita ou redução de risco na comercialização de energia. Estes Painéis tiveram a moderação de José Marangon, Professor da UNIFEI. Importância do gerenciamento da demanda para os mercados de energia no século XXI Cyro Boccuzzi, sócio diretor da ECOee e presidente do fórum latino americano de smart grid, apresentou a ‘Energia do Século XXI’, fundamentada nos recursos distribuídos, entendendo que a inserção de novas tecnologias irá alterar de forma significativa a forma de operação e otimização dos ativos. Esse movimento está surgindo dos consumidores para as empresas concessionárias e está fora do controle das empresas responsáveis pelos serviços. Cyro introduziu o conceito da ‘internet das coisas’, segundo o qual cada equipamento irá conectar empresas, residências e veículos em uma rede inteligente de energia, de forma que os consumidores poderão produzir parte ou toda a sua energia, suprindo necessidades locais de modo coordenado, através de aplicativos inteligentes. Afirmou também que o sincronismo ocorrerá de forma distribuída, com larga transparência e visibilidade, a custos marginais próximos de zero, e neste cenário a distribuidora será remunerada pelo uso das redes. Este Painel teve a moderação de Afonso Henrique Santos da IX Consultoria. de eletricidade, reduz os custos de eletricidade para os consumidores e consolida a geração distribuída. Este Painel teve a moderação de Carlos Dornellas, Gerente Executivo da CCEE e Secretário do C5. Visão internacional da indústria A gerente de energia da Abrace, Camila Schoti, apresentou a oportunidade de redução do custo global do setor através da implantação da resposta da demanda. Estudos da associação apontam que: (i) a oferta de curto prazo para o programa é de 378 MW; (ii); as especificidades de cada processo produtivo das indústrias exigem que se tenha grande variedade no tempo necessário de aviso prévio para o acionamento; (iii) é necessária uma redução concentrada por períodos de até três horas; (iv) 50% do potencial está localizado no submercado Sudeste e Centro-Oeste, 31% no Nordeste e 19% no Sul. Fillipe Soares, gerente de comercialização de energia da Alcoa, apresentou produtos de resposta da demanda para a indústria do alumínio. Cerca de 25% dos consumidores ligados à rede básica praticam modulação, sendo os produtos divididos em Elétricos (ancilares) e Energéticos (atendimento à demanda), sendo que a lógica de remuneração para este produto poderia ser semelhante ao parque termelétrico. Marcos Prudente, da Gerdau, relatou a experiência da empresa com a resposta da demanda em diversos mercados internacionais em que atua. O objetivo principal é a otimização dos custos do sistema. Ressaltou a participação voluntária e a remuneração adequada dos custos incorridos, para que o consumidor se sinta atraído a participar desse programa. Fabiano Fuga, gerente de energia da Linde, mencionou o caso da empresa no Chile e nos Estados Unidos. Em ambos os países a participação do consumidor é voluntária. No Chile o consumidor é estimulado a participar do Programa de Inverno, pois apesar de pagar demanda adicional nos meses em que ocorre o horário de pico, nos demais paga apenas a demanda base contratada, independente da demanda efetivamente medida. Nos Estados Unidos, a distribuidora incentiva o consumidor a reduzir o seu consumo através do pagamento de US$ 500/MWh e não há penalidade para o consumidor que não conseguir reduzir o montante acordado. Marcela Jacob Alves, gerente de portfólio de energia daHydro, apresentou a ideia de participação voluntária para o programa de Redução da Demanda. 24 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 NOTÍCIAS VII SMARS Nos dias 8 e 9 de novembro de 2016, o Comitê de Estudos de Desempenho Ambiental de Sistemas (CE-C3) do CIGRÉ-Brasil realizou a sétima edição do SMARS - Seminário de Meio Ambiente e Responsabilidade Social no Setor Elétrico. Nesta edição do SMARS, o CE-C3 contou com o apoio do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL, que acolheu o evento na sua sede na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. O evento foi precedido pelo Minicurso “Gestão Coorporativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa”, realizado no dia 7 de novembro. A programação do evento foi composta por sessões técnicas, com apresentação dos trabalhos selecionados relacionados às boas práticas socioambientais adotadas ou desenvolvidas em diversas empresas do setor elétrico que proporcionaram benefícios socioambientais, soluções para os desafios regulatórios e do licenciamento ambiental, racionalização de custos, colaborando para a melhoria da imagem do setor elétrico no cenário nacional. Foram também realizados dois Painéis Técnicos abordando temas relevantes e atuais para o setor elétrico do ponto de vista socioambiental: - “Questões Socioambientais no Planejamento e Desenvolvimento dos Empreendimentos de Transmissão” que teve como objetivo discutir o tratamento das questões socioambientais desde o processo de planejamento dos empreendimentos de transmissão e os requisitos para sua licitação, passando pelos questionamentos hoje existentes considerando a integração de novos agentes ao processo de licenciamento, com reflexo para os prazos, e a relação entre essas etapas e o desenvolvimento dos empreendimentos. Este Painel contou com a presença de Isaura Frega (Superintendente de Meio Ambiente da EPE), Enio Fonseca (Presidente do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico – FMASE), Carlos Alberto Rayol (Gerente da Divisão de Meio Ambiente de Transmissão da Eletrobras) e Alessandra Aparecida G. Franco de Toledo (Assessora Técnica da DILIC – IBAMA). - “Aspectos Sociais da Gestão da Sustentabilidade no Setor Elétrico”. Seguindo uma tendência internacional de valorização da questão dos direitos humanos como um pilar da sustentabilidade corporativa, este painel teve como objetivo discutir as ações e diretrizes relativas à dimensão social no desenvolvimento dos projetos e na operação, bem como no processo de licenciamento, bem como aquelas de responsabilidade social corporativa, tendo como fio condutor a incorporação da abordagem de direitos humanos, destacando perspectivas e oportunidades de avanço. O Painel contou com a presença de Nair Palhano Barbosa (Consultora), Lisangela da Costa Reis (Superintendência de Estratégia e Sustentabilidade - FURNAS), Paulo César Medrado Abrantes (Assessoria de Responsabilidade Social - ITAIPU Binacional). As principais constatações são apresentadas a seguir: w Os atrasos observados no desenvolvimento dos empreendimentos de transmissão indicam que a utilização da série de relatórios R como instrumento de planejamento e suporte para o processo licitatório, em particular o relatório R3 relativo aos aspectos socioambientais, não tem se mostrado eficiente para dar mais agilidade ao processo de licenciamento ambiental. Os Termos de Referência para obtenção da LP contêm exigências muito complexas e a legislação exige a interveniência de outros órgãos. Assim, na grande maioria das vezes, verifica-se uma incompatibilidade com os custos estimados e principalmente com os prazos estabelecidos para a implantação do empreendimento. Dentre as proposições para melhoria do processo existem 2 propostas: - a necessidade de melhoria da elaboração dos R3, sinalizando das questões prioritárias e mais relevantes, com consequente melhoria das ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 25 NOTÍCIAS como: - melhoria na organização da sociedade civil, com a formação de lideranças comunitárias, - a articulação com outros serviços públicos promovendo cidadania, - a conscientização do consumidor e - a formação de laços de confiança entre consumidor e concessionária. w Considerando as diretrizes e ações das empresas em relação à dimensão social no desenvolvimento e na operação dos empreendimentos, tendo como fio condutor a incorporação da abordagem dos direitos humanos como pilar da sustentabilidade corporativa, foi ressaltado que o equacionamento entre os limites entre atividades impactantes, passivos sociais e responsabilidade social considerando o compromisso de não-violação dos direitos humanos, passa por um caminho de possibilidades baseado na transparência das intenções, na otimização de recursos, no fomento do diálogo e na consequente redução dos passivos sociais. Já existem diversos instrumentos que formulam diretrizes para a incorporação da questão do tema direitos humanos nas políticas de responsabilidade social das empresas do setor público e privado, seguindo as orientações da ONU, mostrando que esta abordagem é uma tendência na gestão da sustentabilidade das empresas, em sua busca pela “licença social para operar”. Foram apresentados exemplos da incorporação da abordagem dos direitos humanos nos programas desenvolvidos por Itaipu. w A boa prática na gestão de resíduos sólidos tem apresentado significativos avanços nas empresas do setor com diversas iniciativas sobre redução, reaproveitamento e destinação adequada dos resíduos do setor, em consonância com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos sólidos (2010), que também trazem benefícios econômicos para as empresas. w As questões relacionadas às mudanças climáticas vêm ganhando espaço na agenda das empresas do setor com aprimoramento de estudos e processos, já sendo observado foco na adaptação às mudanças do clima, na contabilização das emissões por meios de inventários e na avaliação dos riscos financeiros de uma possível taxação de carbono (mercado de carbono). previsões dos custos socioambientais e dos prazos necessários; - a realização do licenciamento prévio antes da licitação, que poderia ficar sob a responsabilidade da EPE, que tem a competência originária em seu arcabouço legal, seja de forma autônoma ou com subcontratação, mas que necessitaria de reforço de modo a atender eficazmente à mudança na implementação do licenciamento (proposta do FMASE). As experiências práticas de participação dos órgãos ambientais e de secretarias de energia estaduais durante o processo de planejamento têm resultado em maior agilidade e em soluções que atendem a requisitos técnicos, econômicos e ambientais, sinalizando para a necessidade de maior interação entre as empresas, órgãos ambientais e os outros órgãos intervenientes e acordo com a legislação, e também com a ANEEL. A participação da sociedade qualificada nas audiências públicas, bem como a atenção especial para tais audiências na Região Norte, destacadas pelo IBAMA, são imprescindíveis para o bom encaminhamento do processo de licenciamento, assim como a organização interlocução desse órgão com os demais órgãos intervenientes. w Observou-se significativo interesse pelos aspectos sociais, sendo que 13 dos 25 trabalhos apresentados no evento abordaram a importância do bom relacionamento das empresas com as comunidades e as diferentes instituições envolvidas. As boas práticas apresentadas trouxeram benefícios Diretor-Presidente do CIGRÉ-Brasil, Josias Matos de Araujo, na Cerimônia de Encerramento do VII SMARS 26 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 NOTÍCIAS XIII STPC SEMINÁRIO DISCUTE DESAFIOS E APRESENTA NOVOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA ÁREA DE PROTEÇÃO E CONTROLE Foi realizada em Brasília-DF, no período
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