Buscar

Memória Copel Revista EletroEvolução

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 80 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Revista ISSN 1806-1877 nº 86 - Março de 2017
Artigos do XXIII SNPTEE, 
do XI SIMPASE 
e da Bienal 2016
Usina de Foz do Areia
Foto Marcio Geraldo Antunes 
- acervo da COPEL
2017
Março
15 E 16 - RIO DE JANEIRO - RJ
WORKSHOP - EXPANSÃO DO SISTEMA INTEGRADO 
NACIONAL: COMO ATENUAR DESCOMPASSOS ENTRE 
G & T? - C1
16 - SÃO PAULO - SP
WORKSHOP GESTÃO DE RISCOS NO MERCADO DE 
ENERGIA ELÉTRICA - C5
Abril
04 E 05 - RIO DE JANEIRO - RJ
TUTORIAL E WORKSHOP 2017 - APLICAÇÕES DE 
HVDC E SEUS DESAFIOS NO SISTEMA BRASILEIRO - 
B4
11 E 12 - BRASÍLIA - DF
MINICURSO DE SINCRONISMO DE REDES DE 
TELECOMUNICAÇÕES E AUTOMAÇÃO - D2
Maio
09 E 10 - BELO HORIZONTE - MG 
CONDUTORES NÃO CONVENCIONAIS: EXPERIÊNCIA 
COM INSTALAÇÃO E DESEMPENHO EM LINHAS 
AÉREAS DE TRANSMISSÃO - B2
21 A 25 - PARAGUAI
ERIAC - XVII ENCONTRO REGIONAL IBERO 
AMERICANO DO CIGRÉ
Agosto
14 A 16 - RIO DE JANEIRO - RJ 
XII SIMPASE – SIMPÓSIO DE AUTOMAÇÃO DE 
SISTEMAS ELÉTRICOS - B5, C2 E D2
23 E 24 – SÃO PAULO – SP 
IV SINREM - SIMPÓSIO NACIONAL DE REGULAÇÃO, 
ECONOMIA E MERCADOS DE ENERGIA ELÉTRICA – C5
Setembro
16 A 20 - RECIFE -PE
CIGRÉ SC B3 COLLOQUIUM - CHALLENGES AND 
TRENDS TO THE NEXT YEARS - B3 
Outubro
22 A 25 - CURITIBA - PR
XXIV SNPTEE – SEMINÁRIO NACIONAL DE 
PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA - 
CIGRÉ-BRASIL
Dezembro
04 A 07 - RIO DE JANEIRO – RJ
INTERNATIONAL SEMINAR ON POLICIES, INCENTIVES, 
TECHNOLOGY AND REGULATION OF SMART GRIDS - 
B5, C2, C6 E D2
CALENDÁRIO DE EVENTOS
Para mais informações
eventos@cigre.org.br • Tel.: (21) 2556-5929
Revista do CIGRÉ-Brasil de publicação trimestral nos 
meses de Março, Junho, Setembro e Dezembro para 
profissionais que atuam em Sistemas Elétricos de 
Potência. A Revista publica artigos de alta qualidade, 
apresentados em eventos nacionais e internacionais 
do CIGRÉ e do CIGRÉ-Brasil, artigos escritos por Grupos 
de Trabalho e Comitês Técnicos do CIGRÉ-Brasil, 
além de artigos convidados. A revista tem circulação 
nacional e no âmbito do Mercosul. Tem uma tiragem 
de 1.000 exemplares e está disponível para download 
pelos associados. Os seus leitores estão espalhados 
por cerca de 60 empresas e universidades e mais 
de 600 especialistas do setor. A data para envio de 
Anúncios é até o primeiro dia do mês anterior ao da 
publicação. Os custos para publicação de anúncios 
em 4 cores na Revista EletroEvolução são os seguintes:
Página Inteira (220mmx307mm) R$ 4.000,00 
Meia página (210 mmx 50,5mm) R$ 3.000,00
Contracapa R$ 5.000,00
Verso Capa R$ 4.500,00
Verso Contracapa R$ 4.300,00
Data para envio:
Até o primeiro dia do mês anterior
ao da publicação.
eletroevolucao@cigre.org.br
PUBLICAÇÃO DE ANÚNCIOS NA ELETROEVOLUÇÃO – Sistemas de Potência
EletroEvolução - Sistemas de Potência
ISSN 1806-1877 - nº 86 - Março de 2017
CONSELHO EDITORIAL:
Antonio Simões Pires (PR) - CIGRÉ-Brasil/Eletronorte
Saulo José Nascimento Cisneiros - CIGRÉ-Brasil/ONS
José Henrique Machado Fernandes - Eletronorte
João Guedes de Campos Barros - CEPEL
Jerzy Zbigniew Leopold Lepecki - CIGRÉ
Dourival de Souza Carvalho Junior - EPE
Paulo Gomes - ONS
José Sidnei Colombo Martini - USP/POLI
José Wanderley Marangon Lima - UNIFEI
João Batista Guimarães F. da Silva - Furnas Transmissão
Paulo Cesar Fernandez - Eletrobras
Márcio Rezende Siniscalchi - CEs A
José Antonio Jardini - CEs B/USP/POLI
Luiz Augusto Barroso - CEs C/PSR
Marcelo Costa de Araújo - CEs D/Eletronorte
Ricardo Cavalcanti Furtado - Consultor
Natasha de Decco - CIGRÉ-Brasil
PROJETO GRÁFICO E EDIÇÃO:
Flávia Guimarães
IMPRESSÃO:
Rona Editora
TIRAGEM:
1.000 exemplares
ELETROEVOLUÇÃO – SISTEMAS DE POTÊNCIA
é publicada pelo Comitê Nacional Brasileiro de Produção e 
Transmissão de Energia Elétrica (CIGRÉ-Brasil)
DIRETORIA CIGRÉ-BRASIL:
Josias Matos de Araujo
Diretor-Presidente
Saulo José Nascimento Cisneiros
Diretor Técnico
Antonio Simões Pires
Diretor de Assuntos Corporativos
Jocílio Tavares de Oliveira
Diretor Financeiro
ENDEREÇO:
CIGRÉ-Brasil
Praia do Flamengo, 66 – Bloco B – Sala 408 – Flamengo
Rio de Janeiro – RJ – CEP 22210-903 – Tel: (21) 2556.5929
cigre@cigre.org.br
su
m
ár
io
75 Lista dos Comitês de EstudoRepresentantes Brasileiros
4 EDITORIAL
8 MEMÓRIA
37 XXIII SNPTEEData Envelopment Analysis (DEA): 
O Benchmarking do Setor Elétrico 
Brasileiro e a Árvore de Custos e 
Perdas
44 XXIII SNPTEEModernização do Sistema de Excitação 
em uma Termelétrica a Ciclo Combinado 
Utilizando Tecnologia Nacional
50 XI SIMPASEOs Processos de Validação e 
Documentação em Sistemas Digitais de 
Automação de Subestação
58 BIENAL 2016Remote Monitoring System and Analysis 
of Equipment Performance for Asset 
Management
65 BIENAL 2016HVDC ±800 kV Transmission Line 
Associated to the Belo Monte 
Hydroelectric Power Plant - Studies 
and Definitions for The Basic Design – 
Innovation and Challenges for a New Level 
of Voltage in Brazil
30 CONSTATAÇÕES TÉCNICASSessão Bienal 2016 – Constatações 
Técnicas
16 NOTÍCIAS
Revista ISSN 1806-1877 nº 86 - Março de 2017
Artigos do XXIII SNPTEE, 
do XI SIMPASE 
e da Bienal 2016
Usina de Foz do Areia
Foto Marcio Geraldo Antunes 
- acervo da COPEL
4 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
EDITORIAL
 
Política de Integridade – 
Uma realidade no CIGRÉ-Brasil
É indiscutível 
a importância da 
transparência das 
Organizações nos dias 
atuais. O contexto da 
sociedade requer que 
as administrações 
atuem com clareza nos 
processos. Isso indica 
que a introdução 
de um programa de 
integridade passa a ser 
uma exigência natural 
para as organizações.
Quais os fatores 
fundamentais para a adoção de um programa de 
integridade? Em primeiro lugar está a disposição 
da organização em, espontaneamente, declarar 
à sociedade a sua abertura do comportamento 
empresarial no sentido de explicitar os seus 
propósitos de seriedade com o tratamento dos 
processos. Em segundo lugar a alta administração 
se dispõe a atuar com o compromisso de agir de 
forma célere no combate a qualquer atitude ilícita 
combatendo todas as possibilidades de atos de 
corrupção ou falhas profissionais não condizentes 
com a lisura dos procedimentos associados ao 
ambiente interno ou nos relacionamentos com os 
clientes e parcerias.
Vale destacar que essa atitude empresarial 
converge com os instrumentos regulatórios 
que regem o tema de corrupção no Brasil. 
Assim, seguindo os procedimentos de outras 
empresas que atuam no Brasil, após a sansão da 
Lei anticorrupção, n°. 12.846, de 01 de agosto de 
2013, conhecida como lei da empresa limpa e sua 
Regulamentação através do Decreto n°. 8.420, de 
18 de março de 2015, o CIGRÉ-Brasil decidiu adotar 
as políticas de integridade com vistas ao combate 
à corrupção.
Um programa de integridade associado a um 
código de conduta e ética são fundamentais e 
devem estar presentes em todas as ações realizadas 
pela empresa incluindo o relacionamento com 
outras entidades e em especial com empresas 
públicas.
Com esse espirito a Direção do CIGRÉ-Brasil 
agindo em conformidade com o CIGRÉ Paris e 
buscando explicitar o seu compromisso com 
os que fazem o CIGRÉ-Brasil, seja funcionários, 
Diretores, parceiros, associados e a sociedade 
em geral, elaborou o Programa de Integridade 
Empresarial referente à Política de Combate 
à Corrupção, instrumento que operacionaliza 
a Política de Combate à Corrupção. Além da 
transparência que esse processo requer o 
objetivo do Programa é garantir o cumprimento 
da legislação anticorrupção por parte do CIGRÉ-
Brasil, seus Colaboradores, Representantes e 
fornecedores de bens e serviços.
Essa Política também reflete o compromisso 
do CIGRÉ-Brasil em aderir às normas relevantes 
estipuladas em tratados internacionaiscontra 
a Corrupção, o Guia de Compliance do Cigré 
Paris e à Lei brasileira nº 12.846/2013. Além 
disso, estabelece que todos os fornecedores 
de bens e serviços e parceiros de negócios 
do CIGRÉ-Brasil observem as mesmas leis, 
regulamentações, normas e práticas éticas de 
negócios.
Os princípios que embasam essa política são a 
prevenção, a detecção e a resposta a qualquer ato 
inadequado à organização. Sendo a prevenção o 
mais importante desses princípios. Destaca-se 
nesse contexto que não se tem conhecimento 
de atos ilícitos existentes na organização e isso 
dá mais suporte ao Programa visto que não se 
busca corrigir atitudes inadequadas, mas prevenir 
a ocorrência de atos lesivos ao CIGRÉ-Brasil e à 
sociedade.
Com a introdução de um Programa de 
Integridade espera-se entre outros benefícios os 
seguintes:
• Prevenção e detecção de riscos de Compliance;
• Proteção à marca, à imagem e reputação da 
entidade;
Jocílio Tavares de Oliveira – Diretor 
Financeiro do CIGRÉ-Brasil
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 5
EDITORIAL
 
• Proteção a perdas, fraudes e abusos;
• Alinhamento aos objetivos estratégicos;
• Boas práticas de governança
É importante salientar que um Programa 
de Integridade tem relevante importância nas 
relações com entidades e empresas visto que as 
exigências que estão nesses relacionamentos, 
especialmente quando se trata de empresas 
estatais são fundamentais para se viabilizar as 
transações comerciais tendo em vista que a cada 
dia são constatados requisitos que requerem a 
adoção de políticas de combate à corrupção entre 
as partes relacionadas. 
O Programa de Integridade referente à 
política de combate à corrupção do CIGRÉ-Brasil 
considera o seguinte contexto ilustrado na 
figura abaixo:
Contexto do programa de Integridade
Os aspectos acima consideram a seguinte 
abrangência e significado:
1. Políticas de combate à corrupção:
O CIGRÉ-Brasil tem o compromisso de 
manter os mais altos níveis de padrões 
profissionais e éticos na condução de seus 
negócios;
O CIGRÉ-Brasil não tolera qualquer forma 
de corrupção, suborno, pagamentos ilícitos ou 
concessão de vantagens indevidas, tanto no 
âmbito público como no privado.
Todos os fornecedores de bens e serviços e 
parceiros de negócios do CIGRÉ Brasil devem 
observar as mesmas leis, regulamentações, 
normas e práticas éticas de negócios;
Todos os seus fornecedores, parceiros 
comerciais e Representantes contratados, 
ficam proibidos de se envolver em qualquer 
atividade corrupta e, de forma direta ou 
indireta, oferecer, prometer, fornecer ou 
autorizar qualquer pessoa a fornecer dinheiro 
ou qualquer coisa de valor a algum agente 
público, ou pessoa a ele relacionada, ou a 
qualquer pessoa física ou pessoa jurídica com 
o propósito de obter ou acumular qualquer 
vantagem indevida.
2. Introdução do Manual de integridade:
É o Instrumento construído para auxiliar 
as pessoas a entenderem as políticas 
anticorrupção e como a corrupção pode afetar 
a imagem da entidade e suas atividades, as 
consequências para condutas inadequadas e 
o que deve ser feito para combater e evitar a 
corrupção.
3. Estabelecimento da Gerência de 
Compliance
O Gerente de Compliance terá como 
atribuição a contínua implantação, avaliação e 
fiscalização do cumprimento desse programa 
atuando com independência e respondendo 
diretamente ao Conselho Administrativo.
4. Elaboração do Plano de Comunicação:
A estratégia de comunicação do 
Programa de Integridade deve abranger dois 
aspectos principais, a saber: a divulgação 
das informações e a acessibilidade. Assim, 
é preciso que os Colaboradores, a alta 
direção e intermediários, fornecedores 
e prestadores de serviços conheçam seu 
conteúdo integral, incluindo atualizações 
ou modificações que venham a ser feitas 
ao longo do tempo e possam acessá-las 
facilmente. 
6 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
EDITORIAL
5. Formalização de um plano de treinamento:
A alta direção, Colaboradores e até mesmo 
terceiros (intermediários, fornecedores, 
prestadores de serviços, etc.) vinculados 
ao CIGRÉ-Brasil devem ter amplo acesso às 
informações sobre o Programa de Integridade 
e receber adequado treinamento, com 
vistas a promover a consciência a respeito 
da integridade empresarial e, pois, a 
responsabilidade pelo cumprimento das regras 
estabelecidas é de todos na organização.
O CIGRÉ-Brasil deverá dispor de um 
programa de comunicação e treinamento 
específico, com cronograma de realização 
anual, para todos seus Colaboradores, 
Representantes e fornecedores de bens e 
serviços.
6. Ativação de um canal exclusivo de 
denúncia:
Todas as denúncias que se referem às 
questões cobertas por esse Programa devem ser 
conduzidas pelo canal de denúncia disponível 
no portal do CIGRÉ-Brasil através do endereço 
denuncia@cigre.org.br e será gerenciado 
pela estrutura de Compliance da entidade 
ficando garantido o sigilo do denunciante bem 
como será assegurado retorno das denúncias 
apresentadas. 
Esse canal é o meio pelo qual os 
Colaboradores, terceiros, Representantes e o 
público em geral podem entrar em contato 
para relatar suas preocupações e denúncias de 
forma confidencial ou anônima de acordo com 
as leis em vigor.
7. Avaliação dos fornecedores:
Os Colaboradores e Representantes têm 
como compromisso de CONDUTA:
Atuar de acordo com as políticas do 
CIGRÉ-Brasil, sem concessões a ingerências 
de interesses e favorecimentos particulares, 
partidários ou pessoais, tanto nas decisões 
empresariais quanto na ocupação de cargos;
A integridade profissional é um pré-
requisito para a seleção e contratação de 
Representantes;
8. Estabelecimento de procedimento de 
Auditoria e Monitoramento:
O Programa de Integridade deve ser 
constantemente auditado e monitorado, para 
garantir sua efetividade. Caso fique evidente, 
por meio das atividades de monitoramento 
e auditoria, que determinados processos ou 
elementos do programa não estão funcionando, 
ou apresentam falhas, os mesmos devem ser 
revistos e ajustados.
É atribuição da área de Compliance o 
monitoramento contínuo do Programa de 
Integridade visando seu aperfeiçoamento na 
prevenção, detecção e combate à ocorrência 
de atos lesivos.
Ainda dentro do contexto do Programa de 
Integridade do CIGRÉ-Brasil uma importante 
preocupação que foi incluída se refere aos 
cuidados com doação e brindes. Nesses aspectos 
o CIGRÉ-Brasil, comprometido com a integridade 
nos negócios deve estar atento para os critérios 
para doações e recepção de brindes para evitar 
possíveis associações de sua imagem com fraudes 
ou corrupção. 
O Programa de Integridade do CIGRÉ-Brasil 
está suportado em seis pilares que são os 
componentes imprescindíveis para a perenização 
de um Programa de integridade levando em conta 
a transversalidade desse processo. Esses pilares 
dão a sustentação necessária ao Programa. A 
figura abaixo ilustra esses pilares:
 
O comprometimento da Alta administração é 
fundamental. Esse comprometimento se reflete 
nas ações da Diretoria tanto no apoio como no 
efetivo envolvimento com o Programa garantindo 
a sua funcionalidade;
Os riscos existentes na organização devem 
ser continuamente avaliados visando o seu 
mapeamento e assim reduzindo as possibilidades 
de impactos negativos;
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 7
EDITORIAL
Pilares do Programa de Integridade 
O Código de conduta e ética é um instrumento 
estritamente necessário para o Programa e atua 
como alicerce para o atingimento dos objetivos 
do Programa de integridade;
O canal de denúncia é um fator de transparência 
importante para que sejam abertos os espaços 
para a comunicação de possíveis falhas, o que 
permitirá a atuação da Gerência de Compliance na 
apuração;
O Monitoramento e a auditoriado Programa 
são de extrema importância considerando a 
necessidade da manutenção desse processo 
atuando dentro dos requisitos estabelecidos;
Um Programa de Integridade só terá o êxito 
esperado quando todos os envolvidos conheçam 
efetivamente todos os procedimentos e 
entender os objetivos do Programa e seu 
papel para garantir o sucesso do Programa. 
Para isso um programa de treinamento e um 
processo de comunicação são essenciais no 
desenvolvimento do Programa de Integridade. 
O CIGRÉ-Brasil com esse Programa entra 
efetivamente no ambiente alinhado com a 
modernidade das organizações dando um passo 
espetacular na gestão empresarial. Vamos em 
frente. A nova realidade já está presente no CIGRÉ 
-Brasil.
8 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
MEMÓRIA
Com a criação da Copel, o Paraná começaria 
a solucionar na segunda metade dos anos 50 
um dos seus maiores e mais graves problemas: o 
da falta de um sistema de energia elétrica capaz 
de sustentar o processo de industrialização e 
diversificação da economia, e de tornar acessível 
à população um benefício essencial para a 
melhoria da qualidade de vida, além de oferecer 
a perspectiva de um desenvolvimento em bases 
sustentáveis no futuro.
Àquela época, a economia do Estado 
baseava-se exclusivamente na atividade 
agrícola e era necessidade inadiável instalar 
em seu território a infraestrutura básica para 
atrair empreendimentos industriais. Em termos 
de energia elétrica, o Paraná era servido por 
sistemas isolados cuja abrangência limitava-se a 
algumas poucas cidades e que eram propriedade 
de empresas particulares – muitas, de capital 
estrangeiro. Com interesses tão localizados, era 
impossível pensar então num sistema elétrico 
verdadeiramente estadual, onde regiões 
de grande potencial energético pudessem 
transferir ao restante do Paraná a eletricidade ali 
produzida. Com sede e administração em outros 
estados, as empresas elétricas existentes, além de 
distantes da realidade e necessidades do Paraná, 
enfrentavam problemas como o esgotamento da 
capacidade de expansão e insuficiências crônicas 
de caixa. Além disso, a maior parte da energia 
gerada era proveniente de custosos motores a 
diesel, o que certamente ajudava a inviabilizar 
grandes investimentos no reforço e ampliação 
dos sistemas elétricos.
Preso a essa realidade, o poder público via-
Os últimos quatro anos marcaram uma revolução na Copel. A Companhia rompeu as fronteiras do 
Paraná para empreender em outros nove estados, retomou o ímpeto para construir grandes usinas, tornou-
se um grande player na promissora fonte eólica, participou de leilões de transmissão que vão dobrar seus 
ativos no segmento no médio prazo, e logrou ampliar investimentos ano após ano depois de 2011. Vistos 
em perspectiva, os marcos deste período constituem o capítulo mais recente de uma missão iniciada em 
outubro de 1954, na capital paranaense, por obra e necessidade de um Estado carente de energia. 
se diante de um sério obstáculo aos planos de 
crescimento econômico e social traçados para o 
estado. E caberia à Copel a tarefa de superá-lo.
Plano Hidrelétrico
Ainda antes da existência da Copel, os 
serviços elétricos a cargo do Governo Estadual 
estavam confiados ao Departamento de Águas 
e Energia Elétrica – DAEE, instituído em outubro 
de 1948. Sua criação assinalou o início de grande 
movimentação na área, pois foi praticamente 
contemporânea à elaboração do primeiro Plano 
Hidrelétrico do Estado. Ao mesmo tempo em 
que dava início às obras de sua primeira etapa, 
o DAEE passou a instalar motores e conjuntos a 
diesel com capacidade entre 70 e 154 kVA em 
muitas localidades, em caráter de emergência, 
para atender o crescimento que todo o interior já 
experimentava.
Como as obras maiores eram de construção 
mais demorada e exigiam muito capital, a solução 
possível foi esta. Em 1953, uma lei estadual criou 
a Taxa de Eletrificação, proporcionando novos 
recursos financeiros para a execução do Plano. 
Viabilizada pela nova fonte de recursos, no ano 
seguinte seria criada a Copel, com a missão de 
assumir gradativamente a responsabilidade pelos 
serviços até então a cargo do DAEE, prefeituras 
e concessionárias particulares. O Departamento 
ainda continuou a atuar no setor por algum 
tempo, tendo construído as usinas de Ocoí 
(em Foz do Iguaçu), Cavernoso (em Laranjeiras 
do Sul) e Melissa (em Cascavel). As usinas 
Chopim I e Mourão I foram por ele iniciadas, 
A Copel em sua melhor idade 
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 9
MEMÓRIA
e depois concluídas pela Copel. Transferindo 
à nova empresa suas instalações e sistemas 
de atendimento, o DAEE pôde se dedicar à 
administração dos recursos hídricos, realizando 
importantes estudos de base para o Estado.
Primeira sede
Em ritmo discreto por conta das dificuldades 
financeiras, a Copel conquistaria em 1955 sua 
primeira sede. O aluguel de 12 salas no oitavo 
andar do Edifício José Loureiro, no calçadão 
da Rua XV de Novembro, foi a primeira casa da 
Companhia, seguida da aquisição de móveis 
e utensílios e da abertura da primeira conta 
no antigo Banco do Estado do Paraná, no valor 
de 200 cruzeiros. Os primeiros empregados 
contratados foram os engenheiros Walfrido 
Strobel e Herbert Leyser. No mesmo ano foram 
realizadas as primeiras reuniões da Companhia, 
que procuraram analisar o vasto trabalho de 
produção elétrica a ser desenvolvido no Paraná e 
as dificuldades que deveriam ser dribladas. Eram 
tempos incertos, com um futuro desafiador pela 
frente.
Com pouco menos de dois anos de idade, 
em 1º de agosto de 1956 a Copel começou a 
abastecer algumas cidades paranaenses, onde 
a geração local apoiava-se no uso de geradores 
a diesel, tão problemáticos e vulneráveis quanto 
às próprias redes de distribuição. Rapidamente 
a Copel cuidou de remodelar e modernizar os 
sistemas, conseguindo reforçar e adequar os 
serviços elétricos naquelas cidades.
Maringá, a primeira a ter seu sistema de 
distribuição assumido, contava à época com uma 
população de cerca de 15 mil habitantes e pouco 
mais de 1.700 ligações elétricas. Junto com a rede, 
a Copel assumiu também a usina a diesel que 
abastecia a cidade. Logo após a “Cidade Canção”, 
vieram Apucarana, Campo Mourão, Mandaguaçu 
e Pirapó. Eram tempos de conquista do Noroeste 
do Estado, quando a Copel enfrentava elevados 
índices de furto de energia e precariedade no 
fornecimento.
Em 1958, a jovem Copel assumiu o desafiador 
atendimento à cidade portuária de Paranaguá, 
povoada há mais de 400 anos. A cidade sabia 
o que era eletricidade desde 1903, quando se 
acenderam as primeiras lâmpadas, abastecidas 
por geradores a óleo. Mais de meio século depois, 
no entanto, pouco havia mudado. A estrutura era 
precária. Os copelianos instalaram uma usina a 
diesel e, ao longo dos seis anos seguintes, uma 
rede de distribuição – além da Usina Marumbi, 
construída junto ao Rio Ipiranga (o paranaense).
Ao levar energia para o Frigorífico Baggio, 
em Paranavaí, a Copel conquistou o memorável 
número de mil consumidores industriais. Mais 
do que isso, a Companhia se desdobrava para 
atender a um crescimento no fornecimento de 
energia a indústrias de 48% ao ano, a maior taxa 
dentre as empresas elétricas na época. No ano 
anterior, cada indústria havia consumido 60 mil 
KWh, três vezes mais do que em 1960.
Também muito cedo a Copel demonstrou 
que tinha talento para pesquisa e tecnologia. 
Com apenas cinco anos de idade, uniu-se à 
Universidade Federal do Paraná (UFPR) para criar 
o Centro de Estudos e Pesquisas de Hidráulica e 
Hidrologia – depois batizado de CEHPAR (Centro 
de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza). 
Idealizado pelo futuro presidente da Companhia 
e governador Parigot de Souza, este foi um passo 
determinante para o estudo e desenvolvimento 
de hidrelétricas nas décadasseguintes em todo 
o Estado. O CEHPAR foi o embrião dos atuais 
Institutos Lactec, organização de referência em 
inovação e soluções em ciência e tecnologia.
Integração e confiabilidade 
Em 1960, o potencial energético instalado 
no Paraná para uso público totalizava 163 
mil quilowatts. Disso, apenas 22.800 eram de 
responsabilidade do Governo do Estado, sendo 
que a participação da Copel restringia-se a 
11.600 quilowatts. Mais de 90% de toda essa 
energia vinha de usinas geradoras a diesel, de 
altos custos de produção e manutenção. Ou 
10 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
MEMÓRIA
seja, a eletricidade, além de bastante escassa, era 
consideravelmente cara.
Depois de passar seis anos estruturando-se 
e realizando estudos e projetos de atendimento 
a um mercado altamente reprimido, a Copel 
iniciou a execução efetiva dos planos de obras 
em 1961, lançando as bases do que viria a ser o 
sistema elétrico estadual.
De imediato, planejou-se um programa 
emergencial destinado a atenuar a crônica crise 
energética do Paraná, ao mesmo tempo em que 
traçavam as linhas de uma estratégia de longo 
prazo. 
Tendo tais diretrizes como norte, 
implementou-se um programa segredo
de obras que alterou rapidamente o perfil 
energético do Estado, evoluindo de uma 
situação de estrangulamento para um modelo 
de integração e alta confiabilidade. Na área 
de geração, foram construídas e colocadas em 
operação a usina termelétrica de Figueira (a 
carvão, com 20 mil quilowatts, em 1963), e as 
hidrelétricas de Salto Grande do Iguaçu (15.200 
quilowatts, desativada em 1980 para dar lugar ao 
reservatório da usina de Foz do Areia), Julio de 
Mesquita Filho (44 mil quilowatts, inaugurada em 
1970) e Capivari-Cachoeira, usina foi oficialmente 
batizada com o nome do falecido governador 
Parigot de Souza, numa homenagem ao 
engenheiro que por quase uma década presidiu 
a Copel, moldando-a como empresa e lançando 
e executando as bases do sistema elétrico 
paranaense.
A primeira das grandes
A Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato 
Parigot de Souza, a GPS, lançou a Copel e o 
Paraná no rol dos grandes projetos hidrelétricos. 
Com barragem de 370 m de comprimento e 74 
m de altura, as águas, represadas no Rio Capivari, 
foram desviadas para o rio Cachoeira, com um 
desnível de 740 m, e conduzidas por incríveis 
15 km de um túnel subterrâneo que atravessa a 
Serra do Mar. 
A usina ainda foi responsável por dois 
recordes na época: maior avanço médio mensal 
em escavação subterrânea em obras do gênero 
e maior volume de concretagem mensal no 
interior de túneis. Se os dados não fazem sentido 
para quem não entende de engenharia, para 
uma empresa jovem como a Copel, com apenas 
17 anos de idade, era como passar em primeiro 
lugar no vestibular.
Atualmente, a usina possui potência de 
260 MW, o que representa uma pequena 
porcentagem no conjunto de geração da Copel, 
especialmente se comparada às grandes usinas 
do Rio Iguaçu. Mas para a época era uma obra 
que permitia o desenvolvimento e o crescimento 
do Paraná e abria caminhos para uma geração de 
grandes usinas.
Expansão
A década de 1970 foi marcada por uma enorme 
variedade de ações que ampliaram a atuação 
da Copel. Uma delas foi a criação da primeira 
área de telecomunicações da empresa. Outra 
foi o investimento em tecnologia e pesquisa, 
em parcerias com universidades. Diante da 
crise do petróleo, a Companhia também iniciou 
sua atuação para disseminar o uso eficiente de 
energia e desenvolveu os primeiros projetos de 
Pedro Viriato Parigot de Souza – Governador 
do estado do Paraná e Presidente da Copel de 
10.02.1961 a 02.06.1970.
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 11
MEMÓRIA
inclusão energética. 
Aos quinze anos de idade a Companhia já 
começava a alcançar a atuação expressiva no 
Estado: mais de 200 cidades paranaenses já 
eram atendidas nesse período pelo seu braço de 
distribuição.
Já na geração, durante a década de 70 a 
experiência acumulada pela Copel na construção 
de usinas passou a ser usada na execução de 
aproveitamentos de outra ordem de grandeza, 
as chamadas usinas de grande porte, todas com 
potência instalada superior a mil megawatts. 
Assim foi com Salto Osório, usina de 1.050 
megawatts construída pela Copel para a Eletrosul 
no rio Iguaçu e inaugurada em meados da 
década. 
No mesmo período a empresa colocaria em 
operação suas primeiras linhas de transmissão 
de 230 kV, precursoras das redes de 500 kV que 
mais tarde interligariam a quase totalidade do 
território brasileiro. 
Empresa energética
Em 1974, já com 20 anos de idade, a Copel 
adentrou a vida adulta. Em duas décadas, sete 
presidentes passaram pela empresa e seu 
crescimento foi notável. Neste ano a Copel 
incorporou a Companhia Força e Luz do Paraná 
e seu capital social elevou-se de CrS 1.400 para 
CrS 1.300.000.000, conferindo à concessionária 
a posição de primeira empresa do Paraná e uma 
das maiores entre as suas congêneres estaduais. 
Além disso, ganhou de presente de aniversário 
uma sede própria, onde permanece até hoje, na 
Rua Coronel Dulcídio, em Curitiba.
Ao final da década, foi inaugurado o Centro 
de Operação do Sistema (COS), que colocou 
em funcionamento o primeiro Sistema de 
Supervisão e Controle digital do país. Projetado 
para controlar, em um primeiro momento, 68 
unidades, entre usinas e subestações, permitia 
supervisionar remotamente todo o sistema de 
geração e transmissão da Copel e programar 
a produção diária nas diversas usinas da 
Companhia espalhadas pelo Estado. Atualmente, 
a Companhia conta com dois centros de 
operação, sendo um específico para geração e 
transmissão e outro para distribuição de energia, 
que operam remotamente unidades espalhadas 
por todo o Paraná.
Transformada em empresa energética em 
1979 – o que implicou na retirada do termo 
“Elétrica” de seu nome – a Copel passou a 
dedicar-se também a pesquisar e fomentar o uso 
de outras fontes de energia dentro do Paraná. 
Entre elas destaca-se o gás canalizado, para cuja 
comercialização e distribuição foi constituída a 
Compagás - Companhia Paranaense de Gás, sob 
controle da Copel. 
Grandes usinas
A construção de empreendimentos de grande 
porte na Copel teria seu ápice nos anos 80 e 90, 
com a hidrelétrica de Foz do Areia, com 1.676 
megawatts no mesmo rio Iguaçu. Inaugurada em 
1980, foi oficialmente denominada Governador 
Bento Munhoz da Rocha Neto, homenagem 
ao governador do Estado na época de criação 
da Copel. Esta central estava equipada com as 
maiores unidades geradoras até então existentes 
no Brasil (4 x 419 megawatts), barragem de 
concreto de 160 metros de altura e vertedouro 
com capacidade para vazão de 11 mil m³/s. 
Os números fazem dela, ainda hoje, a maior 
Atual sede em Curitiba
12 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
operando como uma “unidade flutuante”. Do 
outro lado do rio, Porto Vitória não teve a mesma 
sorte. Com a destruição da linha que a abastecia, 
sua população ficou 20 dias sem energia. 
Apesar disso, mutirões de civis e eletricistas se 
mobilizaram para abrir picadas e ajudar a Copel a 
erguer uma outra linha, num episódio marcante 
para a história da empresa. 
Ney Braga e Caxias
Em outubro de 1986, a Copel alcançou a 
significativa marca de 1,5 milhão de clientes no 
Paraná. A Companhia levara 27 anos (1954 a 1981) 
para alcançar a marca de 1 milhão de consumidores 
e somente cinco para aumentar outros 500 mil. A 
conquista se deu em meio ao racionamento de 
energia decorrente da forte estiagem que chegou 
a secar o reservatório da Usina Capivari-Cachoeira 
(GPS).
Na geração, contudo, seu desempenho ia de 
vento em popa. Com a conclusão de Foz do Areia, 
a produção própria de energia pela Copel subiu 
de 1,9 bilhão de quilowatts-horas em 1979 para 
2,9 bilhões no ano seguinte.Doze anos depois, seria colocada em operação 
a segunda maior central geradora da empresa, 
a Usina de Segredo (oficialmente, Governador 
Ney Braga), também no Iguaçu e com 1.260 
megawatts de potência. Esta obra marcaria a 
publicação do primeiro Relatório de Impacto 
hidrelétrica do Rio Iguaçu e da Copel. Desde sua 
concepção em 1973 o projeto de Foz do Areia era 
grandioso. A região em que foi construída, no 
município de Pinhão, a 240 km de Curitiba, tinha 
grande potencial hidrelétrico, mas o local exato 
de construção da usina apresentava o ponto 
de maior potencial isolado, com características 
geográficas e topográficas ideais. A construção 
começou em 1975 e foi concluída quatro anos 
depois.
Para mobilizar milhares de trabalhadores, 
entre próprios e terceirizados, a Copel construiu 
uma verdadeira cidade a 12 km da barragem. A 
vila de Faxinal do Céu oferecia 1,6 mil residências, 
escola, hospital, clube esportivo e um centro 
comercial para os empregados. A Companhia 
também investiu na pavimentação com asfalto 
de quase 100 km, ligando a usina à cidade de 
Guarapuava. Atualmente, a vila da usina, que 
já sediou eventos educacionais importantes, 
se transformou em uma atração turística, 
especialmente pela beleza natural, pelo horto 
ambiental e um dos principais jardins botânicos 
do sul do Brasil.
A Enchente de 83
A enchente de julho de 1983 deixou 80% 
de União da Vitória submersa por 45 dias. 
Foram mais de 800 mm de chuva em menos 
de duas semanas, água prevista para cair em 
seis meses. Poucas vezes o sistema elétrico 
da Copel enfrentara prova tão dura. Com uma 
vazão inédita de 10,5 mil m³/s, a água do Rio 
Iguaçu invadiu as casas de máquinas de Salto 
Santiago, Foz de Chopim e Chopim I, que 
tiveram que ser desativadas. Outras dez usinas 
da Copel foram parcialmente inundadas. 
Em Foz do Areia, ondas de quatro metros de 
altura arrebentaram janelas e tiveram que ser 
contidas por sacos de areia colocados pelos 
operadores. Intacta, a maior usina do Iguaçu 
sustentou o fornecimento para toda a Região 
Sul nas semanas seguintes.
Mesmo com a rede de distribuição bastante 
avariada e a Subestação de União da Vitória 
parcialmente sob a água, a arte de seus técnicos 
e engenheiros permitiu que esta continuasse 
MEMÓRIA
Usina de Segredo - Governador Ney Braga
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 13
Sustentabilidade
O novo milênio teve início com o fracasso no 
processo de privatização da empresa, decorrente 
principalmente da crise econômica mundial 
que se seguiu ao ataque às Torres Gêmeas em 
Nova York. O processo de privatização deixaria 
cicatrizes profundas: o maior prejuízo da história 
em 2002, mais de 200 agências fechadas, e a 
perda de inúmeros profissionais de ponta para a 
iniciativa privada.
Os anos seguintes seriam de renovação, com 
uma ampliação significativa dos investimentos 
da empresa em projetos de responsabilidade 
socioambiental e de desenvolvimento 
sustentável, seguindo uma tendência mundial. 
Já no início da década, lançou o programa Luz 
das Letras, com voluntários e equipamentos 
da própria empresa dedicados a um premiado 
programa de alfabetização de adultos. Ao longo 
dos anos seguintes, deu os primeiros passos 
rumo à governança corporativa e teve suas ações 
incluídas no novo Índice de Sustentabilidade 
Empresarial (ISE) da Bovespa. No campo da 
geração, a Companhia mergulhou na pesquisa 
para diversificar a matriz energética, iniciando 
projetos com o bagaço da cana de açúcar, 
biodigestão de dejetos animais, biocombustíveis 
e com a matriz eólica. Na esfera ambiental, a 
Copel intensificou seus projetos para reduzir 
impactos e envolver as comunidades próximas às 
suas usinas. 
A Companhia também seria pioneira na 
assinatura do Pacto Global da ONU, dos Objetivos 
do Milênio e na adoção de práticas efetivas em 
prol da ética e transparência na administração 
empresarial. Em 2004, foi criado o Departamento 
de Gestão de Riscos e Controles Internos na 
Diretoria Financeira. No ano seguinte, foram 
dados passos decisivos na implantação da 
governança: a criação do Comitê de Auditoria e 
do Canal de Comunicação Confidencial, além da 
reformulação do Conselho de Orientação Ética.
As práticas de governança foram instituídas 
como decorrência direta dos escândalos de 
fraude financeira e contábil na bolsa de valores 
norte-americana em 2001. Empresas listadas na 
NYSE, como a Copel, tiveram que se adequar às 
Ambiental (Rima) para obras de geração no 
Brasil, sem que houvesse a obrigatoriedade legal 
para tanto – as obras já estavam em andamento, 
em 1986, quando foi criada a atual e rigorosa 
legislação ambiental.
Duas outras obras conduzidas na década de 90 
ampliaram consideravelmente o parque gerador 
próprio da Copel: a derivação do rio Jordão e a 
Usina de Salto Caxias. 
A derivação do Jordão complementou o 
empreendimento de Segredo adicionando ao seu 
reservatório, no Iguaçu, parte da vazão daquele. A 
interligação entre os cursos foi feita por meio de 
um túnel de 4.703 metros, o que permitiu ampliar 
em 10% a capacidade de produção da hidrelétrica 
a partir de 1997. 
Em 1999 entraria em operação a Usina de Salto 
Caxias (oficialmente, Governador José Richa), 
o quinto grande aproveitamento no curso do 
rio Iguaçu, e que agregou 1.240 megawatts ao 
potencial de geração da empresa.
Vanguardas
A entrada em operação das usinas de Segredo 
e Caxias marcaram, respectivamente, o início e o 
fim dos anos 1990. Mas isso representou apenas 
uma parte dos acontecimentos da Companhia 
na década. Foi nesse período que a Copel abriu 
seu capital na Bovespa, chegou à Bolsa de Nova 
York e foi a primeira empresa do setor elétrico 
a fechar contratos na China. A vanguarda 
também seguiu em outras áreas, fazendo da 
Companhia a primeira do setor elétrico a criar 
uma intranet e a primeira empresa de energia a 
obter autorização da Aneel para atuar no setor 
de telecomunicações.
Em 2003, com a automação da subestação 
Jardim Tropical, em Sarandi, no noroeste do 
Estado, a Copel se tornaria a primeira empresa 
do setor elétrico brasileiro a automatizar todas 
as suas subestações de transmissão. Utilizando 
sistemas informatizados desenvolvidos na 
própria Companhia, 125 subestações do sistema 
de transmissão (acima de 69 mil volts) passaram 
a ser comandadas remotamente, evitando 
deslocamento de equipes e conferindo grande 
eficiência na operação do sistema. 
MEMÓRIA
14 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
opera e mantém uma estrutura que compreende 
um parque gerador de eletricidade próprio 
composto de 30 usinas, sendo 18 hidrelétricas, 
cuja potência instalada totaliza 5.682 MW; um 
sistema de transmissão com quase 3,8 mil km de 
linhas, 350 subestações e 200 mil km de linhas de 
distribuição – a terceira maior rede de distribuição 
do Brasil, suficiente para circundar quase cinco 
vezes o planeta pela linha do equador.
Em 2014, a Copel deu início a um ambicioso 
programa piloto de redes inteligentes (smart 
grid) envolvendo três bairros de Curitiba, em 
uma das mais avançadas iniciativas do gênero 
no Brasil. O programa em curso abriga projetos 
de automação da rede, medição remota de água, 
luz e energia, além de geração distribuída a partir 
de múltiplas fontes. Outro grande destaque é o 
programa Mais Clic Rural, lançado em 2015, que 
está investindo R$ 500 milhões na modernização 
de redes rurais, priorizando em sua primeira fase 
pólos de criação de aves e suínos e cultivo de 
tabaco. 
Em 2016, pela quarta vez em seis anos, a 
satisfação expressa pelos paranaenses em relação 
aos serviços da Copel rendeu à sua distribuidora 
o principal reconhecimento do setor elétrico 
na América Latina. O Prêmio de Qualidade da 
exigências da Lei Sarbanes-Oxley (Sox), lançada 
para recuperar a confiança da população no 
desempenho relatadopelas corporações. 
Em 2016, a empresa também inovaria com 
a criação de uma Diretoria de Governança, 
Riscos e Compliance, que vai colaborar para 
intensificar ainda mais a cultura de transparência 
e sustentabilidade na empresa no futuro. 
Distribuição
Em 2012, o Paraná alcançou oficialmente a 
universalização do fornecimento de energia. 
Isso não impediu que a Copel continuasse 
a empenhar todos os esforços para levar 
atendimento aos recônditos do Estado. No litoral, 
naquele mesmo ano, a Companhia lançou 22 km 
de cabos submarinos para integrar várias ilhas 
do Litoral ao Sistema Interligado Nacional, e 
iniciou a instalação de painéis fotovoltaicos para 
levar energia a todas as comunidades insulares 
isoladas.
A empresa hoje atende a 4,4 milhões de 
unidades consumidoras. São 3,6 milhões de 
lares, 85 mil indústrias, 380 mil estabelecimentos 
comerciais e 365 mil propriedades rurais. Para 
atender a todo esse mercado, a Copel construiu, 
MEMÓRIA
Usina de Salto Alto Caxias - Governador José Richa
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 15
MEMÓRIA
Comisión de Integración Energetica Regional 
(CIER), sediada no Uruguai, atesta a importância 
que a marca Copel usufrui junto aos clientes, e 
também o padrão de excelência que se consolida 
na gestão na empresa nos anos recentes.
Modernização
Em seis décadas, o Paraná viu a energia elétrica 
se transformar de problema em solução. Graças 
ao empenho de mais de 54 mil copelianos – 
número de contratados desde aquele distante 26 
de outubro de 1954 – o Estado foi integrado pelos 
fios da Copel, que possibilitam o desenvolvimento 
da economia e o acesso de todos os paranaenses 
aos confortos da modernidade.
A Copel vem apresentando desempenho 
robusto em meio à crise, graças a uma boa gestão 
de custos e ao seu programa de investimentos, 
que vem se ampliando desde 2011, quando a 
companhia deu início à sua expansão por dez 
estados brasileiros. No período, o investimento 
ultrapassou R$ 14 bilhões em todas as suas áreas 
de atuação. 
O programa de expansão começou a colher 
seus frutos em 2016, com a conclusão parcial 
de seus três maiores empreendimentos de 
transmissão no país. Realizados em parceria com 
outras empresas – como a chinesa State Grid – 
somam 2.572 km de linhas de transmissão que 
reforçam a conexão entre todas as cinco regiões 
brasileiras, ao mesmo tempo em que dobram os 
ativos da empresa no segmento. 
Olhando para o futuro e para a necessidade 
de diversificar a matriz energética com a 
adoção de fontes limpas e renováveis, a Copel 
também está investindo R$ 2 bilhões em quatro 
complexos eólicos no Rio Grande do Norte, que 
representarão, até 2018, 700 MW de potência 
instalada – suficiente para atender cerca de 1,5 
milhão de pessoas. A conclusão de três destes 
complexos no último ano fez com que o parque 
gerador da empresa se fizesse constituir por nada 
menos que 93% de fontes renováveis.
Na geração hidráulica, a Copel prevê concluir 
em 2017 a Usina Colíder, na região amazônica, com 
300 MW de potência. No Paraná, também está em 
construção a Usina Baixo Iguaçu, empreendimento 
em parceria com a Neoenergia, de 350,2 MW.
Telecomunicações
Aos 62 anos, a Copel consolida-se também 
no competitivo mercado de telecomunicações 
com a Copel Telecom. Ao levar sua rede de fibra 
óptica para Ventania, em dezembro de 2012, a 
Copel Telecom fez do Paraná o primeiro estado 
brasileiro a ter todos os seus 399 municípios 
alçados numa rede digital. Atualmente, são 29 
mil quilômetros de fibras ópticas que oferecem 
serviços de conectividade para empresas, órgãos 
públicos e para o cidadão comum. A expansão 
dos planos de internet fixa de banda extralarga 
para clientes residenciais e pequenas e médias 
empresas atingiu 63 municípios em 2016, em 
comparação às seis localidades atendidas em 
2013. A meta é ampliar progressivamente a 
oferta de banda extralarga e outras soluções de 
conectividade para um número cada vez maior 
de paranaenses, e dar caminho à sua vocação 
desenvolvimentista através do Programa Paraná 
Conectado, que promove a inclusão digital por 
meio da oferta de internet a baixo custo em 
municípios de baixo IDH.
Os números e conquistas da Copel nestas 
seis décadas espelham a dedicação de milhares 
de empregados que, espalhados por todo o 
Paraná e por outros nove estados, colaboraram 
para construir uma empresa que é referência 
de competência e profissionalismo para todo 
o Brasil. 
Centro de Operação do Sistema
16 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
NOTÍCIAS
Minicurso Usinas Reversíveis e os Múltiplos Usos da Água
O Setor Elétrico Brasileiro vem passado 
por um difícil período devido à estiagem que 
durou de 2012 até 2015. Assim, aspectos que 
receberam atenção dos agentes foram a falta de 
armazenamento energético e a necessidade de 
potência para geração de ponta. O Plano Decenal 
de Expansão de Energia 2024 feito pela EPE 
aponta, com urgência, a necessidade de aumentar 
a capacidade de armazenamento energético do 
país. A ANEEL promoveu em 2016 a criação de dois 
programas de P&D Estratégico de interesse para o 
tema de usinas reversíveis. A chamada 20 com o 
objetivo de reformular as regras da estruturação 
do setor elétrico e a chamada 21 com o objetivo 
de estudar tecnologias de armazenamento 
energético e possíveis regulações para a sua 
implementação no país. 
O minicurso em Usinas Reversíveis - os Múltiplos 
Usos da Água - foi então proposto e realizado entre 
os dias 19 a 21 de outubro de 2016, no auditório 
do IVIG/COPPE/UFRJ. O evento, que contou com 
o apoio do IVIG – Instituto Virtual Internacional de 
Mudanças Globais, teve o objetivo de apresentar 
as usinas hidrelétricas reversíveis e demonstrar os 
possíveis benefícios e desafios que a tecnologia 
trará para o setor elétrico brasileiro. Focando 
especialmente nos agentes do setor elétrico e 
acadêmico nas áreas de operação, regulação 
e planejamento, com interesse em usinas 
hidrelétricas reversíveis, novas tecnologias, novos 
paradigmas do setor elétrico e os múltiplos usos 
da água.
Uma das propostas do minicurso era de juntar 
diferentes setores, como planejamento, regulação, 
academia e fabricantes para fomentar a discussão 
em torno do tema. Com a participação da EPE, 
ANEEL, UFRJ, Furnas, Light, Secretaria de Recursos 
Hídricos do Rio Grande do Sul, GE, Andritz Hydro, 
Voith Hydro, e empresas de consultoria, o curso 
resultou em um interessante debate sobre a 
inserção da tecnologia no Brasil. 
 Com entusiasmo, cada palestrante trouxe 
uma abordagem diferente ao tema. A Regina 
Toledo, Superintendência de Projetos de Geração 
da EPE, apresentou os desafios de reduzir o déficit 
de geração e como as usinas reversíveis podem 
colaborar. Hermani Vieira, Superintendente de 
Meio Ambiente da EPE, detalhou os impactos 
socioambientais da construção e operação de 
UHR e os passos para o licenciamento ambiental. 
Arthur Leotta, Diretor Técnico da Andritz 
Hydro, apresentou as diversas tecnologias de 
armazenamento e detalhou o funcionamento 
das usinas reversíveis. Marcos Freitas, professor e 
coordenador do IVIG/COPPE/UFRJ, compartilhou 
a sua experiência com a criação da ANA e os 
desafios de conciliar os múltiplos interesses do 
uso da água em rios e reservatórios. O Dr. Julian 
Hunt, pós-doutorado no PPE/COPPE/UFRJ, 
apresentou as experiências com usinas reversíveis 
diárias e sazonais no mundo e possibilidades no 
Brasil, incluindo os múltiplos usos da água. O Sergi Auditório IVIG/COPPE/UFRJ
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 17
NOTÍCIAS
Zuculin, Assessor da Diretoria da CESP, e, Mirian 
Adelaide, consultora de projetos de P&D ANEEL, 
apresentaram os resultados do projeto de P&D 
em usinas reversíveis da CESP em 2012 e as usinas 
hidrelétricas reversíveis sazonais. Rafael Lopes, 
gerente de engenhariade propostas e orçamento 
da Voith Hydro, e Everton Torquato, Centro Global 
de Tecnologia em Hydro da GE, detalharam os 
aspectos sobre os mecanismos e hidráulicos da 
construção e operação de turbinas reversíveis. 
Amaro Pereira, professor do PPE/COPPE/UFRJ, 
mostrou a regulação vigente do setor elétrico, 
novas propostas de regulação e como cada fonte 
de energia contribui para o setor elétrico. 
As usinas hidrelétricas reversíveis vêm 
então como uma alternativa para ajustar a 
as diversas fontes de geração de eletricidade 
com demanda por eletricidade. Armazenando 
energia em períodos com excedente de geração 
para momento com escassez de geração. Nesse 
sentido, as usinas hidrelétricas reversíveis podem 
gerar eletricidade durante a ponta, reduzir a 
intermitência de fontes de geração intermitentes 
como eólica e solar, armazenar a geração 
hidrelétrica de forma sazonal, aumentar os 
ganhos energéticos com a redução do vertimento 
nas usinas hidrelétricas, aumentar a segurança 
energética do país, reduzir investimentos com 
transmissão, controlar a frequência, tensão e 
outros aspectos da corrente elétrica no Sistema 
Interligado Nacional.
Algumas sugestões dos participantes 
incluem a inserção de material didático para 
acompanhamento das apresentações, uma 
melhor organização do material a ser apresentado, 
aumentar a participação sobre a parte de operação. 
A visão do operador nacional é essencial para 
avançarmos nas discussões e isso não foi incluído 
neste evento.
O evento foi passo importante para reabrir a 
discussão e dar subsídios para a inclusão das usinas 
hidrelétricas reversíveis no Setor Elétrico Brasileiro. 
A EPE está dando continuidade a estudos sobre o 
assunto e diversas empresas estão desenvolvendo 
um projeto de P&D na chamada 21 estudando 
o tema. Futuros eventos são crucias para dar 
continuidade e aprimorar o conhecimento sobre 
a tecnologia. 
Ao centro: Márcio Siniscalchi – Coordenador do CE A1 – Máquinas Rotativas e Julian Hunt, 
do PPE/COPPE/UFRJ
18 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
NOTÍCIAS
INNOVATION. This is the word that will 
support organizations in the future. He who 
does not innovate will die. Not only innovation 
based on technology and disruptive products, 
such as those full of new technologies, etc., but 
also those innovations which change the way 
we do businesses, such as service innovation, 
incremental innovation, and models of business 
innovation among others. Forty-five years after 
its foundation, CIGRÉ-Brasil is reinventing itself in 
order to continue being the most-respected and 
technically knowledgeable organization in the 
Brazilian Electric Sector. The crisis Brazil is facing 
now brings with it excellent opportunities for 
those who “think outside of the box”.
In this context, for the first time CIGRÉ-Brasil 
will organize and promote an international 
seminar totally designed and executed in Brazil 
for Brazilians and supported by CIGRÉ-Paris. 
Execution of the International Seminar on Policies, 
Incentives, Technology and Regulation of Smart 
Grids is a bold decision from the CIGRÉ-Brasil 
board of directors and will be supported by four 
Study Committees (C2, B5, C6 and D2).
The event will take place in Rio de Janeiro, the 
newest Olympic City in the world, between 04 and 
07 December 2017. A Seminar will happen during 
the first three days, consisting of six sessions 
and the presentation of up to 48 papers. Four 
international speakers will participate too. On 
December 7 will be presented a short training: 
Cybersecurity. All parts of the event, including 
site, papers and presentations will be prepared in 
English. Besides that, in conjunction with a short 
training, will be organized the 1st Young Engineer 
CIGRÉ-Brasil Meeting, one more innovation, which 
intends to attract more young engineers to be 
new CIGRÉ-Brasil members. 
Registration is already open to receive abstracts 
to be evaluated by the Technical Committee. It is 
a great opportunity to visit the event site (www.
cigrebrazilrio2017.net). CIGRÉ-Brasil counts on 
your participation and dissemination of the event.
INOVAÇÃO. Está é a palavra que sustentará as 
organizações a partir de agora. Quem não inovar 
vai morrer. Não somente a inovação tecnológica 
e disruptiva, com produtos cheios de tecnologias, 
etc., mas também aquela que altera a forma 
com que fazemos negócios, ou seja, inovação 
em serviços, inovação incremental, inovação em 
modelo de negócios, entre outras. Após 45 anos 
de sua criação, o CIGRÉ-Brasil está se reinventando 
para que possa continuar sendo a organização 
mais respeitada e conhecida tecnicamente no 
Setor Elétrico Brasileiro. A crise que atravessamos 
no país traz consigo excelentes oportunidades 
para “quem pensar fora da caixa”.
Neste contexto, pela primeira vez o CIGRÉ-
Brasil organizará e promoverá um seminário 
internacional, totalmente desenhado e executado 
no Brasil e com o apoio do CIGRÉ-Paris. A realização 
do “International Seminar on Policies, Incentives, 
Technology and Regulation of Smart Grids” é 
uma decisão ousada da Diretoria do CIGRÉ-Brasil 
e conta com o apoio técnico de 4 Comitês de 
Estudos (B5, C2, C6 e D2).
O evento ocorrerá entre os dias 04 e 07 de 
dezembro de 2017, no Rio de Janeiro, a mais nova 
Cidade Olímpica do Mundo. O Seminário será 
realizado nos três primeiros dias, com 6 sessões 
e apresentação de até 48 artigos. 4 palestrantes 
internacionais também deverão participar. Dia 
7 será realizado o minicurso Cybersecurity. Todo 
o evento será desenvolvido em inglês, desde o 
site, os resumos, os artigos e as apresentações. 
Além disso, conjuntamente com o minicurso, será 
realizado o 1º. Encontro de Jovens Engenheiros do 
CIGRÉ-Brasil, mais uma inovação, que visa atrair 
os jovens engenheiros para fazerem parte dos 
Associados do CIGRÉ-Brasil.
Já estão abertas as inscrições para envio de 
resumos para serem avaliados pela Comissão 
Técnica. Aproveite a oportunidade, visite o site do 
evento (www.cigrebrazilrio2017.net) e envie seu 
resumo. O CIGRÉ-Brasil conta com sua participação 
e divulgação do evento. 
International Seminar on Policies, Incentives, Technology and 
Regulation of Smart Grids
Luis Cláudio S. Frade – Coordenador do Comitê Organizador
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 19
NOTÍCIAS
Foi um sucesso a realização do XIV EDAO - 
Encontro para Debates de Assuntos de Operação. 
Promovido pelo CIGRÉ-Brasil e pelo ONS e 
organizado por FURNAS, este importante evento 
do setor elétrico aconteceu em São Paulo, SP, no 
Hotel Pullman Olympia, de 21 a 23 de novembro 
de 2016.
Com o Tema “Operação do Sistema Elétrico 
e das Instalações de Geração e Transmissão: 
Desafios, Caminhos e Soluções”, o XIV EDAO teve 
36 trabalhos apresentados durante o evento, que 
contou com profissionais de diversas empresas 
do setor elétrico nacional, Centros de Pesquisa, 
Universidades e fornecedores do setor, além de 
Paineis, Visitas Técnicas e Minicursos.
O EDAO é o principal fórum de debates da 
operação do sistema elétrico e de suas instalações, 
em seus aspectos técnicos e de gestão. O evento 
proporciona o intercâmbio de experiências e 
conhecimentos por meio da apresentação de 
trabalhos especialmente selecionados, painéis de 
debates, conferências proferidas por especialistas 
convidados e cursos de curta duração indicados 
pelo Comitê Técnico. As melhores práticas e 
propostas inovadoras na área de operação - o 
coração do sistema elétrico - são sempre discutidas 
por profissionais e empresas do setor.
Dentre os Temas Preferenciais do XIV EDAO 
destacamos:
- Análise de confiabilidade e gerenciamento de 
riscos aplicados aos processos operacionais 
elétricos;
- Sistemas de gestão para incremento da 
segurança operacional;
- Consciência situacional e prontidão das 
equipes;
- Integraçãodas funções operação e manutenção 
nas instalações, a viabilidade econômica, 
inovações técnicas, metodológicas e a 
segurança operacional;
- Resultados e ensinamentos dos processos 
técnico-operacionais e de gestão decorrentes 
das análises de grandes ocorrências.
Visitas Técnicas e Minicursos
O XIV EDAO contou com três Visitas Técnicas 
e dois Minicursos. Uma Visita Técnica ao Centro 
de Operação do Sistema AES Eletropaulo e duas 
Visitas Técnicas ao Centro de Controle do Tráfego 
Aéreo do Aeroporto de Congonhas. Um Minicurso, 
com o título “Estabilidade Eletromecânica”, foi 
ministrado pelo eng. Lucas Thadeu Orihuela da Luz, 
Diretor Executivo da Empresa LuzCP Consultoria e 
Participações Ltda. O outro Minicurso, intitulado 
“Nivelamento sobre a Resolução Normativa ANEEL 
nº 729/2016” foi ministrado pelo eng. Wilkens 
Geraldes Filho, do ONS. As Visitas Técnicas e os 
Minicursos obtiveram excelentes avaliações dos 
participantes do XIV EDAO.
Cerimônia da Abertura
A Cerimônia da Abertura contou com as 
presenças do Secretário de Energia Elétrica do MME, 
Fábio Lopes Alves; do Diretor Geral do ONS, Luiz 
Eduardo Barata Ferreira; do Diretor de Operação e 
Manutenção de Furnas, Djair Roberto Fernandes; 
do Diretor de Estudos de Energia Elétrica da 
EPE, Amílcar Guerreiro; do Superintendente de 
Fiscalização dos Serviços de Geração da ANEEL, 
Alessandro D’Afonseca Cantarino; do Diretor-
Presidente do CIGRÉ-Brasil, Josias Matos de Araújo; 
do Coordenador do Comitê Organizador do XIV 
EDAO, Antonio Carlos Barbosa Martins, de Furnas e 
do Coordenador do Comitê Técnico do XIV EDAO, 
Braz Campanholo Filho do ONS.
Painel de Debates
Após a Cerimônia de Abertura, o XIV EDAO 
XIV EDAO
Cerimônia de Abertura do XIV EDAO
20 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
NOTÍCIAS
“Inserção da Geração Eólica e da Geração 
Distribuída na Operação do Sistema Interligado 
Nacional”. Os seguintes Painelistas fizeram 
apresentações: Flávio Guimarães Lins - Gerente 
de Tempo Real do ONS; Gabriela Desirê - Gerente 
de Relacionamento Operacional da FEB; Juan 
Roncero Vilanova - Gerente de Operações da 
Enerfin; e Rafael Moya - Analista de Projetos de 
Inovação da CPFL.
A Organização do XIV EDAO realizou quatro 
sorteios de mochilas e malas com rodinhas aos 
participantes que estivessem presentes no início 
da manhã e no início da tarde dos dias 22 e 
23/11, com o intuito de não atrasar as respectivas 
Sessões de Apresentações de artigos e Paineis. Os 
participantes gostaram dos sorteios e as Sessões 
começaram sempre no horário previsto.
Jantar de Confraternização
O Jantar de Confraternização foi realizado na 
noite do dia 22 de novembro, terça-feira, no Espaço 
L´Atelier, no Hotel Sheraton WTC, patrocinado pela 
TAESA. Primeiramente foi servido um Coquetel à 
beira da piscina e, após, foi servido um jantar em 
um salão decorado, com duas opções de prato, 
e diversas opções de bebidas e de sobremesa. A 
aprovação do local e do Jantar foi unânime.
apresentou um Painel de Debates com o título 
“Operação do Sistema Elétrico e das Instalações 
de Geração e Transmissão: Desafios, Caminhos e 
Soluções”. Os seguintes Painelistas participaram: 
o Secretário de Energia Elétrica do MME - Fábio 
Lopes Alves; o Diretor Geral do ONS - Luiz 
Eduardo Barata Ferreira; o eng. Delfim Maduro 
Zaroni, representando o Diretor de Operação do 
ONS - Ronaldo Schuck; o Diretor de Operação e 
Manutenção de Furnas - Djair Roberto Fernandes, 
que mediou o Painel; o Diretor de Estudos de 
Energia Elétrica da EPE - Amílcar Guerreiro; e o 
Superintendente de Fiscalização dos Serviços 
de Geração da ANEEL - Alessandro D’Afonseca 
Cantarino.
Após o Painel de Debates, foi oferecido um 
Coquetel aos participantes do XIV EDAO com a 
inauguração dos estandes dos eventos.
Painel Tecnológico
Na terça-feira, dia 22 de novembro, foi 
apresentado o Painel Tecnológico, com o Tema 
Painel de debates - Operação do Sistema Elétrico 
e das Instalações de Geração e Transmissão: 
Desafios, Caminhos e Soluções
Painel Tecnológico - Inserção da Geração Eólica e 
da Geração Distribuída na Operação do Sistema 
Interligado Nacional
Jantar de Confraternização do XIV EDAO no 
espaço L´Atelier
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 21
NOTÍCIAS
Cerimônia de Encerramento
A Cerimônia de Encerramento contou com 
as presenças do eng. Antonio Carlos Barbosa 
Martins - Coordenador do Comitê de Organização 
do XIV EDAO, do eng. Delfim Maduro Zaroni - 
Secretário Executivo do XIV EDAO e do eng. Patrick 
Bandeira Alcântara, da Taesa. Foram distribuídas 
Placas do XIV EDAO aos autores das 5 melhores 
apresentações, votadas pelos participantes ao 
longo dos 3 dias do evento. O eng. Antonio 
Barbosa mostrou os números do evento, o eng. 
Delfim apresentou as Constatações Técnicas do 
XIV EDAO, levantadas pelo Comitê Técnico, e o eng. 
Patrick, recebeu o bastão para a organização do 
XV EDAO, em 2018, agradecendo a oportunidade, 
e prometendo um evento com o mesmo brilho da 
organização de FURNAS e contando com o apoio 
da Coordenação Técnica do ONS, nas pessoas do 
Coordenador Técnico, eng. Braz Campanholo Filho 
e do Secretário Executivo, eng. Delfim Zaroni.
FURNAS se sentiu honrada com a organização 
do XIV EDAO, que se constituiu um sucesso de 
público, técnico e financeiro, e agradece o apoio 
do ONS e do CIGRÉ-Brasil.
A TAESA, o CIGRÉ-Brasil e o ONS estarão 
esperando por você no XV EDAO em novembro de 
2018. Até lá!
No dia 23 de novembro, quarta-feira, foi 
oferecida uma Palestra Motivacional, com o Prof. 
Marcelo 
Os números do XIV EDAO
O XIV EDAO teve 218 participantes inscritos, 
sendo 3 estudantes, 152 Não Sócios Cigré, e 63 
Sócios Cigré, e contou com participantes do Brasil 
e do Paraguai. O Evento contou com 11 empresas 
patrocinadoras, sendo 5 expositores em estandes: 
Petrobras, InForma, ONS, Itaipu Binacional 
(Patrocinadores Ouro) e FURNAS (Patrocinador 
Diamante).
O XIV EDAO inovou, oferecendo gratuitamente 
um App para os participantes, onde foi possível 
enviar perguntas aos palestrantes, votar nas 
melhores apresentações, avaliar o evento e 
acompanhar a grade do evento. Foram feitos 164 
downloads, 172 perguntas realizadas, 986 notas 
das apresentações e 53 avaliações do evento.
O Site do evento - www.edao.com.br - apresenta 
o temário completo e tópicos preferenciais, 
o Caderno de Patrocínios, informações de 
hospedagem, área do autor, área do Comitê Técnico, 
oferece o Certificado de Participação, oferece as 
fotos do evento, oferece os Artigos apresentados, 
bem como as apresentações dos artigos.
Sessões Técnicas
Coffee-break
Entrega das placas aos autores ganhadores 
das melhores apresentações, votadas pelos 
participantes.
22 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
NOTÍCIAS
alguns consumidores já estariam aptos a participar 
deste programa, ficando sob responsabilidade 
do ONS a gestão dos consumidores devidamente 
cadastrados de forma voluntária. 
O Superintendente de Regulação dos Serviços 
de Geração da Agência Nacional de Energia Elétrica 
- Aneel, Christiano Vieira, apontou como benefícios: 
o deslocamento da demanda para fora dos horários 
de ponta, a postergação de investimento na 
rede e o aumento da confiabilidade do sistema 
elétrico. Recomendou ainda algumas rotas para 
implementação da resposta da demanda, como 
projetos pilotos, precificação em base diária/horária 
e extensão de programas que se mostrarem viáveis.
Rafael Ferreira, assessor da Presidência da 
Empresa de Pesquisas Energéticas - EPE, apresentou 
a resposta da demanda no planejamento, indicando 
oportunidades como mecanismos de diminuição da 
carga, novas tecnologias facilitadoras, contratação 
de longo prazo e incentivos financeiros para 
rápida implementação. Como cases internacionais, 
apresentou a Colômbia, cujo programa éorientado 
para condições de escassez; e o caso do México, no 
qual a formação de preços é baseada em custos.
Este Painel teve a moderação de João Carlos 
Mello, Presidente da Thymos Energia e Coordenador 
do CE C5.
Desafios, oportunidades, perspectivas e visão 
da distribuidora 
Joisa Dutra, diretora do Centro de Regulação em 
Infraestrutura da FGV, destacou que um programa 
de resposta da demanda oferece um novo produto 
atrelado à energia elétrica, a ser ofertado pelo 
consumidor final. Porém, para que o país consiga 
obter bons resultados, serão necessárias grandes 
mudanças regulatórias e novos modelos de 
negócios para as empresas. A diretora também citou 
a necessidade de se obter uma melhor consistência 
nos sinais de preços, pois uma melhora na sinalização 
para o consumidor é um dos fatores de sucesso para 
implementação dos programas. 
O gerente de tecnologia da distribuição da AES 
Eletropaulo, Antonio Almeida, discorreu sobre a 
criação de plataformas inteligentes de gestão de 
energia e a implementação de redes inteligentes 
(Smart Grids). Na visão da AES Eletropaulo, a resposta 
da demanda reduz o custo da integração das energias 
renováveis, permite a introdução de recursos 
distribuídos, contribui para a liquidez dos mercados 
O CIGRÉ-Brasil, em parceria com a Câmara de 
Comercialização de Energia Elétrica – CCEE e a 
Thymos Engenharia, realizou o 1º Workshop CIGRÉ-
Brasil de Resposta da Demanda. Organizado pelo 
Comitê de Estudos C5 - Mercados de Eletricidade 
e Regulação, o evento aconteceu em São Paulo no 
dia 15 de dezembro, contando com a presença de 
especialistas nacionais e internacionais de renome 
para discutir o tema. O evento recebeu, ainda, apoio 
institucional e patrocínio de diversas empresas, 
associações de classe e instituições setoriais.
Tema em destaque no mercado brasileiro de 
energia, a resposta da demanda agrega importante 
flexibilidade à operação das fontes intermitentes, 
além de contribuir no atendimento à ponta do 
sistema, na prestação de serviços ancilares, na 
eficiência econômica do despacho energético (tanto 
no mérito como fora do mérito), na formação de 
preço e na segurança energética, estando prevista 
inclusive na Lei 13.360/2016 (MP 735). Confira a 
seguir alguns destaques da discussão:
Visão regulatória e institucional
O Conselheiro de Administração da CCEE, Roberto 
Castro, comentou sobre o papel do comercializador 
varejista, da geração distribuída e do smart grid 
como impulsionadores, além de apresentar 
possibilidades de incentivo ao gerenciamento pelo 
lado da demanda no mercado brasileiro, apontando 
a necessidade de aprimoramento nas regras de 
apuração de insuficiência de lastro de potência.
Já o assessor da Diretoria Geral do Operador 
Nacional do Sistema Elétrico - ONS, Marcelo Prais, 
enfatizou que a Redução Remunerada de Demanda 
é um fator de modicidade tarifária e de aumento 
da eficiência na alocação de recursos. Atualmente, 
Workshop sobre resposta da demanda discute 
oportunidades para o mercado brasileiro
Apresentação do Roberto castro – Conselheiro de 
Administração da CCEE
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 23
NOTÍCIAS
Destacou a necessidade de um programa flexível, 
com a oferta de diferentes produtos, assim como a 
duração da parada voluntária e o tempo de espera 
de notificação para parada. 
Resposta da demanda industrial e sua influência 
na formação do PLD
Dorel Ramos, professor da USP, observou que 
a resposta da demanda pode contribuir para o 
despacho otimizado do SIN, reduzindo o custo de 
operação das térmicas e melhorando a segurança 
do sistema. Segundo Dorel, a implementação deste 
mecanismo tem a vantagem de não depender de 
grandes investimentos e de prazos alongados para 
construção de projetos de reforço da oferta.
Ele cita um estudo que aponta a sensibilidade do 
atual modelo de formação de preços à incorporação 
da Oferta de Redução de Carga (ORC), sendo avaliado 
os efeitos no longo prazo e curto prazo através 
dos modelos computacionais NEWAVE e DECOMP. 
Como resultado, a incorporação desses mecanismos 
apresentou uma redução nos picos de preços. O 
estudo também aponta que produtos como o ORC 
devem ser atrativos, para que o consumidor visualize 
potenciais ganhos de receita ou redução de risco na 
comercialização de energia.
Estes Painéis tiveram a moderação de José 
Marangon, Professor da UNIFEI.
Importância do gerenciamento da demanda 
para os mercados de energia no século XXI
Cyro Boccuzzi, sócio diretor da ECOee e presidente 
do fórum latino americano de smart grid, apresentou 
a ‘Energia do Século XXI’, fundamentada nos recursos 
distribuídos, entendendo que a inserção de novas 
tecnologias irá alterar de forma significativa a 
forma de operação e otimização dos ativos. Esse 
movimento está surgindo dos consumidores para as 
empresas concessionárias e está fora do controle das 
empresas responsáveis pelos serviços.
Cyro introduziu o conceito da ‘internet das coisas’, 
segundo o qual cada equipamento irá conectar 
empresas, residências e veículos em uma rede 
inteligente de energia, de forma que os consumidores 
poderão produzir parte ou toda a sua energia, 
suprindo necessidades locais de modo coordenado, 
através de aplicativos inteligentes. Afirmou também 
que o sincronismo ocorrerá de forma distribuída, com 
larga transparência e visibilidade, a custos marginais 
próximos de zero, e neste cenário a distribuidora será 
remunerada pelo uso das redes.
Este Painel teve a moderação de Afonso Henrique 
Santos da IX Consultoria.
de eletricidade, reduz os custos de eletricidade para 
os consumidores e consolida a geração distribuída.
Este Painel teve a moderação de Carlos Dornellas, 
Gerente Executivo da CCEE e Secretário do C5.
Visão internacional da indústria
A gerente de energia da Abrace, Camila Schoti, 
apresentou a oportunidade de redução do custo 
global do setor através da implantação da resposta 
da demanda. Estudos da associação apontam que: 
(i) a oferta de curto prazo para o programa é de 
378 MW; (ii); as especificidades de cada processo 
produtivo das indústrias exigem que se tenha 
grande variedade no tempo necessário de aviso 
prévio para o acionamento; (iii) é necessária uma 
redução concentrada por períodos de até três 
horas; (iv) 50% do potencial está localizado no 
submercado Sudeste e Centro-Oeste, 31% no 
Nordeste e 19% no Sul.
Fillipe Soares, gerente de comercialização de 
energia da Alcoa, apresentou produtos de resposta 
da demanda para a indústria do alumínio. Cerca 
de 25% dos consumidores ligados à rede básica 
praticam modulação, sendo os produtos divididos 
em Elétricos (ancilares) e Energéticos (atendimento 
à demanda), sendo que a lógica de remuneração 
para este produto poderia ser semelhante ao parque 
termelétrico.
Marcos Prudente, da Gerdau, relatou a 
experiência da empresa com a resposta da demanda 
em diversos mercados internacionais em que atua. 
O objetivo principal é a otimização dos custos do 
sistema. Ressaltou a participação voluntária e a 
remuneração adequada dos custos incorridos, para 
que o consumidor se sinta atraído a participar desse 
programa.
Fabiano Fuga, gerente de energia da Linde, 
mencionou o caso da empresa no Chile e nos 
Estados Unidos. Em ambos os países a participação 
do consumidor é voluntária. No Chile o consumidor 
é estimulado a participar do Programa de Inverno, 
pois apesar de pagar demanda adicional nos meses 
em que ocorre o horário de pico, nos demais paga 
apenas a demanda base contratada, independente 
da demanda efetivamente medida. Nos Estados 
Unidos, a distribuidora incentiva o consumidor a 
reduzir o seu consumo através do pagamento de US$ 
500/MWh e não há penalidade para o consumidor 
que não conseguir reduzir o montante acordado.
Marcela Jacob Alves, gerente de portfólio de 
energia daHydro, apresentou a ideia de participação 
voluntária para o programa de Redução da Demanda. 
24 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
NOTÍCIAS
VII SMARS 
Nos dias 8 e 9 de novembro de 2016, o Comitê 
de Estudos de Desempenho Ambiental de 
Sistemas (CE-C3) do CIGRÉ-Brasil realizou a sétima 
edição do SMARS - Seminário de Meio Ambiente 
e Responsabilidade Social no Setor Elétrico. Nesta 
edição do SMARS, o CE-C3 contou com o apoio do 
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL, 
que acolheu o evento na sua sede na Ilha do 
Fundão, no Rio de Janeiro. O evento foi precedido 
pelo Minicurso “Gestão Coorporativa de Emissões 
de Gases de Efeito Estufa”, realizado no dia 7 de 
novembro.
A programação do evento foi composta por 
sessões técnicas, com apresentação dos trabalhos 
selecionados relacionados às boas práticas 
socioambientais adotadas ou desenvolvidas 
em diversas empresas do setor elétrico que 
proporcionaram benefícios socioambientais, 
soluções para os desafios regulatórios e do 
licenciamento ambiental, racionalização de 
custos, colaborando para a melhoria da imagem 
do setor elétrico no cenário nacional.
Foram também realizados dois Painéis Técnicos 
abordando temas relevantes e atuais para o setor 
elétrico do ponto de vista socioambiental: 
- “Questões Socioambientais no Planejamento 
e Desenvolvimento dos Empreendimentos de 
Transmissão” que teve como objetivo discutir o 
tratamento das questões socioambientais desde o 
processo de planejamento dos empreendimentos 
de transmissão e os requisitos para sua licitação, 
passando pelos questionamentos hoje existentes 
considerando a integração de novos agentes 
ao processo de licenciamento, com reflexo para 
os prazos, e a relação entre essas etapas e o 
desenvolvimento dos empreendimentos. Este 
Painel contou com a presença de Isaura Frega 
(Superintendente de Meio Ambiente da EPE), Enio 
Fonseca (Presidente do Fórum de Meio Ambiente do 
Setor Elétrico – FMASE), Carlos Alberto Rayol (Gerente 
da Divisão de Meio Ambiente de Transmissão da 
Eletrobras) e Alessandra Aparecida G. Franco de 
Toledo (Assessora Técnica da DILIC – IBAMA).
- “Aspectos Sociais da Gestão da Sustentabilidade 
no Setor Elétrico”. Seguindo uma tendência 
internacional de valorização da questão dos direitos 
humanos como um pilar da sustentabilidade 
corporativa, este painel teve como objetivo discutir 
as ações e diretrizes relativas à dimensão social no 
desenvolvimento dos projetos e na operação, bem 
como no processo de licenciamento, bem como 
aquelas de responsabilidade social corporativa, tendo 
como fio condutor a incorporação da abordagem 
de direitos humanos, destacando perspectivas e 
oportunidades de avanço. O Painel contou com 
a presença de Nair Palhano Barbosa (Consultora), 
Lisangela da Costa Reis (Superintendência de 
Estratégia e Sustentabilidade - FURNAS), Paulo César 
Medrado Abrantes (Assessoria de Responsabilidade 
Social - ITAIPU Binacional).
As principais constatações são apresentadas a 
seguir:
w Os atrasos observados no desenvolvimento 
dos empreendimentos de transmissão indicam 
que a utilização da série de relatórios R como 
instrumento de planejamento e suporte para o 
processo licitatório, em particular o relatório R3 
relativo aos aspectos socioambientais, não tem 
se mostrado eficiente para dar mais agilidade 
ao processo de licenciamento ambiental. Os 
Termos de Referência para obtenção da LP 
contêm exigências muito complexas e a legislação 
exige a interveniência de outros órgãos. Assim, 
na grande maioria das vezes, verifica-se uma 
incompatibilidade com os custos estimados e 
principalmente com os prazos estabelecidos para 
a implantação do empreendimento. Dentre as 
proposições para melhoria do processo existem 2 
propostas: 
- a necessidade de melhoria da elaboração 
dos R3, sinalizando das questões prioritárias e 
mais relevantes, com consequente melhoria das 
ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 25
NOTÍCIAS
como: - melhoria na organização da sociedade 
civil, com a formação de lideranças comunitárias, 
- a articulação com outros serviços públicos 
promovendo cidadania, - a conscientização do 
consumidor e - a formação de laços de confiança 
entre consumidor e concessionária. 
w Considerando as diretrizes e ações das 
empresas em relação à dimensão social 
no desenvolvimento e na operação dos 
empreendimentos, tendo como fio condutor 
a incorporação da abordagem dos direitos 
humanos como pilar da sustentabilidade 
corporativa, foi ressaltado que o equacionamento 
entre os limites entre atividades impactantes, 
passivos sociais e responsabilidade social 
considerando o compromisso de não-violação 
dos direitos humanos, passa por um caminho 
de possibilidades baseado na transparência das 
intenções, na otimização de recursos, no fomento 
do diálogo e na consequente redução dos 
passivos sociais. Já existem diversos instrumentos 
que formulam diretrizes para a incorporação da 
questão do tema direitos humanos nas políticas 
de responsabilidade social das empresas do 
setor público e privado, seguindo as orientações 
da ONU, mostrando que esta abordagem é uma 
tendência na gestão da sustentabilidade das 
empresas, em sua busca pela “licença social 
para operar”. Foram apresentados exemplos 
da incorporação da abordagem dos direitos 
humanos nos programas desenvolvidos por 
Itaipu.
w A boa prática na gestão de resíduos sólidos 
tem apresentado significativos avanços nas 
empresas do setor com diversas iniciativas 
sobre redução, reaproveitamento e destinação 
adequada dos resíduos do setor, em consonância 
com as diretrizes da Política Nacional de Resíduos 
sólidos (2010), que também trazem benefícios 
econômicos para as empresas.
w As questões relacionadas às mudanças 
climáticas vêm ganhando espaço na agenda das 
empresas do setor com aprimoramento de estudos 
e processos, já sendo observado foco na adaptação 
às mudanças do clima, na contabilização das 
emissões por meios de inventários e na avaliação 
dos riscos financeiros de uma possível taxação de 
carbono (mercado de carbono).
previsões dos custos socioambientais e dos prazos 
necessários; 
- a realização do licenciamento prévio antes da 
licitação, que poderia ficar sob a responsabilidade 
da EPE, que tem a competência originária em seu 
arcabouço legal, seja de forma autônoma ou com 
subcontratação, mas que necessitaria de reforço 
de modo a atender eficazmente à mudança na 
implementação do licenciamento (proposta do 
FMASE).
As experiências práticas de participação dos 
órgãos ambientais e de secretarias de energia 
estaduais durante o processo de planejamento 
têm resultado em maior agilidade e em soluções 
que atendem a requisitos técnicos, econômicos 
e ambientais, sinalizando para a necessidade 
de maior interação entre as empresas, órgãos 
ambientais e os outros órgãos intervenientes e 
acordo com a legislação, e também com a ANEEL. 
A participação da sociedade qualificada nas 
audiências públicas, bem como a atenção especial 
para tais audiências na Região Norte, destacadas 
pelo IBAMA, são imprescindíveis para o bom 
encaminhamento do processo de licenciamento, 
assim como a organização interlocução desse 
órgão com os demais órgãos intervenientes.
w Observou-se significativo interesse pelos 
aspectos sociais, sendo que 13 dos 25 trabalhos 
apresentados no evento abordaram a importância 
do bom relacionamento das empresas com as 
comunidades e as diferentes instituições envolvidas. 
As boas práticas apresentadas trouxeram benefícios 
Diretor-Presidente do CIGRÉ-Brasil, Josias Matos de 
Araujo, na Cerimônia de Encerramento do VII SMARS
26 ELETROEVOLUÇÃO MARÇO 2017 
NOTÍCIAS
XIII STPC 
SEMINÁRIO DISCUTE DESAFIOS E APRESENTA NOVOS RECURSOS TECNOLÓGICOS NA 
ÁREA DE PROTEÇÃO E CONTROLE
Foi realizada em Brasília-DF, no período

Outros materiais