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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA ALEXIA BATISTA FORTUNATO BRUNA MANZANI LEITE DE CASTRO LEONEL PORTILHO FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL PROPRIEDADES COLIGATIVAS E EBULIOMETRIA Dourados/MS 2017 2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA PROPRIEDADES COLIGATIVAS E EBULIOMETRIA Relatório da disciplina de físico-química experimental. Professora da Disciplina: Profª. Dr a . Adriana Evaristo de Carvalho Dourados/MS 2017 3 1. INTRODUÇÃO As propriedades coligativas são consequências das interações que ocorrem entre as partículas do soluto e do solvente. Dependem apenas da concentração do soluto, e independem da natureza do mesmo, desde que a solução seja suficientemente diluída. As quais são: aumento da temperatura de ebulição, abaixamento da pressão de vapor, diminuição da temperatura de congelamento e pressão osmótica. Uma propriedade fundamental para análises químicas, tais como, identificação de substâncias, determinação de massas molares, dessalinização da água, entre outros 1 . Existem quatro propriedades coligativas, são elas: Elevação ebulioscópica e abaixamento crioscópico, Tonoscopia, Osmoscopia e Ebulioscopia ou ebuliometria. Nas práticas realizadas, as propriedades coligativas estudadas foram as duas últimas citadas acima. Sobre elas é importante ressaltar que, O efeito ebulioscópico é o aumento do ponto de ebulição de um líquido quando adicionamos um soluto não volátil a ele. Por exemplo, quando temos água fervendo, já atingiu o seu ponto de ebulição (100 ºC ao nível do mar), e adicionar açúcar, a água para de ferver na hora, ou seja, a temperatura de ebulição aumentou, isto é, a interação entre as moléculas do solvente e do soluto dificulta a passagem da molécula para o estado de vapor, por isso, é necessário adicionar mais energia na forma de calor, para que a solução entre em ebulição novamente 2 . Ao adicionar um soluto não-volátil num solvente, formamos uma solução que tem pressão de vapor menor do que o solvente 1 . Onde é a pressão de vapor do líquido puro e P é a pressão de vapor da solução. Por análise direta da Lei de Raoult, caso fizéssemos um gráfico da pressão de vapor em função da fração molar do solvente, obteríamos uma reta crescente, que passa pela origem, com coeficiente angular. A Lei de Raoult só funciona para soluções ideais, ou seja, uma solução onde as interações das moléculas do solvente com a do soluto são idênticas às interações soluto-soluto 1 . Gráfico abaixo representa a pressão máxima de vapor do líquido, em função da temperatura do solvente puro e da solução (Ebulioscopia). 3 4 Gráfico 1- Fonte: blogdoenem.com.br Note que à medida que a solução ferve, o solvente vai evaporando, a concentração da solução vai aumentando e sua temperatura de ebulição (te) também aumenta. 3 A propriedade da osmoscopia, relacionada com a osmose, estuda a passagem espontânea de solvente de uma solução mais diluída, para outra mais concentrada, através de uma membrana semipermeável, por exemplo, se colocarmos ameixas secas em água, com o tempo, notaremos que as ameixas incharão. Isso ocorre porque a pele da ameixa seca funciona como uma membrana semipermeável e o solvente passa por ela e vai para o interior da ameixa. A palavra osmose vem grego osmós, que significa impulso. 2 A Osmometria estuda a medição da pressão osmótica das soluções. As soluções devem ser do mesmo soluto, afim de igualar concentração. Para impedir que o solvente passe para a solução mais concentrada, é adicionado uma pressão sobre a solução concentrada. Para a realização da osmose existem três tipos de membranas: Permeáveis, Impermeáveis e Semipermeáveis. As membranas permeáveis deixam passar solvente e soluto. É usado, por exemplo, um pano de algodão fino, as membranas impermeáveis não deixam passar solvente e nem soluto e as membranas semipermeáveis tem ação seletiva quanto ao tipo de substância que pode atravessá-la, deixam-se atravessar por algumas substâncias, mas por outras não. Permite a passagem do solvente e impede a passagem do soluto. São exemplos de membranas semipermeáveis 4 : Papel vegetal; Papel pergaminho; 5 Tripa de animal (as que envolvem linguiça e salsicha); Bexiga de animal; Película de acetato de celulose – papel celofane; Membrana celular; Membrana de porcelana que contém ferrocianeto cúprico Cu[FeCN6]. Pressão Osmótica (π) é a pressão que se deve aplicar à solução para não deixar o solvente atravessar a membrana semipermeável. É a pressão que é preciso exercer sobre um sistema, para impedir que a osmose ocorra naturalmente 4 . Leis da Osmometria • Primeira Lei: Em temperatura constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à molaridade da solução. Em particular, para um número fixo (n1) de mols do soluto, a pressão osmótica será inversamente proporcional ao volume da solução. • Segunda Lei: Em molaridade constante, a pressão osmótica é diretamente proporcional à temperatura absoluta da solução. 2 2. OBJETIVO Estudar as propriedades coligativas, pelos experimentos de aumento da pressão, osmose e determinar a massa molar de uma substância pela elevação do ponto de ebulição. 6 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS Cubo de gelo Balança analítica Fio de cobre Suporte Universal Copo transparente Colher Termômetro Proveta de 100 mL Chapa de Aquecimento Garra Rolha 3.2 REAGENTES Ovos Açúcar Vinagre Etileno Glicol 3.3 MÉTODOS Prática 1: Aumento da pressão Para este experimento foi feito uma adaptação. Montou-se o suporte universal e fixou-se a garra. Nesta garra, foi colocado o cubo de gelo e pressionou-se o fio de cobre no gelo. Prática 2: Osmose Lavou-se um dos ovos e ele foi colocado em um recipiente contendo 250 mL de vinagre. O outro colocou-se em um recipiente porém não foi adicionado o vinagre. Ambos ficaram em repouso por um dia. 7 Foi retirado o vinagre do copo e tomou-se o cuidado para não romper a membrana. Depois esse ovo foi lavado e foi colocado novamente no copo (também lavado). Preparou-se então, uma solução supersaturada de açúcar em água, sendo 250 g de açúcar para 250 mL de água quente, aqueceu-se até que a dissolução fosse completa. Por fim, essa solução foi esfriada e colocada no copo contendo o ovo. Deixou-se em repouso por um dia. Foi observado e anotado as alterações. Prática 3: Ebuliometria Montou-se a aparelhagem para determinar o ponto de ebulição da água, para isso, foi colocado 150 mL de água destilada no balão e aqueceu-se até que a temperatura permanecesse constante. Adicionou-se 33,75 mL de etileno-glicol na água aquecida. Aguardou-se até que a temperatura ficasse constante. 4. RESULTADOS Prática 1: Aumento da pressão Ao exercer a pressão no fio de cobre sobre o gelo, percebe-se que o fio penetra o gelo, e aágua que está acima congela-se novamente, isto porque, não existe mais a pressão do fio. Desta maneira, o fio corta o gelo, porém o bloco de gelo continua igual. Isto ocorre, porque o ponto de fusão é alterado conforme a pressão exercida. Em condições normais de pressão (1 atm) o gelo se fundiria a 0 ºC, porém o gelo se liquefez, mesmo não sendo alterado a temperatura da água. O regelo após a passagem do fio de cobre indica que não houve alteração da temperatura da água e após o fio de cobre deixar de exercer pressão a água volta a se solidificar. Prática 2: Osmose A reação abaixo é a obtida abaixo, no qual, os íons (H + ) do ácido acético reage com o carbonato de cálcio, presente na casca do ovo e libera CO2, ocorrendo a degradação da casca. As bolhas observadas no experimento refere-se ao CO2 e o aspecto do ovo (inchado) ocorre devido a adsorção da solução por osmose. Quando, o ovo entrou em contato com a solução supersaturada, o ovo diminuiu o tamanho, transferindo então, solução do meio interno para o externo. Foi possível neste experimento, notar uma membrana semipermeável, isto porque só permite a passagem de ácido acético, observamos quando ocorre a dissolução 8 da casca, em que ocorre a passagem de água do meio menos concentrado (hipotônico) para o mais concentrado (hipertônico). Quando é adicionada a solução supersaturada, ocorre do meio hipertônico para o meio hipotônico. 5 Prática 3: Ebuliometria Ao adicionarmos o etileno glicol na solução percebemos que ocorreu o aumento do ponto de ebulição. A elevação do ponto de ebulição, ocorreu devido a presença de um soluto não volátil em uma solução, em que abaixou a pressão de vapor do solvente. 5 Desta maneira, é possível encontrar a massa molar do soluto pelos cálculos abaixo: Onde: - : variação da temperatura de ebulição - : é a constante ebulioscópica -W: molalidade da solução Sabemos que, e que, ao substituirmos as equações, temos: MM = Massa molecular do etileno glicol. A partir do experimento, obtivemos os seguintes dados: Dados: Te = T2 – T1 = 102,5 – 99,7 = 2,8 °C; Ke = 0,52 °C (*obtido na literatura); m2 = massa de água em 150mL = 150g m1 = massa de etileno glicol em 33,75mL = 37,4625 d = 1,11 g.mL -1 (densidade do etileno glicol. *obtido na literatura); Foi possível encontrar a massa molar do etileno glicol: MM = Ke x m1 x 10 3 = 0,52 x 37,4625 x 10 3 = 0,04638 x 10 3 = 46,38 (g.mol -1 ). Te x m2 2,8 x 150 9 Onde: Valor da massa teórica prevista na literatura = 62,07 (g.mol -1 ). Desta forma, foi possível encontrar a porcentagem de erro: E% = (62,07 – 46,38) x 100 = 25,27% 62,07 5. CONCLUSÃO Neste trabalho foi determinada experimentalmente a massa molecular de um soluto através da técnica de ebuliometria. Pode-se concluir que o experimento não se teve o objetivo alcançado para se determinar a Massa Molecular de um soluto O desvio da massa molecular encontrada para o ácido benzóico em relação à massa molecular teórica foi de 25,27% para nosso experimento, um valor considerado alto, levando-se em conta as condições disponíveis para nosso experimento. A média do nosso valor encontrado foi de 46,98 contra 62,07 da massa teórica, esta diferença pode ser atribuída a possíveis perdas de calor durante nosso processo já que o experimento não foi realizado em condições totalmente isoladas, a calibração de equipamentos utilizados como balança e termômetro ou a pureza do ácido utilizado. 6. REFERÊNCIAS 1. Propriedades Coligativas Disponível em: eoquimica.com/file/38/resumo- propriedades-coligativas. 2. MUNDO EDUCAÇÃO, propriedades coligativas. Disponível em: http://mundo educacao.bol.uol.com.br/quimica/propriedades-coligativas.htm. 3. ATKINS, P., Paula J. “Físico Químico”, 7ª ed. vol.1 editora LTC, 2003. Cap. 7. 4. Disponível em: http://quimicanova.sbq.org.br/imagebank/pdf/Vol20No4_377_v20_n4_06.pdf?agreq=os mometria&agrep=jbcs,qn,qnesc,qnint,rvq 5. ATKINS, P. W.; JONES, L.. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
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